advogado, portador do RG. 10.487.478 e do CPF. 957.462.428-53, residente e domiciliado à Rua Euflauzino Teodoro de Castilho, nº 961, Centro, General Salgado/SP., advogando em causa própria vem, respeitosamente, à presença de VOSSA EXCELÊNCIA, com fundamento no art. 784, inciso II, do CPC/15, propor a presente:
AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL
em face do MUNICÍPIO DE GENERAL SALGADO,
pessoa jurídica de direito público, devidamente inscrita no CNPJ. 45.660.610/0001-50, com sede a Av. Antonino José de Carvalho, n° 940, General Salgado/SP., pelos motivos de fato e razões de direito a seguir expostos:
DOS FATOS
O Exequente, é detentor de uma Cessão de Crédito em
que figura como cedente o Sr. Fabiano Macharet de Sousa, brasileiro, casado, comerciante, portador do RG. 19.402.205-5 e do CPF. 067.392.778-42, residente e domiciliado à Rua Ulderico Valeze, n° 1410, Vila Guimarães, General Salgado/SP., desde 22 de fevereiro de 2018, aqui denominado 1º cessionário. (Cessão de Crédito em anexo) (doc. 01).
Anteriormente, o Sr. Fabiano Macharet de Sousa, tornou
cessionário junto a referida Cessão de Crédito, da empresa Julieta Barbosa de Siqueira – ME, devidamente inscrita no CNPJ. 11.340.165/0001-29 e Inscrição Estadual nº. 317.012.213.115, localizada a Linha do Bebedouro, s/n, Zona Rural, neste município e Comarca de General Salgado-SP., sendo que esta foi quem prestou os serviços junto a municipalidade de General Salgado.
O referido crédito na importância de R$ 118.000,00
(cento e dezoito mil reais), valor à época, é decorrente de um Contrato de Prestação de Serviços na Execução das Obras de Implantação do Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável – Microbacias II, do trechos críticos nas Estradas Rurais não Pavimentadas, do Contrato nº. 90/2017, do processo Licitatório da modalidade de Tomada de Preço nº. 90/2017 do Processo Licitatório na modalidade Tomada de Preço nº. 61/2017, em face do município de General Salgado. (Cessão de Crédito em Anexo). (doc.02), executado pela primeira cedente.
O Exequente, junta com a peça vestibular, todos os
documentos, relacionados ao Título Executivo Extrajudicial, devidamente assinado pela Engenheira responsável, a fim de comprovar que os serviços foram devidamente prestados, conforme cronograma do plano de trabalho e autorizado o pagamento pelo gestor da época.
Além disso, como prova de que os serviços foram
prestados, o Exequente junta aos autos os laudos de medições e o empenho, todos devidamente conferidos e atestados pela Engenheira Civil “Fátima”, bem como a assinatura do Ordenador da despesa, o então prefeito municipal à época.
Destarte, restando infrutíferas todas as tentativas de
receber o seu crédito, de forma amigável, não restou outra alternativa ao Exequente senão a interposição da presente ação. Oportunidade em que junta todos os documentos comprobatórios, a fim de atestar a liquidez, certeza e exigibilidade do título exequendo e, consequentemente receber a quantia devida pelo Executado, acrescida de juros e correção monetária até a data do efetivo pagamento.
Assim sendo, o Exequente junta aos autos os
demonstrativos de débito atualizado, com a incidência de juros de mora, o qual perfaz a quantia de R$ 138.380,47 (cento e trinta e oito mil, trezentos e oitenta reais e quarenta e sete centavos).
DO DIREITO
O pedido do Exequente é fundamentado junto ao art.
784, II do CPC/15. Veja-se:
Art. 784. São Títulos executivos extrajudiciais:
II – a escritura pública ou outro documento público
assinado pelo devedor;
Combinado com o art. 910 do CPC/2015, o qual prevê a
possibilidade do credor que pretende receber o pagamento de um valor em espécie demandar em face da Fazenda Pública, mediante Ação de Execução de Título Extrajudicial, tendo como base uma prova escrita com eficácia de título executivo, dentro do prazo prescricional.
No caso em tela constata-se que entre o 1º. Cedente e a
Municipalidade prevalece o documento público assinado pelo devedor (nota de empenho), atendendo assim a todos os requisitos para ser considerado título executivo.
Inclusive é uníssona a jurisprudência do E. TJSP nesse
sentido: RECURSO DE APELAÇÃO. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. NOTAS DE EMPENHO DE DESPESA. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. Admite-se o ajuizamento de ação executiva contra a Fazenda Pública com base em nota de empenho, por constituírem-se documentos públicos, com força executiva de acordo com a regra do inciso II, do art. 584 do CPC. Precedentes do C. Superior Tribunal de Justiça. Sentença reformada. Recurso provido .(TJSP,
Apelação Cível n° 0009411-29.2014.8.26.0438, Rel.
Nogueira Diefenthaler, 5ª Câmara de Direito Público, j. 25/05/2015).
APELAÇÃO CÍVEL – EXECUÇÃO DE TÍTULO
EXTRAJUDICIAL CONTRA O MUNICÍPIO DE SÃO PAULO – EMBARGOS À EXECUÇÃO. 1. Extinção do processo por ausência de título executivo – Descabimento – Título executivo fundado em documentos emitidos pela Administração Pública, com reconhecimento da obrigação de pagar pelos produtos adquiridos – Pregão presencial – Notas fiscais e notas de empenho emitidas pela Municipalidade são aptas à propositura da ação executiva – Precedentes jurisprudenciais, inclusive da lavra do Superior Tribunal de Justiça. [...] (TJSP, Apelação Cível n° 1018423-70.2016.8.26.0053; Rel. Osvaldo de Oliveira, j. 06/03/2019). (...) Segundo precedentes do STJ, a nota de empenho emitida poragente público se constitui título executivo extrajudicial.JUROS MORATÓRIOS Tratando-se de dívida líquida e certa,a mora se constitui com o vencimento da obrigação, momento a partir do qual os juros moratórios passam a fluir. ORDEMCRONOLÓGICA DE PAGAMENTO DAS NOTAS DEEMPENHO. Sendo o crédito excutido líquido, certo e exigível,não se verifica violação da ordem cronológica de pagamento,uma vez que a dívida já se encontra vencida. Sentença de parcial procedência dos embargos mantida. Recurso nãoprovido. (TJSP, Apelação Cível n° 1000059-05.2016.8.26.0456, Rel. Leonel Costa, 8.ª Câmara de Direito Público, j. 07/02/2017).
O C. STJ também já decidiu nesse sentido:
PROCESSO CIVIL E ADMINISTRATIVO. ARTS. 535 E 458 DO
CPC. OMISSÃO. INOCORRÊNCIA. ARTS. 267 E 295 DO CPC. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. EXCESSO DE EXECUÇÃO. REGRA LEGAL VULNERADA. FALTA DE INDICAÇÃO. SÚMULA 284/STF. NOTA DE EMPENHO. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. 1. Não é omisso o aresto que decide de forma fundamentada e suficiente os pontos suscitados, descabendo-se cogitar de negativa a prestação jurisdicional somente porque o julgado é contrário ao interesse da parte. 2. Não decididas pela Corte de origem as questões federais, inadmissível é o manejo de recurso especial, pois imperiosa a abservância ao requisito do prequestionamento. São aplicáveis as Súmulas 211/STJ e 282/STF. 3. A falta de indicação precisa da norma legal supostamente vulnerada atrai o óbice da Súmula 284/STF. 4. A nota de emprenho emitida por agente público é titulo executivo extrajudicial por ser dotada dos requisitos da liquidez, certeza e exigibilidade. Precedentes. 5. Recurso especial conhecido em parte e improvido. (grifo nosso). (STJ, Resp. n° 894726/RJ,
Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, j. 20/10/2009).
Assim sendo, o Exequente tem como suficientemente
demonstrado, através da inclusa prova documental, ser credor da executada da importância retro.
DOS REQUERIMENTOS
Diante do exposto, requer-se:
a) a citação do Executado, na pessoa de seu
representante legal, nos termos do art. 910 do CPC/15, para que, querendo, oponha embargos à execução em 30 dias;
b) não sendo opostos embargos, ou sendo estes
rejeitados, nos termos do artigo 910, §1º do CPC/15, deverá ser expedido precatório em favor do Exequente, observando-se o disposto no art. 100 da Constituição Federal; c) que o Executado seja condenado ao pagamento do débito exequendo acrescido da correção monetária e juros moratórios, além do pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios em 20% sobre o valor da causa;
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas
em direito admitidas, sem exceção de quaisquer, em especial pelo depoimento pessoal do Executado, sob pena de confissão, testemunhal, pericial e juntada ulterior de documentos.
Dá-se à causa o valor de R$ 138.380,47 (cento e trinta
e oito mil, trezentos e oitenta reais e quarenta e sete centavos).
P. deferimento. General Salgado/SP, 14 de julho de 2021.