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TEORIA DO CONTROLE DE

CONSTITUCIONALIDADE
É um mecanismo responsável por controlar a validade das normas em face da
Constituição.
Tal verificação é um meio para observar o princípio da supremacia da constituição, a
qual todas as normas posteriores deverão obedecer.
Para que tenhamos tal controle, se mostra necessário o preenchimento de DOIS
pressupostos: existência de uma constituição RÍGIDA; mecanismos de fiscalização das
leis, com previsão de órgão com competência para exercer a atividade de controle.

1.0 ANULABILIDADE X NULABILIDADE E O SISTEMA


ADOTADO PELO BRASIL
Quando falamos da análise de constitucionalidade, precisamos nos ater a dois sistemas:
I – Sistema Austríaco (Kelsen; Teoria da Anulabilidade): vemos normalmente aqui a
declaração de inconstitucionalidade afeta ao plano de EFICÁCIA, ou seja, a norma
vai produzir normalmente seus efeitos, até a declaração de inconstitucionalidade, os
quais geram efeitos EX NUNC, ou seja, são prospectivos, dali para frente. Sendo válido
todos os atos anteriores.
Algumas características que eu peguei de uma questão:
- A decisão tem eficácia CONSTITUTIVA;
- O vício, como dito é aferido na EFICÁCIA;
- Efeitos ex nunc (regra, os quais poderiam ser modulados);
- A lei é Anulada;
- A lei alvo de anulação, produz efeitos normalmente, até a declaração de
inconstitucionalidade
II – Sistema Norte-Americano (Marshal; Teoria da Nulabilidade): aqui veríamos
uma análise no plano de VALIDADE, a declaração de inconstitucionalidade gera
efeitos EX TUNC, ou seja, retroagem, ela é viciada desde o seu NASCIMENTO.
Algumas características que eu peguei de uma questão:
- A decisão tem teor DECLARATÓRIO;
- O vício é aferido na VALIDADE;
- A decisão RETROAGE, ou seja, efeitos ex tunc.
1.1 SISTEMA ADOTADO PELO BRASIL
No Brasil temos um SISTEMA MISTO, pois incorporamos ideais do I e II.
Apesar disso, nossas decisões, REGRA = TEORIA DA NULABILIDADE!!
Podemos notar que no Brasil no âmbito difuso, o controle poderá ser exercido por
qualquer Juiz ou Tribunal, de forma concreta.
Paralelamente temos a forma abstrata perante órgãos específicos como o STF e o TJ no
âmbito estadual. Podemos visualizar as famosas ações do controle concentrado de
constitucionalidade.

2.0 DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO


A primeira CRFB a prevê foi a de 1824 – Controle DIFUSO.
Com a 1946, foi prevista a ADI, a qual era manejada exclusivamente pelo PGR.
Em 1988, vimos o boom, alvo do estudo!
3.0 ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE

a) Por AÇÃO:
I – VÍCIO FORMAL
Também chamado de NOMODINÂMICA, vemos um vício no processo legislativo.
Ou seja, na produção da norma não foram observadas as determinações necessárias para
a sua produção, podendo ainda ser dividida em:
- Inconstitucionalidade Orgânica: liga-se a COMPETÊNCIA LEGISLATIVA,
quem poderá legislar sobre aquela matéria. Ou seja, caso um Estado por meio da sua
Assembleia legisle sobre uma norma de Direito Civil, recairá na inconstitucionalidade
formal orgânica;
- Propriamente Dita: aqui sim, verificamos um VÍCIO NO PROCEDIMENTO,
podendo ser: vício formal SUBJETIVO – refere-se a quem detêm a competência para
dar a iniciativa ao projeto de lei; vício formal OBJETIVO – refere-se ao procedimento
em si, não foi observado um quórum específico e etc.
- Por Violação aos Pressupostos Objetivos do Ato Normativo: certos atos
determinam alguns requisitos específicos, o típico exemplo é a Medida Provisória que
para sua confecção exige urgência/relevância da matéria.
II – VÍCIO MATERIAL
Também chamado de vício NOMOESTÁTICO, trata-se de um vício no conteúdo da
LEI, a qual possui conteúdo que afronta os preceitos da CRFB.
III – VÍCIO POR DECORO PARLAMENTAR
Segundo Lenza, seria uma situação em que uma lei é aprovada por meio de esquema de
compra de votos.
Chegou ao STF uma situação dessa, em que ficou comprovado que a lei apenas foi
aprovada, pois houve a compra de votos, os quais foram devidamente comprovados na
ação de controle concentrado, comprometendo a votação.
Segundo o STF ficar comprovado tais requisitos, é possível a declaração de
inconstitucionalidade. (Inf 998)
b) Por OMISSÃO
Nela veríamos a inércia do legislador em atuar, principalmente nas normas DE

EFICÁCIA LIMITADA.
OBS. Inconstitucionalidade Direta/Antecedente, refere-se à violação direta a CRFB,
sem qualquer coisa entre eles (lei e CF). Já a Indireta, teríamos a situação:
consequente, um ato que regulamenta uma lei, a qual é declarada inconstitucional, o
decreto também será inconstitucional; reflexa (mediata ou oblíqua) temos a situação
de um ato entre eles, digamos, CF, lei e decreto. Lei constitucional, se o decreto é ilegal,
reflexamente teríamos uma inconstitucionalidade.
OBS. Cuidado, numa das questões basicamente deu a ideia que é necessário existir
meio que uma obrigação, sei la para legislar, não é tão somente um comando genérico.
OBS. Inconstitucionalidade por ARRASTAMENTO, uma norma principal é declara
inconstitucional, todas a dependentes dela, também serão.
OBS. Muito CUIDADO COM A AFIRMAÇÃO DA
INCONSTITUCIONALIDADE/CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE,
principalmente a primeira. Pois temos situações em que a lei apesar de perfeitinha,
passa por uma inconstitucionalidade, por meio da mutação constitucional, exemplo
que tivemos foi a própria lei de crimes hediondos; união homoafetiva e etc. Ou seja,
releituras que passaram a própria lei. Mas EI, quanto a inconstitucionalidade
superveniente, são leis que foram criadas após a CF, tidas como constitucionais que
passaram ser inconstitucionais. As leis anteriores a nova CRFB, não podemos utilizar
esse instituto.
OBS. Eficácia Executiva ou Instrumental, seria a sentença meritória da ADI/ADC
provocando um efeito vinculante sobre os atos administrativos ou judiciais
supervenientes, ou seja, deverão obediência ao que ficou decidido pelo STF, em
caso de descumprimento é possível o manejo de reclamação. Normalmente efeitos ex
nunc. Ao contrário da eficácia normativa que gera efeitos ex tunc.
OBS. Estado de coisas inconstitucional a origem está em sentença da Corte
Constitucional da Colômbia, encontra fundamento nos casos de inadimplemento
reiterado de direitos fundamentais pelos poderes do Estado, sem que haja
possibilidade de remédio para vias tradicionais, OCASIÃO EM QUE O TRIBUNAL
assume o papel de coordenador de políticas públicas por meio da denominada
tutela estruturante.

4.0 MOMENTOS DO CONTROLE

BIZu, SER PRÉVIO X POSTERIOR DEPENDE DA SITUAÇÃO DA LEI!


4.1 PRÉVIO / PREVENTIVO
Tal controle ocorre no momento de apresentação do projeto de lei, incidindo na fase de
elaboração da lei, iremos nos debruçar desde o conteúdo da lei, até se o procedimento
está de acordo.
Normalmente é realizado pelo Legislativo, contudo, é possível que Executivo e de
forma excepcional o Judiciário participem!
a) Controle PRÉVIO / PREVENTIVO realizado pelo poder LEGISLATIVO
No âmbito brasileiro é realizado pela famosa Comissão de Constituição e Justiça – CCJ.
Nada impede que também seja realizado pelo plenário da casa do legislativo.
Outro ponto bom de mencionar, alguns projetos como MP; resoluções do Tribunal e
Decretos, não serão abraçados por esse controle.
b) Controle PRÉVIO / PREVENTIVO realizado pelo poder EXECUTIVO
Aqui temos o famoso VETO!
É o passo final da lei é o envio para que o Presidente a promulgue, é possível que ele a
vete com base em dois argumentos: inconstitucionalidade ou político (contrário ao
interesse público).
c) Controle PRÉVIO / PREVENTIVO realizado pelo poder JUDICIÁRIO
Chutaria que dos três é o mais provável vislumbrarmos em provas.
Isso porque tem sido possível impetração de Mandado de Segurança por
Parlamentar contra proposta de EC que vá de encontro a cláusula pétrea ou no caso de
EC ou Lei ferirem o procedimento legislativo.
Aparentemente, não posso manejar MS contra lei ordinária discutindo o conteúdo
material, somente formal. Diferente de MS contra PEC em que poderá ser tanto o
conteúdo material como o formal, vamos analisando à medida que fizermos questões.
OBS. Pela interpretação, podemos dizer que uma lei que trâmite com conteúdo violador
de norma constitucional, será necessário esperar até a sua entrada no ordenamento
jurídico. Não sendo possível manejar MS contra ela.
OBS. Se o parlamentar perde o mandato = extinção da ação! Ele precisa estar
regulamente com o mandato, seja para ajuizar o MS, como prosseguir.
Importante jurisprudência do STF:
Em respeito ao princípio da separação dos poderes, previsto no art. 2º da Constituição Federal, quando
não caracterizado o desrespeito às normas constitucionais pertinentes ao processo legislativo, é defeso
ao Poder Judiciário exercer o controle jurisdicional em relação à interpretação do sentido e do alcance
de normas meramente regimentais das Casas Legislativas, por se tratar de matéria interna corporis.
(STF – RE nº 1.297.884/DF, rel. Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, Julg. 14.06.2021, Pub. 04.08.2021.)

OBS. Pelo que peguei em questão, se estivermos diante de uma regra do regimento
interno que se trata da chamada norma constitucional interposta (seriam disposições
normativas as quais as normas constitucionais fazem expressa referência, o que acaba as
vinculando, apresentando uma força normativa diferenciada, por derivar diretamente da
norma constitucional) logo, nessa situação, ainda que fosse sobre o regimento interno o
STF poderia adentrar a discussão de constitucionalidade.
4.2 POSTERIOR / REPRESSIVO
Aqui, teríamos a NORMA PRONTA / ACABADA! Será analisado agora, se a norma
está de acordo materialmente / formalmente com a CRFB.
Tal controle, poderá dar-se de três formas:
a) Controle Político
Teríamos um órgão distinto dos três poderes, veremos ele normalmente em países
europeus nas chamadas Cortes ou Tribunais Constitucionais.
Segundo Barroso, veto jurídico (baseado na inconstitucionalidade) do Executivo;
rejeição do projeto pela CCJ, seriam exemplos desse controle.
b) Controle Jurisdicional
Autoexplicativo, seria o realizado pelo Poder Judiciário.
Podemos dizer que esse controle é o nosso!
Por meio de um único órgão (controle concentrado)
Por meio de vários órgãos (controle difuso)
No Brasil temos um mix, isso porque é possível que o controle seja realizado por um
único órgão e de forma difusa paralelamente.
OBS. Tais controles são autônomos, ou seja, não posso condicionar um noutro, mas
chamo atenção para as questões dos efeitos. Caso existir decisão no concentrado,
teríamos a repercussão no difuso.
c) Controle Híbrido
Seria uma mistura dos dois sistemas anteriores.
Logo, algumas normas seriam de análise específica dessa Corte à parte dos três poderes;
enquanto outras, seriam apreciadas pelo Poder Judiciário.
4.2.1 EXCEÇÕES A REGRA DO CONTROLE JUDICIAL POSTERIOR /
REPRESSIVO
A regra em terra tupiniquim é o controle realizado pelo Judiciário, por meio
concentrado ou difuso.
Segundo Lenza, comporta algumas exceções que é a realizada pelo Legislativo e
Executivo. Ele chega a mencionar os órgãos autônomos de controle como TCU; CNJ;
CNMP, mas que NÃO EXERCEM CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
PROPRIAMENTE DITO!
a) Exercido pelo LEGISLATIVO
Primeira dela:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites
de delegação legislativa;

Tal controle se materializa por meio do DECRETO LEGISLATIVO, no seguinte:


I – O poder Executivo tem o famoso poder regulamentar (art.84 IV) que serve para
dar fiel execução a lei. Em caso de extrapolar, o legislativo ta ali pra retirar.
OBS. Segundo Lenza tal controle, segundo parte doutrinária, é de LEGALIDADE,
acredito que no responder de questões devemos ter máximo cuidado.
II – É possível que nosso presida elabora a chamada Lei Delegada, por meio de
delegação do CN, que o faz por resolução com a especificação do conteúdo e os termos.
Em caso de extrapolar, decreto legislativo na bunda dele e a lei que extrapolou é
sustada.
A segunda exceção, refere-se as famosas MEDIDAS PROVISÓRIAS, se o CN
entender que ela é INCONSTITUCIONAL, poderá não convertê-la em lei. Segundo
Lenza, trata-se de controle de constitucionalidade.
b) Exercido pelo EXECUTIVO
Tinha uma resenha, pelo fato de antes da CF-88, os legitimados para ADI serem bem
curtinhos, o presida tinha um poder de não aplicar a norma se acreditasse que ela é
inconstitucional. Segundo Lenza, tal prerrogativa não se manteve com a nova CRFB.
OBS. No final, minha conclusão é, não existe mais esse poder, em questão se vê trazer
pra cá.
c) Órgãos Administrativos Autônomos de Controle
ELES NÃO REALIZAM CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
No máximo, pelo que pude entender, tais órgãos só podem deixar de aplicar a lei, acaso
acredite ser inconstitucionais, mas isso não gera controle de constitucionalidade!

5.0 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Pela minha interpretação, analiso isso apenas como forma de separar os critérios para
classificação.
Sempre analisar esse quadro para não termos dúvida!
Outra coisa, CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE = REFEREM-SE A
AMBAS AS FORMAS, DIFUSO/CONCRETO E CONCENTRADO/ABSTRATO
Cuidado, já mamei numa questão porque não tive ATENÇÃO!
Normalmente =
Concentrado → via principal;
Difuso → via incidental.
CONTUDO, é possível a MESCLA! Eu posso estar discutindo uma situação que é de
competência originária do órgão (concentrado), e de forma prejudicial / incidental
discutir a constitucionalidade da lei.
Vejamos, o STF de acordo com a CRFB tem competência originária para discutir alguns
certos HCs; HDs ou MSs contra ato do Presida, logo, eu impetro essa peça e
incidentalmente discuto a constitucionalidade da norma. É uma forma de termos o
controle concentrado de forma incidental.
Agora, analisaremos a primeira forma de controle.
5.1 CONTROLE DIFUSO / CONCRETO
Tem como contexto histórico o famoso caso Marbury X Madison, basicamente foi
uma discussão acerca da competência entre lei infra x constitucional, sendo determinado
que a última deveria prevalecer.
Também podemos chama-lo de via de exceção ou de defesa; controle aberto, será
realizado por QUALQUER JUÍZO / TRIBUNAL do Poder Judiciário, sobre
QUALQUER LEI / ATO! Desde que, obviamente observadas as regras de
competência processual.
Tal controle seria verificado diante de um caso concreto, sendo a discussão de
inconstitucionalidade levantada prejudicialmente. Ou seja, nossa causa de pedir, na
parte dos fundamentos jurídicos seria baseado nessa suposta inconstitucionalidade.
Frisa-se o principal aqui não é o controle em si, mas para se chegar no meu pedido
precisamos discutir essa inconstitucionalidade / constitucionalidade.
5.1.1 CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO – FULL BENCH
Disposta em nossa CRFB:
Art. 97. Somente pelo voto da MAIORIA ABSOLUTA de seus membros ou dos membros do respectivo
órgão especial poderão os tribunais declarar A INCONSTITUCIONALIDADE de lei ou ato normativo do
Poder Público.

Normalmente, em sede recursal, arguida uma questão incidental de


inconstitucionalidade o órgão, a depender da forma que estiver organizado seu
regimento, após a ouvida do MP e das partes submete a questão ao órgão fracionário,
que sobre a situação poderá:
I – Rejeita a arguição e prossegue o julgamento;
II – Acolhe a arguição, devendo a matéria, de acordo com o art.97 ser submetida ao
pleno / órgão especial.
Daí, para que seja declarada a inconstitucionalidade da lei, será necessário a votação
da maioria absoluta.
Trata-se de uma condição de validade e eficácia.
Posteriormente, a questão é devolvida para o órgão fracionário discutir o mérito da
demanda.
Logo, segundo Lenza teríamos três acórdãos: 1) referente a aceitação da arguição; 2)
referente a votação acerca da inconstitucionalidade; 3) acórdão acerca do mérito da
demanda. Eventual R.E, somente após o “3”.
Válido destacar sobre o assunto, importante súmula, sempre cobrada em concursos:
SV 10 - Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal
que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder
público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

Temos que ter é atenção, nas situações em que dispensam a observância a tal
cláusula:
I – Existir decisão do pleno / órgão especial do Tribunal; Decisão do STF.
II – Manutenção da CONSTITUCIONALIDADE pelo Tribunal.
III – Normas PRÉ-CONSTITUCIONAIS, anteriores a CRFB, veremos análises de
recepção ou revogação.
IV – Interpretação conforme;
V – Decisão cautelar.
VI – A princípio não se aplicaria as Turmas do STF em julgamento de RE, visto que
tem toda uma mutreta regimental, sendo necessário que ocorra o preenchimento de
certos requisitos para ser levado ao pleno. Então, muito cuidado!
VII – Não precisa ser observado pelas Turmas Recursais.
VIII – Ao Juiz de Primeira Instância.
OBS. Como observado acima, uma situação bem interessante quanto aos órgãos
autônomos administrativos é a sua capacidade, não de controle, mas sim de afastar
normas inconstitucionais. Segundo Lenza, para esse afastamento, eles precisam
observar a cláusula de reserva de plenário. ACERTEI UMA QUESTÃO POR
CAUSA DISSO!!!!!!!!!!!!!!!!
5.1.2 EFEITOS DA DECISÃO

INTER PARTIS; EX TUNC;


Via de regra serão:

NÃO VINCULANTE
Como tudo no direito, obviamente tais regras apresentam suas exceções:

I – Quanto ao efeito inter partis:


Tradicionalmente, para obtenção de erga omnes, seria necessário a atuação do SF por
meio de resolução de acordo com o art.52, X. contudo...
Aqui temos o chamado: Transcendência dos Motivos Determinantes da Sentença em
controle difuso (bisonho pois dizer direito diz que o STF não aceita, apesar de se
aproximar, segundo dizer direito mais seguro seria NÃO MENCIONAR NA PROVA) /

ABSTRATIVIZAÇÃO DO
CONTROLE DIFUSO OU
OBJETIVIZAÇÃO do controle difuso.
Segundo essa teoria quando o STF declarar a inconstitucionalidade de uma lei, poderá
por meio desse artigo acima dar efeito erga omnes, teríamos então a aplicação da
mencionada teoria.
OBS. Além de erga omnes, a decisão também é VINCULANTE.
OBS. Trata-se de uma análise MODERNA. Segundo Doutrina Tradicional ela ainda é
inter partes e não vinculante.

Entender esse assunto, passa pela recente mutação constitucional (Inf. 886) do
seguinte artigo:
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva
do Supremo Tribunal Federal;

Logo, quando o STF declarar uma lei inconstitucional, essa atuação do S.F é tão
somente para dar publicidade. Logo, o efeito erga omnes decorreria da própria decisão.
II – Modulação dos Efeitos
Tem sido admitida a técnica de MODULAÇÃO DE EFEITOS.
Logo, precisamos ter o seguinte esquema em mente.

RE declarou INCONSTITUCIONALIDADE, para modular efeitos preciso de → 2/3

RE declarou CONSTITUCIONALIDADE, para modular efeitos preciso de →


MAIORIA ABSOLUTA
OBS. Controle Difuso/Concreto e Ação Civil Pública, segundo o STF, ela não pode ser
utilizada para substituir (sucedâneo) uma ação direta de inconstitucionalidade.
CONTUDO é possível levantar uma discussão INCIDENTAL, basicamente levanto
uma questão por meio da ACP e para passar pelo mérito, incidentalmente preciso
analisar a inconstitucionalidade de uma lei X.
5.2 CONTROLE CONCENTRADO / ABSTRATO
Veremos agora o controle concentrado (segundo Lenza, é concentrado porque fica em
um único tribunal), o qual se dar pelas famosas ações:
5.2.1 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI GENÉRICA)
5.2.1.1 Conceito
Nosso fim aqui é declarar a INCONSTITUCIONALIDADE de uma LEI ou ATO
NORMATIVO federal ou estadual.
Ou seja, meu próprio pedido é a declaração de inconstitucionalidade!
5.2.1.2 Objeto
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual [...];

Ou seja, teremos como objeto lei ou ato normativo federal / estadual, que seja
incompatível com o PARÂMETRO ou PARADIGMA DE
CONFRONTO no caso a CRFB.
Veja, a análise acima é feita pelo STF.
É possível que também seja feito pelo TRIBUNAL DE JUSTIÇA, quando o objeto for
lei estadual / municipal em FACE da CONSTITUIÇÃO ESTADUAL!
OBS. É possível o TJ utilizar como parâmetro a CRFB, desde a lei / ato estadual ou
municipal esteja violando uma norma de reprodução obrigatória da C.E.
OBS. Veja, apesar do DF produzir Lei Orgânica, que é naturalmente produzido pelo
Municípios, ela possui natureza de CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. Logo, poderá ser
alvo de ADI!
S 642 STF – Não cabe Ação Direta de Inconstitucionalidade de Lei do Distrito Federal da sua
competência Legislativa Municipal

OBS. Quando uma lei municipal, contraria a sua lei orgânica será feito uma análise de
LEGALIDADE / ILEGALIDADE!!!
Bom frisar, é o momento REPRESSIVO / POSTERIOR, ou seja, não podemos
discutir por meio de ADIn um projeto de lei ou projeto de ato normativo!
OBS. Lenza defende ser possível controle concentrado em vacatio legis, ou seja, em
questões devo me atentar.
Agora, iremos nos debruçar sobre possíveis objetos de ADIn:
a) Leis
Segundo Lenza, o objeto “leis” seriam todas as seguintes espécies normativas, presentes
na CRFB:
Art. 59:

I - emendas à Constituição;

II - leis complementares;

III - leis ordinárias;

IV - leis delegadas;

V - medidas provisórias;

VI - decretos legislativos;

VII - resoluções.

OBS. Sanção projeto de lei, NÃO CONVALIDA VÍCIO DE INICIATIVA!


b) Ato Normativo
Para que ele seja objeto de uma ADIn, é necessário conter: autonomia jurídica;
abstração; generalidade; impessoalidade.
Assim, Alexandre de Moraes, exemplifica como atos normativos:
resoluções administrativas de tribunais;
atos estatais de conteúdo meramente derrogatório (resoluções administrativas que
incidem sobre atos de caráter normativo);
regimentos internos dos tribunais;
resoluções do CNJ e CNMP;
Decretos do Presida de promulgação de tratados e convenções internacionais;
deliberações administrativas dos órgãos judiciários e dos TRTs.
Decretos Legislativos
Decretos Autônomos (Art.84, VI)
Lenza ainda traz a situação da Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa que proibiu
a doação de sangue de homossexuais, para o STF tal resolução guardou todos os
requisitos mencionados acima.
c) Medida Provisória
Como vimos, ela também poderá ser alvo da ADI, mas devemos ter atenção em alguns
pontos.
I – Caso ela seja convertida em lei, o autor da ADI deverá fazer uma emenda, ela é
dispensada, se não houver alterações significativas.
II – Perdendo sua eficácia, ante ao decurso do prazo, a ADI ficará prejudicada.
OBS. A conversão da MP em lei, não afasta o vício formal, quanto aos requisitos
pressupostos do ato, como urgência e relevância. Tais requisitos, poderão ser alvo de
controle pelo STF, mas de forma EXCEPCIONAL!
OBS. Caso um MP, revogue uma lei alvo de ADI, tal ação poderá ser julgada
normalmente enquanto a MP não for votada. Logo, enquanto tal MP não é confirmada
não opera normalmente os efeitos da revogação, consequentemente não temos a perda
do objeto!
d) Tratados Internacionais
Qualquer deles, podem ser objetos!
OBS. Não podem ser alvos normas originárias do Poder Constituinte Originário!
OBS. É possível utilizar-se da técnica modulação de efeitos, quando discutir recepção
ou não de norma anterior a CRFB.
OBS. Ainda, segundo Lenza, é possível utilizar-se da técnica inconstitucionalidade por
arrastamento, nesses casos de análise de recepção ou não recepção.
OBS. Lembrando, quanto aos referentes a direitos humanos é possível torna-los como
PEC, por conta disso, sendo aprovados, eu posso usar eles como PARÂMETRO DE
CONTROLE!
e) Atos Estatais de Efeitos Concretos e Atos Estatais de Efeitos Concretos Editados
sob a forma de lei (exclusivamente formal)
Tais atos, não veiculam normas disciplinadoras de relações, como a criação de um
município.
Inicialmente, o STF não aceitava ADIn contra atos estatais de efeitos concretos, por
considerar eles ausentes de abstração ou generalidade.
CONTUDO, por meio de uma medida cautelar (a qual devemos acompanhar – ADI
4047) o STF criou uma distinção entre aqueles que são editados sob a forma de lei x os
que não são editados sob a forma de lei.
Ou seja, passou a aceitar ADI CONTRA LEI ORÇAMENTÁRIA.
Logo, atos estatais de efeitos concretos editados SOB A FORMA DE LEI =
ALVOS DE ADIN.
f) Lei revogada ou que tenha perdido a sua vigência após a ADI
Seja revogação ou perca da vigência, a regra é = prejudicialidade, teremos a perda do
objeto! Segundo o STF, a manutenção dessa ação tornaria a ADI um meio para discutir
problemas concretos, algo que deveria ser feito nas vias ordinárias.
OBS. Utilizaremos ADPF!
Agora ATENÇÃO!! Tivemos situações em que o STF excepcionou essa regra!!
Nas ADIs 3232 e 3306, eles consideraram que houve fraude processual, ou seja, a
revogação foi com o intuito de afastar o julgamento da corte.
Em outro caso, houve a informação tardia. ADI 951
Noutros dois ADI 2501 e 2418, foi notado uma continuidade normativa, apesar de haver
a revogação o texto da lei permaneceu!
5.2.1.3 Legitimados
Disclaim, os legitimados aqui tratados alcançam ADO / ADPF / ADC.
Segundo a CRFB:
I - o Presidente da República;

II - a Mesa do Senado Federal;

III - a Mesa da Câmara dos Deputados;

IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;

V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

VI - o Procurador-Geral da República;

VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; ********

IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. *******

Os grupos em NEGRITO, precisam demonstrar a chamada PERTINÊNCIA


TEMÁTICA, basicamente é a demonstração de interesse que esses legitimados tem
naquela lei.
Os outros, que não estão em negrito são chamados de → Universais Ou Neutros,
dispensam essa comprovação!
Outra questão é a representação por advogado, os mencionados ****, precisam estar
representados por advogados! Os quais deverão anexar uma procuração, que é
especial, conferindo poderes específicos, detalhando qual a lei será questionada e o
motivo!
OBS. Em relação ao partido político, a sua representação poderá ser em qualquer Casa
do CN. A perca superveniente do único parlamentar, não impede a continuidade do
processo!
OBS. Quem tem a representação é o DIRETÓRIO NACIONAL, logo o PT-PE não
pode ajuizar a ação.
OBS. Procurador Público possui capacidade postulatória para interpor RE em ação de
controle concentrado de constitucionalidade, desde que o legitimado tenha outorgado
poderes! O que eles não podem, juntamente com a figura do Estado é ser o recorrente
em si, a figura.
OBS. Caso o Governador esteja afastado CAUTELARMENTE, não terá legitimidade
para propor ação de controle concentrado!
Os Conselhos de Fiscalização Profissional NÃO SÃO LEGITIMADOS! O único é a
OAB.
Em relação ao que se caracteriza como entidade de âmbito nacional:
I – Homogeneidade entre os membros integrantes;
II – Representatividade da categoria em sua totalidade e comprovação do caráter
nacional dela, pela presença efetiva de associados em pelo menos NOVE
ESTADOS-MEMBROS;
III – Pertinência Temática
OBS. Mero Segmento; não comprovar a representatividade da totalidade = sem
legitimidade!
OBS. ANAMAGES (Associação Nacional dos Magistrados Estaduais) não tem
legitimidade para discutir interesses de toda a categoria, apenas relativos a pleitos
estaduais, de um Estado da Federação!
No quesito das confederações sindicais, elas são as ÚNICAS LEGITIMADAS. Assim,
NÃO O SÃO: CENTRAIS SINDICAIS; SINDICATOS; FEDERAÇÕES AINDA
QUE DE MESMA ABRANGÊNCIA NACIONAL.
OBS. Associação de Associação poderá ser legitimado!!!
OBS. Mesa do CN NÃO TEM LEGITIMIDADE!
OBS. Digamos que o PGR oponha a ADI, somente ele poderá opor possíveis EDs, não
pode por exemplo a OAB, ainda que legitimada para as ações opor!
5.2.1.4 Procedimento
Seu procedimento encontra-se disposto na Lei 9.868/1999, responsável por regular
também: ADC / ADO, sendo aplicável subsidiariamente a ADPF!
Primeiro ponto, sua petição inicial:
Art. 3o A petição indicará:

I - o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos do pedido em relação


a cada uma das impugnações;

II - o pedido, com suas especificações.

Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, quando subscrita por
advogado, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias da lei ou do ato normativo impugnado
e dos documentos necessários para comprovar a impugnação.

OBS. Quanto aos fundamentos jurídicos do pedido, lembrar do CPC. Porque, o STF
poderá declarar a inconstitucionalidade da lei por outro motivo, sem ser o apontado na
petição inicial (Juiz conhece o direito), temos a situação da CAUSA DE PEDIR
ABERTA! Contudo, deverá estar adstrito ao pedido!
É possível que algum desses requisitos venham faltando, por conta disso será
considerada inepta, pelo Relator, sendo aberto possibilidade para um dos poucos
recursos, Agravo Interno:
Art. 4o A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente improcedente serão
liminarmente indeferidas pelo relator.

Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.

Ta show a petição inicial, passamos para colheita de informações das autoridades que
emanou o ato, para ser fornecida em 30 DIAS!
Art. 6o O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das quais emanou a lei ou o ato
normativo impugnado.

Parágrafo único. As informações serão prestadas no prazo de trinta dias contado do recebimento do
pedido.

Depois disso, ouviremos AGU e PGR (nessa sequência)


Art. 8o Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União
e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de quinze dias.

Quando a atuação do AGU, nossa CRFB dispõe:


§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a INCONSTITUCIONALIDADE, em tese, de norma legal
ou ato normativo, CITARÁ, PREVIAMENTE, O ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO, que defenderá o ato ou
texto impugnado.

Custos Legis → Atuação do MP como Fiscal da Lei e da Ordem.


No caso do AGU, falamos em Defensor Legis ou Curador da Lei, logo ele tem uma
missão constitucional de no controle concentrado defender a lei! Seja ela federal ou
estadual!!
Apesar da determinação constitucional, o STF tem entendido situações as quais ele
NÃO está obrigado a defende-la:
I – O STF anteriormente, já declarou a lei inconstitucional;
II – A assinatura do AGU em conjunto com o Presidente da República da petição inicial
que discute a inconstitucionalidade da lei.
OBS. Por óbvio, caso o Presida oponha a ADI, e o AGU atue em conjunto dele para
confecção da peça, não teria o menor sentido posteriormente ele que redigiu a peça
defender a constitucionalidade.
III – Normas contrárias ao interesse da União.
Avançando, quanto ao PGR, válido mencionar a disposição constitucional:
§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de
inconstitucionalidade e em TODOS OS PROCESSOS de competência do Supremo Tribunal Federal.

Após as colhidas, poderá o relator manejar duas ferramentas importantíssimas: amicus


cúrie, posteriormente analisado, e uma audiência pública:
Art. 7o NÃO SE ADMITIRÁ INTERVENÇÃO DE TERCEIROS no processo de ação direta de
inconstitucionalidade.

OBS. Note a literalidade do mencionado artigo!


§ 2o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá,
por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de
outros órgãos ou entidades.

Art. 9o Vencidos os prazos do artigo anterior, o relator lançará o relatório, com cópia a todos os
Ministros, e pedirá dia para julgamento.

§ 1o Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato ou de notória


insuficiência das informações existentes nos autos, poderá o relator requisitar informações adicionais,
designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou fixar data para, em
audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria.

Podemos dizer que é uma ferramenta da teoria de Peter Haberle, acerca da sociedade
aberta de intérpretes.
CUIDADO! Passado esse tempo, para a INSTALAÇÃO DA
SESSÃO, precisaremos de pelo menos 8 Ministros!!!
Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo
somente será tomada se presentes na sessão pelo menos OITO MINISTROS.

OBS. Na ADPF a instalação precisa de 2/3.


Uma coisa interessante é o momento em que a decisão passa a valer, ou seja, vincula!
Por mais bisonho que seja se dar com a PUBLICAÇÃO DA ATA DE
JULGAMENTO!
Alguns detalhes:
Art. 5o Proposta a ação direta, não se admitirá desistência.

Como visto acima, é vedada a intervenção de terceiros, salvo o amigo da corte.


Não temos prazo prescricional ou decadencial para propositura da ação.
Um ponto importante é quanto aos recursos, a princípio vislumbraríamos apenas o ED
e o Agravo Interno:
Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato
normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos
declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória.

Outro ponto, é o princípio da parcelaridade, na declaração de inconstitucionalidade é


possível que ele declare PARCIALMENTE, podendo ser apenas uma parcela do
texto! Tal situação é diferente do veto do Presida, que precisa ser quanto a todo artigo /
alínea / inciso escolhido.

menos
Para declaração de inconstitucionalidade, precisamos que pelo

SEIS MINISTROS se manifestem! Acho


bom ter cuidado, pois a lei fala em seis, não em maioria absoluta.
Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-á a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da
disposição ou da norma impugnada se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos seis
Ministros, quer se trate de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de
constitucionalidade.

INSTALAÇÃO → 8
DECISÃO → 6
DECISÃO CAUTELAR → MAIORIA ABSOLUTA
5.2.1.5 Efeitos da Decisão
A ADI e ADC, possuem um efeito interessante que é a ambivalência.
O que quer dizer, no momento em que eu ajuízo uma ADI e o STF julga improcedente,
ele está declarando aquela norma como constitucional, de forma ABSOLUTA!
Por outro lado, uma ADC que visa a constitucionalidade de uma norma federal, poderá
ser improcedente, ou seja, estou dizendo em miúdos que aquela norma é
INCONSTITUCIONAL.
Seus efeitos serão ex tunc → retroativos. A norma é retirada do ordenamento, como se
nunca tivesse existido.
OBS. Lembrar da eficácia executiva/instrumental.
Contudo, como tudo, exceção, o STF poderá utilizar-se do instituto chamado
modulação dos efeitos, analisado mais a frente.
Com o efeito retroativo e a não utilização da modulação dos efeitos, temos o chamado
efeito repristinatório, a lei anterior que foi revogada pela norma declarada
inconstitucional voltará a vigorar, como se nada tivesse acontecido.
ATENÇÃO! Caso a lei que eu discuta a inconstitucionalidade, venha a ser declarada
assim, mas a lei que retorna com o efeito repristinatório, também esteja maculada,
preciso informar!!!! (Efeito Repristinatório Indesejado)
Agora, a pica surge no seguinte, muito izi se ambas as normas foram pós-
constituição, mas e se eu tiver uma delas que é pré-constituição?
A primeira, que é pós-constitucional será declarada, por óbvio inconstitucional.
Quanto a anterior, pré-constitucional, será declarada a sua revogação por ausência
de recepção!
Efeitos Repristinatórios ≠ Repristinação, nela temos uma situação que por regra não é
admitida no ordenamento, sendo necessário uma previsão expressa. Por outro lado,
naquela é um efeito decorrente da ação de controle concentrado, oriunda de uma decisão
judicial!
Outra coisa em relação ao efeito da decisão, que novamente, é a partir da publicação da
ata de julgamento são os efeitos erga omnes e vinculantes.
Quanto ao último:
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos
e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.

Ao STF, o que se vincula são as suas TURMAS, NÃO VINCULANDO O


PLENÁRIO QUE PODERÁ DISCUTIR DIFERENTEMENTE! Por óbvio.
O Executivo fica vinculado. (Em relação a MP, acredito que não)
Quanto ao Poder Legislativo, atenção porque nele não temos vinculação, com o fito
de evitar a fossilização da Constituição.
Uma questão é o que vincularia, a fundamentação? O dispositivo? O STF entende pela
teoria restritiva, ou seja, o que vincula é apenas o
DISPOSITIVO.
Ao lado dessa teoria, temos a chamada Teoria da Transcedência dos Motivos
Determinantes, segundo ela a fundamentação também vincularia, mas ela não é aceita
pelo STF!
Uma situação super interessante é a decisão transitada em julgado, com
fundamento em lei que posteriormente o STF declarou inconstitucional. Temos que
ter em mente o seguinte, não ocorre a sua rescisão de forma automática! Ou seja,
teremos que utilizar a ação rescisória, por óbvio se ainda tiver dentro do prazo
prescricional!
5.2.1.6 Modulação dos Efeitos
Como vimos, o acórdão da ADI produz efeitos ex tunc, negócio é, sabemos a pica que
uma lei que regulou várias relações do nada seja declarada inconstitucional poderia
gerar para pessoas, a confusão gigante.
Assim, a lei que dispõe acerca da ADI, nos informa:
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de
segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria
de 2/3 de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a
partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

Após a leitura do artigo, concluímos que a modulação de efeitos é uma forma de afastar
a regra geral do efeito retroativo, assim, no lugar poderemos decidir que a eficácia seja
a partir do trânsito ou outro momento fixado, como ex nunc.
Para isso, precisaremos de dois requisitos: segurança jurídica ou excepcional
interesse social.

Para a possibilidade de isso rolar, precisamos que 2/3


dos Ministros do STF se
manifestem. (Equivale a 8 Membros, eu teria cuidado em responder, para não dizer que
é contra a literalidade)
Como já mencionado acima, poderá ser usada em QUALQUER AÇÃO DE
CONTROLE CONCENTRADO, ATÉ ADPF!!!!!!!!!!!!! Até mesmo quando
tratarmos de recepção / revogação das normas anteriores a CRFB.
Outra coisa, ainda que não pedido na inicial, o Tribunal poderá declarar!
Outro julgado interessante, o STF inicialmente, num pedido feito pelo PGR declarou a
inconstitucionalidade, seguindo a regra que é os seus efeitos ex tunc. Posteriormente o
PGR opôs ED, requerendo a modulação dos efeitos, o que foi devidamente
ATENDIDO.
5.2.1.7 Pedido de Medida Cautelar na ADI
CABE EM TODAS AS AÇÕES DE CONTROLE CONCENTRADO.
O que devemos ficar atento, é como se dar em cada uma.
Aqui por óbvio, na ADI, busco a retirada da norma, por meio da sua declaração de
inconstitucionalidade, logo, a cautelar é um adiantamento, ou seja, vou requerer
temporariamente a suspensão da norma.
Vemos a regulação a partir do art.10:
Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da
MAIORIA ABSOLUTA (ATENÇAO NA LITERALIDADE) dos membros do Tribunal, observado o disposto no
art. 22 (instalação da sessão), após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato
normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias.

Tal decisão é dada pela maioria absoluta (6 membros) do STF, mesmo quórum para
declaração de inconstitucionalidade (ARTIGO MENCIONA 6 MINISTROS)
Julgando necessário o Relator, poderá ouvir AGU e PGR (3 dias), bem como os órgãos
emanadores da lei (5 dias)!
§ 1o O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da
República, no prazo de três dias.

§ 3o Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a medida cautelar sem a audiência
dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado.

Uma coisa interessante, é quanto aos seus efeitos, que serão EX NUNC! Mas será
ERGA OMNES. De forma excepcional, poderá o Tribunal conferir efeito ex tunc.
OBS. Por óbvio, como não é a decisão final, caso a medida seja indeferida, não teremos
qualquer tipo de efeito.
Por fim, válido mencionar uma importante prerrogativa do relator, que no lugar de
julgar a cautelar, pode enviar diretamente para o julgamento do seu mérito:
Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da relevância da matéria e de seu
especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das
informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador-
Geral da República, sucessivamente, no prazo de cinco dias, submeter o processo diretamente ao
Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação.

OBS. Não é possível desistir de cautelar!


5.2.1.8 Amicus Curiae (Amigo da Corte)
Como acima, será cabível em TODAS AS AÇÕES DE CONTROLE
CONCENTRADO!
Primeiro ponto, RELATOR é ele que decide SE CABE OU NÃO AMIGUINHO.
Outra coisa, interposição de recurso contra a decisão do relator, atualmente, é possível
SIM, quando ele INADMITIR a entrada do amicus. Por óbvio, admitida, não cabe
qualquer tipo de recurso.
Até quando ele poderá adentrar no processo?
Até a data em que o Relator liberar o processo para a pauta.
Outro ponto, segundo juris (ADI 4.071) é necessária uma pertinência temática entre os
objetivos da entidade e o conteúdo discutido no processo.
E seus poderes?
Sustentação oral; não pode formular ou aditar o pedido na inicial, muito menos
formular pedido cautelar!
OBS. O CPC trouxe em seu bojo uma disciplina acerca do amigo da corte, normalmente
não aplicamos nas ações de controle concentrado. Logo, só admitimos em ações de
controle concentrado PESSOAS JURÍDICAS, nem mesmo parlamentares poderiam
ser!
5.2.2 AÇÃO DIRETA DE CONSTITUTIONALIDADE
Tal ação, como o seu título indica, tem como fito declarar a constitucionalidade de uma
lei, transformando a presunção de constitucionalidade de relativa, para
ABSOLUTA!
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

a) [...] ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo FEDERAL;


OBS. Como exaustivamente dito, entre ADC e ADI temos uma relação de ambivalência
/ duplicidade.
Em relação aos seus legitimados, como dito são os mesmos da ADI!
Agora, quanto ao seu objeto, temos uma diferença ESSENCIAL, ELA É SOMENTE
PARA LEI OU ATO FEDERAL!!!!
5.2.2.1 Procedimento
Seu procedimento é bem similar a ADI, com algumas observações:
Art. 14. A petição inicial indicará:

I - o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os fundamentos jurídicos do pedido;

II - o pedido, com suas especificações;

III - a existência de controvérsia JUDICIAL relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação
declaratória.

Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, quando subscrita por
advogado, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias do ato normativo questionado e dos
documentos necessários para comprovar a procedência do pedido de declaração de
constitucionalidade.

Além do seu objeto, esse inciso III é uma das diferenças do procedimento da ADI.
Quanto apresentamos a petição inicial, temos que demonstrar uma insegurança que vem
ocorrendo nos TRIBUNAIS acerca da aplicação daquela lei, sendo necessário o
posicionamento do STF.
Participação do AGU, entende-se que é dispensável!
PGR continua participando, com prazo de 15 dias para manifestação.
Art. 19. Decorrido o prazo do artigo anterior, será aberta vista ao Procurador-Geral da República, que
deverá pronunciar-se no prazo de quinze dias.

§ 3o As informações, perícias e audiências a que se referem os parágrafos anteriores serão realizadas no


prazo de trinta dias, contado da solicitação do relator.

Para instalação da sessão necessário 8 ministros também, bem como a declaração


de constitucionalidade precisaremos de que 6 se manifestam pela
constitucionalidade!
Cabe amigo da corte.
Sua decisão é ex tunc, contudo, poderá sofrer modulação de efeitos.
Também sua decisão vincula os órgãos como a ADI, salvo STF e Legislativo.
5.2.2.3 Medida Cautelar
O pedido cautelar tem como fito suspensão dos julgamentos envolvendo a lei, alvo de
controle:
Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir
pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de
que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou
do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo.

Para sua concessão, como lido se mostra necessário a decisão da MAIORIA


ABSOLUTA!
Uma coisa interessante é o único do mencionado artigo:
Parágrafo único. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção
especial do Diário Oficial da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo o
Tribunal proceder ao julgamento da ação NO PRAZO DE CENTO E OITENTA DIAS, sob pena de
perda de sua eficácia.

Ou seja, o prazo de suspensão é 180 dias, passado esse período sem o julgamento pelo
STF a suspensão termina e os tribunais e juízes poderão retornar os seus julgamentos
relacionados a lei.
5.2.3 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO
Juntamente com o Mandado de Injunção, servem para combater a omissão do

legislador, no tocante as normas de eficácia LIMITADA! Busca-se o


combate a síndrome da inefetividade das normas constitucionais.
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional,
será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de
órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

MI → Controle difuso de constitucionalidade, ou seja, poderá ser julgada por vários


órgãos, ao contrário da ADO.

Como dito, seus legitimados são os mesmos da ADI!


5.2.3.1 Espécies de Omissão

Bom mencionar, a omissão poderá ser:


total (não existe norma) ou
parcial (existe, mas é insuficiente)
Exemplo da primeira, tivemos a questão da greve dos servidores públicos, até hoje sem
lei.
Em relação a segunda, como dito dividisse em:
Parcialmente PROPRIAMENTE DITA → a regulação existe, mas é deficiente.
Parcialmente RELATIVA → o ato existe, outorga determinado benefício a X, mas
deixa de conceder a 2X que deveria ser contemplado. Sempre ter atenção ao seguinte:
SV 37 - Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de
servidores públicos sob o fundamento de isonomia.

5.2.3.2 Objeto da ADO


O objeto da ADO É MAIS AMPLO, pois ela acaba abarcando atos normativos do
Judiciário / Executivo... Não apenas o legislativo, ou seja, acabamos fiscalizando até
atos normativos secundários!
OBS. Pendente ADO, a norma constitucional sem regulamentação, for revogada, a ação
será extinta por perda do objeto. No mesmo sentido, projeto de lei sobre a matéria para
o CN ou início do processo legislativo.
OBS. Apesar de possuírem fins idênticos, não existe fungibilidade entre MI e ADO.
5.2.3.3 Procedimento
Parecido com ADI.
Quanto a petição inicial:
Art. 12-B. A petição indicará:

I - a omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de dever constitucional de legislar


ou quanto à adoção de providência de índole administrativa;

II - o pedido, com suas especificações.

É possível participação do AGU:


§2 O relator poderá solicitar a manifestação do Advogado-Geral da União, que deverá ser
encaminhada no prazo de 15 (quinze) dias.

OBS. Ou seja, o único caso em que AGU É DISPENSADO É NA ADC.


De resto, tudo em casa.
OBS. No âmbito ADO temos uma chamada TÉCNICA APELO AO LEGISLADOR,
basicamente eu declaro inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade, apelando
para que ele resolva e toma as medidas necessárias!
5.2.3.4 Medida Cautelar
Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria
absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a
audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão
pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 1o A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo


questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de
procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal.

§ 2o O relator, julgando indispensável, ouvirá o Procurador-Geral da República, no prazo de 3 (três)


dias.

§ 3o No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral aos representantes
judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela omissão inconstitucional, na
forma estabelecida no Regimento do Tribunal.

Após a leitura do artigo, notamos que a cautelar da ADO é bem maior do que a ADI /
ADC:
→ Suspender a aplicação da lei ou ato (aplicável apenas as omissões parciais, visto que
nela existe lei)
→Suspender processos ou procedimentos administrativos (pelo jeito sem prazo)
→ Uma providência fixada pelo Tribunal.
5.2.3.5 Efeitos da Decisão
Por óbvio, declarada a omissão não poderá o STF legislar sobre a matéria.
Nisso, ele atuará:
→ Dando ciência ao poder competente
→ Em relação a órgão administrativo, é dado um prazo de 30 dias para que ele supra
a omissão.
OBS. De acordo com o 12-H §1 é possível um prazo diferenciado dado pelo STF,
ante as circunstâncias especificas e o interesse público.
Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância do disposto no art. 22, será
dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias.

§ 1o Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser adotadas no


prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo
em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido.

OBS. Em relação a ciência ao poder competente, é firme a jurisprudência do STF que


não é possível impor um prazo para que o legislativo atue.
- É possível FUNGIBILIDADE entre ADI e ADO!
5.2.4 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL
(ADPF)
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será


apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.

Tal Lei é 9.882/99, como vimos tal §1 era uma norma de eficácia LIMITADA!
5.2.4.1 Hipóteses de Cabimento
Poderá ser cabível: autônoma (direta) ou arguição incidental.
A autônoma:
Art. 1o A argüição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o
Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante
de ato do Poder Público.

Percebemos um caráter preventivo → evitar lesão; bem como repressivo → reparar


lesão. É necessário apresentarmos um nexo causal entre a conduta do Poder Público,
podendo tal lesão ser de qualquer ato administrativo, inclusive decretos
regulamentares! Ou seja, parecido com a ADO temos um escopo gigantesco!
Em relação a incidental:
Parágrafo único. Caberá também argüição de descumprimento de preceito fundamental:

I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo
federal, estadual ou municipal, INCLUÍDOS OS ANTERIORES À CONSTITUIÇÃO;

Nesse caso, será necessário demonstrarmos a controvérsia judicial sobre aplicação do


ato violador do preceito fundamental em nossa inicial.
OBS. Poderá ser manejada também para recepção de normas!
Além das hipóteses mencionadas, manejar ADPF contra decisões judiciais, SALVO
TRANSITADAS EM JULGADO!
Seria possível até maneja-la numa situação de omissão, desde que ferindo um preceito
fundamental!
Agora, o que NÃO PODEMOS USAR ADPF:

→ Para impugnar VETO DO CHEFE DO PODER


EXECUTIVO;
→ Para impugnar decisão judicial transitada;
→ Para rever Súmulas Vinculantes; e
→ Para impugnar Propostas de Emendas Constitucionais.
→ Controle preventivo
→em substituição aos embargos em execução
→para questionar norma anterior a 5/10/1988 ante a Constituição da época – só cabe se
for em relação à Constituição atual;
→contra discursos, pronunciamentos e comportamentos, ativos ou omissivos, atribuídos
ao Presidente da República, ministros de Estado ou outros integrantes do alto escalão do
Executivo (STF, ADPF 686)
OBS. Quanto aos legitimados, interessante é o inciso II que permite requerer ao PGR
por meio de representação a propositura de ADPF.
OBS. Podemos usar ADPF contra atos omissivos do Poder Público.
5.2.4.2 Preceito Fundamental
Não existe na lei, uma definição concreta do que seria preceito fundamental.
Temos algumas exclusões do que não seria: atos políticos, como o veto do presida.
5.2.4.3 Procedimento
Quanto a sua petição inicial:
Art. 3o A petição inicial deverá conter:
I - a indicação do preceito fundamental que se considera violado;

II - a indicação do ato questionado;

III - a prova da violação do preceito fundamental;

IV - o pedido, com suas especificações;

V - se for o caso, a comprovação da existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação do


preceito fundamental que se considera violado.

Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de mandato, se for o caso, será
apresentada em duas vias, devendo conter cópias do ato questionado e dos documentos necessários
para comprovar a impugnação.

Uma atenção temos que dar, pela leitura acima, a ADPF tem um escopo
GIGANTESCO, fica a impressão, para que eu iria precisar de outras ações? Ai que está
o pulo do gato!
Art. 4º § 1o Não será admitida argüição de descumprimento de preceito fundamental quando houver
qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.

Por meio desse artigo, chegamos ao princípio da SUBSIDIARIEDADE que ronda a


ADPF! Ou seja, para que ela seja cabível, não poderá existir outro meio eficaz de
sanar meu problema.
Passados análise de liminar (a qual falaremos em tópico específico) iremos pedir
informações aos órgãos no prazo de 10 dias
Art. 6o Apreciado o pedido de liminar, o relator solicitará as informações às autoridades responsáveis
pela prática do ato questionado, no prazo de dez dias.

§ 1o Se entender necessário, poderá o relator ouvir as partes nos processos (incidental) que ensejaram
a argüição, requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita
parecer sobre a questão, ou ainda, fixar data para declarações, em audiência pública, de pessoas com
experiência e autoridade na matéria.

OBS. Da leitura do artigo, apenas noto que o AGU / PRG irão se manifestar na liminar,
chuto que aqui também o AGU vai se manifestar, até porque ele pede manifestação do
MP que imagino seja na figura do PGR:
Parágrafo único. O Ministério Público, nas argüições que não houver formulado, terá vista do processo,
por cinco dias, após o decurso do prazo para informações.

Para instalação da SESSÃO também precisamos de 2/3 DE MINISTROS! mas


atenção para a LITERALIDADE DO ARTIGO!
Art. 8o A decisão sobre a argüição de descumprimento de preceito fundamental somente será tomada
se presentes na sessão pelo menos dois terços dos Ministros.
E para decisão, maioria absoluta!
Outro ponto importantíssimo:
Art. 13. Caberá reclamação contra o descumprimento da decisão proferida pelo Supremo Tribunal
Federal, na forma do seu Regimento Interno.
5.2.4.4 Efeitos da decisão
Art. 10. Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou órgãos responsáveis pela prática dos
atos questionados, fixando-se as condições e o modo de interpretação e aplicação do preceito
fundamental.

A decisão é imediatamente aplicável, sendo determinado pelo Presida do STF:


§ 1o [...] cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente.

Sua decisão é dotada de efeitos erga omnes e vinculante, bem como ex tunc.
E como na ADI, exceção a regra geral, que é a nulidade, teremos aqui também a
modulação de efeitos:
Art. 11. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no processo de argüição de
descumprimento de preceito fundamental, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de
excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus
membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu
trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

5.2.4.5 Medida Cautelar


De acordo com a lei:
Art. 5o O Supremo Tribunal Federal, por decisão da MAIORIA ABSOLUTA de seus membros, poderá
deferir pedido de medida liminar na argüição de descumprimento de preceito fundamental.

Uma situação deverás interessante, é o poder dado ao RELATOR:


§ 1o Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o
relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno.

Em questão da ouvida, todos eles terão um prazo comum de CINCO DIAS:


§ 2o O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato questionado, bem como o
Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da República, no prazo comum de cinco dias.

E em que poderá consistir a liminar?


→ Suspensão de andamento do processo ou os efeitos de decisões judicias;
→ Ou qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da ADPF.
SALVO, SE DECORRENTES DA COISA JULGADA!
- É possível aplicar o princípio da fungibilidade entre ADI e ADPF
SIM! Mas com a atenção a questão da dúvida objetiva e a proibição do erro
grosseiro!
5.2.5.5 REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA (IF)
De acordo com a CRFB:
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
Com a leitura do artigo, concluímos que a intervenção em outro ente é medida
EXCEPCIONAL!
Logo, é previsto pela CRFB, os casos excepcionais em que ela poderá ocorrer:
→ UNIÃO
Poderá intervir nos Estados / DF (Art.34)
Poderá intervir nos Municípios localizados em Território Federal (art.35)
→ ESTADOS
Poderão intervir em seus Municípios (art.35)
Tem como fim, resolver conflitos entre: União X Estados/DF ou União X Município
Território Federal ou Estados x Municípios
Lembrando que é um ato do Poder Executivo!
De acordo com Lenza, é possível separar da seguinte forma:

5.2.5.6 Representação Interventiva FEDERAL (ADI Interventiva FEDERAL)


Segundo a CF:
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:

III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da


República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal.

E quais são essas hipóteses:


VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.


e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde.

Assim, iremos manejar a ADI interventiva quando: violar princípio sensível e recusa a
aplicação da lei federal!
OBS. Segundo Lenza, jamais houve uma fase 2.
5.2.5.6.1 Objeto IF
A princípio, seria adstrito aos atos normativos, contudo o entendimento atual é amplo!
Logo, pode ser seu objeto:
→ Lei ou Ato normativo que viole princípios sensíveis
→ Omissão ou incapacidade das autoridades locais para assegurar o cumprimento e a
preservação dos princípios sensíveis, por exemplo, direitos da pessoa humana
→ Ato Governamental estadual que desrespeite princípios sensíveis
→ Ato administrativo que afronte os princípios sensíveis
→ Ato concreto que viole os princípios sensíveis
OBS. A fase Judicial mencionada, não gera no final a nulificação da lei ou ato! Ela
determina que o Presida realize a intervenção.
5.2.5.6.2 Princípios Sensíveis
Devidamente abordados acima!
5.2.5.6.3 Competência
É original do STF.
5.2.5.6.4 Legitimidade
É única do PGR!
No caso do passivo, seria o ente federal responsável por violar o princípio sensível!
5.2.5.6.5 Procedimento
Prevista na Lei 4.337, ainda temos a 12.562.
Apresentada a petição inicial, deve conter:
I - a indicação do princípio constitucional que se considera violado ou, se for o caso de recusa à
aplicação de lei federal, das disposições questionadas;

II - a indicação do ato normativo, do ato administrativo, do ato concreto ou da omissão questionados;

III - a prova da violação do princípio constitucional ou da recusa de execução de lei federal;

IV - o pedido, com suas especificações.

Parágrafo único. A petição inicial será apresentada em 2 (duas) vias, devendo conter, se for o caso,
cópia do ato questionado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação.
Será passível de indeferimento, de forma liminar, pelo relator, quando não for o caso de
representação interventiva, faltar algum dos requisitos estabelecidos nesta Lei ou for
inepta. É possível, contra essa decisão o manejo de Agravo!
Segundo Lenza, quando recebida a inicial, é necessário que haja previamente uma
tentativa de resolução pela via administrativa.
Problema não solucionado, pedido liminar apreciado ou no caso de não haver, recebida
a inicial:
Art. 6º [...], o relator solicitará as informações às autoridades responsáveis pela prática do ato
questionado, que as prestarão em até 10 (dez) dias.

§ 1º Decorrido o prazo para prestação das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-
Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de
10 (dez) dias.

Art. 7º Se entender necessário, poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou
comissão de peritos para que elabore laudo sobre a questão ou, ainda, fixar data para declarações, em
audiência pública, de pessoas com experiência e autoridade na matéria.

OBS. É possível aceitar amigo da corte.


Art. 8º Vencidos os prazos previstos no art. 6º ou, se for o caso, realizadas as diligências de que trata o
art. 7º , o relator lançará o relatório, com cópia para todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento.

Art. 9º A decisão sobre a representação interventiva somente será tomada se presentes na sessão pelo
menos 8 (oito) Ministros.

Em caso de ausência, teremos a suspensão do julgamento, para que possam estar


presentes o número suficiente para instalação!
Para procedência da ação, precisamos:
Art. 10. Realizado o julgamento, proclamar-se-á a procedência ou improcedência do pedido formulado
na representação interventiva se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos 6 (seis)
Ministros.

Art. 11. Julgada a ação, far-se-á a comunicação às autoridades ou aos órgãos responsáveis pela prática
dos atos questionados, e, se a decisão final for pela procedência do pedido formulado na representação
interventiva, o Presidente do Supremo Tribunal Federal, publicado o acórdão, levá-lo-á ao
conhecimento do Presidente da República para, no prazo improrrogável de até 15 (quinze) dias, dar
cumprimento aos §§ 1º e 3º do art. 36 da Constituição Federal.

Veja, é uma REQUISIÇÃO, o que quer dizer que o Presidente da República tem a
obrigação de prosseguir com a fase 2, consistindo numa intervenção branda, nela ele vai
adotar o seguinte posicionamento:
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII,(ex lei fed / princípios sensíveis) ou do art. 35, IV, dispensada a
apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender
a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.

Caso o §3 não seja suficiente, passamos para a fase 3 que é a intervenção efetiva!
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que,
se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da
Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
Em caso de não funcionamento do CN, será feito uma convocação extraordinária!
Lembrando que nesse momento, teremos o chamado controle político, realizado pelo
CN.
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo
impedimento legal.

Como as ações de controle concentrado, a decisão de mérito da IF, é: irrecorrível e


insuscetível de impugnação por ação rescisória!
5.2.5.6.6 Medida Liminar
Inicialmente, tinha se o posicionamento que o Judicial era responsável tão somente por
determinar ou não, a intervenção, não sendo cabível medida cautelar.
Isso mudou, com a lei 12.562:
Art. 5º O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir
pedido de medida liminar na representação interventiva.

E o que poderá consistir a liminar:


→ Suspensão do andamento de processos
→ Efeitos de decisões judicias ou administrativos ou de qualquer outra medida que
apresente relação com a matéria objeto da representação interventiva.
5.2.5.6.7 Representação Interventiva no caso de recusa à execução de lei federal
É uma das formas de iniciar a IF, ante a recusa de execução de lei federal por Estado /
DF!
Todas as disposições feitas, também serão aplicáveis a esse tipo de IF.
5.2.5.7 Representação Interventiva Estadual (ADI Interventiva Estadual)
Regulamentado pela 5.778/72, bem como 12.562/2011 no que couber!
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em
Território Federal, exceto quando:

IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios


indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

Ou seja, similar a IF, na Estadual necessito de provimento do TJ local, quando for para
assegurar:
→ Princípios da Constituição Estadual
→ Execução de Lei, de ordem ou decisão judicial
Por simetria, seu procedimento deve seguir o modelo FEDERAL!
Seu Legitimado, Ativo – PGJ; Passivo – Município

6.0 CONTROLE ABSTRATO (CONCENTRADO) DE


CONSTITUCIONALIDADE NOS ESTADOS-MEMBROS
De acordo com a CRFB:
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.

§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos


estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir
a um único órgão.

Logo, terá como controle leis ou atos normativos estaduais / municipais em face da
Constituição Estadual. Sendo a competência para julgamento o TJ local!
Segundo Lenza, seria possível que as Constituições Estaduais também abarcassem
outras ações como ADPF; ADO; ADC...
6.1 OBJETO
Como dito, será exclusivamente voltado para leis ou atos normativos estaduais ou
municipais!
Logo, leis federais somente serão alvo de controle pelo STF, agora ele jamais julgará
uma ADI com objeto de lei municipal perante a CRFB.
OBS. Cuidado filho da puta com a pegadinha, ele não julgará adi como objeto lei
municipal, não quer dizer que a lei municipal não é passível de controle de
constitucionalidade perante o STF, visto que podemos até chegar la por meio de RE, ou
pela própria ADPF.
6.2 COMPETÊNCIA
TJ local
6.3 LEGITIMADOS
Como muda de C.E para C.E, ficamos com a informação dada pela CRFB que é vedada
que seja um ÚNICO ÓRGÃO!
Questiona-se, é possível a C.E aumentar seu escopo, diferente do modelo federal, por
exemplo estender para DP, Procurado-Geral do Estado ou Município, Defensor Público
Geral do Estado, ou ainda iniciativa popular? Na visão de Lenza sim!
O STF já se manifestou como Deputado Estadual, legitimado, e entendeu como
constitucional!
6.4 PARÂMETRO DE CONTROLE
Seria complexo ou conjunto de normas superiores utilizadas como referência pelo
Tribunal competente para analisar a legitimidade constitucional de leis e atos
normativos submetidos a exame!
Como exaustivamente dito! Objeto da ADI Estadual é lei ou ato normativo estadual ou
municipal em face da Constituição ESTADUAL!, ou sendo o caso Lei Orgânica do
DF, como vimos tem natureza de Constituição Estadual.
OBS. Análise de compatibilidade entre L.O x Lei Municipal é de LEGALIDADE!
TJ não realiza controle de lei federal, seja em face da C.E ou CF!
A análise do STF de lei municipal é excepcional, por meio de ADPF, perante a CF.
OBS. Relembrando, essas regras são quanto o controle ABSTRATO, o difuso é potaria,
o TJ analisa o que vier!
6.5 QUESTÃO DAS NORMAS DE REPRODUÇÃO OBRIGATÓRIA
Como sabemos, existem normas que a C.E deve reproduzir obrigatoriamente o que diz a
CRFB!
Lenza traz a informação de que existe outro tipo de norma, a chamada de imitação!
Segundo ele, seja de imitação ou reprodução obrigatória, é possível que TJ local
tenha como objeto lei municipal/estadual e o parâmetro seja Constituição Federal,
caso haja violação numa dessas normas!
Uma coisa que devemos ter atenção é a possibilidade de Recurso Especial!
Regra geral, quando o TJ local realiza a interpretação de uma norma estadual ou
municipal em face do C.E, NÃO ABRE MARGEM PARA RE, visto que tal órgão é
o intérprete máximo daquela Constituição.
Situação DIVERSA, vemos quando o parâmetro é a Constituição Federal x Lei Ato
Normativo Estadual / Municipal, nos casos de REPRODUÇÃO OBRIGATÓRIA DE
NORMAS abrindo possibilidade que o STF tenha acesso a essa discussão por meio de
RE, até porque em relação a CRFB ele é o guardião máximo.
OBS. Segundo Lenza, não é possível que normas de imitação, abram margem para
R.E, apenas as de reprodução obrigatória!
Quando é levado a análise desse controle, por meio difuso ao STF, oriundo de um
controle concentrado. O seu julgamento produzirá os mesmos efeitos de uma ADI!
Ou seja, serão erga omnes; vinculantes; ex tunc. E ainda é possível modulação dos
efeitos!
Ou seja, podemos afirmar, muito cuidado como diz essa assertiva que o STF poderá
controlar sim, uma lei municipal perante a CRFB!
Agnt tem que pensar assim, a norma apesar de constar na C.E foi reproduzida da CRFB,
o TJ não tem competência para falar da CRFB que é o STF o guardião máximo.
Outras normas meio que fodaci.
6.6 Simultaneus Processus
Como sabemos, as leis estaduais no âmbito do controle concentrado, podem ser alvo de
ações perante o TJ e a C.E como parâmetro, como o STF e o parâmetro ser a CRFB.
Esse duplo controle, é dado o nome de simultaneidade de ações diretas de
inconstitucionalidade! Agora, somente será no seguinte caso:
– Lei Estadual que viola dispositivo da C.E e da CRFB ao mesmo tempo,
tratando-se na C.E de uma NORMA DE REPRODUÇÃO OBRIGATÓRIA:
Eventual ADI Estadual ficará SUSPENSA, até que o STF se manifeste!
Após o julgamento do STF, podemos ter os seguintes caminhos:
→ Caso o STF declare a inconstitucionalidade da lei estadual perante a CF = ADI
estadual perderá seu objeto, não mas produzindo efeitos a lei no referido Estado;
→ Caso o STF declare constitucional a lei estadual perante a CF = TJ poderá
prosseguir com o julgamento, pois perante a C.E tal lei poderá ser incompatível.
Ou seja:
Inconstitucionalidade → suspensão + perda do objeto
Constitucionalidade → TJ prossegue o julgamento
A situação acima, deduzimos que é O STF RECEBENDO PRIMEIRO A ADI.
- Digamos que foi proposta primeiramente a ADI estadual, TJ julgou, a ação
transitou, é possível que o STF no futuro examine essa lei, utilizando como
parâmetro a CRFB?
Para responder, temos que ficar ligado nas duas hipóteses:
→ TJ declara previamente como CONSTITUCIONAL = caso no futuro venha a ser
julgada ADI pelo STF, é possível que ele reconheça sua inconstitucionalidade
perante a CRFB. Prevalecendo essa nova decisão, inclusive sobre a coisa julgada
material!
→ TJ declara previamente como INCONSTITUCIONAL = não tem sentido mais
discutir essa lei estadual, já foi retirada do ordenamento!
OBS. Quanto ao último caso, houve uma situação bem peculiar, pois o TJ local, ante a
ADI no STF, no lugar de suspender a sua ação, prosseguiu com o julgamento. O STF
entendeu que ainda que retirada do ordenamento, ele poderia julgar! Visto que ele é o
responsável máximo da CRFB, não podendo TJ dar a palavra final. Assim, prejuízo
para a ação no STF, somente ocorrerá, cumulando: 1ª TJ julga pela procedência E
2ª a ADI discute inconstitucionalidade de preceito da C.E sem correspondência na
CRFB!. Caso tenha correspondência na CRFB, é dever do Supremo dar a última
palavra!

7.0 SENTENÇAS INTERMEDIÁRIAS


Tratam-se de formas em que o Tribunal relativiza o binômio
CONSTITUCIONALIDADE / INCONSTITUCIONALIDADE.
7.1 CLASSIFICAÇÃO
De acordo com José Adércio Leite Sampaio, é possível dividi-las em dois grandes
grupos:
7.1.2 Sentenças NORMATIVAS
Vemos uma forma de atuação do Poder Judiciário, como um “legislador negativo”, por
meio dessas sentenças, ele retira do sistema normas incompatíveis.
Aqui temos a criação de uma norma geral e vinculante, podendo ser desenvolvido das
seguintes formas:
a) Interpretativas
Temos uma multiplicidade de significados, temos que buscar um compatível com a
constituição, vemos isso por meio de duas técnicas: interpretação conforme e
declaração de inconstitucionalidade parcial, sem redução de texto.
Como diferenciá-las?
Interpretação Conforme → trata-se de um juízo positivo, aquela é a interpretação
válida. DISPENSA CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO
Declaração de Inconstitucionalidade Parcial Sem Redução → trata-se de um juízo
NÃO DISPENSA
negativo, aquela NÃO é a interpretação válida.
CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO
Pode-se justificar que na segunda, eu declaro a inconstitucionalidade, e é disposição
expressa na CRFB que inconstitucionalidade = cláusula de reserva de plenário.
OBS. Em relação a inconstitucionalidade parcial sem redução de texto, temos outros
nomes inconstitucionalidade material normativa / qualitativa / vertical! Lembrando
inconstitucionalidade é quanto a aplicação daquela determinada forma, NÃO O
TEXTO!
b) Aditivas
Adição, o STF adiciona uma hipótese, NÃO prevista em lei. Exs:

c) Substitutivas
Autoexplicativa, tenho um trecho X, substituo por Y, na situação em que ele entende
como inconstitucional a aplicação integral do trecho X.
Sobre esse assunto, bom ficar ligado, como tudo no direito é bagunça, visto que o STJ
impossibilitou tal combinação no que concerne ao tráfico de dorgas.
O ponto nerval é o art.273 do CP, por um problema, como tudo envolvendo penal e
sociedade, houve o aumento da pena nesses casos, assim alguém que falsifica um
xampu poderia ser condenado a no mínimo 10 anos de prisão.
O STJ vinha aplicando a pena do tráfico de dorgas ou contrabando, fazendo exatamente
essa combinação.
2021, O STF se manifestou e declarou a inconstitucionalidade do preceito
secundário da lei (pena) para a hipótese:
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a produtos
em qualquer das seguintes condições:

I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente;

Sendo nesses casos, aplicável a redação originária do art.273, que seria 1 – 3 anos.
OBS. É muito comum usar nesses casos o princípio da proporcionalidade, como nos
recordamos ele é uma moeda, posso usar ele para argumentar acerca de uma proibição
deficiente doutro lado, posso usar para defender uma proibição excessiva.
7.1.3 Sentenças TRANSITIVAS ou TRANSACIONAIS
Vemos uma espécie de negociação, como forme de evitar a retirada do ato, quando dar-
se a aplicação da teoria da nulidade.
a) Declaração de Inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade
Coloquialmente podemos resumir como: fera, ta errado, mas deixa do jeito que tá pra
não dar merda.
Podemos dizer que isso foi grande, no período de criação de municípios. Muito desses
casos ele disse é inconstitucional, mas iremos aguardar o prazo de 24 meses!
Depois de muita bronca, prazo passados, o legislativo convalidou os municípios.
b) Modulação Temporal de Efeitos
Para recordarmos:
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de
segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria
de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha
eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

Seu uso tá gigantesco: ações de controle concentrado; o STF vêm aplicando no difuso;
recepção / revogação de normas...
c) Inconstitucionalidade Progressiva ou Norma “ainda” Constitucional ou Norma
em trânsito para a inconstitucionalidade
De certa forma, autoexplicativo.
O grande exemplo foi a situação da Defensoria Pública e aplicação do prazo em dobro,
visto que ela não estava aparelhada, manteve-se o prazo em dobro, até o seu total
aparelhamento.
A DP aparelhada a manutenção do prazo em dobro seria um ferimento a isonomia,
comparado ao MP, que não tem prazo em dobro.

8.0 CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE


Trata-se de um controle de compatibilidade das leis x tratados de direitos humanos.
Ou seja, além de necessário compatibilizar a lei com a CRFB, teremos que
compatibilizar com os tratados internacionais que versam sobre direitos humanos.
Acerca da competência, no quesito controle difuso, qualquer chupa rola pode fazer.
Agora, acerca dos órgãos de cúpula, um cuidado:
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

Acerca dessa disposição constitucional, tem se entendido que esse é RESP não poderá
ser contra tratados de DIREITOS HUMANOS aprovados no rito ESPECIAL!
Logo, o STJ julga em RESP, tratado gerais e de direitos humanos NÃO
APROVADOS NO RITO ESPECIAL.
OBS. Tal posição não é pacífica!

9.0 SÚMULAS VINCULANTES


Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, DE OFÍCIO ou por provocação, mediante decisão
de 2/3 dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula
que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos
do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal,
bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.

Como visto, sua criação poderá ser de ofício ou por provocação!


Em relação a provocação; revista; cancelamento teremos os mesmos legitimados para
ADI! Com o acréscimo dos Tribunais Superiores e os 2ª Instância!
Com isso em mente, caso discorde da SV, deverá manejar instrumento próprio,
NÃO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE! MUITO MENOS
ADPF!!!!
Em caso desses pedidos, é necessário preenchimento de alguns pressupostos:
a) Mudança da legislação;
b) Alteração na Jurisprudência do STF
c) Alguma modificação concreta no panorama que evidencie a necessidade do pedido
Quanto a vinculação:
Poder Judiciário, em relação aos seus órgãos STF NÃO FICA!
Poder Executivo, alcança tudo, administração e etc.
Poder Legislativo, em relação a sua atividade TIPICA NÃO! Agora, no quesito
atípico, sim, basta lembrarmos da SV 13 e a proibição ao nepotismo!
A súmula começa a valer a partir da publicação a imprensa oficial!
OBS. Em caso de desobediência da SV, esgotado todas as vias, podemos manejar
reclamação!
OBS. Manejo da reclamação quanto a desobediência de súmula é apenas para as
VINCULANTES!

10.0 RECLAMAÇÃO
Em relação a sua natureza jurídica, existe controvérsia!
Contudo, majoritariamente ela é um DIREITO DE PETIÇÃO!
Gilmarzin, vê como uma ação propriamente dita.
Cabimento:
→ Garantir a correta aplicação de súmula
→ Preservar a autoridade das decisões de um Tribunal
→ Preservar a competência de um Tribunal
OBS. Pelo que entendi, outras esferas, como TJ local poderá receber reclamações!
Um ponto importantíssimo, é que ela é última, o que quero dizer, necessário antes
esgotar todas as possibilidades de reversão da decisão!
A erronia na observância de pronunciamento do Supremo formalizado, em recurso extraordinário, sob o
ângulo da repercussão geral, enseja, esgotada a jurisdição na origem considerado o julgamento de
agravo, o acesso ao Supremo mediante a reclamação (STF, RCL n. 26.874).

Posteriormente ao julgado acima, o STJ decidiu que a reclamação não é via adequada
para o controle de aplicação de tese de recurso repetitivo!
OBS. Em relação a legitimidade, alcança também as seccionais da OAB.

11.0 ESTADOS DE COISAS INCONSTITUCIONAIS


Veio da Colômbia, verifica-se violações a direitos fundamentais de modo
sistemático, reiterado e generalizado, por parte do poder público. Tal violação
poderá ser por meio de uma ação ou omissão.
No Brasil, vemos diante da situação carcerária!
Tendo o Judiciário tomado medidas importantes, entre elas instituição da audiência de
custódia, 24 horas após a prisão!

JURISPRUDÊNCIA
Livro de Súmulas – 22
Livro Verde – 31
Informativo 2021 – 35

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