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Registro: 2018.0000907472
ACÓRDÃO
Tavares de Almeida
Relator
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
VISTOS.
aplica a pena da devolução dobrada. Quanto à tutela provisória, não houve omissão,
porque tal postulação foi indeferida a fls. 25, de modo que o sentenciante não está
obrigado a reviver o assunto. Todavia, assiste direito à tutela, nesse momento e, no caso,
de evidência, acolhendo-se o que requer o autor: 'A Tutela Provisória consiste na
obrigação de fazer, em compelir a empresa-ré em cancelar o atual plano telefônico do
autor sem qualquer multa, migrando o autor para o plano anterior (CLARO CONTROLE),
enviando as faturas compatíveis com este último, sob pena de multa diária no importe de
um salário mínimo'. Assim, fica deferida, em sentença, a tutela de evidência para
determinar que o réu, imediatamente, cancele o plano atual, sem qualquer ônus ao autor,
retornando os serviços do plano anterior com os respectivos valores, sob pena de multa de
R$ 150,00 por dia, até R$ 50.000,00, conversíveis em perdas e danos a favor do autor.”
(fls. 188/189).
É O RELATÓRIO.
de seu 'poder' na cobrança, mas como uma fonte de enriquecimento 'sem causa' do
consumidor. Quase que somente em caso de má-fé subjetiva do fornecedor, há devolução
em dobro, quando o CDC, ao contrário, menciona a expressão 'engano justificável' como
a única exceção. Mister rever esta posição jurisprudencial. A devolução simples do
cobrado indevidamente é para casos de erros escusáveis dos contratos entre iguais, dois
civis ou dois empresários, e está prevista no CC/2002. No sistema do CDC, todo o engano
na cobrança de consumo é, em princípio injustificável, mesmo o baseado em cláusulas
abusivas inseridas no contrato de adesão, ex vi o disposto no parágrafo único do art. 42.
Cabe ao fornecedor provar que seu engano na cobrança, no caso concreto, foi justificado.
(Comentários ao Código de Defesa do Consumidor, Cláudia Lima Marques, Antônio Herman V. Benjamin e
Bruno Miragem, 3ª edição, 2010, Ed. Revista dos Tribunais, pág. 805).
se vêem compelidos a sair de sua rotina e perder o tempo livre para solucionar problemas
causados por atos ilícitos ou condutas abusivas de fornecedores. Tais situações fogem do
que usualmente se aceita como 'normal', em se tratando de espera por parte do
consumidor. São aqueles famosos casos de call center em que se espera durante 30
minutos ou mais, sendo transferido de um atendente para outro. Nesses casos, percebe-se
claramente o desrespeito ao consumidor, que é prontamente atendido quando da
contratação, mas, quando busca o atendimento para resolver qualquer impasse, é
obrigado, injustificadamente, a perder seu tempo livre” (Direito do Consumidor Código
Comentado e Jurisprudência, 6ª ed., Niterói/RJ, Editora Impetus, 2010, p. 67).
TAVARES DE ALMEIDA
RELATOR