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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA TERCEIRA REGIÃO

, devidamente qualificada nos autos da ação de cumprimento de sentença,


processo n.º 5020223-, em trâmite perante a 8ª Vara Federal Cível da Subseção
Judiciaria de São Paulo, por seu advogado subscrito, vem respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, inconformada com a respeitável decisão de fls., com fundamento no
Art. 1.017 do Novo Código de Processo Civil, interpor o presente recurso de

AGRAVO DE INSTRUMENTO

com “pedido de efeito suspensivo ativo” em razão da grave lesão de difícil


reparação que suporta a Agravante, requerendo a juntada das cópias necessárias a
instrução do presente recurso, especificamente, de obrigatoriamente, com cópias da
petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria
decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que
comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e
do agravado, conforme disposto no Art. 1.017, I do Novo Código de Processo Civil.

Por entender conveniente, anexa, também, cópia integral dos autos de


origem, isto é, o Execução de Título Extrajudicial, processo n.º 00, em trâmite perante a
8ª Vara Federal Cível da Subseção Judiciaria de São Paulo.

Pelo Agravado, a procuradora CONSOLAÃÃO, SÃO PAULO/SP - CEP


01415-003 FONE: (11) 3506 2800/2900.

Ademais, informa que junta ao presente Recurso de Agravo de


Instrumento cópia integral dos autos, que desde já declara como autênticos, bem como
requer a juntada das custas recursais devidamente recolhidas.
Nestes termos,
Pede deferimento.

São Paulo, 01 de dezembro de 2020.

Fábio
MINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

Agravante:

Agravado: União Federal – Fazenda Nacional

Egrégio Tribunal,
Colenda Turma,
Eméritos Julgadores.

I. BREVE SINTESE DOS FATOS

Trata-se de recurso de agravo de instrumento interposto contra r. decisão


proferida nos autos do incidente de Cumprimento de Sentença movido pela Agravante em
face da Agravada, aonde entendeu o MM. Juízo “a quo”, pelo parcial acolhimento do
pleito, e em razão disso condenou a Agravante indevidamente ao pagamento de verba
honoraria.

Na referida ação, restou proferida a r. sentença que julgou procedente o


pedido para condenar a União Federal a restituir os valores indevidamente pagos pela
Autora a título de taxa de Ocupação de Solo, com correção monetária a contar dos
indevidos desembolsos efetuado

Pois bem, apresentada a planilha de cálculos e impugnada pela União


federal sobreveio decisão requerendo a contadoria judicial a apuração do valor
questionado pelas partes.

Em pronto atendimento, a contadoria apresentou planilha de cálculos


seguindo a mesma forma de cálculos apresentada anteriormente pela requerente, no
entanto o expert contador inobservou que os Juros do credito questionado devem ser
atualizado ao percentual de 1% a.m., e não ao percentual de 6% ao ano, pois de acordo
com Código Civil e em consonância com o Código Tributário Nacional, o percentual de
6% anuais deverá ser aplicado tão somente para atualização de débitos de exercícios até
10/01/03.

Assim sendo, a embargante peticionou, demonstrando que os créditos da


embargante devem ter a aplicação juros mensais ao percentual de 1% ao mês.

Desta forma temos que a escorreita decisão embargada, homologou os


cálculos da contadoria judicial, sem contudo observar a manifestação do documento de
fls. Num. 36031450, qual segue a mesma tecnicidade da contadoria judicial, no entanto
corrigi os equívocos do expert contador, logo a homologação deferida decisão haveria de
versar sobre os cálculos do documento de fls. Num. 36031450 e não cálculo constante
da decisão.

Diante disto, não haveria que se cogitar o permissivo do § 1º do Art. 85 CPC


favorável a União Federal, pois correto está o cálculo apresentado pela Agravante, e a
própria União Federal Apresentou cálculo totalmente em dissonância não apenas a
sentença condenatória como também do cálculo apresentado pela contadoria.

Ocorre que ao proferir a escorreita decisão homologatória parcial dos


valores devidos pela Agravada a Agravante, o douto magistrado foi omisso ao não
apreciar o documento de fls. Num. 36031450, aonde a ora Agravante junta planilha de
cálculos atualizada, elabora nos exíguos termos da sentença condenatória da Agravada.

Insta salientar que para sanar a omissão quanto a não apreciação da


petição de fls., a Agravante opôs embargos de declaração, contudo o douto magistrado
não os acolheu, mantendo os termos da decisão outrora proferida.

Com a devida vênia, a r. decisão não merece prosperar, consoante se


demonstrará.

II – PRELIMINARES

II.I - DO INTERESSE NO IMEDIATO PROCESSAMENTO DO RECURSO EM SUA


FORMA INSTRUMENTAL

Reza o inciso II do Art. 1.015 do Novo Código de Processo Civil que caberá
Agravo de Instrumento contra decisões interlocutórias que versarem sobre tutelas
provisórias:

“Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões


interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento
do pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo
aos embargos à execução;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo
aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, §
1o;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, §
1o;
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento
contra decisões interlocutórias proferidas na fase de
liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença,
no processo de execução e no processo de inventário.”
[g.n]

No caso em tela, o julgamento do presente recurso, em sua forma


instrumental, é medida que se impõe, pois, em prosseguindo, referido incidente de
Cumprimento de Sentença deixara de conferir a Agravante substanciais valores
econômicos a que tem direito.

Desta feita, mais do que evidente o cabimento do presente recurso, devendo


este ser conhecido, processado e julgado em sua forma instrumental, culminando com a
reforma da r. decisão recorrida, conforme se demonstrará abaixo.

III - DO DIREITO

III.1– DAS RAZÕES PARA REFORMA DA R. DECISÃO AGRAVADA - OMISSÃO DA


DECISÃO ORA EMBARGADA – INCISO II e PARAGRAFO ÚNICO, ART. 1.022 DO CPC.

Inicialmente há que destacar que embargos declaratórios oposto pela ora


Agravante guardam estrita obediência aos princípios processuais, a todos os
pressupostos estatuídos na Teoria Geral Recursal e ainda às orientações do C. Superior
Tribunal de Justiça (“STJ”).

Como de denota dos autos, a recorribilidade, interesse recursal e a


adequação estão patentes, diante dos termos da decisão de fls. agravada, colacionada
abaixo:

“(...) Dessa forma, somente poderiam ser incluídas no cálculo


parcelas recolhidas até maio de 2011, com exclusão do período
de 28/06/2002 a 23/04/2011 (equivocadamente computado
pela exequente), conforme apurado de forma correta pela SPU
(ID 16500700), cuja base de cálculo foi adotada pela
Contadoria para conferência dos valores apurados pelas
partes. Assim, o parecer do contador judicial deve ser acolhido,
tendo em vista sua equidistância das partes e,
consequentemente, sua imparcialidade na elaboração do laudo
e, ainda, diante da observância das normas legais pertinentes
ao caso concreto. Ante o exposto, HOMOLOGO os cálculos
apresentados pela Contadoria no ID 25132886, elaborados em
conformidade com o título executivo judicial transitado em
julgado, para fixar o valor total da execução em R$ 27.261,30
(vinte e sete mil duzentos e sessenta e um reais e trinta
centavos) para novembro de 2019. Nos termos do artigo 85, §
1º do CPC, condeno a exequente ao pagamento de honorários
advocatícios em favor da União, que arbitgro em 10% (dez por
cento) da diferença entre o montante indicado na inicial do
cumprimento de sentença e o fixado na presente decisão. Na
ausência de recursos contra essa decisão, fica autorizada a
expedição de ofícios requisitórios em favor da exequente..(...)”

Em que pese acertada a decisão, esta não adotou integralmente a melhor


solução à lide, isto porque, omitiu-se à apreciação integral da relevante matéria aduzida
pela Agravante na petição de documento Nun. 36031450, qual demonstra o valor
efetivamente devido pela Agravada a Agravante, ao superar o equívoco da contadoria

Destarte, trata-se de fase de cumprimento de sentença decorrente de


título judicial proferido em sede cognitiva da ação judicial, processo nº 0009407-
82.2016.4.03.6100.

Na referida ação, restou proferida a r. sentença que julgou procedente o


pedido para condenar a União Federal a restituir os valores indevidamente pagos pela
Agravante, com correção monetária a contar dos indevidos desembolsos e juros de mora
a contar da citação.

Apresentada a planilha de cálculos e impugnada pela União Federal


sobreveio decisão requerendo a contadoria judicial a apuração do valor questionado
pelas partes.

Em pronto atendimento, a contadoria apresentou planilha de cálculos


seguindo a mesma forma de cálculos apresentada anteriormente pela Agravante, no
entanto o expert contador inobservou que os Juros do credito questionado devem ser
atualizado ao percentual de 1% a.m., e não ao percentual de 6% ao ano, pois de acordo
com Código Civil e em consonância com o Código Tributário Nacional, o percentual de
6% anuais deverá ser aplicado tão somente para atualização de débitos de exercícios até
10/01/03. E mais, ao efetuar o cálculo a contadoria ignorou os termos da sentença
condenatória.

Assim sendo, a Agravante peticionou, demonstrando que os créditos da


Agravante estavam sujeitos a aplicação juros mensais ao percentual de 1% e não os 6%
anuais informado pelo expert.

Como se observa a decisão Agravada, homologou os cálculos da


contadoria judicial, sem, contudo, observar a manifestação documento Nun., qual segue
a mesma tecnicidade da contadoria judicial, no entanto corrigi os equívocos do expert
contador, logo a homologação da referida decisão haveria de versar sobre os cálculos
Agravada e não os do expert, não havendo que se cogitar na aplicação do contido no
permissivo do § 1º do Art. 85 CPC, pois correto está o cálculo apresentado pela
Agravante.

Para melhor elucidar a discrepância entre o valor homologado e o


realmente devido pela Agravada, colaciona-se abaixo as planilhas de cálculos
apresentada, a primeira pelo expert contador e a segunda pela Agravante:

Planilha da contadoria judicial contida no documento Num.

“Planilha da Agravante contida as fl

Com a devida vênia, vislumbra-se que o magistrado quando da prolação


da decisão, esquivou-se a perfeita, clara e completa apreciação dos argumentos
apresentados pela Agravante.

E mais, ignorou totalmente o fato que a própria União Federal,


apresentou cálculo totalmente equivocado, n]ao cabendo, portanto, a aplicação do
permissivo do § 1º do Art. 85 CPC, pois não também não houve a homologação dos
cálculos da União Federal.

Pelo que se verifica é nítida a OMISSÃO, posto que o magistrado


homologou e intimou para pagamento os cálculos da contadoria judicial,
desconsiderando por completo a narrativa da Autora bem como o fato que União Federal,
assim como a contadoria apresentaram cálculo amplamente divergentes um do outro.

Ademais a jurisprudência costuma-se enfatizar que os Embargos de


Declaração não possuem o condão de alterar a decisão embargada, mas sim, tão
somente aclarar a decisão obscura, eliminar a contradição e suprir as omissões da
decisão recorrida.

Entrementes, tratando-se, especificamente, de hipóteses como a do caso


em comento, de decisão maculada de OMISSÃO quanto à apreciação de direito expostos,
afronta e negativa de vigência a diversos dispositivos legais, que, se não observadas nos
estritos termos legais ensejam a nulidade do procedimento, a Doutrina e a
Jurisprudência tem admitido à aplicação do efeito modificativo ora pleiteado.

Nossa doutrina, externada principalmente por BARBOSA MOREIRA, é


expressa neste sentido:

“Havendo contradição, ao adaptar ou eliminar alguma das


proposições constantes da parte decisória, já a nova decisão
altera, em certo aspecto, a anterior. E, quando se trata de suprir
a omissão, não pode sofrer dúvida que a decisão que acolheu
os embargos inova abertamente (...) Esse último caso é de
particular delicadeza, pois as vezes, suprida a omissão,
impossível se torna, sem manifesta incoerência, deixar subsistir
o que se decidira (ou parte do que se decidira) no
pronunciamento embargado”

Corroborando a tese, NELSON NERY JUNIOR possui o seguinte


entendimento:

“Excepcionalmente, admite-se emprestar o efeito modificativo


aos embargos declaratórios, desde que o aresto embargado
tenha incorrido em erro material.”

Desta forma, temos perfeitamente cabível a atribuição do efeito


modificativo à decisão recorrida, o que não foi atendido pela Agravante, não restando
assim, outra alternativa senão socorrer-se a este tribunal para ver valer seu direito.

IV- DA PRESENÇA DOS REQUISITOS PARA SUSPENSÃO DOS EFEITOS DA


REFERIDA DECISÃO RECORRIDA

A possibilidade de atribuição de efeito suspensivo ao recurso de agravo de


instrumento está prevista no Art. 995, parágrafo único, com escopo nos Art. 1.019,
inciso I e Art. 932, inciso II, ambos do Novo Código de Processo Civil.

O Art. 995, parágrafo único, do referido Códex expõe, de forma precisa, os


requisitos para atribuição do efeito suspensivo:

” Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão,


salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso.
Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser
suspensa por decisão do relator, se dá imediata produção de
seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível
reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento
do recurso.”

No caso em tela, ante a narrativa apresentada, evidente que se fazem


presentes os requisitos para atribuição do ora requerido efeito suspensivo.

Ante a narrativa acima apresentada, evidente que se fazem presentes os


requisitos para atribuição do ora requerido efeito suspensivo, ante o iminente perigo de
lesão grave e de difícil reparação e relevante fundamentação.

Ademais, ainda que a suspensão dos efeitos da decisão recorrida, no caso


vertente, não tivesse natureza irreversível, não se pode deixar de reconhecer o risco de
dano inverso, ou seja, o que recai sobre a Agravante, afigura-se muito mais acentuado,
devendo-se neste momento ser priorizado, haja vista que a Agravada em nada será
prejudicada com a concessão da tutela pleiteada.
Assim, resta demonstrado que a fundamentação do Agravante é de suma
relevância e vem consubstanciado na jurisprudência desta corte, além da lógica jurídica.

Neste sentido, de rigor a atribuição do efeito suspensivo seja concedida ao


presente recurso, com seu posterior provimento, por ser medida da mais almejada
Justiça.

V. O PEDIDO

Por tudo que aqui se demonstra, imprescindível a atribuição de efeito


suspensivo ao agravo de instrumento interposto, bem como seja no mérito dado
provimento ao presente recurso de agravo de instrumento, para reformar a r. decisão, vez
que não foi apreciado a petição documento de fls. Num., aonde a ora Agravante
demonstra o equívoco do cálculo da contadoria, sendo assim, acertado foram os
embargos declaratórios apesentados pela Agravante, e por consequência não há que
cogitar o permissivo do § 1º do Art. 85 CPC em favor da Agravada.

Por fim, declaramos, sob responsabilidade pessoal, nos termos do inciso


IV do artigo 425 do Código de Processo Civil que as cópias que instruem o presente
recurso são autênticas.

Nestes termos,
Pede deferimento.

São Paulo, 01 de dezembro de 2020.

Fábio

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