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SUMÁRIO
1-A respost a explicat iva ou rest rit iva a um facto incluído na base inst rutória pode incluir factos
inst rument ais, factos que ajudem à descobert a da verdade, da essencialidade daqueles que const it uem a
causa de pedir, porquanto seja preciso explicar o que a simples expressão nat uralíst ica dest es não possa
fornecer.
2- A simples apreensão desse t ipo de factos é suficient e para que o juiz os deva considerar na sua decisão,
sem qualquer exigência de prévia ampliação da base inst rutória.
3- Decidir se certo facto, in casu decidir se a largura de um det erminado t ipo de veículo automóvel é ou não
facto notório const it ui ainda mat éria de facto, de exclusivo julgamento pelas inst âncias.
T EXT O
Como foi correct ament e int erpret ado e aplicado o disposto no art º. 514º, nº. 1 do CPCivil. E é essa a
segunda quest ão: o dever (ou não) o t ribunal fazer recurso ao disposto no art º. 514º, nº. 1 do CPCivil para,
part indo da ideia de que é «um facto notório e do conhecimento geral que não precisa de alegação nem
prova que a largura de um veículo ligeiro é sempre superior a 1,50 ms (medidas st andard)» concluir que,
t endo a est rada dois sent idos, sempre ent ão t erá o PS (ao deixar apenas 1,20 ms do seu lado esquerdo)
que t er invadido desnecessariament e a esquerda da est rada, sob pena de se ser levado a pensar que
nunca o mesmo PS «se poderia t er cruzado no local com veículos ligeiros)».
Para além de t udo o mais, o que é incontornável dizer nest e momento é que decidir se certo facto, in casu
decidir se a largura de um det erminado t ipo de veículo automóvel é ou não facto notório const it ui mat éria
de facto, de exclusivo julgamento pelas inst âncias.
Est e Supremo Tribunal, como t ribunal de revist a, não pode exercer censura sobre o juízo da Relação, seja
enquanto decide que certo facto é real por ser notório, seja enquanto deixe de o fazer - art ºs. 722º, nº. 2 e
729º, nº. 2 do CPCivil (ver, por todos, Ac. STJ de 24 de Abril de 1986, BMJ nº. 356, pág. 298).
Quart a quest ão: pret ensão da ré no sent ido da tot al improcedência da acção.
A condenação da ré não se funda - já se disse - na violação pelo condutor do PS do disposto no art º.13º do
CEst rada mas sim e apenas na consideração do excesso de velocidade que lhe pode - deve - ser imput ado,
nos t ermos já indicados, por força de um enquadramento fáct ico que, just ificando a circunst ância de
ocupar part e da met ade esquerda da faixa de rodagem, lhe impunha uma correspondent ement e adequada
redução da velocidade.
Não violaram as inst âncias, ent ão, os art ºs. 24º e 25º, nº. 1, al. f) do Est rada (o art º. 27º , no que à condut a
do condutor do PS diz respeito, não foi aplicado) quando concluíram pela exist ência de culpa do condutor
do pesado de passageiros.
E, consequent ement e, não violaram t ambém o disposto no art º. 483º do CCivil quando julgaram t al
disposição aplicável à condut a do motorist a da segurada da ré. Nem violaram o disposto no art º. 505º, que
aliás não aplicaram nem t inham que aplicar, at endendo a que est amos no domínio da responsabilidade por
facto ilícito.
DE C IS Ã O
Negam-se as revist as, quer ao autor quer à ré.
Cust as de cada um dos recursos a cargo do respect ivo recorrent e.