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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE

DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE PATOS DE


MINAS/MG.

DRAGA ANDRADE LTDA, pessoa jurídica de direito privado,


devidamente inscrita no CNPJ sob o n° 01.801.791/0001-11, com sede
profissional situada na Rua Quinhentos, n° 416, bairro Nossa Senhora
de Lourdes, em Ibiá/MG, CEP: 38950-000, neste ato representado
pelo sócio William Batista de Andrade, portador da Carteira de
Identidade de n° M-6 583.156 SSP/MG e CPF sob o n° 043.276.066-
00, vêm, respeitosamente, por intermédio de seu Procurador que este
subscreve, com fulcro no artigo 784, inciso I e seguintes do Código de
Processo Civil, à presença de Vossa Excelência, pelas razões de fato
e de direito, propor

AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL

Em face de FERNANDA CAETANO, brasileira, profissão


desconhecida, inscrita no CPF sob o n° 094.380.436-16, portadora do
Registro Geral de n° MG-15554072, residente e domiciliada à Rua
Sinhô Limirio, n° 53, Bairro Centro, em Lagoa Formosa/MG; pelos
fatos e fundamentos que a seguir aduzidos:

I - DOS FATOS
O exequente é credor da executada na quantia de R$ 20.110,37
(vinte mil cento e dez reais e trinta e sete centavos), tendo como fato
gerador o cheque emitido pela devedora para adimplemento de
obrigação decorrente do negócio jurídico celebrado entre as partes.

A executada e seu companheiro, o Sr. Paulo Otávio Pereira de


Lima Martins, brasileiro, divorciado, empresário e corretor de imóveis
(CRECI 0032133), inscrito no CPF sob o n° 114.997.596-22,
trabalham no ramo da construção civil em uma empresa denominada
Agil Construtora e Imobiliária Ltda, sob o CNPJ n° 35.362.837/0001-
65. O negócio jurídico firmado entre as partes fora referente ao
fornecimento de areia para construção civil.

Na oportunidade, a compra foi realizada em nome da empresa


Ágil Construtora e Imobiliária Ltda. A executada é companheira do
proprietário da empresa e titular da Conta Corrente nº 90912-3, na
Agência nº 0863, do Banco Itaú e emitiu como forma de pagamento do
fornecimento de materiais, em 16 de dezembro de 2022, o cheque de
nº UA-000015, no valor de R$15.440,00 (quinze mil e quatrocentos e
quarenta reais), o qual foi apresentado no banco sacado para regular
pagamento em 16/02/2023 e devolvido pelo motivo 22, qual seja,
ausência ou divergência de assinatura do titular da conta.

Após tal fato, o exequente contatou a executada via telefone, na


tentativa de ver o débito quitado. Todavia, foi informado pela
executada que estava ciente do cheque e que não conseguiria realizar
o pagamento pois estava inadimplente com diversos credores.

A executada evidentemente agiu de má-fé ao assinar o cheque


de forma errônea, pois esta divergência não efetivaria o pagamento,
assim, não há que se falar em vício de vontade ou falsificação por
parte de terceiros, posto que é de conhecimento da executada a
emissão do cheque.
Ademais, por uma simples consulta processual é possível
identificar que a executada enganou diversos estabelecimentos na
cidade, agindo nos mesmos modus operandi, o que evidencia que a
assinatura do cheque de forma errônea foi proposital, agindo
totalmente de má-fé contra seus credores.

Saliento desde já, que o cheque foi apresentado em tempo hábil,


conforme o artigo 33 da Lei 7.357/85 e, de acordo com o artigo 59 da
referida Lei, a ação de execução de cheque prescreve em 06 (seis)
meses, contados da expiração do prazo de apresentação.

Ainda, em atendimento ao disposto no artigo 798, I, alínea “b” do


Código de Processo Civil, o exequente apresenta o demonstrativo do
débito atualizado até a presente data, o qual perfaz o valor de R$
20.110,37 (vinte mil cento e dez reais e trinta e sete centavos).

II – DA FORÇA EXECUTIVA

Nos termos do artigo 59 da Lei 7.357/85, o prazo prescricional


para ajuizamento da ação de execução de cheque é de 06 (seis)
meses, contados após o término do prazo para apresentação, que é
de 30 (trinta) dias a contar da emissão, se da mesma praça, ou de 60
(sessenta) dias, se de praça diversa nos termos do artigo 33 da Lei
7.357/85.

Nesse sentido, o e. TJMG assim já decidiu:

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO.


EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL.
CHEQUE PÓS-DATADO. EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE. PRESCRIÇÃO.
OCORRÊNCIA. - O prazo de prescrição para
execução do cheque conta-se após o prazo
legal de apresentação, que é de 30 (trinta)
dias, a contar da emissão, se da mesma
praça, ou de 60 (sessenta) dias, se de praça
diversa.
- A indicação de uma data futura para a
apresentação do cheque, que é uma ordem de
pagamento a vista, não pode ser tomada como
de alteração do termo inicial do prazo de
prescrição previsto na Lei nº 7.357/85 (artigo
59), diante da vedação contida no artigo 192
do Código Civil.
- A data indicada no campo próprio da data de
emissão é que deve ser considerada como
termo inicial do prazo de apresentação do
cheque (Lei nº 7.357/85, artigo 33). (TJMG -
Agravo de Instrumento-Cv 1.0000.22.296004-
9/001, Relator(a): Des.(a) Luiz Carlos Gomes
da Mata , 13ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em
14/04/2023, publicação da súmula em
17/04/2023)

No presente caso, o cheque foi emitido em 16/12/2022 e, por se


tratar de praça diversa, conta-se o prazo de 60 dias para
apresentação, ou seja, em 16/02/2023.

Nesse contexto, veja-se que o prazo prescricional de pretensão


executiva do cheque iniciou-se em 16/02/2023, assim, o título possui
força executiva.

II - DO DIREITO

O Referido título executivo extrajudicial preenche todos os


requisitos do Código de Processo Civil, sendo líquido, certo e exigível,
ensejando a cobrança através do procedimento para execução por
quantia certa contra devedor solvente, com base no art. 784, I, do
Código de Processo Civil.
“Art. 784 – São títulos executivos
extrajudiciais:

I – a letra de cambio, a nota promissória, a


duplicata, a debenture e o cheque.”

Os referidos títulos extrajudiciais foram apresentados em tempo


hábil, estando em conformidade com o artigo 33 da Lei 7357/85.

“Art. 33 – O cheque deve ser apresentado para


pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de
trinta (30) dias, quando emitido no luar onde houver
de ser pago; e de sessenta (60) dias, quando emitido
em outro lugar do País ou no exterior.”

Com relação à qualidade de título executivo extrajudicial que


guarda guarida a presente ação e seu prazo prescricional os referidos
cheques estão perfeitamente em conformidade com o disposto no
artigo 59 da Lei 7.357/85.

“Art. 59 – Prescrevem em 6 (seis) meses,


contados do termino do prazo de apresentação, a
ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador.”

Em Cumprimento ao disposto no artigo 798, inciso I, alínea ‘b’ do


Código de Processo Civil, o EXEQUENTE apresenta o demonstrativo
dos débitos atualizados em anexo, o qual corresponde ao montante de
R$20.110,37 (vinte mil cento e dez reais e trinta e sete centavos).
III - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, REQUER, a Vossa Excelência:

a) Ante a liquidez, certeza e exigibilidade dos títulos, que se


digne Vossa Excelência determinar a citação da Executada, no
endereço constante do preâmbulo, para que no prazo de 03 (três)
dias, pague a quantia de R$20.110,37 (vinte mil cento e dez reais e
trinta e sete centavos), acrescidos de juros de mora, multa e correção
monetária.

b) Caso não seja efetuado o pagamento da dívida no prazo de


03 (três) dias, requer que o Sr. Oficial de Justiça, munido de segunda
via do mandado, proceda de imediato, à penhora e avaliação de
tantos bens da Executada quantos bastem para o pagamento do valor
principal atualizado e juros (art. 831 do CPC), seguindo a ordem de
preferência do artigo 835, inciso I, do CPC, lavrando-se o respectivo
auto e intimando a mesma de tais atos na mesma oportunidade,
conforme determina o parágrafo 1º do art. 829 do Código de Processo
Civil.

c) Subsidiariamente caso não seja nomeado bens pela


Executada, que Vossa Excelência determine a execução, mediante o
bloqueio de valores porventura existentes nas contas e/ou aplicações
financeiras da parte devedora, via SISBAJUD, a fim de que informe
acerca da existência de tais numerários em nome da Executada,
determinando, em caso positivo, sua imediata indisponibilidade até o
limite do crédito exequendo, tudo nos termos do parágrafo 2º do art.
829 c/cart. 835, I c/c art. 854 do CPC, na modalidade “TEIMOSINHA”
com ordem reiterada de bloqueio até alcançar o valor do crédito
exequendo.

d) Caso, o senhor oficial de Justiça, quando da penhora verificar


a ausência da Executada, ou que, a mesma, encontra-se se
ocultando, requer desde já, a dispensa da intimação da penhora nos
termos do artigo 829, § 1º, do CPC e seja autorizado a proceder à
descrição dos bens que guarnecem a sua residência, consoante
determina o artigo 845, § 1º do CPC.

e) Caso não encontre bens para ser penhorados, seja a


EXECUTADA intimada para que proceda a indicação de bens
passíveis de penhora conforme dispõe o artigo 829 § 1º, do CPC.

f) Em havendo a indicação de bens à penhora por parte da


EXECUTADA, Requer-se a nomeação do Exequente como depositário
dos bens, conforme dispõem o artigo 840 do CPC.

g) Condenação dos Executados ao pagamento das custas


processuais e honorários advocatícios de sucumbência no importe de
20% do valor da causa nos termos do artigo 395 do CC/2002 e do
artigo 22 do EAOAB.

i) Por fim, e de imediato, requer a expedição de certidão de


ajuizamento da presente, para os fins estampados no art. 828 do
CPC.

Protesta provar o alegado através de todas às provas em Direito


admitidas, especialmente através da prova documental, bem como
outros meios de prova importantes ao deslinde da causa.
Dá à causa o valor estimado de R$20.110,37 (vinte mil cento e
dez reais e trinta e sete centavos).

Nestes termos pede deferimento.

Ibiá/MG, 07 de agosto de 2023

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