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TRIBUTAÇÃO E COMÉRCIO

INTERNACIONAL

PROFESSORA | GLRÓRIA TEIXEIRA

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DO PORTO

2020-2021

Isabela Botelho

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Tributação e Comércio Internacional (TP) – Prof.ª Dr.ª Glória Teixeira
(08/02)

- Apresentação
- Avaliação escrita final (provavelmente pelo Moodle)
Practicum: consulta de blogues – tributação internacional (é o mais consultado e
importante – está recomendado)

Pontos principais:
→ Objeto: recordar parte dos conhecimentos relativamente aos impostos e analisar de
forma especializada alguns impostos (IVA, IMT, Imposto do Selo, Impostos Aduaneiros,
IRC, etc).
Impostos aduaneiros: tratados de comércio livre – não vão existir aqui. As
obrigações aduaneiras implicam custos e implica tempo. Acordo do Brexit sobre isso – é
algo que vamos analisar.
Comércio internacional: impostos e outras tarifas associadas.
Técnicas fiscais: princípios atualizados – princípio da não retroatividade (houve
uma alteração recente por um acórdão). Temos nos powerpoint a referência a toda essa
jurisprudência.
Sistema fiscal: como os impostos se relacionam entre si – é uma matéria muito
importante. Como saber se um estado tem um sistema fiscal equilibrado ou se tem uma
carga excessiva. A definição de sistema fiscal é extremamente importante.
É uma espinha dorsal em qualquer ordenamento fiscal – são os diferentes
impostos. EUA: código que contem os diferentes impostos, os principais. Em Portugal
ainda estamos em uma fonte mais prévia, pois ainda temos vários códigos.
Como são tributadas as sociedades e os sujeitos singulares, e como se
interrelacionam. Diferentes categorias de rendimento.
Recordar estas noções pelo manual de direito fiscal – é a bibliografia.

→ Método: As aulas seguem a estrutura do Manual de Direito Fiscal. O importante está


nas notas de rodapé, principalmente para a investigação (practicum).
Glossário Fiscal (Almedina): não é obrigatório para efeitos de exame – é uma obra
complementar.

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→ Avaliação: Exame final
Dúvidas no fórum do moodle: a professora pode colocar algumas questões
também, junto com temas para discussão. É um grupo de reflexão no moodle.
Aplicação dos conhecimentos no practicum.

Bibliografia:
Obrigatória: Manual de Direito Fiscal (Glória Teixeira – 2018) + Coletânea de
Direito Fiscal da FDUP (a partir do dia 15/02).
Coletânea: dois diplomas que as outras não têm – Código Aduaneiro da
União (atualizado e está no site da Comissão), e Código dos Regimes Contributivos da
Segurança Social (“código contributivo” – metade do código são legislações fiscais).
Integração da SS em termos dos impostos – redução significativa sobre a carga fiscal para
os trabalhadores, e este é o impacto. Este último está no site da SS.
Complementar: Glossário Fiscal (Glória Teixeira – 2021)

- Fórum do Moodle
- Consulta do Portal das Finanças, numa perspetiva de investigação e análise
- OCDE, NU, FMI: são as 3 organização à frente dos desenvolvimentos mais recentes na
perspetiva da tributação internacional. Consultar os sites também.
- Observatório da Almedina: diferentes artigos que podem ser importantes. Artigo mais
recente da professora – inteligência artificial no âmbito dos impostos sobre o rendimento,
na aplicação das taxas de IRS.

Periódicos:
Cadernos de Justiça Tributária
Intertax Law Journal (Kluwer)
Ciência e Técnica Fiscal (publicação oficial das Finanças e Estado Português)
(os periódicos relevantes estão organizados no Manual de Direito Fiscal).
Blog: https://www.taxnotes.com/tax-notes-international

Avaliação: questões de desenvolvimento – relacionar matérias. Não teremos casos


práticos. Será um desenvolvimento interativos – temos de saber onde se aplica do ponto
de vista prático.

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Temas de investigação:
Noção de paraíso fiscal a definição pelo legislador: temos aqui algumas divergências
dentro da legislação (legislador ainda “perdido”). A matéria do abuso está muito presente,
e não só nessa área – é um tema muito relevante. Definição de abuso em diferentes
situações – temos aqui muitas discrepâncias.
Outro tema: interfaces eletrónicas; economia digital – começamos a ter
contribuintes “digitais”, mesmo que os contribuintes sejam sempre físicos. Alterações me
matéria de IVA.

(15/02)

Para o exame é suficiente o que está no Manual da professora – a leitura das notas de
rodapé é recomendada.

Definição de impostos: cria as contribuições – obrigatórias para a segurança social: a


jurisprudência tem considerado como verdadeiros impostos. Além disso temos a criação
de contribuições especiais – sobre o setor bancário, sobre a industria farmacêutica, entre
outros.
Código dos CIECS: legislador defender que devem ser tributados mais
severamente os contribuintes que provoquem piores e maiores danos – no entanto, estão
sobre setores da economia, setores que podem ser nocivos. A margem do legislador é
larga aqui.

Características:
Unilateralidade (a prof critica isso – o que não há é uma bilateralidade direita, mas sim
uma bilateralidade indireta, pois nós acabamos por receber algo em troca)
Coatividade
Etc.

Interpretação nos termos da lei civil: no caso do direito fiscal temos a peculiaridade da
interpretação económica, ou seja, temos de atentar aos efeitos económicos. Atravessa
todos os códigos: ex.: património, valor económico, entre outros – interligação do jurídico
e do económico.

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Mesmo que o contrato seja um e os seus efeitos tenho outra substância económica:
fazemos uma re-caracterização de relações, com base nessa visão jurídico-económica.

O juiz na sua tarefa de interpretação tem primeiro de identificar os factos juridicamente


relevantes (que o legislador jurídico fiscal coloca na norma) e depois a sua estatuição (o
regime fiscal aplicável. E por vezes a lei não é absoluta.
Ex.: um caso em que a interpretação de certos factos, de uma contribuinte que não
tinha apresentado a sua contabilidade no prazo, e o código pode oferecer diferentes
soluções. Aplicação automática do regime simplificado (CIRC), e tivemos outras regras
de pagamento ao nível da incidência – os juízes deram soluções diferentes.
Técnica fiscal: alguns juízes interpretação com base nas provas que a contribuinte
apresentou do seu rendimento. Não é aceitável mexer na regra de incidência antes do
pagamento. No fim se deu razão a contribuinte, atendendo à realidade e não só a lei.
. conhecimento da técnica fiscal – os códigos assentam nos quatro pilares
essenciais: incidência, taxas, liquidação e pagamento.

Taxas proporcionais e taxas progressivas de IMT: uma no caso de prédios urbanos


(progressividade e isenção) e para rústicos (proporcional e a isenção não existe). Algo
que a professora acha injusto e desproporcional.
Imposto do selo: Taxas proporcionais e progressivas também – para a transmissão de
herança está estabelecida uma taxa progressiva e com isenções.
Temos taxas, portanto, tanto na vertente dos contratos quanto na vertente das
transmissões.

Interpretação da lei fiscal: proibição da analogia e princípio da legalidade, permitindo


a interpretação extensiva em sede de benefícios fiscais – ex.: não elenca todos os
sujeitos beneficiados no texto da norma, podem alargar o âmbito do beneficio em certos
casos. É o meio caminho entre a interpretação e integração.

Classificação dos impostos: sobre os rendimentos, sobre o consumo e sobre o património


– ler no manual. Outra de carater procedimental: de obrigação única ou periódicos – a
partir de qual momento se conta a exigibilidade do imposto (IMI, IRS e IRC). Vão
produzindo os seus efeitos ao longo do ano.

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Somente a partir de 31 de dezembro se contra o prazo para as obrigações fiscais e
até essa data temos a nossa situação fiscal, cumprindo certas obrigações ao longo do ano.
Essa distinção sai no exame!
Os de obrigação única encontramos em sede de consumo (IVA) e em impostos
aduaneiros. Do contrato sai a obrigação do imposto e depois se esgota.

Duas matérias que sempre estiveram presentes – os temas 4 e 5: tem sempre influencia
do século XXI, mesmo sendo antigas, influenciados pelo comércio digital e internet.
Juntamente com a democracia e adesão e adesão à União Europeia – extremamente
importante para a conformação da legislação. Uma saída da EU para Portugal seria
impensável, como fez o RU com o acordo do Brexit.
Introdução do IVA e de outros princípios – esta realidade está exposta no manual.
Dos anos 80 para cá temos evoluído de maneira crescente, com uma adaptação
muito boa. No caso português a União foi fundamental, mas nos outros países não é
necessariamente assim.

Opinião da professora sobre o Brexit (competição do RU com a EU principalmente em


termos de tributação e impostos – voltaria o RU para a União):
Não há impossibilidades – no entanto, não em um futuro próximo. A Inglaterra e
as normas inglesas são de tradição jurisprudenciais e leis fiscais (são aprovadas no
parlamento e os tribunais aplicam). A lei fiscal inglesa é de base jurisprudencial, desde a
carta magna. O direito inglês é talvez o direito mais romanístico do mundo, com uma
visão muito tradicional, com pilares de direito romano – segurança dos termos jurídicos
dos seus conceitos.
O direito português fiscal teve influências romanas, germânicas e francesas;
diferentemente do caso inglês. Países com conceitos e tradições mais estáveis – não é um
choque tão grande o RU sair da EU, do ponto de vista histórico.
Portugal tem uma tradição democrática extremamente jovem, pois saiu a pouco
tempo da ditadura. Ao contrário, com uma tradição democrática mais antiga, são mais
individualistas e com menos burocracia, mais proximidade com os seus representantes,
tem aversão às instituições da EU e seus representantes (não se identificam com ele, e por
isso o referendo).

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Responsabilidade e representação fiscal: a representação fiscal é extremamente
importante, pois sempre haverá mobilidade (para dentro e para fora da EU) – assume
relevo em um contexto internacional, quando um contribuinte tem rendimentos em um
país e reside em outro. Este não residente tem de indicar um representante fiscal e que
cumpra as suas obrigações (de pagamento de imposto e de prestação de informações). Se
for para países terceiros tem de ter atenção a essa obrigação de ter um representante fiscal.
O legislador também estabelece a dispensa de representação – adaptado ao
momento atual tecnológico (redução de custos). Cada vez mais tem utilizado casos de
dispensa – matéria desenvolvida no manual.
Responsabilidade: principal ou subsidiária e podemos ter a responsabilidade
solidária.

Direito à informação: a questão da transparência é extremamente importante – obter


conhecimento do modo do funcionamento das autoridades tributárias e das judiciais, e
não só conhecimento das leis.
Se eu quero saber quais as consequências jurídicas de um ato que quero fazer
(abrir uma empresa ou negócio, por exemplo): a depender do negócio pode ser mais
vantajoso ser um empresário individual, se for uma microempresa, por exemplo – é útil
recorrer aos sítios das ATs.
O sítio da AT ainda tem de evoluir para dar mais apoio aos contribuintes: de que
forma é implementado esse direito à informação dos contribuintes.
Ex.: circulares, portarias, ordens de serviço, informações vinculativas. As últimas
são extremamente importantes, pois permitem que o contribuinte possa obter uma
resposta jurídica a uma situação que apresenta a AT – quais as consequências fiscais da
operação que quer fazer.
O impacto da internet também foi enorme: ex.: declaração automática de
rendimentos.

Trajetória dos impostos – gráfico da OCDE:


Tem sido um crescimento (linha azul do meio) que deveria ser muito mais
acentuado – a partir do século XVII que entrou essa panóplia de impostos sobre o
rendimento. Tem se verificado sempre um aumento dos impostos, que não é exponencial,
mas que é acentuado.

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No caso português os impostos mais importantes são o IVA e IRS, mesmo que se
tenha verificado um maior número de receitas em IRC – significa também mais
produtividade e menis evasão fiscal/fraude.
. A medida que o investimento aumento, também vemos um aumento de
empresas, o que gera mais receitas e mais impostos de IRC.

Critica: diferentes formas de assistência social na idade media – fará sentido esta forma
tributária? A sensação é que há sempre mais impostos; todos os anos há uma sequência
de factos políticos que fazem existir mais impostos.
É uma carga muito grande de impostos, sobre as pessoas e sobre as empresas -

Taxas X preços: as taxas são sempre praticadas por entidades publicas, no exercício de
um poder publico e fora do mercado concorrencial. As propinas da UP são taxas, por
exemplo.
O preço pode ser praticado por entidades privadas ou públicas: o preço é
concorrencial – resulta do confronto entre o preço da oferta e da procura, é independente
da natureza da entidade e resulta justamente do mercado concorrencial. Se é praticado por
uma entidade publica, ela está agindo como uma empresa concorrencial.

Os princípios fiscais: (sempre sai uma questão sobre isso)


Jurisdicionais fiscais
Económicos ficais
Constitucionais fiscais
O principio da equidade e o conceito de justiça fiscal

Jurisdicionais fiscais: residências, territorialidaee, nacionalidade, reciprocidade (âmbito


internacional)
→Residência: é o mais utilizado a nível internacional – como fica ligado um
conetribuinte a um Estado? É pela residência. Tributação mundial do rendimento naquele
país – worldwide taxation – por meio desse principio adotado em Portugal.
→Territorialidade: Não residentes que obtenham rendimentos em Portugal estão
sujeitos a tributação – principio da territorialidade. Direito comparado: Portugal adota os
dois princípios: o da residência e da territorialidade.

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. O principio da nacionalidade não é suficiente porque não cobre a situação
dos não residentes. E por isso por meio do principio da territorialidade impede-se a evasão
fiscal
. Estabelecimento estável: é uma das perguntas que a prof gosta de colocar
no exame – é uma figura muito relevante. É uma figura do princípio da territorialidade.
- Projeto de ampliação nessa noção para incluir mais realidades,
que vão atrair mais tributação nos países em que estão a atuar concretamente. Ex.:
multinacionais que tem a sua sede um local, e que dispõe de interfaces não físicas, online,
em outros países. Estas operações passam a ser tributadas ao abrigo desse conceito de
estabelecimento estável.
- Espanha: incluir interfaces eletrónicas – passam a ser tributados
porque o legislador os incluir no conceito de estabelecimento estável – é exercida uma
atividade económica. Uma atividade física (material) + atividade de natureza económica.
E países que aderem apenas ao princípio da residência: implica sempre a aplicação
subsidiária do princípio da territorialidade. Já o princípio da territorialidade é diferente:
há países que aderem somente a esse, e não o da residência – abandonam o princípio da
taxação mundial. O princípio da territorialidade é mais eficiente, e não implica dupla
tributações como o princípio da residência.
→Nacionalidade: específico dos EUA – os nacionais americanos são sempre
sujeitos a tributação dos impostos americanos, ainda que residam em outros estados e
tenham rendimentos ainda em outros.
. Caso Boris Johnson: tem dupla nacionalidade e vendem a casa em
Londres – recebeu uma notificação para pagar um imposto sobre os ganhos. Renunciou a
nacionalidade americana.

Económicos fiscais: desenvolvidos por Adam Smith – veio introduzir um pouco de


“ordem. Em termos históricos tinhas impostos aduaneiros e depois entram os novos
impostos (progressivos) no século XVIII. São conceitos corretores – é importante a
progressividade, mas a neutralidade também é importante.
→Neutralidade: não discriminar transações ao rendimento – as taxas
proporcionais acabam por ser mais neutrais, e muitos países europeus acabaram por
adotar por serem mais estáveis, mesmo que não entrem tantas receitas. A progressividade
é um acentuar de uma agressividade.

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. caso português: uma tributação pesadíssima, com taxas progressivas com
máxima de 48% (em IRS), sendo que no IRC temos metade dessas taxas. É uma
disparidade enorme.
. subjacente a questão da neutralidade: no caso de trabalho rendimento
quem suporta é a empresa pelas retenções na fonte.
. não existe discriminação na tributação de rendimentos e é um sistema
mais simples.
→Simplicidade: Portugal ainda não encontrou o seu caminho nos excessos fiscais
– o OE é dos lobistas, basicamente. Há um esforço para olhar para o princípio da
simplicidade e olhar para as exceções.
. implica esses tratamentos gerais e simples da aplicação fiscal. A ação dos
lobistas só gera ineficiência.
→Eficiência: os impostos não devem ser demasiado onerosos no sentido de
implicar muita complexidade – ter de ir pessoalmente entregar papéis, entre outros.
. Impressos fiscais: que sejam simples, que permitem uma visão clara da
situação do contribuinte, com um preenchimento célere. Ao nível da técnica tributária,
mna fase do pagamento da obrigação principal e cumprimento das obrigações acessórias.

Constitucionalismo fiscal:
→Não retroatividade: alguma latitude e flexibilidade nas regras de liquidação e
pagamento – tratam-se de normas operacionais. Um certo nível de retroatividade se essas
normas vierem a beneficiar o contribuinte; num imposto periódico, por exemplo. Temos
aqui algum consenso na doutrina sobre esse tema.
. Caso do TCAS, no slide – um imposto periódico. Aumento das taxas ao
longo do ano, e não poderia ter efeitos retroativos a 1 de janeiro – não introduzir alterações
legislativas ao meio do ano.
→Não discriminação no direito fiscal europeu: extremamente importante – as
ditas liberdades de circulação de pessoas assentam em dois princípios fundamentais: não
discriminação e proporcionalidade.
. É o princípio que mais violações tem tido: instâncias internacionais cada
vez mais se manifestam contra essa discriminação. Tratamento fiscal das mais valias
imobiliárias – é um tema muito interessante.

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Equidade e justiça fiscal:
Quanto mais progressivo o imposto é mais justo? Fica para uma pesquisa. Não vai
resolver a questão da injustiça e não vai melhorar isso – numa série de realidades, muitos
países conseguem fazer uma gestão da despesa de um modo consciente. Uma despesa que
seja produtiva e bem pensada e racionalizada – implica a gestão das realidades (gestão
dos impostos e de gestão da causa pública/setores essenciais), com objetivos muito
precisos. Hierarquização das despesas principais, pois os contribuintes e empresas têm
limites.
Esta matéria está bem desenvolvida no manual – é importante ler!

Progressividade X Proporcionalidade:
A aplicação de taxas proporcionais, se forem equitativamente aplicadas, vão
onerar contribuinte que não contribuem ou que vão onerar a sociedade. Se o rendimento
fosse canalizado, o que não é, para o pagamento de despesas de contribuintes mais
precarizados, uma progressividade daria certa, mas não é. Os países mais desenvolvidos
geralmente usam taxas proporcionais.

(22/02)

Princípio da transparência:
É o principio fiscal do século XXI, extremamente importante – troca de informações
fiscais entre os estados. Maior eficiência na arrecadação da receita e combate à evasão
fiscal.
Harmful tax competition – relatório OCDE: havia muito transferência de
rendimento para paraísos fiscais ou jurisdições para lugares com sistemas fiscais muito
privilegiados.
. cada vez uma tributação mais pesada em Portugal, por exemplo:
necessidade de receita – começou um movimento nos EUA para defender o interesse d
emultinacionais e petrolíferas. Alertou para algo muito importante – estes paraísos podem
também abergar outros factos ilícitos (contrabando, etxc.).

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. a partir dessa altura, mesmo os que defendiam os paraísos, agora não o
defendem, pois não se sabe de onde vem e nem para onde vai o dinheiro – um movimento
muito forte logo após o 11/09/2001 (após o 11 de setembro.
O principio levou dois resultados importantes:
Inicira de acordos de trocas de informações entre os estados
Progressiva eliminação do anonimato na retenção dos rendimentos, do património –
conceito de beneficiar: não interessa ao mundo ter paraísos fiscais e não sabermos os
verdadeiros beneficiários dos rendimentos.

Finalmente no caso português foi introduzido o conceito do beneficiário efetivo – a quem


é atribuído o rendimento. Um estado que deixa as coisas mais transparentes – é um estado
recente.
Os paraísos desapareceram completamente? Não completamente, mas muitos dos
que existiam desapareceram e os que existiam aderiram ao acordo de troca de
informações. Jurisdições obrigadas a celebrar mecanismos tricas de informações, junto
com mais regulamentação acessória.
Outros estados podem obrigar essas jurisdições a tomarem certas medidas se não
o fizerem – sempre que as transações são feitas com lugares assim já é um sinal vermelho.
Há sempre uma preocupação quando ocorrem e por isso tem de ser mais fiscalizadas –
uma obrigação de mostrar quais são as atividades, que tipo de transações, etc. (são
medidas defensivas das jurisdições). Mesmo que a jurisdição seja atrativa por outros
motivos.
Para o exame: definição de transparência: não é uma negação de benefícios fiscais,
pois são necessários, mas é uma publicitação dos mesmos. O facto é haver essa
disclousure – quais os benefícios e quais os seus fundamentos.
Um sistema simples, neutral, que não seja discriminatório.
Uma distinção: não são jurisdições transparentes ou chamados paraísos
fiscais. O que é um paraíso – no relatório se diz que este é onde há ausência de tricas de
informações dessa jurisdição com outras, taxa zero (não se paga imposto) e não há o
exercício de uma atividade económico-financeiro (é uma ilha no pacifico onde nada se
passa, por exemplo – é uma estrutura para efeitos formais, para efeitos fiscais; uma mail
box)

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Portaria sobre paraísos fiscais: 150/2004 – foi recente mente atualizada.
Existem países que identificam como paraísos fiscais, e o legislador ainda não se
encontrou, pois existem dois critérios: um critério da lista e um critério substantivo (que
não está no código).
Regime fiscal preferencial X paraíso fiscal: no regime preferencial existem
trocas de informações, pode existir até sigilo bancário – mas a principal diferença é que
aqui existe uma atividade económico-financeira. Critérios: ter uma estrutura
organizativos, um número x de empregados, etc.

Este é um princípio extremamente importante e serve de base para vários pareceres – em


uma questão, temos sempre de falar nesse principio.

Tributação do rendimento e do lucro:


Os sujeitos passivos: quais são em sede de IRS e de IRC – análise em especial do
estabelecimento estável e o regime da transparência fiscal (que é diferente do principio
da transparência). Este é um regime fiscal aplicável a certas sociedades com um
determinado tipo de estrutura societária.
A base tributável: rendimento, consumo e património – é sobre isso que incide o
imposto. Temos o conceito de “realização”, com momentos de identificação da base e
quando.
Atividades ilícitas: também são objeto de tributação

Sistema fiscal em sentido estrito: conjunto de impostos de um determinado país –


interações entre o IRS e o IRC, é a tributação dos lucros /dividendos e a interação das
pessoas/contribuintes com as entidades tributárias. Trataremos também das mais valias.

Sujeitos passivos:
• Pessoas singulares
• Sociedades comerciais
• Empresas publicas
• PCs de direito publico e privado
• Entidades irregulares: uma sociedade irregularmente constituída e que inicia as
suas atividades.

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• Centros de interesses coletivos: sem personalidade jurídica – patrimónios
autonomias, heranças jacentes, condomínios, e trusts permitidos.

Estabelecimento estável: figuras especiais


Definição: é geralmente uma questão de exame oral – pode ser considerado qualquer
entidade que desenvolva uma atividade. São entidades que não existem no papel, e não
tem personalidade jurídica, mas desenvolvem atividades de natureza económica.
Questão das sucursais e filiais: não tem personalidade jurídica, mas podem ter
personalidade tributária – são entidades que pressupõem uma estrutura material, física,
dotada de uma certa permanência. Através dessa estrutura física e estável exercem essa
atividade de natureza económica.
. Ex.: exploração de uma pedreira ou de uma mina (recursos naturais); um
escritório de representação de uma multinacional – alugam um escritório para tratar das
sua exploração e negócio em Portugal. Sucursais constituem estabelecimentos estáveis
para efeitos ficais – acórdãos de finanças.

Trabalhador que trabalhe nessa empresa em outro país em teletrabalho – pode ser
considerado uma estrutura física para o estabelecimento estável? No contexto eletrónico,
em alguns casos isso pode ser complexo. Não tem uma sucursal em Portugal, mas que
tem trabalhadores em Portugal que trabalham a partir de casa: ex. call center. A
professora seria inclinada para admitir um estabelecimento estável – não altera a forma e
realidade daquela empresa de ter trabalhadores em outra jurisdição, independente da
forma de trabalho (não vai alterar relação laboral).

Alargamento do estabelecimento estável: os negócios eletrónicos já cabem dentro desse


conceito? Atualmente o conceito em Portugal é muito restrito, e não abrange situações
como por exemplo em empresa francesa que vende para Portugal pela internet. Mas em
outros países houve um alargamento muito grande – em Espanha, se uma empresa
estrangeira tem um site e através do mesmo (do servidor localizado em outro país, fixado
em Espanha) e através desse servidor são celebrados contratos de compra e venda, já vai
estar abrangido.
Se um servidor estiver em Espanha, que veio buscar à jurisprudência indiana – um
dos primeiros casos de alargamento, terá um estabelecimento estável na Espanha e será

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tributado lá. Questão da localização do servidor pode ser uma questão complexa, no
entanto.

No caso português não está adequado ao refinamento do conceito de estabelecimento


estável para as plataformas digitais – inclui estruturas mais moveis e flexíveis (aqui a
estabilidade já cai).
Para o exame: definição + questões pertinentes.

Quando o estabelecimento estável tem personalidade tributária: personalidade tributária


– são suscetibilidade de ser sujeito passivo de uma obrigação tributária, sujeito de deveres
e direitos tributários – interage com o fisco, e tem de cumprir obrigações principais e
acessórias.
Um estabelecimento estável pode ter personalidade tributária – de uma entidade
residente, tem personalidade tributária.

Regime da transparência fiscal:


É diferente do principio da transparência fiscal – é uma questão concetual e pertinente em
Portugal. Aplica-se as sociedades civis não comerciais, sociedades profissionais, e
sociedades de simples administração de bens, e os ACE.
O legislador fiscal estabelece um regime fiscal diferente: estas sociedades devido
a sua estrutura e modos operandi, vai exigir um regime próprio, por conta da sua estrutura
– devidos aos sócios e objeto coincidirem, para evitar problema de tributação vamos olhar
apenas para os sócios dessa sociedade e para efeitos fiscais vamos ignorar a sociedade de
profissionais (torna-se transparente). Não há incidência subjetiva, objetiva e nem a
aplicação de taxas – tem relevância fiscal apenas para os passos finais da técnica
tributárias.
Nos elementos essenciais do imposto, vamos olhar através da sociedade e tributar
apenas os sócios.
. 1.º passo: contabilidade organizada
. 2.º passo: imputar esse rendimento aos sócios – vais buscar o lucro a
sociedade e diz que não vai ser tributado em sede de IRC, mas sim vai ser imputado aos
diferentes sócios.

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É sempre uma confusão: aqui não há nenhuma distribuição de lucros – é a técnica da
imputação. O lucro está lá, mas não é tributado ao nível da sociedade, mas sim dos seus
beneficiários; das entidades que recebem.
Uma sociedade em Hong Kong: os lucros podem ser imputados aos sócios que
estão em Portugal – critério da imputação. A sociedade fica dispensada do pagamento de
imposto, tendo só a obrigação e manter a sua contabilidade organizada.

Diferença distribuição de lucro X imputação: seria justo haver uma imputação de lucro a
um sócio com uma parte menor? Entradas dos sócios e comunhão dos lucros vai ser
diferente. A imputação dos lucros vai ser diferente tendo em conta as entradas – se no
contrato estiver assim estipulado, deve seguir as regras do contrato; mas se não tiver,
segue as regras supletivas do legislador (proporcionais).
Art.º 6.º n.º 3 CIRC: proporcional a parte do sócio.
Não há distribuição de lucro nenhuma, pois o rendimento da sociedade é imputado
aos seus sócios. Vamos aplicar o regime da transparência fiscal – não vamos ver a
sociedade. Estamos na incidência subjetiva.

Agora, na próxima parte da aula, vamos falar de sociedades em que há essa distribuição
de lucros, quando falarmos dos sistemas fiscais.
Base tributável: estamos a falar da incidência objetiva – tributação das atividades
ilícitas (entram outras entidades, e entram em ação as normas de direito penal).
. Em sede comparada pode-se encontrar, se as mercadorias não forem
apreendidas, algum objeto de tributação – rendimentos ilícitos, e rendimentos que
advenham de atividades não regulamentadas, mas que podem ser licitas e que devem ser
tributadas (ex.: transações cripto moedas, jogo ilegal).
. vem exigir uma forma comercial e que o sujeito se dedique a essa
atividade não regulamentada de forma estável, que tenha estrutura, etc. – é uma
interpretação mais restrita do que é praticado a nível internacional. Uma visão mais
abrangente tributaria todas essas situações.

Base tributável: desenho da arvore e do fruto – país de tradição romanística e temos


teorias, modos de tributação do rendimento, que diz que apenas os rendimentos periódicos
devem ser alvo de tributação (trabalho dependente, trabalho independente, rendimentos
patrimoniais).

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A teoria do rendimento produto não resolvia o problema das mais-valias, e dos “frutos
que vêm caindo”. O rendimento acréscimo visa justamente tributar esses rendimentos
não periódicos – ex.: valorizações, tributação das mais-valias – são aleatórias e não há
periodicidade; elas acontecem.
Quando é que o momento em que o rendimento vai ser tributado: conceito de
realização – quando se despoleta a exigibilidade do imposto.
. Realização: mais valias latentes e mais valias realizáveis – temos as
nossas ações que tem vindo a valorizar isso é uma mais valia latente, pois ainda não foi
realizada) a realização pressupõe uma transação/uma alienação onerosa – essa mais valia
latente torna-se em realizada pela compra e venda.
. preço efetivamente recebido: não é preço recebido, mas sim preço
efetivamente recebido – algo que está na jurisprudência. O preço é entregue, mas não é
recebido – acontecia muito no caso dos cheques (um cheque careca). É importante que o
preço tenha sido efetivamente pago e recebido – atualmente: pode ocorrer um engano no
NIB durante a transferência, por exemplo.
. rendimento auferido ou colocado à disposição: legislador português que
introduziu ainda antes dos outros esse conceito – se ocorre a realização, mesmo antes do
pagãmente efetivo, mas que esteja a sua disposição, temos aqui preenchido o conceito de
colocação a disposição (ex.: determinados juros que são reinvestidos – aqui despoleta a
tributação, não obstante não ter saído dinheiro da conta bancária – pide retirar a qualquer
momento). Aplica-se muito em sede de rendimentos de capitais.

• Ponto de referência: preço de compra e preço de venda – pode haver indexação


do valor.
o Indexação nos preços de aquisição, no preço de compra. Temos também
de ter em consideração despesas para o preço de venda – dedução e
despesas com impostos (de selo, comissões e imposto de selo que incide
sobre a comissão, etc.).

• Questão da plataforma onde foi realizado (o local em uma bolsa de fora): sendo
residente em Portugal pode negociar em qualquer mercado financeiro – a
responsabilidade fiscal continua com a AT. O facto de ser uma bolsa estrangeira
não influi na ação em si, é olhar apenas para esses fatores para a realização.

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Os sistemas fiscais:
Bibliografia complementar em notas de rodapé, com muitos casos jurisprudenciais:
orientação para exame – há casos que são clássicos, mesmo que antigos, pois são
importantes. Acontece muito nos impostos sobre o rendimento, em que vemos muitos
casos de 2001 e 2002 (do STA e TCA). Os casos mais recentes, via de regra, repetem o
que os casos anteriores dizem – os mais recentes à nível de IVA é onde temos coisas
novas.
Para efeitos de exame em classificação, as maiores notas são aquelas que
justamente fazem a exemplificação com notas de rodapé.

IRS e IRC – criação de riqueza e receita. Para efeitos do planeamento fiscal temos de ter
conhecimento das regras e conceitos, da forma de os utilizar, mas as nossas decisões
devem ser informadas do ponto de vista fiscal – ex.: se tenho uma ação há doze meses ou
doze anos. A nossa decisão de alienação, no entanto, não tem a ver com questões fiscais.
A preocupação fiscal foi de tal ordem, que não se queria pagar imposto – levou
empresas enorme e altamente produtivas, com gestões muito focadas nas questões fiscais,
o que levou essas grandes empresas a falência (ex.: PT)
É importante saber como se tributam os lucros e depois como essa riqueza se
distribui pela sociedade.
As sociedades comerciais têm, portanto, a sua atividade económica com
contabilidade organizada – para produção de lucros, ou terá de encerrara.
Definição de lucro: lucro contabilístico, com os ajustamentos do CIRC – diferença
entre os rendimentos e os gastos. Conceito amplo de rendimentos, e relativamente aos
gastos o legislador é mais exigente -gastos dedutíveis fiscalmente (nem todos os gastos
são fiscalmente aceites).
. Gasto com pagamentos de coima, gatos que não tem fatura (não
documentado) – não é um gasto fiscal, pois o legislador quer um suporte material para
tal, para ser dedutível. Não podem também ser gastos que não tem nada a ver com a
atividade económica, e devem ser indispensáveis a atividade.
. Teorias sobre o que é o lucro: quase todos olham para as sociedades como
sujeitos passivos de imposto – tirando as situações especiais. Isso é que o nos seguimos e
o que a maioria também segue.

18
E a sociedade o que é? É um património detido por sócios – este nosso sistema
que adere a essa perspetiva, diz que temos um IRC mas os sócios são também sujeitos
passivos (singulares ou coletivos) – são ambos objeto de tributação. Aqui estamos
perante, sem qualquer medida corretiva, perante um sistema clássico.

→ O sistema clássico: interessa apenas a perspetiva jurídica e não a perspetiva económica


– vão todos ser objeto de tributação separada. Mas estamos perante o mesmo rendimento
– o rendimento que é gerado na sociedade, e a sociedade pode ter duas opções.
O lucro é retido: do ponto de vista de tributação não há nada a dizer
Distribuir os lucros: aqui começam os problemas, pois temos dois tipos de
tributação – ocorre a dupla tributação.

O sistema americano olhava para essa perspetiva de forma: o lucro distribuído e entregue
ao socio é colocado como dividendo, e que será tributado. Temos sempre de diferenciar
as perspetivas jurídicas e económicas – o lucro fica retido e apenas é tributado em IRC,
ou se este for distribuído, vamos ter dupla tributação.

→ O sistema de isenção: No sistema de isenção a sociedade é sempre tributada e os


sócios estão isentos de tributação – os dividendos estão isentos, se preenchidos
determinados requisitos (manual, p. 122). Numa página temos a estrutura de tributação
no sistema português e nos diferentes sistemas.
Em Portugal só temos um sistema de isenção para determinadas sociedades, e é o
que temos em Portugal – podem beneficiar da tributação em 50% (taxas liberatórias). E
em IRS os dividendos podem ser isentos em uma determinada percentagem. Em IRC
podem ser isentos totalmente ou em parte.

→O sistema de imputação: não é no sentido de imputação de rendimentos, mas sim no


sentido de imputação de imposto. O que tempos é um sistema clássico como ponto de
partida – a sociedade é tributada e o sócio recebe o seu dividendo, sendo tributado. Mas
como medida de alívio, vai conceder um crédito de imposto correspondente ao IRC que
foi pago a nível da sociedade – estamos a afalar de um crédito de imposto. Ambos são
tributados, mas permite-se (ex.: uma distribuição de dividendo de 100 e depois será
sujeito novamente tributado e sujeito às taxas progressivas) um crédito de imposto no
valor do que foi pago, que vai para uma dedução à coleta do contribuinte.

19
Na doutrina também usam muito como “sistema de crédito” – creditar imposto
que foi pago pela sociedade.

Depois ao nível internacional complica-se um pouco, mas sempre tem subjacente estas
estruturas de isenção ou de crédito de imposto.
Esquema FMI no slide: diferentes sistemas, sendo que está um pouquinho
complexo.
Conceito de integração no manual: integração no sentido económico – sujeitos
passivos diferentes, mas há integração porque a realidade económica é a mesma – o
rendimento é o mesmo.
. Injustiças que pode trazer no sistema clássico – deixam os lucros retidos
na sociedade para não haver dupla tributação.

Vão aparecer diferentes realidades:


Verde: sistema clássico
Azul: Integração dos lucros distribuídos – aqui está num meio caminho.
Temos aqui uma dupla situação: distinção fiscal entre sociedade e sócio, e é aqui
que encontramos os diferentes sistemas. Alguns dos sistemas já não se aplicam. O split
rate system e o advanced já não se aplicam.
O outro lado: o azul-claro – deve haver um uma integração entre o socio e a
sociedade, à nível do sócio. Na primeira o dividendo fica retido, na segunda temos a
retenção na fonte a título definitivo a 28%, e no ultimo temos o sistema de credito – que
se aplica a nível internacional: nestes todos aqui temos casos do direito português.
. É uma integração a nível do acionista, com três opções.
Vermelho: full integration – realidade do regime de transparência fiscal. A sociedade
torna-se transparente e há uma integração total.

Temos de considerar as mais-valias: havendo retenção na fonte, elas só se tornam


relevantes se as ações forem alienadas – quando alienarem e elas subirem de valor. A
tributação +e diferente, por são rendimentos diferentes – mesmo que as ações subam de
valora inda são latentes.
Essa mais-valia potencial só se torna real quando alienada – aqui há correntes doutrinais
que vão num sentido e no outro. O nosso legislador parte da distinção entre mais valias
especulativas, que são tributadas, e outras situações – em que permite reinvestimento de

20
mais valias imobiliárias, que não são tributadas (é um diferimento – quando o imóvel for
o segundo, e quando for alienado, a mais-valia será objeto de tributação).
. O diferimento é extremamente importante, por conta dos benefícios
fiscais. No glossário fiscal está tudo mais explicado, mesmo que não vá sair no exame.

→O sistema de dedução: não vai sair no exame


→O sistema de cash flow: não vai sair no exame – nunca foi colocado em prática.

Ao nível fiscal, a perspetiva política é manter a soberania fiscal – o que defendem os


especialistas dizem que os que fazem parte da EU, é o que lhes permite alguma
possibilidade de gerir a despesa em tempos de crise (criação de novos impostos). Cada
país também tempo uma cultura e uma perspetiva fiscal muito próprias – muitos não
querem para nada o aumento de impostos e preferem “passar fome”.
Integração aduaneira foi muito bem-sucedida – e mesmo assim, muito ainda não
querem. Mesmo ao nível dos IECs e do IVA ainda há muito caminho a percorrer, e são
de base comunitária.

(01/03)

O IRS/IRC e a Segurança Social:

Integração grande entre o sistema de seg. social e os impostos sobre o rendimento – na


maioria dos países é assim, mas em Portugal ainda não é, apesar dos grandes avanços do
código.
Obra: Segurança Social – publicação com antigos alunos de mestrado. Visão
integrada na tributação de rendimentos, pois no fundo as contribuições a segurança social
são um verdadeiro imposto – se realmente alguma duvida havia sobre a questão da
unilateralidade/bilateralidade, pelo o seu carater obrigatório e a eventual ausência de
bilateralidade (no financiamento das nossas reformas – parte da receita tem de vir da
receita dos impostos). E dai falamos de uma perspetiva integrada juntamente com os
impostos sobre o rendimento.

21
Em alguns países, tentam também avançar para um código sobre todos os
impostos sobre o rendimento – remonta ao pensamento de Adam Smith, em que não
devem haver discriminações entre os tipos de rendimento.
. Temos em Portugal uma disparidade enorme de taxas sobre os
rendimentos de IRS e de ORC – 28% de IRC e 40% para IRS.

IRS:
Sujeitos passivos: pessoas singulares e agregado familiar.
Situações de divórcio e de morte de membros do agregado famílias – não vai sair
no exame, mas temos regimes especiais para isso, previstos no CIRS.
Em termo sistematizados, temos os trabalhadores dependentes (cat. A) e os
independentes (cat. B – atividades de tipo empresarial profissional), e os pensionistas.
Estamos perante rendimento periódicos, estando os rendimentos dos trabalhadores
dependentes e pensionistas a retenção na fonte; os rendimentos dos independentes estão
sujeitos aos pagamentos por conta (outra técnica fiscal). Ambos se reconduzem a um
objetivo principal, que é o pagamento antecipado do imposto, mas são feitos de forma
diferente.
. Em termos de receita o estado, necessita ao longo do ano de financiar a
despesa, e por isso o imposto é arrecadado periodicamente e faseadamente.

Temos para além das categorias A e B (que absorveu as categorias C e D – todas as


atividades comerciais), temos a categoria E (rendimentos de capitais – rendimentos de
dividendos e de juros; rendimentos financeiros), categoria F (rendimentos prediais –
rendas), categoria G (incrementos patrimoniais – uma subcategoria aqui é precisamente
o rendimento de mais-valias, rendimentos aleatórios que não são periódicos) e categoria
H (pensões).
O legislador admite deduções específicas a cada categoria: categoria A, E, F e G
– admitem deduções de despesas. Na categoria B não falamos, pois em uma remissão do
CIRS para CIRC, sujeita esses rendimentos a. Esses rendimentos estão sujeitos a uma
logica própria devido a essa remissão, e, portanto, falamos aqui de gastos e não de
deduções.
Dois tipos de regime: profissionais e empresários podem optar se possível
por um dos dois regimes – contabilidade organizada e regime simplificado. O legislador

22
dá a opção de optarem por regime simplificado – quem pode optar: quando é que é
vantajoso um contribuinte da cat. B optar por um regime simplificado?
. na contabilidade organizada o contribuinte para alem de incluir
todos os seus rendimentos, vai incluir também todas as despesas, que serão
contabilizadas. O objetivo é contabilizar o máximo possível de gastos para refletir melhor
o negócio e para pagar menos imposto a tributação apenas do rendimento não aceita
nenhuma dedução de despesas, no simplificado – para pequenos negócios, onde as
pessoas não tem tempo para estar a pedir recibos, fatura e organizar a contabilidade. No
regime simplificado vamos olhar apenas para o rendimento e não vamos olhar para as
despesas.
. coeficientes: em tributar apenas parcialmente o rendimento desses
contribuintes, já que não olham para as despesas – se assim não fizessem seria injusto.
Temos aqui uma tributação parcial do rendimento.

Deduções especificas: estão explicadas no manual e devemos completar com a legislação.


Despesas associadas aos imoveis: condomínio, obras, etc. – a dedução é possível
em sede de mais-valias. Toma-se em conta a indexação do imóvel (quanto tempo é
propriedade do contribuinte).
No caso de rendimento das pensões temos uma dedução especifica fixa, que é
atualizada todos os anos. O legislador português não esqueceu quem tem menos
rendimentos, e prevê um mínimo de existências, e não podem ser tributados valor no
limiar para a sobrevivência – que é ainda muito baixo, mas que tem vindo a ser
aumentado.
Se o contribuinte residir apenas parcialmente em Portugal, esse valor ainda
continua a ser o mesmo? Se o contribuinte em questão permanecer mais de 6 meses ele é
considerado residente, e então toma-se em consideração todos os seus rendimentos. Se
não for considerado residente, a solução será o país da residência.
Situações de dupla residência: no caso das sociedades, para a sede e direção
efetiva – mas para pessoas singulares é mais difícil. Também temos a questão de um
cidadão não ser residente em nenhum país (não permanece 183 dias em nenhum país).
. No caso dos estudantes, mesmo que passem mais do que o tempo de
residência aqui, mantém a residência no seu país original, por conta de uma convenção
de dupla tributação entre Brasil e Portugal.

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As taxas de IRS são altíssimas – as taxas progressivas são muito pesadas (as mais altas,
em termos de comparação). As taxas autónomas são taxas que incidem sobre a despesa,
e não o rendimento – aqui o legislador não quer que o contribuinte incorre em certo tipo
de despesas. Aqui as taxas autónomas são uma exceção à regra, justamente por conta
disso, pois as outras incidem sobre o rendimento.

Deduções à coleta – como se calcula o imposto em termos gerais, em termos de como se


interligam as categorias entre si. Temos duas técnicas: técnica do englobamento –
pressupõe um somatório de rendimentos líquidos das categorias (as que permitem
deduções de despesas), e se o contribuinte tiver rendimentos em várias categorias, todo o
rendimento é englobado e sujeito ás taxas progressivas. Nas situações de não
englobamento, o legislador dá essa opção, sujeitando esses rendimentos a taxas
liberatórias, pelas taxas de cada categoria.
O regime regra, que depende o contribuinte e dos rendimentos que tiver, é de
englobamento, permitindo a opção de não englobar. Vários fatores a tomar em
consideração: quando se opta, na cat. E por exemplo, ao não englobamento, temos de
englobar todos os rendimentos dessa categoria – nessa situação o englobamento funciona
sempre em bloco para a categoria em si.
. perdas: Rendimentos prediais, de mais-valias ou cat. B – não há tantos
gastos que ultrapassam o rendimento. Por exemplo, nas mais-valias o prédio dever ser
considerado, se perdeu valor – e assim temos menos-valias.

Aplicação das taxas gerais ao rendimento: obtemos a coleta – é um “imposto provisório”


e uma característica muito própria do sistema português. É a aplicação de uma taxa ao
rendimento global. Inicialmente eram deduções especificas do rendimento bruto, mas
obtíamos uma base muito reduzida e menor era o imposto – como temos tido dificuldades
financeiras, temos muito mais figuras para a dedução a coleta. A prof acredita que essa
figura aos poucos vai desaparecer.

IRC:
Na base tributável é importante a diferença entre a matéria coletável e a base. Em termos
de prejuízos fiscais, agora temos um alargamento de reporte – num determinado ano os

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gastos são superiores ao lucro, e temos então a possibilidade de reporte desses gastos só
no futuro (abater o prejuízo que teve no ano anterior>).
Importância dos gastos e da contabilidade: temos o regime regra de contabilidade
organizada, mas temos também a opção de optarem pelo regime simplificado (com a
mesma lógica do IRS, para empresas de menor dimensão).

Em termos contabilísticos, a contabilidade se propõe a tratar da maneira mais fiel possível


os gastos, mas há um refinamento em matéria fiscal – apenas alguns gastos são aceites
fiscalmente. Os contribuintes depois vêm defender que determinado gasto deve ser aceite
fiscalmente e a AT diz que não – os juízes submetem a dois testes:
• Indispensabilidade do gasto: relação entre a atividade e o gasto – é um aspeto
subjetivo: cabe ao contribuinte provar se foi indispensável ou não
• Tem de estar documento: numa fatura, recibo ou documento equivalente – aqui é
prudente ter contabilidade organizada, juntamente com a importância da prova
escrita (durante 10 anos). Aqui é um critério formal.

Pagamentos por conta: uma diferença entre o IRS e o IRC, mas em ambos estamos perante
contribuinte que efetuam faseadamente o respetivo pagamento do imposto. Taxa geral e
taxa proporcional.

Isenções: para quem tem menos rendimentos – não tributação ou tributação mais
favorável ao rendimento jovem (é algo que tem sido feito atualmente, mesmo em sede de
direito comparado). Estas isenções que em sede de direito comparado estendem-se não
só ao IRS e IRC, mas também em sede de SS – contribuições obrigatórias suportadas pelo
Estado – contribuições de jovens suportadas pelo Estado.
Nos últimos dias tem saídos casos interessantes sobre isso – direito fiscal europeu.

Medidas anti abuso (questão de exame): preços de transferência, subcapitalização, etc.


são condutas que não são ilícitas, mas que estão na fronteira critérios
A ilicitude fiscal tributária – RGIT: o ilícito está aí plasmado – estamos perante condutas
licitas e não abrangidas por nenhuma dessas disposições. E não sendo abrangidas por
nenhum critério ou requisito, podem mesmo assim serem ilícitas para o CIRC.
Preços de transferência: muitas vezes não existe concorrência e nem mercado, porque e
apensas uma entidade que fornece o bem ou serviço. Nas operações entre a sede e filias,

25
tem de ser praticados preços independentes. É talvez a matéria mais importante em sede
de IRC nacional.
Subcapitalização: evitar que as empresas se endividem em demasia – vivemos agora uma
situação mais difícil por conta disso. As empresas incorreram em muito financiamento e
muita divida, e ficaram em situações de prejuízo – essa medida permite deduzir juros
somente até um montante em detrimento do capital; temos limiares para evitar o
endividamento excessivo.
Regimes de imputação: ainda tem muito pouca aplicação no caso português, mas que é
complexo – imputar rendimentos de sociedades em paraísos fiscais e sócios em Portugal.
Saber de que forma imputar e qual o lucro – envolve muita troca de informações. Passa a
existir a CRC(?) legislation.
Nestas situações olhamos para os sócios residentes em Portugal, tributados pelos
rendimentos obtidos no estrangeiro – distinguir paraíso fiscal e regime preferencial, e essa
distinção se aplica no caso Portugal pois temos um regime preferencial na Madeira (usa
a expressão de regime claramente mais favorável), e estabelece uma lista de países
considerados paraísos fiscal.
Diz qual a jurisdição tem um regime claramente mais favorável – uma taxa que é
inferior a um limiar, por exemplo. Não é muito claro e não é transparente de todo, o
legislador português. E terá futuramente de tratar estes regimes, pois não são conformes
o princípio da transparência.

Segurança social e código contributivo:

O legislador utiliza código dos regimes contributivos do regime de segurança social, mas
aqui chamamos de código contributivo.
Aspetos constitucionais: 3 pilares da SS – público (é o pilar obrigatório), empresas
(benefícios dados aos seus trabalhadores em sede de SS – não é muito utilizado em
Portugal) e os PPR (planos individuais de reforma e poupança)
Publico: natureza geral, pois qualquer cidadão tem direito a ter apoio da SS – em alguns
países não é assim, como nos EUA, onde têm de ter seguro. Temos aqui em Portugal uma
universalidade.
Temos de evoluir em muitos aspetos – ainda mais agora nas questões de vacina,
em que outros países estão muito mais avançados (como o Reino Unido), enquanto aqui

26
é tudo muito lento e menos eficiente. Temos, portanto, uma universalidade com muitas
limitações.
Os cidadãos que não tem trabalho são protegidos e mesmo quando vão para a
reforma mesmo sem ter contribuído também estão assegurados.

Trabalhadores dependente e independentes: obrigados a contribuir para a SS – aqui


fazemos a ligação para o código contributivo. Lei de bases da SS, os princípios que
conformam e quem são as categorias de contribuintes sujeitas e esse regime de
contribuições – é o que temos de saber.
Estão ambos obrigados a essas contribuições, com algumas exclusões: ex.: caso
dos advogados – determinadas profissões que tenham um sistema providencial próprio
não estão obrigadas a descontar nos termos do código contributivo – não tem de fazer
mais descontos para a SS se fazem para a CPAS. Agora discute-se se podem abandonar
a CPA e aderir as contribuições do código contributivo.
. igualmente, determinadas situações de rendimentos podem não estar
obrigadas a contribuições – temos alguns exemplos no manual.

Esquemas e resumos práticos para exame:


Cálculo do IRC: o lucro tributável é sempre o ponto de partida. Temos de deduzir os
prejuízos fiscais e eventuais benefícios fiscais (pode ser excluída determinada situação,
etc.). A taxa é aplicável sobre a matéria tributável, que geral a coleta. E depois podemos
ter ainda deduções a coleta.
3 coisas importantes: exigibilidade do imposto, imposto periódico, período para
entrega de declaração, pagamentos por conta – vai haver uma diferença com os
pagamentos por conta em sede de IRS, o legislador olha para o ano imediatamente
anterior que é o ano de referência, no IRC; no IRS é o penúltimo que é o ano de referência
– a prof acha que é mais injusto, pois quanto mais afastado, mas irrealista. No caso do
IRS há essa diferença.
Abuso fiscal – relacionar a licitude e ilicitude + algum desenvolvimento critico.
Temos uma mini definição no slide: todo e qualquer ato que vise a dilação do
cumprimento da prestação tributaria ou redução do pagamento de imposto por meios
tributários lícitos ou não enquadrados no RGIT (fiscal penal ou contraordenacional), a
dilação do cumprimento podemos ver por exemplo em determinados contratos em que as
partes estipulam as datas de recebimento do preço, o que pode configurar corrupção em

27
determinados casos. Escolhem concluir o contrato no ano seguinte para ter um regime
mais favorável, por exemplo.
. dedução do imposto devido: podemos ter ainda os preços de
transferência, com aplicação de preços que não são os reais, mas que geram menos
imposto – redução de pagamento do imposto por meios artificiais. As consequências
nesse caso de condutas abusivas: passar por uma inspeção o contribuinte, e a AT faz
correções a matéria coletável. No ilícito penal ou contraordenacional temos sanções- pena
de prisão, multa e o pagamento de coimas; são as sanções para a ilicitude, enquanto que
nos abusos que são lícitos temos as correções.

Princípio da independência (arm’s lentgh principle): relações internas e relações externas


– aparece no IRC e em qualquer contrato celebrado entre empresas e pessoas singulares.
Condições que devem ser praticadas, na transação do preço. Podem haver disposições
contratuais que podem deturpar as condições – o que também é passado a pente fino pela
AT.

Esquemas e resumos de IRS:


O que são rendimentos de trabalho dependente – questão de rendimentos periódicos e não
só (rendimentos não periódicos). Para efeitos de SS é diferente – as contribuições para a
SS assentam na periodicidade – se o contribuinte tiver rendimentos não periódicos, estes
em princípio não estão sujeitos as contribuições obrigatórias para a SS. Aqui temos uma
divergência entre o IRS e as contribuições obrigatórias – para efeitos de IRS o legislador
é mais exigente, pois também tributa todos os outros.
Há uma preocupação do legislador de ser bastante exaustivo e compreensivo, em
sede de trabalho dependente.

Exclusões: para efeitos práticos, pois não vai sair no exame.

Rendimentos de pensões: pensões de reforma podem sair do exame – categoria H


(pensões de alimentos não vai perguntar).

Cálculo dos pagamentos por conta em sede de IRS: questões relativas a categoria B –
justiça ou injustiça para empresas na cat. B. Deve o contribuinte optar pela categoria B
em sede de IRS ou pela tributação em sede de IRC? É mais vantajoso optar pela tributação

28
em sede de sociedade unipessoal, porque é mais vantajoso a nível fiscal, do que ser
tributado em sede de IRS, mas pode haver exceções.

Mais-valias: questão da tributação de transações financeira e o incentivo a essas


transações.
Mais-valias e menos-valias: temos aqui uma pequena definição no slide, que é
importante. O valor de aquisição é relevante – Haverá ajustamentos ao mesmos se o
imóvel ficar mais de 24 meses na esfera do contribuinte – correção de valor, vai ser objeto
de indexação.
Positivo para o contribuinte: a indexação do valor – seria 10 mais devido a inflação
o valor pode ser de 12, por exemplo. E se alienarmos por 20, o valor de mais-valia será
menor. As depreciações serão deduzidas do valor de aquisição.
. Indexação dos valores: atualizado de acordo com o coeficiente de
desvalorização da moeda.
. No valor de aquisição também podemos deduzir despesas com a
aquisição do bem: imposto do selo, comissões, etc.

(08/03)

[Para efeitos de exame é importante a concisão e objetividade – sistematização da


matéria]

Impostos aduaneiros:
Importantes para o comércio internacional, junto com os IECs.
Observatório da almedina – experiência da Nova Zelândia em direito aduaneiro.
Experiência técnica e prática dos trabalhadores da alfandega – técnicas e modos de
funcionamento.

O objetivo de facto é não haver obstáculos comerciais, não haver protecionismos, não
haver acordos do comércio – as mercadorias seguiriam livremente sem qualquer tipo de
obstáculos. O ideal é não haver limitações e restrições ao comércio – temos, ao contrário,

29
o caso do protecionismo dos EUA, no governo Trump, com o aumento dos impostos
aduaneiros. Essa matéria começa na p. 127 do manual.
Temos uma tendência no sentido da liberalização, ou seja, da abolição dos
impostos aduaneiros e da simplificação do comércio e eficiência do mesmo (a
desburocratização, que é muito importante), com a perda das restrições aduaneiras. Estes
dois valores são muito importantes, nos termos do CAU – o que o legislador pretende
quando lança os impostos aduaneiros não é tanto a obtenção de receitas.
Sendo assim, nos impostos aduaneiros esses objetivos de obtenção de receitas
passam a um plano secundário – no âmbito da EU é receita da União. Nas diferentes
uniões, existe também uma área económica e aduaneira (ex.: Mercosul – temos também
na Ásia, no Pacifico, e na América do Norte). O mundo está dividido em áreas
económicas, com objetivos de incentivar o comercio dentro dessas áreas, por meio da
liberalização e da segurança nas transações.
Objetivos principais das áreas aduaneiras: liberalização (facilitação do comércio)
e segurança nas transações. O valor segurança prevalece sobre a liberalização e sobre a
arrecadação de receitas.
. Problema do terrorismo – ruídos sérios nas próprias transações
comerciais – adaptar as alfândegas a esse novo ambiente (garantir a segurança das
mercadorias).
. Liberalização: chegar as mercadorias nas nossas casas da forma mais
rápida possível.
Por trás disso tudo temos uma máquina administrativa para fazer essas tarefas – a
área do aduaneiro é multidisciplinar (aspetos de gestão, aspetos jurídicos, e aspetos
técnicos/tecnológicos – para garantirem a segurança).

Para além de serem os impostos mais antigos, são de facto também os mais avançados –
estão sempre um passo a frente dos outros impostos, justamente por incidirem sobre uma
parte importante da economia (incidem apenas sobre mercadorias – diferente do IVA
que incide sobre mercadorias e serviços). Os operadores económicos têm de pagar
impostos aduaneiros quando fazem as suas operações, e, portanto, temos aqui apenas
mercadorias.
Por conta da preocupação com a segurança, para garantir a mesma, temos o apoio
das novas tecnologias; temos um sistema muito informatizado – é tudo feito por

30
declarações eletrónicas, seja por qual via a mercadoria venha, para termos sempre
conhecimento de onde está a mercadoria.
. Todo o sistema declarativo, de transito das mercadorias, é todo feito
eletronicamente, sendo que elas são acompanhadas ou podem ser acompanhadas
eletronicamente (sabemos exatamente onde a mercadoria se encontra). Para isso,
inserimos os códigos que nos são dados pelas entidades transportadores.
. Portanto, são os impostos mais antigos e mais jovens ao mesmo tempo,
são jovens em tudo que utilizam a avançam nas novas tecnologias.

Em termos da técnica dos impostos usada nas importações: os sujeitos passivos são os
operadores económicos, e os bens são as mercadorias. A importação da mercadoria parte
sempre de uma declaração que deve ser apresentada na respetiva alfândega – tem de
identificar a mercadoria, o seu valor e a sua origem.
Questão do valor aduaneiro – o preço é indicado por quem? É indicado pelo
operador económico, e só haverá correção desse preço caso de facto tenha existido
manipulação ou quando ele não corresponda ao preço do mercado. Porque de outra forma,
um operador económico teria de enunciar todos esses estados.

Liquidação: parte da declaração do contribuinte, que é inserida no site da AT, que en


função dos dados que recebe vai emitir a nota de liquidação. Mas a liquidação é efetuada
oficiosamente pela AT (autoridades fiscais) ou pela administração alfandegária, mediante
declaração – é uma liquidação oficiosa.

Estes bens/mercadorias ou os seus valores, vão estar sujeitos a taxas proporcionais que
podem ser de dois tipos:
• Ad valorem: uma taxa consoante o valor da mercadoria.
• Taxas especificas: variam em função da quantidade do produto – se o produto
aumenta, a taxa também. Taxas específicas assentam sempre no valor das ditas
mercadorias. Nos temos este tipo de taxa a depender das mercadorias (em algumas
nós temos a aplicação de taxas ad valorem): temos aqui o exemplo da importação
de cigarro.

Estamos perante impostos, e disso não temos dúvidas – são chamados de direitos
aduaneiros, com uma lógica tradicional. Estes direitos ou taxas para além de serem

31
específicas ou ad valorem, podem ser aplicados direitos autónomos ou direitos
convencionais:
• Direitos autónomos: impostos aduaneiros que resultam da pauta aduaneira comum
e sujeitos à taxa de imposto
• Direitos convencionais: cuja taxa ou regime fiscal, resulta precisamente dos
acordos e convenções celebradas. Podem ser colocados pelas taxas previstas nos
acordos comerciais ou no TARIC.

Em termos legais:
• Temos o CAU, que estabelece a estrutura que estávamos a falar – todos os
conceitos definidos (operadores económicos, mercadorias, conceito de valor
aduaneiro, a origem das mercadorias, as taxas e alguns regimes especiais).
Basicamente, nos apresenta a organização jurídica – a vida dos impostos
aduaneiros. A sua implementação resulta da identificação das mercadorias que
vão estar sujeitas a impostos aduaneiros, e especificar a que taxas estão sujeitas
as respetivas mercadorias.
• Pauta aduaneira comum: é outro instrumento muito importante, e daqui constam
todas as mercadorias que estão sujeitas a impostos aduaneiros (objeto de
importação de países terceiros) e essas taxas a que estão sujeitas aparecem aqui.
A cada uma delas é atribuído um código numérico de 8 dígitos – na prática não as
chamamos as mercadorias pelo nome, lidando sempre com números.
o Esta pauta aduaneira comum no fundo tem esta organização: tem uma
coluna com uma sequência de códigos, a seguir o nome da mercadoria, e
depois a sua respetiva taxa. Assenta na nomenclatura combinada: 8 dígitos
que identificam a respetiva mercadoria, mas que contém em si informação
indispensável e essencial para o normal funcionamento do comércio
internacional e para que os bens sejam devidamente identificados e
tributados. Também se identificam os direitos autónomos e os direitos
convencionais – é um elemento operacional.
o São esses 8 dígitos que identificam a mercadoria: Identificam a origem da
mercadoria em alguns dígitos, e depois os ouros servem para dizer se
existe algum regime convencional ou especial que se aplica a essa

32
mercadoria. Ou seja, contém em si informação essencial para o comércio
internacional.

Conceitos fundamentais:
À nível dos impostos aduaneiros estamos centrados essencialmente na área da União com
a sua legislação essencial (o CAU e a Pauta Aduaneira Comum). Temos também de
perceber o objetivo de aplicação do CAU: as uniões aduaneiras são bem-sucedidas
justamente porque elimina barreiras de impostos – são mais unidos quando estamos
sujeitos às mesmas regras, quando temos todos os mesmos ónus e quando somos
desonerados de determinados impostos.
Ao nível da harmonização dentro da EU, é extremamente difícil para avançar para
a criação de novos impostos – o sucesso dos impostos aduaneiros deve-se ao facto de que
não estamos sujeitos a eles estando dentro da união; os bens circulam livremente, com a
abolição dos ditos impostos (essa é uma premissa muito importante).
Se as mercadorias circulam livremente dentro da EU, sem qualquer aplicação de
impostos aduaneiros, estes impostos só se aplicam às importações de países terceiros.
Sendo assim, o CAU só se aplica a importações de países terceiros – definição de país
terceiro: aqueles que não fazem parte dessa união ou unidade económica, e assim
despoleta essa aplicação. O CAU, então, tem em vista precisamente toda a regulação de
importações que vem de países terceiros.
. Essa definição é importante, junto com o conceito de território
aduaneiro, que nem sempre coincide com os limites jurisdicionais dos países: temos o
Mônaco que não faz parte da união em termos económicos e políticos, mas que para
efeitos aduaneiros integra o território aduaneiro (são exceções). A maioria dos países da
união faz parte do território aduaneiro, mas existem exceções – como ilhas e alguns outros
territórios. Não há uma coincidência completa.
A origem das mercadorias é importante porque diz-nos de que país é proveniente
a mercadoria. Ex.: importação de bananas no Brasil e outros na Costa Rica – existem
acordos e regimes convencionais aqui com estes países e já sabemos no código da
mercadoria que a proveniência é muito importante. Vamos por esse meio perceber se
temos impostos ou a ausência deles.

Algumas definições:

33
• Valor aduaneiro: coincide com o preço que é dado pelos operadores económicos,
sendo que haverá correções somente se houver uma clara discrepância do preço
de mercado, ou existência de manipulação manifesta.
• Destinos aduaneiros: as exportações estão isentas de impostos aduaneiros, a não
ser em algumas mercadorias que os países não querem incentivar que saiam da
união (ouro, obras de arte, e outros), e por isso tributam as respetivas exportações.
• Regimes em especial: mercadorias em trânsito que que tem de passar por um
período de transição ou aperfeiçoamento – mais explicado nas notas de rodapé do
manual, mas não será tratado aqui.

Pergunta frequente: definição de sujeito passivo; e diferença entre operador económico,


operador económico autorizado (AEO – sigla em inglês) e o representante aduaneiro.
[Estas definições estão no manual.]
O AEO é aquele operador que tem uma facilitação maior na importação de
mercadorias – não tem de preencher e completar menos burocracia (equivaleria à nossa
“via verde” nas autoestradas. Dispensa-se muitas vezes grande parte das
vistorias/controles e burocracia: fica dispensado de determinados mecanismos, o
desalfandegamento da mercadoria é quase automático e mesmo as próprias inspeções da
mercadoria dispensa-se muitas vezes se estivermos perante um AEO.
Beneficia deste regime mais simples, porque preenche uma série de requisitos –
mesmo tendo a mesma forma do operador económico “normal”: não constam infrações
de natureza fiscal, apresenta a sua contabilidade, entre outros. Este operador também pode
ter uma forma singular ou uma sociedade.
O AEO é um operador que tem a sua vida mais simplificada porque não tem de
apresentar obrigações acessórias (ex.: declarações extra a serem prestadas e certificações
de alguns produtos). Para além disso, ao nível inspetivo, em termos e tempo é muito
importante; é mais rápido de se chegar a mercadoria, pois não tem de cumprir os
requisitos normais.
. Para ser autorizado, o operador económico não pode ter infrações
tributárias (ter um cadastro limpo) e tem de ter solvabilidade económica (requisito de
garantia que não tem fragilidades económicas e financeiras, e que tem viabilidade
económica) – que é um operador económico fiável e sério.
. Estamos perante situações em que não temos, como nos impostos sobre
o rendimento por exemplo, nas obrigações acessórias, em que temos os “que cumprem”
34
e o “que não cumprem” (que são sancionados) Aqui no regime aduaneiro damos uma
vantagem aos que cumprem, o que é mais eficiente.
- Nos impostos sobre o património, em alguns países o património
é menos tributado caso os proprietários façam mais valorizações em seus imoveis. É uma
forma de manter o património atualizado e de o legislador estar atento a essas situações –
não só se não pagou o imposto, mas se também teve uma atitude positiva que deve ser
recompensada.

Conceito de representante aduaneiro: não tem as funções que um operador económico,


pois representa um operador (um exportador) de outro país. Ex.: uma empresa da
Tailândia que exporta e tem um representante seu no país recetor da mercadoria – este
representante está certificado e habilitado, e tem no fundo a principal responsabilidade de
desalfandegamento da mercadoria e de interagir com as autoridades aduaneiras, em nome
do exportador. E pode ser responsável também pelo pagamento do imposto aduaneiro; e
também sujeito passivo.

[É necessário requerer o estatuto de AEO? Sim. A semelhança do que acontece com


contribuintes da categoria B e sociedade que querem um regime simplificado – é fito
junto da autoridade fiscal. Esse registo é importante.]

Alfandegas (questão da segurança) – operações STOP a correr em termos aduaneiros,


das mais importantes. Temos também funções essenciais para a identificação de fraude e
para controle de exportação/importação de peças falsas ou roubadas. E também te1mos
trabalhos especializados para a proteção de património cultural.
Uso de contentores: como se inspeciona – se não tivéssemos scanners não
conseguiríamos. Temos sensores que passam e que dão imagem do conteúdo do
contentor. Já se descobriram estupefacientes nas próprias paredes do contentor.

De um ponto de vista contencioso, a grande maioria centra-se na classificação das


mercadorias, ou seja, saber se uma determinada mercadoria deve ser enquadrada em uma
nomenclatura ou em outra, na X ou na Y. Está é a classificação pautal.
Nas mercadorias e bens híbridos/multifunções: acontece muito com bens
tecnológicos – ex.: impressoras multifunções – tem muitos regimes e funções, pode ser
qualificado como muitas coisas, como também um smartphone. O julgador segue um

35
princípio da especialidade (norma especial derroga a geral) – a medida que a mercadoria
fica mais especializada.
. Temos de olhar sempre para a especialidade e por vezes é muito
complexo. É sempre o operador económico que na respetiva declaração de exportação
vai especificar/classificar a mercadoria – é interessente colocar numa categoria que atrai
um direito mais baixo ou taxa mais reduzida, ou seja, um imposto mais barato.
. Ex.: Se a mercadoria cevada provinda daquele país esta sujeita a uma taxa
mais reduzida, a opção para o operador económico é classificar aquela mercadoria como
cevada. Nesta mistura a componente maior de produto é cevada, e por isso depois pode
defender-se em tribunal ao dizer que o maior prevalece sobre o menor – a componente
maior do produto é de certa categoria, que tem mais “peso na mistura”. A classificação,
portanto, nem sempre é linear.
Questão do comércio internacional e simplificação das suas transações: mesmo
nas declarações que acompanham as mercadorias, o sentido é na desburocratização.
Podendo ser aliviados requisitos, porque tempo é dinheiro e alguns bens são perecíveis,
devem ser simplificados.

IECs: Impostos Especiais sobre o Consumo


O IVA é um imposto geral sobre o consumo – e os IECs são impostos especiais, que
incidem só sobre mercadorias, tal como os impostos aduaneiros. Tributam em especial
determinados bens, e aqui também se diferencia do IVA pois o último incide sobre os
bens e sobre os serviços. A preocupação do legislador nos IECs vai ser tributar mais
pesadamente certos bens que podem ser nocivos, para o ambiente por exemplo, e que têm
efeitos nefastos sobre a sociedade como um todo.
Também pressupõem um certo nível de organização na união europeia, que não é
total – estão vinculados a tributar certos produtos: eletricidade, tabaco, bebidas, produtos
energéticos e outros. Existem diretivas que estipulam a estrutura básica dos impostos,
mas que dá liberdade e latitude aos EMs para criarem outros IECs.
. Para não interferir na soberania dos estados – a preocupação é tributar
determinados bens (bebidas açucaradas, sacos plásticos e produtos de difícil reciclagem).
Tributam de forma mais pesada porque estes produtos têm um impacto maior na
sociedade.

36
. Alguns bens estão sujeitos a uma taxa zero, como vinho, precisamente
como uma exceção mesmo sendo uma bebida alcoólica – não é uma isenção, mas o efeito
é o mesmo.
. Algumas bebidas com a percentagem alcoólica muito alta já são
tributadas. Trabalho publicado da professora com a Sara Carmo sobre essa taxa zero dos
vinhos – artigo sobre a vinha e o vinho e razões da sua (não) tributação em comparação
com outros produtos (leitura facultativa)

A obtenção de receita fiscal também aparece em segundo plano, porque o objetivo


principal é desencorajar o consumidor de certos atos; desincentivar certos
comportamentos – ex.: energia – são tributados os combustíveis para fazer com que usem
transportes mais sustentáveis. A eletricidade também é tributada (o que não deveria
acontecer, pois todos nós vivemos da eletricidade, sendo um bem essencial) – em alguns
países da EU não tem IECs sobre eletricidade ou tem taxas mínimas muito reduzidos –
no caso português tributamos muito pesadamente, sem necessidade.

Conceitos importantes:
Sujeitos passivos (para exame: depositário autorizado):
• Depositário autorizado: é um verdadeiro operador económico – esta definição
anda muito relacionada com dois outros conceitos:
o Entreposto fiscal
o Suspensão de imposto
▪ As mercadorias que o depositário autorizar está sujeito ao regime
de suspensão de imposto. Ex.: café importado do Brasil, o produto
é manufaturado e depois depositado nestes entrepostos. Ele tem de
ter mercadorias depositadas, armazenadas, num determinado sítio
que é o entreposto fiscal – a sua característica é de que as
mercadorias depositadas estão sujeitas a um regime de suspensão
de imposto.
▪ As mercadorias nestas condições estão no chamado regime de
suspensão de imposto e é acompanhada com uma declaração onde
diz exatamente o ponto de partida e o ponto de chegada. Enquanto
uma mercadoria que vem de uma fábrica, que é importada, e depois
depositado nesses entrepostos – quando circula da fábrica para o

37
entreposto e mantem-se lá (ou da alfandega para o entreposto,
sendo desalfandegado): as mercadorias nessas condições estão em
regime de suspensão – o IEC não é exigido quando está neste
entreposto ou nessa circulação para o entreposto (acompanha com
uma declaração em que diz o ponto de partida e ponto de chegada).
▪ O IEC só é exigido quando o bem é introduzido no consumo –
quando sai do entreposto e vai para um supermercado, para uma
mercearia, etc. logo que a mercadoria sai do entreposto o legislador
assume que entra no consumo, e começa a contar o prazo para o
pagamento de imposto, para fins de evitar a evasão fiscal. Temos
uma declaração de introdução do consumo, feita pelo depositário
autorizado, que é muito importante – gera essa realizada de
armazenagem e respetiva comercialização.
▪ Liquidação oficiosa: a declaração é enviada a autoridade e é
emitida a liquidação, e o contribuinte tem um prazo para pagar o
IEC.
• Destinatário registado
• Expedidor registado: não vamos falar sobre este conceito aqui, pois ele só atua
excecionalmente.

Relativamente às taxas, estas podem ser especificas (temos aqui novamente o exemplo
do tabaco) ou ad valorem – como nos impostos aduaneiros. No âmbito das isenções:
comuns e especiais – uma especial é por exemplo a de “taxa zero” do vinho. Apenas as
isenções comuns saem no exame – produtos de natureza pessoal que trazem na bagagem,
e a fiscalização nos aeroportos por exemplo, que são produtos permitidos desde que tenha
um certo volume e quantidade. Manual: p. 195.

No âmbito das obrigações fiscais, fala-se no documento administrativo eletrónico


(DAE) – quando os produtos circulam em regime de suspensão, como na circulação entre
dois entrepostos, por exemplo, ou para o entreposto. Declaração de introdução no
consumo (DIC): agora são eletrónicas e chamadas de e-DICs.
Os IECs estão isentos de impostos aduaneiros. No caso de entreposto fiscal,
quando acompanhado por este DAE, quando a mercadoria segue para o destinatário

38
registado ou para um destinatário isento. Estes regimes de suspensão aplicam-se
mercadoria para o entreposto fiscal que pertence ao depositário autorizado.
Nas outras situações quando há circulação da mercadoria, de uma importação que
é entregue num depositário isento ou autorizado, nestas situações também há lugar a
suspensão e só há lugar a tributação do consumo quando a mercadoria é distribuída. Só
esta sujeita a imposto, a mercadoria, quando sair deste depositário fiscal.

Leitura facultativa (p. 197 a 199) – licença para poluir ou para não poluir: metas na
convenção de Kyoto, que devem ser atingidas pelos Estados e operadores.
Resumos práticos sobre os IECs nos slides: esquema sobre o regime de suspensão dos
impostos – quando não há lugar a cobrança de imposto. Nos impostos aduaneiros, quanto
a exportações, também temos regimes de suspensão – quando acompanhado pelo DAE.
Entreposto fiscal: só quando sai dele é que sujeita a aplicação do imposto.

(15/03)

IVA:
[As respostas do exame devem ser objetivas – congresso interessante ao nível do direito
fiscal internacional: num dos painéis uma das palestrantes será a responsável da Johnson
& Johnson.]

O IVA é imposto comunitário muito importante ao nível da EU não só em termos de


receita, mas também pelo modo como alastrou e foi adotado a seguir ao CAU, sendo um
dos expoentes máximos em termos de tributação a nível da EU. Tem um nível de
harmonização bastante elevado, ainda que não seja completa.
Impostos aduaneiros – aplicam se a países terceiros pois dentro do espaço da EU
não há impostos aduaneiros. Há uma harmonização entre todos os EM da união, e esta
lógica vale também para outros espaços económicos. O código aduaneiro é o expoente
máximo.
Impostos especiais sobre o consumo – são de raiz europeia. Há um nível mínimo
de harmonização relativamente a determinados impostos por ex. eletricidade, produtos

39
petrolíferos, tabacos, bebidas alcoólicas. Dentro da EU já estão definidos objetivos que
devem ser prosseguidas nesta tributação: defesa da saúde onerando o tabaco,
determinadas bebidas alcoólicas e os produtos poluentes. A eletricidade foge um pouco à
lógica.
. Ao nível da EU há esta preocupação de prossecução destes objetivos e
temos aqui os impostos a trabalhar nesta direção e, portanto, estes produtos acabam por
ser mais onerados – são impostos de natureza política porque visa-se influenciar os
comportamentos dos contribuintes (ex. carros elétricos, híbridos e outros meios
alternativos).

Perspetiva histórica:
Os estados sempre tributaram o consumo de um modo ou outro – ou um imposto
monofásico (incide sobre uma fase do percurso económico) ou plurifásicos (várias fases
do percurso económico – imposto cumulativo). O cumulativo poderia implicar em uma
cascata de impostos ou uma múltipla tributação; quanto mais longa a carga produtiva,
maior a carga fiscal.
Surge então o IVA, que é de tipo cumulativo, mas para alem de prevenir a evasão
e fraude, resolve a múltipla tributação – em cada circuito que o bem passa, vai tributar a
penas o valor acrescentado. É um imposto cuja criação foi extremamente importante – foi
um imposto muito bem pensado, mesmo em termos da sua origem (muitos reivindicam a
sua ideia).
É um imposto de raiz europeia e que foi importado a nível mundial.

Modo de funcionamento:
O IVA a semelhança dos impostos sobre o rendimento, vai incidir sobre sujeitos passivos
ou singulares – chamados de operador económico (pessoa singular ou coletiva, que de
um modo reiterado desenvolve atividades económicos). Esse é um conceito
extremamente importante – só preenchidos os requisitos é que há a sujeição ao imposto,
e que surge a obrigatoriedade do IVA.
Conceito de habitualidade/reiteração
Atividade de natureza económica – esta é que é extremamente importante. Se não
tiver a prossecução do lucro, como +e o caso dessas atividades, não estamos perante
atividades económicas. O conceito de atividade económica foi precisado pelo TJUE –
consiste numa atividade reiterada, habitual de produção, com fatura, e outros fatores.

40
Sujeitos passivos (singulares ou coletivos):
• Operador económico
• Pratica de ato isolado
• Empresas publicas

No elenco dos sujeitos passivos temos a prática de um ato isolado – o sujeito é declarado
na AT e diz o regime de IVA que pretende, depois exercendo a sua atividade profissional.
A diretiva 2006/112 (c/ atualizações). A premissa é esse mas os EM a fim de evitar a
fraude e evasão fiscal podem tributar atos isolados – nestes casos, e é o utilizado no caso
português (uma opção que a prof critica), um ato isolado (mercadorias que forneçam,
serviços que prestem) isoladamente, são tributados.
Pressupõe-se que este ato isolado +e de carater económico.
Empresas publicas: estado a atuar na economia, no mercado da concorrência – quando
age com esta roupagem, é também sujeito passivo de IVA. O exemplo mais interessante
é o das empresas publicas; temos a caixa geral de depósitos, alguma outras empresas
municipais, etc.

Questão de exame: a base tributável – o imposto vai incidir sobre bens e serviços.
Contrariamente aos impostos aduaneiros, estes incidem apenas sobre mercadorias e sobre
bens. O IVA sendo um imposto geral sobre consumo vai incidir sobre bens e serviços –
fornecimento à título oneroso. Não cai na alçada do IVA a prestação ou fornecimento
gratuito de bens e serviços – temos aqui a contraprestação do preço; sempre (é um
elemento essencial).
Importância do conceito de preço: é sobre ele que vai incidir a taxa de IVA – há
várias definições de preço. Mesmo ao nível dos impostos, nós temos a referência do preço
de mercado – resulta das leis da oferta e da procura (preço de uma comida, de uma bebida,
etc.).
. Depois, neste conceito de preço, ele pode ser mais exigente (preços de
transferência por exemplo), pode ser um preço com desconto imediato (80% do preço -
este que conta para o IVA).
. podemos ter situações em que há desconto, mas são condicionais: vai
pagar 90, mas pode passar para 80 se adquirir x peças. O tribunal aqui recua e diz que
temos que olhar para as condições, em que é importante existir essa correspondência
41
imediata (sem reembolsos, etc.). se não, tem de provar esse correspontividade ao longo
do tempo.
. quando o preço subsidiado – a parcela do subsídio deve integrar o
conceito de preço? O tribunal entende que sim, e sobre ele vai incidir o IVA.
Podemos ter aqui vários tipos de preço: o IVA vai incidir justamente sobre o preço,
e por isso +e importante – até mais do que para os impostos aduaneiros.

Se o IVA incide sobre o preço – pago pelo consumidor final, contribuinte de facto e que
suporta na prática o imposto – será este imposto que o operador económico recolhe do
consumidor final o iva exigido? Não – porque para efeitos de cálculos do imposto o
legislador usa o método dedutivo ou das faturas. Desempenha o papel de prevenção à
fraude e evasão fiscal.
O IVA a entregar vai ser igual ao imposto liquidado, que o operador recebeu do
consumidor final, menos o imposto suportado (os custos daquele serviço). Temos auqi
uma subtração. Ex.: o contribuinte pagou 100, mas a isto vai deduzir as faturas do que
gastou para fornecer o serviço. Portanto, o IVA final devido será sempre uma subtração
entre o que recebemos e o que pagamos para fornecer o serviço.
. Para haver interesse em manter as faturas – ex.: temos a prestação de um
serviço de arquitetura em que o cliente paga, mas em relação aquele projeto há despesas
– o arquiteto teve que fazer aquelas despesas e guardar as faturas. É um incentivo muito
grande para haver a declaração das compras e das vendas.
. Dá o caráter simples e genial do IVA, mesmo que não seja inteiramente
protegido contra a fraude: não o é por causa das situações de crime – mas quanto mais
transparente melhor. Questão das faturas falsas: não existem aqueles custos todos, mas
inventam as faturas para subtrair mais. É praticamente impossível conferir tudo.
No caso português é um dos impostos que mais receitas arrecada, e por isso aqui
funciona muito bom.

Imposto que adere as taxas proporcionais sobre o preço dos bens e serviços – no caso do
iva a diretiva diz que os estados podem praticar uma determinada taxa até determinado
nível (que atualmente é de 15% - linear mínimo), e acima disso os estados tem a sua
liberdade: em Portugal temos uma taxa de 23%, o que é extremamente elevado – os
estados podem aplicar taxas intermedias e reduzidas, que são ambas mais baixas.

42
O facto de existirem estas três taxas, a depender dos estados (mas a maioria tem),
não indicia uma progressividade? Não, pois são realidades diferentes dos bens e serviços
– bens de primeira necessidade, por exemplo, em oposição aos bens de luxo.
Lista de bens e serviços sujeitos a taxas reduzidas ou intermédias, em anexo a
diretiva.

Ainda não está inteiramente coordenado na união, ou harmonizado, porque há esta


latitude para os estados definirem as taxas e para determinarem isenções. Não há uma
harmonia completa entre as isenções nos EMs– isso também gera competição entre
estados, pois escolhemos o mais vantajoso. Temos países como o Luxemburgo que
oferecem taxas muito atrativos, o que atrai muitas multinacionais, que criam sedes lá.

Liquidação e pagamento:
A liquidação resulta de um método dedutivo e, portanto, um método de autoliquidação –
o contribuinte que calcula o quanto deve de imposto com base no que fez. Existem
softwares que calculam isso para as empresas. Para as obrigações acessórias, alguns
países oferecem isso, esse tipo de software gratuitamente, facilitando a vida às
microempresas.
Regras de pagamento: estão em uma tabela do slide – em sede dos impostos sobre
o consumo, as obrigações acessórias são extremamente importantes – não que nos
impostos de rendimento não sejam, mas aqui são mais numerosas. Os impostos sobre o
consumo são simples de explicar, mas o cumprimento extenso das obrigações acessórias
é complexo – organização contabilística e organização das declarações. E depois ainda
têm, em sede de IVA, para alem de encontrarmos diferentes taxas, vamos ter também
diferentes regimes – um que +e muito interessante para quem quer iniciar um negócio:
em princípio quando iniciar um negócio vai estar sujeito a IVA, mas depois vamos às
isenções.
O regime regra é x, mas o legislador estabelece isenção para rendimentos mais
baixos – se desenvolvermos um negócio que não ultrapassa os 12.500 euros anuais, não
há obrigatoriamente que pagar iva. Mesmo assim é um valor muito baixo, e deveria ser
aumentado, ou deveria haver taxas progressivas, pois quem tem um negócio de 13.000,
todo esse valor já ficará sujeito à taxa máxima de 23% (fica tudo mais sujeito a fraude,
porque enão querem pagar muito). Deveria ser estabelecida uma gradação.

43
Depois temos outros regimes, para além da isenção: o legislador quer tratar mais
favoravelmente certas categorias de contribuintes.
• Regime dos produtos agrícolas
• Regime dos retalhistas
• E outros

Fórmula do cálculo do IVA, que é muito importante, mesmo em países que não o tem
ainda: é um imposto muito eficiente e muito neutral.
[Imposto a entregar = imposto liquidado – imposto suportado]

Dentro da união, e ao nível das transações internacionais, vemos as exportações isentas


de IVA, e os bens são tributados de acordo com o princípio da tributação no destino
(tributados no local do consumo).
O bem é exportado para o país de consumo e é nesse estado que será objeto de
tributação.
IVA sobre os serviços: as diretivas, nas suas atualizações, têm vindo a estabelecer
uma série de exceções, que por vezes são mais que a regra (e a regras é tributar a transação
na sede do prestador de serviço). O que tem acontecido, é uma aderência numa série de
operações (telecomunicações e comercio eletrónico) de tributar no local do consumo –
para se evitar a fraude e evasão.
Regime regra: sede do prestador de serviço
Exceções em uma série de atividades: comércio eletrónico, telecomunicações

Transporte internacional de mercadorias – temos um IVA especial sobre isso: é um tema


que envolve várias convenções internacionais, sobre a tributação que incide sobre isto.

Resumos práticos de IVA:

O TJUE diz que o serviço é mais importante que o bem, e é ele que deve ser sujeito a iva
– e não o bem fornecido.

Outros aspetos importantes – serviços a bordo de family boats – saber a localização em


que vai ser tributado; qual país? +e uma prestação de serviços que +e tributada na sede
do operador d aembarcação – são operadores movéis.
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Atividades itinerantes: alguma irregularidade na sua prestação – interpretes que
ticam muisca na via puclia saber se as contraprestações que o publico deicava devia ser
tributada. As recitas que se recebe na rua não são proriamente esmolas – o tribunal
entendeu que não há uma ligação direta entre prestação e contraprestação – e nem a
contraprestação é relativamente definida ou definível (é definida em razão tanto da pessoa
que presta o serciço quato da pessoa que quer deixar a contra prestação).
A situação do pedinte: pede e aqui não é prestação - a esmola é um ato gratuito.
E memso assim ainda é um ato questionável, porque pode se pedir alguma coisa. As
transações gratuitas estão fora do âmbito do iva: gratutidade do gesto. Pode-se aplicar isto
à questão das atividades itinerantes.

Os operadors financeiros também são sujeitos a imposto do seleo, mas já levantam


a questão de serem sujeitos a iva, para não pagarem a mais pelas transações.
Questão de submissão ou não ao iva é deixado ao critério dos estados membros –
há regras gerais mas também há exceções (temos auqi regras muito especializadas – temos
muitas obras escritas sobre isto). O estido tem de ser feito de operação à operação.

Na próxima quinta, a prof vai falar sobre os projetos de investigação e das novas
publicações – de 2019 a 2020. Aspeto muito importante: conceções filosóficas em sede
de tributação – na investigação mais recente temos as correntes filosóficas do século XX
e XXI.

(22/03)

Exame: 17/06
Convenções sobre dupla tributação – muito importante à nível internacional, por conta da
globalização e mobilidade. As nossas relações com outros países são geridas por essas
convenções – elas repartem a jurisdição entre o país da residência e da fonte, que tipo de
crédito podemos ter, que tipo de obrigações, etc.
Ministra sueca irritada com as autoridades portuguesas: pensões que não são
tributadas aqui, e por isso é um paraíso para os pensionistas. Negociações para alterar as
regras de tributação, para que os estados da fonte possam tributar algum rendimento de

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pensões, que antes são tributados só pelo país de residência. O estado da fonte: fazemos
as nossas contribuições para as pensões que são deduzidas ao IRS, e depois quando
formos para a reforma elas serão tributadas aí – e isso é igual em quase todos os países.
Se algum país colocar algum ruido aí, pode ser um problema – um problema de dupla
dedução.
Temos, portanto, uma norma interna que vem alterar unilateralmente o equilíbrio
da convecção de dupla tributação. Há legitimidade? Compreende as razões nacionais, mas
não podem fazer isso.

Questões colocadas pela prof.:


Questões iniciais: não vai colocar questões básicas, como a diferença entre imposto e
taxa. A parte inicial do manual é no fundo relativamente simples.
Matéria para o exame:
Regras de interpretação: são mais ou menos universais (normas fiscais e normas
internacionais) – seguem as regras da interpretação civil, e depois tem especificidades.
Proibição da analogia, como no direito penal, e a questão da interpretação extensiva (é
um ponto crucial) – a interpretação extensiva é apensa admissível em sede de benefícios
fiscais.
Mas em sede do princípio da não retroatividade é que o legislador é muito estrito
– fases da incidência, de deduções e benefícios fiscais. Na parte da liquidação é mais
flexível – na parte da retroatividade da lei fiscal. É muito interessante esse salto mental
que faz – me sede de IRS e IRC nas normas de incidência não podemos fazer interpretação
extensiva, mas relativamente as normas de liquidação e de pagamento podemos
interpretar extensivamente essas normas? Podem ser mais benéficas aqui para o
contribuinte.
. Pegando nas características próprias das normas: analogia é proibido, mas
uma norma de liquidação se vem estabelecer um benefício, que legitima a sua
retroatividade, fica essa questão.
[p. 45 do manual: é mais uma questão para investigação – dto à informação].
E a nível das convenções existirá um ponto mais específico nas normas de interpretação?
P. 37 a 40 – (e depois veríamos no capítulo do dto fiscal internacional – p. 269)
No âmbito dos princípios fiscais, explicar, no âmbito da tributação dos negócios digitais
e outro, de que forma é que se coordenam, co-adulam e harmonizam os princípios da
residência, territorialidade e não-discriminação?

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Questões em pormenor: pensar antes em estruturar a resposta – primeiro começar
com os princípios da residência e da territorialidade, consagrados nacionalmente e depois
o da não discriminação que é europeu – são, portanto, todos princípios internos, sendo
que um tem natureza europeia.
. para responder a uma maior simplicidade do sistema os países deveriam
deixar um principio de lado e adotar somente um, e muito já vão nesse sentido – muitos
no sentido da territorialidade, preocupam-se só com os rendimentos dentro daquele
território para a tributação.
. neste momento a adesão ao princípio da territorialidade ainda é residida,
porque muitos países usam os dois (residência e territorialidade). O princípio da
territorialidade serve opara que se tribute o rendimento daqueles que não são residentes
no pais.
. conceito de estabelecimento estável: tributar o máximo possível dentro
daquele princípio da territorialidade – ligar a atividade de uma empresa que não é
residente naquele país, mas que produz rendimentos nele a partir de uma filial ou de um
escritório, por exemplo. É uma forma do estado da fonte arrecadar receita de imposto que
de outra forma se perderia.
A dupla ou múltipla tributação é atenuada pelo crédito de imposto – alívio fiscal,
e no caso português assume a forma de dedução a coleta – se tem rendimentos no
estrangeiro, deve indicar qual imposto estrangeiro paga, para se fazer a dedução e eliminar
uma carga tributária.
Questão da não discriminação: aplicabilidade no seio da EU – caso da tributação
de mais-valia dos não residentes; sendo de âmbito da EU pressupõe no fundo uma linha
de ataque ao princípio da residência – o que interessa é serem cidadãos da EU. +e
indiferente um cidadão francês, pois ele não pode ter discriminação na sua tributação.
Vem mexer nos pilares do princípio da residência.
A tributação, portanto, é no sentido de haver somente uma tributação, com base
no território. Vamos falar mais do princípio da não discriminação na parte do direito fiscal
europeu.
. Também podemos acrescentar, recorrendo à jurisprudência, que é um
princípio muito casuístico e está muitas vezes ligado a questão de benefícios fiscal. Temos
de relacionar sempre o princípio da não discriminação no tratado da EU com a afirmação
da livre circulação (um dos pilares da EU – liberdade de circulação que é extremamente
importante, é esse princípio é um dos pilares de apoio dessas liberdades).

47
. Mais-valias e um cidadão alemão: se fosse tributado a 100% isso afetaria
a liberdade de circulação das pessoas – há um limite aqui à essa liberdade de circulação.
Não há propriamente muito casuísmo; pelo contrário, o enfoque legislativo está muito
bem enfocado.

Não discriminação e IRC (dúvida): o princípio visa não limitar a liberdade de circulação,
mas havendo uma competição fiscal entre estados não haverá uma limitação à essa
liberdade? É uma questão muito importante e há uma preocupação de não discriminar.
Mas ao mesmo tempo, a semelhança do que acontece nos EUA, queremos que as
liberdades coletivas não limitem as liberdades individuais – países com melhores isenções
de mais-valias, entre outros, neste caso essa afirmação de liberdade pode fazer com que
os países com melhores condições “levem o bolo todo”.
De que forma é que lida a EU? A comissária da concorrência, que é olhar
precisamente para o princípio da transparência, não fazer jogos escondidos ou manobras
subversivas e ver se esses benefícios não sejam na verdade auxílios de estado. A EU tem
sido bem-sucedida, pois ao mesmo tempo que quer a liberdade de circulação, e o corte de
auxílios de estado que façam uma concorrência desleal – garantindo a harmonia do estado
e da união.

O IVA é de facto um imposto que é muito simples, mas de cumprimento muito rigoroso
– questão das faturas, o que implica em uma contabilidade altamente organizada. E na
prática, os operadores económicos estão muito atentos a isso, para ver se o imposto não
veio exagerado.
E também há um planeamento internacional (evitar a dupla-tributação), e ao nível
nacional (situações de isenções, de custos, o momento de emissão da fatura, etc.).

Em termos de matéria internacional que geralmente sai no exame: abuso do planeamento


fiscal e ilicitude – relacionamento do abuso (planeamento agressivo) e a sua fronteira até
chegar na ilicitude (“linha de fronteira de estar na prisão ou não, é tão fina como a parede
que divide as celas”). Temos situações que sendo abusivas, e se verificarmos algum ilícito
temos a metamorfose do abuso nessa ilicitude – mas isso veremos depois. O planeamento
abusivo não é ilícito – preços de transferência, regime da subcapitalização; em que o
legislador coloca travões nos contribuintes, limites matérias e outros.

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No caso da ilicitude temos consequências diferentes – temos de relacionar isso ao
princípio da transparência (diferença entre regime preferencial e paraíso fiscal) e depois
saltamos para a parte das medidas anti abuso, para a parte final de relacionar com o regime
das infrações tributárias e ilicitude.

Impostos sobre o património:


Perspetiva histórica: são impostos antigos, não tao antigos como os aduaneiros, mas em
Portugal remontam ao seculo 14. Estamos essencialmente a falar de bens de carater de
permanência, de bens imoveis – os bens imobiliários são mais fáceis de tributar porque
são mais visíveis, são fixos e dotados de permanência (frase de um autor).
Na maioria dos casos os impostos sobre o património são bem-sucedidos – em
termos históricos até já levou reis a guilhotina, e nos tempos mais recentes: caso inglês
da introdução de um imposto “por cabeça” e que levou a queda da Margareth Tatcher. Os
políticos têm sempre um pouco de dificuldade em tributar esses bens – são bens que de
facto exteriorizam riqueza. Mas aqui há um problema a riqueza imobiliária nem sempre
se traduz em riqueza pecuniária – na holanda, muitos não conseguiam manter os bens
imoveis que tinham por causa das despesas. Vai, portanto, se tributar essa riqueza, mas
podemos ter casos com o desfecho daquele do reino unido.
Riqueza X rendimento: até um bem imóvel se for arrendado – o bem já +e sujeito
ao imposto sobre o património, mas esse bem ainda gera rendimento. Tem sempre em
atenção tributar os imoveis, sem dúvida, mas também a sua rentabilidade. Até porque um
imóvel tem um valor patrimonial – não pode ser uma tributação muito pesada; temos d
éter limites, pois muitas vezes estão desfasados da vida económica dos seus proprietários.

IMI: imóveis
IMT: transmissões onerosas
IS: transações gratuitas e contratos

São as contribuições que giram em torno do património – também temos outros tipos de
patrimónios: ações, capital, etc. O património tem que ter valor pecuniário, para ser
tributado.

Noção de bem:

49
“a terra tem sempre valor”, mesmo que esteja parada; mas em algumas situações o valor
se reduz devido às circunstâncias, e pode ser que fique muito diminuto.
Reforma fiscal de 1997: leitura no manual
Exclusões: para alem das situações dos bens e situações sem valor pecuniário, temos bens
inseridos no domínio publico e insuscetíveis de apropriação individual e de tributação.

Valor patrimonial tributário: o legislador tipifica os diferentes imoveis com taxas


diferentes de imposto (urbanos, mistos, rústicos). Urbanos (casas, habitações,
estabelecimentos), rústicos (terrenos agrícolas), e mistos (é uma habitação e também
terreno agrícola – é um misto dos dois). Vamos tratar apenas dos prédios urbanos aqui,
para facilitação.
O legislador estabelece o valor dos prédios urbanos com base em uma fórmula (p.
229 manual), para calcular esse valor, e que assenta em vários critérios: um imóvel
localizado no porto tem valor mais alto que um imóvel do interior. Mas tem outras
componentes (qualidade e conforto, se é para habitação ou comércio – afetação, e a
resistência dos edifícios).
Basicamente, nos prédios urbanos com essas diferentes afetações há uma formula
para a definição – essas avaliações são feitas pela AT. Ponto de partida para o valor com
base nesta fórmula: esta formula que aparece o valor patrimonial dos prédios urbanos diz
respeito aos prédios em construção (formula que está nos slide) – é uma especialização
da formula que está na p. 229, que foi introduzido no novo orçamento de estado.
Caso de valor patrimonial excessivo e valor patrimonial tributário distorcido – são
outras variações. No caso do valor excessivo: o contribuinte, depois da AT fixar um valor
X, pode solicitar uma avaliação. O distorcido é o reverso: quando de facto o valor está
desatualizado face às características dos imóveis. Neste slide temos um complemento aos
apontamentos do manual – e não vai sair no exame (o que sai é só que está no manual).

Noção de prédio:
Temos gerado alguma jurisprudência e é muito importante: podem ser urbanos, rústicos
ou mistos – em função dessa classificação há taxas diferentes. Faz diferença uma sujeição
em sede de IMI, em que devemos saber se num prédio misto aplicamos uma taxa de prédio
urbano ou rustico.

50
No caso da p. 237, tratava-se, portanto, de um prédio rustico e que se pretendia,
por haver dúvidas por parte da AT, a tentativa de reclassifica-lo e passar a classificação
para urbano.

Para estar sujeito ao IMI:


• Critério de permanência – estruturas estáveis: ex.: uma roullete – não preenche
critério de permanência, mas se retiram as rodas re ela fica lá sempre estável, isso
pode afetá-la ao pagamento de IMI.
• Critério de afetação: fins habitacionais, fins comerciais, etc. – implica diferentes
regimes fiscais.
• Trilogia dos elementos: carater de permanência, caráter jurídico e carater
económico – potencialidade de gerar rendimento. Ler também a jurisprudência a
esse respeito – necessidade que há de a AT fazer a avaliações de modo objetivo e
bem fundamentado 8explicar porque aplica determinado coeficiente, etc.)

Matrizes prediais e caderneta predial: formalidades


Diferente dos impostos sobre o consumo, os sobre o património são os menos
formalísticos – incide sobre os proprietários e usufrutuário (+e mais simples), apicam se
taxas proporcionais (incidem sobre o valor patrimonial tributário), e a liuiqdação +e feita
oficiosamente (a liquidação é enviada aos contribuintes). São impostos bem simples.
Questão das isenções gerais: está no manual – municio, associações de interesse
publico, e outras situações.
Em sede de IMI: são impostos do ponto de vista de burocracia bem simples. Incide
sobre os prédios que devem estar inscritos na matriz – inscrição nas finanças (registo de
onde consta os diferentes imoveis e os respetivos proprietários). Essas matrizes podem
ser organizadas pelas finanças ou por declarações dos contribuintes. Uma vez o prédio
inscrito na matriz pela primeira vez, depois vai ser emitida a correspondente caderneta
predial, que no fundo +e um documento que identifica o imóvel e os direitos sobre ele (e
os seus sujeitos).
Em sede de IMT: transmissões onerosas de imoveis – no caso português temos
também nessa caso a distinção entre prédios urbanos e rústicos – em que os urbanos tem
tratamento mais favorável (o que não se justifica). Os rústicos estão sujeitos a taxas
proporcionais, enquanto os urbanos estão sujeitos a taxas progressivas e isenções.

51
Temos um determinado imóvel sujeito a IMI e que +e vendido: temos uma
transmissão onerosa que o sujeita a IMT (pago pelo adquirente) e o valor do contrato não
pode ser menor do que o valor patrimonial tributário – é uma medida anti abuso, para
evitar que as partes façam isso para pagar menos IMT.
Temos um misto de liquidação: por parte da AT, mas com base nas
informações dadas pelas declarações dadas,
Em sede de IS: as transações gratuitas podem ser objeto de tributação – no âmbito
do núcleo mais estrito da família, e essas transações aqui estão isentas; mas no caso de
transmissões entre irmãos e tios estão sujeitas a imposto, numa taxa proporcional de 10%,
sobre o valor do bem que é transmitido.
Também temos um misto na liquidação: o contribuinte declara a
transmissão e os valores e depois é liquidado pela AT.
Vertente de tributação de contratos: incide sobre outra realidade, mesmo sendo
também IS – determinados documentos, contratos, atos, entres outros. Tem que estar na
lista em anexo ao código do IS.

Limite mínimo de rendimentos para que as empresas não paguem um adicional – derrama:
temos dois tipos: estadual e municipal. A estadual se aplica em sede de IRC – quando o
lucro aumenta a taxa também aumenta; não existe um limite mínimo de rendimentos. Na
derrama municipal, é sobre uma percentagem do lucro tributável – não existe outra vez
limite mínimo de rendimentos; o requisito exigível é a existência de lucro.

IS – existe algum outro imposto em caso de sucessão: no caso português não temos mais
nenhum imposto. Tanto as doações quanto as sucessões estão sujeitas ao IS, e não temos
mais nenhum imposto.

Caso de incidência cumulativa de IS e IMT – transações onerosas tributadas pelo IS: no


código do IMT temos uma norma onde diz que incidindo IMT sobre a transmissão não
pode incidir IS – não pode haver cúmulo de impostos; um exclui o outro (prevalência do
IMT.

Dedutibilidade de despesas: no caso de o proprietário arrendar o imóvel – tem a


possibilidade de deduzir certas despesas no rendimento, como o IMI por exemplo.

52
(12/04)

Benefícios fiscais:

Possibilidade de consulta em exames online, mas não no exame presencial – podemos


levar só a coletânea de legislação. Consiste em perguntas interativas entre as matérias, de
desenvolvimento.

A matéria dos benefícios fiscais é relativamente simples, porque é um pouco de revisão


de alguma matéria já lecionada.
Último relatório produzido ao nível governamental relativamente aos benefícios
fiscais, com o objetivo de fazer uma cobertura de quase todo eles: +e um estudo
quantitativo e qualitativo. Não é obrigatório para o exame «, mas +e bom ver para o futuro
(até em termos de atualização).

→Princípios fiscais relevantes:


Neutralidade: não sujeitar a diferentes taxa e regimes, para que possam escolher a via
mais favorável. Seguido por uma serie de países a nível da europa – há uma preocupação
de opção pelas taxas proporcionais sujeitando o rendimento a mesma taxa. Temos no caso
português um caso de progressividade muito elevada, nas taxas de IRS. Não é um sistema
neutral, pois o rendimento deve ser sujeito a taxas relativamente próximas, e quando essa
disparidade acontece há problema.
IVA: taxas proporcionais, respeitando os mínimos estabelecidos por Bruxelas –
temos aqui uma neutralidade assegurada, até pela sua natureza (europeia).
Simplicidade: Sabemos que o sistema não é neutral, e essa ausência se reflete na
simplificada – quando mais diferenciais e figuras que se acrescentam, o sistema torna-se
mais complexo e potenciador de fraude (até mesmo pelo desconhecimento). Os tribunais
por isso muitas vezes produzem sentenças dispares – as vezes existe fraude por
desconhecimento e por outras não
Transparência: este assume uma importância muito grande, pois obriga a uma
publicitação e um conhecimento de todos os benefícios que são atribuídos – devemos
conhecer-lhos, pois estão nos códigos. Mas +e desproporcional que estejamos a ver os
contratos fiscais no DRE – temos a publicidade, mas será cumprido o princípio da

53
transparência? Discussão e analise da vantagens e benefícios atribuídos por esses
contratos. Os estados praticam isso com frequência e os casos mais recente no âmbito do
dto fiscal europeu são os acordos entre o governo e a contribuintes, em que são atribuídas
vantagens fiscais significativas (ainda temos processos relativos a isso muito recentes,
levantados em processo pela UE).
Mecanismo nos preços de transferência: fixar os preços de determinados bens
serviços, etc. esses acordos não são divulgados (acordos prévios de preço) – faz sentido?
Se temos acordos entre a AT e o contribuinte temos uma obrigatoriedade legal de
divulgar, mas nestes acordos não temos essa obrigatoriedade. O regime é o contrário –
regime de sigilo.
Há sentenças que chegam aos tribunais e que envolvem segredos comerciais, e
essa parte é omitida – mas não deveria ser. Com base nesse argumento interessa as
empresas a violação do princípio da transparência.
O princípio exige essa de facto transparência – exceções a determinados
contribuintes: dever de exigir saber para onde vai o nosso dinheiro (dos nossos impostos),
devemos exigir essa divulgação; mas cada vez mais vemos estas situações nos estados.
Paraísos fiscais, regimes preferenciais – e agora com o desmantelamento dos
paraísos recorre-se a outro tipo de mecanismo. Aplicamos o mesmo princípio e exigimos
essa transparência e a divulgação.
. O princípio da transparência é sinonimo da eliminação dos benefícios
fiscais? Em qualquer estado democrático, a definição dos benefícios, quais os
contribuintes beneficiários e quais os seus fundamentos nos fazem aceitá-los como
legítimos. Benesses fiscais amplamente divulgadas e aceites – países como Irlanda,
Luxemburgo, etc. haver esta transparência das opções politicas dos estados (opções
políticas não discriminatórias e não obscuras).
. Foi esta a questão dos acordos prévios de preços: arranjinhos entre
grandes empresas multinacionais e i estado.
Art.º 2.º Estatuto dos benefícios fiscais (EBF): despesas tem de ser contabilizadas,
tem de haver um rigor – estamos a perder receitas fiscais do Estado ao atribuir um
benefício, e ela deve, portanto, ser contabilizada. Os estados têm esta preocupação no OE.
Eficiência: pode ter várias dimensões (jurídica e de gestão, nomeadamente) – prende-se
um pouco com a questão cumprimento das obrigações fiscais. As entidades isentas, pois
mesmo não sendo se tiverem benéficos fiscais (isenção de rendimentos, mais valias, etc.)
o legislador impõe obrigações acessórias – acrescentar outros modelos que acrescentem

54
este tipo de rendimento que possui benefício (que deve estar separado, justamente por
isso).
. Exige modelos a parte separados onde vamos identificar estes outros
rendimentos e o sistema aplicado – o princípio da eficiência exige consequentemente que
não existem tantos benefícios fiscais – até porque os custos são mais elevados. No caso
de rendimentos isentos, não desobriga a declaração do contribuinte a dizer que tem dos
mesmos – e essa declaração tem um custo (se não cumprirmos temos coimas pesadas).
Essa é uma das perguntas que gosta de colocar no exame: obrigações
contabilísticas e de declaração – uma empresa que tem benefícios está isenta das
obrigações acessórias? Não, e muito pelo contrário – precisa ser mais organizada ainda.

Definições:
Para efeitos de exame: enuncie os princípios fiscais aplicados aos benefcicos fiscais
Diga pu demonstre aos principais tipos de benefícios fiscais que forma podem assumird.
Temos de conhecer as formas que podem assumir.

Isenções fiscais: rendimento não é tributado (rendimento, património ou consumo) – os


benefícios são transversais aos impostos. Temos de subdividir essa categoria:
• Subjetivas: são atribuídas ao contribuinte em função da sua qualidade, e abrange
toda a sua esfera de atuação, por ter por base a sua qualidade. Ex. temos uma
autarquia local e no âmbito da sua qualidade a sua atuação é isenta (qualidade de
sujeito publico).
o Outro exemplo é o de uma associação sem fins lucrativos – declarando
tudo e sua qualificação como entidade de beneficência, estará isenta de
imposto – não prossegue atividades de natureza lucrativa. Se
desenvolverem atividades esporádicas lucrativas, estas também estarão
isentas – isenção subjetiva atribuída ao sujeito passivo e não á atividade
em si.
o De um ponto de vista estritamente formal – podemos ter uma lacuna aqui:
uma associação sem fins lucrativos realizar um evento muito luxuoso com
bilhetes muito caros – pode ficar isenta de um ponto de vista estritamente
formal. Esses rendimentos não serão objeto de tributação. Pode haver
evasão fiscal aqui. Podemos também fazer uma relação com isso e o
estatuto dos residentes não habituais – temos aqui qualquer valor sem

55
limite, e temos também que ver o destino do rendimento e em que vai ser
aplicado – a função dos impostos também é a cobertura de despesas.
• Objetivas: aqui o legislador não tem qualquer tipo de preocupação com o
contribuinte – se é deficiente, se tem filhos etc. (as suas características pessoais
não contam). O legislador se interessa pelo tipo de rendimento (dividendos, mais
valias, entre outros). Não interessa ao contribuinte estar nos escalões mais altos
ou mais baixos – interessa o rendimento em si. Interessa ao nível do consumo, por
exemplo.
• Totais: art.º 37.º EBF
• Parciais: art.º 58.º EBF – propriedade intelectual. Temos alguns outros exemplos.
Juros de conta poupança de reformados até certo limite (art.º 20 EBF). No âmbito
do trabalho dependente para jovens – art.º 2.º-B CIRS (temos, sujeito a
determinados limites, uma isenção para trabalho jovem no primeiro ano de
trabalho e nos anos subsequentes alguns outras percentagens de isenção:

Reduções de taxa: residentes não habituais – temos uma redução de taxas aqui. Estes
residentes que se deslocam para Portugal para trabalhar estão sujeitos a uma taxa reduzida
de 20%.
Art.º 58.º EBF: isenção parcial, mas houve uma preocupação dos autores que
recebem umas migalhas pelos livros – temos aqui um limite de 10.000€. Os residentes
não habituais não tem qualquer limite: o legislador esqueceu-se de um limite, pois um
trabalhador não habitual pode receber milhões e ainda vai ter uma redução de taxa.

Deduções à matéria coletável e dedução à coleta (art.º 63.º EBF): benefícios e prejuízos
fiscais a ter em consideração para a matéria coletável – aqui temos em conta os benefícios.
Algumas isenções que são aplicáveis. Dessas deduções a base tributável diferem as
deduções à coleta (depis da matéria coletavel).
Nas deduções a matéria coletavel temos mesmo uma subtração ao rendiemtno, e
depois temos o dito imposto porovisio de deduções à coleta (despesas de saúde, despesas
de educação, eytc.). o legislador teve a preocuoação de estabelecer estes créditos que sºao
dados á coleta
Se uma pessoa teve um reembolso é porque pagou mais imposto do que deveria
ao longo do ano, e depois vai ser reembolsado da diferença.

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MajoraçÕes de gastos (art.º 59.º EBF): exemplo no manual: capitulo dos beneficiose
depois o capitulo das politicas (ler em conjutno). P. 412 – exemplo numérico da aplicação
desta técnica de majoração. Em sede de IRC, na cat. B, os gastos podem ser dedutíveis
vamos a acategria de gastos e vamos distinguir enre o gasto real (gasto efetivo que o
contribuinte dispendeu – dispendeu 100 e pode, cumprindo os requisitos deduzir o gasto
real. Gasto de eletricidade, por exemplo) e o gasto majorado. Vem adicionar ao gasto real
um gasto fictício: vamos atribuir um benefício alem do gasto real (gastou 100, mas tem
um gasto majorado de 40 – gasto total de 140). Tende a ser uam técnica muito utilizada
em sede de benefícios fiscais.

Benefícios automáticos: resultam diretamente da lei – isenções objetivas (entidade


publicas, por exemplo). As deduções a coleta resultam também diretamente da lei.

Benefícios dependentes de reconhecimento: deve fazer um requisito para ter o benefício,


para uma autorização de uma autoridade publica, para lhe ser atribuído – estatuto de
utilidade pública, por exemplo. Tem que ser sempre comprovado antes da realização das
atividades, sob pena de serem tributadas.

Resumos práticos:
ONGs (que podem assumir a forma de Associações e Fundações): isenções subjetivas –
devem ser associações sem fins lucrativos. Antigamente, tínhamos a figura da associação
e da fundação (e da cooperativa, que é uma figura híbrida, cujas isenções não são lineares
e claras). Em termos técnicos e fiscais, a figura jurídica e da associação e fundações.
Exemplos do rendimento resultante de PPRs (art.º 21 EBF): isento de IRC, nos
fundos que gerem estes PPR (que são geridos por instituições financeiras). Podem ser
dedutíveis à coleta no nosso IRS à taxa de 20% (limite de 800€ anuais e acima disso não
é possível deduzir mais).
Incentivo à poupança e para reduzir a pobreza dos pensionistas – faz sentido este
benefício fiscal.

Isenções aos jovens trabalhadores, com rendimentos cat. A: limite de idade entre os 18 e
26 anos que não seja considerado rendimento. Terminando o mestrado, podemos ter esse
benefício, no nosso primeiro emprego após a conclusão (começa a contar desde o último
ciclo de estudos concluído).

57
É tributado 30% o rendimento de jovens trabalhadores – é uma isenção parcial.
30% no primeiro ano, 20% no segundo e 10% no terceiro ano.
[p. 241-265 manual: benefícios fiscais – mas a prof exclui certas partes da matéria, como
vamos ver no manual em comparação com o powerpoint.]

Tipos de benefícios fiscais:


Para efeitos de exame: sempre toca um pouco nesta matéria, relacionando com os
princípios e das técnicas tributárias.
Os principais (os que têm mais estabilidade – pois, mudam a depender dos anos; a
distinguir dos temporários) são estes: para alem do EBF onde estão compilados os
principais, temos também alguns benefícios codificados em avulsos nos restantes códigos
(IRC, IRS, etc.). aqui a questão da sistematização é importante.

Estas áreas tem sido centrais e o governo tem sempre dado atenção a estas áreas:
I&D: benefícios para propriedade intelectual, inovação, centros de investigação
Incentivos fiscais em sede de IRC: fundamentalmente nos gastos, em que o
legislador utiliza a técnica da majoração, nas patentes, no apoio a invenções, etc. e
também temos isenções – atividade desenvolvida por algumas empresas estão isentas de
IRC.
Incentivos fiscais em sede de IRS: temos a dedução à coleta (despesas com
educação) e a isenção de 50% relativa à propriedade intelectual (direitos de autor são
considerados apenas em 50% até o limite de 10.000€.
Incentivos fiscais em sede de IVA: em sede de congressos, restituição de IVA
(não sendo possível a dedução, e dedução de gastos para a organização de congressos,
por exemplo.

CFI (código fiscal de investimento): temos este código – alguns dizem que este código
deveria estar integrado no EBF, por uma questão de sistematização, e até têm razão. O
objetivo. São benefícios dados a PME e microempresas – temos uma preocupação com o
apoio a essas empresas (também que vem muito do nível europeu) – tem muita relevância
pratica. Para efeitos de exame: precisamos apenas do que está no manual e não +e preciso
desenvolver mais, pela especificidade desses benefícios.

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Património cultural: alguns benefícios que são em sede de IMI e de IMT – no caso do
art.º 44.º n.º 1 alínea n) EBF (IMI): prédios classificados de interesse publico ou
municipal, lojas com histórias (interesse municipal) e monumentos nacionais. Em sede
de IMI: Ex.: Loja Pérola do Bolhão no Porto – é uma loja com história. Para isso têm de
requere o estatuto e que o mesmo lhe seja atribuído pela autoridade com poderes na
questão, para terem isenção em sede de IMI.
Benefícios em sede de IMT: na loja com história – se for vendida e tiver esse
estatuto, não há lugar ao pagamento de IMT pelo adquirente (art.º 6.º alínea g) CIMT)

Proteção do ambiente: aqui no âmbito da proteção temos alguns temas que são
importantes – a prof. tem algumas publicações sobre esta matéria.
Penalização: IECs – princípio da equivalência em atividades que poluem, que trabalham
com tabaco, etc. são atividades que são nocivas e o legislador penaliza cada vez mais com
impostos agravados.
Em sede de benefícios, temos alguns exemplos: despesas com certificação biológica de
explorações – há possibilidade de os empresários poderem deduzir 140% das despesas
com este certificado. Temos aqui a majoração de gastos – toma em consideração esses
esforços por algumas explorações em ter uma cultura saudável e sustentável (cultura de
alimentos, por exemplo).
Programa semente: este é outro exemplo que consiste numa dedução à coleta de
despesas, com estes projetos e investimentos nestas +áreas.
Temos também benefícios com carater ambiental atribuído ao imóvel – aqui temos
um benefício em sede de IMI (enquanto os outros são em sede de IRS e IRC): para
alimentar praticas ambientais saudáveis na construção e utilização de energia (eficiência
energética) – janelas, ventilação, estruturas, etc. (requisitos técnicos). Consiste numa
redução de taxa de IMI, que pode ir até 25%, mesmo que exista uma latitude para os
municípios.
. Podem fixar uma taxa em até 50% no caso de prédios rústicos que
providenciem certos tipos de atividades não apropriáveis pelo estado, que prosseguem
determinados objetivos ambientais.

Em termos históricos isto são novidades do fim do século XX e início do século XXI –
antigamente não havia estas preocupações. Eram coisas pequenas, mas que agora tem
grande importância – esta preocupação de tornar os impostos mais humanos é importante,

59
com uma componente mais psicológicas – e assistem-se os progressos. Ex.: antigamente
uma casa era só uma casa, mas hoje em dia tudo é mais pormenorizado (preocupações
com a energia, com o calor, etc.). temos também preocupações em taxar mais
pesadamente alimentos e produtos que fazem mal, e por vezes também benefícios para
esses produtos que são mais saudáveis e naturais. As normas fiscais começam cada vez
mais olhar para estes pormenores.

Doações para ONGs: contribuição monetária e contribuição em espécie – diferença entre


as duas. Doações que podemos dar: as doações em dinheiro podem ter um benefício fiscal
e as deduzimos à coleta – neste cenário, em que temos uma doação em que somos os
doadores, sabemos que vamos ter esse benefício fiscal (um incentivo para doar), e esta
doação é feita para uma associação em Portugal. Temos que ter o doador e o beneficiário
no mesmo território – é uma preocupação de base europeia.
Princípio da não discriminação – existe uma diferenciação entre se o beneficiário
e o doador são residentes no mesmo país? Contribuo para instituições nacionais e também
para internacionais – é injusto que as internacionais não sejam contabilizadas. Se essa
instituição tiver sede em um país da EU, com base no princípio da não discriminação
poderíamos fazer essa doação e ter um benefício – não pode haver discriminação. No
entanto, provavelmente teremos que demandar a dedução por via judicial, invocando o
princípio da não discriminação.
No caso português, na maioria das situações, só tem benefícios fiscais as doações
em dinheiro – não são tidas em conta as contribuições em voluntariado. Temos uma serie
de voluntários que estão sistematicamente a ajudar nesta causa e a associação, e essas
contribuições em espécie não são tomadas em consideração, infelizmente. Podemos
quantificar o valor de um trabalho em número de horas, no entanto.

60
(19/04)

Direito Fiscal Internacional:

O estado português hoje intentou uma ação contra a união, no âmbito de uma decisão da
comissão quanto o offshore da madeira, que não estava conforme as regras da
concorrência – hoje Portugal vai recorrer ao tribunal.
Princípio da transparência na troca de informações, algo de que falaremos mais
adiante. Este tipo de ações toca nos regimes fiscais (regimes fiscais preferenciais) e
questões de concorrência (auxílios de estado).

No âmbito do dto fiscal internacional a preocupação da prof é primeiro a matéria exigível


para exame: rever os conhecimentos e estrutura para o exame. Manual p. 267 (e o capítulo
vai até p. 314) – para efeitos de exame vamos apenas até uma página no meio do capítulo.

Neste primeiro slide também temos uma publicação da OCDE: Model Tax Convention
on Income ando n Capital – este modelo de convenção serve de guia as convenções de
dupla tributação eu os estados seguem. É um guia modelo para as milhares de convenções
que os Estados celebram – a última atualização é de 2017.

Perspetiva histórica:
No caso português, Portugal viveu na primeira parte do século 20 um ambiente muito
fechado ao exterior, com uma ditadura ao longo do seculo que não facilitou – era fechado
sobre si mesmo. A primeira convenção sobre dupla tributação foi celebrada em 1961 com
Inglaterra – mais algumas foram celebradas depois apontando para a adesão à união
europeia e EFTA.
A inserção da união foi um passo extremamente importante para a modernização
do pais – principalmente com a introdução da moeda única no inicio do século 21.
De um ponto de vista da legislação: legislação interna, CIRS, CIVA, CIRC, etc.
entremos agora na parte europeia e internacional. Os instrumentos mais importantes da
vertente internacional, utilizado para resolver conflitos jurisdicionais são as convenções
de dupla tributação.

61
. convenção multilateral ratificada por Portugal, que teve muitas reservas,
mas o objetivo final é substituir as convenções sobre dupla tributação. Esta convenção
ainda esta a ser absorvida e integrada nos diferentes ordenamentos – a melhor forma de
reagirem +e de forma gradual.
. Muitos dos conceitos que vamos analisar estão espelhados nesta
convenção também.
Em termos de integração das convenções, de um instrumento de excelência, e tem
um estatuto no topo da hierarquia (coloca-se essa dúvida, se inclusive tem uma autoridade
superior às normas constitucionais). Os constitucionalistas dizem que as mesmas têm de
estar conformes as normas constitucionais – na prática quando os estados celebram estas
convenções não podem depois normas internas virem derrogar estas convenções – a lei
ordinária não pode derrogar este regime estabelecido nas convenções.
No caso português – tem ocorrido situações de normas que foram introduzidas
que vem alterar o regime que esta estabelecido nas convenções: isto tem acontecido e
gera tensões entre os estados, levando até mesmo a denúncias por parte de alguns.
. acordamos algo de forma bilateral e depois normas internas vem derrogar.
. principio da boa fé – principio de interpretação muito importante: os
tratados fiscais estão também sujeitos a este principio.

Estas convenções sobre dupla tributação tratam de convenções bilaterais (entre dpis
estados) que versão sobre matérias fiscasis, impostos sobre o rendimento (na convençõa
da oCDE aparece rendimento e capital, porque em alguns países estes concentios estão
autonomizados, diferentemente d eportugal).
Versão sobre impostos d erendiemtno, e não património ou consumo ou
aduaneiros – com exceção apenas no regime das trcas de informações. Art.º 26.º das
convenções – geralmente regulam as tricas d einformações, para evitar a fraude
(geralmente cobrem todos os impostos, para evitar a evasão e fraude).
De resto toda a sua estrutura tem por objeto os impostos sorbe o rendimento

Objetivos:
Trocas de informações – prevenção da fraude e do abuso fiscal: de que forma conseguem
prosseguir este objetivo? Tricando informações entre si e alertando sobre situações ilegais
Eliminaç~
Ao ou redução ou mitigaç~

62
Ao da dupla tributação:

(…)
Existe ónus para os contribuinte e para o pais de residência, que tem de ter pessoal
qualificado, com competências linguísticas. Na convenção das nações unidas privilegiam
o princípio da territorialidade, a não ter de aderir a esse ideal de uma tributação mundial.
A convecção multilateral vem alterar este paradigma – geralmente não atribuem o lugar
da residência o poder maior de tributação/jurisdição

Pais da fonte – princípio da territorialidade


• Através de retenções na fonte: o rendimento quando é pago é sujeito a retenção
pela entidade empregadora
• Através do estabelecimento estável

Numa situação normal, na ausência de tributação sobre dupla tributação: um cidadão A


residente na Alemanha tem rendimentos em Portugal – rendimentos de capital (taxa de
205%). Vai ter de declarar esses rendimentos aqui e na Alemanha – temos uma dupla taxa
tributaria: uma taxa de 28% aqui e depois outra taxa na Alemanha).
Neste caso, vamos pedir concessões em ambos os estados – no país do território
do rendimento (aonde é auferido): em lugar de aplicação da taxa de 28% vamos ter taxas
mais reduzidas. Nestas situações, rendimentos financeiros de juros obtidos em outro
estado – agora passa estar sujeito a uma taxa de retenção de 18%, pela convenção (vai
atenuar a dupla tributação).
Ainda continua a incidir imposto estrangeiro sobre este rendimento – a via seguida
pelo país de residência é creditar o imposto pago no estrangeiro: isso é utilizado em
Portugal. Na declaração de rendimento estrangeiro, vai ter de indicar o rendimento e este
pode ser creditado no imposto que vai estar sujeito no país da residência. O método de
eleição é esse método de crédito, do imposto que já foi pago em outro país.
Existe também o método de isenção: em que isenta o rendimento que já vou
tributado no estrangeiro. Esse método é raramente utilizado, usando o método de crédito
– gosta de aderir a este principal da tributação mundial do rendimento dos seus
contribuintes.

63
Confrontando um pouco o princípio da residência e territorialidade – o alívio é só ao
tempo da entrega da declaração, e o cumprimento de preenchimento de formulários, etc.
notas de rodapé 452, 453, 454, 455 no manual – discorrem sobre os custos e tempos
perdidos para preenchimento de declarações e formulários (também acaba por incentivar
a fraude e a evasão) – é um processo dispendioso para a autoridade e para o contribuinte.
Os contribuintes para se poderem fazer valer dessas taxas de retenção na fonte
mais reduzidas têm de cumprir declarações acessórias antes, que são obrigatórias – um
ritual anterior que tem de ser cumprido.

Resumos práticos
Sítio da AT sobre as convenções, que está atualizado com todas.
Temos um resumo do que a convenção modelo da OCDE abrange, e a convenção das
nações unidas – problemas de taxas de retenção na fonte, com sumários rápidos.

Taxas reduzidas de retenção na fonte: é a preocupação das convenções cobrir todas as


situações? Não a preocupação é de tratarem os rendimentos mais importantes. Os
rendimentos são catalogados com base nesta trilogia: dividendos, juros e royalties. Ao
celebrarem as convenções selecionam determinados rendimentos que pela sua
importância e assim pedem um regime fiscal mais favorável – nas convenções
encontramos taxas reduzidas a estes três rendimentos que falamos.
As convenções têm também preocupação em cobrir outros rendimentos: trabalho
dependente, estudantes e académicos, rendimentos de mais-valias, entre outros. As
convenções têm 20 e poucos artigos – temos uns 10 artigos aproximadamente que vai
tratar dos rendimentos.
. Se nestas situações temos um cúmulo de jurisdições (nesta tríade) nas
outras situações de rendimentos, na sua maioria, os estados atribuem a jurisdição
exclusiva a um dos estados – que é o país da residência. (ex.: rendimento de pensões).
. Aqui não há repartição de soberania, e repartição de receitas – os estados
negoceiam atribuir a jurisdição exclusiva ao país da residência. Este é o regime regra,
mesmo que existam outras convenções que sejam diferentes.

Não vamos precisar fazer analises de convenções em concreto, pois são várias – não é a
preocupação ver as nuances. Vamos tratar de forma geral a forma como os estados

64
reduzem ou eliminam o problema da dupla tributação: País da fonte (que tem de reduzir
taxas) e país da residência (que tem de creditar impostos pagos no estrangeiro).

Ainda no âmbito das convenções – princípios de interpretação


Boa-fé: estabilidade e expectativas criadas pelas partes nas negociações, e uma vez o
tratado acordado, que não haja leio ordinária que venha derrogar o acordado entre os
estados – nos últimos tempos tem acontecido certas situações que tem levado a denúncias.
. Rendimentos de pensões: atribui a tributação exclusiva ao país da residência –
isto assume, por esse princípio que o pressuposto é que este rendimento seja tributado no
pais da residência. Portugal vem colocar um regime que isenta a tributação de pensões –
mas o que acordaram foi outra coisa, e agora não estão a ser tributados. Temos uma norma
interna a derrogar aquilo que está previsto nas convenções.

Assentando estas convenções no princípio da territorialidade e da residência, precisamos


saber quando nos tornamos residentes em um determinado estado. Se as convenções
definem uma série de termos, o conceito de residência não é definido nas convenções – é
definido nas normas internas, e só tem um papel a desempenhar no caso de dupla
residência ou de não residência
Ex.: uma empresas tem residência direção efetiva em lisboa (Portugal), mas o
outro estado (Áustria, por exemplo) vem dizer que entende que essa empresa tem também
direção efetiva em Viena - temos um conflito de residências. Traz uma consequência
muto dura para a empresa em questão – vai ter o seu rendimento tributado em dois lugares
(isso é uma das preocupações das empresas digitais). Temos de ter essa perceção.
Havendo conflito de residência, só e apenas nestas situações é que entra em jogo
a convenção sobre dupla tributação, pois o conceito de residência é extremamente
importante para a soberania nacional.
Para efeitos de exame vamos precisar do conceito geral de residência – temos
outras situações no manual. (p.267 a 272, 291-293). Temos também que explicar os
métodos para eliminar ou reduzir a dupla tributação internacional.

Questão: convenções de dupla tributação – ouvimos que também podem causar casos de
não dupla tributação: caso da Apple – usando os critérios de residência de ambos os
estados conseguem que não sejam considerados residentes em nenhum deles. Na situação
da Apple, nós temos o critério da sede e da direção efetiva: é considerado residente nos

65
EU as empresas com sede nos EUA – a empresa para não ser tributada estabelece a sede
na Irlanda. Mas na Irlanda tributam apenas as empresas com direção efetiva, e a Apple
tem direção efetiva nos EUA. Resumindo e concluindo, não tributado em uma base
mundial em nenhum dos sítios.

Pessoas singulares não residentes em Portugal – trabalhadores de cat. A: tem direito à


deduções à coleta? Temos de distinguir o contexto internacional do contexto da união
europeia.

Trocas de informações:
No dto internacional temos uma parte importante dos acordos justamente sobre as tricas
de informações – este manual foi publicado em várias línguas e em vários países. Em
1999 começou a se desenhar o sistema das tricas de informações – em termos de
bibliografia e normas é muito importante uma pesquisa, e ler bastante.
Princípio da transparência: está na ordem do dia, com um ataque aos regimes
preferenciais – como é o caso agora da madeira (é o último incidente). Aqui não
exatamente toca na trica de informações, mas sim no regime fiscal aplicável.
Era preciso tributar efetivamente e para isso, numa base mundial, como o país da
residência tem conhecimento dos rendimentos obtidos em pais estrangeiro – só é possível
através de tricas de informações. Em 1999, os países fiscais não tinham tanta relevância,
até que entraram na ribalta por indicação de académicos. Com os atentados de 2001 istro
mudou, pois o dinheiro escondido poderia estar a financiar atividades terroristas – hoje
em dia os países mais realistas e as empresas multinacionais escolhem países com
sistemas mais favoráveis (irlanda, EUA, e outros, com regimes mais competitivos).
. No fundo os países não têm uma atitude coerente, tributando certos
rendimentos e outros não – dão concessões e benefícios em certos lados. É isto que está
hoje em dia sob mira – a falta de transparência (a quantidade de benefícios, acordos
prévios de preços, etc.).

Foi neste contexto que começaram a surgir estas preocupações. As trocas de informações
aparecem em vários diplomas e enquadramentos legais:
• Convenção multilateral sobre assistência administrativa mútua (OCDE atualizada
em 2011 – da qual Portugal é membro: cobre todos os impostos a não ser os
aduaneiros. É uma convenção em que uns grandes leques de países se

66
comprometem a trocar informações entre si – há sobreposição legislativa, que é
querida pelos estados e pelo legislador.
• Diretiva relativa a cooperação administrativa no domínio da fiscalidade
(2001/16): também cobre todos os impostos com exceção dos impostos
aduaneiros, à nível da união europeia.
• Art.º 26.º convenção da dupla tributação OCDE: entre os estados contratantes, e
todos os impostos menos os impostos aduaneiros.
• Acordos específicos: Acordo celebrado entre dois estados que é específico e que
olha para determinados impostos, e olham para a trica de informações nestes
domínios
o Parece uma bateria de instrumentos legislativos, e na prática acontece
sobreposição – no caso de conflito temos de aplicar regras de interpretação
– a norma especial derroga a norma geral. Ex: se uma matéria é regulada
na convenção multilateral e na diretiva, aplicamos a diretiva, pois esta é
norma especial relativamente à convenção que é geral.

Também faz sentido estes diferentes diplomas por um motivo: as modalidades são
importantes. Temos estes diferentes níveis e diferentes instrumentos, e cada um deles vai
privilegiar uma das modalidades – o art.º 26.º da convenção modelo, por exemplo
privilegia uma troca de informações a pedido (desencadeia um procedimento para tal),
enquanto a diretiva prevê uma troca automática.
Modalidades:
• Trocas de informações automática: diretiva – neste momento ela aplica-se ao nível
financeiro, os países da fonte devem automaticamente transferir esta informação
para os países de residência de um modo automático.
• Troca de informações espontânea: esta era em termos históricos a mais
interessante aos estados, pois um estado contacta o outro se verificar alguma
irregularidade ou ilícito. Pode solicitar ou enviar informação (ex.: tenho aqui uma
informação relevante sobre um cidadão estrangeiro e vou partilhar essa
informação). São informações que podem indiciar ilicitude que de outra forma
não seria descoberta
• Troca de informações a pedido: convenção modelo da OCDE

67
Delimitação do tipo de informações: a troca tem de ser sempre com base em
pedidos específicos – uma AT não pode solicitar informações pessoas sobre o
contribuinte (base de dados e nomes de clientes, e não só o rendimento – afeta o segredo
comercial). Tem de se conformar com os princípios da proporcionalidade (não pode pedir
toda a informação que tem – o pedido tem de ser específico).
Que tipo de informações: no passado o legislador aderia ao conceito de
necessidade – se a AT verificasse que havia necessidade de mais informação num
processo de inspeção, aí poderia recorrer a outro estado. Vieram diminuir o requisito da
necessidade – agora tem que ser “previsivelmente relevante”: hoje em dia é possível dizer
que a AT está a analisar uma situação a nível de IRS e pode ser previsivelmente relevante
ter informação sobre o património do contribuinte em outro país – vem aligeirar a favor
da AT expandir esse pedido de informações.
. alargar esse pedido, mas todas essas modalidades são conformadas por
princípios.

Princípios: as ações são ganhas ou perdidas com base na violação ou conformação destes
princípios.
• Proporcionalidade: pedidos específicos, que não podem ser gerais de forma a
entrar na privacidade ou segredo comercial dos contribuintes.
• Reciprocidade: em que se afirma a este nível – se nas convenções temos a
reciprocidade de aplicar taxas reduzidas na retenção na fonte, por exemplo, nas
trocas de informações, ambos os estados se comprometem a partilhar estas
informações, tendo em conta o procedimento necessário. Existe uma interação
entre os estados.
• Transparência: implica a troca efetiva dessas informações – na união é até
automática; e uma ausência ou caída do sigilo bancário, em caso de ilicitude.
Serão muito poucas as jurisdições que ainda mantem o sigilo bancário – já estão
todas sintonizadas, pois aqui a troca de informações é muito relevante.
Fazer uma referência para os princípios que tratamos no início do curso – ler as notas de
rodapé do manual, que são muito importantes neste capítulo (p. 300-310). Ler também
algumas referências bibliográficas que estão no livro.
Quando o contribuinte desafia o conceito de informação previsivelmente relevante
– aí é que chegamos a “prova dos noves”, pois esbarramos na privacidade. A questão do
segredo comercial também é extremamente importante.
68
(26/04)

Direito Fiscal Europeu:

É uma matéria muito importante tendo em conta que Portugal é membro da união
europeia – para efeitos de exame, p. 315 a 335 do manual. Da p. 335 a 343 é de leitura
facultativa – não estará no exame nenhuma questão que incida sobre esta matéria, mas a
leitura é recomendada: aqui vamos encontrar análise de jurisprudência da união. Pode
ajudar em outras questões que porventura apareçam no exame, para clarificar alguns
pontos.
Outra recomendação: Neste capítulo é importante ler o texto principal e as notas
de rodapé, que aqui neste capítulo são quase tão importantes quanto o texto principal.
Jurisprudência o mais possível coerente nesta matéria – as leis americanas e britânicas
são de base jurisprudencial (têm uma história por trás, casos que se tornaram em
jurisprudência que posteriormente foi tratada e transformada em lei). As próprias normas
obedecem a determinados cânones e a certos precedentes – contribui para a coerência e
estabilidade na justiça.
Portanto, nesta matéria do direito fiscal europeu o tribunal de justiça tem papel
importante, em termos de estabilidade e de aplicação da lei.

Em termos de direito fiscal europeu, quais os exemplos de sucesso legislativo no contexto


da união europeia? Temos a Diretiva do IVA, o Código Aduaneiro, Diretiva das
sociedades mães e filhas, entre outras. O topo é o código aduaneiro, que é o único código
que temos.
Convenção multilateral fiscal – adotada ao nível da união mas é uma iniciativa
internacional.
Outros sucessos: a introdução da moeda única, e também em termos de
prossecução das liberdades fundamentais, o contributo dado pelo Tratado de Maastricht
(cidadania europeia).

Relacionar estes principoios com outros que conhecemos – o principio da não


discriminação: os objetivos fundamentais do tratado é garantir um espaço económico e
garantir as liberades fundamentais de circulação. Para garantir essas liberdades, para além

69
das disposições dos tratados, a união tem prosseguido elas com medidas legislativas
(diretivas, código aduaneiro, diretiva dos IECs – que visam coordenar a legislação dos
estados) e, paralelamente e especialmente o TJUE. Principalmente aplicando o princípio
da não discriminação – que é um fator de implementação dessas mesmas liberdades.
Vamos garantir que as regras fiscais aplicadas internamente são aplicadas aos
restantes cidadãos da união europeia – eliminando elementos discriminatórios das
legislações internas. Tudo isto foi propositado – movimento legislativo e jurisprudencial
– que dá esta estabilidade ao dto fiscal europeu.

Em termos históricos: a união começou por ser uma união económica. Uma ambição
naquele tempo, logo depois da segunda guerra mundial – nesta, alguns países foram
completamente destruídos e há o esforços de reconstrução desses países, para se
reerguerem. Depois de toda a tempestade, há uma mudança e tempos de construção –
provavelmente veremos isso também depois da pandemia.
Os estados depois destruídos da segunda guerra, a melhor forma foi de craiar-se
acordos económicos entre os estados. O primeiro objetivo era a livre circulação de
mercadorias, que foi essencial – o sucesso do CAU veio beneficiar a todos, era do
interesse de todos (um sacrifício de todos que depois cria um benefício).
Havia ideias de se criar também um imposto comum, mas isto nunca aconteceu –
no caso do IVA, foi execelente, pois veio intriduzir eficiência e simplificade, tendo sido
abraçado pelos estados. Tem tambe´m sido exportado para fora da união europeia,
principalmente para países da ASIA E medio oriente.

Ainda em termos históricos começamos na década de 60 e são referidos trabalhos durante


o seculo XX – querem mais harmonização sobre os impostos sobre o rendimento e sobre
o património. É difícil por conta dos princípios da territorialidade e a livre circulação,
mas há aspetos interessantes, como o aspeto das sucessões. No caso portugues, os
impostos sobre o património eram muito casuísticos.
Devido á diversidade neste campo, temos uma maior harmonização nos impostos
indiretos. Projeto Newmark – queria uma harmonização muito ambiciosa que envolvia
impostos diretos e indiretos, e por isso não avançou.
Temos um relatrioa (p. 318) que pretendia colocar medidas para harmonixzar a
circulação de capitais – foi um estudo e as coisas mantiveram-se relativamente calmas
desde o fim da década de 60 até o fim da década de 90. Em 1967 temos um projeto d

70
acpomissão que repescava projetos anteriores, comum trabalho teórico – e depois temos
em 1970 um relatório que queria tentar um harmonização por um sistema uniforme de
tributação de lucros (um sistema clássico, com dupla tributação económica), o q eu não
interessava e por isso foi parado.
Em 1990, a comissão se juntou com uma motivação política forte para avançar
com um novo nível de harmonização, ao nível do rendimento – estava sempre na ordem
do dia a questão da não discriminação e livre circulação. Princípios da territorialidade e
residência implicavam em uma dupla tributação, que também deveria ser eliminada.
3 diretivas fundamentais
Sociedades mães e filhas – tratamento mais justo na tributação de rendimentos e
dividendos. Cobrae apenas a distribuição de dividendos de emrpesas associadas, e esses
das sociedades filhas fica sujeitas e tributação mais benéfica.
Os estdos abdicam desta receita e os licros serão tributados ao nível da sociedades
– teremos apenas um nivek d etributação. Ao serem distribuídos não serão sujeitos a
tributaçãp: ex uma sociedade com sede na Alemanha com filial em Portugal – os lucros
sºao tributados em Portugal e já não serãp tributados na Alemanha. O propósito da dirtiva
foi eleimniar esse problema de dupla tribução económica.
Tributação d ejuros e rioyalties: em um dos relatórios dizia que era importante olhar para
rendimentos de natureza financeira e a sua tributação no pais de residência e no pais da
fonte – os jutos e royalties e ficam isentos de tributação na fonte. Ficaram a aperder os
países da fonte e ops ganhadores foram os países da residência.um dos países que
geralnehte est+a na situação da fonte e que ainda critica este regime é a Holanda – estes
países tem sistemas ficsia smuito estáveis e mesmo na segunda guerra mundial a holanda
não abdicou do seu sistema fiscal, memso com o pais destruído (não quiseram aumentar
os impostos, preferindo fomentar o comércio e manter o investimento).
Covenção de arbitragem: obriga os estados, quase haja correçoes a matéria coletavel em
outri estado, em que seuma At de uma pais fizer um ajuste deve comunicar á AT de outro
pais para evitar a dupla tributação.
Havendo ajustamentos, geralmente é para pior e pode levar a uma dupla tributação
– em termo de atuação das ATs a maioria tem preocupação de ser sempre para “mal” do
contribuinte. Algumas ATs já estão a tentas a situações me que há prejuizo para o
contribuinte e aqui ela mesmo corrige para melhor. Além da AT ser parte, também
prossegue o interesse público.
Quanto esta convenção, ainda estamos para ver o seu

71
Relatório Ruding – foi ele que despoletou muito s estudos na época, trazendo uma
vivacidade em termos d eolhar para os impoistos seobre o rendiemtno para uma maior
harmonização

Depois de 1990: nós entramos em uma fase relativamente calma, com uma serie de
projetos (a mais recente é o da base consolidada comum da matéria coletável). Neste
processod e harmonização dos impostos sobre o rendimento, os ganhadores são os países
mais desenvolvidos e os países da residência. Nesta proposta, as diretrizes vêm para
beneficiar países, como Alemanha, frança e outros com uma base industrial que tem
muitas empresas como sede.
Esta base tributável do IRC será repartida por diferentes estados com base em
diferentes critérios – os países maiores iriam arrecadar uma maior fatia. Países como
Portugal e outros seriam prejudicados e por isso a proposta não vai a frente.

Sucessos do século XXI: podemos, e bem, com o apoio da OCDE avançar em outra frente
– no combate a fraude e evasão fiscal. Ex.: planeamento fiscal agressivo – olhar o
comportamento dos contribuintes para tentar a prevenção à fraude, por meio também das
tricas de informações e prevenção do abuso. Nesta última área, tem vindo a ser publicadas
varias diretivas para evitar o planeamento fiscal abusivo e agressivo.
Assimetrias: as diretivas mais recentes visam resolver problemas de conflitos de
jurisdições – entre território e residência, relacionados com a qualificação de
rendimentos. Ex: se é trabalho independente ou dependente – de acordo com a legislação
de diferentes países. Estamos a falar de situações de “mismatch”.
Ou situações me que o contribuinte não é tributado nem no país da residência e
nem no pais do território – determinados rendimentos ficam de fora. Aqui foi a
preocupação por um lado – manter o combate aos paraísos fiscais (“todos devemos pagar
um mínimo de imposto”). As diretivas mais recentes vêm nesse sentido – caminhar para
relações de simplicidade, pois interessa que qualquer seja o rendimento ele deve ser
tributado na fonte – aderimos ao princípio da territorialidade.
Ao nível do abuso, de facto ao nível da união temos tidos passos de avançar com
estas diretivas que tentam na medida do possível evitar estas situações, para que os
rendimentos sejam efetivamente objeto de tributação.

72
TJUE: no século passado e a partir da década anterior temos muitas decisões importante,
como em 1986 (Caso …, que implica com o problema da liberdade de serviços e liberdade
de estabelecimento - temos filiais em frança e o estado francês a estas filiais dava-lhes
um tratamento diferente por eram filiais de uma empresa europeia. Aí a legislação
salvaguarda a liberdade de estabelecimento, e estas filiais não podem ser discriminadas –
p. 328).
Temos outros casos, mas é a partir da década de 90 que o tribunal começou a virar
mais a cabeça e a ser mais corajoso em termos de olhar para as legislações internas dos
estados e dizer se estavam conforme o princípio da não discriminação. Garantir esta
afirmação e estas liberdades fundamentais, com alguns casos mais realistas e outros
menos realistas.
Depois o que temos é o tribunal de justiça a aplicar este principio da não
discriminação – o que aconteceu ao longo destas décadas: o principio da não
discriminação teve vencimento em alguns casos e não vencimento em outros. Mas quais
são os comportamentos que são discriminatórios e com os quais não concorda? Pode
haver legislação que discrimina e não é injusta?
. tratamentos discriminatórios justificados e injustificados: se no inicio os
casos eram poucos, com os constribuintes e escritoriso, os casos depois começaram a
aparecer mais. O TJUe disse que temos de olhar para os ordenamentos fiscais internos,
as normas europeia s e o principio da não discriminação
Caso bachmann: tributação de pensões no pais da residência – queri deduzir os
rendiemtnos cde pensões que ibtinha em outro spais da união. Implica uma relação de
causalidade du«iteta, pois as pensões são rendiemtnos nacionais. Se admitirmos a
dedutibilidade podemos perder o controlo e até mesmo potenciar a afraude – é o pais de
residência que pode tributar as pensºoes egarantir ao mesmo tempo a respetiva dedução
que deve ser controlada pelo pais de residência (relacionar esse rendimento com o que
vai serefetivamente tributado ao nivcel das pensões). Essa argumento da coerência ainda
se mantem – ex.: um trabalhador que tem a sua refirma pode dizer que quer complementa-
la com um fundo de pensões – posso fazer a dedução? Está a fazer a dedução para que?
Há esta relaºãoi de coerência e de fio condutor. Deduz hoje, mas vai ser tributado
no seu rendiemtno depois.
O tjue também aceitou tratamentos discriminatórios nesse caso muito importante: temos
ao nível da união, ao nível dos estados membros, as convenções d eudpla tribução que
são instrumentos de dto fiscal internacional – estão ao novel da constituição. As normas

73
ordinárias não podem afastar a estrutura das convenções obre mdupla tributação. Mas e
as diretivas? Se uma convenção sobre dupla triburtação estabelece um determinado
regime e a diretiva comunitária aplica outro, o que fazemos? A maioria das convençoe
cautela as diretivas europeias, mas no caso de conflito prevalece a legislação da união
europeia. Aqui não há grandes duvidas.
A duvida surge, de olhar para as convenções ocmo relacionar elas com o principio
da não discriminação: ex.: tratado Portugal-espanha – os estados são livre para
estabelecer, por exemplo, pagamento de juros ou dividendos com retenção na fonte a
10% (empresas portuguesa e acionista espanhol, por exemplo). Entretanto temos um
cidadão sueco, e nesta mesma situação temos uma taxa de 15%, que é mais gravosa –
vem o contribuinte sueco dizer que temos uma discriminação. Pode o cidadão sueco
invocar que Portugal concede um tratamento fiscal mais beneficoo nessa covenção com
espanha? O Tjue vem dizer que temos a liberdade de circulação e que claramente
Portugal está a discriminar o cidadão sueco – esse tratamento mais favorável pode ser
estendido a outros contribuinte de outros países? Não, porque aqui também
adiscriminação +e justificada, pois temos convenções bilaterais entre os estadso -é outra
das situações me qu etemos sitações discriminatórios justificadas com base no regime das
convenções obre dupla tributação
p. 334>: situações d eregime s que são concebidos para vigrar
exclusicamente no espaço internmo. Tributação d egrupos, por exemplo, em que na garnd
emaioria dos estados onde temos normas especificas para grupos temos a preocupação da
fraude.

Afirmação do principio da não discriminação – situações sme que o TJUE aceita


tratamentos discriminatórios, e quais as suas bases.
As situações mais correntes é olhar para as normas nacionais e idenf«tificar as normas
discriminatórias, em que os contribuintes vão ao tribunal e dizem que são discriminatórias
– concretamente um determinado rendiebto de um contribuinte é sujeito ao regime fiscal
A, e o memso rendiemtnos de outr conrtrbuinte europeu também tem que estar sujeito ao
regime A. A solução legal terá de ser a mesma e nãp pode haver discriminação.
Em outros casos de isenção, se não der há discriminação e assim o TJUE o
qualifica – questão dos benefícios fiscais.

74
Questão de exame: perguntar de desenvolvimento indireta – ver a perspetiva histórica, as
diretivas, os problemas e o papel do TJUE, dentro da não discriminação distinguir os
tratamentos justificados e injustificados, ver a jurisprudência e casos mais emblemáticos.
Os estados, quando o tribunal diz que a pratica é discriminatória, ou eliminam o
problema, como um benefício fiscal, ou mantém o benefício e o estendem aos não
residentes da união.
Também para efeitos de exame, é importante ver as notas de rodapé 541 e 542, e
564 (medidas anti abuso – definição de abuso em sede de IVA, se porventura sair uma
questão sobres isso).

(03/05)

Infrações tributárias:

p. 345-368 do manual: este capítulo é extenso e compreensível, e não faz muito apelo a
normas dos códigos e legislação. Nos exames a professora procura sempre colocar nas
questões a matéria da ilicitude fiscal, principalmente relacionando com os princípios
(transparência e simplicidade) – costuma sair sempre uma questão relacionada a isso e ao
abuso, junto com o princípio da transparência.
Na prevenção do abuso há uma figura que introduzimos recentemente –
beneficiário efetivo: as transações têm de estar sempre conectadas ao um contribuinte,
que tenha uma identidade. Não pode ser por exemplo uma sociedade em que não se saiba
quem são os códigos. Precisamos identificar o detentor do rendimento.
Nas diretivas que temos para prevenir abusos, constatamos que não são refinadas,
tendo eu ser mais alargadas. No caso do contribuinte efetivo, tem de ser identificado só
os sócios maioritários por exemplo.
No que temos assistido, e muito nos termos dos EUA, eles tem vindo a processar
uma serie de bancos suíços que não tem cumprido todo uma serie de requisitos em nível
de transparência, e um deles é ter cliente que não são identificados (ou que são
identificados apenas com números).
. o que tem acontecido é que estes bancos têm chegado a acordos com o
International … Service, e estes clientes tem sido identificados. Tem sido também
fornecida uma lista de cliente, o que tem reflexos a nível internacional.

75
. Na Alemanha a AT pode obter informações ilícitas para inciar
procedimento, o que não é permitido em Portugal. E podem obter informações de outras
AT, como num “branqueamento” de informações fiscais.
. A lista dos clientes ao nível das trocas de informações não estamos em
um âmbito diferente.

Ao nível da ilicitude fiscal: por que falamos sobre o abuso? A maioria dos legisladores
comtempla situações que podem gerar dúvidas se são abusos ou atos ilícitos. Um abuso
aplica sempre um diferimento do imposto ou uma atenuação do mesmo. Mas ressalva-se
sempre que estas situações não podem scair no âmbito da ilicitude. Compete aoi juiz
perante os factos dizer se estamos perante concretamente um comportamento ilícito, e aí
vamos ao código das infrações fiscais.
A parte mais difícil são as zonas de fronteira – por vezes esta fronteira é tão ténue
que as paredes são muito finas “as que separam as paredes da prisão”. Isso acontece por
que? A objetiva menção do ilícito penal tem vista a dar mais segurança a quem aplica a
lei e ao infrator (sabe qual vai ser a sentença). O nosso sistema, o dto penal assente em
dois pilares muito importantes ao cometermos a qualquer ilícito temos de ter consciência
do ilícito e de intenção de praticar o comportamento – alem disso temos o conceito de
culta que é o elemento subjetivo. Este elemento que está agora em crise. Como vamos
provar intenções? Em termos concretos temos sempre o exemplo concreto do “esqueci de
incluir determinado rendimento do IRS”, por exemplo. A intencionalidade aqui é
importante.
+e diferente do desconhecimento, que para aquela não há desculpa. O legislador
tem refinado e deixado de lado a questão da intencionalidade e tem se circunscrito a
situações não não cumprimento dentro do prazo. Os elementos subjetivos desaparecem
Paralelamente a esta mudança, em que temos um dto mais objetivo, temos outro
objetivo importante, que assenta mais na prevenção do que na repressão. Interessa aos
estados, ao nível das normas eliminar a subjetividade, e reduzir a criminalidade e ilicitude,
e despesa com a gestão das prisões (que é muito avultada e complexa). Por tanto os
estados utilizam cada vez mais nesses casos, em que há um dano patrimonial, o
importante é a reparação deste dano patrimonial obrigando, por exemplo, os contribuintes
a vir e declarar os rendimentos tributando-os ou utilizando uma panóplia de sanções
acessórias que são mais de tipo comportamental que vão incidir sobre o infrator e cujo
objetivo é evitar ou prevenir que os comportamentos se voltem a repetir.

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Ex: um técnico que comete uma fraude ou uma empresa que quer obter subsídios:
vamos ter a reparação económica e relativamente a empresa, fica inibida de exercer certas
atividades ou fica inibida de obter subsídios por um período de 10 anos. Se for um
profissional pode ficar inibido de exercer a profissão durante um tempo determinado.
No fundo os juízes ao aplicar as sanções, ao nível do dto penal em geral e dos
países em geral, podem dizer que vai a uma instituição e vai tentar com que altere o seu
comportamento e psicológico. Acaba por eliminar também a despesa com as prisões.

Fronteira ténue que existe entre os abusos e a ilicitude – muitas vezes os abusos acabam
por ser a ponta do iceberg, e depois contactam que existem mesmo crimes (como no caso
do Starbucks): há uma ligação com a cooperação internacional e o princípio da
transparência em termos das autoridades judiciais e penais. Pois mesmo que comece como
um abuso, muitas vezes interligam-se com crimes por trás.
Temos equipas de inspetores que começam a verificar situações de abusos, e
acabam por encontrar falsificações de faturas ou transações fraudulentas. Mas com
frequência é pedida ajuda à PJ e à ASAE, outras entidades fiscalizadoras, que atuam em
equipas que incluem inspetores tributários e não só. E com os próprios organismos
internacionais.
Pretende-se cada vez mais estas equipas multidisciplinares – no campo aduaneiro
é muito importante a questão da segurança, por exemplo (temos a ASAE, com técnicos
que podem ser chamados – falsificação de alimentos ou alimentos adulterados). Também
temos questões de apoios financeiros – investigação com apoio do BP ou outras entidades.
Vai para qual tribunal? A parte do abuso relacionada com infração fiscal fica
suspensa até que se resolva o resto – a parte maior acaba por consumir a menor que fica
em espera. imagine que os inspetores façam correções em uma situação e depois veem
que existem falsificações – primeiro vamos resolver a questão da ilicitude. Preocupação
dos tribunais em gerir a ilicitude e depois tratar as questões ao nível administrativo.
. Há determinados países em que o crime não prescreve, como na Inglaterra
– no caso português temos penas de prescrição, e depois disso não pode ocorrer
julgamentos sobre o caso. Mas existe uma tendência de alargamento destes prazos. Há o
ilícito penal e contraordenacional, e a prescrição diz respeito ao tempo para se liquidar o
imposto.
. a AT tem 4 anos, com exceções no caso de abuso, para liquidar o tributo
– passados os quatro anos não pode mexer na declaração do contribuinte. Mas se for

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cometido um crime, a prescrição aumenta para 10 anos e pode responder criminalmente
por uma liquidação que não pode ser mexida, por exemplo.
. Prazos: nota 566 manual – na LGT estipula-se um prazo normal de 4 anos
para a liquidação dos tributos, que pode se alargado até 12 anos em caso de
comportamento abusivo ou fraude. Temos também ainda um prazo de 15 anos – por isso
é importante manter todos os documentos guardados até pelo menos 10 anos (está é a
recomendação).

Para efeitos de exame: planeamento abusivo, medidas de correção da matéria coletável


(CIRS – medidas antiabuso, princípio da transparência, e outras medidas).
Ilicitude fiscal: em alguns países esta não tem um tratamento especial, e cai no
código penal com uma norma geral. Até 2001 não tínhamos no código português um
tratamento especializado para a matéria – temos este regime geral das infrações tributárias
(RGIT).
Infrações tributarias e não fiscais, por que o tributário cobre também outros
fenómenos como as taxas, que são verdadeiros impostos que a administração trata
como contribuições. Inclui outras figuras para além do imposto.
Esta especialização +e criticada pela professora, tendo em vista o princípio da
simplicidade, visto que temos ilícitos penais económicos no CP português.
Mas neste RGIT temos crime e contraordenações – os crimes cobrem a ilicitude
mais gravosa e as contraordenações a ilicitude menos grave. Como se mede? No caso do
dto fiscal, quando há uma ilicitude de dano patrimonial temos as condutas que levam a
um dano igual ou superior a 15.000€ (o legislador estabelece mesmo um limiar
económico). Se o dano patrimonial que resultou de não se incluir um rendimento não
ultrapassa o liminar de 15.000€ não pode ser aplicada ao infrator uma pena de prisão, mas
será aplicada uma coima – a gravidade é medida em termos económicos ao tesouro
nacional.
O legislador inclui no RGIT os crimes e contraordenações contra a SS também,
incluindo um liminar económico – é crime quando ultrapassa 7.500€. No exame nem
precisamos dizer qual a norma em concreto, pois o importante é saber que há um limiar
económico e de quanto.

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Estabelece e diferencia diversos crimes: abuso de confiança, frustração de créditos,
fraude, etc. – a grande maioria dos crimes cai no âmbito de fraude fiscal, que acabam por
ser consumidos e tratados dentro deste âmbito.
Cobre a não entrega de declaração, a falsificação de documentos, o não pagamento
de imposto, etc. diferentemente do abuso fiscal, em que se alguém não entrega o IVA que
não leva ao pagamento do imposto pode até mesmo levar a uma situação d e fraude. Na
maioria das situações os juízes optam pela fraude fiscal para obter maior sucesso nas
condenações – e acaba por ser o crime mais importante.

Opções políticas e importância das sanções acessórias:


Quais são as sanções principais: crimes de pena de prisão e/ou multa e a aplicação
de coima. estas sanções acessórias em alguns países se tornaram penas principais, mas
aqui ainda são acessórias – mas os juízes acabam por aplicar muito, para prosseguir o
objetivo da prevenção.
Uma das medidas, no âmbito anglo saxónico, tem o efeito dissuasor de ilicitude
que é a publicação dos devedores fiscais – se antigamente já era importante saber se
alguém era devedor, hoje também tem muita importância. Alguns países até partilham as
informações com a foto do contribuinte.
. Os próprios suspeitos podem ser divulgados em alguns países.
. Uma das opções que o legislador segui foi justamente a criação destas
listas – os nomes passam a constar da lista de devedores.
Outra medida importante foi a introdução em 2019 de uma norma que obriga
indiretamente – uma imposição indireta. Introdução na LGT que vem indicar o que
constitui sinais exteriores de riqueza: imoveis com valor superior e determinado valor,
possuir aeronaves, etc. o objetivo é confrontar com declarações de rendimentos que ão
são conformes com os sinais exteriores de riqueza do contribuinte.
. A AT tem listados carros de alta cilindrada, navios, iates, aviões privados
etc. – e tem acesso a saber o que tem, pois está sujeito a registo. Temos cada vez mais
esta transparência. Os legisladores inseriram normas para colocar esses sinais que servem
como modo de aferir se há algo de errado com as declarações.
. A situação é diferente quando o contribuinte tem estes sinais e depois
declara o rendimento mínimo nacional – vai olhar para a situação completa do
contribuinte. O contribuinte terá de fazer prova de como obteve aqueles rendimentos –
uma herança, por exemplo.

79
Outra medida é um alargamento progressivo do sigilo bancário: pode a AT pedir
sem a intervenção do tribunal a revogação do sigilo às instituições financeiras, ou até
mesmo aceder diretamente nas situações previstas na lei.
Outra opção política: Todos os anos é publicado aqui um relatório de combate a
fraude e evasão fiscal (nota de rodapé 589) – é um relatório extremamente importante e
é também importante ler (é uma sumula dos principais ilícitos). Também tem natureza
preventiva, pois nele também são publicadas as áreas de intervenção da
fiscalização/inspeção tributária – é um sinal de alerta para os contribuintes que trabalham
nessas áreas para que saibam que podem ser objeto de inspeção e que devem se
regularizar.
Papel dos tribunais: também temos no manual – caso Quintino (acessão a contas
bancárias – segredo bancário). Temos também outros casos de fraude e de abuso de
confiança – neste último o tribunal não condenou por ser uma situação de recebimento de
imposto de uma terceira pessoa (não recebeu do consumidor (repercussão), e não está
preenchido o requisito de crime visto que não recebeu efetivamente a quantia).
Prova documental e testemunhal: nas matérias fiscais a prova mais importante é a
pericial, em que vêm peritos explicar a situação – mas por via de regra as provas muito
importantes também são as documentais.

Outras opções políticas – softwares certificados: obrigar os operadores económicos a


terem programas de computador certificados e geralmente em sistemas diretamente
ligados a AT – programas de controlo e contabilidade, em que é muito importante esta
ligação direta com a AT. Alguns antigamente eram gratuitos, e para além dos softwares
de envio de faturação, temos também aqueles que ajudam a elaborar a contabilidade.

Sanções acessórias: nota de rodapé 627 – exemplos de sanções acessórias, por exemplo a
interrupção temporária do exercício de atividade, inibição do recebimento de benefícios
fiscais, perda de licença, perda de mercadorias, e até mesmo a extinção da própria pessoa
coletiva.
Estas medidas têm se revelado de grande valia e de impacto, porque as pessoas
não querem estar 10 anos impedidas de realizarem o seu trabalho – é diferente de estar 1
ano na prisão, ainda mais se estas forem sanções cumuladas.
Outros exemplos de opções poíiticas: p. 362 – obrigatoriedade de contas bancarias
exclusivamente afetas a atividade empresarial (uma conta bancária autónoma somente

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relacionada com a atividade). Temos ainda o pagamento de faturas com valor acima de
1000€ não são aceites pagamento em dinheiro – controlo eletronico das transações
(cheque, transferência, etc.).
. São todas medidas preventivas: criar uma série de obrigações para
impedir as tentações. Além disso também é mais fácil de identificar a ilicitude.

Mais recente, nas pp. 367 e 368, é a preocupação do legislador no cumprimento atempado
das declarações: elas devem ser realizadas dentro dos prazos indicados, e aumentam-se
as coimas em caso de declaração tardia – e aqui está a vertente preventiva.
Outro exemplo: indicação de um representante fiscal – se não indicar depois tem
problemas, e agora uma contraordenação especifica e pesada. Cada vez mais temos meios
eletrónicos e menos possibilidades para dizer “que esqueceu” ou que “não soube” – é
importante estarmos de facto atentos à ilicitude, e termos esta reparação do dano
patrimonial.
Também é importante não esquecer os dtos dos contribuintes – dar sempre, em
um aspeto muito importante, o dto à audição para expor a sua situação e ser ouvido, com
os factos devidamente ponderados. Em termos documentais pode ser fácil provar de onde
veio um rendimento, ou de provar que aquele rendimento veio de um modo ilícito. Cada
vez mais isto passa pelas informações que a própria AT pode buscar na internet.

Se tornar pública as suas viagens nas redes sociais, cai por terra a privacidade pois coloca
a sua situação a público: situação de fraude á segurança social por exemplo – pede o
subsídio desemprego e faz trabalhos por fora e não declara. A não ser que publicite
involuntariamente essa informação pessoal – tem que ter cuidado com o tipo de
informação que coloca online.
A AT nesse caso concreto não poderia bater à porta de empresas de viagens para
saber se tal pessoa viajou e como foi pago – isso é a vida privada das pessoas.
Alguns países estão no sentido de combate de crime e ilicitude e estão a buscar
informações á internet – validada legalmente e pelos tribunais (isso acontece na França,
por exemplo). Situações concretas de informação publica na internet – “se está na internet
é público”. a própria pessoa divulga a sua informação.

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(10/05)

Em termos de matéria obrigatória para o exame já demos tudo, pois terminamos nas
infrações tributárias – terminamos, no manual, na p. 368. Na quinta-feira a prof avançou
com o dto contabilístico.
Esta aula e a próxima será para tirar dúvidas:

Direito contabilístico:
[p. 369-371: é um capítulo curto, e questão importante é a interação entre as normas
fiscais e as normas contabilísticas. O que se pede aos contabilistas em termos de
conhecimentos mínimos do dto contabilístico. Rogério Fernandes Ferreira – obras muito
boas sobre contabilidade, sendo um autor incontornável nestas matérias (contabilidade e
fiscalidade). Para autores e blogues internacionais, temos Judith Friegman, British Tax
Review e outros]

Interações entre normas fiscais e contabilísticas – temos os códigos fiscais que


estabelecem os regimes fiscais (CIRS, CIRC, CIVA). Onde entra a contabilidade? As
normas contabilísticas entram quando o legislador assim expressamente o refere nas
normas fiscais. Não há uma sintonia completa – as normas fiscais não são todas normas
contabilísticas; não há uma coincidência.
Situações onde acontece: em sede de IRC – conceitos de lucro tributável e perda
fiscal. O lucro resulta ou assenta antes de mais num apuramento contabilístico; tendo
como ponto de partida a contabilidade. Os contribuintes têm de ter uma contabilidade
organizada, e se for um contribuinte “maior” deve ter uma contabilidade, uma
infraestrutura económica que reflita a sua situação financeira.
É um ponto de partida por para um determinado contribuinte (cat. B por exemplo,
e para os sujeitos a IRC) a contabilidade vai refletir todos os fluxos e operações
financeiras, económicas, entro outras. É um fiel espelho, ou deverá ser, da atividade
económico financeira do contribuinte. Tem também de estar descrito o património, o
valor do mesmo, os impostos pagos, etc.
. A importância da contabilidade é de dar, justamente, um espelho dessa
realidade económica.
. Estes movimentos (saída ou entrada de património) devem estar
registados, pois são todos essenciais.

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. Hoje em dia temos programa certificados online, o que torna tudo mais
informatizado, simples e instantâneo.

Quando entramos nas normas fiscais – apresentar declarações fiscais, etc. quando chega
nesta fase vamos ter os ajustamentos e aplicação das normas fiscais. As normas
contabilísticas dizem que todos os movimentos devem estar registados, e as normas
fiscais dizem que apenas alguns movimentos vão ser verificados e vão contar. Nem todos
os gastos contabilísticos são gastos fiscais – o legislador em várias normas de IRC tem
essa preocupação. Despesas não registadas não são dedutíveis, e não são aceites a não ser
que se apresente outro meio de prova (mas fica registado na contabilidade)
Ex. a empresa tem de pagar uma coima ou uma multa, que ficam registadas na
contabilidade. Mas as normas fiscais dizem que não são dedutíveis os gastos com multas
e coimas, ou seja, não entram na parte fiscal.

Na questão da tributação das mais valias – são valorizações (ou as menos valias, que são
desvalorizações) do património. Será que todas as valorizações são relevantes para efeitos
fiscais? Todas elas são contabilizadas e ficam registadas. A mais-valia latente é relevante?
Não, porque o legislador diz que apenas as mais valias realizadas são relevantes para
efeitos fiscais.
Conceito de realização: pressupõe o dito pagamento por parte do beneficiário, e
subjacente a esta temos uma transação onerosa, uma alienação. Para haver realização, e
ter de ser declarada e ser relevante para efeitos fiscais, deve ocorrer uma transação
onerosa.

As normas contabilísticas consistem nos planos contabilísticos – são publicados em forma


de decreto-lei. Vários planos: um plano geral que se aplica a maioria das empresas, e
depois planos especializados (para PMEs, etc.).
No contexto na união: cada país tem os seus planos e regras próprias – a prof.
defende que deveria ter mais harmonização e a criação de um standard nas normas fiscais
na união, pois facilitava bastante a vida das multinacionais que estão multilocalizadas.
Temos alguns, que se aplicam somente as maiores empresas: standard
internacionais de relato financeiro, que forma publicas num regulamento de 2002 da
união. À semelhança do dto aduaneiro é o único diploma que temos em regras financeiras,
e a interpretação também é muito extensa, como a do dto aduaneiro.

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Formato da prova: um exame de desenvolvimento, em que a prof dá margem para
desenvolver e interrelacionar os conceitos (relacionar princípios com conceitos – ex.:
princípio da transparência com o comportamento abusivo e ilícito). Ou questões de
“comente uma afirmação”, respondendo à algumas questões.
Temos de ser objetivos nas respostas – também cometemos menos erros e estamos
mais concentrados. É melhor sistematizar mais, para conseguirmos relacionar bem os
conceitos e princípios – concentrar nos aspetos formais.

O procedimento e processo tributário não sai no exame – podemos ler sobre dto
contabilístico, mesmo que também não saia.
Políticas fiscais – também não sai, mas a professora faz muitos links com a matéria
que efetivamente sai no exame. É o último capítulo do livro, sendo uma matéria muito
técnica.

(17/05)

Políticas fiscais: último capítulo do manual – não é matéria que sai para o exame, sendo
de leitura facultativa (serve de súmula e confirmação de algumas noções e conceitos).
Temos exemplos numéricos neste capítulo que podem ser úteis. Para exame: a prof estará
presente online.
Obra recente publicada sobre a matéria das politicas fiscais – (saber tratar os
impostos) “Rebellion rascals and Revenue”, da Princeton University Press.

Os políticos tem de ter em consideração vários factos, inclusive agradar os eleitores e se


manter no poder. E depois também se pede conscientização – hoje em dia sabemos que
os políticos também tem esse self-insteresting aliado a consciência social.
Por que temos impostos? Os impostos sobre o rendimento são recentes, e os outros
são mais antigos e encontramos desde os tempos romanos e até mais antigos.
Mas são precisos? No argumento mais recente prende-se aqui – no estado social
temos uma maior abrangência aos políticos, que legitimaram a criação de novos impostos
para o loteamento de terra (financiar a terra). O objetivo é a cobertura de despesa
pública, que era especialmente importante em tempos de guerra (defesa do país). No fim

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do séc. 19 e início do séc. 20 o estado desenvolve uma serie de atividades importantes,
nas áreas da educação, da saúde e outros. Precisam de receitas para cobrir estas atividades.
. criados como objetivo de prosseguirem certos objetivos, sendo que o
primeiro é a cobertura de despesa publica.
. mais recentemente temos outras preocupações – usar os impostos para
influenciar o comportamento dos contribuintes. A preocupação com o imposto é
desencorajar as pessoas de adquirirem certos produtos ou de adotarem certos
comportamentos – temos os IECs (impostos especiais sobre o consumo) aqui.
. ao mesmo tempo, para alem de influenciarem o comportamento dos
contribuintes, geram receitas avultadas – os contribuintes não alteram seu comportamento
(ex.: fumantes e o consumo de tabaco, pois não deixam de fumar por conta dos impostos
avultados).
- Sara Carmo – dto aduaneiro. Publicou a tese em parte e em
congressos – a receita que o estado adquiriu com o imposto das bebidas açucaradas
aumenta de ano a ano – as pessoas ainda consomem muito.

Outro tipo de impostos no séc. 21, com o objetivo da segurança no comercio internacional
– impostos aduaneiros. Obrigam de facto a uma fiscalização e um olhar para os fluxos de
bens que passam de um país para o outro, e sujeitá-los a um controlo.
Dentro da União temos a abolição dos impostos aduaneiros – A Preocupação aqui
não é a receita, mas o espaço económico. Uma fiscalização em um dos EM, e aqui está
apto para circular no âmbito dos 27.
O que acontece é que a tendência desses impostos, tirando o reinado do Trump
(em que houve o aumento de alguns impostos aduaneiros) de modo geral a tendência é de
uma redução progressiva, que pode levar a isenções. O que acontece é que há isenção,
mas tem de existir controlo.
Os impostos aduaneiros são um terceiro nível de impostos, portanto, cujo objetivo
claro no CAU é a segurança e a facilitação do comércio (em que a segurança aparece à
cabeça).

Ao nível português: esse último capítulo do manual fundamentalmente se centra no caso


português com algumas nuances de dto comparado. Analisar o fim do sec. 20 e princípio
do séc. 21 - a intervenção que evidencia-se pela intervenção do FMI na União, e
principalmente aqui e na Grécia (países em situação muito débil). Tivemos gastos

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excessivos. o que aconteceu em termos de finanças publicas (gastos em obras publicas,
estádios de futebol, etc.).
Olhando para o nosso sistema fiscal tanto o FMI quanto a Comissão, Portugal tem
de olhar não só para os impostos stricto senso (impostos sobre o rendimento) mas também
para as contribuições para a SS, que eram extremamente altas. Esquecem-se que é um
ciclo vicioso, que está sempre a consumir sem levantar do chão, porque de facto o peso
da tributação é extremamente elevado – redução das contribuições obrigatórias para a SS
e integração de algumas no IRS.
Começamos o séc. 21 com este problema, junto com problemas antigos do séc.
20: temos aqui um efeito multiplicador quando diminuímos essa tributação – mais
capacidade produtiva e contributiva.
Outra preocupação – uma serie de recomendações, que são de aperfeiçoamento
das técnicas fiscais da tributação separada dos contribuintes (regime regra de tributação
das famílias, que já está em vigor). Temos também a introdução, que também foi
recomendada, o regime simplificado de IRC (mais favorável para as PME), que já existia
no IRS para os contribuintes da cat. B. não é necessário ter contabilidade organizada no
regime simplificado.
Fazer uma leitura paralela também do capítulo do RGIT – abusos e manipulação
de preços: a punição é a correção da matéria coletável, para o caso de manipulação de
preços, que levam ao maior pagamento de imposto. Temos que perceber bem as
diferenças e perceber bem as normas que acompanham os impostos e tentam evitar a
fraude – esta realidade está sempre presente.

Estamos em uma comunidade internacional e apesar da soberania temos de conviver com


os outros, e quando há problemas temos estas recomendações muito especificas.
As políticas ficais tem se centrado em certos setores, principalmente o que aparece em
vários países que é no setor da investigação e desenvolvimento (sobretudo industrial e
científico). Temos de pensar aqui nos benefícios fiscais – o seculo 21 centra as suas
atenções em regimes fiscais, em vários países, que querem ser mais benefícios para este
setor.
p. 412 manual: encontramos um exemplo numérico da aplicação desse benefício
fiscal – que é muito recorrente, permitindo o contribuinte deduzir não um gasto real mas
sim um gasto aumentado (que é fictício e que conta para efeitos fiscais – despesas de
investigação e desenvolvimento, como na exploração de patentes, por exemplo).

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Foram criados vários regimes em vários países, com ainda taxas de IRC muito
baixas nestes domínios, como é no caso da Holanda (o legislador reduz substancialmente
a taxa de imposto aqui).
Critica: como é tratado os rendimentos de propriedade intelectual em Portugal –
estão na categoria B (trabalho independente), mas a prof acha que é incorreto, pois muitos
são trabalhadores dependentes, cuja investigação se enquadra neste trabalho dependente.
A prof acha que deveria ser criada uma categoria de rendimentos autónoma para estes
rendimentos, pois tem que esta obrigação acessória (muitas vezes) de investigação, tem
muitos gastos.

Benefícios fiscais que são aplicados, e recentemente (p. 420 e 421) temos outras opções
nas mais recentes políticas fiscais do estado (2018, 2019, 2020): quer áreas o legislador
tem privilegiado – benefícios fiscais a interioridade, promovendo a coesão territorial.
Nenhum país pode se considerar desenvolvido se tem pobreza extrema em certas partes
suas, tendo em atenção o seu tamanho.
. Exemplo: Redução de taxa de IRC para as PMEs que se instalem no
interior: uma taxa de 12,5% (quase metade da taxa de IRC). A prof. acha que deveria até
mesmo existir a isenção de imposto, para a promoção do desenvolvimento.
Benefícios fiscais a criação de emprego: emprego jovem e para longos tempos de
desemprego – benefícios fiscais para empresas que contratem pessoas nestas condições,
para encorajar a contratação e criação de emprego.
Medidas fiscais para jovens: p. 421 – tributação do rendimento dos jovens, que
também tem mais benefícios e com medidas introduzidas no orçamento de estado –
podem beneficiar de uma isenção parcial do IRS, para o jovem ter mais rendimento e
mais autonomia.
Parte ambiental e da agricultura: p. 414 e p. 420 – quando falamos de agricultura
muitas vezes as pessoas têm a ideia errada, de uma atividade muito antiquada e sem
investimento/modernização. Temos aqui incluída também a pesca, principalmente no
setor da União.
. Ao nível da fiscalidade, aparece neste contexto de dar incentivos fiscais
que visem uma determinada organização – quando atribui benefícios a junção de parcelas
de diferentes proprietários, por exemplo, visa o desenvolvimento produtivo naquelas
áreas (terras mais produtivas e maiores – também tem isenção de IMT). Beneficiam de
benefícios em várias sedes: IRS, IRC, IMI, etc.

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. Na Inglaterra eles distinguem o bom proprietário e o mau proprietário –
uma taxa proporcional que pode ser agravada em certas situações, como do prédio em
ruínas (aqui em Portugal). Na Inglaterra vão dar um incentivo para o proprietário que
investe na sua propriedade, como em obras de remodelação (aumento de eficiência
energética) e no setor agrícola (novos mecanismos e sistemas de rega, uma boa
delimitação da propriedade, etc.) – este proprietário vai pagar menos impostos, e isso
funciona muito bem. Aqui em Portugal acontece o imposto, em que se penaliza quem não
cuida, e não funciona tão bem.

Novidades: publicação de um artigo no Observatório da Almedina quanto ao princípio da


reciprocidade.

Vamos ter critérios de orientação no exame, para sabermos por qual matérias temos de
desenvolver a resposta, para não sermos induzidos em erro. O exame também terá
consulta.

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