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I – DOS FATOS
No entanto, foi surpreendida com o seu nome envolvido em protesto de título que
não deve.
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Sendo ele, o Título DMI 1273 – Nº Título no Banco: 109-00004132-3, Valor:
R$ 2000,00. (Doc. Xx. j).
Ao obter informações sobre a origem deste protesto, foi informado de que se trata
de um boleto associado a uma nota fiscal, que teria sido emitida em razão do suposto
contratação do serviço de veiculação promocional de faixa musical.
Observa-se, diante disso, que a Requerida não adota critérios sérios de controle
para suas cobranças, e muito menos se preocupa em protestar títulos baseados em títulos
exigíveis baseados em relações comerciais existentes, como assim fez com a Requerente.
II – DO DIREITO
No caso dos autos, a Autora jamais contratou qualquer serviço que possa
originar dívidas com a requerida. Com efeito, a ré, praticou ato abusivo em desacordo com os
princípios informadores de todo o ordenamento jurídico, fazendo jus a declaração da
inexistência de dívidas e com a consequente baixa dos protestos.
Isso porque não se pode exigir do devedor a comprovação de que não possui a
dívida impugnada, tendo em vista que se trata de demonstração de fato negativo.
Para tentar resolver tal questão surgiu a teoria da distribuição dinâmica do ônus da
prova, em que o ônus probandi é distribuído para quem puder suportá-lo, tendo como
fundamento o princípio da igualdade, invertendo-se, desta forma, a teoria estática
anteriormente adotada pelo revogado Código Processo Civil.
A teoria dinâmica, tendo sido acolhida no Estatuto Processual, em seu artigo 373,
§ 1º.
Nesse sentido há julgado do Superior Tribunal de Justiça:
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4. Uma vez negado o fato que se alega, o sistema aceito
excepcionalmente é o da teoria da distribuição dinâmica do ônus da
prova, na qual o dever será atribuído a quem puder suportá-lo,
retirando o peso da carga da prova de quem se encontra em evidente
debilidade de suportar o ônus. Portanto, a distribuição será a posteriori,
segundo a razoabilidade, de tal maneira que se evite a diabolização da
prova - aquela entendida como impossível ou excessivamente difícil de
ser produzida - como a prova de fato negativo. 5. Sendo assim, a regra
geral é a de que, negada a existência do fato, o ônus probandi passa a ser de
quem alega. Ademais, a empresa concessionária, além de todos os dados
estatísticos acerca do regular consumo, ainda dispõe de seu corpo funcional,
que mês a mês verifica e inspeciona os equipamentos. É seu dever provar
que houve fraude no medidor. (REsp 1.605.703/SP, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/11/2016, DJe
17/11/2016).
Na lição de Yussef Said Cahali (Dano Moral. 3 ed. São Paulo: RT, 2005, p. 22), o
dano moral é conceituado:
Tratando da questão da fixação do valor, leciona Caio Mário da Silva Pereira que
dois são os aspectos a serem observados:
"a) De um lado, a idéia de punição ao infrator, que não pode ofender em vão
a esfera jurídica alheia... ; b) De outro lado proporcionar a vítima uma
compensação pelo dano suportado, pondo-lhe o ofensor nas mãos uma soma
que não é pretium doloris, porém uma ensancha de reparação da afronta..."
Instituções de Direito Civil, V. II, Ed. Forense, 16ª ed., 1.998, pag. 242.
O valor da indenização pelos danos morais deve ser capaz de reparar a abalo
sofrido pelo ofendido, de compensá-lo pelo sofrimento suportado em razão da conduta
inadequada do agressor.
Como dispunha o art. 948, do Código Civil de 1916, cuja essência ainda se aplica
atualmente, nas indenizações por fato ilícito prevalecerá o valor mais favorável ao lesado, ou
seja, o valor adequado da indenização será aquele capaz de reduzir, na medida do possível, o
impacto suportado pelo ofendido em razão da conduta gravosa de outrem, objetivo este que
não será alcançado se a indenização for fixada em valores módicos.
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próprios critérios analíticos e jurídico. O referido valor é suficiente para permitir a
indenização, sem, contudo, gerar enriquecimento sem causa. A quantia estabelecida está em
consonância com os princípios da proporcionalidade e razoabilidade, de modo que não há
motivo imaginar outro valor.
Diante nos termos dos artigos 294, 295 e 300 do Código de Processo Civil,
pleiteia-se a tutela de urgência em caráter incidental a fim de que seja determinada a sustação
do protesto ou a suspensão dos efeitos do protesto apontados.
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celebra negócios com diversos fornecedores, razão pela qual o protesto do título apontado lhe
causará sérios prejuízos, já que tem experimentado dificuldade em obter crédito, bem como
sua credibilidade. A demora na solução da situação tem prejudicado a empresa no
cumprimento de seus prazos e no seu perfeito atendimento.
No caso dos autos, verifica-se que a Autora nunca celebrou negócio com a com a
Ré, sendo inexistentes as dívidas que geraram o protesto, impondo, pois, preservar a
reputação da empresa, até que a existência da dívida que ensejou a negativação seja
efetivamente comprovada.
Ademais, vale lembrar que a duplicata mercantil é título causal, ou seja, depende
de prova da realização do negócio jurídico subjacente. Assim, para que seja reputada válida a
duplicata, imperiosa a prova do serviço prestado ou da entrega da mercadoria, o que não será
possível, já que não houve negócios entre as partes.
Não é possível exigir que a autora faça prova negativa de fato que não está em sua
seara, cabendo ao réu demonstrar a existência e licitude da dívida, já que são as detentoras das
informações imprescindíveis ao caso concreto.
Diante desse contexto, não há como manter o protesto até que a parte ré,
comprove suas alegações.
IV – DOS PEDIDOS
DOCUMENTOS ANEXADOS
1. Procuração;
2. Última Alteração Contratual da Autora;
3. Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral da Autora;
4. Certidão Simplificada – Junta Comercial
5. Certidão Positiva – Tabelionato de Protestos de Goiânia.
6. Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral da Requerida.
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