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- PENHORA E DEPÓSITO
Art. 831 do CPC: “A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos
bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e
dos honorários advocatícios”.
Muito embora a penhora recaia sobre todos os bens do devedor, a lei põe a salvo alguns
bens, considerados impenhoráveis. Apenas os bens passíveis de alienação podem ser constritos
através da penhora.
São considerados bens impenhoráveis, ou seja, bens não passíveis de penhora (art. 833,
CPC):
f) o seguro de vida;
h) a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
k) os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da
lei;
Obs 1: A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive
àquela contraída para sua aquisição.
Considerando a existência de bens do devedor, o art. 835 do CPC estabelece uma ordem
preferencial para serem penhorados, salientando que a preferência é a penhora de valores;
porém, não se levará a efeito a penhora quando o produto da execução dos bens encontrados for
totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.
2. títulos da dívida pública da União, dos estados e do Distrito Federal com cotação em
mercado;
5. bens imóveis;
7. semoventes;
8. navios e aeronaves;
Obs: A Corte Especial do STJ, em recursos repetitivos, fixou duas teses quanto ao inciso I do art.
835.
(1) A cota de fundo de investimento não se subsume à ordem de preferência legal disposta no
inciso I do artigo 655 do CPC de 1973, ou no inciso I do artigo 835 do novo CPC.
(2) A recusa de nomeação à penhora de cotas de fundo de investimento reputada legítima a partir
das particularidades de cada caso concreto não encerra, em si, excessiva onerosidade ao devedor,
violação do recolhimento dos depósitos compulsivos e voluntários, do Banco Central do Brasil, ou
afronta da impenhorabilidade das reservas obrigatórias.
(REsp 1.388.638, REsp 1.388.640 e REsp 1.388.642).
O auto ou o termo de penhora tem seus elementos pré-determinados por lei, sendo
necessários à sua regularidade formal. Segundo o art. 838, ele deverá conter: a indicação do dia,
do mês, do ano e do lugar em que foi feita; os nomes do exequente e do executado; descrição dos
bens penhorados, com as suas características; e a nomeação do depositário dos bens.
Não haverá intimação do executado a respeito da penhora quando esta for realizada na
sua presença, já que nesse caso o executado reputar-se-á intimado (art. 841, § 3º, CPC).
Caso contrário, após a formalização da penhora, o executado será intimado por seu
advogado (art. 841, § 1º, CPC). Não tendo advogado constituído, será intimado pessoalmente, a
princípio por via postal (art. 841, § 2º, CPC).
Não possuindo o executado bens no foro em que se processa a causa e a penhora não
puder se realizar nos próprios autos, a execução será feita por carta, penhorando-se, avaliando-se
e alienando-se os bens no foro de situação da coisa (art. 845, § 2º, CPC).
A penhora deve ser realizada por oficial de Justiça, em horário e local autorizados por lei e
deve haver a intimação do cônjuge do devedor. Caso o oficial de Justiça verifique que o executado
fechou as portas da casa a fim de obstar a penhora dos bens (art. 846, caput, CPC), o fato deverá
ser comunicado ao juiz, que deferirá a ordem de arrombamento.
Poderá, ainda, ser requisitada a força policial a fim de auxiliar os oficiais de Justiça na
penhora e na prisão de quem resistir à ordem. No caso de prisão, deve se seguir a lavratura de
auto de prisão em flagrante, com rol de testemunhas, como dispõe o art. 846 do CPC.
- AVALIAÇÃO
- EXPROPRIAÇÃO DE BENS
A expropriação nada mais é do que a alienação forçada dos bens penhorados, com o
escopo de pagar ao credor. A expropriação importará, assim, na perda da propriedade do
executado.
Entretanto, pode ocorrer apenas a perda da faculdade temporária de fruir do bem, nos
casos em que este se submete à exploração econômica paulatina, com o objetivo de gerar fundos
necessários ao pagamento do crédito exequendo. É o que se denomina de usufruto de bem móvel
ou imóvel (art. 825, III, CPC).
Assim, não efetivada a adjudicação, o exequente poderá requerer a alienação por sua
própria iniciativa ou por intermédio de corretor ou leiloeiro público credenciado perante o órgão
judiciário, podendo indicá-lo (art. 880, caput, CPC).
A alienação por meio de leilão judicial inclui a alienação de bens móveis e imóveis, deve ser
realizada por leiloeiro público (art. 881, § 1º, CPC), sendo utilizada quando não efetivada a
adjudicação ou a alienação por iniciativa particular (art. 881, caput, CPC). Todos os bens devem ser
alienados em leilão público, com exceção das alienações a cargo de corretores de bolsa de valores
(art. 881, § 2º, CPC).
A assinatura do auto de arrematação, regulada pelo art. 903 do CPC, configura perfeita e
acabada a arrematação, de forma que o ato, em regra, torna-se irretratável. As exceções dividem-
se em casos de invalidade, ineficácia e resolução da arrematação.
Será hipótese de invalidade, se realizada a arrematação por preço vil ou com outro vício de
legalidade (art. 903, § 1º, I, CPC); e de ineficácia, quando não observada a necessidade de
intimação do titular de direito real limitado sobre o bem arrematado (art. 903, § 1º, II, CPC).
Contudo, quando inadimplido o preço ou não prestada caução, ensejará resolução (art. 903, § 1º,
III).
Verificada qualquer dessas situações, o defeito deverá ser arguido em até dez dias do
aperfeiçoamento da arrematação, por simples petição, decidindo o juiz nos próprios autos (art.
903, § 2º, CPC).