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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO MM.

JUIZADO
ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE SÃO LEOPOLDO/RS.

ALEXSANDRO DA SILVA e GRAZIELA MARIA MÜLLER,


brasileiro, convivendo em união estável, ele administrador,
ela comerciante, ele portador da carteira de identidade nº
6075102316, expedida pela SJTC/RS, ela portadora da
carteira de identidade nº 9081263429, expedida pela SJS/RS,
ele inscrito no CPF sob o nº 000.200,220-50, ela inscrita no
CPF sob nº 008,391,310-62, residentes e domiciliados na Rua
Doutor Arthur Ebling, nº 1132, Bairro Campestre Vila Nova,
na cidade de São Leopoldo/RS, CEP nº 93,046-480, neste ato
representados por seu procurador constituído ut
instrumento de mandato em anexo e abaixo assinado, vêm
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor a
presente

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS DECORRENTE DE


ACIDENTE DE TRÂNSITO cumulada com DANO MORAL,
contra

ELIANDRO ALIMENTOS LTDA., pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no CNPJ sob o nº 03,856,526/0001-66, com
sede na Rua Leopoldo Francke, nº 624, na cidade de
Rolante/RS, CEP nº 95.690-000, pelos fatos e fundamentos
que passa a expor:

DOS FATOS

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Conforme comprova o contrato de comodato em anexo, a autora
Graziela é comodatária de um veículo NISSAN/LIVINA X Gear 18 SL, ano 2009, modelo
2010, chassi nº 94DTBALIOAJ327678, álcool/gasolina, cor verde, placa IGT 3078/RS,
código RENAVAM nº 207143161.

No dia 13/03/2020, por volta das 18h45min., o seu veículo estava


estacionado em frente a loja de automóveis Newton Multimarcas, na Avenida Integração,
nº 1395, Bairro Feitoria, nesta cidade. Normalmente o veículo permanece estacionado
naquele local ou nas proximidades, a fim de que a autora Graziela o visualize do seu local
de trabalho.

No horário acima descrito escutaram gritos vindos da rua “dizendo


ele bateu no carro com o caminhão”, momento em que se deslocaram até o local e foram
informados que o caminhão MERCEDES BENZ/ATEGO 1418, ano/modelo 2008, chassi nº
9BM9580348B619581, diesel, cor branca, placa IPE 3049, código RENAVAM nº
985428228, carroceria fechada, abalroou o automóvel da autora e de forma covarde
fugou do local tentando evitar que fosse identificado.

Ocorre que um motoqueiro visualizou o ocorrido e passou a


perseguir o incauto e fugas motorista/preposto do veículo de propriedade da ré, pedindo
para que o mesmo parasse. Entretanto, seu pedido não foi atendido e o motorista seguiu
seu destino. Este fato está contido no vídeo feito pelo condutor da motocicleta ora
juntado aos autos.

A autora Graziela promoveu o registro da ocorrência policial


através do departamento de trânsito de São Leopoldo, a qual restou autuada sob o nº
00329/2020, relatando o que segue:

“Segundo relato do condutor do V1, deixou seu veículo estacionado ao lado direito da
via, sentido LESTE/OESTE, quando o V2 deslocava pela mesma via e sentido. Ao passar
pelo V1, raspou a lateral esquerda, conforme danos relatados. V2- FUGOU DO LOCAL.”

O autor Alessandro entrou em contato com a senhora Sônia –


encarregada de frota da empresa requerida através do telefone nº 051-99388-1431 e lhe
relatou o ocorrido. Também lhe encaminhou cópia do boletim de ocorrência e do vídeo
feito pelo motoqueiro.

A Sra. Sônia ficou de apurar os fatos com o condutor do caminhão,


porém ate a presente data não deu qualquer retorno para os autores, ou seja, concordou
com o ato “irresponsável” praticado pelo preposto da sua empresa, contudo, em total
desprezo para com os requerentes, diante de seu silêncio. Talvez essa atitude tomada

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pelo condutor do caminhão “fujão” seja até uma ordem de seus superiores: “SE BATER E
ACHAR QUE NINGUÉM VIU, FOGE.

Diante da postura da ré os autores providenciaram 03 (três)


orçamentos para realização do conserto do veículo, sendo que o de menor monta foi
fornecido pela empresa Takeda Estética Automotiva Ltda., no valor de R$ 3.150,00 (três
mil, cento e cinquenta reais).

O conserto restou efetivado na empresa acima, conforme


comprova a nota fiscal de serviços eletrônica nº 20208, os quais restaram pagos pelo
autor Alexsandro da Silva, razão pela qual o mesmo figura como parte da presente
demanda.

Os danos no veículo da autora se deram na parte da lateral


esquerda, conforme comprovam as fotografias em anexo.

Dessa forma, resta claro que a requerida, através do seu motorista


fujão não se ateve ao trânsito no local e abalroou o veículo da requerente na parte lateral
esquerda. Tais alegações podem ser comprovadas pela certidão de ocorrência de trânsito
(doc. em anexo).

DANO MORAL

Conforme certidão de registro em anexo, o réu é o proprietário do


veículo causador do acidente, e como tal, responsável, também pelo pagamento dos
danos, conforme estabelecido nos artigos, 932, inciso III e 942 do Código Civil.

Está evidente o cometimento do ato ilícito pela ré tendo em vista


que seu empregado foi o responsável pelo abalroamento do veículo da autora, e fugou do
local para evitar ter que ressarcir os danos causados por seu ato ilícito.

O artigo 1861, cumulado com o 9272 do Código Civil são expressos


e são aplicáveis ao caso concreto. Este dano é considerado in re ipsa, sendo desnecessária
a produção de prova do dano, pois ela é inerente ao próprio fato.

1
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
2
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

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Assim, restam plenamente preenchidos os requisitos do dever de
indenizar da ré, ao passo que o ato ilícito é o abalroamento no veículo dos autores e a
omissão no ressarcimento com a fuga do local do evento, o nexo causal está evidente
com os documentos/vídeos juntados e o dano é in re ipsa, conforme farto entendimento
jurisprudencial.

Superada a questão do cabimento da indenização, passa-se à


quantificação da reparação pelo dano sofrido.

O valor da indenização deve observar aos princípios da


razoabilidade e da proporcionalidade, impedindo uma condenação irrisória a ré, assim
como impeça o enriquecimento sem causa do ofendido. Para tanto devem ser verificados
alguns pontos, quais sejam: a ocorrência do dano (como foi concretizado) e a sua
extensão perante o ofendido.

Quanto ao primeiro quesito – ocorrência do dano – merece


destaque a culpa pela ré nos danos ocasionados por seu preposto ao bater no veículo da
autora Graziela.

No que tange à extensão do dano sofrido pelos autores, este


causou um impacto muito grande, eis que o veículo é utilizado para locomoção da autora
em seu trabalho e ficou tolhida de utilizá-lo, bem como pelo fato do preposto da ré ter
fugado do local do acidente, mesmo tendo sido alertado por um motoqueiro. Assim,
postula a condenação da ré ao pagamento de danos morais no valor equivalente a 03
(trê) salários mínimos nacionais.

Assim, requerem os autores seja a requerida condenado a reparar


os danos materiais causados no veículo de sua propriedade, no valor de R$ 3.150,00 (três

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados
em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco
para os direitos de outrem.

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mil, cento e cinquenta reais), devidamente corrigido e acrescido de juros legais desde a
data do desembolso, pois o preposto da requerida agiu de forma negligente, imprudente
e imperita, assim como condenação ao pagamento de danos morais no valor equivalente
a 03 (três) salários mínimos nacionais

ANTE EXPOSTO, requerem, digne-se Vossa Excelência, receber a


presente e determine a citação da requerida, através de Carta com "AR", no endereço já
declinado no preâmbulo, para comparecerem a audiência de conciliação, e não havendo
acordo, querendo contestarem a presente ação, no prazo legal, sob pena de ser julgada
de plano, com aplicação da pena de revelia, considerando-se verdadeiros os fatos
mencionados pelos requerentes; e

REQUEREM, ao final, julgue procedente a presente ação para o


efeito de condenar a requerida, a reparar os danos materiais causados no veículo de
propriedade da comodatária autora Graziela Maria Müller, pagos pelo autor Alexsandro
da Silva, na quantia de R$ 3.150,00 (três mil, cento e cinquenta reais), acrescida da
correção monetária e juros desde a data do fato ilícito, 13/04/20, até o dia do efetivo
adimplemento, bem como dano moral em valor equivalente a 03 (três) salários mínimos
nacionais;

Ademais, requer seja permitido a produção de todas as provas


admitidas em direito, principalmente documental, testemunhal e pericial, bem como o
depoimento pessoal dos requeridos, o que desde já requer, sob pena de confissão.

Dá-se a causa o valor de R$ 6.285,00.

Nestes Termos.
Pede Deferimento.

Novo Hamburgo, 29 de junho de 2020.


p.p.
Germana Valente Santos Kranz
OAB/RS nº 53.843

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RIO -G R
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
CA AN
LI

PODER JUDICIÁRIO
D

B

EN
RE

SE

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DOCUMENTO ASSINADO POR DATA


Claudinei Luciano Kranz 29/06/2020 16h15min

Este é um documento eletrônico assinado digitalmente conforme Lei Federal


nº 11.419/2006 de 19/12/2006, art. 1º, parágrafo 2º, inciso III.

Para conferência do conteúdo deste documento, acesse, na internet, o


endereço https://www.tjrs.jus.br/verificadocs e digite o seguinte

www.tjrs.jus.br número verificador: 0001037142480

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