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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2022.0000964177

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº


2265611-13.2022.8.26.0000, da Comarca de Nhandeara, em que é agravante CDHU
COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO HABITACIONAL E URBANO DO
ESTADO DE SÃO PAULO, são agravados MAYCO TEODORO BARRUCI e
MIRELE CRISTINA NASCIMENTO DA SILVA.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 7ª Câmara de Direito


Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Negaram
provimento ao recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra
este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores MIGUEL BRANDI


(Presidente sem voto), FERNANDO REVERENDO VIDAL AKAOUI E JOSÉ
RUBENS QUEIROZ GOMES.

São Paulo, 24 de novembro de 2022.

PASTORELO KFOURI
Relator(a)
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Voto nº 0932
Agravo de Instrumento 2265611-13.2022.8.26.0000
Relator(a): Pastorelo Kfouri
Órgão Julgador: 7ª Câmara de Direito Privado
Comarca: Nhandeara / Vara Única
Processo de origem nº 0001792-68.2022.8.26.0664
Juiz(a): Kerla Karen Ramalho de Castilho Magrini
Agravante (s): CDHU Companhia de Desenvolvimento Habitacional e
Urbano do Estado de São Paulo
Agravado (a)(s): Mayco Teodoro Barruci e outro

AGRAVO DE INSTRUMENTO VÍCIO DE CONSTRUÇÃO


INSURGÊNCIA CONTRA A DECISÃO QUE DESACOLHEU A
INCLUSÃO DO MUNICÍPIO DE GASTÃO VIDIGAL NO POLO
PASSIVO DA DEMANDA INADMISSIBILIDADE DE
DENUNCIAÇÃO À LIDE INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 88 DO
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR DECISÃO MANTIDA
RECURSO NÃO PROVIDO.

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra


decisão de fls. 296/297 da origem que, nos autos da ação indenizatória
(vício de construção), indeferiu a inclusão do município de Gastão
Vidigal no polo passivo da demanda.

Sustenta a recorrente que há litisconsórcio passivo


necessário, devendo ser incluído no polo passivo o município de
Gastão Vidigal. Aduz que se trata de demanda que discute vício de
construção em empreendimento imobiliário objeto de convênio firmado
no ano de 2013 com a CDHU para repasse financeiro. Pugna pela
concessão do efeito suspensivo e, ao final, pelo provimento do
recurso.

Agravo de Instrumento nº 2265611-13.2022.8.26.0000 -Voto nº 0932 2


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Dispensadas as diligências do artigo 1.019 do Código de


Processo Civil, uma vez que o recurso reúne condições de julgamento.

É o relatório.

Trata-se de ação indenizatória (vícios de construção).

O pedido de inclusão do município de Gastão Vidigal no


polo passivo da demanda foi indeferido, razão da insurgência do
agravante.

A relação jurídica estabelecida entre as partes é regida


pelo Código de Defesa do Consumidor.

De acordo com o artigo 88 do diploma legal, há vedação


expressa quanto à possibilidade de denunciação à lide nas demandas
envolvendo relação de consumo, a fim de facilitar o deslinde da ação,
amparada na legislação protetiva do consumidor.

A intervenção de terceiros retardaria a tramitação


processual, introduzindo parte na lide, que não foi incluída pelo
consumidor e hipossuficiente, em seu prejuízo.

Ademais, em caso de procedência da ação nada impede a


rediscussão na ação regressiva entre a CDHU e a municipalidade.

Neste sentido a jurisprudência do Egrégio Tribunal de


Justiça do Estado de São Paulo, conforme segue:

“Apelação Ação de Conhecimento com Pedido


Condenatório Insurgência contra r. decisão que
determinou a aplicação da legislação consumerista

Agravo de Instrumento nº 2265611-13.2022.8.26.0000 -Voto nº 0932 3


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ao caso e negou a inclusão de Município como


litisconsorte passivo Descabimento do
inconformismo - Legitimidade passiva verificada
Ausência de hipótese de litisconsórcio passivo
necessário Aplicação das normas
consumeristas R. decisão mantida Recurso
improvido”. (Agravo de Instrumento nº
2213563-77.2022.8.26.0000, 7ª Câmara de Direito
Privado, Relator Des. Luiz Antonio Costa, julgado
em 7 de novembro de 2022). (destaque nosso)

Não há, pois, litisconsórcio passivo necessário, sendo de


rigor a manutenção da decisão guerreada.

Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso, nos


termos supra.

PASTORELO KFOURI
Relator

Agravo de Instrumento nº 2265611-13.2022.8.26.0000 -Voto nº 0932 4

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