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V. FATO TÍPICO
Analise os gráficos abaixo e observe os aspectos mais cobrados nas provas de Concurso
Público sobre o tema Fato Típico -> oriente seus estudos por essa análise.
Áudio de Revisão
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19/04/2023, 08:38 FATO TÍPICO – HOTMART – Fórmula da Aprovação
Conforme já estudamos, o direito penal deve ser aplicado como ultima ratio para resolver os
problemas mais graves que afetam os bens jurídicos protegidos pelo nosso ordenamento
jurídico. Nesse sentido, aquela conduta reprovável pela sociedade torna-se um tipo penal,
originando, assim, o fato típico (QUESTÃO 361).
QUESTÃO 361
Desse modo, o fato típico é o primeiro substrato do crime, representando aquele fato
previsto na lei como infração penal, constituído dos seguintes elementos: conduta, resultado,
nexo de causalidade e tipicidade (QUESTÕES 362, 363, 364, 365).
Desse modo, podemos afirmar que os requisitos do fato típico são a conduta, o nexo causal,
o resultado e a tipicidade penal.
ATENÇÃO
Não se pode confundir tipicidade penal com tipo penal!!! A tipicidade é o ajuste formal e
material do fato ao tipo, por sua vez, o tipo penal é o modelo de conduta proibida pela
norma.
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1. Conduta
No que tange à conduta, existem diversas teorias que devem ser estudadas. Vejamos:
TEORIA CAUSALISTA/
NATURALISTA
TEORIA NEOKANTISTA/
CAUSALVALORATIVA
Trata-se de uma teoria com base causalista, que se fundamenta numa visão neoclássica
marcada pela superação do positivismo, através da imposição da racionalização do
método. Nesse caso, o direito é reconhecido como ciência do dever-ser, de modo que não
há como se negar a existência dos elementos valorativos do tipo. De acordo com essa
Teoria, o crime é composto de fato típico, ilicitude e culpabilidade. Nesse caso, a conduta é
entendida como comportamento humano voluntário causador de um resultado; e, por
sua vez, a tipicidade é analisada sob a ótica da antijuridicidade, levando-se em conta os
elementos subjetivos. Para essa teoria, o dolo e a culpa continuam sendo analisados na
esfera da culpabilidade, sendo que esta passou a ser aplicada na medida da
reprovabilidade do agente, de modo que o dolo seria definido como a consciência atual da
ilicitude acrescido de um juízo de reprovação ou censurabilidade acerca da conduta.
Contudo, analisando dolo e a culpa na órbita da culpabilidade, essa teoria ficou
extremamente contraditória, uma vez que reconhece a existência dos elementos
normativos e subjetivos do tipo (QUESTÕES 368, 369).
TEORIA FINALISTA
Hans Welzel
Essa teoria entende que dolo e a culpa estavam inseridos no substrato errado, uma vez
que não devem integrar a culpabilidade, mas sim o fato típico. Esse entendimento
também compreende o crime com base na Teoria Tripartite. Segundo a Teoria, a conduta
representa um ato de vontade com conteúdo, ou seja, trata-se de um ato de vontade
voltado para determinado fim. Diferentemente das teorias anteriores, a teoria finalista
adota a conduta de conteúdo. (QUESTÕES 370, 371, 372, 373, 374, 375, 376, 377, 378, 379,
380, 2561, 2562, 2563, 2564, 2565).
QUESTÕES 370, 371, 372, 373, 374, 375, 376, 377, 378, 379, 380
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ATENÇÃO: No Brasil, foi criado uma teoria finalista bipartite, conhecida como finalismo
dissidente. Nesse último caso, a culpabilidade não integra o crime, devendo ser tratada
como mero pressuposto da pena.
Johannes Wessels
Trata-se da teoria que surgiu com o objetivo de conciliar o causalismo e o finalismo. Nesse
caso, a conduta é entendida como um comportamento relevante para o corpo social.
Desse modo, a conduta típica é aquela socialmente reprovável e, nessa medida, o
elemento caracterizador do fato típico é a reprovabilidade da conduta praticada. Nesse
caso, o dolo e a culpa estão integrados ao fato típico, porém, devem ser novamente
analisados na culpabilidade.
TEORIA FUNCIONALISTA
QUESTÃO 381
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FICA A DICA: A doutrina moderna segue o funcionalismo de Claus Roxin, apenas não
reconhecendo a reprovabilidade como elemento do crime.
MACETE:
– Teoria Finalista: o “F” de finalista é o “F” de fato típico. Essa teoria entende que dolo e a
culpa estavam inseridos no substrato errado, uma vez que não devem integrar a
culpabilidade, mas sim o fato típico.
– Teoria Social da Ação: essa é fácil -> nesse caso, a conduta é entendida como um
comportamento relevante para o corpo social.
– Teoria Funcionalista: essa teoria trata a respeito da função do direito penal. Funcionalista
vem de função! Conforme essa teoria, a função do direito penal é proteger as suas próprias
normas, de modo a proporcionar a sua aplicação efetiva, com a consequência de uma
sociedade mais segura para todos.
QUESTÃO VUNESP
A corrente/teoria penal que se funda na ideia de que as normas jurídicas devem ser
protegidas por si mesmas, pouco importando o bem jurídico por trás delas, é
QUESTÃO FCC
a) Caso Fortuito ou Força Maior – trata-se de circunstâncias que provocam fatos imprevisíveis
ou inevitáveis, uma vez que não são reflexos da vontade humana. Cabe salientar que,
embora parte da doutrina trate ambos como sinônimos, cumpre definir que caso fortuito é a
situação que decorre de fato alheio à vontade da parte, com origem em causa desconhecida.
A força maior, por sua vez, é quando os fatos da natureza ocasionam o acontecimento.
TRADUÇÃO JURÍDICA
Vamos dizer que você foi assaltado à mão armada no interior de ônibus, trem ou metrô.
Nesse caso, a empresa de transporte será punida? Para o STJ trata-se de caso fortuito. A
jurisprudência do Tribunal afirma que a empresa de transporte não deve ser punida por um
fato inesperado e inevitável que não faz parte da atividade fim do serviço de condução de
passageiros.
Outro exemplo: vamos dizer que havia um buraco (causado pela chuva) numa via pública e
uma criança que estava correndo próximo ao local acabou caindo no buraco e morrendo.
Trata-se de caso fortuito? Não. O STJ decidiu que houve omissão do Poder Público, uma vez
que o município deveria ter tomado as medidas de segurança necessárias para isolar a área
afetada ou mesmo para consertar a erosão fluvial a tempo de evitar uma tragédia.
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ATENÇÃO
QUESTÃO 382
Pessoal, não podemos confundir movimentos reflexos com ações em curto circuito!
Insta salientar que, nos termos do artigo 13, §2º do Código Penal, a omissão é penalmente
relevante quando o agente devia e podia evitar o resultado. Vejamos:
Art. 13 – O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não
teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
[…]
Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei
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nº 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (QUESTÃO 2569, 2570, 2571, 2572, 2573)
TRADUÇÃO JURÍDICA
QUESTÃO 383
ATENÇÃO
A liberdade da vontade não é elemento do dolo, mas sim uma circunstância a ser analisada
na culpabilidade.
No que tange à conduta dolosa, existem algumas teorias que devem ser estudadas:
a) Teoria da Vontade – o dolo é entendido como a vontade do agente que pratica a conduta
movido pela consciência livre e espontânea em praticar o crime, ou seja, é a vontade
consciente de querer praticar a infração penal (QUESTÃO 384);
QUESTÃO 384
b) Teoria da Representação – nesse caso, fala-se em dolo sempre que o agente tiver a
previsão do resultado como possível e, ainda assim, decidir prosseguir com a conduta. Essa
teoria acaba abrangendo no conceito de dolo a culpa consciente.
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c) Teoria do Consentimento (ou Assentimento) – nesse caso, há dolo quando o agente não só
tem previsão do resultado, contudo, também decide continuar com a conduta, assumindo o
risco de produzir tal resultado (QUESTÕES 385, 386, 2578, 2579).
Vejamos:
a) Dolo Natural (ou Neutro) – é adotado pelos finalistas, sendo componente da conduta.
Nesse caso, o dolo pressupõe apenas consciência e vontade. Nessa medida, a consciência da
ilicitude é elemento da culpabilidade.
b) Dolo Normativo (ou Híbrido ou colorido) – é aquele adotado pelos neokantistas e integra a
culpabilidade, exigindo do agente vontade e a consciência da ilicitude. Ou seja, o indivíduo
deve ter a consciência de que o que comete é errado para a sociedade e considerado crime
para o direito penal.
DOLO NORMATIVO
DOLO NATURAL
c) Dolo Direto (ou de 1º grau) – é o dolo propriamente dito. Caracteriza-se quando o agente
prevê o resultado, dirigindo a sua conduta na busca de realizar esse evento, de modo livre e
consciente (QUESTÕES 387, 388, 389, 390);
d) Dolo Indireto (ou Indeterminado) – trata-se da modalidade na qual o agente pratica a ação,
porém não deseja obter o resultado certo e determinado, sendo este previsível. O dolo
indireto possui as seguintes modalidades:
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– Dolo Alternativo: nesse caso, o agente sabe que sua conduta pode gerar diversos
resultados, sendo que todos esses satisfazem a sua vontade, ainda que não seja o desejado.
O criminoso responde pelo crime mais grave, uma vez que sua vontade também foi
direcionada àquele fim (QUESTÃO 391). O dolo pode ser objetivo, quando a vontade
indeterminada estiver relacionada com o resultado em face da mesma vítima; ou subjetivo,
quando a vontade indeterminada envolver as possíveis vítimas de um mesmo resultado.
QUESTÃO 391
TRADUÇÃO JURÍDICA
A namorada, integrante do Exército brasileiro, encontra o seu namorado beijando sua amiga!
Muita enfurecida com ambos ela arremessa uma granada nos traidores, querendo mata-los
ou feri-los. Pra ela tanto faz, o que ela quer é se vingar!!
QUESTÃO CESPE
Age com dolo eventual o agente que prevê possíveis resultados ilícitos decorrentes da sua
conduta, mas acredita que, com suas habilidades, será capaz de evitá-los.
ERRADO
Nesse caso, o agente prevê pluralidade de resultados dirigindo a sua conduta para realizar
qualquer deles. Assim, ao contrário do dolo alternativo, o agente não tem a intenção de
produzir o resultado mais grave, todavia, assume o risco de produzi-lo com a mesma
intensidade (QUESTÕES 392, 393, 394, 395, 396);
TRADUÇÃO JURÍDICA
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Vamos supor que um sujeito está com muita raiva do prefeito de sua cidade e decide agredi-
lo. Mas o seu ódio é tão grande que se da agressão o prefeito vier a falecer, o agente não se
importa. Nesse caso, ele queria apenas machucar – lesão corporal – porém, aceita a
possibilidade de um homicídio acontecer.
e) Dolo Cumulativo – nessa situação, o agente possui duas vontades e realiza uma após a
outra. Trata-se de um hipótese de progressão criminosa. Ex: o agente, depois de ferir a
vítima, resolve matá-la;
TRADUÇÃO JURÍDICA
h) Dolo Genérico – nesse caso, o agente não possui uma vontade específica, somente visa
praticar o fato criminoso (QUESTÃO 397). É o que ocorre no caso do crime de homicídio –
matar alguém.
QUESTÃO 397
i) Dolo Específico – o agente visa praticar a conduta descrita como crime pela lei penal, ou
seja, nesse caso o agente age movido por uma finalidade especial de agir e praticar a
ação/omissão típica. Podemos citar como exemplo o crime previsto no art. 159 CP –
“Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como
condição ou preço do resgate” […] Desse modo, no dolo específico entende-se que além do
dolo genérico, há uma intenção especial do agente.
TRADUÇÃO JURÍDICA
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Luzia atira em Carola. Supondo que ela tenha morrido, joga-a no mar para se livrar do seu
corpo. Porém, apenas quando é jogada ao mar que Carola efetivamente morre afogada.
k) Dolo de Segundo Grau (ou de Consequências Necessárias) – é uma espécie de dolo direto,
entretanto, a vontade do agente se dirige aos meios utilizados para alcançar determinado
resultado. O dolo de segundo grau abrange os efeitos colaterais, de verificação praticamente
certa, para gerar o evento desejado. Nesse caso, o agente não persegue imediatamente
esses efeitos colaterais, mas tem por certa a sua superveniência caso se concretize o
resultado pretendido (QUESTÃO 398, 2580).
QUESTÃO 398
TRADUÇÃO JURÍDICA
“A’’ quer matar ‘’B’’, que é motorista de ônibus. Para isso, corta os cabos de freio do veículo
em que ‘’B’’ viajará, deixando-os na iminência de se romperem. O dolo quanto a ‘’B’’ é direto
de primeiro grau, e quanto aos demais passageiros que morrerão no acidente o dolo é direto
e de segundo grau.
FICA A DICA: Atualmente, parte da doutrina reconhece o dolo de terceiro grau, consistente
na consequência da consequência necessária. Ex: dentro do ônibus do exemplo acima
existia uma passageira gestante, devendo o agente também responder pelo crime de
aborto em decorrência do dolo de 3º grau.
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o) Dolo de Propósito – trata-se da vontade livre e consciente que existia antes da prática do
crime e se prolongou durante a execução delitiva;
TRADUÇÃO JURÍDICA
p) Dolo de Ímpeto – é aquela vontade que só surge no momento da prática criminosa, não
sendo planejada pelo agente;
TRADUÇÃO JURÍDICA
Gabriel, policial militar, estava a caminho de casa, quando foi surpreendido pelo carro de
Gustavo que bateu na traseira de seu veículo.
Nesse momento, ambos iniciaram uma discussão no meio do trânsito. Como resultado desse
fato e da raiva do momento, Gabriel pegou sua arma e atirou em Gustavo com a intenção de
matá-lo, causando-lhe lesões que foram a causa de sua morte.
O crime culposo consiste numa conduta voluntária que tem por consequência um evento
ilícito, não querido ou aceito pelo agente, mas que lhe era previsível – culpa inconsciente – ou
excepcionalmente previsto – culpa consciente – e que poderia ser evitado se empregasse a
cautela necessária.
Crime culposo
II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou
imperícia. (QUESTÃO 2581, 2582, 2583, 2584)
DOLO
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CULPA
Vontade dirigida a realização de um resultado lícito, diverso daquele que, sem querer, foi
produzido.
CONDUTA VOLUNTÁRIA + RESULTADO INVOLUNTÁRIO
QUESTÃO 399
TRADUÇÃO JURÍDICA
– Negligência – o agente deixa de fazer algo que sabidamente deveria ter feito, ausência de
precaução (QUESTÃO 402);
QUESTÃO 402
TRADUÇÃO JURÍDICA
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Mariazinha é babá de Felippo. Certa tarde, enquanto assistia tv, ela percebeu que a criança
estava brincando em cima do sofá, próximo de uma janela aberta. Entretida com a novela,
não quis tirar Felippo do local ou, ao menos, fechar a janela. Ato contínuo, Felippo caiu da
janela e teve diversas lesões. Nesse caso, Mariazinha foi negligente e responderá por lesão
corporal culposa.
QUESTÃO 403
TRADUÇÃO JURÍDICA
Pedro é motorista de ônibus escolar, porém não possui CNH categoria D. Nesse caso, tal
profissional não tem o conhecimento técnico para dirigir o automóvel desse porte e realizar
o transporte dos alunos. Desse modo, caso aconteça algum acidente, deverá ser
responsabilizado.
ATENÇÃO
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o
paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50
(cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
d) Nexo entre conduta e resultado
f) Tipicidade – caso o legislador queira punir a forma culposa de um delito, essa previsão
deve estar expressa em todos os casos.
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Art. 18 Parágrafo único – Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por
fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (QUESTÃO 2587, 2588,
2589, 2590, 2591, 2592)
a) Culpa Consciente – é aquela na qual o agente prevê o resultado, porém, tem plena
confiança de que ele não irá ocorrer ou que conseguirá evitá-lo. Nesse caso, o sujeito ativo
não assume o risco de produzi-lo – CONDUTA VOLUNTÁRIA + RESULTADO INVOLUNTÁRIO
(QUESTÕES 404, 405, 406, 2593, 2594, 2595, 2596, 2597, 2598, 2601, 2602, 2603, 2605);
TRADUÇÃO JURÍDICA
b) Culpa Inconsciente (sem Previsão) – trata-se da situação na qual o agente não prevê o
resultado, entretanto, em decorrência das circunstâncias do caso concreto, a figura do
“homem médio” conseguiria prever o resultado – CONDUTA VOLUNTÁRIA + RESULTADO
INVOLUNTÁRIO (QUESTÕES 407, 408, 2599, 2600);
TRADUÇÃO JURÍDICA
Se uma pessoa arremessa um objeto pela janela de casa, acreditando que não passará
ninguém no local, e atinge um outro indivíduo causando-lhe uma lesão, deve responder pelo
crime praticado a título de culpa, sendo esta inconsciente.
QUESTÃO FAE
A culpa que decorre de erro culposo sobre a legitimidade da ação realizada denomina-se:
A) Culpa própria
B) Culpa imprópria
C) Culpa inconsciente
D) Culpa consciente
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RESPOSTA B
c) Culpa Própria (Culpa Propriamente Dita) – é aquela em que o agente não quer e não
assume o risco de produzir o resultado, mas acaba lhe dando causa por imprudência,
negligência ou imperícia – CONDUTA VOLUNTÁRIA + RESULTADO INVOLUNTÁRIO;
d) Culpa Imprópria (Culpa por Equiparação, por Assimilação, ou por Extensão) – é aquela na
qual o agente, mediante erro evitável, imagina que está em uma situação que se de fato
existisse extinguiria a ilicitude do seu comportamento (QUESTÕES 409, 410, 411, 412, 413,
414, 415, 416, 2604);
TRADUÇÃO JURÍDICA
Cabe destacar, ainda, algumas situações que podem acontecer no caso concreto e que
interferem na delimitação da culpa do agente. Vejamos:
– Caso Fortuito e Força Maior – conforme estudado, trata-se dos fatos que não podem ser
previstos, uma vez que não dependem da vontade humana. Desse modo, para que o crime
culposo ocorra faz-se necessário a previsibilidade do resultado, não tendo como caracterizá-
lo se não houver possibilidade de previsão;
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– Princípio da Confiança – quando o agente age em conformidade com aquilo que é esperado
por toda a sociedade, preservando o seu dever de cuidado, o mesmo não responde
penalmente pelo resultado involuntário causado pela sua conduta;
TRADUÇÃO JURÍDICA
Com base no princípio da confiança, o pedestre atravessa a rua sobre a faixa determinada
para a sua passagem, acreditando firmemente que o motorista que está parado no sinal
vermelho lá permanecerá.
– Risco Tolerado – ocorre um risco que é socialmente tolerado. Nesse caso, o grau de
reprovação do risco assumido é inversamente proporcional à importância do ato. É a
situação, por exemplo, do médico que realiza procedimento experimental em paciente com
doença grave, sem perspectiva de tratamento adequado pelos métodos já consagrados.
A conduta preterdolosa pode ser definida como aquela que refere-se à prática de um crime
doloso que se torna mais grave em decorrência de um resultado culposo, ou seja, o agente
pratica uma conduta com determinado objetivo, mas ocorre um resultado além do esperado,
que é consequência da culpa. Em outras palavras, o agente age com dolo na conduta
antecedente e culpa no que se relaciona à consequência do resultado mais gravoso.
TRADUÇÃO JURÍDICA
Art. 129, §3º Lesão Corporal seguida de morte – nesse caso, resta consubstanciado a
ocorrência de dolo no fato antecedente (lesão corporal) e culpa no consequente (morte).
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2. Resultado
Como vimos, toda conduta delitiva gera um resultado lesivo que define o fato como típico e,
por isso, punível no âmbito do Direito Penal (QUESTÃO 417). Em relação ao resultado,
existem duas Teorias que explicam seus fundamentos:
QUESTÃO 417
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– Teoria Jurídica: nesse caso, o resultado é a lesão ao bem jurídico protegido pela norma
penal. Conforme essa Teoria, não há crime sem resultado, pois, obrigatoriamente, deve
existir uma lesão ao bem. Nessa medida, todos os crimes possuem resultado jurídico.
3. Tipicidade
QUESTÃO 418
QUESTÃO 419
DOUTRINA TRADICIONAL
FATO TÍPICO:
– Conduta
– Resultado
– Nexo Causal
– Tipicidade Penal = Tipicidade Formal (operação de ajuste do fato à norma)
DOUTRINA MODERNA
FATO TÍPICO:
– Conduta
– Resultado
– Nexo Causal
– Tipicidade Penal = Tipicidade Formal (operação de ajuste do fato à norma) + Tipicidade
Material (relevância da lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado).
A Tipicidade material se relaciona com o bem jurídico tutelado, uma vez que a mesma se
manifesta quando há uma significativa lesão a bem relevante.
Criada por Eugênio Raul Zaffaroni, essa Teoria estabelece que não se pode tipificar uma
conduta que é tolerada pelo Estado e aceita por toda a sociedade, ou seja, o que é permitido
por uma norma, não pode ser proibido por outra. Nesse sentido, o juízo da tipicidade deve
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Conforme essa Teoria, no caso concreto a conduta praticada pelo agente é contrária à
norma e ofensiva aos bens jurídicos tutelados pelo direito penal, sendo composta pela
tipicidade material e pela antinormatividade do ato.
a) Objetivos – são aqueles que se interligam aos aspectos materiais e normativos do delito,
podendo ser:
QUESTÃO 425
– Normativos – são aqueles elementos que exigem um juízo de valor do julgador para a
completa compreensão do fato típico. Ex: conceito de ato obsceno (QUESTÃO 426);
QUESTÃO 426
b) Tipo normal e tipo anormal – o tipo normal é caracterizado por apresentar somente os
elementos objetivos. O tipo anormal, por sua vez, apresenta elementos objetivos e
subjetivos;
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FICA A DICA: Para aqueles que aderem a teoria finalista, o dolo e a culpa estão
internalizados na conduta do agente, sendo os tipos penais classificados como anormais.
c) Tipo simples e tipo misto – o tipo simples é aquele que possui um único núcleo que define
a conduta por completo (ex: Crime de furto). O tipo misto, noutra medida, apresenta duas ou
mais condutas em seu núcleo, originando os delitos de ação múltipla (ex: Corrupção ativa art.
333 CP). O tipo misto pode ser:
– Alternativo – nesse caso existe apenas um único crime, porém, o próprio tipo penal prevê
múltiplos núcleos do tipo, ou seja, as condutas previstas são fungíveis, tanto faz o
cometimento de uma ou de outra, uma vez que afetam o mesmo bem jurídico;
– Cumulativo – ao contrário, as condutas não são fungíveis e atingem diversos bens jurídicos.
Nesse caso, o tipo penal prevê diversas condutas que, se praticadas uma atrás da outra
mesmo em um só contexto, se amoldam no concurso material de crimes. Ex: art. 135 CP
(QUESTÃO 427);
QUESTÃO 427
d) Tipo fechado e tipo aberto – o tipo fechado é aquele que descreve por completo o crime e
o tipo aberto, por sua vez, necessita que o intérprete da norma o complemente;
TRADUÇÃO JURÍDICA
Tipo fechado: art. 121 CP – matar alguém: os dois elementos constantes do tipo penal são
meras descrições, sem qualquer valoração a exigir do intérprete conceitos que vão além da
norma.
Tipo aberto: art. 233 – praticar ato obsceno: o tipo exige que se faça um juízo valorativo
acerca do termo obsceno, que não serve apenas como descrição, mas possui um valor
normativo.
e) Tipo fundamental e tipo derivado – tipo fundamental é a forma simples dos delitos, os
tipos derivados, por sua vez, são as formas acrescidas de majorantes ou minorantes;
TRADUÇÃO JURÍDICA
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Tipo derivado: § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social
ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
f) Tipo de autor e tipo de fato – O tipo de autor é aquele influenciado pelo Direito Penal do
Autor, levando-se em consideração as condições pessoais do agente, sem levar em conta a
sua conduta praticada. No tipo de fato, por sua vez, o que deve ser punido é a conduta
praticada pelo agente.
4. Erro de Tipo
Como já estudamos nos capítulos anteriores, tipo é a descrição da norma penal, isto é, a
descrição daquela conduta considerada criminosa pelo nosso ordenamento jurídico.
Portanto, quando o agente pratica uma conduta que se enquadra no tipo penal, o Estado
tem o dever de aplicar o seu ius puniendi. Entretanto, podem existir algumas circunstâncias
que excepcionarão o poder de punir do Estado, tais como o erro de tipo.
Nos termos do art. 20 do Código Penal Brasileiro, o erro sobre elemento constitutivo do tipo
legal exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, caso previsto em lei. Nesse
sentido, podemos dizer que o erro de tipo se amolda em uma falsa representação da
realidade pelo sujeito, que pratica uma conduta delitiva sem possuir a devida consciência de
que a sua ação representa um tipo penal. Vejamos a previsão legal (QUESTÕES 428, 429, 430,
431, 432, 433, 434, 435, 436, 437):
QUESTÕES 428, 429, 430, 431, 432, 433, 434, 435, 436, 437
Art. 20 – O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º – É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias,
supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de
pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo . (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º – Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 3 º – O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena.
Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) (QUESTÃO 2615, 2616, 2617, 2618, 2619)
TRADUÇÃO JURÍDICA
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Exemplo 1: um caçador atira contra um arbusto, supondo que ali estava um animal.
Entretanto, no arbusto se encontrava outro caçador. Nesse caso, verifica-se que o agente
não sabia que sua conduta se amoldaria ao crime de homicídio (art. 121), uma vez que
desconhecia a presença da elementar “matar alguém”.
Exemplo 2: Maria leva para a sua casa a bolsa de uma colega do trabalho, supondo ser sua.
Maria não tinha conhecimento que sua conduta se amoldaria ao crime de furto {art. 155),
uma vez que desconhecia a presença de uma elementar “coisa alheia”.
ERRO DE TIPO
ERRO DE PROIBIÇÃO
Ex: matar alguém durante uma caçada, achando ser um animal feroz.
QUESTÃO CESPE
O erro que recai sobre elemento constitutivo do tipo permissivo também é conhecido
como descriminante putativa, embora nem todo erro relacionado a uma descriminante
seja erro sobre elemento constitutivo do tipo permissivo.
CORRETO
a) Erro de Tipo Essencial – previsto no caput do art. 20 CP: trata-se de erro quanto às
circunstâncias elementares do tipo, ou quaisquer outros aspectos que compõem a conduta
descrita no tipo penal. Nesse caso, o erro recai sobre os dados principais do tipo penal e
cumpre destacar que, caso o agente tivesse sido avisado do erro, ele não cometeria o delito.
O erro de tipo essencial pode ser evitável ou inevitável, a depender de como o “homem
médio” agiria na situação, vejamos (QUESTÕES 438, 439):
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TRADUÇÃO JURÍDICA
Bráulio, rapaz de 18 anos, conhece Paula em um show de rock em uma casa noturna. Os
dois, após conversarem um pouco (tem que conversar muito meninas durante algumas
SEMANAS, maaaas vamos voltar ao exemplo), resolvem dirigir-se a um motel e ali, de forma
consentida, o jovem mantém relações sexuais com Paula. No outro dia, Bráulio descobre que
a moça, na verdade, tinha apenas 13 anos e que somente conseguira entrar no show
mediante apresentação de carteira de identidade falsa. Nesse caso Bráulio não praticou
crime, pois agiu em hipótese de erro de tipo essencial e inevitável.
– Evitável (Injustificável, Inescusável ou Vencível) – nesse caso, o agente não agiu dotado de
plena consciência acerca da sua conduta, excluindo o dolo. Porém, o perigo e os possíveis
resultados são previsíveis, punindo na modalidade culposa, se prevista. Em outras palavras,
somente o dolo é excluído, sendo que se houver previsão culposa para o delito haverá a
responsabilização do sujeito (QUESTÕES 446, 447, 448, 449).
TRADUÇÃO JURÍDICA
Lara e Maria são colegas de faculdade. Em um certo dia de chuva, ambas foram para a aula
com guarda-chuva. Ao saírem do local, Maria pegou o guarda chuva de Lara pensando que
fosse o seu. Nesse caso, pergunto a vocês: o crime de furto admite culpa? Não. Então, se não
há culpa e não há dolo, não há crime. Maria não vai responder por nada, pois agiu em
hipótese de erro de tipo evitável.
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b) Erro de Tipo Acidental – trata-se daquele erro que ocorre quando o agente possui vontade
e consciência na realização da sua conduta, porém, erra quanto a elementos secundários e,
por vezes, acidentais do tipo. Nesse caso, o agente age com a consciência do fato, errando a
respeito de algum elemento do delito ou quanto à maneira de execução. O erro de tipo
acidental pode recair:
– Sobre o Objeto – nesse caso, o erro recai sobre o objeto da infração penal, ou seja, o agente
pratica o crime sobre outro objeto alheio à sua vontade, respondendo pelo delito
normalmente, sem a exclusão do dolo ou da culpa e sem a isenção de pena. Destaca-se que,
nesse caso, o agente responde pelo delito levando em consideração o objeto material
efetivamente atingido e não o desejado – Teoria da Concretização.
TRADUÇÃO JURÍDICA
O agente queria furtar um celular, porém, ao “enfiar” uma mão no bolso da vítima retira uma
carteira.
ATENÇÃO
QUESTÃO CESPE
ERRADO
– Sobre a Pessoa – encontra-se previsto o art. 20, §3º Código Penal. Nesse caso, ocorre um
erro quanto à representação do alvo, ou seja, o agente, querendo praticar a conduta delitiva
sobre uma pessoa, acidentalmente atinge outra. Nessa situação o agente responde pelo
delito normalmente, sem a exclusão do dolo, da culpa e sem a isenção de pena.
Insta ressaltar que essa previsão legal adota a Teoria da Equivalência, uma vez que para
definir as circunstâncias do delito são analisadas as qualidades ou condições da vítima virtual
que o agente buscava atingir (QUESTÕES 450, 451, 2620, 2621 ,2622, 2623, 2624, 2625).
TRADUÇÃO JURÍDICA
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Digamos que José, por erro na representação da pessoa, mata seu tio, irmão gêmeo de seu
pai (vítima pretendida). Nesse caso, o erro é irrelevante, haja vista a existência do dolo de
matar.
FICA A DICA: Cabe destacar, também, o erro de tipo mandamental, quando o agente se
abstém da ação ordenada pelo direito acreditando que não existe o dever de agir, conforme
estudamos no capítulo anterior (QUESTÃO 452).
QUESTÃO 452
– Sobre a execução (aberratio ictus) – previsto no art. 73 do CP, ocorre quando o agente
atinge uma pessoa diversa daquela que desejava, em decorrência da falta de habilidade e
destreza nos meios de execução. Nesse caso, ocorre um erro na execução do crime sem
haver confusão mental por parte do agente (QUESTÃO 453). Vejamos:
QUESTÃO 453
Art. 73 – Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de
atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse
praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código.
No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra
do art. 70 deste Código (QUESTÕES 454, 455, 2626).
– resultado único: o agente atinge somente a pessoa diversa da pretendida, sendo punido
levando em consideração apenas as qualidades da vítima visada – Teoria da Equivalência.
– resultado duplo: o agente atinge também a pessoa pretendida, respondendo pelos crimes
aplicando-se a regra do concurso formal.
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Prof, se um agente deseja matar o seu pai e, ao atirar, fere o mesmo, mas por erro acaba matando
o vizinho. O que acontece?”
1º corrente: o agente responde por homicídio doloso consumado do pai + homicídio culposo
do vizinho, em concurso formal.
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Prevalece a 1ª corrente.
ATENÇÃO
Erro sobre a pessoa (ocorre confusão mental), não se confunde com erro na execução (não
ocorre confusão mental)!
ERRO NA EXECUÇÃO
Ex: um agente deseja assassinar Marcelo, irmão de Carlos. No ato da prática delitiva, o
agente dispara contra Carlos, acreditando que estava matando Marcelo, pois ambos são
muito parecidos. Porém, Marcelo não se encontrava no local e não sofreu nenhuma lesão.
Ex: em uma certa ocasião, dentro da Câmara de Deputados brasileira, o deputado “X”
efetua um disparo de arma de fogo contra um desafeto, porém, erra a mira e acaba
lesionando outro deputado que estava no local.
Nos dois casos o agente responde pelo crime, considerando as qualidades da vítima virtual
TEORIA DA EQUIVALÊNCIA!
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Ex: “A” coloca uma bomba no carro de “B” para explodir quando acionado. Porém, quem
liga o carro é “C”, esposa de “B”.
Ex: “A” atira para matar “B”, porém, errando o alvo, atinge a sua esposa “C”.
Art. 74 – Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução
do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o
fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se
a regra do art. 70 deste Código.
COISA VISADA -> PESSOA ATINGIDA
Entretanto, cabe salientar que no erro de execução os bens jurídicos atingidos são pessoas,
no resultado diverso do pretendido, por sua vez, a natureza do bem é diferente, como por
ex: coisa e pessoa. Caso o fato for previsto em sua modalidade culposa, o agente responde
pelo resultado ocorrido. Todavia, se o bem jurídico pretendido também for atingido, haverá
concurso formal de crimes.
ABERRATIO ICTUS
ABERRATIO CRIMINIS
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TRADUÇÃO JURÍDICA
Exemplo 2: O agente joga uma pedra no transeunte e acerta a vidraça. Nesse caso,
responderá por tentativa de lesão corporal culposa, uma vez que o dano culposo só é crime
no Código Penal Militar.
Exemplo. 3: O agente querendo atingir uma coisa, vem a lesionar uma pessoa (aberratio
criminis com resultado duplo). Nesse caso, conforme a regra do art. 74, existem dois delitos:
tentativa de dano e o homicídio culposo ou lesão corporal culposa em concurso formal,
aplicando-se a pena do crime mais grave com o acréscimo de um sexto até metade.
d) Delito Putativo por Erro de Tipo: nesse caso, o agente pratica um fato que não se constitui
crime, imaginando que estava agindo ilicitamente (QUESTÃO 456).
QUESTÃO 456
TRADUÇÃO JURÍDICA
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19/04/2023, 08:38 FATO TÍPICO – HOTMART – Fórmula da Aprovação
artigo 121 do Código Penal, praticando assim fato típico sem querer. Nessa situação, aplica-
se o previsto no artigo 20, CP: o erro sobre elemento constitutivo do tipo legal exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
Exemplo de delito putativo: o agente atira em uma pessoa que já estava morta. Ou seja, o
agente, imaginando agir ilicitamente, ignora a ausência de uma elementar e pratica fato
atípico. Nesse caso, trata-se de um crime impossível por impropriedade absoluta do objeto,
ou seja, um delito putativo por erro de tipo, cuja solução penal encontra-se no artigo 17 do
Código Penal que assim dispõe: “Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do
meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime”.
e) Erro de Subsunção: nesse caso, ocorre uma valoração jurídica equivocada, ou seja, ocorre
uma interpretação jurídica errada daquilo que realmente está previsto no tipo penal. O erro
de subsunção não exclui dolo, nem a culpa, tampouco isenta o agente da pena. O agente
responderá pelo crime, porém, o erro pode servir como atenuante, nos termos do art. 66 do
Código Penal:
Art. 66, CP: A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante,
anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.
TRADUÇÃO JURÍDICA
f) Erro Determinado por Terceiro: previsto no art. 20, §2º do CP, trata-se da hipótese em que
o agente é levado a erro por um terceiro. Nesse caso, há somente a punição do agente que
ordenou o feito, na condição de autor mediato, seja dolosa ou culposamente. O agente que
executou a ação e foi induzido a erro, por sua vez, não responderá pelo delito, salvo se tiver
atuado também com dolo ou culpa, hipótese em que haverá concurso de pessoas.
TRADUÇÃO JURÍDICA
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g) Erro sobre o nexo causal: o agente produz o resultado desejado, porém, em razão de nexo
causal diverso do pretendido. Nesse caso, o agente responde pelo crime, levando-se em
consideração o nexo real. O referido erro pode ser:
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5. Nexo de Causalidade
Art. 13 CP: O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem
lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido” (QUESTÕES 460, 461, 462).
5.1. Concausas
O resultado, não raras vezes, ocorre em razão de uma pluralidade de comportamentos,
associações de fatores, entre os quais a conduta do agente aparece como seu principal – mas
não único – elemento desencadeante. No caso concreto, podemos perceber que em algumas
situações o resultado lesivo pode ser produzido por uma ou mais de uma conduta. Nesse
sentido, a pluralidade de condutas é denominada de concausas.
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a) Concausas absolutamente independentes – nesse caso, o resultado lesivo não foi causado
pelo comportamento do agente, mas sim, por outros fatos (QUESTÕES 463, 464).
– Preexistente – a causa que deu origem ao resultado já existia antes da conduta praticada
pelo agente;
TRADUÇÃO JURÍDICA
– Concomitante – nesse caso, a causa que deu origem ao resultado acontece no mesmo
momento da conduta praticada pelo agente;
TRADUÇÃO JURÍDICA
“A” efetua disparos de arma de fogo contra “B”, que vem a falecer em razão de um súbito
colapso cardíaco. Nesse caso, não se trata de doença cardíaca preexistente, mas sim de um
colapso ocorrido no mesmo instante da conduta do agente!
– Superveniente – a causa que deu origem ao resultado acontece após a conduta praticada
pelo agente;
TRADUÇÃO JURÍDICA
Filipe envenena Gabriel. Porém, no mesmo dia a viga de uma construção cai sobre Gabriel,
que morre por conta dos ferimentos causados pelo acidente.
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Pode ser:
– Preexistente – a conduta do agente tem liame com uma causa anterior à sua ação. Nesse
caso, ambas são responsáveis pela produção do resultado;
TRADUÇÃO JURÍDICA
Gustavo é hemofílico e, no intuito de matá-lo, Carla o fere com facadas. Nesse caso, Gustavo
morre em face da complicação dos ferimentos decorrentes da hemofilia, caracterizando
assim uma concausa relativamente independente à preexistente.
– Concomitante – a conduta do agente tem liame com uma causa responsável pelo resultado
e é concomitante à sua ação, porém, independente dela. Nesse caso, ambas são
responsáveis pela produção do resultado;
TRADUÇÃO JURÍDICA
QUESTÃO FCC
Para formação do nexo de causalidade, no sistema legal brasileiro, a superveniência de
causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o
resultado, imputando-se os fatos anteriores a quem os praticou.
CORRETO
– Superveniente – a conduta do agente tem liame com uma causa posterior à sua ação, de
modo que ambas são responsáveis pela produção do resultado (QUESTÃO 468);
QUESTÃO 468
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TRADUÇÃO JURÍDICA
Um belo dia, Chimbinha sofre uma agressão de Joelma. Chimbinha foi socorrido pela
ambulância, que rapidamente o levou para o hospital, contudo, no meio do trajeto o
automóvel sofre um acidente, capotando e provocando a morte de Chimbinha.
ATENÇÃO
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ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE
RELATIVAMENTE INDEPENDENTE
A Teoria da Imputação Objetiva foi desenvolvida por Karl Larenz e Richard Honig, sendo
atualmente reapresentada por Claus Roxin e Günther Jakobs. Segundo essa Teoria, deve-se
atribuir ao agente apenas a responsabilidade penal, sem levar em consideração o dolo, já
que dolo é requisito subjetivo que deve ser analisado dentro da ação típica e ilícita.
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19/04/2023, 08:38 FATO TÍPICO – HOTMART – Fórmula da Aprovação
Tem por objetivo delimitar a imputação, sob o aspecto objetivo, estabelecendo limites à
demasiada extensão da teoria da equivalência dos antecedentes causais (conditio sine qua
non). Na imputação objetiva, o agente somente responde penalmente se ele criou ou
incrementou um risco proibido relevante. Assim, não há imputação objetiva quando o risco
criado é tolerado ou insignificante, devendo ser analisado as causas e efeitos externos da
ação/omissão (QUESTÃO 472, 2639).
QUESTÃO 472
CAUSALIDADE
QUADRO-RESUMO
Teoria Finalista
É a Teoria adotada pelo nosso Código Penal e estabelece que só é penalmente relevante a
conduta praticada com dolo ou culpa. Desse modo, os elementos do dolo e da culpa
foram retirados da esfera da culpabilidade e passaram a compor o fato típico, sendo que a
própria conduta típica passa a ser dolosa ou culposa.
Funcionalismo Teleológico,
Dualista, Moderado ou da
Política Criminal
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Dolo Eventual
Culpa
Culpa Consciente – é aquela na qual o agente prevê o resultado, porém, tem plena
confiança de que ele não irá ocorrer ou que conseguirá evita-lo. Nesse caso, o sujeito ativo
não assume o risco de produzi-lo;
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(ii) Culpa Inconsciente (sem Previsão) – trata-se do caso no qual o agente não prevê o
resultado, entretanto, em decorrência das circunstâncias do caso concreto, a figura do
“homem médio” conseguiria prever;
(iii) Culpa Própria (Culpa Propriamente Dita) – é aquela em que o agente não quer e não
assume o risco de produzir o resultado, mas acaba lhe dando causa;
Culpa Imprópria (Culpa por Equiparação, por Assimilação, ou por Extensão) – é aquela na
qual o agente, mediante erro, imagina que está em uma situação, que se de fato existisse,
extinguiria a ilicitude do seu comportamento.
Erro de tipo
Nos termos do art. 20 do Código Penal Brasileiro, o erro sobre elemento constitutivo do
tipo legal do crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em
lei. Nesse sentido, podemos dizer que o erro de tipo se amolda em uma falsa
representação da realidade pelo sujeito, que pratica uma conduta delitiva sem possuir a
devida consciência de que a sua ação representa um tipo penal.
FRASES PODEROSAS
A teoria finalista é a Teoria adotada pelo nosso Código Penal e estabelece que só é
penalmente relevante a conduta praticada com dolo ou culpa. Assim, os elementos do
dolo e da culpa foram retirados da esfera da culpabilidade e passaram a compor o fato
típico, sendo que a própria conduta típica passa a ser dolosa ou culposa. Nesse sentido,
os elementos objetivos do delito seriam a conduta, o nexo causal e o resultado; por sua
vez, os elementos subjetivos, seriam o dolo e a culpa.
10%
Culpa Consciente: é aquela na qual o agente prevê o resultado, porém, tem plena
confiança de que ele não irá ocorrer ou que conseguirá evitá-lo. Nesse caso, o sujeito ativo
não assume o risco de produzi-lo.
6%
Culpa Imprópria (Culpa por Equiparação, por Assimilação, ou por Extensão): é aquela na
qual o agente, mediante erro, imagina estar em uma situação, que se de fato existisse,
extinguiria a ilicitude do seu comportamento.
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19/04/2023, 08:38 FATO TÍPICO – HOTMART – Fórmula da Aprovação
8%
Nos termos do art. 20 do Código Penal Brasileiro, o erro sobre elemento constitutivo do
tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em
lei. Nesse sentido, podemos dizer que o erro de tipo se amolda em uma falsa
representação da realidade pelo sujeito, que pratica uma conduta delitiva sem possuir a
devida consciência de que a sua ação representa um tipo penal.
9%
Evitável (Injustificável, Inescusável ou Vencível): nesse caso, o agente não agiu dotado de
plena consciência acerca da sua conduta, porém, o perigo e os possíveis resultados são
previsíveis. Desse modo, somente o dolo é excluído, sendo que se houver previsão
culposa para o delito, haverá a responsabilização do sujeito.
4%
3%
TOTAL
40%
FLASHCARDS
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19/04/2023, 08:38 FATO TÍPICO – HOTMART – Fórmula da Aprovação
(i) Teoria da Vontade: o dolo é entendido como a vontade do agente que pratica a conduta
movido pela sua consciência livre e espontânea em praticar o crime;
(ii) Teoria da Representação: o dolo existe no momento da prática da conduta delitiva, ainda
que o resultado lesivo possa ser previsto;
(iii) Teoria do Consentimento (ou Assentimento): nesse caso, o dolo existe sempre que o
agente conseguir prever o resultado como possível e, ainda assim, resolve praticar a conduta
perigosa.
(i) Culpa Consciente: é aquela na qual o agente prevê o resultado, porém, tem plena confiança
de que ele não irá ocorrer ou que conseguirá evitá-lo. Nesse caso, o sujeito ativo não assume
o risco de produzi-lo;
Sobre a Pessoa: nesse caso, ocorre um erro de quanto à representação do alvo, ou seja, o
agente, querendo praticar a conduta delitiva sobre uma pessoa, acidentalmente atinge outra.
O agente responderá pelo delito normalmente, sem a exclusão do dolo, da culpa e sem a
isenção de pena. O erro sobre a pessoa está previsto no art. 20, §3º, já supramencionado.
Insta ressaltar que essa previsão legal adota a Teoria da Equivalência, uma vez que para
definir as circunstâncias do delito são analisadas as qualidades ou condições da vítima vítima
virtual que o agente buscava atingir.
Criada por Eugênio Raul Zaffaroni, essa Teoria estabelece que não se pode tipificar uma
conduta que é tolerada pelo Estado e aceita por toda a sociedade, ou seja, o que é permitido
por uma norma, não pode ser proibido por outra. Nesse sentido, o juízo da tipicidade deve ser
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