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Petição Inicial - AÇÃO Monitória

Prática Civil I (Universidade Feevale)

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Baixado por Denis Rodrigues (secretaria2osasco@gmail.com)
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EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO


LOURENÇO/MG

LOJÃO CHALÉ LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita


no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob o nº xxx, endereço eletrônico xxx,
com sede em São Lourenço/MG, na Rua Brasil, nº 200, Bairro Centro, CEP xxx, na
pessoa de seu representante legal e preposto Camilo Silva, estado civil xxx,
profissão xxx, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob nº xxx, endereço
eletrônico xxx, residente e domiciliado na Rua xxx, nº xxx, Bairro xxx, São
Lourenço/MG, CEP xxx, por sua representante judicial signatária, vem, à presença de
Vossa Excelência, ajuizar

AÇÃO MONITÓRIA

com fulcro nos artigos 700 e 701 do Código de Processo Civil e 206,
§ 5º, I, do Código Civil, em face de:

RODRIGO PEÇANHA, estado civil xxx, profissão xxx, inscrito no


Cadastro de Pessoas Físicas sob nº xxx, endereço eletrônico xxx, residente e
domiciliado na Rua Buenos Aires, nº 100, Bairro xxx, São Lourenço/MG, CEP xxx,
pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:

I - DOS FATOS
Em 31/10/2012, o autor vendeu eletrodomésticos ao réu no valor de
R$ 100.000,00 (cem mil reais). Na mesma oportunidade, foi emitida uma nota promissória
em caráter “pro solvendo” (em anexo) no referido valor, com vencimento para o dia
25/01/2013, no lugar do pagamento.
No entanto, a obrigação não restou adimplida, bem como as
tentativas de cobrança amigável resultaram infrutíferas, razão pela qual o autor ajuíza a
presente ação, a fim de cobrar judicialmente o valor atualizado e com consectários legais
que, até o presente momento, perfaz o montante de R$ 280.000,00 (duzentos e oitenta
mil reais).

II – DOS FUNDAMENTOS

Baixado por Denis Rodrigues (secretaria2osasco@gmail.com)


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II.I – DA TEMPESTIVIDADE PARA A PROPOSITURA DA AÇÃO MONITÓRIA


Conforme descrito na narrativa fática e observando os documentos que instruem a
exordial, o autor é credor da importância descrita na nota promissória que, atualmente,
equivale à R$ 280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais), montante a ser pago pelo réu.
Sendo assim, primordialmente é importante destacar que as disposições relativas
à prescrição da letra de câmbio aplicam-se, também, à nota promissória, conforme
previsão contida no art. 77 do Decreto nº 57.663/66 (Lei Uniforme de Genebra - LUG).
Nessa senda, o art. 70 do mesmo diploma legal estabelece que as ações contra o
aceitante relativas a letras prescrevem em 3 (três) anos para a sua execução, a contar do
seu vencimento.
Outrossim, destaca-se que o art. 78 responsabiliza o subscritor de uma nota
promissória da mesma forma que o aceitante de uma letra.
No entanto, considerando o vencimento da nota promissória objeto desta demanda
(25/01/2013) e a data de propositura desta ação, perceptível que transcorreram mais de 3
(três) anos, razão pela qual ocorreu a perda da eficácia executiva do título.
Todavia, é cabível a sua cobrança por via de Ação Monitória, como assim se faz,
nos termos do art. 700, I, do Código de Processo Civil, in verbis:
“Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em
prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:
I - o pagamento de quantia em dinheiro.”

Ou seja: o documento hábil a ensejar a ação monitória é, conforme o art. 700 do


CPC/2015, a prova escrita sem eficácia de título executivo. Documento escrito, pelos
ensinamentos de Nery Junior, é “qualquer documento que seja merecedor de fé quanto à
sua autenticidade e eficácia probatória”.
“In casu”, a ação está sendo proposta tempestivamente, visto que em consonância
com o art. 206, § 5º, I, do Código Civil (prazo quinquenal) e “pari passu” à Súmula 504 do
STJ, considerando que o vencimento ocorreu em 25/01/2013 e não decorreram 5 (cinco)
anos.
Acerca do tema, vejamos o entendimento do TJRS, “ad litteram”:
APELAÇÃO CÍVEL. AGRAVO RETIDO. AÇÃO MONITÓRIA. NOTA PROMISSÓRIA.
PRESCRIÇÃO QÜINQÜENAL. De conformidade com o verbete da Súmula 504 STJ, a
cobrança da nota promissória destituída de força executiva prescreve em cinco anos
contados da data do vencimento do título. Prescrição rejeitada. Manutenção da sentença
recorrida. RECURSOS DESPROVIDOS. (Apelação Cível Nº 70073223273, Décima
Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Maria Nedel Scalzilli,
Julgado em 14/12/2017)

Portanto, conclui-se que a prescrição da eficácia executiva do título não atinge o


direito ao crédito, que poderá ser perseguido por ação monitória, razão pela qual não há

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de se falar em prescrição na cobrança da nota promissória objeto da lide, visto que


respeitado o prazo quinquenal.

II.II – DA NÃO NOVAÇÃO NA EMISSÃO DA NOTA PROMISSÓRIA


Na clássica definição de Soriano Neto, novação “é a extinção de uma obrigação
porque outra a substitui, devendo-se distinguir a posterior da anterior pela mudança das
pessoas (devedor ou credor) ou da substância, isto é, do conteúdo ou da causa debendi”
(cf. Soriano de Souza Neto, Da novação, 2. Ed., 1937, n. 1).
Conforme mencionado, foi emitida uma nota promissória em caráter “pro solvendo”,
“i.e.”, a simples entrega do título não dá ensejo à efetivação do pagamento, razão pela
qual salienta, desde já, que não houve novação na emissão da nota promissória em
relação ao crédito por ter sido emitida na referida forma.

III – PEDIDOS
Por todo exposto e com base na legislação supracitada, o autor
requer:
a) a expedição de mandado de citação e de pagamento contra o réu,
a ser cumprido no prazo de 15 dias, nos termos do art. 701 do CPC/15;
b) a condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios de
5% (cinco por cento) do valor atribuído à causa (R$ 280.000,00) e das custas processuais
em caso de descumprimento do mandado monitório, em consonância com o art. 701, § 1º,
do CPC/15;
c) a procedência do pedido para decretar a constituição, de pleno
direito, de título executivo judicial, independentemente de qualquer formalidade, se não
realizado o pagamento e não apresentados embargos pelo réu (art. 701, § 2º, do CPC/15);
d) a juntada da memória de cálculo, constando a importância devida
(art. 700, § 2º, I, do CPC/15);
e) a realização de audiência para tentativa de conciliação, na forma
prevista no art. 319, VII, do CPC/15.

VALOR DA CAUSA: R$ 280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais).

Nestes termos, pede deferimento.


São Lourenço/MG, xxx de xxx de xxx.

Baixado por Denis Rodrigues (secretaria2osasco@gmail.com)


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Advogado,
OAB/MG xxx.

Baixado por Denis Rodrigues (secretaria2osasco@gmail.com)

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