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DIREITO CONSTITUCIONAL

Poder Executivo

PODER EXECUTIVO

1) SOBRE O MINISTRO DE ESTADO:

a. Quem julga no caso de crime comum? E no caso de crime de responsabilidade?


Ministro de Estado:
• Crime comum: quem julga é o STF, conforme art. 102, I, alínea “c”, da CF.
• Crime de responsabilidade: quem julga é o STF, conforme art. 102, I, alínea “c”, da CF,
exceto se o crime for conexo com o do Presidente da República, caso em que será jul-
gado pelo Senado Federal, conforme dispõe o art. 52, I, da CF.

b. Deve ser brasileiro nato?


O único Ministro de Estado que deve ser brasileiro nato é o da Defesa, os demais podem
ser naturalizados.

c. Se o Ministro de Estado cometer um crime comum durante o exercício do mandato,


precisa da autorização da Câmara dos Deputados para instaurar o processo criminal?
A CF dispõe que é competência da Câmara dos Deputados a autorização para instaura-
ção de processo contra Ministro de Estado. Entretanto, o juízo de admissibilidade da Câmara
dos Deputados só é necessário no caso de crime de responsabilidade conexo com o do Pre-
sidente da República; logo, nos casos de crime comum e de crime de responsabilidade não
conexo, não há necessidade de juízo de admissibilidade da Câmara.
5m

d. Situação hipotética: João, Ministro de Estado, foi convocado pela mesa da Câmara
dos Deputados para prestar informação sobre um assunto previamente determinado.
Ocorre que João não compareceu. Isso importaria crime de responsabilidade?
Sim, isso importa crime de responsabilidade de acordo com o art. 50 da CF.

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presi-
dência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente deter-
minado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
(…)
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos es-
critos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste

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artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no prazo de


trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.

2) SOBRE O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

a. Idade Mínima?
A idade mínima exigida para ser Presidente da República é 35 anos e deve ser compro-
vada na data da posse.
10m

b. Linha de substituição presidencial.


Presidente da República → Vice-Presidente da República → Presidente da Câmara dos
Deputados → Presidente do Senado Federal → Presidente do STF
Em relação à vacância, caso o Presidente da República morra ou sofra impeachment, o
Vice-Presidente da República assumirá de maneira definitiva até o fim do mandato, pois ele é
o único sucessor definitivo do Presidente e, nesse caso, não são necessárias novas eleições.
Porém, caso ocorra dupla vacância, ou seja, dos cargos de Presidente e o Vice-Presidente
da República, o Presidente da Câmara dos Deputados (ou, se este não puder, o Presidente
do Senado, ou, se este também não puder, o Presidente do STF) assume temporariamente a
Presidência e são feitas novas eleições.
As eleições serão diretas, realizadas em até 90 dias, se a dupla vacância ocorrer nos dois
primeiros anos do mandato. As eleições serão indiretas, feitas pelo Congresso Nacional no
prazo de 30 dias, se a dupla vacância ocorrer nos dois últimos anos do mandato.

15m
c. Das atribuições do art. 84, quais poderão ser delegadas?
O Presidente da República pode delegar para Ministro de Estado, para o Advogado-Geral
da União e para o Procurador-Geral da República a competência para:
1. Dispor mediante decreto autônomo sobre a organização da Administração Pública,
desde que:
a) não implique aumento de despesas; e
b) não implique criação e extinção de órgãos público; e para extinguir cargos, quando vagos.
20m 2. Concessão de indulto e comutação de penas.
3. Prover cargos públicos federais, ou seja, fazer nomeações.

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Obs.: Conforme o art. 88 da CF, a criação e extinção de órgãos públicos só pode ser feita
por lei.

Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso


Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis,
promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o
Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder- lhe-á, no de vaga, o
Vice-Presidente.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para
missões especiais.
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos
cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos
Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa
dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os
cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro
do ano seguinte ao da sua eleição. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 16, de 1997)
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso
Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I – nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II – exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
III – iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para
sua fiel execução;
V – vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
a. organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa
nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
b. extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional n.
32, de 2001)
VII – manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Na-
cional;
IX – decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X – decretar e executar a intervenção federal;

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XI – remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da


sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
XII – conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos
em lei;
XIII – exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são
privativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 23, de 02/09/99)
XIV – nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o pre-
sidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV – nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;
XVI – nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da
União;
XVII – nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII – convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX – declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional
ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mes-
mas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX – celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI – conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII – permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo
território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII – enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias
e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV – prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da
sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV – prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI – editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII – exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos
incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Repú-
blica ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.

DIRETO DO CONCURSO

1. (2018/FGV/OAB – EXAME DE ORDEM UNIFICADO – XXVII – PRIMEIRA FASE) Em de-


terminado órgão integrante da administração pública federal, vinculado ao Ministério da
Fazenda, foi apurado que aproximadamente 100 (cem) cargos estavam vagos. O Presi-

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dente da República, mediante decreto, delegou ao Ministro da Fazenda amplos poderes


para promover a reestruturação do aludido órgão público, inclusive com a possibilidade de
extinção dos cargos vagos.
25m Sobre a hipótese, com fundamento na ordem jurídico-constitucional vigente, assinale a
afirmativa correta.
a. Somente mediante lei em sentido formal é admitida a criação e extinção de funções e
cargos públicos, ainda que vagos; logo, o decreto presidencial é inconstitucional por
ofensa ao princípio da reserva legal.
b. A Constituição de 1988 atribui exclusivamente ao Presidente da República a possibili-
dade de, mediante decreto, dispor sobre a extinção de funções ou cargos públicos, não
admitindo que tal competência seja delegada aos Ministros de Estado.
c. O referido decreto presidencial se harmoniza com o texto constitucional, uma vez que o
Presidente da República pode dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou
cargos públicos, quando vagos, sendo permitida a delegação dessa competência aos
Ministros de Estado.
d. A Constituição de 1988 não permite que cargos públicos legalmente criados, ainda que
vagos, sejam extintos, ressalvada a excepcional hipótese de excesso de gastos orça-
mentários com pessoal; portanto, o Decreto presidencial é inconstitucional.

COMENTÁRIO

Não há extinção nem criação de órgãos públicos, apenas de cargos vagos, além da
organização da Administração Pública, o que é possível por Decreto Autônomo do Presidente
da República ou por delegação deste ao AGU, a Ministro de Estado ou ao PGR, conforme o
art. 84, VI, e parágrafo único, da CF.

2. (2014/FGV/OAB – EXAME DE ORDEM UNIFICADO – XIII – PRIMEIRA FASE) Imagine a


hipótese na qual o avião presidencial sofre um acidente, vindo a vitimar o Presidente da
República e seu Vice, após a conclusão do terceiro ano de mandato. A partir da hipótese
apresentada, assinale a afirmativa correta.
a. O Presidente do Senado Federal assume o cargo e completa o mandato.
b. O Presidente da Câmara dos Deputados assume o cargo e convoca eleições que reali-
zar-se-ão noventa dias depois de abertas as vagas.

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c. O Presidente do Congresso Nacional assume o cargo e completa o mandato.


d. O Presidente da Câmara dos Deputados assume o cargo e convoca eleições que serão
realizadas trinta dias após a abertura das vagas, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

COMENTÁRIO

Se a vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República ocorrer nos dois


primeiros anos de mandato, serão feitas eleições diretas no prazo de 90 dias. Se a vacância
dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República ocorrer nos dois últimos anos de
mandato, serão feitas eleições indiretas pelo Congresso Nacional, no prazo de 30 dias. O
Presidente e o Vice-Presidente eleitos completarão o mandato vigente, ou seja, não ficarão
por 4 anos no cargo.
30m Se os componentes da linha de substituição forem réus em ação penal, eles não poderão
ocupar o cargo de Presidente da República.

GABARITO

1. c
2. d

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Ana Paula Blazute.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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