NOME COMPLETO DO CLIENTE, nacionalidade, estado civil, profissã o, portador do RG n.
SSP/__, inscrito no CPF/MF sob n., endereço eletrô nico:, contato telefô nico:, residente e domiciliado na ____, vem, por intermédio de sua procuradora que ao final subscreve (dados para contato indicados no rodapé), com fulcro nos arts. 186, caput, e 927, caput, do Có digo Civil, propor AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS E MORAIS contra (QUALIFICAÇÃO COMPLETA DA PARTE CONTRÁRIA), pelas razõ es de fato e de direito a seguir aduzidas: DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA Descrever a situaçã o financeira do cliente (se fizer jus à gratuidade da justiça). Junta declaraçã o de hipossuficiência e de isençã o de declaraçã o do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física firmadas. Isso posto, de acordo com o estabelecido nos arts. 5º, LXXIV, da Constituiçã o Federal; 98, caput, e 99, § 4º, do CPC, pleiteia a concessã o do benefício da gratuidade da justiça, em razã o de nã o possuir recursos suficientes para custear as despesas processuais sem comprometer seu sustento. DOS FATOS Descrever pormenorizadamente os fatos. Por nã o conseguir soluçã o plausível e justa, lhe resta procurar amparo estatal. DO DIREITO DO DANO MATERIAL (*de acordo com o caso da minha cliente, somente para inspiração) De início exsurge o direito à indenizaçã o por dano material, e moral – adiante, posto que a ré, por certo, promoveu manobra sem se atentar à s regras de trâ nsito, pois, ao contrá rio, teria evitado o acidente. De acordo com os arts. 28, caput, e 29, caput, do Có digo de Trâ nsito Brasileiro, observa- se: “Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.” “Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas: [...] II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas; III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem: a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando por ela; [...]” No caso dos autos, a ré nã o manteve observâ ncia aos cuidados indispensá veis à segurança do trâ nsito, agindo com falta de atençã o, ignorando a sinalizaçã o, avançando com notó ria imprudência, e, portanto, infringindo o disposto normativo supra. A ré deixou de observar, também, as normas insertas nos artigos 34, caput, e 44, caput, da mesma Lei, que tratam sobre a indispensá vel prudência e velocidade moderada em qualquer tipo de cruzamento: “Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.” “Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do veículo deve demonstrar prudência especial, transitando em velocidade moderada, de forma que possa deter seu veículo com segurança para dar passagem a pedestre e a veículos que tenham o direito de preferência.” Quando da lavratura do boletim de ocorrência houve confissã o da ré, demostrando que avançou na avenida sem a prudência necessá ria, enquanto a autora, em via preferencial, transitava. Nesse sentido, a responsabilidade pelo cometimento de ato ilícito está expressa nos arts. 186, caput, e 927, caput, do Có digo Civil. A legislaçã o, portanto, determina que no caso de ilícito cometido, a reparaçã o é patente, inclusive por danos morais e lucros cessantes. Neste sentido, julgados recentes deste E. Tribunal: APELAÇÃ O. ACIDENTE DE TRÂ NSITO. DEVER DE INDENIZAR. Circunstâncias fáticas e provas produzidas que fazem concluir ser o réu o responsável pelo acidente que lesionou a autora. Na medida em que o abalroamento da motocicleta da demandante se operou em cruzamento com sinal de parada obrigatória, caberia ao motorista demandado comprovar que observou a sinalização local. Precedentes do E. TJSP. A prova de que a recorrente se encontrava em alta velocidade era de ô nus do recorrido, na medida em que lhe cabia a contraprova das alegaçõ es. Não havendo prova de desídia da autora, que se encontrava em via preferencial, a culpa há de ser imputada exclusivamente ao réu. DANOS MORAIS. Verificaçã o. Batida que provocou incapacidade parcial incompleta, com quantum doloris durante o tratamento em escala 04, de um a sete. Indenizaçã o arbitrada em R$ 30.000,00. DANOS ESTÉ TICOS. Demonstraçã o mediante prova pericial médica. Quantum debeatur individualizado em R$ 10.000,00. PENSÃ O POR ATO ILÍCITO. Impossibilidade de arbitramento, já que nã o fora constatada qualquer diminuiçã o da capacidade laborativa. DENUNCIAÇÃ O DA LIDE. Inviabilidade de acolhimento, já que o seguro contratado pelo demandado excluía expressamente a cobertura por danos morais/estéticos. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJSP; Apelaçã o Cível 1000460-09.2017.8.26.0637; Relator (a): Rosangela Telles; Ó rgã o Julgador: 31ª Câ mara de Direito Privado; Foro de Tupã - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 06/03/2023; Data de Registro: 06/03/2023). RECURSO – APELAÇÃ O CÍVEL – ACIDENTE DE TRÂ NSITO – SEGURO FACULTATIVO - AÇÃ O DE COBRANÇA. Autor objetivando ressarcimento material tendo em vista o seguro contratado entre as partes e o acidente noticiado nos autos o qual nã o deu causa. Possibilidade. Culpa imputada ao requerente nã o demonstrada pelo seguradora requerida, a luz do que dispõ e o artigo 373, inciso II do Có digo de Processo Civil. O conjunto probató rio nã o possibilita alcançar a convicçã o que permita acolher a alegaçã o posta nas razõ es da seguradora demandada, de onde decorre a possibilidade de acolhimento do pleito indenizató rio. Procedência na origem. Sentença mantida. Recurso de apelaçã o da requerida nã o provido, majorada a verba sucumbencial com base no pará grafo 11 do artigo 85 do Có digo de Processo Civil. (TJSP; Apelaçã o Cível 1020777-69.2022.8.26.0405; Relator (a): Marcondes D'Angelo; Ó rgã o Julgador: 25ª Câ mara de Direito Privado; Foro de Osasco - 7ª Vara Cível; Data do Julgamento: 06/03/2023; Data de Registro: 06/03/2023). A autora teve gastos comprovados com consultas médicas e deslocamento até a cidade de Santos, para acompanhamento minucioso da fratura, que inteiram o valor de R$ 854,97 (oitocentos e cinquenta e quatro reais e noventa e sete centavos), quais sejam: Exame de ressonâ ncia magnética – R$ 354,97 (nota fiscal n. 1 – documento 8). Consulta com especialista – R$ 500,00 (nota fiscal n. 2 – documento 16). Além disso, em razã o das fortes dores e indisposiçã o causada pelo acidente, ficou mais de 10 dias sem comparecer ao trabalho. Todos esses transtornos deverã o ser ressarcidos, além do pagamento da cirurgia que a autora deverá ser submetida. Dentre os orçamentos obtidos (documentos 18, 19 e 20), o de menor valor é o sinalizado em documento 18, no valor de R$ 29.180,00 (vinte e nove mil cento e oitenta reais). O médico que solicitou a cirurgia esclareceu que trata-se de procedimento complicado em razã o da quantidade de partes que o osso nasal foi dividido durante a pancada e das consequências que a fratura causou à autora. Do acidente para cá , a autora sofre de fortes dores de cabeça e pressã o constante no local da fratura, além de grande incô modo na regiã o pelo fato de o osso estar mole e deslocado. Tanto é verdade que a perícia médica realizada pela seguradora conferiu o direito de indenizaçã o, no entanto, em valor muito inferior aos orçamentos juntados. Ainda, em aná lise, a seguradora informou que do valor autorizado seria abatido o valor recebido a título de DPVAT. Para o azar da autora, nem o seguro DPVAT foi concedido (documento 17). Destacam-se os seguintes dispositivos legais: “Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.” “Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.” As fotos do acidente e o boletim de ocorrência, bem como as demais provas demonstram a responsabilidade dos réus. Certo é que se nã o fosse o comportamento de desatençã o da ré o acidente nã o teria ocorrido. Daí porque se afigura inafastá vel o dever reparató rio. Alfim, pleiteia a reparaçã o civil pelos danos causados, abrangendo os gastos efetivamente comprovados, os lucros cessantes pelos dias de afastamento e o valor integral do procedimento médico reparató rio que deverá a autora ser submetida, por força dos artigos basilares desse pleito, no valor de R$ 35.034,97 (trinta e cinco mil e trinta e quatro reais e noventa e sete centavos), sendo: R$ R$ 854,97 (oitocentos e cinquenta e quatro reais e noventa e sete centavos) relativos ao exame e consulta médica comprovados; R$ 5.000,00 (cinco mil reais) pelos dias nã o laborados; e R$ 29.180,00 (vinte e nove mil cento e oitenta reais) pelo procedimento médico a ser realizado, para o qual a autora nã o dispõ e de recursos financeiros para adiantar. DO DANO MORAL A Constituiçã o Federal assegura proteçã o aos direitos subjetivos – entre outros – da pessoa, a fim de reafirmar sua dignidade [1]. Dispõ em, também, sobre a matéria, os arts. 186, caput, e 927, caput e pará grafo ú nico, do Có digo Civil. O dano é o elemento mais importante da responsabilidade civil, pois sua ocorrência constitui fator de desequilíbrio social, e, portanto, enseja reparaçã o. Considerando os fatos narrados e todo o transtorno que a autora tem experimentado, além da indenizaçã o pelos danos materiais suportados pela autora, deverã o os réus serem condenados ao pagamento de reparaçã o pelos danos morais causados. Em caso de acidente de trâ nsito, o abalo moral ocorre in re ipsa, inerente à ofensa perpetrada. Nesse ponto, “simples acidente de circulação pode, nos dias de hoje, ser fato até normal, suportável pelo homem comum; acidente de circulação no qual se consumam lesões físicas, mesmo sem sequelas permanentes, porém, dá ensejo à reparação por danos morais, pois é certo a dor emocional vivenciada a partir de tais fatos” [2]. Aná lise recorrentemente feita é a do quantum indenizató rio, e sobre a proporçã o desse quantum, já que há sempre a discussã o sobre a possibilidade de atribuir valor financeiro ao dano emocional e ao aborrecimento experimentados por uma pessoa. É preciso ter sensibilidade ao mensurar tais sentimentos para nã o colocar situaçõ es muito desagradá veis na gaveta do mero aborrecimento. No cená rio discutido, a autora está adentrando a terceira idade, momento considerado como o de descanso da vida, e, além disso, se preparou para chegar a esse termo com condiçõ es financeiras para prover com plenitude o mínimo existencial à sua família. Infere-se do conceito de dignidade da pessoa humana que o ser humano é fim em si mesmo, nã o podendo ser meio para obtençã o de qualquer proveito ou finalidade. A indenizaçã o deve ser razoá vel: há que ter cará ter punitivo e disciplinante e nã o ser excessivamente alta para que nã o enriqueça o destinatá rio ilicitamente. Nessa esteira, para que a indenizaçã o nã o seja mínima a ponto de caracterizar-se como verdadeira humilhaçã o à autora, e nã o seja excessiva, com condã o de enriquecimento ilícito, entende justa a condenaçã o dos réus ao pagamento de valor nã o inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Sobre o tema, julgado deste E. Tribunal: Apelaçã o cível. Açã o indenizató ria por danos morais e materiais, fundada em acidente de trâ nsito. Sentença de parcial procedência. Apelo da ré. Insurgência recursal apenas em relaçã o aos danos morais acolhidos na r. sentença e sua quantificaçã o. A dor vivenciada pelo autor na ocasiã o do acidente, sua submissã o à cirurgia, o longo período de convalescença, sã o circunstâ ncias que extrapolam os contratempos e dissabores comuns do dia a dia, e geram danos morais indenizá veis. Indenizaçã o razoavelmente fixada na sentença, R$10.000,00, que nã o comporta reduçã o. Juros de mora sobre as indenizaçõ es que deveriam incidir desde o evento danoso. Impossibilidade de alteraçã o de ofício do tremo inicial dos juros, com a ressalva do entendimento pessoal deste Relator. Apelaçã o nã o provida. (TJSP; Apelaçã o Cível 1018025-69.2022.8.26.0100; Relator (a): Morais Pucci; Ó rgã o Julgador: 35ª Câ mara de Direito Privado; Foro Central Cível - 4ª Vara Cível; Data do Julgamento: 06/03/2023; Data de Registro: 06/03/2023). Dessa forma, requer-se, em homenagem aos direitos fundamentais da personalidade, sejam os réus condenados ao pagamento de indenizaçã o por danos morais, em quantia nã o inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), por força dos arts. 5º, III, V e X, da CF/88, e 186, caput; 187, caput, e 927, caput, do CC. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS Ante o exposto, requer: a) de acordo com o estabelecido nos arts. 5º, LXXIV, da Constituiçã o Federal; 98, caput, e 99, § 4º, do CPC, a concessã o do benefício da gratuidade da justiça; b) a procedência da açã o para: i – condenar os réus a indenizarem a autora, pelos danos materiais causados, no valor de R$ 35.034,97 (trinta e cinco mil e trinta e quatro reais e noventa e sete centavos), conforme os comprovantes anexos e fatos articulados, e ii – condenar os réus ao pagamento de indenizaçã o por danos morais em quantia nã o inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais); c) a citaçã o dos réus para tomarem conhecimento da demanda; e d) a condenaçã o dos réus ao pagamento das custas processuais e honorá rios advocatícios, nos moldes do art. 85, caput, do CPC. Nã o há interesse em realizaçã o de audiência de conciliaçã o, conforme o disposto no art. 319, VII, do CPC, pois a ré já demostrou que nã o irá arcar com as custas decorrentes do acidente que deu causa. A autora comprovará o alegado por todos os meios de prova em Direito admitidos, principalmente provas testemunhal e pericial, conforme dita o art. 369, caput, do CPC. Dá -se à causa o valor de R$ 45.034,97 (quarenta e cinco mil trinta e quatro reais e noventa e sete centavos). Termos em que pede deferimento. Localidade, data do protocolo. ADVOGADO OAB/UF
[1] Art. 5º, III, V e X.
[2] TJSC, Apelaçã o Cível n. 0009900-11.2004.8.24.0038, de Joinville, rel. Des. Gilberto Gomes de Oliveira, j. 03-08-2017.