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Veridiane Conci

Rodrigo P. Dall Agnol


EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CÍVEL DA
COMARCA DE XAXIM – SANTA CATARINA

PAULO CÉSAR LIMA, de nacionalidade brasileira, casado,


vendedor, nascido em 09/07/1975, portador da cédula de identidade RG nº 123.456
SSP/SC emitida em 19/02/2008, e inscrita no CPF/MF sob o nº 021.123.456-78,
residente e domiciliado Avenida Brasil, nº 150, Centro, na Cidade de Xaxim, Estado
de Santa Catarina, por seus advogados devidamente constituídos pelo instrumento de
mandato anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, promover a
presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS


DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRÂNSITO

Em face de MARLENE ROSEIRA, de nacionalidade brasileira,


divorciada, empresária, nascida em 13/06/1984, portadora da cédula de identidade
RG nº 1.000.000 SSP/SC emitida em 08/06/1999, e inscrita no CPF/MF sob o nº

Rua das Pedras, nº 251, Centro, Xaxim/SC


(49) 0000-0000 – e-mail: verry_conci@hotmail.com
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Rodrigo P. Dall Agnol
100.000.000-00, residente e domiciliado na Rua Começo, nº 111, na Cidade de
Xaxim, Estado de Santa Catarina, pelos motivos e razões que passa a expor:

I. DOS FATOS

No dia 01 de fevereiro de 2012, aproximadamente às 10:30 horas, o


veículo marca FIAT/PALIO, cor CINZA, placa LYU7634, ano 2010/2010, de
propriedade da requerida, transitava na Rua Flores, na Cidade de Xaxim, Estado de
Santa Catarina.

Ocorre que neste mesmo local o veículo GM/CORSA, cor BRANCO,


placa MDF0987, ano 2005/2005, de propriedade do requerente, o qual transitava
normalmente em sua faixa e com os devidos cuidados, fora atingido em razão da
negligência e imprudência aos cuidados indispensáveis à segurança no trânsito por
parte da requerida MARLENE ROSEIRA, que ao fazer uma curva fechada, adentrou
ao acostamento vindo a colidir com a traseira da motocicleta. Isso tornou-se
suficiente para que o requerente sofresse lesões corporais. Por outro lado, a requerida
MARLENE ROSEIRA sofreu apenas ferimentos leves, conforme Boletim de
Ocorrência.

Logo após o acidente, fizeram-se presentes os guardas da Polícia


Militar, tomando conhecimento dos fatos e promovendo a competente perícia,
elaboraram laudo de vistoria, concluindo que o veículo da requerida, fora o causador
do acidente.

Após o acidente, em momento algum a requerida preocupou-se em


auxiliar na cobertura das despesas decorrentes do ato ilícito provocado, inclusive em
prestar auxilio no momento do acidente.

II. DO DIREITO

Conforme acima alegado, constata-se culpa única e exclusiva da


requerida Marlene Roseira, eis que o veículo dirigido por esta abalroou contra o

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veículo do requerente, quando este encontrava-se conduzido e trafegando
normalmente na via. Nota-se Marlene Roseira infringiu as regras elementares de
trânsito, descumprindo o artigo 29, II do Código de Trânsito Brasileiro que assim
dispõe:

“Art. 29 - O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas


à circulação obedecerá às seguintes normas: I - a circulação
far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções
devidamente sinalizadas; II - o condutor deverá guardar
distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os
demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista,
considerando-se, no momento, a velocidade e as condições
do local, da circulação, do veículo e as condições
climáticas.”

Anote-se, ainda, que para o deslinde do feito a análise do registro do


Boletim de Ocorrência deve ser somada a presunção de culpabilidade do motorista
do veículo traseiro, pois, é dever do motorista manter uma distância segura e estar
atento ao tráfego à sua frente, assim entende a jurisprudência:

“RESPONSABILIDADE CIVIL - ACIDENTE DE TRÂNSITO


- AÇÃO DE RESSARCIMENTO DE DANOS MATERIAIS -
ABALROAMENTO TRASEIRO - IMPRUDÊNCIA DO
MOTORISTA QUE VEM ATRÁS EM VELOCIDADE E
DISTÂNCIA INADEQUADAS - DEVER DE CAUTELA -
RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO - SENTENÇA
CONFIRMADA PELOS SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS
(ARTIGO 46, DA LEI 9.900/95). (Idem Recurso Inominado
2006.701780-4, de Itajaí. 04.12.2006 e Recurso Inominado
2007.700403-7, de Itapema. 21.05.2007). O condutor que
trafega com seu veículo atrás de outro, tem a obrigação de
parar o seu veículo, sem colidir com aquele que lhe precede.
Se colide, mesmo que o outro pare bruscamente, é porque
não manteve a distância adequada nem a velocidade devida
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para evitar o choque, restando caracterizada a
imprudência.” (TRSC - Recurso Inominado n. 2007.700669-
1, de Itajaí - DJE n. 340, de 28/11/2007; Relator: Juiz
Rodolfo Cezar Ribeiro da Silva;Data da Decisão:
19/11/2007)

Também TJSP:

ACIDENTE DE VEÍCULO - AÇÃO DE REPARAÇÃO DE


DANOS - COLISÃO NA PARTE TRASEIRA DO VEÍCULO
DA AUTORA - CULPA PRESUMIDA DO MOTORISTA
QUE ABALROA POR TRÁS (RÉU-COLIDENTE)
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS PLEITEADA
DEVIDA - PROCEDÊNCIA PARCIAL DA AÇÃO MANTIDA
RECURSO DO RÉU NÃO PROVIDO. Em geral, a
presunção de culpa é sempre daquele que abalroa a parte
traseira do automóvel que segue imediatamente a sua
frente, isso porque, deve respeitar a distância de segurança,
considerando, no momento, a velocidade e as condições do
local, da circulação, do veículo e as condições climáticas
(art. 29, II, do CTB), de modo a lhe permitir parar em
tempo de evitar a colisão, até porque o automóvel da frente,
pode, eventualmente, frear repentinamente, em virtude de
uma série de circunstâncias que a própria dinâmica do
trânsito provoca. Não se desincumbindo o réu de provar as
suas alegações, quanto à dinâmica do acidente e a culpa e
terceiro no evento, de rigor a manutenção da r. sentença que
julgou parcialmente procedente a ação, reconhecendo o
direito da parte autora ao pagamento da indenização pelos
danos materiais oriundos do embate.

É visível os resultados dessa ação imprudente que causou a amputação


da perna esquerda do requerente, ainda assim várias cicatrizes profundas e
permanentes, além de prejuízos de ordem econômica.

A regra geral contida na Lei sobre a responsabilidade por ato ilícito é


clara no artigo 159 do Código Civil:

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"Artigo 159 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito, ou causar
prejuízos a outrem, fica obrigado a reparar o dano."

Não há como negar que a amputação da perna, tornando-se assim a


perda de um membro, representa perda com reflexos materiais e morais de supremo
significado.

a) Da Obrigação de Indenizar

A pretensão do requerente funda-se no artigo 927 do Código Civil


Brasileiro, que assim preconiza:

“Artigo 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. (...).”

O dever de indenizar torna-se mais evidente em face da requerida, por


não ter procedido com as devidas cautelas de segurança, infringindo o disposto nos
artigos 26, inciso I, e 28, do Código de Trânsito Brasileiro, que determinam:

“Artigo 26 - Os usuários das vias terrestres devem: I -


abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou
obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de
animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou
privadas.”

“Artigo 28 - O condutor deverá, a todo momento, ter


domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados
indispensáveis à segurança do trânsito.”

b) Dos Danos Materiais

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Em decorrência do acidente o veículo do requerente sofreu danos de
grande monta, conforme se vê pelo menor orçamento constante do documento em
anexo nº 008, no valor total de R$ 12.000,00 (doze mil reais).

Para ter uma idéia melhor da extensão dos danos ocasionados no


veículo do requerente, anexa-se à presente as fotografias constantes dos documentos
nº 009.

Foram várias as tentativas e os esforços suasórios para a cobrança


amigável dos danos em seu veículo, nada conseguindo, o que vem autorizar a
interposição da presente ação.

c) Do Dano Estético

Em virtude do acidente ocorrido, o requerente fora hospitalizado e


medicado no mesmo dia. Os ferimentos recebidos culminaram por acarretar a
amputação da sua perna esquerda. A hospitalização perdurou por 30 dias após a data
do acidente.

Com o passar do tempo, devido os problemas na cicatrização do coto,


as sequelas ainda são sentidas, sofrendo ainda com fortes dores, sendo obrigado a
tomar medicamentos a fim de minorar seu sofrimento.

Não se adaptou também com a prótese nacional que lhe foi fornecida
pela Previdência Social, não tendo como custear a aquisição de outra mais leve e que
não prejudique a cicatrização do coto.

Ficou afastado do trabalho desde o dia do acidente até o dia


31/08/2012, motivo este que resultou na sua demissão imotivada da empresa. Além
disso, em razão do acidente esta totalmente impossibilitado de executar trabalho
semelhante ao anterior. A razão é evidente, a redução definitiva da capacidade do
membro atingido.

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Do trágico acidente advieram danos estéticos e morais, além dos
lucros cessantes, afinal, contava o autor com 37 anos à época, tinha boa aparência e
gozava de excelente saúde

d) Do Dano Moral

A questão do dano moral cinge-se como conseqüência do ato ilícito,


que é elemento imprescindível na configuração da responsabilidade civil, sem o qual
não existe.

Como é de conhecimento de Vossa Excelência, os pressupostos para


que exista a responsabilidade civil são:
a) Ação ou omissão do agente;
b) Culpa do agente;
c) Relação de causalidade entre o comportamento do agente e o dano
causado; e,
d) Dano efetivo.

Todavia, de acordo com a responsabilidade civil objetiva, basta a ação


do agente, o dano e o nexo de causalidade entre o fato e o efeito.

A fixação de valores indenizatórios pelos danos morais causados, por


certo não diminui a dor e o sofrimento sentidos pelo requerente e por uma família,
mas torna-se medida de justiça a indenização pela causadora da amputação do
membro do requerente.

e) dos Lucros Cessantes

O pedido principal referente à amputação do membro do requerente traz


implícita a condenação de lucros cessantes, devendo estes serem aferidos de acordo
com a tabela da URBS, ou então ser apurado em liquidação de sentença, e este
pedido encontra respaldo no artigo 1059 do Código Civil.

No que respeita aos dias parados, ao valor deixado de perceber com as


deduções das despesas de manutenção de veículo e de combustível, haverão de ser
apurados com ampla discussão em liquidação de sentença.

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O requerente convidou todos os esforços suasórios para a cobrança
amigável dos danos e lucros cessantes sofridos, nada conseguindo, o que vem
autorizar a interposição da presente ação.

III. DO PEDIDO

Face ao exposto, requer se digne Vossa Excelência:

a) Seja julgada procedente a presente ação, com a condenação ao


pagamento das custas processuais e honorários advocatícios na base de
20% do valor da condenação;
b) Seja concedido o benefício da assistência judiciária gratuita, nos termos
da Lei nº 1060/50, por ser a requerente carente de recursos e não ter
condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios
sem prejuízo do sustento próprio e da família;
c) Determine a citação da requerida, através de correio com aviso de
recebimento, conforme preceitua o artigo 221, inciso I, do Código de
Processo Civil, para que compareçam à audiência de conciliação, na
qual deveram, querendo, apresentar defesa, sob pena de revelia;
d) Condene a requerida no pagamento do valor de R$ 12.000,00 (DOZE
MIL REAIS), referente aos danos materiais causados no veículo do
requerente e constante do menor orçamento acrescidos ainda dos juros e
atualização monetária a serem contados desde a data do evento;
e) Requer-se a condenação dos requeridos ao pagamento dos danos morais
quantum Vossa Excelência arbitrar;
f) Requer-se o pagamento de uma pensão vitalícia mensal no valor de R$
2.000,00, nos termos do artigo 1539 do Código Civil; e,
g) Requer ainda, a produção de todas as provas em direito permitidas,
principalmente por provas documentais, periciais e testemunhais, cujo
rol segue abaixo.

Dá-se à presente causa o valor de R$80.000,00 (OITENTA MIL


REAIS).

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Nestes termos,
Pede deferimento.

Xaxim/SC, 15 de Maio de 2013.

_______________________________
VERIDIANE CONCI
OAB/SC 00.000

_______________________________
RODRIGO P. DALL AGNOL
OAB/SC 11.111

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