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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2022.0000395164

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº


2207149-97.2021.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é agravante
SOLANGE DOS SANTOS COLA, é agravado NEXOOS SOCIEDADE DE
EMPRÉSTIMO ENTRE PESSOAS S.A..

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 24ª Câmara de Direito


Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Deram
provimento ao recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra
este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores JONIZE SACCHI


DE OLIVEIRA (Presidente sem voto), PLINIO NOVAES DE ANDRADE JÚNIOR
E WALTER BARONE.

São Paulo, 25 de maio de 2022.

SALLES VIEIRA
Relator(a)
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

VOTO Nº: 41333


AGRV.Nº: 2207149-97.2021.8.26.0000
COMARCA: SÃO PAULO FORO REGIONAL DE PINHEIROS 2ª VARA
CÍVEL
AGTE. : SOLANGE DOS SANTOS COLA
AGDO. : NEXOOS SOCIEDADE DE EMPRÉSTIMO ENTRE PESSOAS S/A
INTDOS.: SANTOX NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS LTDA E OUTRO
JUIZ PROLATOR: ANDREA FERRAZ MUSA HAENEL

“AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO DE EXECUÇÃO


IMPUGNAÇÃO - NULIDADE DA CITAÇÃO POR CARTA
PESSOA FÍSICA - RECEBIMENTO POR TERCEIRO
BLOQUEIO JUDICIAL DE ATIVOS FINANCEIROS I
Decisão agravada que rejeitou a impugnação apresentada, afastando a
alegação de nulidade de citação e de impenhorabilidade dos valores
constritos Recurso da coexecutada II - Carta de citação
encaminhada via correio ao endereço residencial da agravante, porém,
recebida por terceiro estranho ao feito Inobstante o Novo CPC tenha
acrescentado o §4º, ao art. 248, para considerar válida a entrega do
mandado citatório ao funcionário da portaria responsável pelo
recebimento de correspondência, também para pessoas físicas, referida
hipótese não se aplica aos autos Hipótese em que não se trata de
condomínio edilício, mas de uma casa residencial Inviabilidade de
interpretação extensiva do disposto no §4º, do art. 248, do NCPC, diante
do silêncio do legislador e tendo em vista a prática de atos constritivos
em desfavor da agravante Prudência que deve ser prestigiada,
afastando-se a interpretação extensiva do referido permissivo legal,
prevalecendo, assim, o princípio constitucional do contraditório e da
ampla defesa Citação que deveria ter sido entregue pessoalmente à
citanda - Inteligência do art. 248, §1º, do NCPC, c.c. o art. 5º, LV da CF
- Precedentes deste E. TJSP III Hipótese, ademais, em que a
citação via postal se mostra incabível - Ação de execução que tem rito
especial próprio Necessidade de citação por oficial de justiça -
Inteligência do art. 829, §1º, do NCPC Precedentes desta C. 24ª
Câmara de Direito Privado - Citação nula, anulando-se todos os atos
processuais subsequentes, inclusive o bloqueio judicial de valores
Liberação dos valores determinada - Impugnação acolhida - Decisão
reformada Agravo provido.”

Agravo de Instrumento nº 2207149-97.2021.8.26.0000 -Voto nº 41333 2


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Agravo de instrumento interposto em


01.09.2021, tirado de ação de execução, em face da r. decisão
proferida em 06.08.2021 e publicada em 11.08.2021, a qual
rejeitou a impugnação apresentada pela coexecutada, ora
agravante, afastando a alegação de nulidade da sua citação e de
impenhorabilidade dos valores constritos em sua conta corrente.

Sustenta a agravante a nulidade de sua


citação, uma vez que não foi pessoalmente citada. Assevera que
a carta de citação foi recebida por terceiro, havendo violação
do art. 248, §1º, do NCPC. Alega a impenhorabilidade dos
valores constritos em sua conta corrente, porquanto decorrentes
de contratos de financiamento imobiliário na modalidade terreno
e construção, em que terceiros estranhos ao feito recebem de
forma fracionada os recursos do financiamento “minha casa,
minha vida”. Assevera que juntou aos autos cópias dos cheques
que resultaram nos créditos aferidos nos extratos bancários,
demostrando a origem dos valores. Afirma que os valores
bloqueados não lhe pertencem, sendo destinados ao pagamento de
materiais e mão-de-obra necessários à construção. Aduz, por
fim, que o bloqueio judicial via sistema Sisbajud alcançou seu
limite de cheque especial em conta corrente, o qual não integra
seu patrimônio disponível. Requer a concessão de efeito
suspensivo, e, ao final, o provimento do recurso, com a reforma
da r. decisão agravada, reconhecendo-se a nulidade de sua
citação e anulando-se todas os atos subsequentes, determinando-
se a restituição dos valores bloqueados, ou, então, a
restituição dos valores bloqueados que não lhe pertencem (fls.
01/11).
Recurso processado com suspensividade, apenas
para o fim de determinar que os valores bloqueados não sejam
levantados, por quaisquer das partes, até o julgamento
definitivo do recurso (fls. 47/48).

Contraminuta da agravada, às fls. 55/71,


pugnando pelo improvimento do recurso.

É o relatório.

Trata-se de ação de execução de título


extrajudicial, proposta por Nexoos Sociedade de Empréstimo
Entre Pessoas S/A, ora agravada, em face de Santox Negócios
Imobiliários Ltda e Beatriz dos Santos Guedes, ora
interessados, e Solange dos Santos Cola, ora agravante,
embasada em Cédulas de Crédito Bancários, vinculadas a Recibos
de Depósito Bancários, títulos representativos do investimento
feito pelo investidor, por meio de Operações Ativas Vinculadas,
no valor de R$197.650,50 (fls. 01/09 dos autos principais).

Agravo de Instrumento nº 2207149-97.2021.8.26.0000 -Voto nº 41333 3


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Determina a citação dos executados (fls. 631


dos autos principais), houve a expedição das respectivas cartas
(fls. 632/634).

A carta de citação encaminhada à coexecutada


Solange dos Santos Cola, no endereço Rua Professora Zulmira da
Silva Salles, nº 963, Parque Industrial, CEP: 15030-150, São
José do Rio Preto/SP, foi recebida, sem ressalvas, por terceiro
estranho ao feito (fls. 639 dos autos principais).

Ato contínuo, determinada a penhora de ativos


financeiros, via sistema Sisbajud (fls. 655/656 dos autos
principais), esta restou parcialmente frutífera (fls. 691/698
dos autos principais).

A coexecutada Solange dos Santos Cola, então,


ingressou nos autos, alegando, em síntese, a nulidade de sua
citação, uma vez que a carta e respectivo AR não lhe foi
pessoalmente entregue, acarretando a violação do art. 248, §1º,
do NCPC, bem como a impenhorabilidade dos valores bloqueados em
sua conta corrente (fls. 657/661 dos autos principais).

Após a manifestação da exequente (fls. 700/702


dos autos principais), sobreveio a r. decisão agravada,
rejeitando a impugnação apresentada, sob os seguintes
fundamentos (fls. 757/758 dos autos principais):

“A executada Solange apresentou impugnação


alegando: a) nulidade de citação; b)
Impenhorabilidade dos valores encontrados
na conta bloqueada, vez que não pertencem
à executada, mas são fruto de
financiamento do programa Minha Casa Minha
Vida, destinado a construção de imóvel.

Inicialmente, não há que se falar em


nulidade de citação. Observa-se que o AR
tem o mesmo endereço indicado na petição
inicial e na procuração acostada pela
própria executada aos autos, o que indica
que o ato citatório foi enviado a sua
residência.

Outrossim, o AR foi recebido sem


ressalvas, o que indica que a executada
reside no local e recebeu o ato citatório
regularmente.

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Trata-se de uma casa, o que evidencia que


a executada foi regularmente citada.
Afasto, pois, a alegação de nulidade de
citação.

No tocante a alegação de que "os valores


existentes na conta não lhe pertencem" ou
que são oriundos de financiamento "Minha
Casa Minha Vida", entendo que não restou
demonstrado.

Os valores foram bloqueados na conta de


titularidade da executada. Logo, presume-
se que pertencente à executada.

Sua origem não foi devidamente


demonstrada.

Outrossim, se a executada obteve o


financiamento, o valor ingressou em seu
patrimônio, sendo que não há qualquer
exceção legal de impenhorabilidade a
valores
originários de financiamento de qualquer
natureza. Assim, não obstante não
comprovado, ainda que fosse, não se
trataria de hipótese de impenhorabilidade.

Assim, rejeito na íntegra a impugnação


ofertada.

Expeça-se MLE em favor do exequente.”.

Contra esta r. decisão insurge-se a


coexecutada, ora agravante.

No caso dos autos, trata-se de citação


realizada pelo correio para pessoa física, porém, em casa
residencial, e não em condomínio edilício, de forma que,
s.m.j., não se aplica à hipótese o disposto no art. 248, §4º,
do NCPC, que assim dispõe:

“Art. 248. Deferida a citação pelo correio, o


escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao citando cópias da
petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para
resposta, o endereço do juízo e o respectivo cartório.

§4º. Nos condomínios edilícios ou nos


loteamentos com controle de acesso, será válida a entrega do
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mandado a funcionário da portaria responsável pelo recebimento


de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o
recebimento, se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que
o destinatário da correspondência está ausente”.

Verifica-se, assim, que o NCPC autoriza a


entrega de correspondência ao funcionário da portaria, não
exigindo, somente nesta hipótese, a entrega pessoal ou
assinatura do próprio citando, o que claramente não é o caso
dos autos.

No caso em epígrafe, a pretensão da agravante


é de que seja reconhecida a nulidade de sua citação, uma vez
que a carta de citação, embora tenha sido enviada à sua
residência (Rua Professora Zulmira Silva Salles, nº 936, Parque
Industrial, CEP: 15030-050, São José do Rio Preto/SP), não foi
por ela recebida pessoalmente.

E, inobstante às alegações tecidas pela


agravante, relativamente à nulidade de sua citação, a MM. Juíza
“a quo” limitou-se a asseverar que “o AR foi recebido sem
ressalvas, o que indica que a executada reside no local e
recebeu o ato citatório regularmente. Trata-se de uma casa, o
que evidencia que a executada foi regularmente citada” (fls.
757 dos autos principais).

Contudo, diante do silêncio do legislador e


tendo em vista a prática de atos constritivos em desfavor da
agravante, consistente em bloqueio de ativos financeiros,
convém prestigiar a redobrada prudência e afastar a
interpretação extensiva do referido permissivo legal,
prevalecendo, assim, o princípio constitucional do
contraditório e da ampla defesa, inserto no art. 5º, inciso LV,
da CF.

Deve prevalecer, portanto, na hipótese


específica dos autos, o disposto no art. 248, §1º, do NCPC, que
assim dispõe:

“§1º. A carta será registrada para entrega ao


citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que
assine o recibo”.

Como visto alhures, a carta de citação não foi


entregue pessoalmente à citanda, mas sim a terceiro estranho ao
feito (fls. 639 dos autos principais).

Neste sentido, veja-se o entendimento deste E.


Tribunal de Justiça:
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“AÇÃO DE COBRANÇA CONTRATO DE ABERTURA DE


CRÉDITO Ausência de citação válida da pessoa física Nulidade da
sentença. OCORRÊNCIA: Não houve citação válida da corré Márcia
Cristina Dias Sanfins. Verifica-se nos autos que o aviso de
recebimento foi assinado por José Aloisio Sanfins. Para a
validade da citação não basta a entrega da correspondência no
endereço da citanda ou que o cônjuge assine o aviso de
recebimento "AR". Em caso de citação de pessoa física pelo
correio, a carta registrada deve ser entregue à citanda, que
deve assinar o recibo, nos termos do que dispõe o art. 223,
parágrafo único, do Código de Processo Civil. Sentença anulada”
(Apel. 1001647-58.2014.8.26.0281, rel. Des. Israel Góes dos
Anjos, 37ª Câmara de Direito Privado, j. 15.12.2015).

Esta C. 24ª Câmara de Direito Privado também


já teve a oportunidade de se pronunciar sobre o tema:

“AGRAVO AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO


EXTRAJUDICIAL Citação PESQUISA AO SISTEMA CRIA Pedido não
realizado em primeira instância Impossibilidade de apreciação
do pedido sob pena de supressão de instância Recurso não
conhecido nesta parte CITAÇÃO Decisão que considerou
inválida a citação postal com aviso de recebimento assinado por
terceiro que não o executado Validade Hipótese de acordo
com a inteligência do art. 248, §4º, do CPC 2015
Impossibilidade apenas quanto ao citando não residente em
condomínio PESQUISA BACENJUD, RENAJUD E INFOJUD É
assegurado ao exequente requerer a consulta aos sistemas com o
objetivo de localização de bens suscetíveis de satisfazer seu
crédito Recurso não conhecido em parte e, na parte conhecida,
parcialmente provido” (TJSP; Agravo de Instrumento
2002232-58.2017.8.26.0000; Relator (a): Jonize Sacchi de
Oliveira; Órgão Julgador: 24ª Câmara de Direito Privado; Foro
de Jacareí - 1ª. Vara Cível; Data do Julgamento: 20/03/2017;
Data de Registro: 31/03/2017).

Ademais, por oportuno, consigna-se que,


conforme recente alteração do entendimento adotado por este
relator, em observância ao art. 829, §1º, do NCPC, a citação,
nas ações de execução, deve ser realizada por meio de mandado,
a ser cumprido por oficial de justiça.

Sobre a questão, veja-se o comentário nº 2, ao


art. 829, §1º, do Código de Processo Civil Comentado, de Nelson
Nery Junior, 16ª ed., pág.1821:

“2. Citação. Deverá ser feita por mandado, a

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teor do §1º, por intermédio de oficial de justiça. O executado


é citado para pagar, dentro do prazo de 3 (três) dias, e não
mais para pagar ou nomear bens à penhora. Caso não pague no
prazo da lei, o oficial de justiça deverá efetuar a penhora e
sua avaliação. Note-se que a contagem do prazo não obedece à
regra geral do CPC 231 II, a qual determina que o prazo de três
dias para o pagamento se inicia a partir da juntada aos autos
do mandado”.

Este é o entendimento desta C. 24ª Câmara de


Direito Privado:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. Execução de Título


Extrajudicial. Citação postal. Decisão que, após enviada carta
de citação ao devedor, determinou que Oficial de Justiça
constate se a parte executada reside no endereço diligenciado e
que, em caso negativo, seja realizada a citação por mandado.
Irresignação da parte exequente. Descabimento. Citação pelo
correio na execução. Inadmissibilidade. Da leitura sistemática
do Código de Processo Civil extrai-se que o legislador optou
por manter a citação a cargo do Oficial de Justiça nas
execuções por quantia certa. Inteligência do art. 829, §1º, do
CPC. Recurso não provido” (TJSP; Agravo de Instrumento
2179246-87.2021.8.26.0000; Relator (a): Walter Barone; Órgão
Julgador: 24ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional VIII -
Tatuapé - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 29/09/2021; Data
de Registro: 29/09/2021).

“Agravo de Instrumento EXECUÇÃO DE TÍTULO


EXTRAJUDICIAL Decisão agravada que determinou a citação
pessoal dos executados Pedido de citação postal
Inviabilidade A citação pessoal mostra-se mais eficaz diante
da complexidade do ato em execução de título extrajudicial,
contemplando a ciência da ação, a ordem de penhora e a
avaliação de bens a cargo de oficial de justiça Inteligência
do art. 829, caput e §1º Em que pese a sistemática processual
contemple a possibilidade de citação postal, aludida norma
encerra natureza especial - Aplicação dos princípios da
celeridade e economia processuais - Decisão mantida Agravo
desprovido” (TJSP; Agravo de Instrumento
2080430-70.2021.8.26.0000; Relator (a): Jonize Sacchi de
Oliveira; Órgão Julgador: 24ª Câmara de Direito Privado; Foro
de Suzano - 4ª. Vara Cível; Data do Julgamento: 30/06/2021;
Data de Registro: 30/06/2021).

“AGRAVO DE INSTRUMENTO EXECUÇÃO FUNDADA EM


TÍTULO EXTRAJUDICIAL CITAÇÃO Insurgência da exequente
contra a decisão que indeferiu o pedido de citação pelo correio
dos executados O art. 247 do novo CPC não incluiu a execução

Agravo de Instrumento nº 2207149-97.2021.8.26.0000 -Voto nº 41333 8


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nas hipóteses de exceção da citação por via postal, mas manteve


previsão específica de expedição de mandado de citação para a
execução, pressupondo que tal ato deverá ser praticado por
oficial de justiça Citação por oficial de justiça que atende
ao interesse do credor e aos princípios de celeridade e
economia processual, porquanto permite concentrar, em
sequência, os atos de citação, penhora e avaliação de bens do
devedor Art. 829, § 1º, do novo CPC Precedentes do TJ-SP
Decisão mantida Recurso improvido, neste aspecto. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS SUCUMBÊNCIA RECURSAL Impossibilidade de
arbitramento, em agravo de instrumento, interposto contra
decisão que não fixou verba sucumbencial Art. 85, § 11, do
novo CPC Pretensão afastada. RECURSO IMPROVIDO” (TJSP; Agravo
de Instrumento 2278402-82.2020.8.26.0000; Relator (a): Plinio
Novaes de Andrade Júnior; Órgão Julgador: 24ª Câmara de Direito
Privado; Foro de Bebedouro - 3ª. Vara Judicial; Data do
Julgamento: 17/03/2021; Data de Registro: 17/03/2021).

De rigor, portanto, a reforma da r. decisão


agravada, reconhecendo-se a nulidade de citação da agravante,
anulando-se, por conseguinte, todos os atos processuais
subsequentes ao ato citatório, inclusive o bloqueio judicial de
valores realizado em sua conta corrente, oportunizando a
apresentação de embargos à execução, caso deseje, bem como
ficando, desde já, liberados, em seu favor, os valores
constritos.

Ante o exposto, dá-se provimento ao recurso.

Salles Vieira, Relator

Agravo de Instrumento nº 2207149-97.2021.8.26.0000 -Voto nº 41333 9

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