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Acordão de 2003-06-17 (Processo nº 03B1007), de 17 de junho

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Emissor: Supremo Tribunal de Just iça​


Tipo: Acordão
Data de Publicação: 2003-06-17
Processo: 03B1007
Fonte Direito: JURISPRUDENCIA
Relator: PIRES DA ROSA
Descritores: BASE INST RUT ÓRIA; MAT ÉRIA DE FACT O; AMPLIAÇÃO DA MAT ÉRIA DE FACT O; FACT O
NOT ÓRIO; FACT OS INST RUMENTAIS; RESPOSTAS AOS QUESIT OS

SUMÁRIO

1-A respost a explicat iva ou rest rit iva a um facto incluído na base inst rutória pode incluir factos
inst rument ais, factos que ajudem à descobert a da verdade, da essencialidade daqueles que const it uem a
causa de pedir, porquanto seja preciso explicar o que a simples expressão nat uralíst ica dest es não possa
fornecer.

2- A simples apreensão desse t ipo de factos é suficient e para que o juiz os deva considerar na sua decisão,
sem qualquer exigência de prévia ampliação da base inst rutória.
3- Decidir se certo facto, in casu decidir se a largura de um det erminado t ipo de veículo automóvel é ou não
facto notório const it ui ainda mat éria de facto, de exclusivo julgamento pelas inst âncias.

T EXT O

Acordam no Supremo Tribunal de Just iça:


"A" int entou, a 24 de Set embro de 1999, no Tribunal Judicial de Barcelos, acção declarat iva de condenação
cont ra "Companhia de Seguros B, S.A." para haver dest a o pagamento, a t ít ulo de indemnização, da quant ia
de 35.193.121$00, acrescida de juros à t axa legal a cont ar da cit ação, e ainda daquilo que se vier a liquidar
em execução de sent ença, como indemnização por danos fut uros.
Como causa de pedir, o autor indicou acident e de viação, ocorrido a 19 de Set embro de 1996, na est rada
que liga Pousada a Vila Nova, na freguesia de Aguiar, município de Barcelos, consist ent e em embat e ent re o
veículo pesado de passageiros de mat rícula PS (conduzido por C, propriedade de "D, Lda.", segurado na ré) e
o ciclomotor 2-BCL (conduzido pelo autor, seu propriet ário).
O acident e ficou a dever-se, na alegação do autor, à circunst ância de o C conduzir o PS, a velocidade
superior a 70 kms/hora e invadindo a met ade esquerda da faixa de rodagem (considerando o seu sent ido
de marcha) por onde, em sent ido oposto, circulava o ciclomotor.
Do acident e, ainda na alegação do autor, result aram graves lesões corporais e psíquicas para si próprio.
A ré cont estou (fls. 28), pugnando pela absolvição do pedido, para o que alegou, em resumo:
o condutor do PS fazia circular est e veículo o mais próximo possível da berma do seu lado direito;
devagar;
foi o autor quem deu origem ao acident e por, em curva, fazer circular o seu ciclomotor sobre o eixo da via e
a velocidade não inferior a 80 kms/hora.
Por sent ença de 4 de Janeiro de 2002 (fls. 191 a 207) o Tribunal Judicial de Barcelos, na procedência parcial
da acção, condenou a ré a pagar ao autor, a t ít ulo de indemnização, a quant ia de 26.278,26 euros, acrescida
de juros de mora à t axa anual de 7%, desde a cit ação at é int egral pagamento.
De harmonia com est a decisão, foi o próprio autor o principal causador do acident e por conduzir o
ciclomotor afast ado da berma do seu lado direito e com velocidade excessiva, em infracção ao disposto
nos art ºs.13º, nº.1 e 24º, nº. 1 do CEst rada, cont ribuindo t ambém o condutor do pesado de passageiros
para o acident e por haver infringido o preceit uado nos art ºs. 24º, nº. 1 e 25º, nº. 1, al. f) do mesmo código. E
repart iu as culpas ent re o autor e o condutor do PS na proporção de 80% para aquele e 20% para est e,
reduzindo a indemnização a favor do autor na mesma proporção, isto é, a 20% do tot al dos danos.
Apelaram o autor e, subordinadament e, a ré.
Por acórdão do Tribunal da Relação de Guimarães, de 9 de Out ubro de 2002 (fls. 323 a 334), julgaram-se
improcedent es ambos os recursos, confirmando-se a sent ença recorrida.
De novo inconformados, autor e ré pedem revist a, a ré subordinadament e.
O autor, dizendo que o acórdão recorrido violou o disposto nos art ºs. 264º, 514º e 650º, nº. 2, al. f) e nº. 3 do
CPCivil, pret ende que sejam dados como não provados os factos const ant es das respost as aos quesitos
6º, 7º, 82º, 96º, e 100º, e que a acção seja julgada tot alment e procedent e;
ou que se anule o julgamento para ser repet ido com prévia formulação de novos quesitos e realização de
inspecção judicial ao local do acident e;
e, de qualquer modo, at endendo ao art .13º do CEst rada, igualment e violado no acórdão, que a acção seja
julgada tot alment e procedent e.
A ré, dizendo que o acórdão recorrido violou o disposto nos art ºs. 13º, 24º e 27º do CEst rada, e os art ºs.
483º e 505º do CCivil, pret ende a tot al improcedência da acção.

Merecem conhecimento os recursos.


E conhecendo.
FACT OS (com int eresse para os recursos que nos ocupam, e apenas esses) que as inst âncias t iveram por
ASSENT ES:
1. No dia 19 de Set embro de 1996, cerca das 12.20 horas, na est rada municipal que liga o lugar de Pousada
ao lugar de Vila Nova, da freguesia de Aguiar, dest e concelho e comarca de Barcelos, ocorreu um embat e
ent re o automóvel pesado de t ransport e colect ivo de passageiros, com a mat ricula PS, pert encent e à
empresa "D, Lda." e conduzido por C por cont a e no int eresse daquela, sua ent idade pat ronal de quem era
funcionário, e o ciclomotor com a mat rícula 2-BCL, conduzido pelo autor, seu propriet ário (A dos factos
assent es e respost a ao quesito 81º).
2. Por cont rato de seguro t it ulado pela apólice nº. 2-1-43-709489/00, em vigor naquela dat a, a ré
"Companhia de Seguros B, S.A." assumira a obrigação de indemnizar t erceiros pelos danos provocados pelo
veículo PS, perant e a tomadora do seguro "D, Lda." (B e C dos f.a. - cfr . doc. de fls. 42).
3. No dia, hora e locais referidos em «1» o autor conduzia o 2-BCL pela met ade direit a da faixa de rodagem,
no sent ido Pousada-Vila Nova, enquanto o veículo PS circulava em sent ido cont rário, ou seja Vila Nova-
Pousada (respost a aos quesitos 1º e 3º).
4. O autor imprimia ao seu veículo uma velocidade de cerca de 50 km/hora (respost a ao quesito 86º).
5. O veículo PS circulava a velocidade não superior a 40 km/hora (respost a ao quesito 4º).
6. No local a referida est rada descreve uma curva para a direit a, at ento o sent ido de marcha do autor
(respost a ao quesito 5º).
7. At ent a a largura da faixa de rodagem no local e as próprias dimensões do autocarro de passageiros, ao
descrever a curva à sua esquerda o PS, no momento do embat e, t inha um espaço livre à sua esquerda, na
via, não superior a 1,20 met ros (respost a ao quesito 6º).
8. Sendo a largura do autocarro superior a met ade da largura tot al da via no local do acident e, o respect ivo
condutor conduzia o veículo a não mais de 30 cent ímet ros do limit e direito da est rada, at ento o seu sent ido
de marcha (respost a ao quesito 96º).
9. Ao deparar com o 2-BCL, o condutor do PS t ravou (resp. quesito 93º).
10. A colisão deu-se ent re o canto esquerdo da frent e do autocarro PS e a frent e do ciclomotor 2-BCL que,
nesse momento, descrevia a referida curva, mas em sent ido cont rário (respost a aos quesitos 8º e 9º).
11. O embat e ocorreu na met ade direit a da faixa de rodagem at ento o sent ido de marcha do veículo do
autor (respost a ao quesito 12º).
12. Na alt ura chovia e o piso da est rada est ava escorregadio (respost a aos quesitos 88º e 89º).
13. A curva referida em 6, 7 e 10 é fechada (respost a ao quesito 90º).
14. Com o embat e o autor e o seu veículo foram project ados para o chão, onde aquele ficou prost rado
(respost as aos quesitos 10º e 11º).

Vejamos ent ão, começando pelo recurso principal.


Primeira quest ão: devem (ou não) t er-se por não escritos os factos alcançados pelas inst âncias com as
respost as aos quesitos 6º, 7º, 82º, 96º e 100º da base inst rutória por result arem de erro de int erpret ação
ou aplicação violador do disposto nos art ºs. 264º e 650º, nº. 2, al. f) e nº. 3 do CPCivil?
Que int errogações colocam os quesitos indicados?
As seguint es:
6- Ao chegar ao local do embat e e ao descrever a curva à sua esquerda, o condutor do veículo PS invadiu a
met ade esquerda da faixa de rodagem, at ento o seu sent ido de marcha?
7- Ocupando-a?
82º- o PS circulava pela met ade direit a da faixa de rodagem da referida est rada, at ento o seu sent ido de
marcha?
96º- - não se t endo desviado para a direit a - 95º - porque já circulava no limit e direito da est rada, at ento o
seu sent ido de marcha?
100º- O embat e ocorreu na met ade direit a da faixa de rodagem, at ento o sent ido de marcha do PS?
E as respost as foram:
ao quesito 100º - provado apenas o que const a das respost as aos quesitos 6º, 8º e 96º;
aos quesitos 6º, 8º e 96º as que já est ão t ranscrit as no t exto.
O que os recorrent es quest ionam é a cobert ura legal para que as respost as aos quesitos 5º, 8º e 96º
possam incluir a afirmação fact ual da fact ual t radução das circunst âncias fisico-espaciais em que
ocorreu o acident e, por forma a perceber-se que o veículo pesado segurado na ré (com largura superior a
met ade da largura tot al da via no local do acident e), circulando embora a não mais de 30 cms da berma do
seu lado direito da est rada, deixava apenas, à sua esquerda na via, um espaço de largura não superior a 1,20
met ros.
Ora est es factos não vieram aos autos at ravés da alegação de qualquer das part es.
E veja-se o art º. 264º, nº. 2 do CPCivil:
o juiz só pode fundar a sua decisão nos factos alegados pelas part es ...;
todavia, ... sem prejuízo ... da consideração, mesmo oficiosa, dos factos inst rument ais que result em da
inst rução e discussão da causa.
De modo que, ou os factos referidos são inst rument ais - e podem ser considerados, apesar de não virem
alegados pelas part es - ou não são, são ao cont rário factos essenciais - e não podem ent ão ser levados
em cont a, just ament e porque não foram t razidos ao conhecimento do t ribunal pela alegação das part es.
Ora - ver Lebre de Freit as, CPCivil Anot ado, vol.I, pág. 465; Cast ro Mendes, Direito Processual Civil, II, pág. 77;
Ant unes Varela, Manual do Processo Civil, 2ª edição, págs. 412 a 417 - factos essenciais ou principais são
os que const it uem pressuposto da aplicação da lei subst ant iva, isto é, os que int egram a causa de pedir,
fundando o pedido, const it uindo o seu subst racto de facto, e aqueles em que se baseiam as excepções
peremptórias - Lebre de Freit as, ob. cit ada, pág. 466, Cast ro Mendes, ob. cit ada, pág. 77 e 208; Ant unes
Varela, ob. e local cit ados.
E factos inst rument ais ou merament e probatórios são os que servem para demonst rar a verdade ou
falsidade dos factos essenciais, funcionando as mais das vezes com base em presunções judiciais que
levam à aquisição ou afast amento dos factos principais.
Os factos referidos, acrescent ados nas respost as - explicat ivas ou rest rit ivas - aos quesitos, são
clarament e inst rument ais, são factos que ajudam à descobert a da verdade, da essencialidade dos factos
que const it uem a causa de pedir, porquanto est es últ imos só int eressam enquanto port adores ou
t radutores de uma qualquer normat ividade.
É preciso explicar - e, no caso concreto, at ravés da explicação, rest ringir - o que a simples expressão
nat uralíst ica dos factos não pode fornecer.
À verdade que t emos que conhecer não import a, só, saber se o PS ocupava a met ade esquerda da faixa de
rodagem mas saber se ocupando-a, podia deixar de a ocupar.
E foi at ravés desses factos inst rument ais que aparecem acrescent ados nas respost as que o t ribunal
pôde t ransmit ir para a mat éria de facto adquirida, ao abrigo do disposto no nº. 2 do art º. 264º do CPCivil, a
verdade fact ual que permit e uma verdadeira e adequada aplicação do direito.
Ora, como escreve Abrant es Geraldes, Temas da Reforma do Processo Civil, I volume, Almedina, 2ª edição,
pág. 60 «em plena audiência de julgamento, o juiz pode servir-se de factos inst rument ais, mesmo que não
alegados, desde que result em da inst rução e discussão da causa».
A simples apreensão dest e t ipo de factos é suficient e para que o juiz os deva considerar na sua decisão,
sem qualquer exigência de prévia ampliação da base inst rutória, nos t ermos do art º. 650º, nº. 2, al. f) e nº. 3
do CPCivil.
Pret ende o recorrent e principal, na sua alegação, que a consideração in casu dest e t ipo de factos «alt erou
subst ancialment e o desfecho jurídico da present e acção».
É verdade: mas permit iu ao t ribunal at ingir o desiderato que lhe est á comet ido pelo nº. 1 do art º. 650º -
assegurar a just a decisão da causa.
Foi correct ament e int erpret ado e aplicado o disposto no art º. 264º do CPCivil.

Como foi correct ament e int erpret ado e aplicado o disposto no art º. 514º, nº. 1 do CPCivil. E é essa a
segunda quest ão: o dever (ou não) o t ribunal fazer recurso ao disposto no art º. 514º, nº. 1 do CPCivil para,
part indo da ideia de que é «um facto notório e do conhecimento geral que não precisa de alegação nem
prova que a largura de um veículo ligeiro é sempre superior a 1,50 ms (medidas st andard)» concluir que,
t endo a est rada dois sent idos, sempre ent ão t erá o PS (ao deixar apenas 1,20 ms do seu lado esquerdo)
que t er invadido desnecessariament e a esquerda da est rada, sob pena de se ser levado a pensar que
nunca o mesmo PS «se poderia t er cruzado no local com veículos ligeiros)».
Para além de t udo o mais, o que é incontornável dizer nest e momento é que decidir se certo facto, in casu
decidir se a largura de um det erminado t ipo de veículo automóvel é ou não facto notório const it ui mat éria
de facto, de exclusivo julgamento pelas inst âncias.
Est e Supremo Tribunal, como t ribunal de revist a, não pode exercer censura sobre o juízo da Relação, seja
enquanto decide que certo facto é real por ser notório, seja enquanto deixe de o fazer - art ºs. 722º, nº. 2 e
729º, nº. 2 do CPCivil (ver, por todos, Ac. STJ de 24 de Abril de 1986, BMJ nº. 356, pág. 298).

Terceira quest ão:


o autor, conjugando o disposto no art º.13º do CEst rada - o t rânsito de veículos deve fazer-se pelo lado
direito da faixa de rodagem ... - com o facto de o embat e t er ocorrido na met ade direit a da faixa de
rodagem, at ento o seu próprio sent ido de marcha, defende a conclusão de que a responsabilidade pelo
acident e recai int eirament e sobre o condutor do PS, a propriet ária dest e e, consequent ement e, sobre a ré
seguradora.
As coisas, todavia, não são assim t ão simples.
E não o são porquanto, face à pouca largura da est rada, às dimensões do PS e à exist ência da curva
apert ada para a esquerda dest e, as inst âncias concluíram que, necessariament e, o condutor do pesado de
passageiros t eve ali, naquele local concreto, que ocupar parcialment e a meia faixa esquerda de rodagem,
at ento o seu sent ido de marcha; e que o fez, ainda assim, fazendo seguir a sua viat ura o mais próximo
possível da sua berma direit a; e deixando ainda à sua esquerda (sem poder deixar mais) 1,20 ms de faixa de
rodagem.
Est a espaço t eria sido suficient e para que o veículo do autor, um ciclomotor, pudesse passar, caso
circulasse como lhe era imposto pelo art .13º, nº. 1 do CEst rada - ... e o mais próximo possível das bermas e
passeios ... - e a velocidade dent ro do limit e máximo que legalment e lhe era permit ido pelos art ºs. 27º, nº. 1
e 24º, nº. 1 do CEst rada - para os 45 kms/hora como máximo legalment e admissível o autor circulava a
cerca de 50 kms/hora.
Há uma condut a culposa do próprio autor à qual deve ser amarrada, consequent ement e, a
(co)responsabilidade na produção do acident e.
Com chuva, com piso molhado, numa est rada t ão est reit a que um veículo pesado de passageiros
(circulando mesmo o mais próximo possível da sua berma direit a) só deixa à sua esquerda 1,20 ms de faixa
livre, numa curva fechada, a velocidade a que seguia o autor infringia não apenas o art º. 24º, nº. 1 do
CEst rada mas t ambém o art º. 25º, nº. 1, al. f) do mesmo código - a velocidade deve ser especialment e
moderada ... nas curvas ... de visibilidade reduzida.
Assim ent enderam - bem - as inst âncias.
Que concluíram - igualment e bem - pela culpa do condutor do PS por violação do disposto nos art ºs. 24º, nº.
1 e 25º, nº. 1, al. f) do CEst rada (que não do art º. 27º do mesmo código). Como adiant e se verá.
Como bem concluíram por ser sensivelment e mais grave a condut a do autor.
É mais grave. Bem mais grave.
Sendo int eirament e adequada a fixação da proporção das culpas concorrent es de ambos os condutores
em 20%, para o condutor do pesado, 80% para o autor, condutor do ciclomotor.
Porquanto, se bem nos parece, a ambiência fisico-espacial em que se processou a colisão, se t inha
permit ido a est e cruzar-se com o pesado de passageiros sem mossa, t ambém exigia ao condutor dest e
um especial cuidado nas condições em que circulava - o cuidado imposto por um veículo t ão largo que,
numa est rada est reit a e em curva fechada, deixava apenas livre para a circulação de veículos em sent ido
cont rário 1,20 ms!
Moderando a sua velocidade t anto quanto as circunst âncias concret as do local e a personalidade
rodoviária do veículo pesado conduzido pot enciavam os riscos da própria circulação.
Isto mesmo nos conduz à confirmação do decidido.

Quart a quest ão: pret ensão da ré no sent ido da tot al improcedência da acção.
A condenação da ré não se funda - já se disse - na violação pelo condutor do PS do disposto no art º.13º do
CEst rada mas sim e apenas na consideração do excesso de velocidade que lhe pode - deve - ser imput ado,
nos t ermos já indicados, por força de um enquadramento fáct ico que, just ificando a circunst ância de
ocupar part e da met ade esquerda da faixa de rodagem, lhe impunha uma correspondent ement e adequada
redução da velocidade.
Não violaram as inst âncias, ent ão, os art ºs. 24º e 25º, nº. 1, al. f) do Est rada (o art º. 27º , no que à condut a
do condutor do PS diz respeito, não foi aplicado) quando concluíram pela exist ência de culpa do condutor
do pesado de passageiros.
E, consequent ement e, não violaram t ambém o disposto no art º. 483º do CCivil quando julgaram t al
disposição aplicável à condut a do motorist a da segurada da ré. Nem violaram o disposto no art º. 505º, que
aliás não aplicaram nem t inham que aplicar, at endendo a que est amos no domínio da responsabilidade por
facto ilícito.
DE C IS Ã O
Negam-se as revist as, quer ao autor quer à ré.
Cust as de cada um dos recursos a cargo do respect ivo recorrent e.

Lisboa, 17 de Junho de 2003


Pires da Rosa
Quirino Soares
Neves Ribeiro

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