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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR RELATOR xxxxxxxxxx DA 2ª CÂMARA

CÍVEL DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS

AGRAVO INSTRUMENTO Nº xxxxxxxxxxxxxxxxxx

NOME xxxxxxxxxxxxxxxxx, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por


intermédio de seu advogado abaixo assinado, vem muito respeitosamente à presença de
Vossa Excelência propor:
CONTRARRAZÕES À AGRAVO INTERNO
Com fundamento no apresentado no artigo 1.021, § 2º do Có digo Processual Civil. O que faz
pelos motivos de fatos e de direito a seguir aduzidos:

DAS CONTRARRAZÕES

Contrarrazoante: XXXXXXXXXXXXX

Contrarrazoado: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Processo de origem nº XXXXXXXXXXXXXXX

Juízo 21ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte – MG


Colenda Turma
Eméritos julgadores
As contra razõ es tem por base o que segue:
1. BREVE SINTESE DOS FATOS:

BREVE SÍNTESE DOS FATOS ACONTECIDO NO PROCESSO DE 1º INSTANCIA.

2. RAZÕES PARA MANTER A DECISÃO

2.1 NULIDADE DE INTIMAÇÃO


Ao agravado, preambularmente qualificado, foi surpreendido pelo oficial de justiça com
mandado de busca em apreensã o de seu veiculo, pois o agravado nã o recebeu nenhum tipo
de intimaçã o ou carta de intimaçã o deste processo, que lhe move a agravante.
Apó s ter seu veiculo apreendido XXXX constituiu seu procurador e em fase de contestaçã o
foi surpreendido nos autos por uma carta registrada (AR), na qual nã o foi o autor quem
recebeu a carta da intimaçã o, conforme se verifica do aviso de recebimento juntado ao
recurso de agravo (nº Id:XXXX)
Levanta-se aqui a questã o sobre a validade da intimaçã o via postal, cujo ato prescinde da
entrega da carta da recepçã o desta pelo intimado. Corroborando as assertivas
anteriormente escandidas, o artigo 248 do CPC, que grafa:
Art. 248. Deferida a citaçã o pelo correio, o escrivã o ou o chefe de secretaria remeterá ao
citando có pias da petiçã o inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta,
o endereço do juízo e o respectivo cartó rio.
§ 1o A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a
entrega, que assine o recibo.
§ 2o Sendo o citando pessoa jurídica, será vá lida a entrega do mandado a pessoa com
poderes de gerência geral ou de administraçã o ou, ainda, a funcioná rio responsá vel pelo
recebimento de correspondências.
Ora, Eméritos julgadores, além do agravado ser pessoa física a carta juntada aos autos nã o
foi recebida e se quer assinada pelo mesmo, assim nã o atende ao dispositivo legal, do artigo
242 do Có digo processo civil vejamos:
Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do
representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado.
Portanto nulo o ato, inexistindo a citação. É o que determina o artigo 280 do Có digo de
Processo Civil, senã o vejamos:
"ART. 280 – “As citações e as intimações serão nulas, quando feitas sem observância
das prescrições legais”
E se ver, nesse sentido, os julgados recentes, vejam-se o aresto colacionado:
Ementa: CIVIL. PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. FALTA DE CITAÇÃO.
EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. ART. 485, INC. IV, DO CPC.
AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO DE DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E REGULAR.
INTIMAÇÃO PESSOAL DO AUTOR. DESNECESSIDADE. SENTENÇA MANTIDA.
1. O ato citató rio se constitui como essencial ao desenvolvimento vá lido e regular do
processo. A falta de citaçã o justifica a extinçã o do feito por falta de pressuposto processual.
2. Realizadas, sem sucesso, as diligências solicitadas e uma vez intimada a movimentar o
feito, a inércia da parte autora justifica a extinçã o do processo.
3 A intimaçã o pessoal do autor somente é necessá ria nos casos previstos no art. 485, II e III,
do CPC, que nã o se amoldam à hipó tese dos autos, (art. 485, IV, do CPC).
4. Apelaçã o conhecida e desprovida.
Processo 20160110895128 0025496-03.2016.8.07.0001 Ó rgã o Julgador 2ª TURMA CÍVEL.
Publicado no DJE : 24/03/2017 . Pá g.: 230/246 Julgamento22 de Março de 2017 Relator:
SANDOVAL OLIVEIRA

Assim, Eméritos julgadores, argü ida nulidade da citaçã o, requer se digne a Colenda turma
Julgadora o ato citató rio nã o foi valido, assim cerceando os meios de defesa do agravado,
bem assim observando-se os dispositivos legais que regem o ato, anteriormente descrito.
Considerando assim o do ato pressupõ e nã o valido a decretaçã o da nulidade da citaçã o
levada a efeito, é de sugerir este Tribunal dê Justiça o reconhecimento da falta aventada por
falta de dispositivo legal.

2.2 DA RESPONSABILIDADE DO DEPOSITARIO FIEL


Com busca a apreensão realização em juízo quo ficou determinado que o veículo
fosse entregue ao agravante, por meio de seus procuradores como consta no auto de
busca apreensão, desta forma o depositário fiel fica com posse do veiculo de forma
provisória, até que seja decreta a sentença da ação, assim o mesmo fica responsável
pelo bem arcando com eventuais prejuízos de forma dolosa o culposa, repodendo
inclusive civilmente como podemos observar no artigo 161 do Código de Processo
Civil:
Art. 161. O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que, por dolo ou
culpa, causar à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada, mas tem o
direito a haver o que legitimamente despendeu no exercício do encargo.
Parágrafo único. O depositário infiel responde civilmente pelos prejuízos causados,
sem prejuízo de sua responsabilidade penal e da imposição de sanção por ato
atentatório à dignidade da justiça.
E de conhecimento do Agravado que o veiculo apreendido que deveria estar sob a
responsabilidade da Agravante estaria circulando em outro município do Estado de Minas
Gerais, inclusive com multas, e pagamento de documentaçã o em de XXXXXX como consta
em anexo, cabe ressaltar que a mesma nã o foi nomeada como depositá rio fiel, e nem
representante da parte Agravante. Desta forma o agravante pede esclarecimentos sobre a
situaçã o atual do veiculo apreendido, uma vez que no da busca havia pertences do
agravado no interior do veiculo e a posse nã o seria definitiva da agravante, pois nã o houve
sentença da açã o.
2.3 DA MANUTENÇÃO DA SUSPENSÃO DA AÇÃO
Ao suspender a açã o o juiz a quo admitiu o recurso IRDR Nº: 1.000.16.037836-0/000 pelo
incidente de resoluçã o das demandas repetitivas do nosso Excelentíssimo Tribunal como
podemos ver e seguir:
EMENTA: INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS - PRESENÇA DOS
REQUISITOS DOS ARTS. 976 E 977, DO CPC/2015 - ADMISSÃO. Presentes os
requisitos dos artigos 976 e 977, do CPC/2015 - legitimidade do Requerente,
instrução do pedido com comprovação do preenchimento das exigências legais,
inexistência de afetação de recurso repetitivo perante os Tribunais Superiores,
questão unicamente de direito, risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica e,
finalmente, efetiva repetição de processos versando sobre o mesmo tema - deve-se
admitir o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas.
IRDR - CV Nº 1.0000.16.037836-0/000 - COMARCA DE BELO HORIZONTE - REQUERENTE
(S): JOSÉ ARTHUR DE CARVALHO PEREIRA FILHO DESEMBARGADOR (A) DA 9ª CÂ MARA
CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS - REQUERIDO (A)(S):
SEGUNDA SEÇÃ O CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS -
INTERESSADO: MARCOS DE QUEIROZ EVARISTO, AYMORE CREDITO, FINANCIAMENTO E
INVESTIMENTO S.A.
ACÓRDÃO : Vistos etc., acorda, em Turma, a 2ª Seçã o Cível do Tribunal de Justiça do Estado
de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em ADMITIR O INCIDENTE DE
RESOLUÇÃ O DE DEMANDAS REPETITIVAS.
RELATOR. DES. ROBERTO SOARES DE VASCONCELLOS PAES (RELATOR)
A Agravante em um ato de desespero recorreu novamente interpondo recurso de
agravo Interno, a fim de tumultuar uma ação que mesmo sem requisitos legais
utilizou para se obter a concessão da liminar da busca e apreensão. O ato de
desespero do agravante, e pelo simples motivo que não houve concessão do juiz de
1º grau para realização do leilão do veículo, pois ainda não houve sentença relatando
a posse para haver a venda.

2.4 DO NÃO CABIMENTO DO AGRAVO INSTRUMENTO


Para que haja admissibilidade do recurso temos que seguir requisitos do Novo Có digo
Processo Cível. Tais pressupostos distribuem-se em subjetivos, que se referem à s pessoas
legitimadas a recorrer, e objetivos, atinentes à recorribilidade da decisã o, à tempestividade,
singularidade e adequaçã o do apelo, ainda, preparo, motivaçã o e forma.
Conquanto, o agravo de instrumento seja recurso destinado ao ataque de decisõ es
interlocutó rias, a decisã o ora combatida nã o está elencada no rol taxativo do art. 1.015, do
Novo Có digo de Processo Civil, que assim dispõ e:
Cabe agravo de instrumento contra as decisõ es interlocutó rias que versarem sobre:
I - tutelas provisó rias;
II - mérito do processo;
III - rejeiçã o da alegaçã o de convençã o de arbitragem;
IV - incidente de desconsideraçã o da personalidade jurídica;
V - rejeiçã o do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogaçã o;
VI - exibiçã o ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusã o de litisconsorte;
VIII - rejeiçã o do pedido de limitaçã o do litisconsó rcio;
IX - admissã o ou inadmissã o de intervençã o de terceiros;
X - concessã o, modificaçã o ou revogaçã o do efeito suspensivo aos embargos à execuçã o;
XI - redistribuiçã o do ô nus da prova nos termos do art. 373, § 1o;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Pará grafo ú nico. Também caberá agravo de instrumento contra decisõ es interlocutó rias
proferidas na fase de liquidaçã o de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo
de execuçã o e no processo de inventá rio.
Sendo assim, em decisã o monocrá tica nã o foi reconhecido o recurso de agravo instrumento
por que: “trata-se de remédio processual impró prio, e seu nã o conhecimento disto resulta
como mero consectá rio. O enquadramento legal invocado pela agravante nã o ampara o
pleito de acolhimento do agravo”. Em nenhum momento houve cerceamento de defesa ou a
violaçã o do principio do duplo grau de jurisdiçã o!
Nã o houve equivoco na decisã o, simplesmente o agravante nã o demostrou requisitos para
interposiçã o do recurso. No entanto, os senhores desembargadores tem que manter a
manutençã o da decisã o monocrá tica.

3. DOS PEDIDOS
a) Pelo exposto, requer a este Egrégio Tribunal de Justiça, digne-se em receber as
contrarrazõ es do recurso, a nulidade de citaçã o por falta de pressupostos legais.
b) Requer negar o provimento do presente agravo interno, uma vez que a agravante em um
ato de desespero recorreu por agravo de instrumento em uma açã o suspensa em 1º grau,
aonde foi negada por decisã o monocrá tica.
c) Requer que o agravante relate se houve o leilã o do veículo, pois nã o há sentença no
processo principal, sendo assim, nã o poderia ter repassar o veículo até decisã o de 1º grau.
d) Requer a manutençã o da suspensã o da açã o até o julgamento do acó rdã o sobre o mérito
da açã o.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Belo Horizonte, XX de XX de 2018.
ADVOGADO
OAB

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