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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEMBARGADOR(A) PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

Cumprimento de Sentença n.º 5008809-74.2017.4.04.7201/SC

MARIA LENZI FODI (SUCESSÃO), devidamente qualificada, por sua procuradora


constituída, nos termos do art. 994, II, do CPC e artigo 1.015, parágrafo único, do CPC,
vem a presença de Vossa Excelência, interpor o presente

AGRAVO DE INSTRUMENTO contra a decisão interlocutória proferida pelo MM.


Juiz de Federal da 4º Vara Federal da Subseção judiciária de Joinville/SC, nos autos do
Cumprimento de Sentença n. 5008809-74.2017.4.04.7201/SC, movido em face do

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), devidamente qualificado


eletronicamente;

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AGRAVANTE:

- MARIA LENZI FODI (SUCESSÃO);

ADVOGADA DA AGRAVANTE:

- Priscila Colonetti Brognoli – OAB/SC 27.791;

ENDEREÇO DA ADVOGADA DA AGRAVANTE:

- Rua Marechal Deodoro da Fonseca, n.º 1.188, Sala 306, Ed. Marcatto Center, Centro,
cidade de Jaraguá do Sul/SC; CEP 89.251-702.

AGRAVADO:

- INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS)

ADVOGADOS DO AGRAVADO:

- GABRIELA ALMEIDA MARCON – PROCURADORA FEDERAL

- BRUNO LEONARDO SANTIAGO WOLFF – PROCURADOR FEDERAL;

ENDEREÇO DA PROCURADORIA FEDERAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA:

- Rua Arcipreste Paiva, n. 107, Centro, Florianópolis - SC, CEP: 88010-530, (48) 3821-
2003, pfn.sc@pgfn.gov.br

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A Agravante informa que, nos termos do §5º, do art. 1.017, do CPC, deixa de
anexar as peças dos incisos I e II do artigo alhures exposto, pois autos eletrônicos.

E, atendendo ao conteúdo do art. 1.018, §2º, do CPC, que deixará de informa a


a interposição do Agravo ao Juízo de 1º grau em 3 (três) dias, ante expressa dispensa
legal de tal ônus, também por ser processo eletrônico.

Por fim, ausente a juntada da Guia de Custas Recursais diante da dispensa do


art. 47 da Resolução n. 17/2010 desse Egrégio TRF-4.

Termos em que pede deferimento.

Jaraguá do Sul, 17 de dezembro 2019.

PRISCILA COLONETTI BROGNOLI


OAB/SC 27.791

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RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Agravante: Maria Lenzi Fodi (Sucessão)

Agravado: Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)

Origem: 4º Vara Federal da Subseção Judiciária de Joinville/SC

Processo de origem n.º 5008809-74.2017.4.04.7201 (Cumprimento de Sentença)

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4º REGIÃO

COLENDA CÂMARA

EMÉRITOS DESEMBARGADORES

I - DA TEMPESTIVIDADE E DO CABIMENTO

Consoante se depreende dos autos, a decisão do Juízo de primeiro grau foi


proferida na data de 10/12/2019, portanto, protocola-se o presente Agravo dentro do
prazo legal.

E, por se tratar de decisão interlocutória em fase de cumprimento de sentença,


cabível o presente agravo de instrumento, nos termos do art. 994, II, do CPC e art.
1.015, parágrafo único, também do CPC.

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II – DAS RAZÕES RECURSAIS

A parte Exequente/Agravante pugnou pela execução de R$ 580.803,37, onde,


após a confecção de cálculo pela Contadoria do Juízo, averiguou-se tratar de um
crédito inferior, de R$ 75.250,07, tendo sido a Exequente condenada ao pagamento de
sucumbência ante a diferença, estando sua exigibilidade suspensa pelo benefício da
gratuidade processual, por ser pessoa hipossuficiente, beneficiária da previdência
social.

Contudo, de outro lado, houve apresentação de Impugnação ao Cumprimento


de Sentença por parte do INSS, alegando prescrição, utilização de indexador diverso do
IPCA-E, entre outras assertivas, pugnando ao final pelo pagamento de R$ 381,79.

Indeferida a Impugnação ao Cumprimento de Sentença, pois correto o


quantum de R$ 75.250,07, não houve condenação do INSS aos honorários
sucumbenciais, em notória desigualdade de tratamento do particular frente ao Ente
Público, e em expressa contrariedade a letra da Lei e ao posicionando desse Egrégio
Tribunal Federal.

As razões recursais desse Agravo de Instrumento objetivam a desconstituição


da fundamentação atribuída pelo Juízo de primeiro grau na decisão do Evento n. 139,
que INDEFERIU o pedido de condenação em honorários de sucumbência na fase de
cumprimento de sentença.

Na referida decisão (Evento m. 139), o Juízo a quo informou que havia decidido
sobre os honorários sucumbenciais no Evento n. 04, onde assim delimitou:

“Deixo de fixar, contudo, verba honorária pelo ajuizamento da


execução, nos termos do artigo 85, §7°, do CPC.”

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Referido artigo legal assim dispõe:

“§7º Não serão devidos honorários no cumprimento de


sentença contra a Fazenda Pública que enseje expedição de
precatório, desde que não tenha sido impugnada.” (grifo
aditado)

O artigo do CPC é cristalino ao dispor que, se não apresentada Impugnação ao


Cumprimento de Sentença, diante da ausência de ausência à pretensão resistida, não
haverá condenação em honorários sucumbência, por haver concordância tácita. E, de
outro lado, em caso de apresentação de Impugnação ao Cumprimento de Sentença,
diante da resistência a pretensão executiva, haverá condenação em honorários de
sucumbência. É o caso dos autos.

Posteriormente a decisão do Juízo de Evento n. 04, houve apresentação de


Impugnação ao Cumprimento de Sentença (Evento n. 55) pelo INSS, alegando-se
prescrição, contestando-se valores e indexadores, pugnando pelo pagamento de R$
381,79, dentre outras formas de resistência e manifestação apresentadas pela parte
adversa no transcorrer dos autos.

Como dito, após a confecção de cálculo pela Contadoria do Juízo, averiguou-se


que o valor do crédito é o de R$ 75.250,07 (setenta e cinco mil, duzentos e cinquenta
reais e sete centavos).

Diferença de R$ 74.868,28 (setenta e quatro mil, oitocentos e sessenta e oito


reais, e vinte e oito centavos), conforme informado na própria Impugnação do INSS:

“Comparando-se a planilha apurada pelo INSS (ev. 7) com o


valor apurado pela d. Contadoria Judicial (ev. 49), encontra-se
excesso de execução no montante de R$ 74.868,28.”

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O Juízo decidiu ao Evento n. 59, adotando o cálculo da Contadoria do Juízo
como razão de decidir, momento em que fixou-se o montante de R$ 75.250,07 como o
valor em execução.

Sendo assim, da mesma forma que a parte Exequente foi condenada em


sucumbência sobre a diferença de seus pedidos, a parte Executada, de igual forma,
deve ser condenada ao pagamento de honorários sucumbenciais sobre a diferença
do valor decidido pelo Juízo, e aquele pugnado em sede de Impugnação, totalizando
o quantum R$ 74.868,28 (setenta e quatro mil, oitocentos e sessenta e oito reais, e
vinte e oito centavos).

Esse valor deve ser a base de cálculo para fixação da sucumbência requerida.

A parte Exequente, ora Agravante, renovou e ratificou o pedido de condenação


em honorários sucumbenciais por diversas vezes, conforme petições constantes no
Evento n. 96, Evento n. 117, e Evento n. 126.

Sobre os honorários sucumbenciais, o Juízo proferiu decisão agora, através do


Evento n. 139, negando-se a condenar a parte Executada/Agravada ao pagamento de
honorários de sucumbência, afirmando que já havia decidido à respeito no Evento de
n. 04. Ocorre que, como dito, naquele tempo e espaço ainda não havia sido
apresentada referida Impugnação.

Pelo exposto, equivocou-se o Juízo a quo ao não condenar a parte


Executada/Agravada ao pagamento de honorários sucumbenciais, diante da
apresentação da Impugnação ao Cumprimento de Sentença, estando a decisão de
Evento n. 139 em expressa contrariedade com a letra da Lei (CPC, art. 85, §7º).

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Não fosse o exposto, o art. 85, §1º é claro ao dispor:

Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao


advogado do vencedor.
§ 1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no
cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na
execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos,
cumulativamente. (grifo aditado)

Ainda, especificadamente sobre o caso concreto:

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE


INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. OBSERVÂNCIA AO
TÍTULO EXEQUENDO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EM
IMPUGNAÇÃO NÃO ACOLHIDA OU PARCIALMENTE ACOLHIDA..
1. É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já
decididas a cujo respeito se operou a preclusão. Transitada em
julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e
repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia
opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido (NCPC,
art. 507 e 508). 2. A Súmula 519 do STJ teve sua diretriz
consolidada sob o revogado CPC/73, sendo o atual CPC
expresso na previsão de cabimento de honorários de
advogado no cumprimento de sentença (art. 85, inciso I),
inclusive quando contra a Fazenda (§ 3º), com exceção da
hipótese prevista no § 7º do artigo 85. Havendo, pois,
impugnação, a sucumbência decorre do seu desfecho
(acolhimento total, parcial ou rejeição). Precedentes. (TRF4,
AG 5041519-51.2019.4.04.0000, SEXTA TURMA, Relator JOÃO
BATISTA PINTO SILVEIRA, juntado aos autos em 22/11/2019)
(grifo aditado)

[...]

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. DEVOLUÇÃO


DOS VALORES PERCEBIDO POR FORÇA DE ANTECIPAÇÃO DE
TUTELA POSTERIORMENTE REVOGADA. CARÁTER ALIMENTAR.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. [...] 2. Como regra são devidos
honorários de sucumbência no cumprimento de sentença (art.
85, § 1º), sendo que a única hipótese em que esses honorários
não são devidos é no cumprimento de sentença contra a
Fazenda Pública que enseja expedição de precatório e que
não tenha sido impugnado (art. 85, § 7º, "a contrario"). 3. Na
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hipótese de cumprimento de sentença em que o crédito
principal está sujeito a precatório, tendo o INSS apresentado
impugnação parcial. A impugnação foi parcialmente acolhida,
sendo devidos honorários apenas sobre a parte impugnada do
cumprimento de sentença.” (TRF4, AG 5035826-
86.2019.4.04.0000, QUINTA TURMA, Relatora GISELE LEMKE,
juntado aos autos em 28/11/2019) (grifo aditado)

No que toca ao percentual aplicável, esse deve se fixar com fulcro na disposição
específica do CPC, retira-se do art. 85:

§3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação


dos honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos I
a IV do § 2º e os seguintes percentuais:
I - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da
condenação ou do proveito econômico obtido até 200
(duzentos) salários-mínimos; (grifo aditado)

Pelo exposto, com fulcro no CPC (art. 85, §§ 1º, 3º, I e 7º), bem como, dos
precedentes jurisprudenciais expostos, pugna-se pela condenação da parte adversa no
percentual incontroverso de 10% sobre a diferença entre o valor requerido em sede de
Impugnação (R$ 381,79), e o valor fixado pelo Juízo (R$ 75.250,07), ou seja, 10% (dez
por cento) sobre o valor de R$ 74.868,28 (setenta e quatro mil, oitocentos e sessenta
e oito reais, e vinte e oito centavos).

Por fim, imperioso informar que o Juízo a quo espera o trânsito em julgado do
RE n. 870.947/SE (Tema 810 do STF), para tomada de decisão quanto ao indexador
aplicável ao caso concreto. Outrossim, é de conhecimento público que o Egrégio STF
decidiu pela aplicação de indexadores como o INPC e ao IPCA, uma vez que a TR não
corrige a moeda nacional frente aos efeitos da inflação.

Houve recentemente, inclusive, julgamento de Embargos de Declaração


(03/10/2019), não concedendo modulação de efeito, nem alterando a realidade
alhures exposta. Portanto, não se vislumbram possibilidades de alteração do
indexador.
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De qualquer forma, diante da apresentação de Impugnação ao Cumprimento
de Sentença pela parte adversa, há de ser o INSS condenado ao pagamento de
honorários sucumbenciais entre a diferença almejada (R$ 381,79), e o valor que
efetivamente será pago ao final em favor da parte Exequente.

III – DOS PEDIDOS

a) Tendo em vista o preenchimento dos requisitos de admissibilidade recursal,


seja admitido o presente recurso, interposto com fulcro no artigo 994, II e artigo 1.015,
parágrafo único, todos do CPC;

b) Seja dado provimento ao Agravo de Instrumento, reformando-se a decisão


do Evento n. 139, no tocante a condenação do INSS ao pagamento de honorários
sucumbenciais, condenando-se o ente público Executado ao pagamento sobre a
diferença entre o valor almejado em sede de Impugnação (R$ 381,79), e o valor fixado
pelo Juízo (R$ 75.250,07), ou seja, sobre o valor de R$ 74.868,28 (setenta e quatro mil,
oitocentos e sessenta e oito reais, e vinte e oito centavos), nos termos das razões
apresentadas;

c) Subsidiariamente ao pedido “b”, seja dado provimento ao Agravo de


Instrumento, reformando-se a decisão do Evento n. 139, condenando-se o ente
público Executado ao pagamento sobre a diferença entre o valor almejado em sede de
Impugnação (R$ 381,79), e o valor a ser fixado pelo Juízo a quo após o trânsito em
julgado do RE n. 870.947/SE;

d) Deixa-se de anexar as peças processuais dos autos originários, a teor do


disposto no art. 1.017, §5º, do CPC, pois processo inteiramente eletrônico;

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e) atendendo ao conteúdo do art. 1.018, §2º, do CPC, que deixará de informa a
interposição do Agravo ao Juízo de 1º grau em 3 (três) dias, ante expressa dispensa
legal de tal ônus, por ser processo eletrônico.

f) Por fim, ausente a juntada da Guia de Custas Recursais diante da dispensa do


art. 47 da Resolução n. 17/2010 desse Egrégio TRF-4.

Termos em que pede deferimento.

Jaraguá do Sul, 17 de dezembro de 2019.

PRISCILA COLONETTI BROGNOLI


OAB/SC 27.791

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