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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _____ VARA

CÍVEL DA COMARCA DE SÃO LOURENÇO/MG

LOJÃO CHALÉ LTDA EPP, pessoa jurídica de direito privado, inscrita


no CNPJ sob o nº ____, endereço eletrônico:______, com sede à rua _____,
telefone, endereço eletronico, neste ato representado por seu administrador
FABRICIANO MURTA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da
cédula de identidade nº____, expedida pelo____, inscrito no CPF sob o
nº______, endereço eletronico, residente e domiciliado à______, bairro,
cidade, estado, CEP:_____, vem por seu procurador com escritório à ____,
bairro, cidade, estado, CEP.:____, local onde receberá intimação na forma do
inciso V do artigo 77 do Código de Processo Civil propor

AÇÃO MONITÓRIA

Em face de PEÇANHA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador


da cédula de identidade nº___, expedita pelo_____, inscrito no CPF sob o
nº_____, endereço eletrônico, residente e domiciliado à Rua X, casa Y, nº 1,
São Lourenço/MG, pelos fatos e direitos a seguir elencados:

l- DOS FATOS

Na data de 31/10/2012, o réu adquiriu eletrodomésticos no valor de R$


100.000,00 (cem mil reais), na empresa autora, tendo sido emitida, na mesma
data, uma nota promissória em caráter pro solvendo no valor de R$ 100.000,00
(cem mil reais), com vencimento para o dia 25/01/2013, sexta-feira, dia útil no
lugar do pagamento.
Em 05/01/2017 o autor busca a tutela jurisdicional na pretensão de
cobrar judicialmente do valor atualizado e com consectários legais de R$
280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais) por não ter sido adimplida a obrigação
no vencimento pelo devedor e restadas infrutíferas as tentativas de cobrança
amigável.

II- DO DIREITO
Pelas datas citadas no enunciado (25/01/2013 e 05/01/2017), verifica-se
o decurso de mais de 03 anos entre a data do vencimento e a data da
solicitação de cobrança judicial. Assim sendo, é patente a ocorrência da
prescrição da pretensão à execução da nota promissória, devendo o credor
demandar uma Ação Monitoria.
A nota promissória prescrita perde o seu condão de executividade e
transforma-se em um simples documento escrito, sem eficácia de título
executivo a ensejar a AÇÃO MONITÓRIA.
De acordo com o art. 77 do Decreto nº 57.663/66, aplicam-se à nota
promissória as disposições relativas à prescrição da letra de câmbio.
Por sua vez, o art. 70 do mesmo diploma legal estatui o prazo de três (3)
anos para a propositura da ação por falta de pagamento em face do aceitante,
contados do vencimento da cártula.
Também sobre o tema escreve o Código Civil de 2002, In verbis:
“Art. 206. Prescreve:
§ 3 o Em três anos:
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar
do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial.”
Desta forma, ultrapassado o prazo prescricional, poderá o credor lançar
mão da via monitória no prazo de cinco anos, a contar do vencimento da nota
promissória, conforme Súmula 504 do STJ.
O Código de Processo Civil de 2015 determina em seu artigo 700 e
seguintes a AÇÃO MONITÓRIA, In verbis:

“Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar,
com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de
exigir do devedor capaz:
I - o pagamento de quantia em dinheiro;
§ 1º A prova escrita pode consistir em prova oral documentada,
produzida antecipadamente nos termos do art. 381.
§ 2º Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso:
I - a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo;
III- DO MEMORIAL DE CÁLCULO

XXXXXXXXXXXXXXX...

IV- DA DOUTRINA

Ernani Fidélis dos Santos, também comenta sobre a prova escrita na


ação monitória:

“O documento escrito mais comum como título monitório é o que vem


assinado pelo próprio devedor, não importa qual seja a sua forma, a exemplo
dos contratos, das declarações unilaterais com informação ou não da causa da
obrigação, das missivas ou dos meros bilhetes.”

São consideradas provas escritas que possibilitem a ação monitória:

- Carnês de despesas condominiais referentes ao mês vencido;


- Duplicata sem aceite;
- Carnês de mensalidades escolares não pagas;
- Nota promissória prescrita;
- Papéis que comprovem consultas e internações de cliente em hospital
(médicos);
- Telegrama reconhecendo o direito de recebimento do trabalho odontológico
feito (dentistas);

O credor, autor da ação, tem que cumprir mais alguns requisitos além da
prova escrita, caso ele queira que o débito seja pago em dinheiro, tendo que
demonstrar a fungibilidade e liquidez do crédito. Se não for líquido, não caberá
a ação monitória. A liquidez do crédito pode ser comprovada por meio de
cálculos aritméticos feitos pelo próprio autor e apresentado juntamente com a
prova escrita, na petição inicial.
Para que haja a ação monitória também deverá haver um pedido de
expedição do mandado monitório acompanhado de uma ordem judicial para
que o réu pague a quantia devida, ao juiz feito pelo autor.
Muitos são os casos em que pode haver ação monitória, porém é
preciso que o interessado na ação tenha prova concreta (documento escrito)
que prove que ele tem um crédito com o devedor.

SANTOS, ERNANI FIDÉLIS DOS. AÇÃO MONITÓRIA. BELO HORIZONTE:


DEL REY. 2000.
V- DA JURISPRUDÊNCIA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS TJ-MG - APELAÇÃO CÍVEL:


AC 6543773-15.2009.8.13.0702 UBERLÂNDIA
APELAÇÃO CÍVEL - TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL PRESCRITO -
AJUIZAMENTO DE AÇÃO MONITÓRIA - POSSIBILIDADE - JUROS DE
MORA - CORREÇÃO MONETÁRIA - TERMO INICIAL - VENCIMENTO. A
orientação do Superior Tribunal de Justiça é pacífica acerca da possibilidade
de cobrança do crédito oriundo de nota promissória prescrita por meio de ação
monitória. Em ação monitória fundada em nota promissória prescrita os juros
de mora e a correção monetária devem incidir a partir do vencimento da dívida.
1º recurso não provido e 2º recurso provido.

VI- DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:


a) Seja fixado honorários advocatícios de 5% do valor de R$ 280.000,00
(duzentos e oitenta mil reais).
b) Que seja expedido mandado de citação e de pagamento para que o réu
pague ao autor a quantia de R$ 280.000,00, no prazo de 15 dias.
c) a condenação do réu ao pagamento de custas processuais em caso de
descumprimento do mandado monitório.
d) A procedência do pedido para decretar a constituição, de pleno direito, de
título executivo judicial, independentemente de qualquer formalidade, se não
realizado o pagamento e não apresentados embargos pelo réu.

VII- DAS PROVAS


Requer a produção de prova documental, na amplitude do artigo 369 do
Código de Processo Civil.

VIII- DO VALOR DA CAUSA


Atribui-se a causa, para efeito de alçada o valor de R$ 280.000,00
(duzentos e oitenta mil reais).

Nestes termos, pede deferimento.


Local e data.
Advogado
OAB

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