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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE DOURADOS - CURSO DE DIREITO


DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL
ALUNO: WARLEY HENRIQUE SILVA DOS SANTOS

Questões Controle de Constitucionalidade frequência de 01/11/23


Prazo para envio no Moodle: 06/11/23

1) Um prefeito municipal, em data de 10 de fevereiro de 2010, propõe na Câmara Municipal local,


um projeto de lei ordinária/complementar que institui um tributo municipal denominado “taxa de
coleta de resíduos sólidos”. O projeto é reconhecidamente inconstitucional. Em relação ao mesmo,
considere as seguintes afirmações e responda, justificando:
I – no caso, como o projeto é de autoria do prefeito, o controle preventivo só pode ser exercido pela
O controle preventivo da constitucionalidade de um projeto de lei pode ser exercido por diferentes
órgãos, além da Comissão de Constituição e Justiça do legislativo local, o controle preventivo pode
ser realizado por diversos atores, incluindo o Poder Executivo, que pode vetar o projeto se considerar
que ele é inconstitucional. Além disso, o Poder Judiciário também pode atuar na revisão da
constitucionalidade do projeto, se questionado por partes interessadas ou por meio de ações diretas
de inconstitucionalidade.

II – o controle de constitucionalidade pode ser preventivo e/ou repressivo;


Sim. O controle de constitucionalidade pode ser tanto preventivo quanto repressivo. O controle
preventivo ocorre antes da promulgação da lei, ou seja, quando se verifica a constitucionalidade de
um projeto de lei durante o processo legislativo. O controle repressivo, por sua vez, ocorre após a
promulgação da lei, quando se questiona a sua constitucionalidade perante o Poder Judiciário.

III – o prefeito pode vetar o projeto, no todo ou em parte;


Sim. O prefeito tem o poder de veto em relação a projetos de lei aprovados pelo legislativo municipal.
Esse veto pode ser total, quando o prefeito rejeita integralmente o projeto, ou parcial, quando o
prefeito veta apenas parte do projeto. No entanto, é importante observar que o veto do prefeito pode
ser derrubado pelo legislativo se houver maioria qualificada (geralmente dois terços dos votos dos
vereadores) a favor da manutenção do projeto. Portanto, o prefeito pode exercer o poder de veto em
relação a projetos de lei, incluindo aqueles que considere inconstitucionais.

2) O Governador do Estado de Maranhão propõe um projeto de lei ordinária que admite às emissoras
de radiodifusão e televisão daquele Estado a veiculação de propaganda comercial referente ao uso e
consumo de cigarros, bebidas alcoólicas e medicamentos controlados somente após as 18:00 horas.
O projeto é aprovado pela Assembleia legislativa, e a Lei sancionada, promulgada e publicada pelo
Chefe do Executivo local e entra em vigor no dia 01 de janeiro de 2010. Com isto, após examinar os
artigos (incisos, parágrafos e alíneas) da CF, considere as seguintes afirmações.
I – a lei apresenta inconstitucionalidade formal;
Não. A inconstitucionalidade formal ocorre quando o processo legislativo não segue as normas e
procedimentos estabelecidos na Constituição, como a falta de quórum, a desobediência aos prazos,
ou outras irregularidades no processo de elaboração da lei. No cenário apresentado, não há
informações que indiquem qualquer irregularidade no processo legislativo. A inconstitucionalidade
que se pode alegar neste caso seria de natureza material, não formal.

II - o tribunal competente para conhecer e julgar a ação direta (ADI) pode ser o Supremo Tribunal
Federal;
Sim. A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) é uma ação judicial que visa declarar a
inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo em face da Constituição Federal. O tribunal

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competente para julgar a ADI é o Supremo Tribunal Federal (STF) quando se trata de leis estaduais
ou municipais que alegadamente violam a Constituição Federal.

III – o tribunal competente para conhecer e julgar a ação direta (ADI) pode ser o Tribunal de Justiça;
Não. Em casos de ação direta de inconstitucionalidade, o tribunal competente para julgar a
constitucionalidade de leis estaduais ou municipais é o Supremo Tribunal Federal (STF), não o
Tribunal de Justiça. O Tribunal de Justiça lida com casos judiciais de instâncias estaduais, mas não
tem a competência de realizar o controle de constitucionalidade das leis estaduais em face da
Constituição Federal.

IV – são admissíveis as duas formas de controle: a concentrada e a difusa, ambas somente perante o
STF.
Não. No Brasil, o controle de constitucionalidade pode ser exercido de duas formas: controle
concentrado e controle difuso. O controle concentrado é realizado perante o Supremo Tribunal
Federal (STF) e tem como objetivo principal a declaração de inconstitucionalidade de leis ou atos
normativos em tese, ou seja, de maneira geral e abstrata. Já o controle difuso pode ser exercido por
qualquer juiz ou tribunal no julgamento de casos concretos, quando a inconstitucionalidade é alegada
pelas partes, e não é exclusivo do STF.

V – quanto ao momento, o controle deve ser o repressivo.


Sim. O controle de constitucionalidade pode ser preventivo ou repressivo. No cenário descrito, como
a lei já foi sancionada, promulgada e publicada, o controle a ser exercido seria o repressivo, ou seja,
a ação direta de inconstitucionalidade (ADI) para questionar a constitucionalidade da lei após sua
entrada em vigor.

3) O Governador do Estado de Mato Grosso do Sul elabora o que chama de plano de emergência para
a paz no campo como garantia da governabilidade e da cidadania. Dentre outras medidas, a norma
prevê a desapropriação, por interesse social, para fins de reforma agrária, os imóveis rurais que não
estejam cumprindo sua função social, independentemente de prévia e justa indenização (184). Com
base nisso, analise as afirmações abaixo:
I - as medidas acima admitem somente o controle difuso;
Não. O controle de constitucionalidade pode ser tanto difuso quanto concentrado. O controle difuso
permite que qualquer juiz ou tribunal, ao analisar um caso concreto, declare a inconstitucionalidade
de uma norma, mas essa decisão não tem efeito vinculante sobre os demais casos. No controle
concentrado, apenas determinados órgãos, como o Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do
Brasil, têm competência para julgar a constitucionalidade de uma lei em tese, e a decisão é vinculante
para todos.

II – a lei é inconstitucional somente no aspecto material;


Não. A lei é inconstitucional em seu aspecto formal.

III - a lei é inconstitucional, seja no aspecto material, seja no formal;


Não. Apenas no aspecto formal, já que é competência da União legislar sobre reforma agrária.

IV - como se trata de lei estadual, o STF não tem competência para conhecer e julgar originariamente,
na via abstrata, a inconstitucionalidade desta lei;
Não. Segundo o art. 102, I, alínea A, da Constituição Federal, é competência do STF julgar
originariamente, na via abstrata, leis ou atos normativos estaduais que confrontam a CF.

V - como se trata de lei estadual, somente o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul tem
competência para conhecer e julgar originariamente, na via abstrata, a inconstitucionalidade desta lei.

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Não. Em geral, a competência para julgar a inconstitucionalidade de leis estaduais na via abstrata é
do Tribunal de Justiça do respectivo estado. No entanto, se houver alegação de que a lei estadual
viola a Constituição Federal, essa questão pode ser levada ao STF, que tem competência para decidir
sobre a constitucionalidade de leis estaduais em relação à Constituição Federal. Portanto, a
competência do STF não se limita apenas aos casos de relevância nacional ou interesse geral quando
se trata de inconstitucionalidade de leis estaduais em relação à Constituição Federal.

4) O Governador do Estado do Amazonas propõe um projeto de lei que institui, com o auxílio de
entidades não governamentais, uma moderna política de educação e segurança do trânsito, baseada
em estudos da Universidade de São Paulo. O projeto é aprovado pela Assembleia legislativa, e a Lei
é sancionada, promulgada e publicada pelo Chefe do Executivo local e entra em vigor no dia 10 de
março de 2017. Supostamente esta lei viola as Constituições Federal e Estadual. Com base nisto,
considere as seguintes afirmações e responda examinando os artigos que tratam das competências dos
entes federados (arts. 21 a 24; 30):
I – a lei apresenta inconstitucionalidade formal;
Não. Não há informações no cenário apresentado que indiquem qualquer irregularidade no processo
legislativo. Portanto, não se trata de inconstitucionalidade formal.

II - o tribunal competente para conhecer e julgar a ação direta pode ser o Supremo Tribunal Federal;
Sim, pode ser. A competência para julgar a inconstitucionalidade de leis estaduais, como a descrita
no cenário, é do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, porém como também viola a
Constituição Federa, também é do Supremo Tribunal Federal (STF). O STF julga questões de
inconstitucionalidade de leis em relação à Constituição Federal.

III – o tribunal competente para conhecer e julgar a ação direta pode ser o Tribunal de Justiça daquele
Estado;
Sim. O tribunal competente para julgar a inconstitucionalidade de leis estaduais é o Tribunal de
Justiça do Estado onde a lei foi promulgada, ou seja, o Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas.

IV – o sistema híbrido de controle pode ser exercido no caso acima;


Não. O sistema de controle de constitucionalidade no Brasil não é híbrido, pois as competências dos
órgãos judiciais são claramente definidas. O controle de constitucionalidade é realizado por meio de
ações diretas, quando se questiona a constitucionalidade de uma lei de forma abstrata e em tese, e por
meio de ações difusas, quando a inconstitucionalidade é alegada no julgamento de casos concretos.
No cenário descrito, a ação direta de inconstitucionalidade (ADI) é a forma adequada de questionar
a constitucionalidade da lei.

V – o Governador não pode propor Ação Direta perante o STF.


Sim. O Governador não pode propor diretamente uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)
perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Essa competência é atribuída a determinados órgãos,
como o Procurador-Geral da República, o Presidente da República, as Mesas do Senado Federal e da
Câmara dos Deputados, entre outros. O Governador pode, no entanto, propor uma ADI perante o
Tribunal de Justiça do Estado, questionando a inconstitucionalidade de uma lei estadual em relação à
Constituição Estadual.

5) Quanto aos modelos de controle de constitucionalidade, responda as questões:


I – nos EUA o controle concentrado de inconstitucionalidade não é utilizado;
Sim. Nos Estados Unidos, o controle de constitucionalidade não é exercido de forma concentrada,
como no modelo europeu. Em vez disso, o controle de constitucionalidade é difuso e é realizado pelos
tribunais comuns durante o julgamento de casos concretos. Os tribunais, incluindo a Suprema Corte
dos Estados Unidos, têm o poder de declarar uma lei inconstitucional no contexto de um caso

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específico, mas não existe um tribunal especializado em controle concentrado nos moldes do sistema
europeu.

II – o Brasil não adota o modelo proposto por Kelsen na atual constituição;


Não. O Brasil adota um modelo que foi influenciado pelo pensamento de Hans Kelsen,
particularmente em relação ao controle de constitucionalidade. A Constituição Federal de 1988 prevê
a possibilidade de controle de constitucionalidade concentrado em órgãos especializados, como o
Supremo Tribunal Federal (STF), que tem a competência de julgar ações diretas de
inconstitucionalidade (ADI) e ações declaratórias de constitucionalidade (ADC). Além disso, o Brasil
também adota o controle difuso, que permite que qualquer juiz ou tribunal declare a
inconstitucionalidade de uma lei no contexto de um caso específico.

III - o modelo proposto por Kelsen prevê a existência de um órgão jurisdicional especial e autônomo
para o controle da constitucionalidade das leis;
Sim. Hans Kelsen, em sua teoria, propôs a criação de um órgão jurisdicional especial e autônomo
para o controle da constitucionalidade das leis, como o modelo da "Justiça Constitucional". Muitos
sistemas europeus adotaram esse modelo, no qual um tribunal constitucional ou órgão similar é
responsável por realizar o controle de constitucionalidade de maneira concentrada e abstrata.

IV - na Inglaterra já ocorreu o controle de constitucionalidade baseado em lei escrita;


Não. A Inglaterra não possui uma Constituição escrita e codificada, o que significa que não há uma
lei fundamental escrita e expressa que possa ser objeto de controle de constitucionalidade. O sistema
legal britânico é baseado na tradição, precedentes judiciais e leis não codificadas, tornando o controle
de constitucionalidade baseado em uma Constituição escrita um conceito estranho ao sistema jurídico
britânico.

V – atualmente na Inglaterra não há previsão de controle de constitucionalidade das leis;


Sim. Na Inglaterra, tradicionalmente, não há um sistema formal de controle de constitucionalidade
das leis como em outros países que possuem Constituições escritas. O Parlamento britânico é
soberano e não está sujeito a um tribunal constitucional que possa declarar leis inconstitucionais. As
leis aprovadas pelo Parlamento são consideradas válidas e vinculantes.

VI – na Inglaterra quem realiza o controle é o Parlamento com o auxílio de juízes e juristas.


Sim. Na Inglaterra, o controle de constitucionalidade é exercido de forma indireta e política pelo
Parlamento, que é soberano. O Parlamento, com o auxílio de juízes e juristas, é responsável por avaliar
a constitucionalidade das leis. No entanto, esse controle é de natureza política e não judicial, como
em sistemas com tribunais constitucionais independentes.

6) Quanto ao controle difuso de constitucionalidade, responda:


I - pode ser proposto por qualquer pessoa, valendo a decisão somente para o caso concreto;
Sim. No controle difuso de constitucionalidade, qualquer pessoa, parte do processo ou terceiros
interessados, pode suscitar a questão de constitucionalidade de uma lei ou ato normativo. A decisão
nesse tipo de controle tem efeito inter partes, ou seja, vale apenas para as partes envolvidas no caso
concreto.

II - a primeira Constituição a prevê-lo foi a de 1934;


Sim. O controle difuso de constitucionalidade foi introduzido na Constituição Brasileira de 1934.

III – em se tratando de lei Federal, a competência para conhecer e julgar a ação é privativa do Supremo
Tribunal Federal;

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Não. No controle difuso de constitucionalidade, a competência para conhecer e julgar a ação não é
privativa do Supremo Tribunal Federal. Ela pode ser exercida por qualquer juiz ou tribunal, não se
limitando ao STF.

IV - o Juiz monocrático tem competência para conhecer e julgar a ação;


Sim. No controle difuso de constitucionalidade, um juiz singular, ou seja, um juiz de primeira
instância, tem competência para conhecer e julgar a ação, desde que a questão de constitucionalidade
seja suscitada no processo em sua jurisdição.

V - pode ser exercido apenas repressivamente.


Não. O controle difuso de constitucionalidade pode ser exercido tanto preventivamente (antes da
violação) quanto repressivamente (após a violação). Ele ocorre repressivamente quando a questão de
constitucionalidade é levantada durante o julgamento de um caso concreto.

7) Quanto ao momento para o controle, o sistema constitucional admite:


a ( ) preventivo, através do órgão jurisdicional;
b (X) repressivo, através do órgão jurisdicional;
c ( ) só existe o controle repressivo;
d ( ) só existe o controle preventivo;
e ( ) repressivo, exercido através do veto presidencial;
f ( ) repressivo, exercido através da CCJ;
g ( ) repressivo, exercido unicamente pelo STF;
h (X) preventivo, exercido concomitantemente pela CCJ e pela sanção/veto.
i ( ) misto, sendo o preventivo exercido sucessivamente pelo legislativo e pelo executivo;
j ( ) misto, sendo o repressivo exercido pelo executivo e o preventivo pelo legislativo;
k (X) misto, sendo o repressivo exercido pelo Judiciário;
l ( ) misto, sendo o preventivo exercido através da Comissão de Constituição e Justiça e do veto
presidencial.

8) A eficácia da decisão proferida em sede de controle concentrado pode ser ex nunc somente em que
hipótese? Justifique.
A eficácia da decisão proferida em sede de controle concentrado pode ser ex nunc (com efeitos para
o futuro) quando houver uma expressa modulação dos efeitos pelo tribunal constitucional, como o
Supremo Tribunal Federal (STF), para evitar insegurança jurídica ou prejuízos a terceiros, mediante
justificativa fundamentada. Isso ocorre quando a retroatividade da decisão causaria problemas
práticos ou quando há um interesse público relevante em manter os efeitos da lei por um período
determinado.

9) Em que situação específica somente o Tribunal de Justiça é competente para conhecer e julgar
originariamente, na via concentrada, ADI em face de lei Estadual? Justifique.
O Tribunal de Justiça é competente para conhecer e julgar originariamente a ADI em face de lei
estadual quando essa lei estadual for anterior à Constituição do respectivo estado. Isso ocorre porque
a Constituição Estadual, ao ser promulgada, torna-se a nova lei fundamental do estado, e, a partir
desse momento, o controle de constitucionalidade das leis estaduais passa a ser de competência do
Tribunal de Justiça estadual, não mais do Supremo Tribunal Federal.

10) Se uma lei municipal violar somente a Constituição Federal, será competente para conhecer e
julgar originariamente uma ADI: O STF; o TJ; ambos; ou nenhum deles? Justifique.
Se uma lei municipal violar somente a Constituição Federal, a competência para conhecer e julgar
originariamente uma ADI é exclusiva do Supremo Tribunal Federal (STF). Isso ocorre porque o STF
é o órgão competente para julgar a constitucionalidade de leis em relação à Constituição Federal,

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independentemente de sua origem (municipal, estadual ou federal). O Tribunal de Justiça (TJ) não
tem competência para esse tipo de ação em nível municipal.

11) Uma decisão do STF, que declara inconstitucional uma lei federal, gera efeitos concretos e
imediatos? Justifique.
Sim. Essa declaração de inconstitucionalidade implica que a lei é considerada inválida desde sua
origem, e, portanto, não deve ser aplicada em qualquer caso futuro. Isso significa que a lei é retirada
de imediato do ordenamento jurídico, e seus efeitos são interrompidos sem a necessidade de aguardar
um prazo ou nova legislação para sua revogação.

12) O que se compreende por “normas de reprodução obrigatória”?


Se referem a regras ou disposições presentes em uma Constituição ou em outras leis fundamentais
que devem ser incorporadas de forma idêntica nas constituições ou leis de níveis inferiores, como as
constituições estaduais, leis orgânicas municipais ou outras normas do sistema legal. Essas normas
não podem ser modificadas, restringidas ou contrariadas pelas leis inferiores, uma vez que têm
prioridade e devem ser replicadas de maneira idêntica em níveis subordinados, como exemplo as
cláusulas pétreas.

13) Um Governador de Estado propõe um projeto de lei, que é aprovado pela Assembleia daquele
Estado, instituindo o que chama de plano de emergência para garantia da governabilidade e da
cidadania. Dentre outras medidas, a norma estadual autoriza a polícia militar a adotar, sem exageros,
métodos de tortura em criminosos presos para obtenção de informações que levem à prisão dos
chefões do crime organizado. As medidas acima admitem o ajuizamento de alguma modalidade
(judicial) de controle de constitucionalidade? Justifique.
Sim, as medidas descritas admitem o ajuizamento de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)
perante o Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a constitucionalidade da norma estadual.
A autorização para a polícia militar adotar métodos de tortura é claramente inconstitucional, uma vez
que viola princípios e direitos fundamentais previstos na Constituição Federal, como a proibição da
tortura e o respeito à dignidade da pessoa humana. Portanto, essa norma estadual pode ser objeto de
controle de constitucionalidade, e o STF pode declará-la inconstitucional, invalidando-a.

14) Suponha que o Estado de Santa Catarina não esteja cumprindo a exigência prevista no artigo art.
159, § 3º, da CF, o que ameaça a autonomia de diversos municípios. Com base nessa informação
responda: a) que tipo de controle pode ser exercido para regularização da situação acima; b) qual o
órgão ou autoridade legitimado para propor a medida/ação judicial; c) qual o órgão jurisdicional
competente para conhecer e julgar a ação; d) qual a finalidade da decisão. Responda analisando os
artigos 34 a 36, da Constituição Federal.

a) O tipo de controle que pode ser exercido para regularizar a situação em que o Estado de Santa
Catarina não está cumprindo a exigência prevista no artigo 159, § 3º, da Constituição Federal é o
controle de constitucionalidade. Nesse caso, o controle é de natureza política, e a finalidade é
assegurar a autonomia dos municípios em relação aos repasses de recursos.

b) O órgão ou autoridade legitimado para propor a medida/ação judicial é o Presidente da República,


que pode enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de intervenção federal no Estado de Santa
Catarina com o objetivo de regularizar a situação.

c) O órgão jurisdicional competente para conhecer e julgar a ação é o Supremo Tribunal Federal
(STF). O STF é o tribunal competente para apreciar os pedidos de intervenção federal, conforme
estabelecido nos artigos 34 a 36 da Constituição Federal.

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d) A finalidade da decisão é determinar se a situação no Estado de Santa Catarina está em desacordo
com a Constituição Federal, especialmente no que diz respeito à garantia da autonomia dos
municípios em relação aos repasses de recursos. Se a situação for considerada inconstitucional, o STF
pode decretar a intervenção federal no Estado, com o propósito de assegurar o cumprimento da
Constituição e a regularização da situação.

15) O controle difuso de constitucionalidade, que consagra a supremacia do judiciário na fiscalização


da constitucionalidade de leis e atos normativos, teve origem no direito constitucional de que país?
Teve origem nos Estados Unidos.

16) Em relação à ADI, a Constituição de 1988 trouxe algum avanço? Justifique.


Sim, a Constituição de 1988 trouxe avanços significativos em relação à Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) no Brasil, como a ampliação dos legitimados ativos, o poder vinculante
das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e o acesso direto ao STF, fortalecendo o controle
de constitucionalidade e a proteção da Constituição.

17) Em que hipótese cabe ao Senado “suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal” (art. 52, X, CF)?
Quando se tratar de lei que tenha sido objeto de controle concentrado de constitucionalidade e que
tenha sido declarada inconstitucional pelo STF.

18) Por que denominação concentrado? E abstrato?


A denominação "concentrado" no controle de constitucionalidade refere-se ao fato de que a análise
da constitucionalidade é centralizada em um órgão ou tribunal específico, como o Supremo Tribunal
Federal (STF) no Brasil, que possui a competência para realizar esse controle.
O termo "abstrato" se deve ao fato de que a análise de constitucionalidade é feita de forma genérica
e independente de casos concretos, ou seja, a lei é considerada inconstitucional ou constitucional em
tese, sem relação direta com uma situação

19) Emenda Constitucional admite controle preventivo pelo Executivo e pelo Judiciário?
Não, emendas constitucionais não admitem controle preventivo pelo Executivo e pelo Judiciário. O
controle de constitucionalidade de emendas constitucionais é feito de forma repressiva, após sua
promulgação, e compete ao Judiciário realizar esse controle, caso seja questionada a sua
conformidade com a Constituição Federal.

20) A Representação Interventiva é a via judicial concentrada que tem por finalidade suspender os
efeitos de uma lei declarada inconstitucional pelo STF?
Não, a Representação Interventiva é uma via judicial concentrada que tem por finalidade pedir ao
Supremo Tribunal Federal (STF) a intervenção federal nos estados ou municípios em caso de
descumprimento de princípios constitucionais sensíveis, não para suspender os efeitos de leis
inconstitucionais.

21) A AFIRMAÇÃO ABAIXO MERECE ALGUM REPARO?


“O sistema constitucional brasileiro, em relação a emendas constitucionais admite, quanto ao controle
de constitucionalidade, tanto o repressivo, exercido pelo STF, quanto o preventivo, esse exercido
sucessivamente pelo Legislativo, através da Comissão de Constituição e Justiça, e pelo Executivo,
através da sanção ou veto?”
Sim, a afirmação está incorreta. No sistema constitucional brasileiro, o controle de
constitucionalidade das emendas constitucionais é exclusivamente repressivo, exercido pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) após a promulgação da emenda. Não existe controle preventivo das emendas
constitucionais pelo Legislativo ou pelo Executivo, como ocorre com leis ordinárias e

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complementares. Portanto, emendas constitucionais não são sujeitas a veto presidencial ou controle
preventivo pela Comissão de Constituição e Justiça do Legislativo.

22) O Tribunal competente para conhecer e julgar originariamente uma ADI de lei municipal perante
a Constituição Estadual é do respectivo Estado, nos termos do art. 125, § 2o, da CF. Esta competência
é, pois, exclusiva do TJ. Considere, então, que o TJ julgue procedente uma ADI, caberá recurso para
o STF? Justifique.
Não, caso o Tribunal de Justiça (TJ) de um estado julgue procedente uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) envolvendo uma lei municipal perante a Constituição Estadual, não cabe
recurso para o Supremo Tribunal Federal (STF). Isso ocorre porque o STF não tem competência para
julgar diretamente a constitucionalidade de leis estaduais ou municipais em relação à Constituição
Estadual. A decisão do TJ estadual é final e vinculante para o âmbito do estado em questão, e não
cabe recurso ao STF nessa situação.

23) O Supremo Tribunal Federal confirma a decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal que
reconheceu a inconstitucionalidade de uma lei federal, decisão esta proferida em um caso concreto.
Mais precisamente, o STF confirmou que para o contribuinte José Nilmário Santos (autor de uma
incidental de inconstitucionalidade – via difusa), o tributo era inconstitucional. Com o trânsito em
julgado, o STF comunica sobre a decisão o Senado Federal. Na hipótese, o que é facultado ao Senado
fazer? Justifique.
Nesse cenário, é facultado ao Senado Federal suspender a execução da lei reconhecida como
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O Senado pode fazê-lo de acordo com o artigo
52, X, da Constituição Federal, o que significa que a lei em questão ficará suspensa em sua aplicação,
no todo ou em parte, até que o Senado delibere sobre a sua revogação ou correção. Essa é uma medida
que visa a harmonização do sistema jurídico em relação às decisões do STF.

24) De acordo com a Constituição Federal (art. 7°, inc. IV): São direitos dos trabalhadores urbanos e
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:.... salário mínimo .... com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo. O Governo Federal não regulamentou a
norma constitucional e, tampouco, promoveu qualquer reajuste salarial nos últimos cinco anos. Na
sua opinião, a hipótese em exame admite algum controle de constitucionalidade? Justifique.
A situação descrita, em que o Governo Federal não regulamenta a norma constitucional sobre o
reajuste do salário-mínimo e não promove reajustes salariais nos últimos cinco anos, pode ser objeto
de controle de constitucionalidade. Se um indivíduo ou entidade considerar que essa omissão do
governo viola o direito constitucional ao reajuste periódico do salário-mínimo, poderá buscar a via
judicial para questionar a constitucionalidade dessa omissão. O controle, nesse caso, seria do tipo
"controle de omissão legislativa", em que se questiona a inércia do Poder Legislativo ou Executivo
em cumprir obrigações previstas na Constituição.

25) O Supremo Tribunal Federal nega provimento a recurso extraordinário, confirmando decisão do
órgão jurisdicional regional de São Paulo que acolheu arguição de inconstitucionalidade, manejada
em sede de controle difuso, de uma Lei Complementar Federal que instituiu um novo imposto federal
e que foi executada sem observância ao princípio da anterioridade. O STF, ato contínuo, considerando
que a Constituição não lhe conferiu competência para tanto, determina ao Senado para que, nos
termos do artigo 52, X, da CF, suspenda os efeitos da referida lei. O STF atuou corretamente?
Sim, o STF atuou corretamente ao negar provimento ao recurso extraordinário e ao determinar ao
Senado que suspenda os efeitos da lei com base no artigo 52, X, da Constituição Federal. Nesse
cenário, o STF reconheceu a inconstitucionalidade da lei, mas sua competência se limita ao controle
difuso, não permitindo que declare a inconstitucionalidade de forma concentrada. Portanto, a
determinação ao Senado é apropriada para garantir a suspensão da lei, em conformidade com a
Constituição.

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26) A lei estadual paulista nº 12.142/05, com o intuito de se respeitar a guarda sabática, estabelece
períodos para a realização de concursos ou processos seletivos para provimento de cargos públicos,
de exames vestibulares e de provas a alunos do ensino fundamental, médio e superior. Essa lei está
sendo questionada no STF através da ADI 3.714, proposta pela Confederação Nacional dos
Estabelecimentos de Ensino (CONFENEN). Da análise do exposto se pode concluir, conforme a ADI
3.714, que essa Lei é:

a) inconstitucional porque fere o pluralismo político previsto no artigo 1º, inciso V, da Constituição
Federal.
(X) b) inconstitucional porque, em relação às escolas particulares, invade competência legislativa da
União para legislar sobre diretrizes e bases (art. 22, XXIV da CF) e fere a autonomia das
universidades por impor regras próprias de gestão administrativa (art. 207 da CF).
c) constitucional porque no preâmbulo da nossa Constituição consta o nome de “Deus” e, portanto,
incentiva a sociedade brasileira à prática da religião.
d) inconstitucional porque a liberdade religiosa, prevista no artigo 5º, inciso VII da Constituição, é
espécie pertencente ao gênero liberdade constitucional de pensamento e prevê o direito de não
professar nenhuma fé.
e) inconstitucional porque fere o princípio federativo que diz caber ao Município a edição de leis que
tratem de assuntos de interesse local, nos termos do que dispõe o artigo 30, I, da CF.

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