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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2019.0000058245

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº


2157179-36.2018.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é agravante
CECÍLIA CRISTINA DA ROCHA RORIZ, é agravado INSTITUTO DE
ENSINO COLEGIO AMORIM LTDA.

ACORDAM, em 20ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça


de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento ao recurso. V. U.",
de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores


ROBERTO MAIA (Presidente) e ÁLVARO TORRES JÚNIOR.

São Paulo, 4 de fevereiro de 2019.

Rebello Pinho
RELATOR
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

VOTO nº 32285
Agravo de Instrumento nº 2157179-36.2018.8.26.0000
Comarca: São Paulo - 6ª Vara Cível do Foro Central Cível
Agravante: Cecília Cristina da Rocha Roriz
Agravado: Instituto de Ensino Colégio Amorim Ltda

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA Decisão que


rejeitou a arguição de nulidade de citação formulada pela
agravante em impugnação ao cumprimento de sentença -
Admissível a arguição, em impugnação ao cumprimento
de sentença, de nulidade de citação ocorrida em fase de
conhecimento, correndo o processo em revelia, a teor do
art. 525, §1º, I, CPC/2015.
NULIDADE DE CITAÇÃO Como, no caso dos autos,
(a) a presunção de veracidade e legitimidade de que goza
a certidão do oficial de justiça, relativamente à
declaração de citada “ouviu a leitura do mandado, exarou
seu ciente e aceitou a contrafé oferecida”, restou
infirmada, porque não consta a nota de ciente atestada,
nem justificativa para a não colheita de assinatura da
parte réu, exigência mínima prevista no inciso III, do art.
226, do CPC/1973 (correspondente ao art. 251,
CPC/2015), para garantia da fé pública que o ato encerra,
de rigor (b) o reconhecimento de nulidade da citação
realizada, a teor do art. 247, do CPC/1973
(correspondente ao art. 280, CPC/2015) - Reforma da r.
decisão agravada, para acolher a impugnação ao
cumprimento de sentença oferecida, para anular o
processo a partir da citação da ré, com determinação de
prosseguimento do feito em seus trâmites legais,
reabrindo à parte ré apelante para oferecimento de
contestação, no prazo de 15 (quinze) dias (CPC/2015,
art. 335), sob pena de presunção de veracidade dos fatos
alegados (CPC/2015, art. 344), prazo este contado da
intimação da parte, na pessoa do respectivo patrono, para
cumprimento deste julgado, após baixa dos autos à Vara
de origem.
SUCUMBÊNCIA Embora acolhida a impugnação ao
cumprimento de sentença, incabível a condenação da
parte agravada ao pagamento de honorários advocatícios
sucumbência, porque, conforme a mais recente
orientação do Eg. STJ, que se passa a adotar, “a fixação
de honorários em favor do executado/impugnante, no
entanto, apenas é possível quando o acolhimento da
impugnação ao cumprimento de sentença resultar na
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extinção do procedimento executivo ou na redução do


montante executado, do que não cuida a hipótese dos
autos, em que a impugnação foi acolhida apenas para
determinar regular citação do recorrente” (REsp
1717526/MT, rel. Min. Nancy Andrighi, data da
publicação: 06/11/2018).
Recurso provido.

Vistos.

Trata-se de agravo de instrumento oferecido contra a


r. decisão, cuja cópia se encontra a fls. 224/226 dos autos de origem, que rejeitou a
arguição de nulidade de citação formulada pela agravante em impugnação ao
cumprimento de sentença.

A agravante sustenta que: (a) “(…) é fato que a


AGRAVANTE não reconhece tal citação e, efetivamente, JAMAIS recebeu
qualquer citação / notificação para apresentar defesa nos autos principais, tanto é
verdade que a mesma só teve conhecimento da existência da presente ação
quando, de modo nefasto e indevido, a mesma teve bloqueada a sua conta
poupança referente ao cumprimento de sentença destes autos, eis que foi declarada
a sua revelia”; (b) “(…) após o referido bloqueio judicial a Agravante procurou
este subscritor para que pudesse verificar os autos, sendo certo que, de imediato,
foi constatada na certidão de fls. 36 dos autos principais, ou seja, a certidão de
Oficial de Justiça, consta a informação de que a Agravante foi citada, PORÉM,
NÃO EXISTE QUALQUER ASSINATURA DA MESMA, OU AINDA,
QUALQUER CERTIFICAÇÃO DE QUALIFICAÇÃO DA MESMA, BEM
COMO NÃO HÁ QUALQUER DOCUMENTO PESSOAL DA MESMA NO
REFERIDO MANDADO”; (c) “(…) verificando cuidadosamente a certidão do Sr.
Oficial de Justiça, chegamos à conclusão de que a mesma é totalmente falha e não
obedeceu os ditames do supracitado artigo 239 do Código de Processo Civil de
1.973, bem como do próprio artigo 226 do mesmo Codex” e (d) “Não existe cópia
do mandado assinado pela Agravante, bem como não há assinatura, visto ou
rubrica da Agravante na respectiva certidão”.

Pela r. decisão monocrática de fls. 13/15, foi negado


seguimento ao recurso.

Contra referida decisão, a agravante interpôs agravo


interno (fls. 23/27), sendo certo que a r. decisão monocrática de fls. 13/15 foi
reconsiderada: (a) com determinação de processamento do agravo de instrumento
e (b) indeferimento do pedido de concessão de efeito suspensivo ao recurso (fls.
34/35).
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O agravado ofereceu resposta (fls. 18/22), aduzindo


que: (a) “Bem se sabe da presunção de veracidade do certificado pelo Sr. Oficial
de Justiça, o qual possui fé pública, e sendo assim, não há que se falar em
reconhecimento da inexistência do ato citatório, o que somente seria possível
diante de provas robustas, que comprovassem de fato o alegado pela Agravante”;
(b) “(…) o previsto no artigo 239 do Código de Processo Civil de 1973, hoje
representado pelo artigo 275 do mesmo diploma, se trata de solenidade
secundária, o que por si só não torna nula a certidão, tampouco atesta sua fé” e (c)
necessária condenação nas penas por litigância de má-fé e no pagamento de
honorários de sucumbência recursal.

É o relatório.

1. Trata-se de ação de cobrança promovida pelo


agravado contra a agravante, objetivando o recebimento do valor de R$3.160,54,
para janeiro de 2013.

A ação foi julgada procedente, ante a revelia da ré


(fls. 42/43 dos autos de origem).

Com o trânsito em julgado da r. sentença (fls. 57 dos


autos de origem), o agravado requereu o início da fase de cumprimento de
sentença (fls. 61/66 dos autos de origem), o que foi deferido pelo MM Juízo da
causa (fls. 71 dos autos de origem).

Após o bloqueio de contas de sua titularidade (fls.


183/186 dos autos e origem), a agravante ofereceu impugnação ao cumprimento
de sentença, sustentando a nulidade de citação e a impenhorabilidade dos valores
constritos (fls. 203/209 dos autos de origem).

A r. decisão agravada foi proferida nos seguintes


termos:

“Vistos.

Fls. 221/223: Declaro a nulidade do quanto determinado a fls. 213,


uma vez que não constou da publicação o nome do patrono da
executada. Proceda a Serventia a republicação da decisão de fls.
213.

Trata-se de impugnação ao cumprimento de sentença ajuizada por


CECÍLIA CRISTINA DA ROCHA RORIZ em face de
INSTITUIÇÃO ENSINO COLÉGIO AMORIM LTDA. Aduz a
executada que não foi efetuada sua citação desde a instauração do
presente feito, o que enseja a necessidade de sua anulação. Requer a
liberação dos valores bloqueados, seja em virtude da nulidade da
citação, seja diante da impenhorabilidade dos valores, depositados
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em conta poupança.

Manifestação da exequente (fls. 216/220), requerendo o


afastamento da arguição de nulidade da citação, bem como
manutenção do bloqueio efetuado.

Decido.

Rejeito a preliminar de nulidade de citação.

Depreende-se dos autos, que a requerida foi citada por oficial de


justiça, o qual certificou a citação positiva (fls. 36). Referida
declaração possui fé-pública, sendo presumível a sua veracidade e
legitimidade.

Dessa forma, deveria a executada ter careado aos autos elementos


capazes de infirmar a referida presunção, o que não o fez, razão
pela qual considero como válida a citação efetuada.

No mais, alega a executada a impenhorabilidade dos valores


penhorados, por se tratar de conta poupança.

O art. 833, inc. X do Código de Processo Civil estabelece que são


impenhoráveis, dentre outros:

X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de


40 (quarenta) salários-mínimos;

§2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese


de penhora para pagamento de prestação alimentícia,
independentemente de sua origem, bem como às importâncias
excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a
constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o.

No caso dos autos, restou comprovado pelo extrato de fls. 212 que
o bloqueio de R$ 840,45 foi realizado na conta poupança da
executadoa em montante inferior a 40 salários mínimos.

Cumpre enfatizar que não restou suficientemente demonstrado o


desvirtuamento da referida conta, uma vez que não se trata de conta-
poupança vinculada à conta-corrente, tampouco se verifica uma
movimentação diária de débitos e créditos.

Assim, por se tratar de verba impenhorável, DETERMINO o


cancelamento do bloqueio realizado na conta nº 018.00800608-6,
agência 1842, Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 840,45
(oitocentos e quarenta reais e quarenta e cinco centavos), o qual
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deverá ser efetuado após o decurso do prazo para recurso, não


havendo notícia da atribuição de efeito suspensivo.

No mais, manifeste-se a exequente quanto ao prosseguimento do


feito.

Intime-se”.

2. A pretensão recursal da agravante é de reforma da


r. decisão agravada, “declarando-se a nulidade da citação”, com a consequente
“extinção do feito”.

3. Reforma-se a r. decisão agravada.

3.1. Admissível a arguição, em impugnação ao


cumprimento de sentença, de nulidade de citação ocorrida em fase de
conhecimento, correndo o processo em revelia, a teor do art. 525, §1º, I,
CPC/2015.

3.2. Como, no caso dos autos, (a) a presunção de


veracidade e legitimidade de que goza a certidão do oficial de justiça,
relativamente à declaração de citada “ouviu a leitura do mandado, exarou seu
ciente e aceitou a contrafé oferecida” (fls. 36 dos autos de origem), restou
infirmada, porque não consta a nota de ciente atestada, nem justificativa para a
não colheita de assinatura da parte réu, exigência mínima prevista no inciso III, do
art. 226, do CPC/1973 (correspondente ao art. 251, CPC/2015), para garantia da fé
pública que o ato encerra, de rigor (b) o reconhecimento de nulidade da citação
realizada, a teor do art. 247, do CPC/1973 (correspondente ao art. 280,
CPC/2015), que contamina todo o processo.

Em consequência, respeitado o entendimento do


MM Juízo da causa, o recurso deve ser provido, para reformar a r. decisão
agravada, para acolher a impugnação ao cumprimento de sentença oferecida, para
anular o processo a partir da citação da ré, com determinação de prosseguimento
do feito em seus trâmites legais, reabrindo à parte ré apelante para oferecimento de
contestação, no prazo de 15 (quinze) dias (CPC/2015, art. 335), sob pena de
presunção de veracidade dos fatos alegados (CPC/2015, art. 344), prazo este
contado da intimação da parte, na pessoa do respectivo patrono, para cumprimento
deste julgado, após baixa dos autos à Vara de origem.

Nesse sentido, a orientação das notas de Alexandre


de Paula: (a) “Não pode prevalecer a presunção juris tantum de que o oficial
de justiça leu o mandado citatório ao citando, quando tal circunstância não é
atestada pelo oficial de justiça, eis que a falta de contestação à renovatória,
contendo oferta irrisória de aluguel, revela que os locadores não tiveram ciência
do teor do mandado. O rigor é da lei, que protege adequadamente a citação
por mandado, que não é lícito dispensar uma formalidade essencial (Ac.
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Unân. da 2ª T. do STF de 19.9.75, no RE 82.489-RJ, rel. min. Cordeiro Guerra;


DJU de 7.11.75, p. 8.221)” ( “Código de Processo Civil Anotado”, vol. I arts. 1º
a 269, 6ª ed., RT, 1994, SP, p. 871, tópico IV, nota 1 ao art. 226, o destaque não
consta do original); e (b) “A certidão do oficial de justiça que deixa de colher o
“ciente” do acionado ou de registar sua recusa em fazê-lo vicia a citação.
Sendo a certidão parte integrante do ato citatório, mister a observância das
exigência mínimas prevista no art. 226 do CPC para garantia da fé pública
que o ato encerra” (Ac. Unân. da 7ª Câm. Do 2ºTACivSP de 25.2.88, na apel.
213.193-8m rel. juiz Demóstenes Braga; RT 682/172, o destaque não consta do
original).

Nesse sentido, ainda, para casos análogos, mas com


inteira aplicação à espécie, a orientação dos julgados extraídos do site do Eg. STJ:
(a) “PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. CITAÇÃO E INTIMAÇÃO DA
PENHORA DA AVALISTA. DECLARAÇÃO DO OFICIAL DE JUSTIÇA
DE QUE OS ATOS FORAM PRATICADOS. CERTIDÕES
INCOMPLETAS. REQUISITOS FORMAIS NÃO ATENDIDOS.
NULIDADE. CPC, ARTS. 226, 239 E 247. PREQUESTIONAMENTO
AUSENTE QUANTO À MATÉRIA REFERENTE À ESPOSA DO CO-
EXECUTADO. SÚMULA N. 211-STJ. I. A fé-pública de que goza o Oficial de
Justiça se acha vinculada ao atendimento, pelo servidor, das formalidades
previstas nos arts. 226 e 239 da lei adjetiva civil, quanto à completa e correta
certificação das diligências alusivas à citação e intimação da parte. II.
Declarado pelo meirinho que houve a cientificação da avalista, agora já
falecida, porém sem que das certidões constasse nem a sua assinatura em
ambas as ocasiões, nem a justificativa para a não colheita da firma e
tampouco a descrição da co-executada, desfaz-se a presunção legal da higidez
dos atos, acarretando a nulidade dos mesmos, ao teor do art. 247 do CPC. III.
Incidência da Súmula n. 211 do STJ no tocante à matéria subjacente. IV. Recurso
especial conhecido em parte e, nessa parte, provido.” (STJ-4ª Turma, REsp
178020/SP, rel. Min. Aldair Passarinho, v.u., j. 12/03/2002, DJ 03/06/2002, p.
209, o destaque não consta do original); e (b)”PROCESSUAL CIVIL.
EXECUÇÃO FISCAL. INTIMAÇÃO DA PENHORA. INEXISTÊNCIA DE
NOTA DE CIENTE NO MANDADO DE INTIMAÇÃO. FALTA DE
CERTIDÃO INDICANDO A RECUSA DE APOR O CIENTE. NULIDADE
DA COMUNICAÇÃO. I - Inexistindo a nota de ciente no mandado de
intimação, nem tendo constado da certidão, lavrada na ocasião, qualquer
informação de que o intimado não a apôs, por ter se recusado a fazê-lo,
defeituoso é o ato de comunicação. II - O nosso ordenamento processual é
peremptório quando taxa de nulas as citações e intimações efetuadas sem
observância das prescrições legais, consoante art. 247 do CPC. III - Recurso
especial provido.” (STJ-1ª Turma, REsp 810792/PR, rel. Min. Francisco Falcão,
v.u., j. 18/04/2006, DJ 11/05/2006, p. 172, o destaque não consta do original).

4. Incabível a condenação da parte agravada ao


pagamento de honorários advocatícios sucumbência, porque, conforme a mais
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recente orientação do Eg. STJ, que se passa a adotar, “a fixação de honorários em


favor do executado/impugnante, no entanto, apenas é possível quando o
acolhimento da impugnação ao cumprimento de sentença resultar na extinção do
procedimento executivo ou na redução do montante executado, do que não cuida a
hipótese dos autos, em que a impugnação foi acolhida apenas para determinar
regular citação do recorrente” (REsp 1717526/MT, rel. Min. Nancy Andrighi, data
da publicação: 06/11/2018).

Nesse sentido, para caso análogo, mas com inteira


aplicação à espécie, a orientação do julgado extraído do site do Eg. STJ:
“PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. HARMONIA ENTRE O
ACÓRDÃO RECORRIDO E A JURISPRUDÊNCIA DO STJ.
IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. ACOLHIMENTO.
NÃO EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
FIXAÇÃO. DESCABIMENTO. 1. Segundo a orientação firmada pela Corte
Especial no REsp 1.134.186/RS, julgado sob a sistemática dos recursos
especiais repetitivos, "apenas no caso de acolhimento da impugnação, ainda
que parcial, serão arbitrados honorários em benefício do executado, com
base no art. 20, § 4º, do CPC". 2. A fixação dos honorários em favor do
executado/impugnante, no entanto, apenas é possível quando o acolhimento
da impugnação ao cumprimento de sentença resultar na extinção do
procedimento executivo ou na redução do montante executado, do que não
cuida a hipótese dos autos, em que a impugnação foi acolhida apenas para
determinar regular citação do recorrente. 3. Recurso especial conhecido e
não provido. DECISÃO Cuida-se de recurso especial interposto por FELIPE DE
OLIVEIRA ALEXANDRINO, com fundamento nas alíneas "a" e ""c" do
permissivo constitucional. Recurso especial interposto em: 31/10/2017. Atribuído
ao Gabinete em: 18/01/2018. Agravo de instrumento: interposto por DONIZETE
REGUINI GONCALVES contra decisão que julgou improcedente a impugnação
ao cumprimento de sentença, movido por ILO POZZOBON e NELSI
POZZOBON. Acórdão: deu provimento ao agravo interposto, nos termos da
seguinte ementa: RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO -
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - INSURGÊNCIA QUANTO À DECISÃO
QUE INDEFERIU A IMPUGNAÇÀO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA -
NULIDADE DE CITAÇÃO POR EDITAL AUSÊNCIA DE ESGOTAMENTO
DAS VIAS NECESSÁRIAS A LOCALIZAÇÃO DO RÉU NULIDADE DE
INTIMAÇÃO DA SENTENÇA - DEFENSORIA PÚBLICA - AUSÊNCIA DE
INTIMAÇÃO PESSOAL - NULIDADES EVIDENCIADAS - REFORMA DA
DECISÃO - DECLARAÇÃO DA NULIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS
DESDE A CITAÇÃO AGRAVO CONHECIDO E PROVIDO. Embargos de
declaração: opostos pelo recorrente, foram rejeitados. Recurso especial: sustenta
violação dos arts. 85, §§ 1º e 13 e 523 do CPC/15, bem como dissídio
jurisprudencial. Alega, em síntese, que são devidos honorários de sucumbência na
fase de cumprimento de sentença em caso de sua extinção, mesmo que parcial.
RELATADO O PROCESSO, DECIDE-SE. - Da orientação consolidada na
jurisprudência do STJ O TJ/MT, ao decidir pelo não cabimento de
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honorários de honorários sucumbenciais, alinhou-se ao entendimento do


STJ, segundo o qual, a despeito do acolhimento da impugnação, não há que
se falar em fixação de honorários quando não há extinção da execução, como
na hipótese dos autos, em que a impugnação foi acolhida para determinar
regular citação do recorrente. No mesmo sentido: AgInt nos EREsp
1.482.156/SP, CORTE ESPECIAL, DJe 24/09/2018 Logo, o acórdão recorrido
não carece de reforma. Forte nessas razões, CONHEÇO do recurso especial e
NEGO-LHE PROVIMENTO, com fundamento no art. 932, III e IV, a , do
CPC/2015, bem como na Súmula 568/STJ.” (REsp 1717526/MT, rel. Min. Nancy
Andrighi, data da publicação: 06/11/2018, o destaque não consta do original).

5. Ante o provimento do recurso, descabida a


condenação da agravante nas penas por litigância de má-fé.

6. Em resumo, respeitado o entendimento do MM


Juízo da causa, o recurso deve ser provido, para reformar a r. decisão agravada,
para os fins especificados no julgado.

Ante o exposto e para os fins acima, dá-se


provimento ao recurso.

Manoel Ricardo Rebello Pinho

Relator

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