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Este relatório tem por finalidade destacar os principais pontos das apresentações do Seminário
“Teoria da Sociedade e Risco” que aconteceu nos dias 19 e 22 de novembro.
A ideia principal é contrapor os dois pontos de vista: normas gerais do processo e a visão
da Teoria do Sistema. O direito, de acordo com o pensamento jurídico, é um conjunto de
normas que disciplina a vida em sociedade. O estado soluciona os conflitos sociais, por meio
da aplicação das normas aos casos concretos. O processo serve para regular o meio de solução
dos litígios – instrumento de aplicação das normas do Direito. Para que todos tenham o
tratamento adequado, as normas fundamentais do processo são dispostas.
O Estado Democrático de Direito garante o devido processo legal: contraditório e ampla
defesa – as partes participam efetivamente da parte judicial, contribuem a todo momento. Faz-
se necessário pontuar algumas normas fundamentais do processo: livre acesso ao judiciário -
nenhuma lesão será excluída, ou seja, todos os indivíduos que sentirem que os direitos foram
ameaçados, podem levar ao Judiciário; duração razoável do prazo - ele deve correr no tempo
justo; princípio da boa fé - aqueles que participam do processo devem agir com idoneidade.;
cooperação entre os sujeitos do processo - todas as pessoas que participam efetivamente do
processo, tem que trabalhar juntas e colaborar para a solução do processo; contraditório e
ampla defesa (um dos mais importantes) - direito que as partes tem de responder àquela
demanda que foi colocada (produzir provas, por exemplo).
De acordo com o pensamento jurídico, todas essas normas, são um meio de proteção dos
direitos individuais, ou seja, resguardar os direitos sociais (Art. 8º, CPC) – ao aplicar o
direito, a finalidade é resguardar os direitos individuais. Contrapondo a isso, apresenta-se o
Direito como Sistema Social. O Direito é um sistema seletivo, sendo autorreferencial,
autopoiético (apesar de existir um entorno no sistema, ele olha para si mesmo, ele cria-se a
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partir de si próprio).
A partir dessa perspectiva, as normas fundamentais do processo não seriam elaboradas
para atingir o fim social e sim manutenção e perpetuação do próprio sistema. Assim, elas
seriam criadas para assentar as expectativas e reduzir as complexidades e, então, manter o
próprio sistema. A punição do crime, para o ordenamento jurídico, é um temor para os outros.
Para o Rafaeli, isso não tem nada de realidade, porque a aplicação da pena é uma seletividade
do sistema jurídico (licito/ilícito). A finalidade primordial da aplicação da pena, seria a
manutenção do próprio sistema. Então, é o agir em prol do fortalecimento do sistema. As
normas fundamentais do processo servem ao próprio sistema, e essa redação de maneira mais
ideológica busca atender as expectativas da sociedade, mas pode ser que seja um
assentamento de expectativas.