VITOR TAVARES ADVOGADOS ASSOCIADOS

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA

2ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE POUSO
ALEGRE/MG

Processo nº 5017868-74.2022.8.13.0525

PAULO RIBEIRO DE OLIVEIRA, já devidamente qualificado, através de

seus advogados, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, apresentar:

IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO

O que faz nos seguintes termos:

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1 – BREVE SÍNTESE

Trata-se de Ação de Revisão Contratual C/C Repetição de Indébito e

Indenização por Danos Morais, onde o Autor jamais contratou empréstimo
consignado com o BANCO PAN, razão pela qual foi vítima de fraude.

Requereu a nulidade do contrato, a restituição em dobro dos valores

descontados indevidamente de sua conta aposentadoria do INSS e a
indenização por dano moral.

2- DAS RAZÕES DE PROCEDÊNCIA DA AÇÃO

Excelência, como já aduzido na Inicial, não houve contratação de

empréstimo do Autor junto a instituição financeira participante do pleito. Em
momento algum, temos a presença da concordância deste suposto e lesado
cliente, caracterizando-se, portanto, em existência de vício de consentimento, e
indução do consumidor a erro.

A este respeito, podemos citar:

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Quanto aos dados que se referem ao Sr. Paulo, na tentativa de justificar

os empréstimos fraudulentos, estes podem, e foram, obtidos facilmente pela
parte contrária, o que de forma alguma traz legitimidade às operações
financeiras realizadas.

O contrato discutido nestes autos não possui todos os requisitos legais de

validade, conforme Código Civil, pois a livre manifestação de vontade não foi
preenchida, portanto caracterizado seu vício, não estando adequado à legislação
pátria.

“Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

I - Agente capaz;
II -Objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - Forma prescrita ou não defesa em lei”

Excelência, o contrato discutido pela parte autora trata-se de suposto

contrato formalizado digitalmente, passo que, no momento da formalização do
mesmo, o cliente deveria possuir inteira certeza de todas suas condições, o que
claramente não foram disponibilizadas.

Não há aceite das condições da contratação para prosseguimento da

formalização do contrato. O que temos são meras junções de imagens e telas
de sistemas, realizadas unilateralmente pela parte, no intuito de se desincumbir
da fraude perpetrada.

Há defeito na prestação do serviço pelo PAN, caracterizando-se sua

responsabilidade pelos danos que tem causado ao Autor da ação, o Sr. Paulo,
que se somando aos pedidos de restituição de valores descontados em seu
provento de aposentadoria, deverá ser indenizado também moralmente,
advindos dos seus sentimentos violados, quando lhe traz preocupação
excessiva o fato de ter quase 50% de seu rendimento mensal (salário mínimo
nacional) comprometido com os descontos destes empréstimos fraudulentos em
seus proventos do INSS.

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Ademais, há de se mencionar, que em total boa-fé do Autor da ação, no

dia seguinte a disponibilização dos valores dos empréstimos fraudulentos em
sua conta bancária, o mesmo se dirigiu a agência e solicitou ao atendente que
realizasse os estornos dos valores ao seu emissor, o que se deu, e comprovado
pelo mesmo, quando juntou na inicial os documentos (extratos) que confirmam
esta alegação.

Excelência, observemos o item 17 do contrato juntado pela parte contrária

na contestação:

17) TENHO CIÊNCIA de que poderei desistir desta operação

de crédito em até 7 (sete) dias úteis contados do
recebimento do crédito em minha conta. Em caso de
desistência, DEVEREI restituir o valor total desta operação,
acrescido de eventuais tributos incidentes nesta operação.

Portanto, ainda que houvesse legitimidade no contrato, o que se

considera apenas para fins de argumentação, a devolução dos valores, ao
emissor, no dia seguinte a sua disponibilização, conforme comprovadamente
realizada, daria ao cliente a condição de voltarmos ao status quo ante, o que
mais uma vez, em mais um ato ilícito, não foi realizado pelo BANCO PAN,
segundo dizeres do documento por ele próprio elaborado.

3- CONCLUSÃO

Ante todo o exposto, considerando impugnadas todas as alegações da

parte adversa, requer o prosseguimento do feito, e ao final, a procedência da
presente Ação de Revisão Contratual C/C Repetição de Indébito e Indenização
por Danos Morais, como medida de Justiça.

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Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Congonhal, 06 de março de 2023.

VITOR FABIANO TAVARES MARCELO LOPES

OAB-MG 133.057 OAB-MG 207.859

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