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TEORIA DO CRIME

TEORIA DO CRIME
Histórico

Até o século XIX não havia interesse

em se estudar o crime, em tratá-lo

como fenômeno jurídico.


TEORIA DO CRIME
Histórico

Quem detinha o poder, fazia o que


bem entendesse com o criminoso.

O século XIX marcou o início do


período dogmático do direito penal.
TEORIA DO CRIME
Histórico

E a partir da análise científica das

estruturas do direito penal surgiram as

teorias para explicar a teoria do

crime.
TEORIA DO CRIME
Histórico

HANS WELZEL, no livro “O novo


sistema de direito penal”, trata da
estrutura lógico-real que considera
mais importante: o conceito ontológico
de ação humana,
TEORIA DO CRIME
Histórico

que é conceituada como a atividade


humana dirigida a um fim.
Apresenta primeiramente essa
estrutura, uma vez que ela é base de
todo o seu sistema.
TEORIA DO CRIME
Histórico
A doutrina finalista nasceu com o
objetivo de superar o positivismo
neokantiano. Ganhou repercussão na
Alemanha do pós-guerra ao
estabelecer limites ontológicos à
liberdade do legislador.
TEORIA DO CRIME
Histórico
Ao funcionar como um instrumento de
limitação ôntica do arbítrio legislativo
no exercício do poder político, a teoria
finalista da ação presta-se a servir
como obstáculo à ocorrência de
abusos teratológicos pelo Estado.
TEORIA DO CRIME
Histórico
Welzel desenvolveu a doutrina finalista,
“baseado no método fenomenológico de
investigação, sustentando a formulação
de um conceito pré-jurídico de
pressupostos materiais existentes antes
da valoração jurídica”.
TEORIA DO CRIME
Histórico

Para Welzel a tipicidade, a

antijuridicidade e a culpabilidade são

três elementos que convertem uma

ação em delito.
TEORIA DO CRIME
Histórico
A culpabilidade – responsabilidade
pessoal por um fato antijurídico –
pressupõe a antijuridicidade do fato,
do mesmo modo que a
antijuridicidade, por sua vez, tem de
estar concretizada em tipos legais.
TEORIA DO CRIME
Histórico
Isto é, o fato típico, a

antijuridicidade e a culpabilidade

estão relacionados logicamente de tal

modo que cada elemento posterior

do delito pressupõe o anterior.


TEORIA DO CRIME
conceito
FORMAL: crime é todo fato humano

proibido pela lei penal. Ou seja, seria

toda conduta que atentasse, que

colidisse frontalmente contra a lei

penal editada pelo Estado.


TEORIA DO CRIME
conceito
Material: crime é todo fato humano
lesivo de um interesse capaz de
comprometer as condições de
existência, de conservação e de
desenvolvimento da sociedade, ou seja,
aquela conduta que viola os bens
jurídicos mais importantes.
TEORIA DO CRIME
conceito
TODAVIA, esses conceitos não traduzem

o crime com precisão, pois que não

conseguem defini-lo.

Surge assim o conceito ANALÍTICO de

crime, o qual põe à mostra os elementos

estruturais do crime:
TEORIA DO CRIME
conceito

ANALÍTICO: crime é toda ação típica,

ilícita e culpável.
TEORIA DO CRIME
conceito
Historicamente, a ação como primeiro
requisito do delito só surgiu em 1857
(BERNER). Sendo que a ideia de
ilicitude desenvolvida por IHERING para
a área civil (1867) só foi introduzida no
direito penal por FRANZ VON LIST e
BELING em 1881.
TEORIA DO CRIME
E a culpabilidade com origem em
MERKEL desenvolveu-se pelos
estudos de BINDING em 1877.
Posteriormente, no início do século
XX com BELING (1906) surgiu a ideia
de tipicidade.
TEORIA DO CRIME
conceito
E assim surgiram os elementos que
compõe o CRIME:
TEORIA DO CRIME
conceito
Obs.: alguns juristas dizem ainda que a estes

três elementos, soma-se a PUNIBILIDADE,

mas a maioria da doutrina penal afirma

que ela não faz parte do delito, sendo

somente a sua consequência.


TEORIA DO CRIME

O crime é certamente um todo

unitário e indivisível. Ou o agente

comete o delito (fato típico, antijurídico

e culpável) ou o fato por ele praticado

será um indiferente penal.


TEORIA DO CRIME
Ou seja, Isto é: todos os elementos que
compõem o conceito de crime são
pressupostos para a aplicação da pena,
assim sendo, uma vez excluído
qualquer desses elementos não há
que se falar em aplicação da pena
porque não há crime.
TEORIA DO CRIME
SISTEMAS/ESCOLAS PENAIS

É o corpo orgânico de concepções


contrapostas sobre a legitimidade
de punir, sobre a natureza do delito
e sobre o fim das sanções.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais
1. SISTEMA CLÁSSICO

2. SISTEMA NEOCLÁSSICO

3. SISTEMA FINALISTA

4. SISTEMA FUNCIONALISTA
TEORIA DO CRIME
sistemas penais
1. Sistema Clássico

 CAUSAL / NATURALISTA: Ação é a

intervenção muscular produzidas por

energias de um impulso cerebral que

provoca modificações no mundo exterior.


TEORIA DO CRIME
sistemas penais

Basta a relação natural de causa e


efeito entre conduta e resultado para a
existência do crime. O dolo e a culpa
são irrelevantes para o enquadramento
da conduta, só importando o exame da
culpabilidade.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais
 PSICOLÓGICA DA CULPABILIDADE:

culpabilidade é o vínculo psicológico

que une o autor ao fato, através do

dolo ou da culpa.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais

Esta teoria não explica a coação moral irresistível.


TEORIA DO CRIME
sistemas penais
2. Sistema Neoclássico

 CAUSAL/NATURALISTA DA AÇÃO:
Ação é a intervenção muscular
produzidas por energias de um impulso
cerebral que provoca modificações no
mundo exterior.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais
Basta a relação natural de causa e
efeito entre conduta e resultado para
a existência do crime. O dolo e a
culpa são irrelevantes para o
enquadramento da conduta, só
importando o exame da culpabilidade.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais
 NORMATIVA DA CULPABILIDADE:
Culpabilidade é sinônimo de
reprovabilidade, LOGO, quem age sob
coação moral irresistível não pratica uma
conduta reprovável, porque a ela não
havia possibilidade de escolha livre e
consciente.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais
POR ISSO, dentro da culpabilidade é
necessário analisar: quanto ao réu se
era possível haver exigibilidade de
conduta diversa.

Corrigiu a questão da
culpabilidade
TEORIA DO CRIME
sistemas penais
TEORIA DO CRIME
sistemas penais
A partir destes estudos desenvolveu-se a

TEORIA DOS ELEMENTOS SUBJETIVOS

DO INJUSTO, pois há casos em que não

se pode saber se o fato típico ou atípico

sem conhecer a intenção do autor.


TEORIA DO CRIME
sistemas penais
Dependendo do elemento subjetivo

do agente, ou seja, de sua

finalidade, a qualificação jurídica do

crime muda completamente (crime

doloso, culposo e preterdoloso).


TEORIA DO CRIME
sistemas penais

Não se pode à vista disso


desconhecer que a finalidade, o dolo
e a culpa estão na própria conduta.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais

Isto implica em retirar da análise da


culpabilidade o dolo/culpa e inseri-lo
no aspecto objetivo integrando a ação
do agente (sua conduta).
TEORIA DO CRIME
sistemas penais
Descobriu-se assim a FINALIDADE

como elemento inseparável da

conduta. Sem o exame da vontade

finalística não se sabe se o fato é

típico ou não.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais
Partindo-se deste pressuposto,
distinguiu-se a finalidade da
causalidade, para em seguida,
concluir-se que não existe conduta
típica sem vontade e finalidade,
TEORIA DO CRIME
sistemas penais
e que não é possível separar o dolo e
a culpa da vontade típica, como se
fossem fenômenos distintos. Em vista
disso não se pode ignorar que a
finalidade, o dolo e a culpa estão
inseridos na própria conduta.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais
3. Sistema Finalista

FINALISTA DA AÇÃO: Toda ação


humana é o exercício da atividade
finalista; conduta é a ação humana
positiva, consciente e voluntária
movida por uma finalidade.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais

Não existindo vontade, no caso da


coação física, dos reflexos ou ainda
nas hipóteses de caso fortuito ou
força maior, não há que se falar em
crime.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais

Se o agente pratica uma conduta


voluntária e finalística, mas produz um
resultado não querido, ante a quebra do
dever objetivo de cuidado, corre um
crime culposo.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais

Se a conduta consciente e voluntária


produz um resultado coincidente com
a finalidade que dirigiu o ato, o criem
será doloso.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais

Quanto ao crime preterdolso, trata-se


de um misto entre a conduta dolosa e
um resultado doloso e a conduta
voluntário com um resultado culposo.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais
 NORMATIVA DA CULPABILIDADE: A
culpabilidade é vista como a
possibilidade de reprovar o autor de um
fato punível porque, de acordo com as
circunstâncias concretas, poderia e
deveria agir de modo diferente.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais

Funda-se portanto na possibilidade de


censurar alguém pela causação de
um resultado provocado por sua
vontade ou inaceitável descuido,
quando era plenamente possível que
o tivesse evitado.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais

Sem isso não há reprovação e, por


conseguinte, punição. Sem
culpabilidade não pode haver pena
(nulla poena sine culpa) e sem dolo
ou culpa não existe crime (nullum
crime sine culpa)
TEORIA DO CRIME
sistemas penais
TEORIA DO CRIME
sistemas penais
4. Sistema Funcionalista

 IMPUTAÇÃO OBJETIVA: A adequação


social é elemento do tipo; não se fala
mais em resultado naturalístico uma vez
que ele será sempre caracterizado pelo
risco ao objeto jurídico.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais

Dessa forma desenvolveu-se a distinção


entre risco permitido e o risco proibido; a
conduta só será imputável objetivamente
ao agente se houver plausibilidade
mínima entre a conduta e o resultado
final.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais
 CONCEPÇÃO ACERCA DA
CULPABILIDADE: tudo o que foi preconizado
pelo sistema finalista mais a satisfação de
necessidades preventivas. Todos os
elementos da estrutura do crime e toda a
dogmática penal devem ser analisados à luz
da função do direito penal.
TEORIA DO CRIME
sistema penais
Sob o dogma de que muito mais

importante do que a beleza do

sistema é a busca da solução /

resposta penal justa.


TEORIA DO CRIME
sistemas penais
Claus Roxin: funda-se no
funcionalismo racional teleológico. O
direito penal possui limites materiais e
não pode o legislador ignorá-los. O
crime deve ter em sua concepção
conteúdo material.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais

O fato é socialmente inadequado e


considerado atípico em virtude da sua
ínfima lesividade. TEORIA DO
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais
 Gunther Jacobs: o direito penal serve para
garantir a vigência da norma e assegurar
expectativas normativas. O tipo penal contém
um elemento implícito (não descrito
expressamente), sem o qual de nada adianta a
realização integral dos elementos descritos
explicitamente no tipo: o dano de relevância
social.
TEORIA DO CRIME
sistemas penais
Sem que a conduta afronte o sentimento
médio de justiça da coletividade, o fato será
atípico, pouco importando que tenha sido
cometido com dolo ou culpa e que todos os
elementos definidos no tipo tenham sido
realizados. É a TEORIA SOCIAL DA AÇÃO.
TEORIA DO CRIME
LOGO, VAMOS ESTUDAR
O CRIME SEGUNDO A
TEORIA FINALISTA TRIPARTIDA
TEORIA DO CRIME
FATO TÍPICO
 CONDUTA:

É toda ação ou omissão (ou seja a


conduta é gênero).

OMISSÃO = deixar de fazer,


comportamento omissivo.

AÇÃO = fazer alguma coisa,


comportamento comissivo.
FATO TÍPICO
 OMISSÃO = deixar de fazer,
comportamento omissivo.
 TEORIA NORMATIVA DA OMISSÃO:
A omissão é um nada e o nada não dá
causa a coisa alguma. Não existe
nexo causal na omissão.
FATO TÍPICO
O omitente não dá causa ao
resultado. Porém, excepcionalmente,
mesmo não tendo causa ao resultado
o agente responderá por ele quando a
norma lhe impuser o dever jurídico de
agir.
FATO TÍPICO
 ART. 13, §2º CP: a omissão é

penalmente relevante quando

omitente devia a podia agir para evitar

o resultado. O dever de agir incumbe

a quem:
FATO TÍPICO
a) Tenha por lei obrigação de cuidado,
proteção ou vigilância;

b) De outra forma assumiu a responsabilidade


de impedir o resultado (dever do
garantidor);

c) Com o seu comportamento anterior, criou o


risco da ocorrência do resultado.
FATO TÍPICO
 AÇÃO = fazer alguma coisa,
comportamento comissivo.

A ação pode ser dolosa ou culposa.


FATO TÍPICO

 DOLO = conduta consciente e

voluntária que produz um resultado

coincidente com a finalidade de quem

produziu o ato.
FATO TÍPICO

 CULPA = conduta voluntária e

finalística, cuja produção do resultado

(que não era querido pelo agente) se

deu pela quebra de um dever objetivo

de cuidado.
FATO TÍPICO
 ART. 18 CP Diz-se o crime:
 doloso, quando o agente quis o
resultado ou assumiu o risco de
produzi-lo;
 culposo, quando o agente deu causa
ao resultado por imprudência,
negligência ou imperícia.
FATO TÍPICO
CRIME DOLOSO

quando o agente quis o resultado ou

assumiu o risco de produzi-lo.


TEORIA DO CRIME
teorias sobre o dolo
 Da vontade: dolo é tão somente a
vontade livre e consciente de querer
(querer realizar o tipo objetivo de um
crime) praticar a infração penal, isto é,
de querer levar a efeito a conduta
prevista no tipo penal incriminador.
TEORIA DO CRIME:
teorias sobre o dolo
 Do assentimento (ou consentimento ou

assunção): atua com dolo aquele que

antevendo como possível o resultado lesivo

com a prática de sua conduta, mesmo não o

querendo de forma direta,


TEORIA DO CRIME:
teorias sobre o dolo
não se importa com a sua ocorrência,

assumindo o risco de vir a produzi-lo.

Aqui o agente não quer o resultado

diretamente, mas o entende como

possível e o aceita (dolo eventual)


TEORIA DO CRIME
espécies de dolo

DOLO DIRETO
quando o agente quer efetivamente
cometer a conduta descrita no tipo.
TEORIA DO CRIME
espécies de dolo

 1º grau: é o dolo direto em relação ao


fim proposto e aos meios escolhidos.

 2º grau: é o dolo direto em relação aos


efeitos colaterais, representados com
necessários.
TEORIA DO CRIME
espécies de dolo
Aqui o resultado típico é uma
consequência necessária dos meios
eleitos, que devem ser abrangidos
pela vontade tanto como o fim em si
mesmo (também chamado de dolo de
consequências necessárias).
TEORIA DO CRIME:
espécies de dolo
DOLO INDIRETO:
1. ALTERNATIVO: apresenta-se
quando o aspecto volitivo do agente se
encontra direcionado, de maneira
alternativa; seja em relação ao resultado
ou em relação ao bem jurídico contra o
qual o crime é cometido.
TEORIA DO CRIME:
espécies de dolo
2. EVENTUAL: ocorre quando o agente
embora não querendo diretamente
praticar a infração penal, não se
abstém de agir e, com isso, assume o
risco de produzir o resultado que por
ele já havia sido previsto e aceito.
TEORIA DO CRIME:
espécies de dolo
3.GERAL (ERRO SUCESSIVO): é quando

o agente, julgando ter obtido o resultado

intencionado, pratica segunda ação com

diverso propósito e só então é que

efetivamente o dito resultado se produz.


FATO TÍPICO
CRIME CULPOSO

Diz-se o crime culposo quando o agente

deu causa ao resultado por

imprudência, negligência ou imperícia


TEORIA DO CRIME
Crime Culposo
CULPA é a conduta humana voluntária
(ação ou omissão) que produz
resultado antijurídico não querido,
mas previsível, ou excepcionalmente
previsto, que podia com a devida
atenção ser evitado.
TEORIA DO CRIME
Crime Culposo
Assim, podemos dissecar a
caracterização do delito culposo nos
seguintes elementos:

 conduta humana voluntária: comissiva


ou omissiva.
TEORIA DO CRIME
Crime Culposo
 Na conduta culposa a finalidade, em

regra, é lícita. Ocorre que os meios

escolhidos e empregados pelo agente

para atingir tal finalidade é que foram

inadequados ou mal utilizados.


TEORIA DO CRIME
Crime Culposo
 inobservância de um dever objetivo de
cuidado (negligência imprudência imperícia)

 A lesão ao dever de cuidado resulta da


omissão da ação cuidadosa, imposta pela
norma, no sentido de atender às funções
protetivas a que se propõe.
TEORIA DO CRIME
Crime Culposo
 A prova ou comprovação da lesão ao
dever de cuidado se faz
negativamente:se a ação realizada
pelo agente era adequada ao
objetivamente exigido, era cuidadosa
e, por isso, não haverá tipicidade.
TEORIA DO CRIME
Crime Culposo
 Em caso contrário, verifica-se a lesão

ao dever de cuidado, porque na

condução da atividade foram omitidas

as exigências protetivas impostas pela

norma.
TEORIA DO CRIME
Crime Culposo
 pelo resultado lesivo não querido,
tampouco assumido, pelo agente.

 nexo de causalidade: entre a conduta do


agente que deixa de observar o seu
dever de cuidado e o resultado lesivo
dela advindo.
TEORIA DO CRIME
Crime Culposo
 É preciso que ocorra um resultado
naturalístico. É preciso que o agente
pratique uma conduta que infrinja um
dever de cuidado objetivo e, por
conseguinte, venha a causar um
resultado naturalístico.
TEORIA DO CRIME
Crime Culposo
 previsibilidade: se o fato escapar
totalmente à previsibilidade do agente,
o resultado não lhe pode ser atribuído,
mas sim ao caso fortuito ou à força
maior.
TEORIA DO CRIME
Crime Culposo
Previsível é o fato cuja possível
superveniência não escapa à
perspicácia comum.
 Previsibilidade objetiva: homem médio
 Previsibilidade subjetiva: condições
pessoais do agente (aferida na
culpabilidade).
TEORIA DO CRIME
Crime Culposo
 tipicidade: só se fala em crime

culposo se houve previsão legal

expressa para essa modalidade de

infração.
TEORIA DO CRIME
Crime Culposo

O DOLO É A REGRA,

A CULPA É A EXCEÇÃO.
TEORIA DO CRIME
Modalidades de Culpa
IMPRUDÊNCIA: É a conduta positiva
praticada pelo agente que, por não
observar o seu dever de cuidado, cause
resultado lesivo que lhe era previsível.

É a prática de um ato perigoso sem os


cuidados que o caso requer.
TEORIA DO CRIME
Modalidades de Culpa

NEGLIGÊNCIA: Consiste em deixar

de fazer aquilo que a diligência normal

impunha.
TEORIA DO CRIME
Modalidades de Culpa
IMPERÍCIA: É a inaptidão,

momentânea ou não, do agente para

o exercício de arte, ofício ou

profissão. Está ligada, basicamente, à

atividade profissional do agente.


TEORIA DO CRIME
Modalidades de Culpa

Culpa consciente: o resultado, embora

previsível, não foi previsto pelo

agente.
TEORIA DO CRIME
Modalidades de Culpa
Culpa inconsciente: o resultado é

previsto, mas o agente confiando em

si mesmo, nas suas habilidades

pessoais acredita SINCERAMENTE

que este não venha a acontecer


TEORIA DO CRIME
Modalidades de Culpa
Dolo eventual: embora o agente não

queira diretamente o resultado,

assume o risco de vir a produzi-lo.

É a teoria do assentimento.
TEORIA DO CRIME

CULPA IMPRÓPRIA
(OU POR EXTENSÃO, OU POR
EQUIPARAÇÃO, OU ASSIMILAÇÃO)

É aquela em que o sujeito, aos prever o


resultado, realiza a conduta por erro
inescusável quanto à ilicitude do fato e o
resultado é então produzido
TEORIA DO CRIME
Culpa Imprópria
O agente supõe ma situação fática
que, se existisse, tornaria a sua ação
legítima. Como, entretanto, esse erro
poderia ter sido evitado pelo emprego
da prudência inerente ao homem
médio, responde à título de culpa.
TEORIA DO CRIME
Culpa Imprópria
Cuida-se em verdade de DOLO, eis que
o agente quer a produção do resultado.

Por motivos de política criminal o Código


Penal aplica a um crime doloso a
punição correspondente a um crime
culposo.
TEORIA DO CRIME
Culpa Imprópria
O erro quanto à ilicitude do fato,

embora inescusável, proporciona esse

tratamento diferenciado.

Ex: Pai que mata a filha chegando em

casa a noite, pensando que é ladrão.


TEORIA DO CRIME
Crime Culposo
Observações finais

1. não há compensação de culpas no

direito penal. Mas é possível aferir a

concorrência de culpas.
TEORIA DO CRIME
Crime Culposo
Observações finais
2. não há presunção de culpa no direito
penal, deve-se aferir no caso
concreto se houve ou não a
ocorrência de todos os elementos já
vistos para que se verifique a prática
de um crime culposo.
TEORIA DO CRIME

PRETERDOLO

O agente pratica crime doloso, mas


por culpa acaba por produzir crime
mais grave.
TEORIA DO CRIME

PRETERDOLO

DOLO NO ANTECEDENTE
+
CULPA NO CONSEQUENTE
TEORIA DO CRIME

 Não admite tentativa.

 Trata-se de uma espécie de crime


qualificado pelo resultado.
TEORIA DO CRIME

 Exemplo clássico de crime preterdoloso


é a lesão corporal seguida de morte
(art. 129, § 3º, do CP). Com efeito,
nesse crime o agente pretende cometer
uma lesão, porém, por negligência,
imprudência ou imperícia, dá causa a
resultado mais grave, qual seja, a morte.
TEORIA DO CRIME
TEORIA DO CRIME
RESULTADO

Sobre o assunto há duas teorias que

explicam o fenômeno resultado para o

direito:
TEORIA DO CRIME
RESULTADO

 teoria naturalística: resultado é


amodificação no mundo exterior provocada
pela ação ou omissão;

 teoria jurídica: resultado é a lesão ou ameça


de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma
penal.
Classificação dos crimes quanto
ao resultado naturalístico:
 materiais ou de resultado: o tipo
penal descreve a conduta e um
resultado material, exigindo-o para
fins de consumação.

 Ex. Art. 121 CP: “matar alguém”.


Classificação dos crimes quanto
ao resultado naturalístico:
 formais: o tipo penal descreve uma
conduta e o resultado material, porém
não o exige para fins de consumação.

 Ex. Art. 159 CP: extorsão mediante


sequestro.
Classificação dos crimes quanto
ao resultado naturalístico:
“Sequestrar pessoa com o fim de obter,

para si ou para outrem, qualquer

vantagem, como condição ou preço

do resgate.”
Classificação dos crimes quanto
ao resultado naturalístico:
 de mera conduta: o tipo penal não faz
nenhuma alusão a resultado
naturalístico, limitando-se a descrever a
conduta punível independentemente de
qualquer modificação no mundo exterior.

 Ex. Art. 135 CP: omissão de socorro.


Classificação dos crimes quanto
ao resultado naturalístico:
“Deixar de prestar assistência, quando
possível fazê-lo sem risco pessoal, à
criança abandonada ou extraviada, ou à
pessoa inválida ou ferida, ao desamparo
ou em grave e iminente perigo; ou não
pedir, nesses casos, o socorro da
autoridade pública”.
Classificação dos crimes quanto
ao resultado JURÍDICO:
 de dano ou de lesão: quando a

consumação exige a efetiva lesão oa

bem tutelado.
Classificação dos crimes quanto
ao resultado JURÍDICO:
 de perigo: caso a consumação se dê
apenas com a exposição do bem
jurídico a uma situação de risco. Ex.
Art. 130.
Classificação dos crimes quanto
ao resultado JURÍDICO:
E se subdividem:

 em de perigo concreto: o risco deve

ser demonstrado.
Classificação dos crimes quanto
ao resultado JURÍDICO:
 de perigo abstrato: a prática da ação ou
omissão gera uma presunção absoluta de
que o bem jurídico já sofreu um risco, ocorre
“como legítima estratégia de defesa do bem
jurídico contra agressões em seu estado
embrionário, reprimindo-se a conduta antes
que ela venha produzir um perigo conreto ou
dano efetivo.
TEORIA DO CRIME:
Resultado
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
ITER CRIMINIS
 COGITAÇÃO – IMPUNÍVEL
 PREPARAÇÃO – IMPUNÍVEL, EXCETO
SE CONSTITUIR CRIME AUTÔNOMO
 EXECUÇÃO – PUNÍVEL
 CONSUMAÇÃO – PUNÍVEL
TEORIA DO CRIME:
Resultado
 Art. 14 CP - Diz-se o crime:
 I - consumado, quando nele se
reúnem todos os elementos de sua
definição legal;

 II - tentado, quando, iniciada a


execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do
agente.
TEORIA DO CRIME:
Resultado
A lei penal (art. 14, II) limitou a

punição dos atos praticados pelo

agente a partir de sua execução,

deixando de lado a cognição e os atos

preparatórios.
TEORIA DO CRIME:
Crime Tentado

A teoria adotada pelo nosso ordenamento jurídico

para a análise da tentativa é a teoria objetiva, que

se subdivide em: formal e material.


TEORIA DO CRIME:
Crime Tentado
 Formal: indica a ação do tipo como
elemento do início da execução. A
tentativa se caracteriza pelo início da
execução da ação do tipo: ações
anteriores são preparatórias, ações
posteriores são executivas
TEORIA DO CRIME:
Crime Tentado
Isto é, ato executório é aquele em que
se inicia a realização do verbo contido
na conduta criminosa. Exige que o
autor tenha concretizado efetivamente
uma parte da conduta típica
penetrando no núcleo do tipo.
TEORIA DO CRIME:
Crime Tentado
 Material: em complementação a anterior
inclui ações que por sua necessária
vinculação cpm a ação típica, aparecem
como parte integrante dela, segundo uma
natural concepção ou que produzem uma
imediata colocação em perigo de bens
jurídicos, sob a perspectiva de terceira
pessoa.
TEORIA DO CRIME:
Crime Tentado
OBS.: no caso de irresistível dúvida
sobre se o ato constitui um ataque ao
bem jurídico ou apenas uma
predisposição para esse ataque, o juiz
terá de pronunciar o “in dubio pro reo”,
negando a existência da tentativa.
Elementos Que Caracterizam
O Crime Tentado

1. A conduta deve ser dolosa, isto é,


que exista uma vontade livre e
consciente de querer praticar
determinada ação penal;
Elementos Que Caracterizam
O Crime Tentado

2. O agente deve ingressar,


obrigatoriamente, na fase dos
chamados atos de execução;
Elementos Que Caracterizam
O Crime Tentado

3. Não consiga, o agente, chegar à


consumação do crime, por
circunstâncias alheias à sua vontade
Elementos Que Caracterizam
O Crime Tentado
 “se a tentativa é um tipo
objetivamente INCOMPLETO, é, no
entanto, do ângulo subjetivo, um tipo
COMPLETO, tanto que o dolo que a
informa é o mesmo dolo do crime
consumado.
Elementos Que Caracterizam
O Crime Tentado
 De qualquer modo, para conceituar a
tentativa, não basta só o desencadeamento
do processo executivo de um fato, mas se
exige também que se identifique a presença
de uma vontade voltada na direção do
resultado, que é a mesma do crime
consumado”.
CRIMES QUE NÃO ADMITEM
TENTATIVA
1. crimes culposos (exceto a culpa
imprópria)

2. crimes preterdolosos

3. crimes omissivos próprios (puros)

4. contravenções penais (art. 4º LCP)

5. delitos de atentado
CRIMES QUE NÃO ADMITEM
TENTATIVA
6. crime habitual

7. crimes de mera conduta

8. crimes unissubsistentes

9. crimes que a lei impõe a ocorrência

de resultado naturalístico.
TEORIA DO CRIME:
Resultado
 A punibilidade do crime tentado é
justificada, como regra pelo Código
Penal, pela TEORIA OBJETIVA: deve
existir uma redução na pena quando o
agente não consga efetivamente
consumar a infração penal.
TEORIA DO CRIME:
Resultado

Ou seja, a pena para a tentativa deve


ser menor do que aquela aplicada ao
agente que consegue preencher todos
os elementos da figura típica.
TEORIA DO CRIME:
Resultado
 Diminuição 1/3 a 2/3 da pena prevista
em abstrato.

 Todavia, trata-se de uma TEORIA


OBJETIVA TEMPERADA pois a tentativa
EXCEPCIONALMENTE pode ser
prevista como delito autônomo.
TEORIA DO CRIME:
Resultado
DOS CRIMES CONTRA AS INSTITUIÇÕES
DEMOCRÁTICAS
(Lei 14197/2021)

 Abolição violenta do Estado Democrático de


Direito

 Art. 359-L. Tentar, com emprego de violência


ou grave ameaça, abolir o Estado
Democrático de Direito, impedindo ou
restringindo o exercício dos poderes
constitucionais:
TEORIA DO CRIME:
Resultado
DOS CRIMES CONTRA AS
INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
(Lei 14197/2021)

 Golpe de Estado

 Art. 359-M. Tentar depor, por meio de


violência ou grave ameaça, o governo
legitimamente constituído:
TEORIA DO CRIME:
Resultado
 Ex.: arts. 359-L CP: (quanto mais
próximo o agente chegar à
consumação da infração penal, menor
será o percentual de redução).
TEORIA DO CRIME:
Resultado

Note-se que quanto mais próximo o


agente chegar à consumação da
infração penal, menor será o
percentual de redução.
Desistência Voluntária e
Arrependimento Eficaz
Na desistência voluntária o agente
interrompe VOLUNTARIAMENTE os
atos de execução, impedindo POR ATO
SEU a consumação da infração penal,
razão pela qual a desistência voluntária
também é conhecida por tentativa
voluntária.
Desistência Voluntária e
Arrependimento Eficaz
Note-se: fica afastada a punição do

agente pela tentativa da infração

penal por ele pretendida inicialmente.


Desistência Voluntária e
Arrependimento Eficaz
Impõe a lei penal que a desistência
seja voluntária, mas não espontânea.
“qualquer desistência é boa, desde
que voluntária (= enquanto o agente
continuar sendo dono de suas
decisões).
Desistência Voluntária e
Arrependimento Eficaz
 Quero prosseguir, mas não posso =

tentativa

 Quero prosseguir, mas não quero =

desistência voluntária
Desistência Voluntária e
Arrependimento Eficaz

Fala-se em arrependimento eficaz quando o


agente, depois de esgotar todos os meios de
que dispunha para chegar a conumação da
infração penal arrepende-se e atua em
sentido contrário, evitando a produção do
resultado inicialmente por ele pretendido.
Desistência Voluntária e
Arrependimento Eficaz
Estes institutos, segundo Frederico Marques,
são causas de atipicidade do fato, porque
(por razões de política criminal) o legislador
retirou a possibilidade de se ampliar o tipo
penal com a norma de extensão relativa à
tentativa, subsistindo apenas a tipicidade dos
fatos já praticados.
Desistência Voluntária e
Arrependimento Eficaz
Por fim, embora o agente tenha
desistido voluntariamente de prosseguir
na execução ou mesmo depois de tê-la
esgotado, atua no sentido de evitar a
produção do resultado, se este vier a
ocorrer o agente não será beneficiado
pelo instituto.
TEORIA DO CRIME
TEORIA DO CRIME:
Resultado
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
 Art. 16 CP: Nos crimes cometidos sem
violência ou grave ameaça à pessoa,
reparando o dano ou restituída a coisa,
até o recebimento da denúncia ou da
queixa, por ato voluntário do agente, a
pena será reduzida de 1/3 a 2/3.
TEORIA DO CRIME:
Resultado
 Natureza jurídica do arrependimento

posterior: causa geral de diminuição

de pena (pessoal/objetiva e

obrigatória)
TEORIA DO CRIME:
Resultado
 Note-se que embora oferecida a

denúncia, se o juiz não a tiver recebido,

o agente poderá beneficiar-se com esta

causa geral de diminuição de pena = até

o RECEBIMENTO da denúncia.
TEORIA DO CRIME:
Resultado
Requisitos para cabimento do
arrependimento posterior:

 a infração penal praticada não pode


ser prevista, em seu tipo, com seus
elementos a grave ameaça ou
violência a pessoa;

 ato voluntário (não se exige


espontaneidade)
TEORIA DO CRIME:
Resultado
Requisitos para cabimento do
arrependimento posterior:

 - reparação ou restituição TOTAL (e não

parcial)

 - antes do recebimento da denúncia /

queixa
TEORIA DO CRIME:
Resultado
 Obs1: extensão da redução aos co-autores =

possível.

 A reparação do dano é um dado do mundo

da realizada, portanto circunstância objetiva,


TEORIA DO CRIME:
Resultado
que não se restringe à esfera pessoal do

agente que a realiza, tanto que extingue

a obrigação erga omnes. Logo,

estende-se aos co-autores e

partícipes,condenados pelo mesmo fato.


TEORIA DO CRIME:
Resultado
 Obs. 2: reparação do dano após o
recebimento da denúncia e antes do
julgamento do processo:

 embora não seja aplicado ao agente a


causa geral de diminuição de pena
prevista no art. 16, será pertinente a
aplicação da circunstância atenuante
elencada no art. 65, III, b segunda parte
do CP
TEORIA DO CRIME:
Resultado
Ou seja:

“são circunstâncias que sempre

atenuam a pena, ter o agente: ter antes

do julgamento reparado o dano”.


TEORIA DO CRIME:
Resultado
TEORIA DO CRIME:
Resultado
 Obs. 3: Lei 9099/95:

a composição dos danos entre o autor

do fato e a vítima, realizada na audiência

preliminar terá o condão de fazer com

que ocorra a extinção da punibilidade


TEORIA DO CRIME:
Resultado

em face da renúncia legal imposta à

vítima ou seu direito de ingressar em

juízo com sua queixa-crime, ou

mesmo oferecer a sua representação.


TEORIA DO CRIME:
Resultado
CRIME IMPOSSÍVEL

É TAMBÉM CHAMADO DE

TENTATIVA INIDÔNEA,

INADEQUADA OU QUASE CRIME.


TEORIA DO CRIME:
Resultado

ART. 17: NÃO SE PUNE A TENTATIVA


QUANDO POR INEFICÁCIA ABSOLUTA
DO MEIO OU POR ABSOLUTA
IMPROPRIEDADE DO OBJETO É
IMPOSSÍVEL CONSUMAR-SE O
CRIME.
TEORIA DO CRIME:
Resultado
TEORIAS

1. TEORIA SUBJETIVA : não importa


se o meio ou o objeto são
absolutamente ou relativamente
ineficazes ou impróprios, pois que
para a configuração da tentativa,
basta que o agente tenha agido com
vontade de praticar a infração penal.
TEORIA DO CRIME:
Resultado

Ressalte-se que o agente para esta

teoria é punido pela sua intenção

delituosa, mesmo que no caso

concreto bem algum se colocasse em

situação de perigo.
TEORIA DO CRIME:
Resultado

2. TEORIA OBJETIVA PURA: aqui não


importa se o meio ou o objeto eram
absoluta ou relativamente inidôneos
para que se pudesse chegar ao
resultado cogitado pelo agente,
TEORIA DO CRIME:
Resultado

uma vez que em nenhuma dessas

situações responderá ele pela tentativa

(não há bem jurídico punível, portando

não há fato punível).


TEORIA DO CRIME:
Resultado
3. TEORIA OBJETIVA TEMPERADA:

entende somente puníveis os atos

praticados pelo agente quando os

meios e os objetos são

RELATIVAMENTE ineficazes OU
TEORIA DO CRIME:
Resultado

impróprios, isto é, quando há alguma

possibilidade do agente alcança o

ato pretendido. (adotado pelo CP).


TEORIA DO CRIME
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL

NEXO CAUSAL

ou

RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
É o vínculo formado entre a conduta

praticada por seu autor e o resultado

por ele produzido. Por meio do nexo

causal pode-se dizer que a conduta

produziu determinado resultado.


TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
O nexo normativo ou jurídico é a lesão

ou exposição a perigo de lesão do bem

jurídico protegido pela lei penal. Não há

crime sem resultado jurídico, pois tudo

delito agride bens jurídicos tutelados.


TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL

O nexo causal é aquele elo


necessário que une a conduta
praticada pelo agente ao resultado por
ela produzido.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
Se não houver esse vínculo que liga o
resultado à conduta levada a efeito pelo
agente, não se pode falar em relação de
causalidade e, assim, tal resultado não
poderá ser atribuído ao agente, haja
vista não ter sido ele o seu causador.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 O nexo causal é a imputação / atribuição
objetiva, ou seja, objetivamente o resultado
pode ser atribuído à determinada conduta
praticada por certa pessoa.

 O nexo normativo é a imputação subjetiva,


ou seja, atuação com dolo ou culpa do
agente.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL

RESULTADO
X
RELAÇÂO DE CAUSALIDADE

TEORIAS:
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 TEORIA DA CAUSALIDADE
ADEQUADA: aqui, causa é a
condição necessária e adequada a
determinar a produção do evento

 Exceção do CP – art. 13, §1º, ou seja


TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 a superveniência de causa
relativamente independente exclui a
imputação quando, por si só, produziu
o resultado; os fatos anteriores,
entretanto, imputam-se a quem os
praticou.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 TEORIA DA RELEVÂNCIA: para esta

teoria causa é a condição relevante

para o resultado. O juízo de

relevância engloba o juízo de

adequação.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 Será irrelevante tudo aquilo que foi
imprevisível para o homeem prudente,
situado no momento da prática da
ação. Só o objetivamente previsível é
causa relevante (= interpretação
teleológica dos tipos penais).
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS
ANTECEDENTES CAUSAIS (OU DA
CONDITIO SINE QUA NON)
 REGRA ADOTA PELO CP
 Considera-se causa a ação ou omissão
sem a qual o resultado não teria
ocorrido.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 Isso significa que todos os fatos que
antecedem o resultado se equivalem,
desde que indispensáveis à sua
ocorrência. Verifica-se se o fato
antecedente é causa do resultado a
partir de uma eliminação hipotética.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 Partindo do resultado naturalístico

devemos fazer uma regressão

almejando descobrir tudo aquilo que

tenha exercido influência na sua

produção.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 SE SUPRIMIDO MENTALMENTE O

FATO, VIER A OCORRER UMA

MODIFICAÇÃO NO RESULTADO, É

SINAL DE QUE AQUELE É CAUSA

DESTE ÚLTIMO.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 Contudo, existe falha na teoria da

equivalência dos antecedentes

causais quando estamos diante de

fatos que, isoladamente teriam plenas

condições de produzir o resultado.


TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 A crítica que se faz à teoria da
equivalência dos antecedentes causais é
no sentido de que, havendo necessidade
dessa regressão em busca de apontar
todas as causa que contribuíram para o
resultado, chegaríamos a uma regressão
“ad infinitum”.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 Para que não se perca na linha de
desdobramento causal, devemos
interromper a cadeia causal no instante
em que não houver dolo ou culpa por
parte daquelas pessoas que tiveram
alguma importância a produção do
resultado (causalidade psíquica).
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 É a chamada proibição do regresso,

segundo a qual não é possível

retroceder além dos limites de uma

vontade livre e consciente, dirigida à

produção do resultado.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 Processo hipotético de eliminação:

1º) temos que pensar no fato que


entendemos como influenciador do resultado.

2º) devemos suprimir mentalmente esse fato


da cadeia causal;
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
3º) se, como consequência dessa

supressão mental, o resultado vier a se

modificar, é sinal de que o fato suprimido

mentalmente deve ser considerado

como causa desse resultado.


TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL

Causa é todo antecedente que não

pode ser suprimido in mente, sem

afetar o resultado como ele

ocorreu.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA

https://portal.trf1.jus.br/dspace/bitstrea
m/123/91150/1/A%20teoria%20da%2
0imputa%C3%A7%C3%A3o%20objeti
va.pdf
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
CONCAUSAS SÃO AS CAUSAS

CONCOMITANTES PARALELAS AO

FATO PRINCIPAL.

Existem 2 tipos de concausas:


TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 CAUSAS DEPENDENTES – são

aquelas que se encontram dentro da

linha de desdobramento causal

(esperado), por isso, não rompem o

nexo causal.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 CAUSAS INDEPENDENTES – são as
causas que estão fora da linha de
desdobramento causal (esperado).
Trata-se de um resultado imprevisível,
inesperado e a depender do liame
pode romper o nexo causal.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 causas absolutamente
independentes: são aquelas causas
que teriam acontecido, vindo a
produzir o resultado, mesmo se não
tivesse havido qualquer conduta por
parte do agente.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 São causas que não dependem da
conduta do agente para existirem e
produzem por si só o resultado.

 Todas as suas modalidades rompem o


nexo de causalidade.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 causas relativamente

independentes: são as causas que

somente têm a possibilidade de

produzirem o resultado se forem

conjugadas com a conduta do agente.


TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
Existe uma relação de dependência

entre a conduta do agente e a causa

que também influencia na produção

do resultado.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
A ausência de qualquer uma delas, ou

seja, causa relativamente

independente + conduta do agente faz

com que o resultado seja modificado.


TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 Ex: Ferida, a vítima é levada ao

hospital e sofre um acidente no

trajeto, vindo, por esse motivo, a

falecer.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
A causa é independente, porque a
morte foi provocada pelo acidente e não
pela facada, mas essa independência é
relativa, já que, se não fosse o ataque, a
vítima não estaria na ambulância
acidentada nem morreria.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 As causas relativamente independentes

preexistentes e concomitantes quando

conjugadas com a conduta do agente,

fazem com que este sempre responda

pelo resultado.
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
Para isso é preciso que essas causas
tenham entrado na esfera de
conhecimento do agente, pois, caso
contrário, estaremos diante da
responsabilidade penal objetiva ou
responsabilidade penal sem culpa (o que
não é admitido em nosso ordenamento).
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 Já as causas supervenientes relativamente

independentes tem uma particularidade: o

resultado somente poderá ser imputado ao

agente se estiver na mesma linha de

desdobramento natural da ação.


TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 caso contrário, quando a causa
superveniente relativamente
independente POR SI SÓ vier a
produzir o resultado, pelo fato de não se
encontrar na mesma linha de
desdobramento físico, o agente só
responderá pelo seu dolo
TEORIA DO CRIME:
NEXO CAUSAL
 Isso porque há um rompimento na

cadeia causal, não podendo o agente

responder pelo resultado que não foi

uma consequência natural da sua

conduta inicial.
TEORIA DO CRIME
TEORIA DO CRIME:
TIPICIDADE
 Por imposição do princípio NULLUM

CRIMEN SINE LEGE, o legislador

quando quer impor ou proibir uma

conduta sob a ameaça de sanção, deve,

obrigatoriamente valer-se de uma lei.


TEORIA DO CRIME:
TIPICIDADE
 Quando a lei em sentido estrito
descreve a conduta (comissiva ou
omissiva) com o fim de proteger
determinados bens cuja tutela
mostrou-se insuficiente pelos demais
ramos do direito, surge o tipo penal.
TEORIA DO CRIME:
TIPICIDADE

TIPO

TIPICIDADE
TEORIA DO CRIME:
TIPICIDADE
TEORIA DO CRIME:
TIPICIDADE
Tipo = é um instrumento legal, logicamente

necessário e de natureza

predominantemente descritiva.

Que tem por função a individualização de

condutas humanas penalmente relevantes.


TEORIA DO CRIME:
TIPICIDADE
TIPICIDADE = quer dizer a

subsunção perfeita da conduta

praticada pelo agente ao modelo

abstrato previsto na lei penal, isto é, a

um tipo penal incriminador.


TEORIA DO CRIME:
TIPICIDADE
 A conduta do agente ao modelo abstrato

previsto na lei penal (tipo), faz surgir a

tipicidade legal ou formal. Essa

adequação deve ser perfeita, pois caso

contrário o fato será formalmente atípico.


TEORIA DO CRIME:
TIPICIDADE
TIPICIDADE CONGLOBANTE

https://www.ibccrim.org.br/media/posts
/arquivos/1/artigo2.pdf
TEORIA DO CRIME:
TIPICIDADE
 Elementares do tipo: são dados
essenciais à figura típica, sem os
quais ocorre uma atipicidade absoluta
ou uma atipicidade relativa (e gera
apenas a desclassificação para outra
figura típica).
TEORIA DO CRIME:
TIPICIDADE
Elementos que integram o tipo:

Elementos objetivos: tem a finalidade


de descrever a ação, o objeto da ação
e, em sendo o caso, o resultados, as
circunstâncias externas do fato e a
pessoa do autor. (descritivos e
normativos)
TEORIA DO CRIME:
TIPICIDADE
Elementos que integram o tipo:

Elementos subjetivos: por excelência é o


dolo (é o elemento anímico, que diz
respeito a vontade do agente),
eventualmente pode conter a culpa, ou
alguma finalidade especial que atuará o
agente.
TEORIA DO CRIME:
TIPICIDADE
Funções do tipo

 garantidora

 fundamentadora

 selecionadora de condutas

 indiciária da ilicitude.
ERRO DE TIPO
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO

No erro de tipo, a falsa percepção do

agente recai sobre a realidade que o

circunda.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO

Vale dizer: ele não capta

corretamente os eventos que

ocorrem ao seu redor.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO

O erro de tipo dá-se quando o

equívoco recai sobre situação fática

prevista como:
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
1) elemento constitutivo do tipo

legal de crime ou requisitos de

uma excludente de ilicitude (erro

essencial)
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO

2-) ou sobre dados irrelevantes da

figura típica (erro acidental).


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
Nesta modalidade de erro, o agente

realiza concretamente todos os

elementos de um tipo penal

incriminador, sem contudo, o perceber.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
Quem opera em erro de tipo SABE que

uma atitude como a que pratica

configura, em tese, ilícito penal,, porém

não percebe o que está fazendo,


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO

pois algum dado da realidade (que

constitui o elemento do tipo) refoge á

sua percepção.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
Espécies de erro de tipo:

1) erro essencial

2) erro acidental
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
1) erro essencial – sempre exclui o

dolo e se subdivide em erro de tipo

incriminador (art. 20, caput CP) e erro

de tipo permissivo (art. 20, §1º CP).


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
2) erro acidental – não beneficia o
agente e compreende o erro sobre o
objeto material (art. 2, §3º CP), o
erro na execução (art. 73 e 74 CP) e
o erro sobre o nexo causal.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
Erro de tipo essencial

o agente possui uma falsa percepção


da realidade, faltando-lhe a
consciência de que está praticando
uma infração penal,
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
retirando/afastando o dolo da conduta

praticada. Sem vontade e sem

consciência não se pode falar em

dolo.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO

Consequências do erro sobre


circunstância elementar do tipo

o erro de tipo, afastando a vontade e


a consciência do agente, exclui
sempre o dolo. (Art. 20, caput)
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO

Convém lembrar que erro de tipo como


excludente de tipicidade tem como suporte a
teoria finalista da ação, que coloca o dolo
na área da tipicidade, como tipo complexo
(diferente da teoria causalista) apresentando
um aspecto objetivo e outro subjetivo e neste
se situando o dolo e a culpa.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
Logo, há situações em que se permite
a punição em virtude de sua culpa
(conduta culposa), se houver previsão
legal.

Assim podemos falar em:


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
erro de tipo invencível
(escusável, justificável)

que ocorre quando, nas circunstâncias


em que se encontrava, o agente não
tinha como evitá-lo, mesmo tomando
todas as cautelas necessárias.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
erro de tipo invencível
(escusável, justificável)

Nesse caso, sendo invencível o erro,

afasta-se o dolo e a culpa, deixando o

fato de ser típico.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
Erro de tipo evitável
(vencível, injustificável, inescusável)

que ocorre nas situações em que se o

agente tivesse atuado com a

diligência exigida poderia ter evitado

o resultado.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
Sendo evitável o erro, embora o agente
não responda pelo resultado a título de
dolo, pois este sempre estará afastado
pela ausência de vontade e consciência,
poderá ser-lhe atribuído a título de
culpa, se houver previsão legal para
esta conduta.
TEORIA DO ERRO
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
Erro de tipo acidental

Dá-se quando a falsa percepção da

realidade incide sobre dados

irrelevantes da figura conduta típica.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
Erro de tipo acidental

este não tem o condão de afastar o dolo

(ou o dolo e a culpa) do agente e não faz

o agente julgar lícita a ação criminosa.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
Erro de tipo acidental

O sujeito age com a consciência da


antijuridicidade do seu comportamento,
apenas se engana quanto a um
elemento não essencial do fato ou erra
no seu movimento de execução.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO

Poderá o erro acidental

ocorrer nas seguintes hipóteses:


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
1-) Erro sobre objeto material:
a-) error in persona;
b-) error in objecto.

2-) Erro na execução do crime:


c-) aberratio ictus;
d-) aberratio criminis;
e-) aberratio causae.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
erro sobre objeto material

O objeto material do crime é a pessoa

ou a coisa sobre a qual o erro recai a

conduta do agente, sendo assim,

irrelevante.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
erro sobre a pessoa
(error in persona)

Ocorre quando o agente atinge


pessoa diversa da que pretendia
ofender (efetiva), por confundi-la com
outra (vítima visada).
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
erro sobre a pessoa
(error in persona)

Há uma confusão mental, em que o


agente enxerga uma pessoa e sua
mente identifica pessoa distinta.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
erro sobre a pessoa
(error in persona)

Tratando-se de erro irrelevante, o


Código Penal determina que o agente
responda pelo fato com ose houvera
atingido a vítima pretendida:
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
erro sobre a pessoa
(error in persona)

art. 20, §3º CP = é acidental o erro


sobre a pessoa porque na verdade o
agente não erra sobre qualquer
elementar, circunstância ou outro dado
que se agregue à figura típica.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
O dolo do tipo existe.

Somente por erro do agente atinge-se

a pessoa diversa daquela que deveria

ter sido atingida.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
Em tais casos, não se consideram as

condições ou qualidades da vítima,

senão as da pessoa contra quem o

agente queria praticar o crime.

(vítima virtual)
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
erro sobre objeto material
(error in objecto)

Dá-se quando há engano quanto ao

objeto material do crime este não é

uma pessoa, mas uma coisa.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
erro sobre objeto material
(error in objecto)

Se a confusão de objetos materiais

não interferir na essência do crime, o

erro será acidental.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
1-) Erro sobre objeto material:
a-) error in persona;
b-) error in objecto.

2-) Erro na execução do crime:


c-) aberratio ictus;
d-) aberratio criminis;
e-) aberratio causae.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
erro na execução de crime

Neste caso inexiste qualquer confusão

mental. O agente não enxerga uma

coisa e pensa que é outra. O que ocorre

é um equívoco na execução do fato.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
erro na execução de crime

No momento em que se dá início ao iter

criminis (etapas que todo crime contém,

desde os momentos iniciais até a sua

execução),
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
erro na execução de crime

ocorre uma circunstância inesperada ou

desconhecida, normalmente decorrente da

inabilidade do sujeito, a qual faz com que se

atinja uma pessoa diversa da pretendida ou

bem jurídico diverso do imaginado.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
aberratio ictus
(desvio na execução ou erro no golpe)

Verifica-se quando a inabilidade do

agente ou acidente no emprego dos

meios executórios faz com que seja

atingida pessoa diversa da pretendida.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
aberratio ictus
(desvio na execução ou erro no golpe)

E no caso de também ser atingida a


pessoa que se pretendia ofender será
aplicada a regra relativa ao concurso
formal de crime (art. 70 CP).

Pessoa diversa
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
aberratio ictus
(desvio na execução ou erro no golpe)

Aplica-se o §3º do art. 20, relativo ao

erro sobre a pessoa, respondendo como

se tivesse atingido a pessoa que queria

ofender.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
aberratio ictus
(desvio na execução ou erro no golpe)

O art. 73 CP regula duas espécies de

aberratio ictus:

- com resultado simples ou resultado único;

- com unidade complexa ou resultado duplo.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
aberratio criminis
(aberratio delicti ou
resultado diverso do pretendido)

ocorre quando, o acidente ou o erro no


emprego dos meios executórios faz com
que se atinja um bem jurídico diferente
do pretendido.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
aberratio criminis
(aberratio delicti ou
resultado diverso do pretendido)

ocorre quando, o acidente ou o erro no


emprego dos meios executórios faz com
que se atinja um bem jurídico diferente
do pretendido.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
aberratio criminis
(aberratio delicti ou
resultado diverso do pretendido)

Art. 74 CP primeira parte.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
O agente responderá por culpa se o
fato for previsto como crime culposo;
se ocorrer também o fato pretendido,
será aplicada a regra do concurso
formal de crimes.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
Aberratio causae
(erro sobre o nexo causal)

Dá-se quando o agente pretende atingir

determinado resultado, mediante dada

relação de causalidade,
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
Aberratio causae
(erro sobre o nexo causal)

porém obtém seu intento mediante um

procedimento causal diverso do

esperado, mas por ele desencadeado e

igualmente eficaz.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
Aberratio causae
(erro sobre o nexo causal)

a aberração está na causa do resultado,

ou seja, há um erro sobre o curso

causal resultante de uma só conduta.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
Aberratio Causae

Dolo Geral
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE TIPO
O agente pratica a conduta, e acreditando

que ela já está consumada, pratica nova

conduta que acredita ser novo crime ou

mero exaurimento e nesta ocasião é que a

conduta antecedente se produz.


TEORIA DO ERRO
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE PROIBIÇÃO

No erro de proibição a pessoa tem

plena noção da realidade que se

passa ao seu redor.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE PROIBIÇÃO
Não há confusão mental sobre o que

está acontecendo diante dos seus

olhos.

O sujeito sabe exatamente o que faz.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE PROIBIÇÃO

Seu equívoco recai sobre a

compreensão acerca de uma regra de

conduta.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE PROIBIÇÃO
Com o seu comportamento, o agente

viola alguma proibição contida em

norma penal que desconhece por

absoluto.
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE PROIBIÇÃO
Importante frisar que a falta de

conhecimento da ilicitude, por si ´so,

não exclui a culpabilidade, e, portanto,

não impede que o agente receba uma

pena;
TEORIA DO CRIME:
ERRO DE PROIBIÇÃO
a falta de consciência da ilicitude

isoladamente apenas diminui a

culpabilidade, fazendo com que o

agente mereça pena menor.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE PROIBIÇÃO
a culpabilidade só estará afastada se

o agente, além de não dispor do

conhecimento da proibição, nem ao

menos detiver capacidade para

adquirir tal entendimento.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE PROIBIÇÃO

Art. 21 in fine CP.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE PROIBIÇÃO
a culpabilidade só estará afastada se

o agente, além de não dispor do

conhecimento da proibição, nem ao

menos detiver capacidade para

adquirir tal entendimento.


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE PROIBIÇÃO
O erro de proibição que interfere na

consciência da ilicitude classifica-se

em evitável (isenta de 16 a 1/3 a

pena) E inevitável (isenta de pena).


TEORIA DO CRIME:
ERRO DE PROIBIÇÃO
TEORIA DO CRIME:
TEORIA DO ERRO

DESCRIMINANTES

PUTATIVAS
TEORIA DO CRIME:
descriminantes putativas
AS DESCRIMINANTES PUTATIVAS

CONSISTEM EM TANSFORMAR O

FATO NUM INDIFERENTE PENAL

IMAGINARIAMENTE!
TEORIA DO CRIME:
descriminantes putativas
Descriminar significa transformar o

fato num indiferente penal. Ou seja,

para a lei penal o fato cometido pelo

agente não é tido como criminoso,


TEORIA DO CRIME:
descriminantes putativas
uma vez que o próprio ordenamento

jurídico penal permitiu que o agente

atuasse da maneira como agiu. As

causas legais estão previstas no art.

23 CP.
TEORIA DO CRIME:
descriminantes putativas
Quando falamos em putatividade,

queremos nos referir àquelas situações

imaginárias que só existem na mente do

agente. Somente o agente acredita,

por erro, que aquela situação existe.


TEORIA DO CRIME:
descriminantes putativas
Conjugando ambos os institutos temos as
DESCRIMINANTES PUTATIVAS que se
traduzem no fato de que o agente atuou
supondo encontrar-se numa situação de
legítima defesa, de estado de necessidade,
de estrito cumprimento do dever legal ou de
exercício regular do direito (art. 23 CP)
TEORIA DO CRIME:
descriminantes putativas
Como qualquer erro, aqueles

ocorridos numa situação de

putatividade podem ser considerados

escusáveis ou inescusáveis.
TEORIA DO CRIME:
descriminantes putativas
Sendo o erro escusável isenta o agente de

pena. Sendo inescusável, embora tenha

agido com dolo, será ele responsabilizado

como se tivesse praticado um delito culposo

é a chamada culpa imprópria.


TEORIA DO CRIME:
descriminantes putativas
“O que acontece de peculiar é que esse fato

é complexo e, assim, constituído de dois

momentos importantes: há, em primeiro

lugar, o momento da formação do erro do

agente que o faz crer ser lícita sua conduta,

nas circunstâncias, e,
TEORIA DO CRIME:
descriminantes putativas
em segundo, lugar, o da ação subsequente

coligada ao erro precedente (...) no momento

da formação do erro, portanto, é que pode ou

não haver culpa, na ação subsequente ao

erro há sempre dolo”.

Luiz Flávio Gomes.


TEORIA DO CRIME:
descriminantes putativas
Diferentemente de quando o erro do
agente recair sobre a existência ou
mesmo sobre os limites de uma causa
de justificação, o problema não se
resolve como no erro de tipo, mas sim
como erro de proibição (art. 21 CP) os
seus efeitos podem ser:
TEORIA DO CRIME:
descriminantes putativas
 Se escusável o erro de proibição poderá
afastar a potencial consciência da ilicitude do
fato, e por conseguinte, a culpabilidade do
agente, isentando-o de pena;

 Se inescusável terá sua pena diminuída de


1/6 a 1/3
TEORIA DO CRIME:
descriminantes putativas
A natureza jurídica do erro que recai

sobre as causas de justificação

adotada pelo código penal é a

TEORIA LIMITADA DA

CULPABILIDADE
TEORIA DO CRIME:
descriminantes putativas
Para esta teoria se o erro do agente

vier a recair sobre uma situação

fática, estaremos diante de um erro de

tipo (que passa a ser denominado

erro de tipo permissivo).


TEORIA DO CRIME:
descriminantes putativas
Caso o erro do agente recaia sobre os

limites ou a própria existência de uma

causa de justificação o erro passa a

ser de proibição.
TEORIA DO CRIME:
TEORIA DO ERRO
CONCLUI-SE QUE:

NO ERRO DE TIPO O EQUÍVOCO

RECAI SOBRE DADOS DA

REALIDADE,
TEORIA DO CRIME:
TEORIA DO ERRO
E NO ERRO DE PROIBIÇÃO, A

IGNORÂNCIA ATINGE A NOÇÃO

ACERCA DO CARÁTER ILÍCITO DO

ATO PRATICADO.
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