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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE


1ª TURMA RECURSAL

Processo: RECURSO INOMINADO CÍVEL - 0809344-59.2021.8.20.5124

Polo ativo JOAB JOSE DE OLIVEIRA

Advogado(s): JOAO VINICIUS LEVENTI DE MENDONCA

Polo passivo COMPANHIA ENERGETICA DE ALAGOAS - CEAL

Advogado(s): DANIELLE TENORIO TOLEDO CAVALCANTE

RECURSO CÍVEL Nº 0809344-59.2021.8.20.5124

RECORRENTE/RECORRIDO: JOAB JOSÉ DE OLIVEIRA

ADVOGADO: DR. JOÃO VINÍCIUS LEVENTI DE MENDONÇA

RECORRENTE/RECORRIDA: COMPANHIA ENERGÉTICA DE ALAGOAS - CEAL

ADVOGADA: DRA. DANIELLE TENÓRIO TOLEDO CAVALCANTE

RELATOR: JUIZ RICARDO PROCÓPIO BANDEIRA DE MELO

EMENTA: RECURSO INOMINADO. DIREITO DO


CONSUMIDOR. JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. AÇÃO
DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DO DÉBITO C/C
COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. INSCRIÇÃO EM
ÓRGÃOS DE RESTRIÇÃO AO CRÉDITO. SENTENÇA DE

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PROCEDÊNCIA. CONTRATO NÃO JUNTADO. NÃO
COMPROVAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO ENSEJADOR
DO REGISTRO. INSCRIÇÃO INDEVIDA. RECURSO DO
AUTOR PEDINDO A MAJORAÇÃO DA COMPENSAÇÃO
POR DANOS MORAIS E A APLICAÇÃO DA SÚMULA 54
DO STJ. RECURSO DA RÉ PEDINDO TÃO SOMENTE A
MINORAÇÃO DO VALOR COMPENSATÓRIO POR DANOS
MORAIS. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA
NEGATIVAÇÃO DO NOME DO AUTOR. CONSTATAÇÃO
APENAS DA EXISTÊNCIA DE PENDÊNCIAS
FINANCEIRAS EM SEU NOME.CIRCUNSTÂNCIA QUE, EM
REGRA, AFASTA A CONDENAÇÃO POR DANOS
MORAIS. RECURSO DA RÉ QUE SE RESTRINGIU A
PEDIR A MINORAÇÃO DO VALOR COMPENSATÓRIO.
REDUÇÃO DOQUANTUMCOMPENSATÓRIO FIXADO POR
DANOS MORAIS EM VIRTUDE DOS PRINCÍPIOS DA
ADSTRIÇÃO E DA DEVOLUTIVIDADE.
RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL. INCIDÊNCIA
DOS JUROS MORATÓRIOS A PARTIR DO EVENTO
DANOSO (DATA DA INSCRIÇÃO INDEVIDA), NOS
TERMOS DA SÚMULA 54 DO STJ. RECURSO DA RÉ
CONHECIDO E PROVIDO. RECURSO DO AUTOR
CONHECIDO A PARCIALMENTE PROVIDO.

ACÓRDÃO

ACORDAM os Juízes da Primeira Turma Recursal dos Juizados Especiais


Cíveis, Criminais e da Fazenda Pública do Rio Grande do Norte, à unanimidade de
votos, conhecer do recurso interposto pela ré e dar-lhe provimento para minorar o
valor compensatório por danos morais para o patamar de R$ 10,00 (dez reais), e em

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conhecer do interposto pelo autor, dando-lhe provimento parcial, a fim de modificar a
sentença para que o termo inicial de incidência dos juros moratórios seja a data do
evento danoso.
Quanto à ré COMPANHIA ENERGÉTICA DE ALAGOAS - CEAL, sem
condenação em custas processuais e em honorários, ante o provimento do recurso.
Quanto ao autor JOAB JOSÉ DE OLIVEIRA, sem condenação em custas
processuais e honorários advocatícios, ante o provimento parcial do recurso.

Participaram do julgamento, além do Relator, a Juíza Sandra Simões de Souza


Dantas Elali e o Juiz Madson Ottoni de Almeida Rodrigues.

Natal/RN, data do sistema.

RICARDO PROCÓPIO BANDEIRA DE MELO

Juiz Relator

I – RELATÓRIO

1.Recursos inominados interpostos por JOAB JOSÉ DE OLIVEIRA e por


COMPANHIA ENERGÉTICA DE ALAGOAS – CEAL contra sentença proferida pela
Juíza titular do 1º Juizado Especial Cível, Criminal e da Fazenda Pública da
Comarca de Parnamirim/RN, a qual julgou procedente o pleito autoral para declarar
a inexistência do débito registrado em nome do autor, bem como para condenar a
demandada a pagar-lhe a quantia de R$ 3.000,00 (três mil reais) a título de
compensação por danos morais.

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Número do documento: 23012517155400000000091191729
2.Na sentença, a MM Juíza, Dra. Leila Nunes de Sá Pereira, inicialmente, rejeitou
o pedido de realização de audiência de instrução e julgamento. Quanto ao mérito,
fundamentou que o autor anexou extrato de negativação em seu nome e a ré não
apresentou documento algum que demonstrasse a origem da relação.
3.Em suas razões recursais, a recorrente/demandada COMPANHIA
ENERGÉTICA DE ALAGOAS – CEAL sustentou que os efeitos materiais da revelia
devem ser relativizados, requerendo a minoração do valor compensatório por danos
morais.
4.Em suas razões recursais, o recorrente/demandante JOAB JOSÉ DE OLIVEIRA
considerou insatisfatório o montante compensatório por danos morais, motivo pelo
qual requereu a sua majoração. Pugnou, por fim, pela modificação do termo inicial
dos juros moratórios a fim de que passem a fluir a partir do evento danoso (data da
negativação indevida).

5.Contrarrazões foram apresentadas apenas pelo recorrente/demandante JOAB


JOSÉ DE OLIVEIRA, pugnando pelo desprovimento.

6.É o relatório.

II – PROJETO DE VOTO

7.Satisfeitos os requisitos de admissibilidade, conheço dos recursos.

8.O recorrente/demandante JOAB JOSÉ DE OLIVEIRA tem razão em parte.

9.O Juízo de primeiro grau reconheceu e declarou a inexistência da dívida


impugnada pelo autor em sua inicial, pois a ré não acostou aos autos cópia do
instrumento contratual ou qualquer outro meio de prova que atestasse a legitimidade
da cobrança e da inscrição do nome do requerente nos cadastros restritivos.

10.Em decorrência disso, considerou que a referida inscrição consubstanciou ato


ilícito, condenando a requerida ao pagamento de compensação por danos morais

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em decorrência de responsabilidade civil extracontratual, ante a declaração de
inexistência de relação jurídica entre as partes.

11.Na sentença (id. 12685032), a MM Juíza fixou, como termo inicial dos juros
moratórios da compensação por danos morais, a data da citação válida, nos termos
dos arts. 405 e 406 do Código Civil.

12.Contudo, a Súmula nº 54 do Superior Tribunal de Justiça dispõe que "os juros


moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade
extracontratual", como é o caso.

13.Portanto, a sentença deve ser modificada para que o termo inicial de


incidência dos juros moratórios, referente à compensação por danos morais, passe
a ser a data da inscrição indevida.

14.Por outro lado, o pedido autoral de majoração do "quantum" compensatório por


danos morais não deve ser acolhido, assistindo razão à recorrente/demandada
COMPANHIA ENERGÉTICA DE ALAGOAS – CEAL.

15.Em verdade, noto que o documento anexado pelo autor (id. 12685020 – pág.
12) não atesta a existência de quaisquer negativações em seu nome junto aos
cadastros restritivos (SPC/Serasa), indicando apenas pendências financeiras.

16.Vale a ressalva de que, embora o entendimento desta Turma Recursal seja


convergente para julgar improcedente o pedido compensatório por dano moral em
situações semelhantes, percebo que as razões recursais apresentadas pela parte ré
(id. 12685043) não trazem qualquer pedido de reforma neste sentido, resumindo-se
ao pleito de minoração do valor compensatório por danos morais.

17.Portanto, na esteira dos princípios da adstrição e da devolutividade, levando


em conta o contexto processual, o valor da compensação deve ser reduzido para R$
10,00 (dez reais).

18.Ante o exposto, voto por conhecer do recurso interposto pela ré, dando-lhe
provimento, a fim de reduzir o valor compensatório por danos morais para o patamar
de R$ 10,00 (dez reais).

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19.Voto por conhecer também do recurso interposto pelo autor, dando-lhe
provimento parcial a fim de modificar a sentença para que o termo inicial de
incidência dos juros moratórios seja a data do evento danoso.

20.Sem condenação em custas processuais e em honorários advocatícios, ante o


provimento dos recursos.

21.É o voto.

22.Submeto, assim, o projeto à apreciação do Juiz Togado.

Flávio Henrique Maia de Oliveira


Juiz Leigo

III – VOTO

23. Com arrimo no art. 40 da Lei nº 9.099/95, HOMOLOGO, na íntegra, o


projeto supra.

24. É o voto.

Natal/RN, data do sistema.

RICARDO PROCÓPIO BANDEIRA DE MELO

Juiz Relator

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Natal/RN, 6 de Dezembro de 2022.

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Número do documento: 23012517155400000000091191729
I – RELATÓRIO

1.Recursos inominados interpostos por JOAB JOSÉ DE OLIVEIRA e por


COMPANHIA ENERGÉTICA DE ALAGOAS – CEAL contra sentença proferida pela
Juíza titular do 1º Juizado Especial Cível, Criminal e da Fazenda Pública da
Comarca de Parnamirim/RN, a qual julgou procedente o pleito autoral para declarar
a inexistência do débito registrado em nome do autor, bem como para condenar a
demandada a pagar-lhe a quantia de R$ 3.000,00 (três mil reais) a título de
compensação por danos morais.
2.Na sentença, a MM Juíza, Dra. Leila Nunes de Sá Pereira, inicialmente, rejeitou
o pedido de realização de audiência de instrução e julgamento. Quanto ao mérito,
fundamentou que o autor anexou extrato de negativação em seu nome e a ré não
apresentou documento algum que demonstrasse a origem da relação.
3.Em suas razões recursais, a recorrente/demandada COMPANHIA
ENERGÉTICA DE ALAGOAS – CEAL sustentou que os efeitos materiais da revelia
devem ser relativizados, requerendo a minoração do valor compensatório por danos
morais.
4.Em suas razões recursais, o recorrente/demandante JOAB JOSÉ DE OLIVEIRA
considerou insatisfatório o montante compensatório por danos morais, motivo pelo
qual requereu a sua majoração. Pugnou, por fim, pela modificação do termo inicial
dos juros moratórios a fim de que passem a fluir a partir do evento danoso (data da
negativação indevida).

5.Contrarrazões foram apresentadas apenas pelo recorrente/demandante JOAB


JOSÉ DE OLIVEIRA, pugnando pelo desprovimento.

6.É o relatório.

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Número do documento: 23012517155400000000091191730
II – PROJETO DE VOTO

7.Satisfeitos os requisitos de admissibilidade, conheço dos recursos.

8.O recorrente/demandante JOAB JOSÉ DE OLIVEIRA tem razão em parte.

9.O Juízo de primeiro grau reconheceu e declarou a inexistência da dívida


impugnada pelo autor em sua inicial, pois a ré não acostou aos autos cópia do
instrumento contratual ou qualquer outro meio de prova que atestasse a legitimidade
da cobrança e da inscrição do nome do requerente nos cadastros restritivos.

10.Em decorrência disso, considerou que a referida inscrição consubstanciou ato


ilícito, condenando a requerida ao pagamento de compensação por danos morais
em decorrência de responsabilidade civil extracontratual, ante a declaração de
inexistência de relação jurídica entre as partes.

11.Na sentença (id. 12685032), a MM Juíza fixou, como termo inicial dos juros
moratórios da compensação por danos morais, a data da citação válida, nos termos
dos arts. 405 e 406 do Código Civil.

12.Contudo, a Súmula nº 54 do Superior Tribunal de Justiça dispõe que "os juros


moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade
extracontratual", como é o caso.

13.Portanto, a sentença deve ser modificada para que o termo inicial de


incidência dos juros moratórios, referente à compensação por danos morais, passe
a ser a data da inscrição indevida.

14.Por outro lado, o pedido autoral de majoração do "quantum" compensatório por


danos morais não deve ser acolhido, assistindo razão à recorrente/demandada
COMPANHIA ENERGÉTICA DE ALAGOAS – CEAL.

15.Em verdade, noto que o documento anexado pelo autor (id. 12685020 – pág.
12) não atesta a existência de quaisquer negativações em seu nome junto aos
cadastros restritivos (SPC/Serasa), indicando apenas pendências financeiras.

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16.Vale a ressalva de que, embora o entendimento desta Turma Recursal seja
convergente para julgar improcedente o pedido compensatório por dano moral em
situações semelhantes, percebo que as razões recursais apresentadas pela parte ré
(id. 12685043) não trazem qualquer pedido de reforma neste sentido, resumindo-se
ao pleito de minoração do valor compensatório por danos morais.

17.Portanto, na esteira dos princípios da adstrição e da devolutividade, levando


em conta o contexto processual, o valor da compensação deve ser reduzido para R$
10,00 (dez reais).

18.Ante o exposto, voto por conhecer do recurso interposto pela ré, dando-lhe
provimento, a fim de reduzir o valor compensatório por danos morais para o patamar
de R$ 10,00 (dez reais).

19.Voto por conhecer também do recurso interposto pelo autor, dando-lhe


provimento parcial a fim de modificar a sentença para que o termo inicial de
incidência dos juros moratórios seja a data do evento danoso.

20.Sem condenação em custas processuais e em honorários advocatícios, ante o


provimento dos recursos.

21.É o voto.

22.Submeto, assim, o projeto à apreciação do Juiz Togado.

Flávio Henrique Maia de Oliveira


Juiz Leigo

III – VOTO

23. Com arrimo no art. 40 da Lei nº 9.099/95, HOMOLOGO, na íntegra, o


projeto supra.

24. É o voto.

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Juiz Relator

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RECURSO CÍVEL Nº 0809344-59.2021.8.20.5124

RECORRENTE/RECORRIDO: JOAB JOSÉ DE OLIVEIRA

ADVOGADO: DR. JOÃO VINÍCIUS LEVENTI DE MENDONÇA

RECORRENTE/RECORRIDA: COMPANHIA ENERGÉTICA DE ALAGOAS - CEAL

ADVOGADA: DRA. DANIELLE TENÓRIO TOLEDO CAVALCANTE

RELATOR: JUIZ RICARDO PROCÓPIO BANDEIRA DE MELO

EMENTA: RECURSO INOMINADO. DIREITO DO


CONSUMIDOR. JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. AÇÃO
DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DO DÉBITO C/C
COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. INSCRIÇÃO EM
ÓRGÃOS DE RESTRIÇÃO AO CRÉDITO. SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA. CONTRATO NÃO JUNTADO. NÃO
COMPROVAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO ENSEJADOR
DO REGISTRO. INSCRIÇÃO INDEVIDA. RECURSO DO
AUTOR PEDINDO A MAJORAÇÃO DA COMPENSAÇÃO
POR DANOS MORAIS E A APLICAÇÃO DA SÚMULA 54
DO STJ. RECURSO DA RÉ PEDINDO TÃO SOMENTE A
MINORAÇÃO DO VALOR COMPENSATÓRIO POR DANOS
MORAIS. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA
NEGATIVAÇÃO DO NOME DO AUTOR. CONSTATAÇÃO
APENAS DA EXISTÊNCIA DE PENDÊNCIAS
FINANCEIRAS EM SEU NOME.CIRCUNSTÂNCIA QUE, EM
REGRA, AFASTA A CONDENAÇÃO POR DANOS
MORAIS. RECURSO DA RÉ QUE SE RESTRINGIU A
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DANOS MORAIS EM VIRTUDE DOS PRINCÍPIOS DA
ADSTRIÇÃO E DA DEVOLUTIVIDADE.
RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL. INCIDÊNCIA
DOS JUROS MORATÓRIOS A PARTIR DO EVENTO
DANOSO (DATA DA INSCRIÇÃO INDEVIDA), NOS
TERMOS DA SÚMULA 54 DO STJ. RECURSO DA RÉ
CONHECIDO E PROVIDO. RECURSO DO AUTOR
CONHECIDO A PARCIALMENTE PROVIDO.

ACÓRDÃO

ACORDAM os Juízes da Primeira Turma Recursal dos Juizados Especiais


Cíveis, Criminais e da Fazenda Pública do Rio Grande do Norte, à unanimidade de
votos, conhecer do recurso interposto pela ré e dar-lhe provimento para minorar o
valor compensatório por danos morais para o patamar de R$ 10,00 (dez reais), e em
conhecer do interposto pelo autor, dando-lhe provimento parcial, a fim de modificar a
sentença para que o termo inicial de incidência dos juros moratórios seja a data do
evento danoso.
Quanto à ré COMPANHIA ENERGÉTICA DE ALAGOAS - CEAL, sem
condenação em custas processuais e em honorários, ante o provimento do recurso.
Quanto ao autor JOAB JOSÉ DE OLIVEIRA, sem condenação em custas
processuais e honorários advocatícios, ante o provimento parcial do recurso.

Participaram do julgamento, além do Relator, a Juíza Sandra Simões de Souza


Dantas Elali e o Juiz Madson Ottoni de Almeida Rodrigues.

Natal/RN, data do sistema.

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Número do documento: 23012517155300000000091191732
RICARDO PROCÓPIO BANDEIRA DE MELO

Juiz Relator

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