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Direito Administrativo
Obra organizada pelo Instituto IOB – São Paulo: Editora IOB, 2014. ISBN 978-85-63625-66-3
Capítulo 8. Licitação, 78
1. Licitação, 78
2. Licitação – Princípio do Julgamento Objetivo –
Princípio da Isonomia, 79
3. Licitação – Princípio da Adjudicação Compulsória –
Princípio da Publicidade – Princípio do Procedimento
Formal, 80
4. Modalidades de Licitação – Convite – Leilão –
Concurso, 81
5. Licitação Dispensada – Licitação Dispensável –
Licitação Inexigível, 82
6. Anulação e Revogação, 83
7. Pregão, 83
Gabarito, 134
Capítulo 1
Introdução ao Direito
Administrativo
Exercício
1. Analise a seguinte afirmativa:
O direito administrativo é um ramo do Direito Privado.
12 Direito Administrativo
Exercício
2. Analise a seguinte afirmativa:
O regime jurídico administrativo impede a Administração Pública de agir
com supremacia em relação aos particulares.
Exercício
3. Analise a seguinte afirmativa:
O dever de probidade está ligado ao princípio da moralidade administrativa.
Capítulo 2
Princípios Expressos e
Implícitos da Administração
Pública
Exercício
4. Analise a seguinte afirmação:
Os princípios aplicados à Administração estão previstos somente na Consti-
tuição Federal.
2. Princípio da Legalidade
A legalidade é o primeiro dos princípios expressos da Administração Pública. Ele
significa que a Administração só pode fazer o que a lei autoriza ou determina.
O princípio da legalidade nasce a partir da verificação do Estado Democrático
de Direito: neste modelo de Estado, quem comanda é a lei, criada democratica-
mente com a participação do povo. A vontade do administrador, portanto, deve
decorrer da lei.
O princípio da legalidade, como visto, tem previsão Constitucional no art. 37,
caput. Porém, esta faceta do princípio é a faceta aplicável à Administração. Com
relação aos particulares, estes também estão sob a égide do princípio da legali-
dade, mas com outro viés: os particulares podem fazer tudo aquilo que a lei não
proíba. É o previsto no art. 5º, II, da Constituição.
Já a Administração só poderá agir de acordo com o que a lei determinar.
Sendo certo que é a lei que determina as condutas da Administração, a lei deve
sempre ser considerada em todo o agir da Administração (agentes, órgãos e entida-
des). O ato praticado em contrariedade à lei é um ato ilegal, e o ato ilegal praticado
pela Administração Pública deve ser anulado pela própria Administração. Se isto não
acontecer, os prejudicados poderão pleitear a anulação perante o Judiciário.
Diz-se que a Administração tem o dever de anular os atos ilegais, mas que
o Judiciário tem a faculdade de anular tais atos. Isto porque o Judiciário sempre
precisará da provocação para agir, enquanto que a Administração age de ofício
(nos casos de atos ilegais).
O princípio da legalidade faz previsão tanto de atos discricionários (a lei dá
margem de liberdade, apresentando ao administrador algumas opções na sua
atuação) quanto de atos vinculados (a lei não dá nenhuma margem de escolha
ao administrador).
Exercício
5. Analise a seguinte afirmação:
A Administração Pública pode fazer tudo aquilo que a lei não autorizar ex-
pressamente desde que a finalidade do ato seja alcançar o interesse público.
16 Direito Administrativo
3. Princípio da Moralidade
O princípio da moralidade também tem previsão expressa no art. 37 da CF.
Liga-se ao dever de probidade, dever de agir de forma honesta, correta. Os
agentes administrativos devem desempenhar suas funções com ética, de forma
correta e honesta.
A moralidade administrativa tem uma força maior que a moralidade comum
(que é a que podemos ver no dia a dia e que não tem força normativa suficiente
para invalidar um ato). A moralidade administrativa vai além da mera reprovabili-
dade de um ato. Trata-se da análise feita dos administradores, que devem agir de
forma correta, sob pena de o ato ser considerado inválido.
Esta é a diferença: a imoralidade administrativa resulta na invalidação do ato,
ao contrário do que ocorre com a imoralidade comum.
É exemplo de violação ao princípio da moralidade a prática do nepotismo. O
ato da nomeação de parentes do administrador para cargos em comissão deverá
ser anulado, porque o ato é imoral.
O controle de moralidade é feito pela própria Administração Pública (anu-
lando os atos ilegais). Todavia, também o Poder Judiciário tem competência e
legitimidade para anular atos ilegais praticados pela Administração Pública. Isto
porque o princípio da moralidade está previsto na CF, e o STF resguarda a CF de
violação de qualquer valor ali previsto. Se um ato viola a Constituição, o STF, que
é o Judiciário, pode fazer o controle. Por isso, o Poder Judiciário está legitimado a
invalidar atos praticados pela Administração Pública de forma imoral.
A violação do princípio da moralidade, bem como ocorre com a violação do
princípio da legalidade, pode gerar, portanto, a anulação do ato administrativo.
Exercício
6. Analise a seguinte afirmação:
O administrador público pode praticar ato imoral desde que seja legal e vise
ao bem comum.
4. Princípio da Impessoalidade
Exercício
7. Analise a seguinte afirmação:
O princípio da impessoalidade visa impedir a utilização da máquina pública
pelo administrador para se promover.
5. Princípio da Eficiência
Exercício
8. Analise a seguinte afirmação:
O princípio da eficiência somente é aplicado ao servidor público efetivado.
6. Princípio da Publicidade
Exercício
9. Analise a seguinte afirmação:
Em razão do dever de transparência administrativa, o princípio da publicida-
de é considerado absoluto pela doutrina.
7. Princípios Implícitos
Exercício
10. Analise a seguinte afirmação:
O princípio da supremacia do interesse público autoriza a Administração
Pública extinguir direitos individuais para resguardar o interesse público.
Vamos ver nesta unidade dois princípios que não podem ser confundidos. Trata-
-se do princípio da tutela e do princípio da autotutela.
A Administração Pública, ao praticar os atos administrativos, recebe a auto-
rização para rever seus próprios atos. Esta autorização é exatamente o princípio
da autotutela: é a revisão dos atos pela própria Administração Pública, o controle
feito pelo próprio órgão ou entidade administrativa.
Quando um ato for realizado de forma ilegal, a Administração poderá rever
e anular o ato. Nos casos de ilegalidade, trata-se de um dever da Administração
anulá-lo. Por outro lado, os atos inconvenientes e inoportunos podem ser revo-
gados pela Administração. Portanto, a autotutela se materializa pela anulação
dos atos ilegais (dever da Administração) e revogação dos atos inoportunos e
inconvenientes.
Já, no princípio da tutela, temos o controle feito pela Administração Pública
Direta sobre a Administração Pública Indireta.
O princípio da tutela passa pela estrutura da Administração Pública. Quando
os órgãos da Administração Indireta são fiscalizados pela Administração Direta,
temos o princípio da tutela. Exemplo: uma universidade federal será fiscalizada,
pela União, acerca da execução das atividades para as quais ela foi criada. Assim,
tutela é o poder de controle dos atos das entidades da Administração Indireta
pelos órgãos centrais da Administração Direta.
Direito Administrativo 21
Exercício
11. Analise a seguinte afirmação:
A supervisão ministerial tem como fundamento o princípio da autotutela.
9. Princípio da Motivação
Exercício
12. Analise a seguinte afirmação:
A motivação dos atos administrativos permite a aplicação da teoria dos mo-
tivos determinantes.
22 Direito Administrativo
Exercício
13. Analise a seguinte afirmação:
O serviço de energia elétrica prestado à Câmara dos Vereadores não pode
ser interrompido por se tratar de um serviço essencial.
Exercício
14. Analise a seguinte afirmação:
O princípio da ampla defesa não autoriza o servidor processado ser repre-
sentado por um advogado, já que nos processos administrativos a defesa
técnica é dispensável.
Exercício
15. Analise a seguinte afirmação:
O princípio da razoabilidade determina a concordância entre os meios utili-
zados e o fim desejado pela Administração Pública.
Capítulo 3
Poderes e Deveres da
Administração Pública
1. Poderes Administrativos
Exercício
16. Analise a seguinte afirmação:
Os poderes administrativos estão vinculados à finalidade administrativa.
O poder administrativo deve ser usado de forma normal, ou seja, dentro dos li-
mites da lei. Sendo assim, se o poder administrativo for usado fora dos limites da
lei, haverá abuso do poder.
26 Direito Administrativo
Exercício
17. Analise a seguinte afirmação:
O abuso de poder permite a revogação ou a anulação do ato administrativo.
3. Poder Vinculado
Poder vinculado é o poder dado, concedido ao administrador público de agir sem
liberdade para aferir a situação fática subjacente, ou seja, é o poder em que o ad-
ministrador deve agir de acordo com os limites e condições estabelecidos em lei.
Sendo assim, observa-se que o poder vinculado está limitado ao que estiver
estabelecido pela lei e pelo ordenamento jurídico.
A análise da conveniência e da oportunidade já foi feita pelo legislador, crian-
do a lei e determinando a atuação da Administração Pública, não podendo assim
o administrador negar a atuação estabelecida pela lei, ou mudar as consequências
fixadas pela lei, por força do poder vinculado.
Exercício
18. Analise a seguinte afirmação:
O poder vinculado permite ao administrador agir de acordo com a conve-
niência e oportunidade exigida no caso concreto.
4. Poder Discricionário
Poder discricionário é o poder que a Administração Pública tem de praticar
atos administrativos, permitindo a seus agentes analisar a conveniência e a
Direito Administrativo 27
Exercício
19. Analise a seguinte afirmação:
O excesso praticado pelo administrador no exercício do poder discricionário
é chamado de arbitrariedade.
5. Poder Normativo
O poder normativo, também chamado de poder regulamentar, é o poder que a
Administração Pública tem de construir uma base normativa mediante atos admi-
nistrativos normativos.
Toda vez que a Administração Pública utilizar-se do poder normativo, estará
visando regulamentar uma lei.
Esse poder nasce da função legislativa (atípica) que a Administração Pública
possui.
É exemplo deste poder a criação de uma portaria, pela Administração Pública,
aplicada internamente.
Em relação à aplicabilidade do poder normativo, quando, por exemplo, a Pre-
sidência da República utiliza-se de um decreto com o intuito de regulamentar uma
lei, está diante do poder normativo, conforme disposto no art. 84, IV, da CF/88.
O poder normativo sempre deve ser exercido nos limites da lei, ou seja, não
pode a Administração Pública utilizar o poder normativo para criar uma norma
que inove o ordenamento jurídico.
28 Direito Administrativo
Exercício
20. Analise a seguinte afirmação:
A publicação de um decreto presidencial é a manifestação do poder hierár-
quico.
6. Poder Hierárquico
Exercício
21. Analise a seguinte afirmação:
O poder hierárquico impede a avocação dos atos administrativos.
Direito Administrativo 29
7. Poder Disciplinar
Poder disciplinar é o poder de aplicar sanções àqueles que possuem vínculo jurí-
dico específico com a Administração Pública. Esse vínculo pode se dar de diversas
formas, por exemplo, servidor público que tem um vínculo empregatício com a
Administração Pública.
É importante destacar que se uma pessoa não possuir um vínculo específico
com a Administração Pública, não poderá ser sujeito passivo do poder disciplinar.
O poder disciplinar pode ser exercido desde que sejam respeitados o contra-
ditório e a ampla defesa.
Outro ponto a ser destacado é que o poder disciplinar tem que ser exercido de
acordo com os limites estabelecidos pela proporcionalidade, ou seja, a Adminis-
tração Pública tem uma margem de discricionariedade para aplicar a sanção, no
entanto, a quantificação desta sanção deve ser proporcional.
Ainda, o poder disciplinar exige motivação, ou seja, a Administração Pública
é obrigada a motivar a escolha da sanção e a quantificação da sanção imposta.
Exercício
22. Analise a seguinte afirmação:
É pressuposto para o exercício do poder disciplinar o vínculo jurídico especí-
fico entre a Administração Pública e o destinatário da penalidade.
O poder de polícia é exercido por órgãos e entidades que recebem essa legi-
timação da lei, mas esse exercício deve ser limitado. O poder de polícia deve ser
proporcional, ou seja, tem que ser proporcional para alcançar o fim desejado pela
Administração Pública.
Exercício
23. Analise a seguinte afirmação:
O poder de polícia extingue um direito individual em benefício do interesse
público.
Exercício
24. Analise a seguinte afirmação:
A fixação de normas pela agência reguladora não é a manifestação do po-
der de polícia.
Capítulo 4
Ato Administrativo
Exercício
25. Analise a seguinte afirmativa:
Os atos administrativos são modalidades de atos jurídicos.
32 Direito Administrativo
Exercício
26. Analise a seguinte afirmativa:
A ausência de um dos elementos administrativos torna o ato inválido.
Direito Administrativo 33
Exercício
27. Analise a seguinte afirmativa:
Os atos administrativos produzem efeitos imediatos, ainda que os atos te-
nham sido praticados de forma manifestamente ilegal.
Exercício
28. Analise a seguinte afirmação:
A imperatividade está presente nos atos enunciativos.
5. Autoexecutoriedade
Se a Administração Pública precisasse ir ao Judiciário para praticar o ato adminis-
trativo, seria ineficiente. Por isso, o ato administrativo tem como característica a
autoexecutoriedade.
A Administração Pública coloca em prática seus próprios atos administrativos,
independentemente de autorização de qualquer outro poder.
É possível fazer uma ligação entre a autoexecutoriedade e o princípio da se-
paração dos poderes.
Os atos administrativos praticados pela Administração Pública independem de
autorização de outro poder, em razão da supremacia do interesse público sobre o
particular e por causa da separação dos poderes.
Direito Administrativo 35
Exercício
29. Analise a seguinte afirmação:
Os atos administrativos emergenciais são autoexecutáveis.
Exercício
30. Analise a seguinte afirmação:
A tipicidade dos atos administrativos é um atributo influenciado pelo princí-
pio da legalidade.
7. Exigibilidade e Executoriedade
Exercício
31. Analise a seguinte afirmativa:
A exigibilidade é a obrigatoriedade originada nos atos administrativos.
8. Competência
Inicialmente, para que o ato administrativo seja considerado válido, é preciso que
este tenha todos os requisitos necessários.
O primeiro elemento é a competência, o que significa dizer que, para que
um ato administrativo seja considerado válido, é preciso que seja praticado por
alguém que tenha vínculo com a Administração Pública e que esta pessoa tenha
atribuições para a prática do ato.
Importante ressaltar que referidas atribuições são definidas pela lei.
Quando o requisito ora estudado é violado, é possível que tal fato configure
excesso de poder.
Ainda, pode ocorrer a delegação da competência, porém, observa-se que a
titularidade continua nas mãos do delegante, havendo delegação somente da
execução do ato.
Outro ponto a ser observado é que o vício de competência pode ser convali-
dado. No entanto, somente será possível a convalidação do vício de competência
se esta competência não for exclusiva.
Exercício
32. Analise a seguinte afirmação:
As atribuições para a prática do ato administrativo determinam a sua com-
petência.
38 Direito Administrativo
9. Finalidade
Exercício
33. Analise a seguinte afirmação:
A violação da finalidade administrativa ocasiona o desvio de poder.
10. Forma
Caso o elemento forma seja violado, este ato administrativo será considerado
inválido, isto é, a Administração Pública deve anular este ato.
Ademais, é preciso observar que a convalidação é permitida quando violado
o elemento forma. No entanto, se a forma do ato administrativo for a própria
substância do ato, esta forma não poderá ser convalidada. Assim, se o ato admi-
nistrativo existir no mundo real somente de forma escrita, por exemplo, este ato
não poderá ser convalidado.
Exercício
34. Analise a seguinte afirmação:
A forma é atributo do ato administrativo.
Exercício
35. Analise a seguinte afirmação:
O móvel é a manifestação dos motivos pelo administrador.
12. Objeto
Conforme já estudado, os motivos são as razões de fato e de direito que permi-
tem o administrador público praticar os atos administrativos.
40 Direito Administrativo
Exercício
36. Analise a seguinte afirmação:
As consequências do ato administrativo são sempre definidas pela lei.
Exercício
37. Analise a seguinte afirmação:
As situações de fato e de direito podem ser definidas na lei para a prática do
ato administrativo.
Direito Administrativo 41
Exercício
38. Analise a seguinte afirmação:
Os atos vinculados são aqueles que possuem todos os elementos vinculados.
Exercício
39. Analise a seguinte afirmação:
A aposentadoria por invalidez pode ser classificada como um ato individual.
42 Direito Administrativo
Os atos administrativos podem ser classificados em: atos internos, atos externos,
atos de império, atos de gestão e atos de expediente.
Os atos internos são aqueles praticados no âmbito interno da Administração,
não vinculando terceiros. Exemplo: uma Portaria, que estabelece o funcionamen-
to de determinado órgão.
Já os atos externos são aqueles praticados no âmbito externo da Administra-
ção, afetando, assim, os administrados. Exemplo: multa de trânsito.
Os atos de império, por sua vez, são aqueles praticados com supremacia em
relação ao particular. Exemplo: a desapropriação de um bem imóvel.
Os atos de gestão são aqueles praticados em igualdade de condição com o
particular. Exemplo: ato em que a Administração Pública realiza doação de bens
móveis, que não estão sendo utilizados por determinada Prefeitura Municipal.
Por fim, os atos de expediente são aqueles praticados para dar andamento a
processos e papéis que tramitam internamente na Administração Pública, ou seja,
são atos de rotina administrativa.
Exercício
40. Analise a seguinte afirmação:
Os atos de império têm origem no regime jurídico administrativo e sua exis-
tência se justifica pela finalidade administrativa.
Outra importante classificação dos atos administrativos traz os atos simples, com-
plexos e compostos.
Os atos simples dependem de somente uma manifestação de vontade. Exem-
plo: agente da Receita Federal aplica sanção ao sujeito que sonegou imposto.
Os atos complexos, por sua vez, dependem da manifestação de uma plurali-
dade de vontades para a sua formação. Exemplo: portaria conjunta.
Direito Administrativo 43
Exercício
41. Analise a seguinte afirmação:
As manifestações colegiadas representam um ato simples quando sua fina-
lidade é compor a vontade de um órgão administrativo.
Exercício
42. Analise a seguinte afirmação:
Ato pendente é aquele que ainda não preencheu seu ciclo de formação.
Exercício
43. Analise a seguinte afirmação:
A validade do ato depende da sua conveniência e oportunidade.
Importa mencionar que o ato declaratório não constitui uma situação jurídica,
pois esta já existe, o objetivo no caso em tela é a formalização do ato.
A aposentadoria compulsória prevista para o servidor público que completou
setenta anos configura um exemplo de ato declaratório, sendo qualquer ato poste-
rior considerado de mera formalização, já que a aposentadoria ocorre de forma au-
tomática, surtindo seus efeitos a partir do momento em que completar essa idade.
O ato modificativo é aquele que modifica o direito de alguém. Com isso,
vislumbra-se a alteração jurídica na vida de determinado indivíduo, como a al-
teração promovida pela Administração das regras de construção em um bairro.
Ato extintivo põe fim ao direito de alguém, pondo fim à relação jurídica, como
na exoneração do servidor público.
No caso do ato administração extintivo, também há a modificação na esfera
jurídica de outrem.
Exercício
44. Analise a seguinte afirmação:
A demissão do servidor é um ato declaratório.
Exercício
45. Analise a seguinte afirmação:
Os atos normativos decorrem da manifestação do poder atípico legislativo
da Administração Pública.
Exercício
46. Analise a seguinte afirmação:
Os atos punitivos devem ser precedidos do contraditório e da ampla defesa.
Exercício
47. Analise a seguinte afirmação:
A anulação do ato sempre gera efeitos ex tunc.
Exercício
48. Analise a seguinte afirmação:
Quando uma lei superveniente ao ato impedir a sua manutenção, a sua
extinção decorrerá da caducidade.
Capítulo 5
Responsabilidade Civil do
Estado
1. Evolução
Exercício
49. Analise a assertiva que se segue:
No Brasil, atualmente, se aplica a teoria do risco integral na responsabilida-
de objetiva.
Exercício
50. Analise a afirmativa a seguir:
Constitui elemento da responsabilidade objetiva a culpa e o dolo do servidor.
Um fato gerado pela Administração Pública que causa prejuízo a terceiro, gera a
responsabilidade objetiva. De acordo com o art. 37, § 6º, da CF:
“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa.”
52 Direito Administrativo
Exercício
51. Julgue o item a seguir:
A responsabilidade objetiva de uma Autarquia não permite nenhum tipo de
excludente de responsabilidade.
A responsabilidade civil objetiva se aplica de acordo com o art. 37, § 6º, da Cons-
tituição Federal. Existem regras que afastam a responsabilidade da Administra-
ção, as quais decorrem da Teoria do Risco Administrativo. Assim, Administração
tem possibilidade de se defender de acusações em algumas hipóteses.
A excludente de responsabilidade tem a finalidade de afastar a responsabili-
dade da Administração. As excludentes de ilicitude afastam o nexo causal, que é
a ligação entre conduta e resultado. Pode ocorrer a culpa de terceiros. Exemplo:
pedestre sofre acidente por culpa de terceiro e é atropelado por ônibus da prefei-
tura. Nesse caso, não há responsabilidade da Administração Pública.
Pode haver também a culpa exclusiva da vítima, ou seja, o fato decorre de
conduta daquele que sofreu prejuízo. Exemplo: pessoa se joga da ponte e é atro-
pelada por carro da prefeitura. Foi a própria vítima que causou o prejuízo.
Ainda, temos o caso fortuito e força maior. Exemplo: em virtude da chuva,
uma árvore cai na cabeça de uma pessoa. Foi a força da natureza que gerou o
dano.
Não se pode confundir a excludente de ilicitude em virtude de força maior
com o dano gerado pela omissão da Administração Pública.
A culpa concorrente, ou seja, resultado que ocorreu por culpa de vítima e da
Administração Pública, não afasta a responsabilidade da Administração Pública.
Assim, haverá somente abatimento no valor da indenização.
Direito Administrativo 53
Exercício
52. Analise a assertiva abaixo:
A culpa concorrente tem como finalidade afastar a responsabilidade da Ad-
ministração Pública em todos os sentidos.
Exercício
53. Analise a assertiva abaixo:
A responsabilidade da Administração Pública será objetiva ao passo que a
responsabilidade do servidor é subjetiva. Sim ou não?
6. Questões Jurisprudenciais
Poder Legislativo pode criar lei que gere prejuízo a terceiros. Em regra, não há res-
ponsabilidade. Contudo, o STF entende que há responsabilidade se a lei criada for
declarada inconstitucional e acabar gerando prejuízo concreto a terceiro. Exem-
plo: lei estadual de Minas Gerais – Nas licitações do Estado não podem participar
concorrentes de outro estado. Todos os licitantes que não forem mineiros serão
excluídos automaticamente.
Assim, os licitantes são excluídos em virtude dessa lei, havendo prejuízo con-
creto. Esses licitantes podem entrar contra Poder Legislativo.
Se determinado juiz toma decisão que gera prejuízo a terceiro, há responsabi-
lidade do Poder Judiciário.
De acordo com o art. 5º, LXXV, CF:
“O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar
preso além do tempo fixado na sentença.”
Se o indivíduo ficar preso além do tempo gera responsabilidade do Poder
Judiciário.
Quanto à responsabilidade na esfera civil, traz o art. 133, I e II, do CPC:
“Responderá por perdas e danos o juiz, quando:
I – no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
II – recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar
de ofício, ou a requerimento da parte.”
Se o Juiz intencionalmente prejudicou uma das partes por não gostar dela,
agiu com dolo e será responsabilizado. Quanto à fraude, temos como exemplo
um juiz que seja objeto de corrupção. É inerte e toma decisão somente depois de
duas semanas em caso de criança agredida pelos pais.
Em relação à responsabilidade na esfera civil, deve-se ressaltar que há respon-
sabilidade pessoal do juiz.
Direito Administrativo 55
Exercício
54. Analise a seguinte afirmativa:
Em nenhuma hipótese, haverá responsabilidade do Poder Legislativo na sua
função típica.
Exercício
55. Analise a assertiva abaixo:
Em relação à obra pública, a responsabilidade será solidária do terceiro e da
Administração Pública.
8. Ação de Regresso
Exercício
56. Analise a assertiva abaixo:
As concessionárias de serviço público respondem objetivamente em relação
aos usuários do serviço público.
Capítulo 6
Organização
Administrativa
1. Administração Pública
Exercício
57. Julgue a seguinte assertiva:
Os agentes públicos compõem a Administração Pública no sentido subjetivo.
Direito Administrativo 59
Exercício
58. Em relação à Administração Pública, os órgãos públicos, como as Secretarias
de Estado, exercem suas funções por meio de:
a) Outorga.
b) Vinculação.
c) Cooperação.
60 Direito Administrativo
d) Desconcentração.
e) Descentralização.
Exercício
59. Assinale a alternativa correta em relação à Administração Pública:
a) Os órgãos que compõem a Administração Pública Direta não possuem
personalidade jurídica.
b) A empresa pública possui personalidade jurídica de direito público e
controle acionário do Estado.
c) A sociedade de economia mista, com capital integralmente público,
possui personalidade jurídica de direito público.
d) As autarquias e fundações não possuem personalidade jurídica e inte-
gram a Administração Direta do Estado.
Direito Administrativo 61
A Constituição Federal autoriza que os entes políticos transfiram para outras pes-
soas a execução de determinadas atividades, como é o caso de a União, que pode
transferir uma atividade para uma autarquia.
A Administração Pública Indireta ou Descentralizada tem fundamento consti-
tucional no art. 37, XIX, prevendo a possibilidade de a União, os Estados, os Mu-
nicípios e o Distrito Federal, por meio de lei específica criar a autarquia e autorizar
a criação da fundação pública, sociedade de economia mista e empresa pública.
A descentralização administrativa por outorga é o fenômeno jurídico que per-
mite à Administração Pública Direta transferir para outra pessoa jurídica da Ad-
ministração Pública Indireta a execução do serviço público por meio de uma lei.
Há, ainda, outro mecanismo de descentralização chamado de descentraliza-
ção por delegação, feita mediante a celebração de contrato administrativo, trans-
ferindo a execução de uma atividade.
É o caso das concessionárias, permissionárias e autorizatárias, sendo essas
pessoas jurídicas as que recebem da Administração Pública a execução de um
serviço.
Exercício
60. Em relação à Administração Pública, as autarquias e fundações exercem
suas funções por meio de:
a) Delegação.
b) Cooperação.
c) Descentralização.
d) Desconcentração.
e) Subordinação.
Exercício
61. Julgue a seguinte informação:
As pessoas jurídicas integrantes da Administração Pública Indireta consti-
tuem um produto do mecanismo de desconcentração administrativa.
6. Autarquia
Autarquia é a pessoa jurídica que mais se aproxima do poder central, ou seja, é
a entidade da Administração Pública Indireta que mais se parece com a Adminis-
tração Pública Direta.
Direito Administrativo 63
A criação de uma autarquia se dá por lei específica (lei que trata somente de
uma matéria), que cria diretamente a autarquia.
A personalidade jurídica de uma autarquia é de direito público, o que garante
à autarquia prerrogativas, como criar atos normativos administrativos e possui
poder de polícia.
Não é possível a criação de uma autarquia para a exploração de atividade
econômica. A única atividade de uma autarquia é a execução de serviços públicos
típicos do estado.
O patrimônio de uma autarquia é público e, portanto, não pode ser alienado,
dado em garantia ou usucapido.
A responsabilidade civil das autarquias está prevista no art. 37, § 6º, da
CF/1988:
“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa.”
Exercício
62. Julgue a seguinte assertiva:
O patrimônio de uma autarquia não se submete à usucapião.
Exercício
63. Assinale a alternativa correta:
a) As empresas públicas e as sociedades de economia mista são pessoas
jurídicas de direito privado que integram a Administração Indireta.
b) As fundações públicas integram a Administração Direta e as fundações
privadas, a Administração Indireta.
c) Administração Indireta é composta pelas Secretarias de Estado, Autar-
quias e Fundações.
d) Na prática, não há diferença entre a Administração Direta e Adminis-
tração Indireta, uma vez que os órgãos que as compõem pertencem ao
Estado.
e) As autarquias em regime especial não são consideradas entes da Admi-
nistração Pública Estadual.
Exercício
64. Julgue a seguinte afirmação:
A sociedade de economia mista deve sempre se apresentar na forma socie-
tária S.A.
9. Fundação Pública
Exercício
65. Julgue a seguinte afirmação:
No Brasil, somente é possível constituir fundações públicas de Direito Privado.
66 Direito Administrativo
Exercício
66. Julgue a seguinte afirmação:
As fundações autárquicas são pessoas jurídicas de Direito Público criadas
nos moldes de uma autarquia.
11. Agência
Seguimos no estudo da Administração Pública Indireta, tratando agora das agências.
O Estado passou a ser regulado pelo modelo gerencial, havendo necessidade,
portanto, de “diminuição” de seu “tamanho”. A realização das atividades e a
Direito Administrativo 67
execução dos serviços deixam de ficar apenas concentrados nas mãos da Admi-
nistração Pública Direta, sem que seja transferida a titularidade das atividades e
serviços (que permanece nas mãos do Estado).
Neste contexto de administração gerencial, nascem as agências executivas e
reguladoras. Elas nasceram porque algumas autarquias apresentavam resultados
por demais inadequados. As agências, então, surgiram com o intuito de organizar
essa estrutura.
Agência reguladora é uma pessoa jurídica de direito público interno, geral-
mente, constituída sob a forma de autarquia especial ou outro ente da Adminis-
tração Indireta, cuja finalidade é regular e/ou fiscalizar a atividade de determinado
setor da economia de um país, a exemplo dos setores de energia elétrica, teleco-
municações, produção e comercialização de petróleo, recursos hídricos, mercado
audiovisual, planos e seguros de saúde suplementar, mercado de fármacos e vigi-
lância sanitária, aviação civil, transportes terrestres ou aquaviários, etc.
Já a agência executiva é a qualificação dada à autarquia, fundação pública ou
órgão da administração direta que celebre contrato de gestão com o próprio ente
político com o qual está vinculado. Atuam no setor onde predominam ativida-
des que, por sua natureza, não podem ser delegadas a instituições não estatais,
como fiscalização, exercício do poder de polícia, regulação, fomento, segurança
interna, etc.
Ocorre, então, a descentralização somada com a fiscalização pelo poder público.
Exercício
67. Julgue o item a seguir.
A titulação de agência executiva somente pode ser concedida às autarquias
de regime especial.
Agência reguladora é uma autarquia criada por lei para fiscalizar o serviço não
essencial que foi transferido para realização por um particular. Além de controlar
a qualidade na prestação do serviço, estabelecem regras para o setor.
Não se trata de uma qualificação de uma autarquia, mas, sim, de uma au-
tarquia de regime especial criada para ser agência reguladora. Assim sendo, a
agência reguladora está localizada na Administração Pública Indireta, e faz parte
da estrutura administrativa.
As agências reguladoras são criadas por leis e têm natureza de autarquia com
regime jurídico especial. Consistem em autarquias com poderes especiais, inte-
grantes da Administração Pública Indireta, que se dispõe a fiscalizar e regular
as atividades de serviços públicos executados por empresas privadas, mediante
prévia concessão, permissão ou autorização.
O regime é especial por conta das atividades que executa: seu corpo funcional
existe para colocar em prática o serviço público de fiscalização. Tem autonomia
financeira, pois seu patrimônio é utilizado na fiscalização dos serviços.
Direito Administrativo 69
Exercício
68. As agências reguladoras constituem espécie distinta de ente da Administra-
ção Pública Indireta: não são autarquias nem empresas públicas; possuem
personalidade jurídica de direito privado.
Algumas instituições não fazem parte do poder público, mas atuam ao lado do
Estado.
Entidades paraestatais são, portanto, entes privados que não integram a Ad-
ministração, mas que exercem atividades de interesse público sem finalidade lu-
crativa. Integram o chamado 3º setor.
Realizam serviços sociais e de utilidade pública, e são incentivadas pelo poder
público.
Importa lembrar:
– não estão dentro da Administração Pública; e
– podem ser caracterizadas como ONG.
O fomento do estado a estas entidades faz parte da Administração Pública em
seu sentido objetivo.
São características das entidades paraestatais:
– são pessoas jurídicas de direito privado;
– sem fins lucrativos (o que não significa que o serviço cobrado não pode ser
cobrado: o que não pode haver é a distribuição de lucro, que deverá ser
sempre empregado dentro da própria entidade);
– liga-se ao poder público pelo fomento.
70 Direito Administrativo
Exercício
69. Julgue o item a seguir.
As entidades paraestatais pertencem à Administração Pública Indireta.
Os serviços sociais autônomos são entes privados, instituídos por lei para o de-
sempenho de atividades assistenciais a determinadas categorias profissionais. Ex.:
Sesc, Sesi, Senai (Sistema S).
São instituídos por lei (mas o nascimento propriamente dito ocorre com o
registro em cartório de seus atos constitutivos, pois a lei somente autoriza a cria-
ção), constituídos por pessoas jurídicas de direito privado. Ministram assistência
ou ensino a certas categorias sociais ou grupos profissionais, sem fins lucrativos, e
são mantidos por doações orçamentárias ou por contribuições parafiscais.
Como todo ente parafiscal, têm administração e patrimônio próprio e sua
finalidade é auxiliar categorias profissionais. Assim sendo, não prestam serviço
público delegado pelo Estado, mas atividade privada de interesse público.
São mantidos mediante contribuições pagas pelas empresas sobre a folha de
pagamento (contribuições do sistema S).
Seus funcionários não precisam de concurso público para ingressar nos qua-
dros, mas apenas de um processo seletivo simplificado. Serão regidos pela CLT,
sendo considerados “empregados privados”.
Devem prestar contas ao TCU (pelo fato de receberem e utilizarem recursos
públicos).
Segundo o TCU, os serviços sociais autônomos não estão sujeitos aos estritos
termos da Lei de Licitação, podendo elaborar normas próprias para as suas con-
tratações, desde que observem os princípios das licitações.
Exercício
70. As pessoas jurídicas que integram o terceiro setor têm regime jurídico:
a) De direito público.
b) De direito privado.
Direito Administrativo 71
1. Controle Administrativo
Controle significa fiscalização, ou seja, todas as atividades prestadas pela Admi-
nistração Pública são passíveis de fiscalização, a qual garante a moralidade de
toda máquina do Estado.
A Administração Pública está legitimada a fiscalizar seus próprios atos, pois
está organizada de forma hierárquica, com base em órgãos e agentes que co-
mandam e outros que executam. Diante dessa organização, é possível falar em
fiscalização, porque quem está em posição de supremacia em relação aos subor-
dinados tem legitimidade para fiscalizar os atos por eles praticados.
Nesse caso, estamos falando de controle interno, justamente aquele feito pela
própria Administração Pública dos próprios atos por ela praticados. Se os atos
forem inconvenientes ou inoportunos, a Administração está autorizada a revogar
tais atos. Este controle tem legitimação no Decreto-Lei nº 200/1967.
O princípio da autotutela corresponde ao dever da Administração de fiscalizar
seus próprios atos e dos seus servidores e agentes.
Além desse controle interno, existe o controle externo, aquele feito por um
órgão, instituição ou pessoa localizada fora da Administração Pública. Pode ser
realizado pelo Poder Judiciário, Legislativo e pelo povo.
Não é porque existe um controle interno que não deverá haver um controle ex-
terno também, ou seja, esses controles realizados podem ser concomitantes. Além
disso, o controle externo, analisa a questão referente à legalidade dos atos, então, a
participação coletiva garante a legitimidade dos atos praticados pela Administração.
Exercício
71. Analise a seguinte afirmação:
O controle feito por um órgão interno localizado na própria estrutura admi-
nistrativa é denominado de controle interno.
Direito Administrativo 73
2. Meios de Controle
O controle interno da Administração, realizado por intermédio de seus órgãos e
entes administrativos, pode ocorrer de diversas formas.
Esse controle pode ser realizado de ofício (princípio da autotutela) ou provoca-
do, e pode ser realizado antes, durante e depois da prática do ato administrativo
(prévio, concomitante ou posterior).
Os meios de controle interno são: fiscalização hierárquica e supervisão ministerial.
A fiscalização hierárquica é aquela feita dentro de um viés hierárquico que
acaba se aplicando na organização administrativa.
É possível que haja fiscalização provocada, tendo relação com o princípio hie-
rárquico e com o princípio da autotutela, que traz a possibilidade de fiscalização
dentro de uma estrutura hierárquica.
A supervisão ministerial é a fiscalização feita por órgãos administrativos di-
retos em relação às entidades da Administração Pública Direta. Não existe hie-
rarquia entre tais órgãos, e, portanto, nesse caso, se aplica o princípio da tutela:
a Administração Direta tem legitimidade para fiscalizar as atividades praticadas
pelas entidades da Administração Indireta.
Estes institutos têm previsão no Decreto-Lei nº 200/1967. Apesar de ser uma
lei federal, esse Decreto é uma base normativa que trabalha a organização da
Administração como um todo, portanto, tem aplicabilidade em todas as esferas
da Administração e não somente na federal.
Exercício
72. Analise a seguinte afirmação:
De acordo com o Decreto-Lei nº 200/1967, é possível o controle ministerial
somente no âmbito da Administração Federal.
3. Recursos Administrativos
O controle interno acontece também por meio de recursos administrativos,
que são instrumentos utilizados para impugnar uma decisão da Administração
Pública. Esse recurso não é judicial, mas, sim, administrativo.
As modalidades de recursos administrativos são:
a) recurso hierárquico próprio: esse recurso é destinado ao superior hierárqui-
co daquele que tomou uma decisão administrativa, ou seja, corresponde a uma
relação organizada hierarquicamente;
74 Direito Administrativo
b) recurso hierárquico impróprio: esse recurso é aquele enviado para outro ór-
gão ou agente fora da estrutura hierárquica para que esse outro órgão ou agente
possa rever a decisão tomada.
É possível a existência dentro da estrutura administrativa desses recursos
dependendo da legislação, ou seja, é necessário que haja previsão em lei. Um
não excluiu a existência do outro, sendo possível a existência concomitante.
Esse outro órgão tem que ter competência para fazer a revisão dos atos prati-
cados pelos agentes que compõem esse determinado órgão.
Exercício
73. Analise a seguinte afirmação:
Não cabe recurso hierárquico impróprio das decisões tomadas pela Admi-
nistração Pública Federal brasileira, segundo a Constituição Federal.
Exercício
74. Analise a seguinte afirmativa:
Das decisões de última instância judiciária, cabe o pedido de reconsideração.
Direito Administrativo 75
Exercício
75. Analise a seguinte afirmação:
O Tribunal de Contas não pode analisar a legalidade de uma licitação.
Exercício
76. Analise a seguinte afirmação:
No Brasil, adota-se o Sistema Inglês no que tange ao controle feito pelo
Poder Judiciário.
Exercício
77. Analise a seguinte afirmação:
A ação popular somente pode ser proposta pelo Ministério Público.
Capítulo 8
Licitação
1. Licitação
Exercício
78. Analise a seguinte afirmação:
A licitação é um procedimento completo de forma vinculada.
Exercício
79. Analise a seguinte afirmação:
O menor preço é uma modalidade de licitação prevista na Lei nº 8.666/1993.
Exercício
80. Analise a seguinte afirmação:
O princípio da adjudicação compulsória obriga o vencedor da licitação a
assinar o contrato a qualquer momento, desde que haja interesse da Admi-
nistração Pública.
Exercício
81. Analise a seguinte afirmação:
O convite pode ser realizado com menos de 3 convidados, desde que res-
peitadas as condições.
Exercício
82. Analise a seguinte afirmação:
A Administração Pública pode contratar livremente diante de uma licitação
deserta.
Direito Administrativo 83
6. Anulação e Revogação
Exercício
83. Analise a seguinte afirmação:
A licitação pode ser anulada até a assinatura do contrato administrativo.
7. Pregão
lor. Todos os que ficaram em segundo, terceiro e quarto lugar, dentro da margem
de 10% da proposta de menor valor, também serão classificados para a próxima
etapa.
Quem for classificado para próxima etapa dará lances verbais menores.
Existe uma inversão das etapas, pois primeiro serão analisadas as propostas
e, em segundo lugar, a habilitação, os lances, a adjudicação e, em último lugar,
a homologação.
O pregão pode ser presencial ou eletrônico e será aplicado também em todas
as esferas administrativas, não só para União.
Para União, o pregão é obrigatório, sendo regra utilizada pela Administração
Pública Federal.
Exercício
84. Analise a seguinte afirmação:
O pregão pode ser verificado no formato eletrônico ou presencial.
Capítulo 9
Contratos Administrativos
1. Contratos Administrativos
Exercício
85. Analise a seguinte afirmação:
Os contratos administrativos são contratos desequilibrados em virtude da
presença de cláusulas exorbitantes.
Exercício
86. Analise a seguinte afirmação:
Os contratos de locação de equipamentos de informática podem ser prorro-
gados indefinidamente.
3. Cláusulas Exorbitantes
Cláusulas exorbitantes são regras que garantem à própria Administração Pública
vantagens em relação ao particular contratado. Essas cláusulas também têm ori-
gem no regime jurídico administrativo.
Direito Administrativo 87
Exercício
87. Analise a seguinte afirmação:
Todas as alterações contratuais podem ser feitas unilateralmente pela Admi-
nistração Pública.
Seguindo no estudo das cláusulas exorbitantes, veremos nesta unidade mais duas.
3. Fiscalização da execução dos contratos
A Administração Pública pode designar uma pessoa para fazer a fiscalização
específica de um contrato administrativo. Pode, ainda, exigir do contratado que
88 Direito Administrativo
Exercício
88. Analise a seguinte afirmação:
As sanções aplicadas pela Administração Pública não podem ter cunho pe-
cuniário.
Ainda sobre as cláusulas exorbitantes, temos mais duas para analisar nesta unidade.
1. Ocupação temporária
A Administração Pública poderá se resguardar no direito de assumir a pres-
tação do serviço quando a pessoa contratada não estiver cumprindo de forma
eficiente a sua obrigação.
Poderá, assim, assumir toda a estrutura (materiais, instrumento, pessoal, etc.)
deixada pela contratada para prestar, de forma eficiente, o serviço que até então
a contratada não está prestando.
Esta cláusula liga-se ao princípio da continuidade do serviço público, e pode
acontecer de forma prévia à rescisão contratual ou após a rescisão.
Direito Administrativo 89
Exercício
89. Analise a seguinte afirmação:
A ocupação temporária se restringe apenas aos bens da contratada ina-
dimplente.
Exercício
90. Analise a seguinte afirmação:
É possível a prestação de fiança bancária como modalidade de garantia.
7. Teoria da Imprevisão
Exercício
91. Analise a seguinte afirmação:
Não se aplicará a teoria da imprevisão quando o fato for decorrente do
inadimplemento da Administração Pública.
Exercício
92. Analise a seguinte afirmação:
Ocorrerá a extinção do contrato administrativo quando o beneficiário não
mais existir.
Capítulo 10
Servidores Públicos
1. Agentes Administrativos
Exercício
93. Analise a seguinte afirmação:
Um policial militar pode ser classificado como agente administrativo, mas
não pode ser classificado como servidor público.
Exercício
94. Analise a seguinte afirmação:
Existe função sem cargo na Administração Pública brasileira.
Exercício
95. Analise a seguinte afirmação:
O processo seletivo simplificado tem como característica principal a infor-
malidade.
4. Desnecessidade de Concurso
Exercício
96. Analise a seguinte assertiva:
É possível a livre nomeação de um servidor para exercer a função de direção
de órgão público.
Exercício
97. Analise a seguinte assertiva:
Um servidor que tem vitaliciedade, obrigatoriamente, terá estabilidade no
cargo.
96 Direito Administrativo
Exercício
98. Analise a seguinte assertiva:
O servidor celetista tem estabilidade no emprego.
Exercício
99. Analise a seguinte assertiva:
Os Procuradores Federais recebem subsídio como forma de remuneração.
Exercício
100. Analise a seguinte assertiva:
Segundo a Constituição Federal, um prefeito pode receber o mesmo valor
pago ao Ministro do Supremo Tribunal Federal.
98 Direito Administrativo
9. Remuneração do Servidor
Exercício
101. Analise a seguinte assertiva:
A irredutibilidade prevista no texto constitucional não afeta os servidores
celetistas.
lação, como dois cargos de professores, um cargo de professor com outro cargo
técnico e científico, dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde,
com profissões regulamentadas por lei.
Para tanto, é preciso que haja compatibilidade de horários, respeito ao teto
constitucional, lembrando que os profissionais da área da saúde englobam
médico, dentista, enfermeiro, etc.
A vedação da cumulação é universal, ou seja, se estende às pessoas da Ad-
ministração Pública Indireta, nos termos do art. 37, XVII, da Constituição Federal.
Exercício
102. Analise a seguinte assertiva:
De acordo com a Constituição Federal, no Brasil, a acumulação de dois ou
mais cargos na Administração Pública somente pode ocorrer de forma ex-
cepcional.
Exercício
103. Analise a seguinte assertiva:
O servidor que for eleito para exercer um cargo político somente poderá se
afastar do cargo de servidor se houver autorização da Administração Públi-
ca que ele estiver vinculado.
Exercício
104. Analise a seguinte assertiva:
É possível a nomeação de servidor para ocupar um cargo em comissão.
Exercício
105. Analise a seguinte assertiva:
O retorno do servidor aposentado ao cargo de origem é chamado de reversão.
Capítulo 11
Serviços Públicos
1. Serviços Públicos
Exercício
106. Analise a seguinte afirmação:
Os serviços prestados por uma autarquia não podem ser classificados como
serviços públicos.
Princípios são valores estabelecidos pelo Direito Administrativo, sendo certo que a
Administração Pública é obrigada a respeitar tais valores. O Direito Administrativo
possui princípios gerais e específicos, a saber:
O princípio da eficiência dispõe que todo serviço prestado pela Administração
Pública deverá ser eficiente e satisfatório, suprindo todas as pretensões coletivas.
Lembra-se que hoje o que vigora é a Administração Pública na perspectiva geren-
cial e não aquela burocrática, importando o resultado.
No princípio da cortesia, os serviços públicos devem ser prestados respei-
tando o usuário. Esse valor nasce da ideia de que a Administração Pública deve
servir, não sendo dona das prestações, mas, apenas faz a gestão dos interesses
coletivos.
O princípio da modicidade das tarifas dispõe que o valor cobrado pelo Estado
para prestação do serviço público tem que ser proporcional à capacidade de pa-
gar dos usuários. Não pode ter uma tarifa exorbitante.
O princípio da continuidade do serviço público dispõe que o serviço público
não pode ser interrompido, pois a interrupção gera consequências para a socie-
dade. Não é um princípio absoluto porque possui exceções. Em que certas situa-
ções, o serviço público pode ser interrompido, como para manutenção técnica,
em virtude de caso fortuito ou força maior, quando o usuário do serviço não paga
a tarifa. Todavia, deverá haver a notificação prévia do usuário.
Em relação ao princípio da continuidade, existem alguns serviços públicos
essenciais, que estão ligados à garantia da vida, à integridade física e à saúde,
como fornecimento de energia elétrica de um hospital que não poderá ser
interrompido.
Exercício
107. Analise a seguinte afirmação em verdadeira ou falsa:
O valor cobrado pelo serviço público prestado deve ser proporcional ao po-
der de pagamento do usuário em razão do princípio da razoabilidade.
104 Direito Administrativo
Exercício
108. Analise a seguinte afirmação em verdadeira ou falsa:
Os serviços públicos podem ser classificados de serviços centralizados e des-
centralizados.
4. Concessão e Permissão
Exercício
109. Analise a seguinte afirmação:
As concessões públicas devem ser antecedidas de licitação na modalidade
concorrência.
Capítulo 12
Bens Públicos
1. Bens Públicos
Exercício
110. Analise a seguinte assertiva em verdadeira ou falsa:
Os bens pertencentes à sociedade de economia mista são considerados
bens públicos.
Direito Administrativo 107
Exercício
111. Analise a seguinte assertiva em verdadeira ou falsa:
Os bens de uso comum do povo jamais poderão ser utilizados para fins
particulares.
Os bens públicos não podem ser alienados. Existem bens que são indisponíveis
por natureza, por exemplo, rios, mares. Então, não podem ser vendidos de forma
absoluta.
No entanto, existem bens públicos que têm natureza patrimonial, podendo
ser vendidos desde que desafetados, ou seja, quando não utilizados para prática
de atividade de interesse público.
108 Direito Administrativo
Exercício
112. Analise a seguinte assertiva em verdadeira ou falsa:
Os bens de uso especial poderão ser alienados quando a lei autorizar.
Capítulo 13
Intervenção do Estado na
Propriedade
1. Conceitos e Fundamentos
A propriedade deve beneficiar não somente o seu titular, mas também toda a
sociedade.
Podemos conceituar a intervenção do Estado na propriedade como a ativida-
de estatal exercida com o fim de ajustar o uso da propriedade de forma a alcançar
o interesse público.
A intervenção do Estado na propriedade se fundamenta no princípio da fun-
ção social da propriedade e no princípio da supremacia do interesse público sobre
o particular.
Em relação ao princípio da função social da propriedade, como já dito, não
basta que a pessoa tenha a propriedade, deve-se observar quais os benefícios
que ela está gerando para a coletividade. Por exemplo, ter a propriedade de um
terreno, mas este não traz nenhum benefício para seu proprietário e para a cole-
tividade, porque está abandonado.
Já em relação ao princípio do interesse público sobre o interesse privado, é
um dos princípios basilares do direito administrativo, porque determina que o
interesse da coletividade deva superar o interesse individual.
A Constituição faz previsão do tema nos seguintes dispositivos: arts. 5º, XXII,
XXIII, 25, XXV e 182, § 2º.
Em relação à competência sobre o tema, podemos analisar da seguinte forma:
• competência para criar leis: privativa da União (art. 22, I, II e III, da CF);
• competência para a prática de atos interventivos administrativos, ou seja,
que façam a regulamentação da propriedade privada: todos os entes da
Federação estão autorizados a intervir na propriedade.
110 Direito Administrativo
Exercício
113. Julgue a assertiva:
A servidão é uma intervenção supressiva.
2. Servidão Administrativa
A servidão é uma das espécies de intervenção restritiva, pois o proprietário conti-
nua com o bem, não o perdendo para a Administração Pública.
Podemos conceituar a servidão administrativa como uso do imóvel pela Admi-
nistração Pública com a finalidade de executar obras ou prestar serviços públicos
em benefício da coletividade.
São exemplos de servidão administrativa: fixação de placas pelo poder público
em imóveis particulares, instalação de postes da rede elétrica em imóvel privado, etc.
Vale observar que não existe legislação específica que trate do tema. Assim, a
doutrina entende que o Decreto-lei nº 3.365/1941, que trata da desapropriação,
pode ser usado por analogia à servidão.
A servidão tem origem no Direito Privado, no entanto, existe diferença entre
o instituto regido pelo Direito Privado e o instituto regrado pelo Direito Público.
Este, diferentemente daquele, visa garantir o interesse público e é regido por nor-
mas de Direito Público, ao passo que o primeiro visa tutelar interesses individuais.
São formas de instituição de servidão administrativa:
• pode nascer de um acordo entre a Administração Pública e o titular da
propriedade. Havendo um acordo, será feita uma escritura pública, onde
será gravado o ônus em relação à propriedade;
• caso não ocorra um acordo, a Administração Pública solicitará sentença
judicial que determine a realização da servidão.
Direito Administrativo 111
Exercício
114. Julgue a assertiva:
A servidão administrativa tem origem no regime jurídico administrativo.
O particular, em regra, não terá direito à indenização pelo uso da sua propriedade
pelo poder público.
Contudo, excepcionalmente, a restrição imposta pelo poder público pode ge-
rar um prejuízo e, se houver prejuízo, o Estado deverá ressarcir o proprietário pelo
dano, e este dano deve ser comprovado.
Deve-se destacar que o ônus da prova de que houve um dano em decorrência
da servidão é do proprietário, pois não há presunção de indenização.
As servidões podem ser instituídas sobre bens imóveis privados, bens imóveis
públicos (exemplo: a União estabelece uma servidão em um bem pertencente a
um Município. No entanto, essa servidão pode ser imposta por um ente da Fede-
ração, dentro de uma hierarquia, em que há, em primeiro, a União, em segundo,
os Estados-membros e o Distrito Federal e, em terceiro, os Municípios).
Desta forma, pode-se ver que os Estados-membros não podem instituir ser-
vidão em bens da União e os Municípios não podem estabelecer servidão em
relação aos bens pertencentes aos Estados e à União.
A servidão é uma forma de intervenção em um bem, por prazo indeterminado.
No entanto, ocorrerá a extinção do gravame em caso de desaparecimento
do bem gravado, incorporação do bem ao patrimônio público e desinteresse do
Estado pela servidão.
As características da servidão são:
• é definitiva, no entanto, existem hipóteses, como já estudadas, em que a
servidão se finda. A expressão definitiva tem o intuito de demonstrar que
a servidão, quando instituída, é por prazo indeterminado;
112 Direito Administrativo
Exercício
115. Julgue a assertiva:
A servidão pode ser instituída por ato administrativo unilateral.
4. Requisição
Exercício
116. Julgue a assertiva:
Não é possível o controle do ato (requisição) pelo Poder Judiciário.
Direito Administrativo 113
5. Ocupação Temporária
Exercício
117. Julgue a assertiva:
A ocupação temporária tem origem em uma situação de perigo público e
iminente.
114 Direito Administrativo
6. Limitação Administrativa
Exercício
118. Julgue a assertiva:
Quando houver prejuízo, a limitação administrativa gerará o dever de inde-
nizar pela Administração Pública.
7. Tombamento – Introdução
O poder público, de acordo com a Constituição Federal, tem o dever de proteger
o patrimônio cultural brasileiro e uma das formas de proteção é o tombamento.
Tombamento, então, é um meio de intervenção na propriedade, pelo poder
público, de forma a proteger o patrimônio cultural brasileiro.
É uma forma restritiva de intervenção e não uma forma supressiva, porque
quando um bem é tombado pelo poder público, o proprietário não perde a
propriedade para o Estado, apenas sofre restrições quanto ao uso.
É o caso, por exemplo, do tombamento de um imóvel que no passado foi a
residência de um político.
São espécies de tombamento:
• voluntário: o próprio proprietário busca a intervenção e proteção do Estado;
• compulsório: o proprietário não concorda com o tombamento, entrando
em um litígio com o poder público.
A instituição ocorrerá por um ato administrativo precedido de um procedi-
mento administrativo.
A finalidade deste procedimento é apurar a necessidade do tombamento por-
que, em alguns casos, não há essa necessidade em determinados imóveis, já que
estes nada agregariam à cultura brasileira; e estabelecer o devido processo legal,
porque o particular tem o direito de se manifestar em relação à intervenção do
Estado em sua propriedade.
Não existe um rito específico para o procedimento, mas alguns atos devem
estar presentes para que ele seja considerado legal. São eles:
• parecer de um órgão técnico cultural, porque é este parecer que estabele-
cerá a necessidade ou não do tombamento;
• notificação do proprietário, justamente pelo motivo do procedimento res-
peitar o Princípio do Devido Processo Legal; e
• decisão do Conselho Consultivo da Administração Pública, que irá analisar
o parecer do órgão técnico cultural, a resposta dada pelo proprietário e,
em análise dialética do processo, tomará a decisão se haverá ou não o
tombamento.
116 Direito Administrativo
Exercício
119. Julgue a assertiva:
Tombamento é a única forma de proteção do patrimônio cultural brasileiro.
8. Desapropriação – Introdução
Exercício
120. Julgue a assertiva:
Não é possível a desapropriação das ações de uma empresa.
Direito Administrativo 117
9. Desapropriação Urbanística
Exercício
121. Julgue a assertiva:
A desapropriação deve ser compensada sempre com pagamento prévio e
em dinheiro do bem expropriado.
Exercício
122. Julgue a assertiva:
Em nenhuma hipótese, os Municípios podem desapropriar bens dos Estados.
Direito Administrativo 119
Exercício
123. Julgue a assertiva:
A Autarquia poderá executar a desapropriação se houver autorização legal.
Exercício
124. Julgue a assertiva:
A desapropriação é um ato administrativo simples.
Exercício
125. Julgue a assertiva:
A sentença determina a imissão definitiva na posse.
Exercício
126. Julgue a assertiva:
O direito de extensão não poderá ser exercido quando o bem for integral-
mente desapropriado.
A retrocessão ocorrerá quando o bem não for utilizado pelo Estado ou for
verificada a tredestinação ilícita.
Exercício
127. Julgue a assertiva:
A retrocessão poderá ocorrer diante da tredestinação lícita.
Exercício
128. Julgue a assertiva:
O IPTU progressivo tem a alíquota majorada por prazo indeterminado e
ilimitado de acordo com o juízo de conveniência e oportunidade da Admi-
nistração Pública.
Capítulo 14
Improbidade Administrativa
1. Improbidade Administrativa
Improbidade é a conduta do agente contrária à moral estabelecida no art. 37,
caput, da CF, como agente administrativo que desvia verbas públicas.
O art. 37, § 4º, da CF, faz a previsão de sanções contra a imoralidade, no en-
tanto, a CF não estabelece toda a normatividade referente à imoralidade, só faz
previsão. A regulamentação deste dispositivo veio por meio de uma lei infracons-
titucional, a Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992).
Qualquer agente administrativo pode praticar ato de improbidade, assim
como o particular que se beneficia ou auxilia o agente administrativo na prática
de ato de improbidade também figura no polo ativo dessa ação.
Quem sofre com os atos de improbidade é a Administração Pública Direta e
Indireta (União, Estados, Municípios, Autarquias, Fundações, Sociedade de Eco-
nomia Mista e Empresas Públicas), que serão sujeitos passivos.
Existem outras figuras que podem aparecer no polo passivo, como as empre-
sas incorporadas do patrimônio público. Além delas, a lei estabelece as empresas
que recebem recursos públicos, como uma Organização Social.
Exercício
129. Analise a seguinte assertiva em verdadeira ou falsa:
Os atos de improbidade podem ser praticados por terceiros, ainda que não
sejam servidores públicos.
2. Ato de Improbidade
As sanções previstas na Lei nº 8.429/1992 têm as seguintes naturezas: cível, ad-
ministrativa e política.
126 Direito Administrativo
Cível porque quem for condenado por atos de improbidade será responsável
também em indenizar a Administração Pública.
A responsabilidade administrativa diz respeito aos agentes públicos que prati-
cam atos de improbidade, e sofrerão sanções administrativas, podendo, inclusive,
perder o cargo que ocupam na Administração.
As sanções políticas são aplicadas para os indivíduos que praticaram atos de
improbidade, os quais terão a suspensão de seus direitos políticos.
As sanções penais não têm previsão na Lei de Improbidade Administrativa, ou
seja, quem responde com base na Lei nº 8.429/1992 não sofre sanção criminal.
Mas, se esse ato de improbidade violar as regras descritas no Código Penal, sofre-
rá sim as sanções previstas no Código Penal. Então, se a pergunta for em relação
à Lei nº 8.482/1992, não haverá sanção penal, mas se a pergunta for em relação ao
CP, haverá sanção penal.
Os atos de improbidade estão previstos nos arts. 9º, 10 e 11 da Lei de
Improbidade, os quais são divididos em três grupos:
a) art. 9º: enriquecimento ilícito – ocorre quando o agente pratica um ato que
configure um enriquecimento ilícito à custa da Administração Pública;
b) art. 10: dano ao erário – atos que, quando praticados, geram prejuízos à
Administração Pública;
c) art. 11: violação a princípios constitucionais – basta violar o princípio para que
o agente sofra as sanções previstas na Lei, como servidor que pratica conduta imoral.
Exercício
130. Analise a seguinte assertiva em verdadeira ou falsa:
A mera violação de um princípio administrativo jamais configurará ato de
improbidade administrativa.
O ato de improbidade atinge a todos, sendo assim qualquer pessoa pode denun-
ciá-los. A denúncia pode ser apresentada de forma escrita ou verbal, para depois
ser reduzida a termo pela autoridade.
Inicia-se, então, uma investigação em relação ao fato apresentado e todas as
informações serão encaminhadas ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas.
Apresentadas essas informações, poderão ser tomadas medidas de urgên-
cia para resguardar a Administração de futura indenização em razão da prática
Direito Administrativo 127
Exercício
131. Analise a seguinte assertiva em verdadeira ou falsa:
É possível o bloqueio dos bens daquele que está sofrendo uma ação por
improbidade administrativa.
Capítulo 15
Processo Administrativo
1. Processo Administrativo
Qualquer irregularidade verificada pela Administração Pública não pode gerar
sanção direta, devendo primeiramente se apurar os fatos por meio de procedi-
mento investigatório e, se ao final for verificado que realmente há irregularidade,
aplicar a sanção.
A finalidade do processo administrativo é apurar fatos para permitir a aplica-
ção de uma sanção quando for necessária para a situação.
Processo é mecanismo de investigação e mecanismo de punição ou de cons-
tatação da inocência do servidor. Difere de procedimento, que é conjunto de atos
concatenados visando sempre uma finalidade.
O processo administrativo corre dentro de órgão administrativo, e não é pro-
cesso judicial.
É regulado pela Lei nº 9.784/1999, a qual trabalha matérias ligadas aos atos
administrativos e não somente processual. É uma lei federal que regulamenta
todos os processos que correm na esfera da Administração Pública Federal. As
demais esferas da Administração terão suas próprias leis (natureza federal).
Se um ente federativo não possuir lei que trate do processo dentro de sua
esfera administrativa, a Lei nº 9.784/1999 será aplicada de forma subsidiária.
Servidor público é investigado por meio de processo administrativo disciplinar
mediante a Lei nº 8.212/90, pois possui lei específica, então, não será aplicada a
lei de processo administrativo, que é genérica, mas a específica.
Exercício
132. Analise a seguinte afirmação em verdadeira ou falsa:
A Lei nº 9.784/1999 é aplicada subsidiariamente às leis estaduais que tra-
tam do tema processo administrativo.
Direito Administrativo 129
Exercício
133. Analise a seguinte assertiva em verdadeira ou falsa:
O princípio da gratuidade é aplicado somente aos processos judiciais.
Exercício
134. Analise a seguinte assertiva:
Qualquer pessoa pode solicitar a abertura de um processo administrativo.
Exercício
135. Analise a seguinte assertiva:
Excepcionalmente, os atos processuais poderão ser praticados em local di-
verso daquele onde se situa a sede do órgão administrativo.
Exercício
136. Analise a seguinte assertiva:
Na hipótese de tema discutido no processo ser de interesse geral, a lei facul-
tará a realização de consulta pública.
Anotações
Direito Administrativo 133
134 Direito Administrativo
Gabarito