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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2018.0000917612

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº


2171503-31.2018.8.26.0000, da Comarca de Campinas, em que é agravante CAIO
CARRARA FRANCISCO, são agravados PAULO SERGIO GALTERIO
(INVENTARIANTE), LIBERATA DAVID FRANCISCO (ESPÓLIO) e GILBERTO
APPARECIDO FRANCISCO (ESPÓLIO).

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 6ª Câmara de Direito Privado do


Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Negaram provimento ao
recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores PAULO ALCIDES


(Presidente sem voto), JOSÉ ROBERTO FURQUIM CABELLA E ANA MARIA
BALDY.

São Paulo, 23 de novembro de 2018.

Eduardo Sá Pinto Sandeville


Relator
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

VOTO Nº: 28.208


AGRV.Nº: 2171503-31.2018.8.26.0000
COMARCA: CAMPINAS
JUIZ : BERNARDO MENDES CASTELO BRANCO SOBRINHO
AGTE. : CAIO CARRARA FRANCISCO
AGDO. : PAULO SERGIO GALTERIO E OUTROS

Inventário Prejudicialidade de mérito Suspensão do feito


Inadmissibilidade Outros meios de assegurar a efetividade de
eventual provimento favorável ao herdeiro Inventariante
Nomeação do cessionário justificada, ante o conflito de interesses
Ausente prejuízo Decisão mantida Recurso improvido.

Trata-se de agravo tirado contra decisão que, em


ação de inventário, indeferiu a suspensão do feito e nomeou inventariante o
cessionário dos direitos hereditários, forte no argumento de que era de rigor a
suspensão do feito até solução da ação anulatória ajuizada contra o
cessionário, até porque com a morte do cliente deixou de ser patrono
constituído nos autos. Afirma que o herdeiro se encontra habilitado e que ele
deveria ser nomeado inventariante.

Recurso processado, respondido.

É o relatório.

Com o falecimento do inventariante, que era filho do


de cujus, foi nomeado em seu lugar Paulo Sergio Galtério, ante seu interesse
no feito, pois cessionário do único imóvel inventariado.

Disso recorre o agravante, que é herdeiro habilitado


na sucessão e pretende exercer o múnus, além de que entende ser o caso de
suspensão do inventário, ante o ajuizamento de ação cujo objeto é prejudicial
de mérito desta demanda.

Sem razão.

Em que pese o patrimônio inventariado seja


composto unicamente pelo imóvel objeto da ação anulatória, não há prejuízo à
continuidade do inventário.

Isso porque para que se assegure eventual


provimento jurisdicional favorável ao herdeiro basta, se o caso, a anotação da
existência da ação na matrícula do imóvel.

Não se vislumbra prejuízo que demande a suspensão


do feito e de todos os atos necessários à regularização patrimonial do monte
mor.

E embora a nomeação do agravado para o cargo não


siga a ordem legal preferencial, ela está bem fundamentada e justificada.
Agravo de Instrumento nº 2171503-31.2018.8.26.0000 -Voto nº 2
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Como anotou a decisão, há evidente conflito entre os


interesses do herdeiro e do cessionário, já que aquele pretende a suspensão
do feito até o julgamento da ação anulatória de escritura pública de cessão de
direitos hereditários, enquanto este tem interesse no prosseguimento do
inventário.

Ademais, o exercício do cargo de inventariante


pressupõe a prestação de contas, o que afasta, a princípio, a probabilidade de
prejuízo na nomeação, além de que o agravado vem dando regular
prosseguimento ao feito.

Ante o exposto, nego provimento ao recurso.

EDUARDO SÁ PINTO SANDEVILLE


RELATOR

Agravo de Instrumento nº 2171503-31.2018.8.26.0000 -Voto nº 3

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