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Vemos aqui a insatisfação popular com determinadas penas, como os suplícios em que
ocorriam penas de caráter físico.
Vemos aqui o apelo para utilização da pena privativa de liberdade, em substituição aos
suplícios.
OBS. Segundo o Professor, Jesus Maria Sanches representa o Direito Penal de Primeira
Velocidade nesse período, momento em que era aplicada pena privativa de liberdade
com respeito aos princípios e garantias.
1.2 CONTEXTO DA TEORIA CLÁSSICA - SÉCULO XIX
Marcado pela sistematização, em contrapartida ao anterior que era o lançamento das
ideias.
Segundo o professor, vemos nesse período um embate com a escola clássica (não
aquela da teoria causal) x escola positivista.
OBS. Nesse período temos a teoria dos antecedentes, a ideia de causa-efeito, sendo a
causa responsável pelo resultado.
1.3 TEORIA CLÁSSICA / CAUSAL / NATURALISTA / POSITIVISTA
Logo, não poderia na época falar em tipicidade material, muito menos princípio da
insignificância. Institutos que era necessária uma valoração, oriunda de um subjetivismo
que era rechaçado.
Por conta disso vemos o modelo analítico do crime que conhecemos hoje: tipicidade /
ilicitude / culpabilidade, tudo isso, para melhor facilitar a imputação criminal.
Ele é ontológico-formalista, o que dificultava as interpretações subjetivas.
Representando um sistema à valorado, acrítico.
1.3.2 AÇÃO
Movimento corporal voluntário que altera o mundo exterior.
Para que tenhamos a ação, preciso conjugar o movimento voluntário e a necessidade
de causar um resultado.
Logo, crimes de perigo, como portar arma, não encaixaria com eles, pois nem sempre
vou ter ou precisar do resultado!
Conseguia explicar crimes com resultado naturalístico, mas os formais e mera conduta
fudeu.
Outra crítica era questão da omissão, que Belling dizia que era a retração dos músculos.
Zafaronni batia nesse ponto, porque criticava a omissão naturalística, para ele, é
necessário que ela seja construída juridicamente. Como encaixar essa retração dos
músculos na omissão, diante de um caso que uma pessoa vê alguém precisando de
socorro, estando ela em cima de uma esteira.
1.3.3 TIPICIDADE
Formal, tratava-se da adequação do fato a letra da lei.
Logo, fodaci eu furtar uma tampa de caneta, como um milhão de reais seria furto, pois
houve a adequação formal com o tipo.
NÃO ERA POSSÍVEL UMA ANÁLISE DA TIPICIDADE MATERIAL, ante as
perspectivas filosóficas da época.
1.3.4 ILICITUDE
Também formal, víamos a relação de contradição entre o fato e o ordenamento
jurídico.
Não havia, num primeiro momento, a ideia de danosidade social.
OBS. Segundo o Professor, Liszt posteriormente desenvolveu um aspecto material que
seria a relação entre o fato e o ordenamento jurídico geradora de danosidade social.
Quando analisamos sob a óptica puramente formal, as excludentes se encontram
apenas na lei.
No material, temos a possibilidade supralegal, como vemos no consentimento do
ofendido.
OBS. Tipicidade + Ilicitude = Injusto, que era objetivo e formal. O motivo dele ser
objetivo era ausência dos elementos subjetivos (dolo e culpa) que estavam na
culpabilidade.
Objetivo → Tipo e Ilicitude
Subjetivo → Culpabilidade
Tal divisão termina nos finalistas.
1.3.5 CULPABILIDADE
Vinculo psicológico que ligava o agente ao fato (Teoria Psicológica Pura ou Teoria
Psicológica)
DOLO E CULPA SÃO OS ÚNICOS ELEMENTOS NORMATIVOS NA TEORIA
PSICOLÓGICA DA CULPABILIDADE!
Imputabilidade é mero pressuposto.
1.3.6 DOLO NORMATIVO
Ele era o normativo, formado por três elementos
1 - Vontade, querer praticar algo
2 - Representação do Resultado OU Consciência do Resultado, aqui tratamos do meio
escolhido.
3 - Consciência da Ilicitude, sei que estou fazendo algo errado. (Consciência Real)
Seja clássico ou neoclássico será esse tipo de dolo!
Nesse ponto, o Professor destacou uma mutreta envolvendo Liszt e Belling, acerca da
necessidade da consciência de ilicitude:
Liszt → não concordava com a consciência da ilicitude, para ele poderia paralisar a
administração da justiça, pois em cada caso concreto preciso provar que o criminoso
conhecia o preceito violado.
Belling → concordava com a presença de ambos!
OBS. Segundo o professor, isso é uma confusão entre conhecer a lei formal e
conhecimento da ilicitude, vindo a reverbera nas figuras de erro.
1.3.7 CRÍTICAS
Era um sistema fechado, sem a possibilidade de análise valorativa (falácia naturalista),
um modelo formal que impedia o juízo de valor, causando confusão na posição
dolo/culpa.
Digamos que A lesiona C no braço, noutra semana lesiona novamente C, como
diferenciar uma lesão corporal x tentativa de homicídio?
Hoje é izi, basta analisarmos na tipicidade, mais especificamente na conduta, qual foi o
dolo querido.
Nessa época, fudeu, pois precisaríamos ir lá na culpabilidade para depois voltarmos em
qual é a correta adequação típica.
Falácia Naturalista → acreditar em respostas prontas, padronizadas na esfera penal.
2.0 TEORIA NEOKANTISTA / NEOCLÁSSICO
EXPOENTES: Mayer / Mezger / Frank e outros
2.1 INTRODUÇÃO
Inicialmente, precisamos entender que a base filosófica, foi diferente em comparação
a anterior, aqui temos o KANTISMO! Tal fato é fundamental para entendermos os
caminhos que essa teoria seguiu:
Na visão dele, a razão pura deve indicar o conhecimento que não vem através dos
sentidos (contrário ao que os clássicos entendiam, que seria através dos sentidos), mas
independente de toda experiência sensorial.
Ou seja, os neoclássicos rompem com esse excesso de formalismo dos clássicos de
sempre ser necessário que algo seja demonstrando sensorialmente.
A manutenção do nome "causal" é por conta do conceito da ação, que é mantido o
mesmo! Tão somente isso, mas de resto, vemos questões valorativas.
Nesse ponto, é bom conhecermos duas escolas fundamentais para os neoclássicos:
Escola de Marbugo → eram racionalistas, influenciados pelo pensamento naturalista
do século XIX;
Escola de Baden → orientados no sentido de uma filosofia da cultura; os valores regem
o pensamento e lhe permitem alcançar a objetividade.
Axiológico – Valorativo, veremos que acrescenta questões subjetivas, permitindo
análise do grau de ofensa ao bem, analisar a danosidade social, culminando até numa
análise de exclusão supralegal.
OBS. BIZU ENORME, o que podemos notar, como dito acima é a entrada das coisas
subjetivas, valores e cultura e são esses dois pontos que devemos ter em mente quando
fomos responder questões, pois imediatamente levamos para os neoclássicos.
2.2 AÇÃO
CONDUTA HUMANA, voluntária que modifica o mundo exterior.
Vemos então que no geral a ideia de ação permaneceu, alterando-se tão somente
“conduta” que é algo mais abrangente.
Podemos fazer as mesmas críticas, temos uma teoria da ação que falha em explicar os
crimes que não precisam de resultado para consumação, muito menos possuem
resultado para que sejam consumados.
Ainda, temos a situação dos crimes omissivos.
2.3 TIPICIDADE
Outro ponto de fundamental importância!
A TIPICIDADE TORNA-SE MATERIAL!!!!!!!!!
Ou seja, agora a análise é: adequação ao fato da lei, que gera uma lesão intolerável ao
bem jurídico!
Veja, podemos dizer que é possível uma análise do grau de lesão, poderíamos discutir
o princípio da insignificância!
2.4 ILICITUDE
TAMBÉM É ACOMETIDA POR UMA MATERIALIDADE!
Seria a relação de contradição entre o fato e o ordenamento, capaz de gerar uma
danosidade social!
Assim, podemos aqui falar em excludentes supralegais!
2.5 INJUSTO
Como vimos, é super importante entendermos base filosófica, pois por ela notamos um
grau de subjetivismo anteriormente não visto!
Abri esse tópico acerca do Injusto = Tipicidade + Ilicitude, pois ele é de super
importância.
Inicialmente, notamos que ele também se torna material, com a manutenção da
objetividade, isso porque, dolo e culpa permanecem alojados na
CULPABILIDADE!!!!
Acerca do dolo e culpa, precisamos de uma atenção gigantesca, alvo até de questão.
Isso porque, os neoclássicos criaram dentro da tipicidade uma classificação:
Crimes NORMAIS → são crimes que não possuem qualquer elementar subjetiva
ou normativa, vejamos o homicídio “matar alguém”
Crimes ANORMAIS → por outro lado, tinham elementos subjetivos especiais, o que
acabam por receber esse nome de anormal. No exemplo, furto, “para si ou para outrem”,
tal elemento subjetivo era um dolo ESPECÍFICO, alojado na tipicidade.
Por que é válido conhecermos isso?
Numa questão, poderíamos considerar verdadeiro a informação de que sim, os
neoclássicos conhecerem um dolo no tipo, mas referia-se ao dolo ESPECÍFICO
(oriundo dos crimes ANORMAIS), pois o dolo genérico e a culpa permaneciam na
culpabilidade!
2.6 CULPABILIDADE
Aqui temos a Teoria NORMATIVA Psicológica, por que normativa?
Temos o surgimento de novos elementos!
Imputabilidade, TORNA-SE UM ELEMENTO!!!!!!!!!!!!
E OLHA LÁ, TEMOS UMA NOVIDADE!!!!!!! O ELEMENTO
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA!
Quanto ao dolo (lembrando o genérico) e a culpa, permanecem na culpabilidade
normalmente.
Ah, sobre esse dolo, ele permanece NORMATIVO, ou seja, vontade / representação /
consciência de ilicitude.
Assim, podemos manter ainda:
Tipicidade / Ilicitude → Objetivo
Culpabilidade → Subjetivo.
3.0 FINALISMO
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de
fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e
o fato é punível como crime culposo.
Tal ponto, vamos abordar bem quando tratarmos de erro, ou seja, muita atenção!