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TEORIAS DO CRIME

Antes de adentrarmos, se mostra necessário fazermos um recorte histórico, século XVIII


e XIX
1.1 CONTEXTO DA TEORIA CLÁSSICA - SÉCULO XVIII
Havíamos um modelo déspota, marcado pelas monarquias. O qual tínhamos a
concentração dos poderes hoje conhecidos, legislativo / judiciário / executivo na figura
única, o Rei.

Vemos aqui a insatisfação popular com determinadas penas, como os suplícios em que
ocorriam penas de caráter físico.

Junto a isso, a insatisfação do grupo mais forte na época, a burguesia.

Filosoficamente temos grandes nomes como Montesquieu, responsáveis por combater


essas práticas governamentais.
Todo esse mix, foi notado por Beccaria, que no âmbito penal trouxe ideias penais como
a proporcionalidade da pena, o princípio da legalidade e etc. Outro grande expoente, foi
Feuerbach responsável por definir a ideia de não há crime sem pena anterior e nem
pena, sem prévia cominação legal.

Vemos aqui o apelo para utilização da pena privativa de liberdade, em substituição aos
suplícios.

OBS. Segundo o Professor, Jesus Maria Sanches representa o Direito Penal de Primeira
Velocidade nesse período, momento em que era aplicada pena privativa de liberdade
com respeito aos princípios e garantias.
1.2 CONTEXTO DA TEORIA CLÁSSICA - SÉCULO XIX
Marcado pela sistematização, em contrapartida ao anterior que era o lançamento das
ideias.

Segundo o professor, vemos nesse período um embate com a escola clássica (não
aquela da teoria causal) x escola positivista.

Os clássicos tinham as seguintes ideias:


→ o delito como uma afronta ao direito, logo, somente poderia emanar da liberdade
de querer;
→ responsabilidade penal era fundada na imputabilidade moral e no livre-arbítrio
(ligada a culpabilidade, mais tarde, no finalismo, atualmente mitigado) do ser humano;
→ criminoso era um ser livre, com capacidade de escolha;
→ a pena era uma retribuição jurídica como forma de estabelecer a ordem violada;
→ método dedutivo ou lógico-abstrato;
→ os objetos de estudo do direito penal foram o delito, pena e o processo (criminologia
tradicional)

Por outro lado os positivistas:


→ tínhamos Lombroso como a ideia antropológica em que ele constatou o criminoso
nato, oriundo de características anatômicas;
→ Ferri entendia que não havia apenas o nato, mas também o sociológico, de acordo
com o ambiente;
→ Rafael Garofalo vemos o livramento condicional, a ideia da infância e juventude.
Os positivistas foram responsáveis pelo SISTEMA DUPLO BINÁRIO (pena e
medida de segurança, que existiu no Brasil até 1984).

Pelo que notamos os positivistas foram o grupo, mas influente da época,


consequentemente suas ideias eram as mais seguidas.
Logo, vemos as teorias da época, como foi a causal, baseado nas suas ideias
principalmente no que concerne à ciência.
O grande ponto chave é a causa-efeito,

OBS. Nesse período temos a teoria dos antecedentes, a ideia de causa-efeito, sendo a
causa responsável pelo resultado.
1.3 TEORIA CLÁSSICA / CAUSAL / NATURALISTA / POSITIVISTA

EXPOENTES: Franz Von Lizt / Ernst Von Beling / Radbrunch


1.3.1 INTRODUÇÃO
Como dito, baseado na filosofia da época (positivismo), vemos a necessidade de algo
mais científico, provado, explicado o como!

Logo, não poderia na época falar em tipicidade material, muito menos princípio da
insignificância. Institutos que era necessária uma valoração, oriunda de um subjetivismo
que era rechaçado.
Por conta disso vemos o modelo analítico do crime que conhecemos hoje: tipicidade /
ilicitude / culpabilidade, tudo isso, para melhor facilitar a imputação criminal.
Ele é ontológico-formalista, o que dificultava as interpretações subjetivas.
Representando um sistema à valorado, acrítico.
1.3.2 AÇÃO
Movimento corporal voluntário que altera o mundo exterior.
Para que tenhamos a ação, preciso conjugar o movimento voluntário e a necessidade
de causar um resultado.
Logo, crimes de perigo, como portar arma, não encaixaria com eles, pois nem sempre
vou ter ou precisar do resultado!
Conseguia explicar crimes com resultado naturalístico, mas os formais e mera conduta
fudeu.
Outra crítica era questão da omissão, que Belling dizia que era a retração dos músculos.
Zafaronni batia nesse ponto, porque criticava a omissão naturalística, para ele, é
necessário que ela seja construída juridicamente. Como encaixar essa retração dos
músculos na omissão, diante de um caso que uma pessoa vê alguém precisando de
socorro, estando ela em cima de uma esteira.
1.3.3 TIPICIDADE
Formal, tratava-se da adequação do fato a letra da lei.
Logo, fodaci eu furtar uma tampa de caneta, como um milhão de reais seria furto, pois
houve a adequação formal com o tipo.
NÃO ERA POSSÍVEL UMA ANÁLISE DA TIPICIDADE MATERIAL, ante as
perspectivas filosóficas da época.
1.3.4 ILICITUDE
Também formal, víamos a relação de contradição entre o fato e o ordenamento
jurídico.
Não havia, num primeiro momento, a ideia de danosidade social.
OBS. Segundo o Professor, Liszt posteriormente desenvolveu um aspecto material que
seria a relação entre o fato e o ordenamento jurídico geradora de danosidade social.
Quando analisamos sob a óptica puramente formal, as excludentes se encontram
apenas na lei.
No material, temos a possibilidade supralegal, como vemos no consentimento do
ofendido.
OBS. Tipicidade + Ilicitude = Injusto, que era objetivo e formal. O motivo dele ser
objetivo era ausência dos elementos subjetivos (dolo e culpa) que estavam na
culpabilidade.
Objetivo → Tipo e Ilicitude
Subjetivo → Culpabilidade
Tal divisão termina nos finalistas.
1.3.5 CULPABILIDADE
Vinculo psicológico que ligava o agente ao fato (Teoria Psicológica Pura ou Teoria
Psicológica)
DOLO E CULPA SÃO OS ÚNICOS ELEMENTOS NORMATIVOS NA TEORIA
PSICOLÓGICA DA CULPABILIDADE!
Imputabilidade é mero pressuposto.
1.3.6 DOLO NORMATIVO
Ele era o normativo, formado por três elementos
1 - Vontade, querer praticar algo
2 - Representação do Resultado OU Consciência do Resultado, aqui tratamos do meio
escolhido.
3 - Consciência da Ilicitude, sei que estou fazendo algo errado. (Consciência Real)
Seja clássico ou neoclássico será esse tipo de dolo!
Nesse ponto, o Professor destacou uma mutreta envolvendo Liszt e Belling, acerca da
necessidade da consciência de ilicitude:
Liszt → não concordava com a consciência da ilicitude, para ele poderia paralisar a
administração da justiça, pois em cada caso concreto preciso provar que o criminoso
conhecia o preceito violado.
Belling → concordava com a presença de ambos!
OBS. Segundo o professor, isso é uma confusão entre conhecer a lei formal e
conhecimento da ilicitude, vindo a reverbera nas figuras de erro.
1.3.7 CRÍTICAS
Era um sistema fechado, sem a possibilidade de análise valorativa (falácia naturalista),
um modelo formal que impedia o juízo de valor, causando confusão na posição
dolo/culpa.
Digamos que A lesiona C no braço, noutra semana lesiona novamente C, como
diferenciar uma lesão corporal x tentativa de homicídio?
Hoje é izi, basta analisarmos na tipicidade, mais especificamente na conduta, qual foi o
dolo querido.
Nessa época, fudeu, pois precisaríamos ir lá na culpabilidade para depois voltarmos em
qual é a correta adequação típica.
Falácia Naturalista → acreditar em respostas prontas, padronizadas na esfera penal.
2.0 TEORIA NEOKANTISTA / NEOCLÁSSICO
EXPOENTES: Mayer / Mezger / Frank e outros
2.1 INTRODUÇÃO
Inicialmente, precisamos entender que a base filosófica, foi diferente em comparação
a anterior, aqui temos o KANTISMO! Tal fato é fundamental para entendermos os
caminhos que essa teoria seguiu:
Na visão dele, a razão pura deve indicar o conhecimento que não vem através dos
sentidos (contrário ao que os clássicos entendiam, que seria através dos sentidos), mas
independente de toda experiência sensorial.
Ou seja, os neoclássicos rompem com esse excesso de formalismo dos clássicos de
sempre ser necessário que algo seja demonstrando sensorialmente.
A manutenção do nome "causal" é por conta do conceito da ação, que é mantido o
mesmo! Tão somente isso, mas de resto, vemos questões valorativas.
Nesse ponto, é bom conhecermos duas escolas fundamentais para os neoclássicos:
Escola de Marbugo → eram racionalistas, influenciados pelo pensamento naturalista
do século XIX;
Escola de Baden → orientados no sentido de uma filosofia da cultura; os valores regem
o pensamento e lhe permitem alcançar a objetividade.
Axiológico – Valorativo, veremos que acrescenta questões subjetivas, permitindo
análise do grau de ofensa ao bem, analisar a danosidade social, culminando até numa
análise de exclusão supralegal.
OBS. BIZU ENORME, o que podemos notar, como dito acima é a entrada das coisas
subjetivas, valores e cultura e são esses dois pontos que devemos ter em mente quando
fomos responder questões, pois imediatamente levamos para os neoclássicos.
2.2 AÇÃO
CONDUTA HUMANA, voluntária que modifica o mundo exterior.
Vemos então que no geral a ideia de ação permaneceu, alterando-se tão somente
“conduta” que é algo mais abrangente.
Podemos fazer as mesmas críticas, temos uma teoria da ação que falha em explicar os
crimes que não precisam de resultado para consumação, muito menos possuem
resultado para que sejam consumados.
Ainda, temos a situação dos crimes omissivos.
2.3 TIPICIDADE
Outro ponto de fundamental importância!
A TIPICIDADE TORNA-SE MATERIAL!!!!!!!!!
Ou seja, agora a análise é: adequação ao fato da lei, que gera uma lesão intolerável ao
bem jurídico!
Veja, podemos dizer que é possível uma análise do grau de lesão, poderíamos discutir
o princípio da insignificância!
2.4 ILICITUDE
TAMBÉM É ACOMETIDA POR UMA MATERIALIDADE!
Seria a relação de contradição entre o fato e o ordenamento, capaz de gerar uma
danosidade social!
Assim, podemos aqui falar em excludentes supralegais!
2.5 INJUSTO
Como vimos, é super importante entendermos base filosófica, pois por ela notamos um
grau de subjetivismo anteriormente não visto!
Abri esse tópico acerca do Injusto = Tipicidade + Ilicitude, pois ele é de super
importância.
Inicialmente, notamos que ele também se torna material, com a manutenção da
objetividade, isso porque, dolo e culpa permanecem alojados na
CULPABILIDADE!!!!
Acerca do dolo e culpa, precisamos de uma atenção gigantesca, alvo até de questão.
Isso porque, os neoclássicos criaram dentro da tipicidade uma classificação:
Crimes NORMAIS → são crimes que não possuem qualquer elementar subjetiva
ou normativa, vejamos o homicídio “matar alguém”
Crimes ANORMAIS → por outro lado, tinham elementos subjetivos especiais, o que
acabam por receber esse nome de anormal. No exemplo, furto, “para si ou para outrem”,
tal elemento subjetivo era um dolo ESPECÍFICO, alojado na tipicidade.
Por que é válido conhecermos isso?
Numa questão, poderíamos considerar verdadeiro a informação de que sim, os
neoclássicos conhecerem um dolo no tipo, mas referia-se ao dolo ESPECÍFICO
(oriundo dos crimes ANORMAIS), pois o dolo genérico e a culpa permaneciam na
culpabilidade!
2.6 CULPABILIDADE
Aqui temos a Teoria NORMATIVA Psicológica, por que normativa?
Temos o surgimento de novos elementos!
Imputabilidade, TORNA-SE UM ELEMENTO!!!!!!!!!!!!
E OLHA LÁ, TEMOS UMA NOVIDADE!!!!!!! O ELEMENTO
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA!
Quanto ao dolo (lembrando o genérico) e a culpa, permanecem na culpabilidade
normalmente.
Ah, sobre esse dolo, ele permanece NORMATIVO, ou seja, vontade / representação /
consciência de ilicitude.
Assim, podemos manter ainda:
Tipicidade / Ilicitude → Objetivo
Culpabilidade → Subjetivo.

2.7 RELAÇÃO DOS ELEMENTOS DO INJUSTO (TIPICIDADE E ILICITUDE)


Doutrina rachou nesse momento, seria a tipicidade e a ilicitude, elementos autônomos?
Seriam eles, dependentes?
Para responder isso, surgiram 3 teorias:
2.7.1 Ratio Cognoscendi – Teoria da Indiciária(Mayer)
Na visão dele, a tipicidade seria um indício da ilicitude.
Basicamente, se uma conduta é típica, provavelmente, seria ilícita.
Logo, seriam institutos AUTÔNOMOS!
É A TEORIA MAIS ACEITA NOS CONCURSOS
2.7.2 Ratio Essendi (Mezger)
“Ilicitude é a essência da tipicidade”
Vemos uma relação de dependência, formando o TIPO TOTAL DO INJUSTO, a
ilicitude é levada para a tipicidade.
Ou seja, não há ilicitude, não teremos fato típico, e o fato é típico, se houver ilicitude!
2.7.3 Elementos Negativos do Tipo (Merkel)
Vemos que o tipo penal é composto por elementos positivos (expressos), que são
somados aos negativos (implícitos), que se referem as causas de exclusão de ilicitude.
Ou seja, para formação da tipicidade, é necessário que eu tenha a conjugação dos
elementos positivos e a não configuração dos negativos!
Lendo o crime de homicídio com a óptica dessa teoria: matar alguém (elemento positivo
expresso), desde que não esteja presente uma causa de excludente de ilicitude (elemento
negativo implícito).
2.8 CRÍTICAS
O grande ponto aqui, é que os críticos diziam que era uma teoria deverás subjetiva!
Permitindo interpretações, muito distantes da realidade!

3.0 FINALISMO

EXPOENTES: Hans Wetzel


Surgiu por volta da década de 30, sua base filosófica veio a se concentrar inicialmente a
FINALIDADE, ele entendia o ser humano como um ser final, um ser que planeja.
Adepto do sistema ontológico-dogmático, não quer dizer que ela seja igual ao
neoclássico! Veremos mais à frente, que a questão subjetiva aqui é diferente dos
neoclássicos!
OBS. Foram responsáveis por criar o Princípio da Adequação.
3.1 AÇÃO
Exercício de uma atividade humana para um fim.
Veja, ele não exige um resultado, conforme os teóricos anteriores.
3.2 TIPICIDADE
Também segue a MATERIAL!
Trata-se da adequação do fato a letra da lei, que permite a análise de GRAU DE
OFENSA AO BEM JURÍDICO.
É necessário diferenciarmos a materialidade neokantista.
Neles, permitia um espaço valorativo maior para construir soluções subjetivistas.
No neokantismo podia construir soluções, fora da realidade fática.
No finalismo, esse espaço não existe, pois o interprete está vinculado a realidade.
Aqui, a dogmática (institutos jurídicos) deve guiar o intérprete.
Outro ponto hiper fundamental, a transposição do dolo e culpa!
CUIDADO! Tal dolo é o NATURAL, em que é formado por 2 elementos:
I – Vontade (em realizar o resultado)
II – Representação do Resultado
NOTE! A consciência da ilicitude vai embora!
3.3 ILICITUDE
Também MATERIAL, mas com uma menor elasticidade.
Segundo Greco, a ilicitude aqui, é sim, essa relação de contradição entre o fato e a
norma, mas a análise material não se faz quanto a danosidade social, mas sim na óptica
de ILÍCITO PESSOAL, porque os elementos subjetivos passaram a estar aqui.
Além das excludentes legais, temos as supralegais, como o consentimento do
ofendido.
Acerca dele, válido mencionar as suas três funções:
I – Elementar do Tipo Penal
Veremos em alguns tipos, principalmente no tocante ao aborto:
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:

Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:

II – Funcionar como expressão que afasta a elementar do crime


Ou seja, nesses casos, consentindo não se perfaz o tipo penal
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de direito,
desde que o fato resulte prejuízo:

III – Exclusão de Ilicitude


Aqui, vimos isso no tópico da ilicitude.
Tratando-se de direito disponível, sendo a pessoa capaz, se mostra possível.
OBS. Segue a Ratio Cognoscendi
3.4 INJUSTO – INJUSTO PESSOAL
Como sabemos, agora a soma da tipicidade e ilicitude acaba mudando para a
classificação SUBJETIVA, isso porque agora analisamos os aspectos dolosos e
culposos!
E por conta dessa integração subjetiva, chama-se aqui de injusto pessoal!
3.5 CULPABILIDADE
Temos aqui a Teoria NORMATIVA PURA, veja, foi excluído a questão psicológica,
por quê?
Dolo e Culpa foram RETIRADOS, esse é o motivo!
Agora, temos na culpabilidade, apenas: potencial consciência de ilicitude /
imputabilidade / exigibilidade de conduta diversa.
3.6 CRÍTICAS
Primeira crítica acerca da teoria é que ela não explicava na sua teoria da conduta os
crimes culposos, de acordo com os críticos encaixava tão somente na dolosa!
Ainda, é um sistema que segundo o Professor retorna para falácia naturalista.
Por fim, válido mencionar importante aspecto nesse tópico, apesar de adotada no Brasil
por meio da Reforma de 1984, não é uma adoção absoluta! Conforme o artigo
mencionado abaixo!
E o ponto chave aqui é o chamado, quanto aos pressupostos fáticos da excludente de
ilicitude. Pois precisamos analisar sob a óptica de duas teorias:
A de Veve que é a Extremada da Culpabilidade, entendia que dos pressupostos fáticos /
existência / limites → erro de proibição indireto
Por outro lado, a Teoria Limitada da Culpabilidade, a qual o CP aplica → o erro quanto
aos pressupostos fáticos, seria um erro de tipo permissivo. Os outros, seriam de
proibição (existência ou limites)
OBS. Muito cuidado em relação a afirmação, pois, em algumas provas, questões
costumam dizer que a Teoria Limitada se refere apenas ao pressuposto fático, não
menciona limite nem existência.
OBS. Cuidado algumas questões gostam de confundir querendo trazer o embate dessas
teorias, como caracterizando-as dentro de alguma Teoria do Crime
Nele, teremos uma situação de inevitabilidade, o cara é isento, acaso evitável ele ainda é
acusado a título culposo, na classificação culpa imprópria!
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição
por crime culposo, se previsto em lei.

§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de
fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e
o fato é punível como crime culposo.

Tal ponto, vamos abordar bem quando tratarmos de erro, ou seja, muita atenção!

4.0 TEORIA SOCIAL DA AÇÃO

EXPOENTE: Jesschek; Wessels


Tal teoria veio com o intuito de melhor explicar os crimes culposos/omissões
culposas do FINALISMO!
OBS. Tal teoria, quando compararmos finalismo x causalismo ou neokantismo, não
veio como forma de exclusão, seu intuito era adequar.
BEBE DE FONTES NATURALISTAS E FINALISTAS!
4.1 AÇÃO
Para os adeptos a essa teoria, seria conduta Humana Socialmente Relevante, dominada
ou dominável pela vontade. Ou seja, é conduta quando atinge os meios sociais que o
agente vive de forma relevante!
Como dito, ela mantém aspectos das teorias anteriores, logo, excluem a conduta:
ausência de vontade, inconsciência, movimentos reflexos ou instintivos, a ação deixaria
de existir.
PONTO NOVO AQUI! É a possibilidade da RELEVÂNCIA SOCIAL, ser um
elemento que pode vir a excluir a conduta!
4.2 TIPICIDADE
Ela possui aspectos FINALISTAS e CAUSALISTAS!
Mantém-se o dolo NATURAL!
4.3 ILICITUDE
TAMBÉM!
4.4 TEORIA DA DUPLA FUNÇÃO DO DOLO/CULPA E CULPABILIDADE
O grande ponto nervoso dessa teoria foi a sua disposição de dolo e culpa, tanto na
tipicidade, como na CULPABILIDADE!
Logo, a culpabilidade além de ser analisado os elementos vistos, eu tenho que me ater
novamente sobre o dolo e culpa, daí o nome da sua Teoria COMPLEXO-
NORMATIVO PSICOLÓGICA (dolo e culpa voltam).
Tal dolo, segundo o professor, seria o animo interno do agente, frete ao bem jurídico, a
sua atitude de desvalor.
Ex: Sujeito quer matar uma pessoa, com o fim de ter relações com o cadáver. Dolo de
matar, o meio é a faca (representação), a finalidade, na prática de sexo com o cadáver é
o dolo analisado na culpabilidade, por essa teoria. No nosso modelo, tal finalidade
especial, seria uma qualificadora, não seria um dolo.
Outro aspecto importante, é como essa teoria, acaso fosse adotada impactaria no
erro analisado, sobre os pressupostos fáticos.
Sendo uma situação INEVITÁVEL → exclusão do dolo na culpabilidade, não
respondendo por nada o agente / EVITÁVEL → exclusão do dolo na culpabilidade,
com a responsabilização pelo crime CULPOSO, se houvesse.
OBS. Novamente, muito cuidado, apesar de adotarmos o finalismo, o STJ acaba por ter
um pezinho nessa teoria, por mais bisonho que seja, quando abre a possibilidade de
análise de dolo/culpa na dosimetria da pena!
4.5 CRÍTICAS
Em relação a sua ação, críticos diziam que ela era muito ampla.
Além de achar um equívoco o dolo/culpa estarem dispostos duplamente, tanto na
tipicidade, como culpabilidade.

5.0 FUNCIONALISMO TELEOLÓGICO / DUALISTA /


MODERADO / DA POLÍTICA CRIMINAL / VALORATIVO /
ESCOLA DE MUNIQUE

EXPOENTE: Klaus Roxin


Desenvolvido na Alemanha, veio posteriormente a ser difundida para o mundo.
Os funcionalistas se preocupavam com a FINALIDADE DO DIREITO PENAL!
Para ele, seria a proteção dos bens jurídicos!
Na visão de Roxin, o Direito Penal deve ser interpretado por meio dos princípios da
Política Criminal, não pela dogmática pura do finalismo.
Para ele, o crime é um fato típico / ilícito / responsabilidade = culpabilidade + com a
necessidade de pena
Para ele, ação é uma manifestação da personalidade.
Temos o fato criminoso, formado por um injusto = tipicidade + ilicitude, interpretado
com a imputação objetiva.
OBS. Foi o responsável por criar o princípio da insignificância.
A interpretação axiológica do Direito Penal.
Três destaques para ele:
Teoria da Pena
Teoria do Domínio do Fato
Terceira Via → reparação de danos a vítima, por meio da decisão penal, como forma de
substituir a pena, em crimes de pequena e média criminalidade. Nos casos graves,
seriam como forma de suspensão ou diminui ou atenuar a pena! A segunda via, que é a
pena esta legitimada na culpabilidade

6.0 FUNCIONALISMO SISTÊMICO / MONISTA / RADICAL /


ESCOLA DO BONN
EXPOENTE: Gunther Jakobs
Pelo nome, lembre-se ele bebe da Teoria dos Sistemas de Luhman, o direito penal é um
estabilizador social, o qual acaba sendo desestabilizado pelo delito, logo, sua função é a
restabilização, da norma que foi violada.
Defendia que o crime era um: fato típico; ilícito e culpável.
Por ele, o agente é punido porque violou a norma e a pena visa reafirmar a norma
violada.
Por conta dele temos o famoso Direito Penal do Inimigo, vale tudo para manter a
estabilização do sistema, até a violação de garantias. Ganhou grande força no período de
Osaminha e a guerra ao terror.
Para ele a missão essencial do Direito Penal é assegurar a vigência do sistema, ou seja,
trata-se de uma função preventiva em que a pena é aplicada antecipadamente, logo, eu
puno antes! Tendo efeitos prospectivos!
Ao contrário do Direito Penal do Cidadão, em que eu espero acontecer o fato, para
depois punir, sendo seus efeitos retrospectivos.
OBS. Conduta: Comportamento humano voluntário causador de um resultado violador
do sistema, frustrando as expectativas normativas.
OBS. No Brasil NÃO TEMOS DIREITO PENAL DO INIMIGO!
OBS. Essa discussão de estrutura analítica do crime ele cagou, o negócio é interpretar o
Direito Penal.
OBS. O Direito Penal do Inimigo é uma das vertentes dentro da Teoria Sistêmica!
Além de ser uma das espécies de direito penal do autor!

7.0 FUNCIONALISMO REDUTOR


Expoente: Zaffaronni
Quando lemos e entendemos o que é, a partir da leitura do título já temos o gigante
BIZU!
A construção conceitual do delito deve compreender uma orientação redutora do poder
punitivo.
Logo, com essa teoria busca Zafas, dar ao direito penal uma função de redutora da
violência estatal, a qual emana-se pelo Poder de Polícia.
Devemos fazer uma leitura com a ideia de tipicidade conglobante.
Como sabemos, ele discutia muito essa ideia do ordenamento, para ele apesar do fato
está na esfera penal, ele podia não ser contrário a todo o ordenamento!
Ou seja, a tipicidade para ele seria a adequação do fato a lei, geradora de uma lesão, e
que não é fomentado por outro ramo jurídico, ou seja, não é uma conduta autorizada!
8.0 FUNCIONALISMO DO CONTROLE SOCIAL / ESCOLA DE
FRANKFURT
Expoente: Winfried Hassemer
O qual foi responsável pelo Direito Penal de Intervenção, em que defendia um direito
penal voltado para bens jurídicos individuais e os bens coletivos, por algo parecido com
um direito administrativo.
Para ele a função do direito penal é de cumprir garantias inerentes ao Estado de
Direito e a cada uma das categorias do delito (fato típico / antijurídico / culpável),
cabe a missão de retratar garantias em favor do ente social e de seus componentes.
Ou seja, vemos um direito penal com teor garantista, forma de controle social
subsidiária!
A expressão controle social designa um mínimo conjunto de três conceitos: a
necessidade de viver formalmente e de acordo com as normas sociais / necessidade de
imediata aplicação de sanções aos atos desviantes em relação a estas normas / respeito
de determinadas normas procedimentais para a aplicação destas sanções.

9.0 TEORIA CONSTITUCIONALISTA DO DELITO


No frigir dos ovos, uma leitura do direito penal com a óptica constitucionalista, bem
como dos princípios penais, muito, mais muitos aspectos MATERIAIS, tipicidade
material / ilicitude material e etc.

10.0 TEORIA SIGNIFICATIVA DA AÇÃO

EXPOENTE: Tomás Salvador Vives Antón


Uma crítica aos finalistas e aos funcionalistas.
Com suporte da filosofia da linguagem e teoria da ação comunicativa, temos um
conceito de ação diferenciado.
10.1 AÇÃO
Pelo que pude entender (página 75 – Teoria do Crime), a ação aqui deixa de lado todos
os aspectos psicológicos, volitivos do agente.
Me concentro no que aquela ação quer passar para mim, QUAL O SEU
SIGNIFICADO!
De acordo com autor Busato – Ação deve ser identificada, através da sua interpretação
social, através da comunicação, da linguagem, em definitivo, do sentido que possui.
Ou seja, quando for diferenciar um fato doloso do culposo,não analiso mais o interno
do agente, mas sim, a intenção que aquele fato passa.
10.2 ESTRUTURA ANALÍTICA
Temos uma diferença gigante quanto a estrutura, que passa a ser de acordo com
pretensões.
10.2.1 Primeira Pretensão
Uma pretensão de relevância que se desmembra em uma pretensão conceitual de
relevância (presença do tipo de ação) e em uma pretensão de ofensividade.
Num primeiro momento, pretensão conceitual, pelo que pude entender vamos nos
concentrar na ação.
No segundo, a conduta torna-se relevante quando lesiona ou bem, ou o coloca em
perigo. Seria correspondente a antijuridicidade material.
10.2.2 Segunda Pretensão
Aqui temos a pretensão de ilicitude, composta por antijuridicidade formal bem como
aspectos subjetivos do injusto.
Ou seja, dolo e culpa são aqui analisados!
Excludentes de ilicitude e exculpantes, são aqui analisadas!
10.2.3 Terceira Pretensão
Chamada de pretensão de reprovação (juízo de culpabilidade), ao contrário das
anteriores que eram dirigidas a ação.
Aqui nos voltamos para o agente, vamos analisar a imputabilidade e consciência da
ilicitude.
Veríamos aqui se era possível o agente comporta-se de outro modo.
OBS. Aparentemente, existe outra etapa, representada pela pretensão de necessidade
da pena, a qual não integra a culpabilidade!

11.0 TEMAS DE POLÍTICA CRIMINAL


11.1 MOVIMENTO LEI E ORDEM / NEORETRIBUCIONISTA
Basicamente passam a ideia de um direito penal mais SEVERO e CÉLERE, com
ambas características vai melhor resolver os problemas penais.
Vimos ele em NY, com a ideia da tolerância zero, vimos ele na Europa e a repulsa aos
imigrantes.
Quando estudamos esse movimento é bom conglobarmos com as ideias:
I – Direito Penal Simbólico: a lei penal como suficiente para resolução dos problemas;
II – Direito Penal Promocional: o direito penal como forma de substituir a política
pública
III – Direito Máximo: a própria visão dos neoretribucionistas.
11.2 ABOLICIONISMO
Antes de mais nada, é necessário entendermos que possui duas vertentes:
Radical → defende a total extinção das penas privativas de liberdade, deveríamos
utilizar formas consensuais, reparatórias de dano e etc...
Moderado → temos uma maior aproximação do direito penal mínimo.
11.3 DIREITO PENAL MÍNIMO
A utilização mínima do direito penal, pautado na fragmentariedade e subsidiariedade.
11.4 GARANTISMO PENAL INTEGRAL
Seria uma oposição a visão monocular e o bigarantismo penal.
Defende que é necessário a proteção de bens jurídicos individuais e coletivos, e
proteção ativa dos interesses da sociedade e dos investigados e/ou processados.
11.5 EXPANSÃO E VELOCIDADES DO DIREITO PENAL
Oriundo da obra de Jesús-Maria Silva Sánchez, o qual faz um recorte temporal do
direito penal e conjuga com a ideia de velocidades.
Para ele, o direito penal poderá ser dividido em TRÊS, das quais ele DEFENDE
DUAS!
I – Notamos essa primeira velocidade no aspecto histórico do período pós-revolução
francesa, em que temos ideias liberais de substituição PARA a pena privativa de
liberdade, como forma de humanizar os antigos suplícios, mediante a observância de
princípios e garantias RÍGIDOS! Ou seja, ante a prisão, era necessário a observância
de todo um processo.
II – Notamos nessa segunda velocidade quanto voltada para proteção de bens jurídico
coletivos, os quais são penalizados por meio de restrições de direitos, em que eu
FLEXIBILIZO garantias e princípios! Fala-se em zona periférica (Direito Penal
Periférico). Ou seja, como aqui a punição não é pela restrição da liberdade, é possível
uma flexibilização do processo.
OBS. Uma questão interessante, essa segunda velocidade, existiria no Brasil? Pelo que
notei pode-se mais uma questão de analisar os pontos e fundamentar. Nisso o professor
trouxe dados que a aplicação das restritivas somente será feita ao final, depois de
aplicação da pena privativa de liberdade, em que veríamos a possibilidade de
substituição. Até esse momento, todo o processo foi pautado por garantismos e
princípios. Mas ele ressalva, que poderíamos defender que no aspecto do JEC (transação
penal), bem como o ANNP poderíamos ver essa aplicação em solo tupiniquim.
III – Quando falarmos isso, temos que imediatamente pensar na ideia defendida de
Direito Penal do Inimigo de Jakobs, vemos aqui um retorno a pena privativa de
liberdade, por meio da MITIGAÇÃO DE PRINCÍPIOS E GARANTIAS. Na visão
de Jesús, veríamos isso além do direito penal do inimigo, no direito penal econômico.
Ambas, espécies do direito penal de terceira velocidade.
OBS. Lembrando, Jesús não concorda com a terceira, apesar de achar em alguns casos
inevitável!
IV – Aqui temos a questão dos julgamentos feitos pelo Tribunal Penal Internacional,
momento em que veríamos a supressão e restrição de garantias penais e processuais
penais de réus que no passado ostentaram a função de chefes de estado, e como tal
violaram gravemente tratados internacionais que tutelam direitos humanos.
11.6 ADMINISTRATIVIZAÇÃO DO DIREITO PENAL
É uma consequência da terceira velocidade de Jesús. (acho que seria segunda)
Aqui, temos a ideia de pegar infrações administrativas em penais, sem que deixe de
existir a punição na esfera administrativa!
Vemos isso, muito nas questões ambientais / consumeristas / tributárias e etc.
De acordo com Dermeval, veremos em quatro dimensões:
I – Delitos de acumulação ou de cumulação:
Tb, da série pega o nome que tem um bizu enorme.
Aqui vemos delitos que isoladamente, não vão trazer danos, mas a sua atuação
cumulada pode trazer graves danos!
Uma pessoa, sonega do Estado R$ 500,00, tal valor isoladamente é nada, mas imagine
vários valores desses.
II – Proteção Penal no Estado da Prevenção
Um Estado altamente regulatório, como as famosas licenças de funcionamento.
III – Neutralização e Direito Penal Atuarial
Em relação a neutralização, pelo que pude entender são atos que visam neutralizar o
criminoso, como a própria pena de morte, até a própria castração química.
Em relação a ideia de atuarial, inicialmente precisamos entender o que é essa atividade.
Basicamente é a realização de cálculos, estatísticas com o fim de avaliar riscos e
indenizações em seguros.
Com isso, vem ganhando o força no EUA essa ideia, em que tem sido é deslegitimado
a função da pena ressocializadora, logo, as pessoas deveriam ser presas de acordo
com o seu nível de risco! Logo, com base em cálculos atuariais!
IV – Direito Penal Negocial / Direito Processual Penal Negocial
Bem criticado por Jesús, apesar de amplamente utilizado em países de commow law.
No Brasil, vemos isso por meio da ANNP, como a transação, o SURSI, a colaboração
premiada.
- EXPANSÃO DO DIREITO PENAL NA SOCIEDADE DE RISCO
Particularmente, não sei como ele encaixou isso no estudo, mas:
Aumenta a tutela de bens supraindividuais (ordem econômica, meio ambiente, relações
de consumo.
Tutela preventiva, com destaque para a tipificação do perigo presumido (abstrato) uso
de elementares normativas, tipologia aberta.
Temos o fenômeno da espiritualização de bens jurídicos nada mais é do que o Direito
Penal assumindo um caráter preventivo, criando crimes de perigo contra bens
jurídicos difusos e coletivos para tentar evitar danos a bens jurídicos individuais.
11.7 DIREITO DE INTERVENÇÃO DE HASSEMER
O direito penal NÃO DEVE tratar de bens jurídicos coletivos, mas sim os
individuais.
Ou seja, nos coletivos teríamos um terceiro ramo que ficaria entre o direito
administrativo e o direito penal. Em que seria feito pelo Estado a intervenção
necessária.
11.8 CRÍTICAS
Primeiro, é um problema a explicação do que seriam bens jurídicos supraindividuais.
Vemos ai, um crescimento nos crimes de perigo.
No Brasil, vemos que o penal é utilizado para proteção de bens supraindividuais.
11.9 INSTITUTOS DE ZAFAS NO ÂMBITO DO FUNCIONALISMO REDUTOR
11.10.1 Coculpabilidade
Inicialmente, válido destacar que ele possui dois tipos:
A COCULPABILIDADE EM SI, seria a corresponsabilidade social, se algum crime
ocorreu em razão da falta de um direito fundamental, a sanção dele deverá ser mitigada,
pois também somos responsáveis em certa medida, por não os DF básicos. No Brasil,
entraria como uma atenuante inominada na segunda fase da dosimetria da pena.
Válido mencionar a sua segunda forma Coculpabilidade AS AVESSAS, é uma teoria
que deriva do minimalismo penal. Preconiza parâmetros proporcionais para a
aplicação da pena conforme a capacidade socioeconômica do agente, uma vez que
o Estado teria parcela de responsabilidade no delito.
O Estado, ao invés de atenuar a pena aplicada aos menos favorecidos, por vezes, chega,
inclusive, a tipificar infrações penais punindo a marginalidade, como eram os casos das
contravenções penais de vadiagem (artigo 59) e mendicância (artigo 60), ambos artigos
revogados pela Lei 11.983/2009.
A qual é feita um recorte histórico em dois momentos:
No início do século 18, antes do Estado Liberal, era comum o Nobre que tinha relação
com o Rei, na prática de um crime X, possuir uma sanção flexibilizada. Por outro lado,
o não nobre, receberia a pena do suplício. Ou seja, vemos uma desigualdade, penas mais
severas para aquele sem proximidade com o rei.
Noutro recorte, Gregori Moura traz nos tempos atuais, segundo ele, algumas legislações
colocam penas mais severas a quem tem condições econômicas superiores, como é no
CDC. Para ele tb é uma desigualdade, coculpabilidade as aversas.
Desta forma, a coculpabilidade às avessas se divide em duas perspectivas:
1ª – É o abrandamento da aplicação da pena nos crimes praticados por pessoas de alto
poder sócio-econômico, como é o caso da extinção da punibilidade pelo pagamento da
dívida nos crimes contra a ordem tributária, previstos na Lei 8.137/90, quando na
verdade, essas mesmas pessoas deveriam sofrer um maior rigor na aplicação da pena,
porquanto tiveram maiores oportunidades perante a sociedade.
2ª- É a criação pelo Estado de leis que incriminem as condutas passíveis de estarem
sujeitas somente as pessoas de menor capacidade sócio-econômica, como é caso da
vadiagem e mendicância, já mencionadas acima.
11.11.2 Vulnerabilidade
Segundo Zafas, o interprete precisa ter uma sensibilidade no uso do direito penal, como
forma de evitar o uso do poder punitivo como arma criadora de desigualdades.
11.12.3 Compliance e Direito Penal
Primeiro, precisamos entender o que é compliance: tradução livre seria conformidade,
basicamente é a atenção a ética e leis, principalmente dentro de grandes corporações.
Vemos isso muito de acordo com o Professor, na década de 70, em que os CEOs
mandavam o bom e velho, eu não sabia... Como forma de se livrar das acusações penais.
Logo, mostra-se interessante que a empresa tenha um código de ética, e adote o
compliance.
Ainda, segundo ele na Lei de Lavagem de Moné, temos exemplos no art.9 e 10.

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