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DIREITO CONSTITUCIONAL

Controle de Constitucionalidade V

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE V
Na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) é necessário ter controvérsia judi-
cial. Além disso, nesse caso, a atuação é apenas da Procuradoria-Geral da República (PGR),
e não tem atuação da Advocacia-Geral da União (AGU), diferente do que ocorre na Ação
Direta de Inconstitucionalidade (ADI).
Outro ponto a ressaltar é que a decisão definitiva em regra é ex tunc, podendo virar ex
nunc, mediante a modulação dos efeitos temporais da sentença. Ou seja, tem efeito vincu-
lante, mas não vincula o próprio STF à função legislativa. Ainda nessa situação, é possível
medida cautelar, sendo ex nunc mediante a maioria absoluta, como acontece na ADI. Logo,
pode ser ex nunc com possibilidade de se tornar ex tunc.
A Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) tem um caráter subsi-
diário, isto é, só será possível quando não couberem as outras. E ainda também não cabe
ação rescisória. Por exemplo, uma lei municipal contrária à Constituição Federal não pode ser
objeto de ADI, por isso, se utiliza ADPF. Bem como os casos de normas pré-constitucionais,
seja federal, estadual ou municipal. Nesse sentido, também há a possibilidade de medida
cautelar ex nunc mediante maioria absoluta, mas não é possível a intervenção de tercei-
ros, apenas amicus curiae. A decisão definitiva é ex tunc podendo virar ex nunc, mediante a
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modulação.
O controle concentrado envolve a Súmula 103 do Supremo Tribunal Federal (STF) e é
erga omnes, todavia, possui vinculantes, mas não vincula a função legislativa. Ainda possui a
regra ex tunc e a modulação dos efeitos ex nunc. Lembrando que essas características são
válidas para Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), Ação Direta de Inconstituciona-
lidade (ADI), Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) e Ação de Descumpri-
mento de Preceito Fundamental (ADPF).
Em relação à ADI, os principais pontos são as leis ou atos normativos federais e pós-
-constitucionais, bem como a atuação do AGU e do PGR. Já quanto a ADO, se a omissão for
de um dos Poderes, o STF dará ciência, pois ele não pode editar uma norma. Porém, se a
omissão for de um órgão da Administração, o STF notifica o órgão para em 30 dias tomar uma
providência ou fixa outro prazo.
Por outro lado, na ADC os pontos mais cobrados em prova são apenas as leis ou atos
normativos federais, além de haver a necessidade de uma controvérsia judicial. Lembrando

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que, nesse caso, há atuação somente da PGR. Em relação à ADPF, os fatos mais relevantes
envolvem o caráter subsidiário, a lei municipal contrária a Constituição Federal e normas pré-
-constitucionais federais, estaduais ou municipais.
Se for afirmado em prova que a inconstitucionalidade fere a competência, a questão estará
se referindo à Inconstitucionalidade Formal Orgânica. Porém, se o caso for que fere uma ini-
ciativa, por exemplo, um deputado entra com o Projeto de Lei que era de iniciativa do pre-
sidente da República, trata-se de uma Inconstitucionalidade Formal Subjetiva. Outro caso é
quando o quórum não foi respeitado, ou seja, uma Lei Complementar foi aprovada por maioria
simples. Essa situação corresponde a uma Inconstitucionalidade Formal Objetiva.
Vale ressaltar que existe inconstitucionalidade por arrastamento, mas não existe incons-
titucionalidade superveniente. Sendo assim, quando existir uma compatibilidade superve-
niente, a lei é revogada ou também chamada de não recepcionada. Além disso, o preâmbulo
não serve como parâmetro de controle de constitucionalidade. Nesse sentido, é importante
lembrar que existe controle preventivo político que recai sobre a Comissão de Constituição e
Justiça e de Cidadania (CCJ), bem como sobre o veto do Presidente.
Existe também o controle repressivo político, que recai sobre medidas provisórias quando
o Congresso Nacional entende que é inconstitucional ou sobre leis delegadas, quando o Presi-
dente ultrapassar os limites. Já o controle repressivo judicial corresponde a um controle difuso
e concentrado. E ainda há o controle preventivo judicial, por exemplo, antes de a norma estar
pronta, o parlamentar impetra um mandado de segurança no STF e informa que, naquele caso,
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estão violando cláusulas pétreas, ou seja, deve ser declarada como inconstitucional. Todavia,
se o parlamentar perder a condição de parlamentar, se extingue o mandado de segurança.
O controle difuso pode acontecer em qualquer juiz ou tribunal, sendo que qualquer pessoa
pode solicitar entrada. Nesse caso, há uma situação concreta e uma causa subjetiva. Já no
controle concentrado, quando houver violação da Constituição Federal, apenas o STF que
julgará. Porém, se for a violação à Constituição Estadual é só o Tribunal de Justiça (TJ) que
tem competência para julgar.
Nesse sentido, os legitimados são três Mesas, três pessoas e três entidades. Ou seja,
as três Meses são a Mesa da Câmara dos Deputados, Mesa do Senado Federal, Mesa das
Assembleias Legislativas ou Câmara Distrital. Enquanto, as três pessoas correspondem ao
Presidente da República, ao procurador-geral da República e ao governador. Já as três enti-

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dades são o Conselho Federal da OAB, partido político com representação no Congresso
Nacional e também confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Lembre-
-se de que os universais e os especiais são UUE.
Outro fato importante é que no controle difuso há uma cláusula de reserva de plenário.
Sobre isso, o órgão fracionário, como regra, não pode declarar a inconstitucionalidade ou
afastar. Portanto, é necessário submeter ao pleno ou ao órgão especial, se houver. Porém,
se já houver um pronunciamento prévio do pleno ou do órgão especial ou do STF, ele pode
declarar a inconstitucionalidade.
Deve-se frisar que medida cautelar em controle concentrado gera um efeito ex nunc, como
regra, pois a medida cautelar não pode retroagir. Já na decisão definitiva, geralmente mais
cobrada em prova, o efeito é ex tunc, ou seja, retroage, porém pode ter uma modulação dos
efeitos temporais. Isso também é válido no controle difuso de constitucionalidade. Portanto,
no controle difuso e no controle concentrado as decisões definitivas têm efeito ex tunc, mas
é possível modulação mediante dois terços do STF. Lembre-se que a medida cautelar é por
maioria absoluta.
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Ana Paula Blazute.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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