EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO

ESPECIAL CIVIL DA COMARCA DE PATOS DE MINAS – MG.

CONSTRUTORA PATENSE EIRELI, inscrita no CNPJ:

31.711.937/0001-07 com sede à Rua Ormezinda Maria Caixeta nº 577 – Bairro
Residencial Barreiro, CEP: 38.701-824 em Patos de Minas – MG, aqui representada por
seu administrador ANTÔNIO CAETANO SOARES, mestre de obras profissional de
natureza liberal, casado, nascido em 12 de junho de 1972, Registro Geral nº MG
650.480-7, Cadastro de Pessoa Física nº 861.82186-68, residente e domiciliado na
Ormezinda Maria Caixeta nº 577 – Bairro Residencial Barreiro, CEP: 38.701-824, em
Patos de Minas / MG, por seu procurador in fine assinado, vem à presença de Vossa
Excelência, propor AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULOS EXTRAJUDICIAIS
(Notas Promissórias), em face de CLEBSON SANTOS SILVA, brasileiro, casado,
mecânico de automotivo, inscrito no Cadastro de Pessoa Física sob o número
127.148.686-57 e Registro Geral número MG 17.899-437 PC/MG e DANIVIA
SANTOS RODRIGUES, brasileira, casada, do lar, inscrita no Cadastro de pessoa
Física sob o número 110.042.196-36 e Registro Geral 17.495-678 PC/MG ambos
residentes e domiciliados na Rua Severino José Brito, n132, casa 2, Bairro Sorriso, CEP
38700-970, Patos de Minas., pelas razões a seguir expostas:

I – BREVE RELATO DOS FATOS

O Exequente é credor da Executada da importância total, líquida, certa e

exigível de R$ 9.790,42 (nove mil e setecentos e noventa reais e quarenta e dois
centavos), fundada em títulos de crédito, consubstanciados em 10 notas promissórias, no
valor nominal de R$931,00 cada, emitidas em 02/04/2020 de responsabilidade dos
Executados, com vencimentos a partir de 19/05/2020 a até 19/02/2021.

Os Executados estão inadimplentes no pagamento do valor constante nas

notas promissórias, até a presente data.

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 Restaram inúteis todas as tentativas de recebimento amigável do valor,
razão pela qual, recorre o Exequente ao Poder Judiciário, no sentido de ver o seu direito
satisfeito com o pagamento pelos Executados da importância demandada, acrescida de
juros e correção monetária.

II – DO DIREITO

O artigo 784 do Código de Processo Civil/2015 traz o rol de títulos

executivos extrajudiciais e entre eles, está a nota promissória, vejamos abaixo:

Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:

I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a
debênture e o cheque; (...).

Além de estar no rol dos títulos executivos extrajudiciais, a nota promissória

necessita ser certa, líquida e exigível, como determina o art. 783 do CPC/2015.

A certeza é ausência de dúvida quanto à existência do crédito; a liquidez é a

definição certa do valor. Por exigibilidade, atribui-se ser o caráter da obrigação,
imediatamente reclamado em juízo, desde que vencida e não prescrito.

Da análise dos títulos executivos anexos, verifica-se que preenchem os três

requisitos necessários pela legislação, ou seja, certeza, liquidez e exigibilidade.

No que diz respeito à qualidade de título executivo extrajudicial que dão

substrato a presente ação estes foram devidamente preenchidos cumprindo todas as
exigências da lei.

Verifica-se ainda que não há como se sustentar qualquer alegação de

prescrição dos títulos de crédito sob análise. O artigo 70 da Lei Uniforme de Genebra
esclarece que: “Todas as ações contra ao aceitante, relativas a letras prescrevem em
três anos a contar do seu vencimento.”

Nesse sentido é o entendimento jurisprudencial:

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 EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - EMBARGOS À EXECUÇÃO -
REQUERIMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVAS - PRECLUSÃO -
CERCEAMENTO DE DEFESA NÃO CONFIGURADO - NOTA
PROMISSÓRIA - PRESCRIÇÃO - PRAZO TRIENAL -
INOCORRÊNCIA. - Manifestando-se a parte expressamente no
sentido de não pretender produzir outras provas, não há que se falar
em nulidade da sentença por cerceamento de defesa, por estar preclusa
a questão. - A pretensão relativa à execução contra o emitente e
avalista de nota promissória à vista prescreve no prazo de 3 (três) anos
(artigo 70, c/c artigo 77 da Lei Uniforme de Genebra). (TJMG,
Apelação Cível nº 1.0460.11.000216-5/001, Relator: Des. Márcio
Idalmo Santos Miranda, Julgamento: 06/11/2015, Publicação:
20/11/2015). Grifamos.

Logo, considerando que o vencimento das notas se deu em xxxxx, ainda não
há tempo suficiente para configuração da prescrição, estando as notas promissórias
executas em perfeita conformidade com o disposto na legislação.

Desta forma, preservada a qualidade dos títulos executivos extrajudiciais e,

esgotadas todas as formas de acordo com a Executada, viável a propositura da presente
execução.

III – DOS PEDIDOS

Ante ao exposto requer:

a) A expedição de certidão comprobatória do ajuizamento da

presente execução, nos termos do art. 828 do CPC/2015, para fins
de se averbar no registro de imóveis, registro de veículos ou
registros de outros bens sujeitos à penhora, arresto ou
indisponibilidade.
b) A citação dos Executados para pagamento do débito reclamado
no prazo improrrogável de 03 (três) dias (art. 829 do CPC/2015).
Tão logo verificado o não pagamento no prazo assinalado, seja
determinado ao Oficial de Justiça, que proceda de imediato à
penhora de bens e a sua avaliação, lavrando-se o respectivo auto

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 de tais atos, intimando, na mesma oportunidade, a parte executada
(art. 829, §1º do CPC/2015), integrando o laudo de avaliação ao
auto de penhora (art. 872 do CPC/2015).
c) A penhora deverá incidir em tantos bens quantos bastarem para o
pagamento do principal, atualizado, mais juros (caput do art. 831
do CPC/2015). Recaindo a penhora em bens imóveis, ou direito
real sobre imóvel, seja intimado os cônjuges dos Executados (art.
854, §2º do CPC/2015).
d) Seja os Executados, no ato da citação, cientificada de que a não
indicação de bens penhoráveis e sua localização e os respectivos
valores é considerada ato atentatório à dignidade da Justiça (art.
774, inciso V, do CPC/2015), passível de multa até 20% (vinte
por cento) sobre o valor atualizado do débito em execução
(parágrafo único do art. 774 do CPC/2015).
e) Os Executados, independentemente de penhora, depósito ou
caução, poderão opor por meio de embargos no prazo de 15 dias,
contados da data da juntada do mandado de citação (art. 915 do
CPC/2015). No caso de haver mais de um executado, o prazo para
cada um deles embargar conta-se a partir da juntada do respectivo
mandado citatório, salvo tratando-se de cônjuges (art. 915, §1º do
CPC/2015).
f) Seja autorizado o cumprimento das diligências nos moldes do
disposto no art. 212, §2º do CPC/2015, com observância do
disposto no art. 5º, inciso XI da Constituição da República.
g) Que seja procedida à penhora online via BACENJUD, de valores
existentes nas contas correntes, contas poupança e/ou aplicações
financeiras de titularidade dos Executados, no montante atual,
acrescido de todos os encargos legais incidentes até a data do
efetivo pagamento, bem como custas e despesas processuais e
honorários de advogado.
h) No caso de insucesso do pedido acima, seja consultado ao sistema
RENAJUD, informações acerca da existência de veículos de

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 titularidade dos Executados. Caso sendo positiva a resposta
requer o lançamento de restrição/impedimento de transferência,
licenciamento, circulação e, penhora dos bens encontrados, para
que possam garantir o pagamento do débito.
i) Sejam fixados de plano os honorários em 10% (dez por cento)
sobre o montante devido. Em caso de integral pagamento, no
prazo de 03 dias, a redução da verba honorária pela metade (art.
827, §1º do CPC/2015).
j) Requer ainda, sejam dos Executados condenados ao pagamento
de custas processuais e honorários de advogado.

Protesta provar o alegado por todos os meios permitidos em direito. Dá-se à

causa o valor de R$ 10.432,10.

Nestes termos pede deferimento.

Patos de Minas, 14 de maio de 2021.

THIAGO RODRIGUES FERREIRA - OAB/MG 187.396

JOAQUIM VITOR MOREIRA – OAB/MG 187.448

CLARISSA SANTANA MARINS – OAB/MG 115.048

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