Cone do direito fiscal: relação entre o sujeito ativo e o sujeito passivo, a relação jurídico-
tributária. – ativo: entidade que tem direito a exigir o cumprimento da obrigação de
tributação; passivo: tem dever de cumprir a obrigação tributária.
Albert Hansel
Elementos:
◦ Sujeito Ativo;
◦ Sujeito Passivo;
◦ Incidência Objetiva;
◦ Taxa.
O Estado português é um Estado Fiscal, Ex: em 100 € cobrados pelo Estado, 90€ são impostos.
Existem Estados Produtores, que vivem à base da produção, Ex: Angola e petróleo.
165.º/1 i) CRP
Esse regime geral das taxas, no Art 165.º/1 i) CRP, existe? Não, existe o regime geral das taxas
das autarquias locais – L 53-E/2006 de 29 de dezembro. Também não há regime para as
contribuições financeiras.
◦ Impostos;
◦ Taxas;
◦ Contribuições Financeiras.
Os tributos fiscais, são todos os que têm como finalidade principal ou secundária a
arrecadação de receitas. Dento destes, temos os parafiscais, cuja finalidade é a mesma, mas o
sujeito ativo, ao invés de ser o Estado em sentido lato (Estado, RA e autarquias locais), o
sujeito ativo será outra entidade pública.
Direito Fiscal Aulas Práticas
Sérgio Varela Alves
Classificação:
O que é um imposto? Os impostos servem para servir despesas gerais. Nunca são consignados.
São tributos de caracter unilateral, sem contraprestação pública, direta e imediata que servem
necessidades financeiras gerais. São pagos em pecúnia (Art 40.º/1 LGT).
São tributos extrafiscais, aqueles que têm como finalidade extrafiscal uma finalidade principal
que não é a arrecadação de receitas.
APD: Mesmo que o tributo tenha como finalidade principal a arrecadação de receitas, se se
continuarem a verificar todos os outros pressupostos de existência de um imposto, continua a
ser imposto, mas extrafiscal, nomeadamente quando a sua receita não é consignada. Ex:
tabaco não é consignado ao IPO; para que fosse contribuição financeira seria necessário
consigna-lo ao IPO.
Problema Se não são impostos os tributos extrafiscais, não são sujeitos a reserva de lei.
Taxas bilateral
◦ Rendimento;
◦ Património;
◦ Consumo.
Qual destes três é mais justo e porquê? Tem-se a ideia que os de rendimento são os mais
justos porque assentam sobre o rendimento líquido, ou seja, proveitos menos gastos.
Direito Fiscal Aulas Práticas
Sérgio Varela Alves
Rendimento Acréscimo/Líquido: proveitos menos gastos. Mais justos, porque permitem essas
deduções.
Rendimento Fonte: uma determinada entidade é tributada pelo simples facto de exercer uma
determinada atividade.
Rendimento Presumido: modo como a atividade é exercida. São ambos conceitos arcaicos e
não utilizados atualmente, Ex: os barbeiros eram antigamente tributados pelos números de
cadeiras. É intrinsecamente injusto, pois se as 3 cadeiras estiverem vazias eu pago o tributo na
mesma.
Os impostos do rendimento podem ser mais justos, mas tal não implica que nestes não se
considere a justiça social.
◦ Gerais;
◦ Parcelares.
Porque é que não há um imposto geral sobre o património em Portugal? 104.º CRP
Porque se considera que seria arbitrária a avaliação do património mobiliário, pois o seu preço
é demasiado volátil.
Contribuições Financeiras
APD: quanto às bilaterais, determina que elas terão de ser quantificadas pelo princípio da
proporcionalidade, mas no mínimo, o seu quantum máximo deverá estar estabelecido na lei.
Pois em regra temos receitas de dadas entidades publicas.
Taxa Municipal de Proteção Civil: considerada inconstitucional. Criava-se um tributo para uma
eventualidade remota de precisar daquele serviço. Devia ter sido uma contribuição financeira
unilateral.
165.º/1 g) CRP: receitas locais são uma série de impostos criados pela AR e taxas –
contribuições financeiras não são da competência das autarquias locais.
Temos uma taxa, mas para o ser, tem de ser bilateral ou unilateral.
De acordo com a jurisprudência do acórdão Ac. TC. 70/92 de 24 do 2, contudo, como ele é
tributado nos prédios ad valorem, temos um imposto ou uma contribuição financeira
unilateral. Esta última não pode ser porque é reserva de lei e não é permitido que as
contribuições financeiras sejam receitas das autarquias locais.
ii) Se é sobre uma ponderação média dos valores de IRS, o valor da taxa não será o mesmo
para todos, pois o IRS implica valores diferentes. Trata-se então de um tributo imposto.
O que é um benefício fiscal? 2.º n.º1 do Estatuto dos Benefícios Fiscais. há sempre violação
de um princípio da igualdade (13.º crp), e como se justifica? Tem de haver no caso concreto,
outro princípio ou direito que se sobreponha a essa violação do princípio da igualdade. O
modo como eles procedem estão no 2.º/2 EBF.
Análise de custo benefício – como é exceção, há uma despesa fiscal, porque algo que devia ser
cobrado não o é. Tal é compensado?
Princípio do bem-estar social – tem de ter um benefício para a comunidade como um todo.
Princípio do ganho/mérito- com aquele benefício fiscal, está-se a premiar uma conduta
benéfica para a vida da comunidade.
Temos um benefício fiscal, que implica uma violação do princípio da igualdade no 13.º, tendo
de haver um princípio ou interesse que se sobreponha no caso concreto.
Qual seria o interesse em causa? Uma questão de direito à habitação, proteção das famílias
com menos património, etc.
2.º Bem-estar;
Não passava na adequado do princípio da proporcionalidade porque não existe esse valor de
imoveis em Lisboa, sendo que não teria qualquer aplicação, sendo inútil tal benefício fiscal.
ii) Estamos perante um benefício fiscal pois estamos perante uma isenção de um imposto.
Implica uma exceção às normas de incidência tributária, etc. Base no Art 18.º CRP, na sua tripla
vertente. Princípio do bem-estar e ganho ou mérito. Uma vez que não há democracia sem
partidos, estamos a defender o EDD. Em relação à necessidade, os juízes quase nunca
chumbam medida por via do critério da necessidade, a menos que haja uma alternativa muito
melhor do que esta ou então passa sempre. Problema: não pode vir o juiz dizer para criar
outro benefício pois entrava na reserva.
Custo-benefício: a receita cessante, não se superioriza aos benefícios dos partidos políticos
para a comunidade como um todo.
Resulta do 16.º/4 da Lei das Finanças Locais, que as autarquias podem conceder
benefícios fiscais – mas conceder e criar são distintos. Mas temos a reserva de lei.
Pode conceder, porque foram criados pela AR, que deixou nas esferas das autarquias
locais, que certos e determinados benefícios fiscais pudessem ser concedidos por
estas.
APD: considera que o 18.º/3 tem um sentido mais amplo. Quando se fala em prestação
tributária, é de caracter formal ou material. Sujeito passivo é quem tem o dever de cumprir
com uma prestação formal ou material – suportar economicamente o tributo e obrigação
declarativa.
18.º/4 b) conjunto de intervenientes sem que para isso se tornem sujeitos passivos.
Contribuinte de facto: alguém que suportaria economicamente um tributo, mas não teria
quaisquer direitos. Problema: este conceito é ajurídico, extrajurídico – porque num estado de
direito democrático, não há forma de pagar tributos ou ter direitos.
Este conceito não existe no ordenamento jurídico português, sendo que o artigo está mal
escrito.
◦Contribuinte;
◦ Substituto;
◦ Substituído;
◦Responsável Tributário.
A substituição tributária funciona pelo mecanismo da retenção da fonte: 20.º e 34.º LGT.
◦A título definitivo.
Exemplo do salário é o primeiro tipo exposto. Porque retém x a título na fonte de IRS. Mas no
caso do IRS, findando o ano fiscal, temos de apresentar o modelo 3, onde se fazem reduções à
coleta, etc. Depois de feitas as contas. Se eu já tiver pago o tributo que deveria pagar, não
tenho mais nada a pagar. Se por ventura, tenho de pagar ais ao Estado do que devia, vou
receber x do Estado. Se por ventura e após feitas as contas, chegar à conclusão que devia ter
pago mais impostos, terei de pagar mais.
Direito Fiscal Aulas Práticas
Sérgio Varela Alves
Aquando é a título definitivo, tem de haver taxas liberatórias, porque libera o sujeito passivo
do cumprimento de quaisquer outras obrigações tributárias.
Exceção: uma substituição que não opera por retenção da fonte – Ex: taxa audiovisual de
financiamento da RTP – é uma contribuição financeira unilateral.
22.º/2: draga do legislador, sendo que só o n.º4 deste artigo menciona a responsabilidade
tributária – só há quando alguém responde pela divida de outrem. Quando é o sujeito passivo
originário que responde, não há responsabilidade tributária.
Casalta Nabais: tem uma noção mais ampla, sendo que a responsabilidade implica do sujeito
passivo originária e do responsável em sentido estrito.
Excussão prévia: a autoridade tributária olha para os diversos indivíduos e tenta compreender
qual tem melhor situação financeira. E invoca-se este artigo, para primeiro ir ao devedor
principal.
◦ Retenção;
◦ Entrega.
Pode acontecer que nem retenha nem entregue, ou que retenha e não entregue.
28.º/1- aplica-se quer a retenções na conta por conta do imposto devido final ou a título
definitivo. Se houve retenção, mas não houve entrega, o responsável tributário é o substituto
e o substituído fica desonerado.
28.º/2: Só se aplica a imposto devido final se não houver nem retenção nem entrega e a
retenção for a título definitivo? 22.º/3: o substituído é só subsidiariamente responsável.
APD: isto não devia ser subsidiário, pois no caso do incumprimento, não há retenção nem
entrega a título definitivo porque a responsabilidade devia ser solidária. Nas retenções na
Direito Fiscal Aulas Práticas
Sérgio Varela Alves
24.º - quando o subsidiário não tem património, serão os administradores, gerentes, etc.
não opera automaticamente, tem de se provar a culpa, tendo de ser uma culpa funcional.
a) e b): porquê da diferença do ónus da prova. Se o facto constitutivo da divida tributária tiver
tido lugar enquanto eu era gerente ou administrador mas o prazo de entrega desse tributo
tenha tido lugar quando eu não era gerente, ónus de prova pela culpa cai na autoridade
tributária; mas na aliena b), se o facto constitutivo com o prazo da entrega tiver ocorrido
quando era administrador, terei de ser eu a provar que não foi por culpa minha que o
património da sociedade se tornou insuficiente. Ex: SA
Terei que ver, olhando para a organização daquela empresa em concreto, quem era a pessoa
responsável por aquela obrigação tributária. Já não há técnicos oficiais de contas, são
contabilistas certificados. Abre-se a porta a quem exerça funções técnicas de ser
responsabilizado. Ex: CFO
Princípio da Legalidade
Quer o Art 2.º como o 3.º da CRP, determinam que temos um Estado de Direito Democrático.
Direito Fiscal Aulas Práticas
Sérgio Varela Alves
165.º/1 i)
◦ Objeto;
◦ Extensão;
◦ Duração.
Muitas destas autorizações são dadas com a aprovação do OE, caducando dia 31 de dezembro.
Ac. TC 358/92: Tripla Função- para que não estejamos perante um cheque em branco dado ao
governo e para que se cumpra a reserva de lei:
Na ótica do particular. Quando leio a lei de autorização legislativa não tenho de saber logo a lei
final, mas tenho de saber no mínimo, com um juízo de prognose aproximado quais as
mudanças que podem surgir no ordenamento jurídico.
Só temos de determinar isto para benefícios fiscais e garantias dos contribuintes. Com os
impostos, basta o 103.º/2 2ª parte, a incidência (an) ou a taxa (quantum).
Regiões Autónomas:
127.º/1 i)
227.º
Resulta claro da CRP que as RA têm o poder de criar impostos e de adaptar o sistema fiscal das
especificidades das regiões autónomas.
Teixeira Ribeiro
Autarquias Locais:
16.º/4 Lei das Finanças Locais: a lei das autarquias locais, podem conceder benefícios fiscais
que têm que ver com benefícios próprios, quando a AR assim o decidiu. Porém o poder
tributário é derivado. Podem nos termos de uma lei.
An + Quantum
APD: A incidência do 103.º/2 tem de ser interpretada num sentido amplo, para o An acarretar.
An Sujeito Ativo, Sujeito Passivo, Objeto e Elementos que contribuem para a quantificação
do imposto – é deste modo que deve ser interpretado o termo “incidência”.
Resolução do Caso 3:
1-ºCategorizar o tributo.
As taxas que são verdadeiramente taxas não estão subsumidas à reserva de lei. A taxa que
aqui está incide sobre o preço das refeições e das estadias, logo, o tributo é quantificado ad
valorem, e deste modo, não haverá outra prestação alguma divisível e presente varia o
valor do tributo consoante varie o preço da estadia ou da refeição.
Os impostos devem ser criados por lei, 165.º/1 i) e uma vez que o caso determina que o
mesmo é criado por DL simples, temos uma inconstitucionalidade orgânica por violação do
165.º/1 i) pois o Governo não tinha competência.
Ex: O afluxo crescente dos turistas implica para as cidades – As taxas sobre as dormidas
existem e esto generalizadas, e a razão para a cobrança da taxa. As zonas ficam sujas e
aumentam a despesa da cidade. Os turistas aumentam o stress do funcionamento dos
transportes públicos, e usufruem de sítios, lugares e bens públicos, e logo é licita a criação
destas taxas sobre dormidas.
Decorre do 9.º CC, que tem de resultar da letra da lei um conjunto de interpretações possíveis,
se pelo contrário o conceito for vago, indeterminado e indeterminável – o simples uso desse
conceito implica uma violação da reserva de lei.
É consensual:
◦ Porque, diploma infra legislativo (regulamento, portaria, decroe lei regulamentar, etc.) que se
pode vir determinar conceitos vagos e indeterminados que constem da lei, mas que sejam
determináveis;
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Sérgio Varela Alves
2- Isenção
Temos sempre uma violação do princípio da igualdade, Art 13.º CRP, efetivam-se por via dos
mecanismos do 2.º/2 EBF e por via de isenções.
Terá de ser feito o balanço pelo princípio da proporcionalidade, 18.º CRP, face à sua tripla
vertente.
Casalta Nabais e Viera de Andrade: a razão justificativa da reserva de lei é a interferência não
ativa por parte do Estado na esfera privada dos cidadãos. No benefício fiscal faz-se o contrário,
pois é uma norma desoneradora, benéfica aos cidadãos e já não se encontra justificada a
reserva de lei
APD: não concorda porque no artigo apenas menciona benefícios ficais. E no 165.º/1 i)
determina não apenas no caso de ser oneradora. Não faria também sentido numa lógica de
hierarquia das fontes.
Se fosse uma taxa podia a portaria criar uma isenção? Em termos técnico-jurídicos só há um
verdadeiro benefício fiscal quando se esteja a isentar de um imposto. Porque não faria sentido
que, não estando as taxas cometidas a reserva e lei, a isenção dessas taxas pudesse estar
cometida à reserva de lei. As isenções de taxas que o sejam, não são benefícios fiscais.
Resolução do Caso 4:
1- Não tem autorização para tributar as despesas e por isso temos uma inconstitucionalidade
orgânica.
3- Altera IRC quando a autorização é dada para o IRS. Quando à uma alipta tão elevada, é
necessário verificar se é confisco.
Neste caso não chega aos 50%, e a tributação autónoma, incide sobre despesas avulsas. Não
se aplica o raciocínio do TEDH, porque não incide sobre o rendimento.
4- Se estou a remeter para portaria a lista das prestações que são tributadas, há violação do
103.º/2 2ªparte pois não se pode por portaria definir o objeto do imposto.
5- Duas questões: uma vez que temos uma isenção de um imposto, estamos perante um
benefício fiscal – exceção ás normas de incidência tributária para a prossecução de fina díades
extrafiscais, implicando sempre a violação do principio da igualdade, tendo de haver no caso
Direito Fiscal Aulas Práticas
Sérgio Varela Alves
pratico outro direito que se lhe sobreponha, mas sempre com base no principio da
proporcionalidade.
Não é dada finalidade, sendo que temos uma inconstitucionalidade – material porque nem se
consegue identificar a finalidade – e orgânica, 103.º/2 2ª parte e 165.º/2 pois o Governo não
recebeu autorização para legislar sobre esta matéria.
Pelo princípio do bem-estar, beneficiar a construção naval parece não dizer nada sobre tal –
logo, inconstitucionalidade.
O Imposto de venda dos Imóveis é o IMT e o Governo não tinha autorização para isso.
A reserva de lei em matéria fiscal está em crise – é que as matérias são de tal modo
técnicas que é impossível de densificar face ao Indirizzo. Mas o problema em si tem de
ser solucionado com base numa orientação. Mas os 230 deputados não têm
competência técnica para tal – e grande parte da legislação fiscal é efetuada pelo
Governo. – Mas a função de indirizzo continua a ser deles pois representam o povo.
“Antiguidade”: igualmente.
Pode estar a definir o objeto; seria o serviço de finanças a determinar os elementos que
contribuem para a quantificação do imposto.
Em tese, supomos que a lei tem todos os critérios (localização, equipamentos, etc.), mas é a
portaria que vem dizer quanto vale cada um (10% equipamentos, etc.) – está a quantificar o
imposto e temos uma violação do An.
O poder tributário das autarquias locais tem de ser estreito. O grau de discricionariedade d
delegação tem de ser estreito, logo, os 2% são possíveis pois nem admite discricionariedade.
Em sede de IMI, existem isenções para zonas degradas. A maioria das situações são benefícios
condicionados. Porquê? Porque os proprietários ao serem isentados do pagamento desse
imposto, à partida terão maior disponibilidade para outras despesas. Ex: têm de recuperar o
imóvel. A finalidade é de reabilitação urbana.
Taxas Liberatórias: 71.º CRS, retenção na fonte a título definitivo sem sujeição inerente(?). É
um facto tributário de obrigação única.
Taxas Autónomas: incidem sobre despesas avulsas, nomeadamente, 73.º CRS ou 88.º CSC.
Considerados factos tributários de obrigação única porque incidem sobre despesa, e uma vez
esta tributada, não faz sentido vir a lei nova alterar tal despesa.
IVA: para o consumidor final é uma obrigação única. Os comerciantes, no entanto, não vão
sempre entregar o IVA, a mais adotada é a política trimestral. – Temos um facto tributário de
obrigação única para o consumidor final e um facto tributário periódico para o comerciante
é um facto tributário de obrigação única para efeitos da lei no tempo.
12.º LGT
12.º/3 LGT: que direitos, garantias e interesses são estes? Caducidade, 45.º/1 (prazo de 4
anos), prescrição, 48.º/1 (8 anos) e caso julgado. Só há caso julgado quando a decisão já não
seja passível de recurso tributários (não passível de decisão pelo STA).
12.º/4: se sob o véu de uma suposta lei procedimental ou processual, a aquilo que se tiver a
fazer for alterar a determinação da matéria tributária, temos antes uma lei substantiva, o
principio da materialidade subjacente implica que tenhamos de saber que tipo de lei – se
materialmente for substantiva, aplica-se o seu regime e não o da leis procedimentais ou
processuais.
12.º/2: devemos ignorar este número, porque tem de se fazer uma interpretação conforme a
CRP, sendo que aquilo que proibia era as situações de retrospetividade, e esta é admitida pela
jurisprudência do TC, quer pela CRP. princípio nata temporis, não consagrado no nosso
ordenamento jurídico.
10.º/3 CRP: como cada autor chama algo diferente à retroatividade, qual é?
Direito Fiscal Aulas Práticas
Sérgio Varela Alves
Art 2.º CRP – o princípio da segurança jurídica é uma construção puramente doutrinal, ou
seja, dentro do princípio da segurança jurídica temos duas vertentes: positiva, proteção da
confiança; negativa, proibição da retroatividade. É uma decorrência do princípio do Estado de
Direito Democrático.
◦ Devem ser fundadas em legitimas, fundadas e boas razões (em geral a lei);
◦ Os privados devem ter feito planos de vida (investimento na confiança) com base em tal;
◦ Não devem existir razões de interesse publico que justifiquem em ponderação esta alteração.
APD: o 1.º e 4.º requisito fazem com que seja muito difícil proibir uma situação de
retrospetividade por violação da proteção da confiança. Porquê? A expetativa de continuidade
em direito fiscal é 0 pois os códigos estão sempre a alterar. E quanto ao interesse público basta
a necessidade de dinheiro.
Leis Interpretativas: uma lei interpretativa para ser uma verdadeira lei interpretativa, ela tem
de caber no escopo da lei interpretada, sendo que por natureza as leis interpretativas são
sempre retroativas em sentido forte. É sempre admissível se for uma verdadeira lei
interpretativa, 13.º CC. Se pelo contrário a lei interpretativa tiver caracter inovatório, aplica-se
o que se aprendeu até agora na lei no tempo pois temos uma falsa lei interpretativa.
APD: continuam a estar submetidas à reserva de lei, mas uma vez que naos e frustra a
expetativa dos particulares é permitida a retroatividade forte das normas desoneradoras.
Qual é a querela do STA que a APD discorda, face às mais valias mobiliárias em sede de IRS?
Houveram algumas decisões contraditórias por parte dos tribunais administrativos e fiscais – e
deste modo é possível recurso a STA. É um acórdão de uniformização de jurisprudência.
Direito Fiscal Aulas Práticas
Sérgio Varela Alves
STA: para efeitos da aplicação da lei no tempo, as mais valias mobiliárias – o que temos é um
facto tributário de obrigação única. A lei só se pode aplicar para o futuro. Porquê? Analisando
o Art 10.º do CIRS, este diz que a mais valia resulta do valor de aquisição menos o valor de
realização, ou seja, o valor de compra menos o valor da venda. Pelo que onde está consagrado
o facto tributário é no Art 10.º cada uma das mais valias deve ser considerada
individualmente, porque o sujeito passivo podia ter agido de outra forma se soubesse que a
lei poderia ter sido alterada. Procura não frustra as expetativas dos sujeitos passivos.
APD: 43.º/1 CIRS – o que é tributado não é cada mais valia tributada, mas sim o saldo positivo
que exista ao final do ano, ou seja, o facto tributário só se conluio no dia 31 de dezembro.
Todo o corpo de fiscal concorda com a APD.
a) Temos uma proposta de alteração a 1 de abril. Logo, se a lei foi aprovada no dia 1 de maio,
não tem problema face ao 12.º/1 LGT.
O IVA é um imposto plurifásico e neutro: imposto que melhor serve, até hoje, para combater
a fraude e a evasão fiscal.
b) temos uma situação de retrospetividade porque o facto ainda não se concluiu, sendo que
terá de ter havido o comportamento por parte do Estado que tenha alterado essa expetativa,
fundada em legitimas e boas razões, não há investimento da confiança e temos uma questão
de interesse público.
68.º CIRS
Despesas em que não é possível dispersar entre a esfera jurídica da empresa e dos
trabalhadores.
Qual foi o comportamento adotado pelo Estado? Foi criado por lei este benefício fiscal –
investimento da confiança há uma violação.
Houve um comportamento por parte do Estado que gerou expetativas. Expetativas essas que
são fundadas em boas razões, pois o regime está no CIRS, e houve um investimento na
confiança quando as pessoas compraram as ações com base no sistema vigente. Quanto ao
sobpesamento, a LN retrospetiva só não é permitida se houver interesse publico que o
justifique – logo, ou esta razão é suficiente; ou que mesmo assim esta razão de interesse
publico não prevalece sobre a frustração das expetativas.
Leis interpretativas: se têm vários sentidos, eu particular posso interpretar de uma forma e o
Estado de outra – os particulares determinam que a sua legitima expetativa foi violada. Errado:
porque o que a lei interpretativa vem fazer é criar segurança jurídica ao acabar com esta
variedade de interpretações. Garante também o princípio de igualdade.
1º nota: o rendimento real está no 104.º/2 CRP, para as pessoas coletivas e por igualdade,
aplica-se também às pessoas singulares.
Resulta da diferença entre proveitos menos gastos e é aprovado segundo métodos diretos,
com base na cooperação do sujeito passivo.
Pessoas coletivas: todas têm de ter contabilidade organizada, e são obrigadas a declarar os
seus rendimentos.
Sujeitos Passivos: a colaboração é feita, não só por declarações avulsas em casos concretos
mas na entrega do modelo 3 ( no ano seguinte à obtenção dos rendimentos que se obtive em
IRS).
Casalta Nabais: ainda estamos dentro da tributação do rendimento real, quando se presume o
rendimento dessa pessoa – só já não estaremos perante uma tributação do rendimento real
quando se usem critérios de um homem medio – objetivos. Ex: tabela no 89.º-A LGT.
Proveitos são todos, incluindo os que provêm de atos ilícitos. Tudo o que é rendimento tem de
ser tributado.
O lucro contabilístico é igual ao lucro tributável? O lucro fáctico pressupõe que eu contabilizo
todos os proveitos e gastos. O lucro tributável, 17.º/1 CRC que concretiza o 104.º/2 CRP, é um
conceito jurídico e não fáctico – porque não é admissível a dedutibilidade de todas as despesas
por uma questão de combate ao abuso fiscal. Quer nas empresas como pessoas singulares,
temos limites á dedutibilidade.
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Sérgio Varela Alves
No caso das empresas, todos os gastos que se encontram previstos no 23.º-A CIRC. não são
dedutíveis – o artigo é taxativo. Quanto ao 23.º/2, é à priori dedutível, pois é meramente
exemplificativo. Clausula geral 23.º/1, onde é sempre aplicável.
Não podemos fazer um juízo de conveniência pois os juristas não fazem juízos de mérito –
temos de averiguar se temos uma relação causal.
O que é o interesse da empresa? De acordo com a Doutrina dos Atos Ultra Vires, só seriam
dedutíveis as despesas que tinham que ver com o objeto societário – está ultrapassada. Os
funcionários felizes são mais produtivos e por isso situações que visem a obtenção de lucro são
subsumíveis, Ex: pagar ginásios e cresces. mas estes são os casos de fronteira, pois a
maioria dos casos é resolvido pelo 23.º e 23.º-A.
Quanto ao Art 23.º/2 c), em que à priori as despesas são dedutíveis – mas na prática: Ex: a
empresa A, que detém a B numa relação de domínio a 100 %, e contraí um empréstimo que
vai ser aplicado na totalidade há empresa B – STA: é pressuposto da tributação do rendimento
real uma tributação individualizada. Logo se tenho duas pessoas jurídicas distintas, com
personalidades jurídicas distintas, têm de ser tributadas individualizadas. Os gastos têm de
respeitar a uma pessoa especifica independentemente da relação de domínio.
Podia levar a situações de abuso. Enquanto se permitia a dedutibilidade deste tipo de gastos,
ocorria na prática a existência de situações em que as empresas em situações de domínio
estavam sediadas em paraísos fiscais. O direito não pode ser indiferente à realidade.
Exceção: SGPS – Sociedade Gestoras de Participações Sociais, DL 495/88, Art 5.º/1 c) e 5.º/2,
prevê-se que podem contrair empréstimos, que depois são aplicados ás sociedades filhas, pois
é da sua própria natureza, visto que gerem as participações sociais que têm sobre outras
empresas.
APD: A crítica não é a mais correta, pois poderá ser do interesse da empresa proceder a todas
as operações que impliquem obter menos lucro para ser menos tributado ou desviar para um
paraíso fiscal. É um gasto artificial, aferido casuisticamente.
Art 23.º/1 adquiriu uma nova redação desde 2014 – mas os tribunais aplicam
igualmente, usando na mesma o critério da indispensabilidade.
Próxima aula: determinação dos rendimentos por métodos indiretos – porque tudo isto até
agora é quando as coisas correm bem.
Direito Fiscal Aulas Práticas
Sérgio Varela Alves
Art 13.º DL que aprovou o código do IRS – pois prevê um regime transitório Apara a tributação
das mais valias imobiliárias não estão sujeitas a tributação de mais valias imobiliárias as que
resultem da aquisição de imoveis anterior à entrada em vigor do código.
Para que haja tributação do rendimento real, tem de haver, do outro reverso da medalha, uma
cooperação pro parte do sujeito passivo:
◦ Empresas: modelo 21, anual; mas nas empresas têm de ter contabilidade organizada.
◦ n.º1 a) - por opção do sujeito passivo: porque a CRP obriga que haja uma tributação pelo
rendimento real, se fosse obrigatório o regime simplificado, era contrario à CRP;
A determinação por métodos indiretos não tem caracter sancionatório: tão só ainda estou a
tentar determinar o rendimento daquela pessoa, singular ou coletiva. Pelo que, o que será
feito, é uma comparação com o homem médio – um outro sujeito passivo que não incumpriu
com declarações formais, e não tenha manifestações de fortuna.
Art 73.º LGT: tudo o que estamos a falar são presunções, e em Direito Fiscal são sempre iures
tanto – ou seja, são todas ilidíveis, passiveis de prova em contrário. O tribunal já decidiu
que estas presunções não são inconstitucionais.
Art 87.º/1c), aplica-se? Deve ignorar-se esta aliena, pois menciona critérios técnicos objetivos.
Estes critérios nunca viram a luz do dia e por isso devem ignorar-se. Deve ignorar-se
também Art 89.º que era para conjugar com este artigo.
O Art 90.º também é de aplicação independente, mas em comparação com todos os outros
modos de comparação de rendimentos, é o que é menos seguro, pois a autoridade tributária
tem de fundamentar, tendo de provar tudo o que está escrito neste artigo, do que aquilo que
está no 89.-A.
As pessoas que adquirem imoveis de valor igual ou superior a 250 mil euros, têm como
rendimento padrão 50 mil ou mais por ano.
Se eu auferir, 100 mil euros por ano e comprar um imóvel de 50 mil não é manifestação de
fortuna – só se eu auferir 50 mil euros por ano e comprar um imóvel de 250 mil euros.
Rendimento padrão:
◦ n.º1: 50 mil;
◦ n.º5: 25 mil;
◦ n.º6: 63.º-D, que por sua vez é para conjugar com a Portaria 150/2004.
Art 63.º-D: paraísos fiscais – e no n.º1: vai ser aprovada uma portaria de onde constam as
listagens de paraísos fiscais – 150/2004 quando temos um nome paradisíaco no caso
prático, temos de ver se está na portaria, há uma exceção há regra, pois estamos a falar de
rendimentos obtidos de um paraíso fiscal.
Ou seja, no n.º6, qualquer transferência para um paraíso fiscal vai ser contabilizado como
rendimento – basta estar envolvido o paraíso fiscal.
n.º2: pode ser considerado um paraíso fiscal quem não conste nesta tabela se acontecer o que
está neste número. Se a taxa de IRC for inferior a 2,6%, aquela região, mesmo que não conste
da portaria, é considerada paraíso fiscal.
Quando formos para o CRC, temos de ver como é que isto se executa.
Como vamos mexer com o código do crs, irc – e depois disso, resolvemos todos os casos
práticos menos o 10
É parafiscal e estadual nos termos do 3.º/1 LGT e à priori teremos um imposto, Art 4.º/1 LGT
Com base no critério finalístico pelo TC, não é imposto, e logo não está sujeito a reserva de lei.
Casalta Nabais: isto é um imposto com base no regime de impostos – bilateral regime das
taxas, unilateral, regime dos impostos.
Por último, se o tributo é ad valorem, nunca poderia ser uma taxa. E visto que não há uma
contraprestação de grupo, não há um sinalagma difuso e por isso não é uma contribuição
financeira.
Os benefícios fiscais estão sujeitos a reserva de lei, por violação do Art 103.º/2 2º parte.
Necessidade: há ma alternativa mais viável? Ou há uma mesmo muito viável ou então não nos
metemos nisto devido à separação de poderes.
Questão do Banco: Se eles praticaram um crime não foi porque o Banco foi à falência que este
se apaga.
Eu sou residente? 16.º/1 – regra geral – mais de 183 dias: resulta do Art 4.º do comentário
deste artigo do CMOCDE.
Direito Fiscal Aulas Práticas
Sérgio Varela Alves
Mas, com base no 13.º/2, a regra em Portugal é de que a tributação é separada – ou seja, tem
que ver com a logica de uma tributação individual, de que cada pessoa deve ser tributada
pelos rendimentos que ela obtenha e numa logica de rendimento real, deve deduzir os gastos
que também tenha.
◦ n.º4: o que é um agregado familiar para efeitos de direito fiscal – conceito mais restrito do
que o de direito da família, porque na alínea a), determina os cônjuges e os seus dependentes
que se encontram no n.º5, os descendentes.
13.º/5 b): previsto devido a “nós” - só se pode ser dependente até aos 25 anos de idade.
evita abusos.
Esta dependência é um desvio à tributação individualizada porque os nossos pais têm muitas
despesas connosco que não seria justo não poder deduzi-las.
◦ Categoria H: pensões/reformas.
1.º passo: determinação do rendimento líquido pela categoria – 1.º qual é o rendimento? Ex:
professor: 1.º + 2.º/1 a), mas tenho direito às deduções especificas do 25.º e ss – aos proveitos
que eu tenho, posso deduzir os gastos que eu tenho para usufruir esses proveitos, 2.º- 25.º
(Artigo 1.º).
Rendimento Líquido por Categoria: Art 28.º/1 + 31.º, e com base neste ultimo, n.º1 b)
(profissões liberais – 151.º), se eu optar pelo regime simplificado, terei um coeficiente de
0,75% - se eu auferir 1000 euros, vou ter de rendimento liquido, 750 euros – tem de ser por
opção do titular.
Contabilidade organizada: 28.º/1 b) – será para conjugar com o 32.º a sua matéria
coletável da categoria B é com base no IRC (gasto dedutível ou não).
Vou para a tabela do 68.º - 2 hipóteses: é para conjugar com o 69.º e temos um novo desvio
n.º1 deste 69.º - temos tributação conjunta. Sendo assim feito, tenho de multiplicar a matéria
coletável por 2.
Agora tenho a coleta: tenho de fazer as deduções, 78.º e ss. 78.º/2: deduzo as retenções na
fonte, e é aqui, que eu percebo que é uma retenção na fonte por conta de um imposto devido
ao final. 3 coisas:
- Se estou quite;
- Se recebo reembolso.
Rendimentos não previsto a englobamento: 71.º e 72.º - 71.º sujeitos a taxas liberatórias
(juros do depósito bancário).
71.º vs 72.º: o último tem taxas especiais, que tão só serão aplicadas ao final, quando for
aplicada a tabela do 68.º, que por operação do legislador, decidiu-se tributar a alíquotas
diferentes os rendimentos do 72.º.
A coleta mínima é o rendimento fonte do antigamente, Ex: barbearia funcionada por número
de cadeiras. É impossível determinar o rendimento créscimo sem colaboração do sujeito
passivo.
Rendimento real, 104.º/2, não sendo admissível uma coleta mínima do ordenamento
português porque teríamos uma inconstitucionalidade material de acordo com esse artigo.
Pagamento especial por conta: 106.º CIRC, e quando este apareceu, dizia-se que o Estado
estava a criar coleta mínima – toda e qualquer pessoa coletiva tem de entregar um mínimo de
850 euros por ano, 106.º/1 a) surge com o DL 44/98 que diz que tem como intento o
combate a prática evasivas de rendimentos.
O tecido material português tem que ver com pequenas e médias empresas familiares, sendo
que não costumam ter lucro, satisfazendo-se com o salário da empresa – ou deixa de dar
fatura ou diminui os gastos sem lucro não se paga IRC.
Não é uma coleta mínima devido ao 23.º/ 2 e) CRC: são dedutíveis gastos ficais – para
determinação do lucro podemos deduzir quaisquer impostos, mas temos que precisar – há
uma antecipação.
Nota: é óbvio que não posso deduzir ao IRS o próprio e dai o 87.º-A (derrame estadual) –
sobretaxa para empresas com lucro tributável com base em certos valores.
Exceção: 106.º/11 – se tivermos a situação tributaria regularizada nos últimos 2 anos, são
dispensados do pagamento especial por conta.
Pode eliminar assim desta forma os benefícios fiscais? Posso eu, para o futuro, eliminar sem
mais, os benefícios ficais?
Os benefícios fiscais servem para incentivar certas condutas – uma vez atingido o objetivo, é
para terminar com o benefício fiscal. A sua revogação para o furto não é problemática e a
legitima expetativa é que têm caracter temporário, e esse benéfico fiscal vai deixar de existir.
Há alguma legitima expetativa? Os sujeitos podem dizer que têm direito a benefícios fiscais?
Não, não eles não são ad eternum e devem ser eliminados assim que o objetivo for cumprido.
Os métodos indiretos, não têm caracter sancionatório, porque o que se quer fazer
verdadeiramente é tributar os direitos daquela pessoa – mas para isso não podem ser
maximalistas, têm que ver com o critério médio (o bom pai de família) – em média, quais os
rendimentos que aquela pessoa tem?
Ac. 84/2003 do TC: estes métodos indiretos não são inconstitucionais, porque se
fundamentam em critérios médios, e ou em manifestações de riqueza ou violação dos deveres
de cooperação do sujeito passivo.
homem médio. O salário mínimo é 600 euros, tenho e auferir menos de 400 para ser um sinal
de riqueza. Se for uma viagem ao Brasil por mil euros – aí já tem que ganhar mais que o salário
mínimo – não temos prova em contrário que foi em trabalho, sendo do seu bolso e a lazer.
Esta parte não tem resolução certa – estamos dentro do rendimento padrão ou estamos numa
conceção maximalista?
Cartões de Crédito: 100 euros, sendo que podemos ter confisco porque não é homem médio.
Fruto do 10.º LGT, como o próprio 1.º IRS e 1.º IRC dizem que se tributa tudo, inclusivamente o
que seja proveniente de práticas ilícitas.
Estamos a tributar um rendimento a uma alíquota de 50% - ou seja, confisco – 61.º e 62.º CRP.
Será que neste caso, há uma situação de confisco? As despesas ilícitas serão não
documentadas, à priori.
Despesas Não Documentadas: em sede de IRS, 73.º/1 e a alíquota é de 50%; CRC, a alíquota é
de 50%. Art 88.º, determina que uma empresa que tenha despesas não documentadas – as
despesas documentadas de uma pessoa que tenha prejuízo são tributadas a 60%.
Qual é o racional que está por trás de uma empresa ter despesas não documentadas?
◦ Espionagem industrial das grandes empresas, para as restantes não verem onde se gasta o
dinheiro;
◦ Esquecer do documento;
◦ Práticas ilícitas.
São dedutíveis? 23.º-A/1b) – não só não se deduz a despesa, como a mesma será tributada a
50%.
não cumpre com os requisitos do 23.º/4 e por isso só não é não dedutível e não é sujeita a
tributação autónoma.
◦ Todas as pessoas coletivas têm de ter contabilidade organizada – todas as suas despesas
devem ser justificadas por documento, salvo regime simplificado.
Sempre que tenhamos contabilidade organizada, temos uma conta no banco – e tem exfluxos
ou influxos financeiros – dinheiro que entra e sai; se uma saída, exfluxo, que não tem suporte
documental é não documentada.
Serão dedutíveis somente asa despesas ilícitas, ou se a finalidade de uma despesa ilícita for
ilícita? Alínea d) – não será dedutível.
Ex: Jantar no Gambrinos, a despesa em si não é ilícita, mas a finalidade em si é ilícita, porque
tenciona “comprar-me”.
2.º a tributação autónoma tem uma finalidade anti-abuso: em todos os documentos da OCDE
e inclusive o TJUE já se pronunciou sobre as clausulas anti-abuso – gerais ou especificas – e é
unanime, que as clausulas anti-abuso podem ser ilidíveis;
3.º a tributação autónoma tem uma natureza sancionatória: princípio do non bis in idem;
Resolução do Caso 7:
Começar sempre o caso: são sujeitos passivos de IRS, as pessoas singulares que ou residem em
território português ou aqui obtêm rendimentos. Se for a primeira, rendimento global, 15.º/1,
se dor a outra, 15.º/2, rendimento de fonte.
Agregado familiar: regra da tributação separada, 13.º/2, sendo que o agregado familiar é
constituído pelos cônjuges e respetivos descendentes 13.º/4 a). Se forem cônjuges, mas o caso
não o determina. Ex cônjuges, alínea b) – pode continuar a fazer parte do agregado familiar,
relativamente aos dependentes a cargo.
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Sérgio Varela Alves
Não sabemos se António e Maria são ou não cônjuges, mas sabemos que são dependentes,
salvo se os 3 filhos tiverem mais de 25 anos ou já não forem dependentes.
Incidência Real: António: 1.º + 2.º/1 a), contrato de trabalho devido a salário, mais 22.º/1, mas
poderá ter tributação conjunta, aplicando-se a taxa da tabela do 68.º - caso fosse residente.
Maria: 1.º, categoria B porque era profissão liberal. 28.º - se se aplicar o regime simplificado,
temos de aplicar em conjugação com o 31.º/ b) – escolher o CAE (código da atividade
económica) – artigo 151.º: todas as profissões liberais.
Se pelo contrário, ela tiver contabilidade organizada, 28.º/1 b) + 38.º(?) para o CIRC – depois
de no código do IRC ter a categoria do rendimento líquido dela, voltamos ao IRS, porque ela
não passa a ser uma pessoa coletiva – sujeito a englobamento 22.º, 69.º/1 e 68.º que caiba no
caso.
Depósito a Prazo:
71.º/1-A e 71.º/1 d): depende da sede da entidade que paga os juros, Portugal ou não.
71.º/8 ou 72.º/12: se for residente em Portugal pode optar pelo englobamento – opcional
quando, com base na tabela do 68.º.
Art 3.º/1 d): uma vez que se refere no enunciado que houve contacto com várias despesas.
Se optarmos por conta na unidade (?) categoria B, remetendo para o CIRC – ou são dedutíveis
ou não, salvo se auferir mais de 200 000 euros, sendo sujeito a contabilidade organizada.
Advogados, 60.º/10
Quanto aos juros, 5.º/2b) onde não há deduções especificas, 40.º e ss, sendo aplicada a taxa
liberatória de 28% ou 20%. Só fazemos uma retenção.
Sedes em Portugal ou residência em Portugal. – se aplico o código de irs não posso aplicar
fora de Portugal.
71.º/8 e 72.º/12: fazem com que os artigos 71.º e 72.º não sejam inconstitucionais, devido ao
54.º/1.
Quando é que compensa fazer englobamento? 68.º. A taxa média só atinge os 28.º para
quem aufira um valor de 25 000 euros ano.
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Sérgio Varela Alves
71.º/16.º b) ex vi 71.º/1 a) – mais artigos que permitem saber quando temos um paraíso fiscal
da LGT, alíquota de 35% Portaria 150/2004 – por 103.º-D LGT
Taxa do 72.º/1 c) – taxa especial. Podendo o sujeito passivo residente optar pelo seu
rendimento 72.º/2
Artigo 72.º/16 b)
Redução à coleta: 78.º c), e quanto aos encargos pelo pai – não está no agregado familiar, mas
78.º-A n.º1 c) É mais um desvio à tributação individualizada.
Ajudas de Custo:
Diz-nos o 88.º/9 que a alíquota é de 5%. Tal é dedutível? 105 (porque os 5 nunca são
dedutíveis).
Quando dizem que não são dedutíveis, o que não é dedutível na realidade são os 5%, sendo
que os 100 são dedutíveis consoante o 23.º/1 (clausula geral).
23.º-A h): quanto às ajudas de custo, só são dedutíveis as que são justificadas.
Nomeadamente, porque, o meu trabalhador vai ter uma agenda do automóvel onde
contabiliza as suas deslocações, porque só serão dedutíveis as que tenham que ver com
deslocações a cliente sou n interesse da empresa – prova fazendo prova dos critérios do 23.º
h).
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Sérgio Varela Alves
Despesas de Representação:
23.º/1 a despesa foi ou não feita em representação da empresa (a clausula geral é sempre
aplicável) Afeta as tributações das ajudas de custo e da tributação.
Temos remunerações fixas e variadas: direito do trabalho – nunca posso diminuir as fixas, mas
sempre as variadas. O salário base nunca pode ser alterado.
Porém salario é uma coisa e prestações acessórias são outra, todas as que se encontram no
artigo: n.º1: contrato de trabalho; n.º3: todas as remunerações acessórias, que em situação de
crise podem ser cortadas ao trabalhador (subsidio de alimentação, por exemplo).
Se houver acordo escrito: se o automóvel vai ser tributado na esfera jurídica da pessoa
singular ou excluir da esfera da pessoa coletiva. A existência ou inexistência deste acordo, é
que vai determinar a tributação do rendimento.
Automóvel: categoria A.
Subsidio de Almoço: 2.º/3 b) n.º2 - O limite máximo é de 4 euros e 77 cêntimos. E caso haja
cartão de refeição o limite é de 7, 73.
Não pago imposto até ao 7,73, só pago depois de exceder. ou seja, até este valor é do
patrão, se houver excedente é meu.
Há uma pessoa singular que recebe e uma pessoa coletiva que paga: 2 partes.
2.º ao contrário do IRS, não temos categorias, todos os rendimentos. Tudo o que acresce na
esfera jurídica da pessoa coletiva é rendimento. Tudo tributado da mesma maneira – de
acordo com a tributação do lucro real no 17.º/1 do CIRC que é uma concretização do 104.º/2
CRP.
2.º/1 a): sociedades comerciais que tenham sede e direção efetiva em território português.
5.º O que é um estabelecimento estável, Art 5.º? Qual é a diferença entre uma filial e
sucursal?
Quando vimos que 71.º/1 a) do IRS, dizia retenção na fonte a título definitivo se tiver sede ou
estabelecimento estável – por via do 5.º do CIRC, atribuímos personalidade tributaria a
entidades que não têm personalidade jurídica (filial e não sucursal). O que ocorre é que tendo
sede na Alemanha e em Portugal só sucursais, o artigo 5.º (e o Art 2.º vendo que são sujeitos
passivos de IRC), os estabelecimentos são tributados como pessoas coletivas.
6.º Art 6.º que fala de transparência fiscal: sociedades de pessoas (ex: escritório de
advogados).
O objetivo é que as sociedades de pessoas, que em regra exercem profissões liberais, pessoas
com autonomia técnica e científica. A matéria coletável dessas sociedades de pessoas é
determinada nos termos do CIRC, mas o rendimento é imputado na esfera dos sócios como
rendimento da categoria B, de acordo com a sua quota.
Uma vez que se tributa todos os rendimentos, o óbice da questão é saber quais são as
despesas dedutíveis. Tem que se ver tudo o que se veio para o sujeito passivo pessoa singular.
Automóvel: se tiver havido aquele acordo escrito do 2.º/3 b) n.º 9 seria dedutível para a
empresa, porque afalamos de remunerações, pelo 23.º/2 d) CIRC. Mas não havia acordo
escrito.
Resolução do Caso 8:
Quando vimos o automóvel na esfera jurídica do Joaquim, este é da categoria A. Se não houver
acordo escrito, em vez de ficar na sua esfera fica na da pessoa coletiva, 88.º CRC.
23.º/2 d): será uma remuneração, sendo que estas são dedutíveis.
A despesa foi para uso pessoal, sendo que se for para isso, foi no interesse do administrador e
não do da empresa.
Não era para suscitar, mas: Nos casos das ajudas de custo, tenho de determinar que
estou a ter uma despesa com as deslocações dos meus trabalhadores, sendo só
dedutível se cumprir com o 3.º/4.
Subsídio de Alimentação e Residência: se não diz que é para uso pessoal, 23.º/2 d)
remuneração
Ónus da Prova
◦ IRC:
1.º+3.º: o que vou tributar- todos os rendimentos e lucro tributável – sendo este último o
17.º/1, variações patrimoniais ativas, consagração do rendimento real 104.º/2 CRP
É ou não dedutível aquele gasto, 23.º/2 à priori dedutível, 23.º/1, clausula geral, 23.º-A e 28.º
em caso de tributação autónomo
◦ 78.º-A a) CRS, se tivermos 2 cônjuges que optam pela tributação separada – é 600 por
dependente, se houver tributação separada é como se fossem divorciados não demos isso
◦ PARECE QUE VAI SAIR SEGUROS 2.º/11 Pode atribuir coisas ao agregado familiar
Entidade patronal tem despesa com seguro de saúde, sendo que este não é para o empregado,
mas para toda a família- continua a ser da categoria A mesmo que seja para toda a família
2.º-A/1 alínea e) – desde que tenha caracter geral, sendo que se não tiver é um rendimento da
categoria A – se eu atribuir a todos os funcionários, caracter geral, não é da categoria A e é
excluído de tributação.
2.º/3alíena b) n.º3 subalínea 3 – seguros no ramo de vida são de categoria A – salvo se tenha
caracter geral
◦ Nos termos do Art 3.º/2 temos em conta o poder de atração da categoria B – todos os que aí
estão – se tiver em causa uma atividade profissional, mas pelo contrario eu fizer do
arrendamento de imoveis profissão, temos poder de atração da categoria B – Mas só se fizer
do comercio profissão.
◦ os rendimentos prediais são todos categoria F exceto se eu quiser que sejam tributados pela
categoria B , sendo que para isso tenho de ter estabelecimento aberto - sujeito passivo é que
tem de ver na sua ideia se vale a pena ou não
Ex: 72.º alíquota de 22 % da categoria F, mas não tenho lugar pelas mesmas deduções da
categoria B – mas tem de abrir atividade da categoria B
8 VALORES DE BORLA, DIZ ELE – APROVA-SE UMA SERIE DE COISAS POR PORTARIA, PODE
SER NÃO PODE, TALVEZ? – HÁ MISTURA COM APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO E CRIAÇÃO DE
UM BENEFÍCIO FISCAL.
ATENÇÃO: REGIME DO RESIDENTE NÃO HABITUAL Art 16.º/8- residência – SE NOS 5 ANOS
ANTERIORES EU NÃO RESIDIR EM PORTUGAL, E AGORA RESIDO, POSSO ESTAR INSERIDO NO
REGIME DOS RESIDENTES NÃO HABITUAIS 72.º/10 – OS RESIDENTES NÃO HABITUAIS VÃO TER
Direito Fiscal Aulas Práticas
Sérgio Varela Alves
◦ Despesa documentada 23.º/3 e 4 – e não haja problema, tem de ter estes elementos. A
despesa não documentada, não só está sujeita a tributação autónoma, como no caso das
pessoas coletivas, não é sequer dedutível – 23.º-A n.º1 b). A indevidamente documentada, é a
que está documentada mas não cumpre com os números 3 e 4 do 23.º. 23.º-A n.º1 c)
◦ Art 6.º CIRC – tudo é um regime de transparência fiscal, ou seja, se estivermos perante uma
das pessoas coletivas aí previstas, em vez de aplicar a alíquota de 21% (87.º), este artigo 6.º/1
b) (por exemplo, pessoas coletivas especiais – escritório de advogados, etc.) – nestes casos
faço todo o processo mas este artigo determina que o determinado, o lucro de 100 000,
independentemente da quota de cada sócio e vou imputar na sua esfera de pessoa singular a
parcela que ele teve do lucro e pronto, acabou que ele não disse como a imputação era
efetuada.
Art 5.º/2 b) – são rendimentos da categoria E, os juros decorrentes quer da ordem como a
prazo – tributado como: 1º : 71.º/1 aliena a) retenção na fonte a titulo definitivo se a entidade
empregadora residir em PT
72.º/1 d): aplica-se quando eu estiver a receber juros de Crédite Agricole – que é na França
Um jantar de natal 23.º/1 – não representa a empresa, pois resulta do 28.º/7 – para haver
despesa de representação, faço um jantar de natal com empregadores, clientes, fornecedores,
etc. – se for só com os trabalhadores não representa nada – dedutível ou não? Depende da
situação financeira da empresa e do quantum daquela jantarada.
NOTA: SOU ALUNO DE MÉRITO E RECEBO UMA BOLSA, ISTO É TRIBUTÁVEL? 12.º/2 CIRS DIZ
QUE NÃO, E EM QUE CONDIÇOES NÃO O É.
◦ Ajudas de custo são rendimentos da categoria A da pessoa singular? Art 2.º, depende dos
limites legais.