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I) DOS FATOS:
O autor relata que no dia 09 de novembro de 2020, aproximadamente às
18h30min, dirigindo seu automóvel marca FORD FOCUS 2015 S 1.6 16V FLEX 140
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CV, placas AXV0000, pela Rua Gonçalves Chaves, direção bairro-centro, ao passar
pela Rua Major Cícero, teve seu veículo fortemente abalroado na lateral direita pelo
veículo de propriedade do réu e conduzido por este, um automóvel RENAULT CLIO
2016 AUTHENTIQUE 1.0 16V FLEX 2P 77 CV, placas XXX0000 que invadiu a
preferencial, em velocidade incompatível para o local, lançando o veículo do autor
sobre o passeio (doc. nº 02).
O acidente ocasionou fratura no braço direito do autor que foi socorrido e
encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro de Pelotas para atendimento (doc. nº 03),
tendo recomendação de afastamento para o trabalho pelo período de dois meses.
Mesmo tendo assumido a culpa do acidente perante o requerente e
comprometendo-se a arcar com os prejuízos, o postu, após ter sido procurado diversas
vezes, negou-se a pagar os danos por ele causados.
Em razão do acidente, sofreu o autor, os seguintes danos materiais:
a) R$ 2.580,00 (dois quinhentos e oitenta reais), relativos ao conserto e
pintura da lateral do veículo, adotando-se o menor valor levantado em consulta a três
oficinas diferentes, orçamentos em anexo (docs. nºs. 04/06);
b) R$ 380,00 (trezentos e oitenta reais) relativos ao atendimento médico,
recibo em anexo (doc. nº 07);
c) R$ 486,00 (quatrocentos e oitenta e seis reais) decorrentes de
medicamentos, notas fiscais e receituário médico em anexo (doc. nºs. 08/09);
d) R$ 5.500,00(cinco mil e quinhentos reais) iPhone XR Apple, 128GB,
Tela 6.1'', iOS 12, 12MP, 4G em uso e em perfeitas condições, de propriedade do autor,
o qual se encontrava em cima do banco do carona no momento da colisão e que com o
impacto, deixou de funcionar. No entanto afirma que não há meios de provar que o
mesmo funcionava adequadamente, antes do acidente, porém aduz que o nexo de
causalidade fica perfeitamente evidenciado (doc. nº 10).
Dessa forma, o incidente, causado por culpa exclusiva do réu, causou
danos materiais no valor total de R$ 8.946,00 (oito mil, novecentos e quarenta e seis
reais) para o autor sendo devido o total ressarcimento.
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II ) DO DIREITO:
1) DA RESPONSABILIDADE CIVIL
trânsito pois, além de ter invadido uma preferencial, o fez em alta velocidade, agindo
assim de forma totalmente imprudente, negligente e imperita.
Em nenhum momento demonstrou “prudência especial” ao adentrar o
cruzamento, que se sabe, para aqueles que residem no Município, é movimentado,
sobretudo neste horário em decorrência do trânsito de chegada à universidade e à escola
que se localizam nesta via.
Ainda, determina o artigo 186, do Código Civil: “Aquele que, por ação
ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”.
Clara a adequação da norma ao fato concreto narrado. Ocorreu dano, por
exclusiva culpa do réu, que adentrou uma preferencial, de forma abrupta, em horário de
intenso fluxo, em velocidade incompatível para a situação, devendo-lhe ser imputada a
responsabilidade de reparação do ato ilícito que, por sua exclusiva conduta negligente,
imprudente e imperita, causou ao requerente.
Leciona Caio Mário da Silva Pereira (in Responsabilidade Civil, 5ªed.
Rio de Janeiro:Forense, 1994, p. 75): “Para que se concretize a responsabilidade é
indispensável se estabeleça uma interligação entre a ofensa à norma e o prejuízo
sofrido, de tal modo que se possa afirmar ter havido o dano ‘porque’ o agente procedeu
contra o direito.”
No caso em tela, clara está a interligação entre a ofensa à norma e o
prejuízo sofrido, pois o acidente ocorreu por culpa exclusiva do requerido que
comportou-se totalmente contrário às condutas previstas e esperadas de um condutor de
veículo consciente, concretizando-se, assim, a responsabilidade civil do postulado na
indenização ora pleiteada.
Determina, por fim, a jurisprudência que:
“ APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL EM
ACIDENTE DE TRÂNSITO. Comprovada a imprudência da apelante ao
desrespeitar norma elementar de trânsito, o que ocasionou o sinistro. Para
efetuar manobra de ingresso em via preferencial é preciso cautela e
prudência por parte do motorista, que deve verificar a possibilidade de
realização do movimento com segurança para si e para os demais
usuários. Minorada a verba indenizatória por danos morais. APELO
CONHECIDO EM PARTE E PARCIALMENTE PROVIDO.
UNÂNIME.” (Apelação Cível Nº 70051527190, Décima Primeira
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III – DO PEDIDO:
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
ASSINATURA DO ADVOGADO
OAB/RS Nº