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JUSTIÇA DO Nome
A FAZENDA PÚBLICA DO Nome, por seu Procurador abaixo assinado, vem, respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 1.015 e seguintes do Código de Processo
Civil - CPC, interpor, com fundamento nas razões em anexo, AGRAVO DE INSTRUMENTO COM
PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO ATIVO em face da decisão proferida às fls. 27 do processo
originário e requerer, nos termos do § 1º do art. 1.007 do CPC, o regular processamento do
presente recurso independente de preparo.
Ressalta a agravante que, como são eletrônicos os autos principais, não há, por força do
previsto no § 5º do art. 1.017 do CPC, necessidade de juntada das cópias dos documentos a
que se refere o inciso I do caput do referido artigo.
Por outro lado, justifica-se o pedido de concessão de efeito suspensivo ao presente recurso,
uma vez que, consoante será demonstrado, estão devidamente preenchidos os requisitos
previstos no parágrafo único do art. 995 e no inciso I do art. 1.019, ambos do CPC.
Nome
Procurador do Nome
0.0 OAB/UF
RAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO
Colenda Câmara,
Ilustres Julgadores,
I. SÍNTESE DA DEMANDA
Intimado na forma do art. 535 do Código de Processo Civil - CPC, o Ente Público apresentou
impugnação (fls. 218/225) ao cumprimento de sentença no bojo da qual foi sustentada,
apenas, a prescrição da pretensão executória.
A decisão de fls. 239/241 rejeitou a impugnação em tela e foi impugnada por meio do agravo
de instrumento nº.XXXXX-96.2019.8.26.0000, ao qual foi negado provimento por meio de
acórdão já transitado em julgado.
Anote-se, no ponto, que a decisão de fls. 325 reconheceu, expressamente, que o único tema a
respeito do qual tratou a impugnação apresentada pela Fazenda Estadual foi a prescrição da
pretensão executória.
Nesse passo, negado provimento ao agravo de instrumento interposto em face da decisão que
rejeitou a mencionada impugnação, seguiu-se o prosseguimento do feito , com a homologação
da conta elaborada pelos exequentes às fls. 66/211 e a instauração dos incidentes processuais
de expedição de Ofícios Requisitórios de Pequeno Valor - OPV para fins de pagamento dos
valores requisitados em estria conformidade com a referida conta de liquidação.
Assim, foi o Ente Público intimado para se manifestar a respeito dos cálculos apresentados
pelos exequentes às fls. 772/777 e fls. 782/882.
Nessa ordem de idéias, às fls. 895/908, o Ente Público aduziu que, por força do fenômeno da
preclusão processual, não seria possível a apresentação de novos cálculos de liquidação, de
maneira que, depositados os valores em conformidade com a conta homologada, é caso de
extinção da execução nos termos do inciso II do art. 924 do CPC, sem prejuízo da condenação
dos exequentes ao pagamento de multa por litigância de má-fé.
O Juízo de Origem, com acerto , acolheu a sobredita manifestação para, diante da inexistência
de erro material e da ocorrência de preclusão consumativa, reconhecer a inexigibilidade dos
novos cálculos apresentados pelo exequente.
Em seguida, a Fazenda Estadual apresentou embargos de declaração no bojo dos quais foi
suscitada a omissão da decisão recorrida quanto à condenação do exequente ao pagamento
de multa por litigância de má-fé.
Ocorre, no entanto, que, consoante será a seguir demonstrado, a decisão agravada merece
reforma para, diante da prática de conduta flagrantemente contrária à boa-fé processual,
condenar o exequente ao pagamento da referida multa.
A interposição do agravo em tela é cabível diante do previsto no parágrafo único do art. 1.015
do CPC, segundo o qual (sem grifos no original):
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
(...)
Dentre as condutas que podem ser consideradas como litigância de má-fé, destacam-se
aquelas previstas nos inciso I e V do art. 80 do CPC, segundo os quais (sem grifos no original):
(...)
Nesse passo, sabe-se que a litigância de má-fé caracteriza-se pela conduta da parte que, ao
agir de forma temerária, ímproba ou maldosa, causa dano processual à parte adversa.
[...] é preciso repensar o processo à luz dos mais basilares cânones do próprio direito, não para
frustrar o regular exercício dos direitos fundamentais pelo litigante sério e probo, mas para
refrear aqueles que abusam dos direitos fundamentais por mero capricho, por espírito
emulativo, por dolo ou que, em ações ou incidentes temerários, veiculem pretensões ou
defesas frívolas, aptas a tornar o processo um simulacro de processo ao nobre albergue do
direito fundamental de acesso à justiça 1 .
Fixadas essas premissas, verifica-se que, no presente caso, ao pretender, após o depósito de
valores requisitados em estrita conformidade com a conta homologada, a execução de
quantias estranhas ao Juízo e ao Executado, o exequente procede de modo temerário e deduz
nítida e evidente pretensão contra fato incontroverso.
Conclui-se, assim, que a pretensão aduzida pelo exequente às fls. 772/777 e fls. 782/882, por
ser contrária aos atos por ele mesmo praticados ao longo do presente processo , ofende os
princípios da boa-fé e da lealdade processual, razão pela qual a condenação do particular ao
pagamento da multa prevista no art. 81 do CPC é medida que se impõe.
IV. DO EFEITO SUSPENSIVO
Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se
da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível
reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.
Fixadas essas premissas, verifica-se que, no caso, estão presentes os requisitos necessários à
concessão de efeito suspensivo ativo ao presente recurso.
Ora, comprovado pela agravante a prática, pelo exequente, de condutas que se amoldam, com
perfeição, às hipóteses de litigância má-fé expressamente previstas na legislação processual
pátria cabível o deferimento, em caráter antecipado, da tutela recursal ora requerida para
condenar o exequente ao pagamento da multa prevista no art. 81 do CPC.
Por sua vez, o risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação decorre do fato de que
fastar a condenação em tela para além de contrariar a legislação de regência, estimulará que
condutas de tal sorte continuem sendo praticadas, ao arrepio dos preceitos mais caros ao
Direito Processual e à Ordem Jurídica.
V. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer a FAZENDA PÚBLICA DO Nomeseja o presente recurso recebido com
concessão de efeito suspensivo ativo e, no mérito, conhecido e provido para reformar a
decisão agravada e determinar a condenação do agravado ao pagamento de multa por
litigância de má-fé.
Nome
Procurador do Nome
00.000 OAB/UF