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AO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE GUARAPUAVA - ESTADO

DO PARANÁ

RODRIGO PLEFKA DA CRUZ, brasileiro, convivente, autônomo, Portador da RG


9362315-0 PR e devidamente inscrito no CPF MF sob número 047778869-64, residente e
domiciliado a Rua Paraná, 1071, Bairro dos Estados, no município de Guarapuava - estado
do Paraná, CEP 85035010, vem à presença de Vossa Excelência, por meio do seu advogado
constituído, para propor a presente:

AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS E MATERIAIS


DECORRENTES DE ABALROAMENTO VOLUNTÁRIO EM VEÍCULO

Em face de ROSINALDO MARCONDES COSTA, brasileiro, separado, agricultor,


Portador do CPF MF 011.125.999-16 residente na localidade de Rio Bonito, área rural,
município de Turvo - estado do Paraná, com telefone para contato: 42 999446554 pelas
razões de fato e de direito que passa a expor:

I DOS FATOS

No dia 30.05.2020, o autor e sua companheira, SANDRA DE JESUS OLIVEIRA, se


deslocaram ao local do acidente voluntário, Rua Elias Rickl quase esquina com a Rua Paraná,
afim de buscar o filho de Sandra que ali estava e tendo estacionado seu veículo Fiat Strada,
regularmente, estavam aguardando a saída do menino.

No momento em que SANDRA estava próximo ao veículo do requerente, o Requerido,


conduzindo o FIAT UNO placas IBK0097, de cor verde, numa tentativa transloucada se
aproximou em alta velocidade e tentou atropelar SANDRA, vindo a colidir com o veículo
do autor.

Após a tentativa de atingir Sandra e após ter abalroado o veículo do autor, o requerido evadiu-
se do local, todavia foi plenamente reconhecido por Sandra e Rodrigo.

Compareceram ao local os Policiais Militares que na sequencia foram a casa do genitor do


Requerido e tendo o lá encontrado, verificaram que o mesmo sequer possui habilitação,
tendo inclusive apreendido o referido veículo por débitos existentes.

Foi levado a efeito pelos Policiais Militares que atenderam a ocorrência sendo este
devidamente anexado e se trata do BO 2020/555705.

Deste modo, inquestionável o caráter ilícito do abalroamento que foi provocado na intenção
de atingir Sandra e o veículo do requerido, isso tudo de forma intencional.

Cumpre-se ressaltar que o requerido sequer habilitação possui, não podendo


portanto sequer dirigir.

A atitude do Requerido portanto foi ilícita, como se comprova com o referido


Boletim de Ocorrência e dessa forma deve indenizar os danos no veículo do autor.

Conforme narrado, o Réu agiu intencionalmente no sentido de atingir Sandra e


consequentemente atingiu o veículo do autor, de modo doloso e com a intenção de prejudicar
igualmente o novo companheiro de sua ex convivente.
Não houve caso fortuito ou força maior, nem tampouco se revela a presença de
responsabilidade exclusiva da vítima ou de terceiros, sendo patente o caráter ilícito do fato
gerando o dever de indenizar.

Demonstrado, portanto o dever de indenizar.

II DO DIREITO

II.I DA RESPONSABILIDADE DO RÉU

O ato danoso do réu consistiu em ato ilícito e comissivo, verificado no momento em que
infringiu o Código de Trânsito Nacional, que estabelece que:

Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu


veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à
segurança do trânsito.

Ainda, pior, o Réu sequer possui habilitação para dirigir.

Trata-se, portanto, de fato consubstanciado exclusivamente pelo ato do Réu, independente


de reconhecimento de dolo ou intencionalidade dela, conforme esclarece Maria Helena
Diniz:

não se reclama que o ato danoso tenha sido, realmente, querido pelo agente, pois
ele não deixará de ser responsável pelo fato de não ter-se apercebido do seu ato
nem medido as suas conseqüências." (Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil
Brasileiro, v. 7, responsabilidade civil, 18º edição, São Paulo, Saraiva, pg. 43)

Portanto, a responsabilização do réu aos danos causados é medida que se impõe.

II.I DOS DANOS MATERIAIS/PATRIMONIAIS

Conforme relatado, o Autor teve sérias avarias e prejuízos materiais, uma vez que:
b) Teve que providenciar o conserto do carro, lhe causando o
prejuízo aproximado de R$ 10.000,00 (dez mil reais) conforme
orçamentos em anexo;

Veja-se que foi anexado três orçamentos, tendo o mais baixo deles redundado em
R$ 9.935,86.

d) Ficou mais de 30 dias sem o carro, sendo que se trata de um


utilitário necessário às atividades profissionais que exerce, sendo
obrigado a se deslocar com veículos de aplicativo e veiculo
emprestado.

Trata-se de dano inequívoco causado pelo Réu, gerando o dever de indenizar, conforme
precedentes sobre o tema:

AÇÃO CONDENATÓRIA AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR


DANOS MATERIAIS E MORAIS. ACIDENTE DE TRÂNSITO.
CAPOTAMENTO DECORRENTE DE LAMA NA PISTA DE
ROLAMENTO. SINALIZAÇÃO INSUFICIENTE.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ART. 37, § 6º, DA CF/1988. EVENTO
DANOSO E NEXO DE CAUSALIDADE DEMONSTRADOS. CAUSAS
EXCLUDENTES NÃO VERIFICADAS. DEVER DE INDENIZAR. DANO
MORAL. AFASTAMENTO DO LABOR. VÍTIMA SUBMETIDA À
CIRURGIA. LESÕES QUE ULTRAPASSAM O MERO DISSABOR.
SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.
(TJ-SC - AC: 00056112020138240135 Navegantes 0005611-20.2013.8.24.0135,
Relator: Jorge Luiz de Borba, Data de Julgamento: 12/02/2019, Primeira Câmara
de Direito Público)

APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MATERIAIS E


MORAIS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. Aplicação da responsabilidade civil
objetiva. Inteligência do art. 1º do CTB. CONDUTOR QUE COLIDE COM
MONTE DE TERRA COLOCADO NA PISTA DE ROLAMENTO.
AUSÊNCIA DE SINALIZAÇÃO. TESE CONFIRMADA TANTO PELO
BOLETIM DE OCORRÊNCIA, COMO PELA PROVA TESTEMUNHAL.
DEVER DE INDENIZAR CONFIGURADO. INEXISTÊNCIA DE
COMPROVAÇÃO DOS DANOS MATERIAIS. OCORRÊNCIA DE
DANOS MORAIS. RECURSO PARCIALMENTE DESPROVIDO.
Evidenciado que o acidente ocorreu por culpa do Município, que foi
negligente ao deixar de sinalizar o monte de areia em via pública de sua
responsabilidade, resta configurado o nexo causal entre essa atitude
omissiva e o dano sofrido pelo condutor do veículo sinistrado, importando
no indeclinável dever de ressarcir os danos causados. (TJ-SC - AC:
03018340720158240030 Imbituba 0301834-07.2015.8.24.0030, Relator: Pedro
Manoel Abreu, Data de Julgamento: 07/05/2019, Primeira Câmara de Direito
Público)

AÇÃO DE RESSARCIMENTO DE DANOS MATERIAIS. ACIDENTE DE


TRÂNSITO. RODOVIA FEDERAL. PREFERÊNCIA ABSOLUTA DE
TRÂNSITO. ABALROAMENTO TRANSVERSAL. CORTE DO FLUXO.
CULPA EXCLUSIVA. DEVER DE INDENIZAR. SENTENÇA MANTIDA
POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. ART. 46 DA LEI N. 9.099/95.
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. "É princípio de que o
condutor deverá dirigir com atenção e cuidados indispensáveis à
segurança do trânsito e, quando realizar manobra de ingresso em via
preferencial, redobrará as cautelas, sob pena de responder pelo dano causado
à outrem, especialmente quando adentrar em rodovia, pois quem transita por
esta tem absoluta primazia sobre aqueles que provêm de vias secundárias". (...)
(TJSC, Recurso Inominado n. 0300399-12.2016.8.24.0014, de Campos Novos,
rel. Des. Sílvio Dagoberto Orsatto, Sexta Turma de Recursos - Lages, j. 16-11-
2017)

CÍVEL. RECURSO INOMINADO. PEDIDOS DE REPARAÇÃO DE


DANOS MATERIAIS. ACIDENTE DE TRÂNSITO.(...) Configurada a
responsabilidade do condutor do veículo dos autores pelo acidente de trânsito
descrito. Devidamente comprovados os danos materiais experimentados
pela ré como reparo de seu automóvel. Sentença reformada, para o fim de
se reconhecer a procedência do pedido contraposto formulado pela ré
recorrente, com a condenação dos autores ao pagamento do importe de
R$ 1.541,00, a título de danos materiais, acrescido de juros e correção monetária.
Mantida, no mais, a improcedência do pedido formulado pelos autores. Recurso
provido. (TJSP; Recurso Inominado 0014219-41.2016.8.26.0007; Relator (a):
Anderson Antonucci; Órgão Julgador: 1ª Turma Recursal Cível e Criminal; N/A
- N/A; Data do Julgamento: 11/08/2017; Data de Registro: 15/08/2017)

Afinal, todo transtorno e prejuízo causados originaram exclusivamente por uma conduta
ilícita do Réu.

II.III DO DANO MORAL

Dada a intencionalidade do agente em provocar o abalroamento e por sequer o mesmo


possuir habilitação para dirigir o veículo é certo que deve igualmente ser compelido a uma
indenização por danos morais, eis que o autor, teve sérios prejuízos, prejuízos estes
provocados de forma intencional e após os fatos, o mesmo permaneceu opor longo período
sem veículo, em verdadeiro caos profissional.
Sofreu profissionalmente para exercer sua profissão, eis que dependente do veículo em
questão, passou por dissabores e abalos psicológicos decorrentes do ato danoso.

Assim é justo que sofra uma reparação moral pelos abalos sofridos, principalmente
concluindo-se que a ação do Réu foi intencional.

IV DOS PEDIDOS E DOS REQUERIMENTOS

Ante o exposto, requer:

1. O recebimento e processamento da presente demanda;

2. A citação do réu para comparecer em audiência de conciliação, ou para querendo


responder a presente demanda;

3. Seja o requerido condenado a pagar ao requerente a título de danos patrimoniais,


o valor de R$ 9.935,86 valor do orçamento mais baixo que obteve para o conserto
do veículo;

4. Seja determinado o pagamento de uma indenização pelos danos morais dada a


intencionalidade do ato do agente, já que agiu de forma intencional e sem o mínimo
de prudência, no valor de pelo menos R$ 5.000,00 (cinco mil reais);

5. Seja o réu condenado ao pagamento das indenizações supramencionadas, acrescidas


das despesas advindas no decorrer do processo, devidamente atualizado por juros e
correção monetária a contar da data do acidente;

6. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas e cabíveis
à espécie, especialmente pelos documentos acostados.
Por fim, manifesta o interesse na audiência conciliatória, nos termos do Art. 319, inc. VII do
CPC.

Dá-se à presente o valor de R$ 14.935,86

Termos em que, pede deferimento.

Guarapuava, PR, datado e assinado digitalmente.

GUILMAR RONALD SCHULZE

OAB/PR 62715.

CAMILA CRISTINA HENRIQUE SCHULZE

OAB PR 104418

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