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EXCELENTÍSSIMO(a) SR(a).

JUIZ(a) DE DIREITO DO ___ JUIZADO


ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE SERTANOPOLIS-PR

FERNANDA CRISTINA PIZZOLOTTO, brasileira, solteira,


cabelereira, CPF 033.444.059-93, residente e domiciliada na rua Cesario
Soriani n.154, casa, cidade Sertanopolis-PR CEP 86170-000, PEDRO LUIZ
SCARAMAL, brasileiro, solteiro, empresário, CPF 539.306.659-72, residente
e domiciliado na rua Luiz Bersanete n.297, Qd 17 Lt 20 – Hoffmann, cidade
Sertanopolis-PR CEP 86170-000 vem, por sua advogada, com o devido
respeito e acatamento, perante Vossa Excelência, ajuizar

AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO CUMULADA COM DANOS MORAIS

em face de DECOLAR.COM LTDA, inscrita no CNPJ nº 03563689000231,


com endereço na RUA Alameda Grajaú, 219, 2º andar, Alphaville Centro
Industrial e Empresarial CEP: 06454-050, Barueri SP, email:
meupedido@decolar.com e do HOTEL MARIMAR THE PLACE, inscrita no
CNPJ nº 10.466.992/0001-09, com endereço na Avenida Brasil, 1091,
Centro, CEP 88340045, Balneario Camboriu SC, email:
marimar@hotelmarimar.com.br, pelos motivos de fato e de direito a seguir
expostos.

1 DOS FATOS

Os autores juntamente com a 123 milhas realizaram uma reserva


na data 01/08/2023 no cartão de crédito, a estadia na qual acordaram seria de
12/09/2023 a 18/092013, a fatura da reserva venceria no dia 05/09/2023, ou
seja, 01 semana antes. As partes levando em consideração boatos de que a
empresa estaria com dificuldades financeiras, ligaram no Hotel na fizeram a
reserva, antes de efetuarem o pagamento, com a intenção de confirmarem se

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estava tudo certo a reserva realizada, na qual foi confirmado a eles a reserva.
Efetuaram o pagamento.
Chegando ao hotel na data na qual reservaram foram
surpreendidos com o cancelamento realizado pela decolar.
As partes argumentaram que ligaram 10 dias antes para
confirmarem estar tudo nos conformes e foi confirmado a eles estar tudo certo
com a reserva. Mesmo assim não adiantou e relatam terem sido maltratados
e humilhados pelo responsável do hotel.

2 DO DIREITO
2.1 DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO

Os autores desembolsaram o valor total de R$ 4.000,00 pelas


passagens, conforme comprovantes de pagamentos anexos. Não houve
prestação de serviço e tampouco devolução do valor para os autores, até o
presente momento. Compraram das 123 milhas como está no estrato, mas os
fornecedores da cadeia Decolar e o hotel são os devidos responsáveis.

Diante disso, requer seja condenada os réus a restituir o montante


de R$ 4.000,00 aos autores, pelos motivos acima indicados.

2.2 DO DANO MORAL

Os autores sofreram danos morais em virtude da conduta dos


réus, pela falha na prestação dos serviços, não poderiam cancelar sem
informar o consumidor, pelo descaso, abuso, má-fé e desrespeito com os
consumidores, pela recusa em resolverem os problemas causados, os
maltratando e humilhando, enfim, por todo o conjunto de atitudes dos réu no
sentido de não se preocupar com os autores , consumidores de seus serviços,
ofendendo, com isso, os direitos da personalidade respectivos, tais como a
informação clara e adequada e a efetiva prevenção de danos morais, conforme
a previsão do inciso VI do artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor.

As empresas rés agiram com abuso e em clara contradição,


recusando-se a oferecer soluções alternativas, sem sequer reembolsar os
autores pelos gastos havidos. Há grave falha na prestação de serviços e clara
violação dos direitos do consumidor, que teve suas legítimas expectativas
frustradas.

Os prejuízos causados são manifestos. O dano moral sofrido é,

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portanto, inegável.
Na apuração do quantum debeatur desta espécie de lesão, devem
ser consideradas pelo magistrado todas as consequências da conduta
perpetrada pelas rés em face dos autores. Com isso, emergem as funções
atribuídas a esta espécie de indenização: compensatória dos malefícios
causados aos autores e pedagógica1 quanto às condutas tomadas pelas rés,
a fim de, com isso, coibi-las a não reincidir.

A conduta das rés, ademais, ofendeu o dever de boa-fé imposto


pelo Código Civil, já que violou justa expectativa dos autores de viajar na data
escolhida ou, ao menos, receber, a tempo e modo, o valor desembolsado sem
ter tido contraprestação de serviço.

O sistema de proteção ao consumidor erigido desde a


promulgação da Constituição de 1988, como norma programática e direito
fundamental da pessoa humana, e corroborado pela criação da lei nº 8.078/90,
objetiva exatamente a tutela das relações de consumo, de forma a coibir
práticas desrespeitosas por parte dos fornecedores de produtos e serviços,
sempre tão corriqueiras, especialmente na seara de prestação de serviços de
aviação civil. Reconhece-se a posição hipossuficiente do consumidor e
garante-se, inclusive, a inversão do ônus da prova em tais casos, a fim de
ser garantida a concretização do que prescreve a lei.

De qualquer forma, quanto ao dano moral, o Supremo Tribunal


Federal tem proclamado que “a indenização, a título de dano moral, não exige
comprovação de prejuízo” (RT 614/236), por ser este corolário irrecusável do
fato lesivo e um “direito subjetivo da pessoa ofendida” (RT 124/299). As
decisões partem do princípio de que a prova do dano (moral) está no próprio
evento ofensivo, não sendo correto desacreditar na existência de prejuízo
diante de situações potencialmente capazes de infligir dor moral. Esta não é
passível de prova, pois está ligada aos sentimentos íntimos da pessoa.

O Código de Defesa do Consumidor impõe responsabilidade


objetiva aos fornecedores.

Os autores, assim, têm incontestável direito de serem indenizados


pecuniariamente pelos danos morais, nos moldes do que dispõe o artigo 5 o,
inciso X, da Constituição.

Apesar de esta lesão não ser exteriorizada visivelmente, ela se

1 A indenização fixada deve alertar o ofensor sobre a conduta lesiva, impondo-lhe impacto financeiro
capaz de dissuadi-lo da prática de novo ilícito (TJRS AC 70052023413).
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faz presente na medida em que é gerada injusta e grave perturbação no
cotidiano da pessoa, o que ocorreu no caso em exame. Assim, a indenização
é a solução para quem sofreu o dano. A partir do momento em que se verifica
sua existência, e sendo alguém responsável pela lesão de direito ocorrida, há
que se buscar uma solução para o evento danoso.

É preciso recompor a ordem que foi quebrada, o direito que foi


ofendido. Aliás, o ideal seria que as coisas fossem recolocadas em seu status
quo ante, sem qualquer ônus para as vítimas, o que, todavia, não pode ocorrer,
remanescendo, tão somente, a indenização compensatória, já que a
reparação é impossível.

Enfim, no que atina à quantificação do dano moral, levando-se em


conta a condição econômica das partes, o caráter pedagógico e a regra da
proporcionalidade, pugna seja arbitrado valor não inferior a R$ 10.000,00.

3 DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) a citação das rés, para que, querendo, apresente resposta no


prazo legal, dispensando-se a audiência de conciliação, em respeito à
razoável duração do processo; ou, subsidiariamente, realizando-se a
audiência de forma virtual;

b) a procedência total dos pedidos para o fim de condenar, a ré a


restituir a autora o valor de R$ 4.000,00, bem como ao pagamento de
indenização por danos morais no importe de R$ 10.000,00;

c) a admissão de todos os meios de prova previstos em direito,


em especial a apresentação de prova documental e testemunhal;

d) a inversão do ônus da prova, nos termos do CDC.

Atribuindo à causa o valor de R$ 14.000,00.

Pede e espera deferimento.

Contato: nataliatavespires1@gmail.com | (18) 98100-3467


Sertanópolis , 28 de outubro de 2023.

NATALIA TAVES PIRES


OAB/SP 119.628

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