ORDEM DO GR

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SO
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IN
E

Ordem dos Advogados do Brasil

SIMULADO PREPARATÓRIO

1ª FASE DO EXAME 39º

Tipo – GRAN

a F rova
SUA PROVA INFORMAÇÕES GERAIS

As questões objetivas têm cinco alternativas de Verifique se seu caderno está completo, sem repe-
tição de questões ou falhas. Caso contrário, noti-

GV
resposta (A, B, C, D) e somente uma delas

ba de p
está correta; fique imediatamente o Fiscal da Sala, para que
sejam tomadas as devidas providências;
Além deste caderno de questões, contendo
setenta questões objetivas, você receberá do Confira seus dados pessoais, especialmente nome,
Fiscal de Sala: número de inscrição e documento de identidade
ela to
nc e leia atentamente as instruções para preencher
o cartão-resposta das questões objetivas.
o cartão-resposta;
ma

Use somente caneta esferográfica, fabricada em

material transparente, com tinta preta ou azul;
ad o for

Assine seu nome apenas no(s) espaço(s)

reservado(s);
TEMPO
Confira sua cor e tipo do caderno de questões.
op

Caso tenha recebido caderno de cor ou tipo

on

Você dispõe de 4h para a realização da prova, já

diferente do impresso em seu cartão-resposta,
incluído o tempo para a marcação do cartão-res-
o fiscal deve ser obrigatoriamente informado
posta e preenchimento da folha de texto definitivo;
ad

para o devido registro na Ata da Sala;

3 horas após o início da prova é possível retirar-se
Reserve tempo suficiente para o preenchimento
lic

da sala, sem levar o caderno de questões;

se

do seu material. O preenchimento é de sua res-

Faltando 30 minutos para o final da prova é ponsabilidade e não será permitida a troca do
ap

possível retirar-se da sala levando o caderno cartão-resposta ou folha de texto definitivo em

Ba

de questões. caso de erro;

Para fins de avaliação, serão levadas em considera-
ção apenas as marcações realizadas no cartão-
-resposta e na folha de texto definitivo;
Os candidatos serão submetidos ao sistema de
detecção de metais quando do ingresso e
NÃO SERÁ PERMITIDO
da saída de sanitários durante a realização
das provas.
Qualquer tipo de comunicação entre os candidatos
durante a aplicação da prova; Boa sorte!

Levantar da cadeira sem autorização do

Fiscal de Sala;
Usar o sanitário ao término da prova, após
deixar a sala.
 FOLHA DE ROSTO ORIENTATIVA PARA PROVA OBJETIVA
LEIA AS ORIENTAÇÕES COM CALMA E ATENÇÃO!

INSTRUÇÕES GERAIS

● Atenção ao tempo de duração da prova, que já inclui o preenchimento da folha de respostas.

● Cada uma das questões da prova objetiva está vinculada ao comando que imediatamente
a antecede e contém orientação necessária para resposta. Para cada questão, existe
apenas UMA resposta válida e de acordo com o gabarito.
● Faltando uma hora para o término do simulado, você receberá um e-mail para preencher
o cartão-resposta, a fim de avaliar sua posição no ranking. Basta clicar no botão vermelho
de PREENCHER GABARITO, que estará no e-mail, ou acessar a página de download da
prova. Você deve fazer o cadastro em nossa plataforma para participar do ranking. Não se
preocupe: o cadastro é grátis e muito simples de ser realizado.
– Se a sua prova for estilo Certo ou Errado (CESPE/CEBRASPE):
marque o campo designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou o campo
designado com o código E, caso julgue o item ERRADO. Se optar por não responder
a uma determinada questão, marque o campo “EM BRANCO”. Lembrando que, neste
estilo de banca, uma resposta errada anula uma resposta certa.
Obs.: Se não houver sinalização quanto à prova ser estilo Cespe/Cebraspe, apesar de
ser no estilo CERTO e ERRADO, você não terá questões anuladas no cartão-resposta
em caso de respostas erradas.
– Se a sua prova for estilo Múltipla Escolha:
marque o campo designado com a letra da alternativa escolhida (A, B, C, D ou E). É
preciso responder a todas as questões, pois o sistema não permite o envio do cartão
com respostas em branco.
● Uma hora após o encerramento do prazo para preencher o cartão-resposta, você receberá um
e-mail com o gabarito para conferir seus acertos e erros. Caso você seja aluno da Assinatura
Ilimitada, você receberá, com o gabarito, a prova completa comentada – uma vantagem
exclusiva para assinantes, com acesso apenas pelo e-mail e pelo ambiente do aluno.
● Não serão realizadas correções individuais das provas discursivas.

Em caso de solicitação de recurso para alguma questão, envie para o e-mail:

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Desejamos uma excelente prova!

 FICHA TÉCNICA DO MATERIAL
grancursosonline.com.br

CÓDIGO:
6112023907

TIPO DE MATERIAL:
Simulado Preparatório

NUMERAÇÃO:
5º Simulado

NOME DO ÓRGÃO:
Ordem dos Advogados do Brasil
OAB

EXAME:
1ª Fase do Exame 39º

MODELO/BANCA:
FGV

DATA DE APLICAÇÃO:
11/2023

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
11/2023

Este material está sujeito a atualizações. O Gran não se responsabiliza por custos
de impressão, que deve ser realizada sob responsabilidade exclusiva do aluno.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Ética Profissional
Maria Christina
1 assinale a opção correta.
João, advogado, deseja concorrer ao cargo de Presiden-
te do Conselho Federal da OAB. Diante disso, lhe procu-
ra para realizar uma consultoria sobre os requisitos que
deverá preencher.
(A) Para ser Presidente do Conselho Federal da OAB
deverá, tão somente, ter 5 anos de inscrição na Or-
dem, quitação das anuidades, não exercer cargo de
livre nomeação e exoneração e não ter sido conde-
nado disciplinarmente.
(B) Para ser Presidente do Conselho Federal da OAB de-
verá ter 5 anos de inscrição na Ordem, quitação das
anuidades, não exercer cargo de livre nomeação e exo-
neração e não ter sido processado disciplinarmente.
(C) Para ser Presidente do Conselho Federal da OAB de-
verá ter 5 anos de inscrição na Ordem, quitação das
anuidades, não exercer cargo de livre nomeação e
exoneração e não ter sido condenado disciplinarmen-
te, bem como o apoio de no mínimo 6 seccionais.
(D) Para ser Presidente do Conselho Federal da OAB, de-
verá ter 5 anos de inscrição na Ordem, quitação das
anuidades, não exercer cargo de livre nomeação e
exoneração e não ter sido condenado disciplinarmen-
te, bem como o apoio de no mínimo 8 seccionais.
2 que tenha procuração.
João possui inscrição principal na seccional do estado
de Alagoas. Em uma viagem a trabalho, cometeu ato in-
fracional na seccional do Rio Grande do Sul. Diante dos
fatos, assinale a opção correta.
(A) O processo administrativo disciplinar deverá tramitar
na seccional do estado do Rio Grande do Sul, mesmo
que haja suspensão preventiva do advogado.
(B) O processo administrativo disciplinar deverá tramitar
na seccional do estado do Rio Grande do Sul, por ser
o local da infração.
(C) O processo administrativo disciplinar deverá tramitar
na seccional do estado de Alagoas, por ser o local da
inscrição principal.
(D) O processo administrativo disciplinar deverá trami-
tar na seccional do estado do Rio Grande do Sul, em
qualquer situação.
3
João, advogado, foi preso em flagrante ingressando com
cocaína no presídio para o seu cliente. Diante dos fatos,
(A) A prisão de João deve ser comunicada à OAB, sob
pena da autoridade responder por crime punido com
pena de detenção, de 2 anos a 4 anos, somado com
penalidade de multa.
(B) A prisão de João deve ser acompanhada pela OAB,
sob pena da autoridade responder por crime punido
com pena de detenção, de 2 anos a 4 anos, somado
com penalidade de multa.
(C) A prisão de João deve ser comunicada à OAB, sob
pena da autoridade responder por crime punido com
pena de reclusão, de 2 anos a 4 anos, somado com
penalidade de multa.
(D) A prisão de João deve ser acompanhada pela OAB,
sob pena da autoridade responder por crime punido
com pena de reclusão, de 2 anos a 4 anos, somado
com penalidade de multa.
4
João é sócio de uma Sociedade Anônima e necessi-
ta comparecer à assembleia para deliberar assunto de
extrema importância. No entanto, por motivo de fale-
cimento de sua mãe, não poderá comparecer na data
designada. Diante dos fatos, assinale a opção correta.
(A) João poderá ser representado por qualquer pessoa
(B) João somente poderá ser representado por outro só-
cio da CIA.
(C) João poderá ser representado por advogado com po-
deres gerais para o foro.
(D) João poderá ser representado por advogado com po-
deres especiais.
5
João, Márcio e Maria desejam constituir sociedade de
advogados. Diante dos fatos, assinale a opção correta.
(A) O nome da sociedade de advogados deverá conter
necessariamente o nome de todos os sócios.
(B) O nome da sociedade de advogados poderá conter o
nome de alguns dos sócios do escritório, somado a
uma expressão jurídica e, como título de estabeleci-
mento, um nome fantasia.
(C) O nome da sociedade de advogados poderá conter
nome de sócio impedido.
(D) O nome da sociedade de advogados poderá conter o
nome do sócio falecido.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º

6 dos somente após o protocolo de petição que revogue

Sobre as sociedades de advogados, assinale a op- os poderes que lhe foram outorgados ou que noticie a
ção correta. renúncia a eles, e os honorários serão devidos propor-
(A) A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar cionalmente ao trabalho realizado nos processos.
da concentração por um advogado das quotas de (D) No caso de bloqueio universal do patrimônio do
uma sociedade de advogados, independentemente cliente por decisão judicial, garantir-se-á ao advoga-
das razões que motivaram tal concentração. do a liberação de até 20% dos bens bloqueados para
(B) Nas sociedades de advogados, a escolha do sócio ad- fins de recebimento de honorários e reembolso de
ministrador não poderá recair sobre advogado que gastos com a defesa, salvo nos casos de tráfico de
atue como servidor da administração direta, indireta drogas, devendo o pedido de desbloqueio de bens
e fundacional. ser realizado nos próprios autos, mediante a apre-
(C) A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal sentação do respectivo contrato.
de advocacia deverão recolher seus tributos sobre a
parcela da receita que lhes couber, com a inclusão da Filosofia do Direito
receita que for transferida a outros advogados ou a
Odair José
sociedades que atuem em forma de parceria para o
atendimento do cliente.
9
(D) A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal
“Saber se uma norma jurídica é ou não válida não é
de advocacia não podem ter como sede, filial ou local
questão ociosa. Se uma norma jurídica é válida, significa
de trabalho espaço de uso individual ou compartilha-
que é obrigatória a conformação a ela. E que seja obriga-
do com outros escritórios de advocacia ou empresas.
tório conformar-se a ela significa geralmente que, se nós
não nos conformamos, o juiz será, por sua vez, obrigado
7 a intervir atribuindo esta ou aquela sanção”.
João, advogado autônomo, resolveu se associar a uma
BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. São
sociedade de advogados e a outra sociedade simples.
Paulo: Edipro, 2020, p.68.
Diante dos fatos, assinale a opção correta.
Nos termos da obra em referência, assinale a alternativa
(A) O advogado pode se associar a apenas uma sociedade.
que faz correta afirmação acerca da norma válida.
(B) A associação do advogado a uma outra sociedade deve
(A) As normas jurídicas são válidas quando são dotadas
ser pactuada por meio de contrato registrado perante
de eficácia.
a seccional em que estiver a sede da sociedade.
(B) Uma norma existe como norma jurídica, ou é juridi-
(C) Na formalização da associação, os riscos podem ser
camente válida, desde que pertença a um ordena-
atribuídos ao advogado técnico da área.
mento jurídico.
(D) A associação somente poderá acontecer com cau-
(C) Há normas que, embora pertençam ao ordenamento
sas específicas.
jurídico, são inválidas por não serem dotadas de juri-
dicidade.
8
(D) As normas jurídicas são válidas quando dotadas de
Sobre os honorários advocatícios dos advogados, assina-
justiça e eficácia.
le a opção correta.
(A) O advogado, quando indicado para patrocinar causa de
10
juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade
Montesquieu, em O Espírito das Leis, apresenta uma
da Defensoria Pública no local da prestação de serviço,
concepção de lei a partir de uma perspectiva científica
tem direito aos honorários fixados pelo juiz, segundo
e de clara influência da física Newtoniana. É com base
tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB, e
nessa perspectiva que o autor da tripartição dos poderes
pagos pelo Estado e, em caso de recusa injustificada,
irá nos informar da existência de duas formas de leis, as
sofrerá processo administrativo disciplinar para ser
leis naturais e as positivas.
suspenso do exercício da profissão por 30 dias.
(B) Diante da estipulação da forma de pagamento dos
honorários, estes serão pagos com um terço dos ho-
norários no início do serviço, outro terço até a deci-
são de primeira instância e o restante no final.
(C) Nos casos judiciais e administrativos, as disposições,
as cláusulas, os regulamentos ou as convenções indivi-
duais ou coletivas que retirem do sócio o direito ao re-
cebimento dos honorários de sucumbência serão váli-
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Com base na obra em referência, podemos concluir que,
para Montesquieu, as leis são
(A) as relações necessárias que derivam da natureza das
coisas, porque existe uma razão primordial e as leis
são as relações que se encontram entre ela e os dife-
rentes seres, e as relações entre esses diversos seres.
(B) são positivas quando resultantes das criações huma-
nas e sujeitas à cultura, por esse motivo não se rela-
cionam com as leis naturais.
(C) naturais quando impelem o homem a buscar saciar
suas necessidades e isolar-se dos outros homens.
(D) positivas quando determinadas pela natureza dos
homens e compatíveis com as condições políticas e
culturais de cada sociedade.
Direito Constitucional
Ana Paula Blazute
11
Com o intuito de proteger e incentivar a indústria local,
o estado-membro Alfa editou a Lei estadual n. X, dispon-
do que a importação de itens e insumos para o consumi-
dor final realizada pelo comércio local somente poderia
ser concretizada caso fosse certificado, pela Secretaria
de Estado competente, que a indústria da região não
possuía em sua linha de produção a demanda exigida.
À luz da divisão de competências legislativas prevista na
Constituição da República de 1988, a Lei estadual n. X é:
(A) inconstitucional, pois o interesse local deve ser disci-
plinado em lei municipal.
(B) inconstitucional, pois compete privativamente à
União legislar sobre a matéria.
(C) constitucional, pois os Estados possuem competên-
cia legislativa residual nessa matéria.
(D) constitucional, pois é competência comum da União,
dos estados e do Distrito Federal legislar sobre a matéria.
12
Pedro, estudante de direito, está em dúvida quanto
à possibilidade de a arguição de descumprimento de
preceito fundamental ser direcionada à impugnação de
atos de caráter não normativo do Poder Público.
O referido instrumento, preenchidos os requisitos exigidos,
(A) a exemplo dos demais instrumentos utilizados para
o controle concentrado de constitucionalidade, so-
mente pode ser utilizado para impugnar atos norma-
tivos, qualquer que seja a sua natureza, incluídos os
pré-constitucionais.
(B) somente pode ser utilizado para impugnar atos não
normativos do poder público quando não for possí-
vel a utilização dos denominados remédios constitu-
cionais pelo titular do direito.
(C) pode ser utilizado tanto para impugnar os atos nor-
mativos como os atos administrativos do poder pú-
blico, excluídos os atos jurisdicionais, isso em razão
do princípio da subsidiariedade.
(D) pode ser utilizado tanto para impugnar atos norma-
tivos como outros atos do poder público, incluindo
atos jurisdicionais e a interpretação que dispensem
ao texto normativo.
13
Ana tomou conhecimento de que o seu enquadramen-
to em determinado programa assistencial do estado-
-membro Alfa foi indeferido sob o argumento de que,
conforme informações cadastrais do município Beta,
onde residia, ela figurava como proprietária de diver-
sos imóveis no território municipal. De posse de uma
certidão negativa do registro geral de imóveis situado
no município Beta, Ana solicitou a retificação desses
dados, não preferindo fazê-lo por processo sigiloso, ju-
dicial ou administrativo.
Apesar da certidão, o requerimento de Ana foi indeferi-
do, por escrito, de forma arbitrária e ilegal, sob o argu-
mento de que o cadastro municipal possui “presunção
de veracidade”.
A ação constitucional passível de ser ajuizada por Ana,
de modo a obter a retificação almejada, é o(a):
(A) reclamação constitucional.
(B) mandado de segurança.
(C) mandado de injunção.
(D) habeas data.
14
O Presidente da República editou a Medida Provisória
n. X, que tem por objetivo a disponibilização de recur-
sos para a realização de despesas não previstas na lei
orçamentária anual, o que decorreu da existência de
uma situação imprevista, em que se decidiu pelo de-
senvolvimento de determinada política pública de inte-
resse da coletividade.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que
a Medida Provisória n. X é
(A) constitucional, pois ela dispôs sobre créditos suple-
mentares.
(B) inconstitucional, pois ela dispôs sobre créditos espe-
ciais, o que é vedado.
(C) inconstitucional, pois a abertura de créditos extraor-
dinários exige a edição de lei em sentido formal.
(D) inconstitucional, pois a medida provisória não pode
dispor sobre nenhuma espécie de crédito adicional.
15
O controle é compreendido como um instrumento da
democracia. A existência de uma estrutura formal para
controle das finanças públicas, eficiente, eficaz e efetiva
é um fato comum em um Estado democrático organiza-
do. Neste âmbito, exercer o controle das operações de
crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e have-
res da União, é finalidade do
(A) controle externo.
(B) controle interno.
(C) Poder Legislativo.
(D) Tribunal de Contas da União.
16
João, juiz de direito no estado Alfa, respondeu a proces-
so administrativo disciplinar, sendo a decisão a respeito
de sua condenação ou absolvição de competência do
Pleno do Tribunal de Justiça a que está vinculado.
Para que João possa ser considerado culpado pela prática
da infração disciplinar que lhe é imputada, a condenação:
(A) pode ocorrer por maioria simples dos membros do
colegiado.
(B) exige a maioria absoluta dos membros do colegiado.
(C) exige a maioria de três quintos do colegiado.
(D) exige a maioria de dois terços do colegiado.
Direitos Humanos
Alice Rocha
17
Ana é uma jovem argentina apaixonada por Halloween.
Ela decidiu vir morar no Brasil para participar de even-
tos de sacrifício de animais e bruxaria de um grupo que
conheceu pela internet. Em uma dessas reuniões, Ana
conheceu Cleber, brasileiro, médico e responsável pelo
local de realização dos eventos. Ana e Cleber resolveram
morar juntos e, passados 3 meses, Cleber começou a
agredir Ana física e moralmente, até que Ana resolveu
denunciar Cleber à polícia.
Os policiais, amigos de Cleber, não acreditaram em Ana,
que desesperada procura você, como advogado(a), a fim
de auxiliá-la sobre a possibilidade de acionar o Sistema
Interamericano com base na Convenção Interamericana
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mu-
lher (Convenção de Belém do Pará). Você deve esclare-
cer a Ana que
(A) a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir
e Erradicar a Violência contra a Mulher só permite
o acionamento a partir de denúncias interestatais,
sendo necessário que Ana seja endossada pela Ar-
gentina a fim de representá-la perante o Sistema
Interamericano.
(B) a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e
Erradicar a Violência contra a Mulher permite o acio-
namento da Comissão Interamericana por petição
individual de Ana.
(C) a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e
Erradicar a Violência contra a Mulher estabelece que
o Brasil só teria compromisso com as mulheres de
sua nacionalidade, devendo a Argentina protocolar
reclamação no Brasil a respeito do mal ocasiona-
do à Ana.
(D) para que Ana possa acionar o Sistema Interameri-
cano contra o Brasil, é necessário que ela se natu-
ralize brasileira.
18
Cleber é um médico psiquiatra de renomada clínica na
cidade de Rezendópolis, Rio de Janeiro. Recentemente,
a polícia recebeu algumas denúncias de maus tratos e
cárcere privado de mulheres e crianças em sua clínica,
e até mesmo em sua residência. Por ter bastante influ-
ência nas forças de segurança e na política local, a inves-
tigação do caso está sendo feita de modo negligente e
com uma demora injustificada. Indignados, os parentes
das vítimas contratam um consultor de Organização Não
Governamental de apoio a vítimas de tortura, violência
e maus tratos para verificar a possibilidade de solicitar
o incidente de deslocamento de competência e, deste
modo, ter uma resposta mais rápida para a situação.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
O consultor deve informar que para que o incidente
aconteça, será necessário
(A) que o Procurador-Geral do município suscite o inci-
dente de deslocamento de competência.
(B) que o Procurador-Geral da República suscite o inci-
dente de deslocamento de competência para a justi-
ça estadual.
(C) que o Procurador-Geral da República suscite o inci-
dente de deslocamento de competência para a justi-
ça federal.
(D) que o Procurador-Geral da República suscite o inci-
dente de deslocamento de competência perante o
Supremo Tribunal Federal.
Direito Internacional
Alice Rocha
19
A jovem Ana, de nacionalidade argentina, resolveu per-
manecer no Brasil depois que resolveu a situação de
violência que vivenciou com Cleber, líder do grupo de
sacrifícios e rituais de bruxaria que conheceu em Rezen-
dópolis, Rio de Janeiro. No mesmo grupo, Ana conheceu
Amélia, chilena, com quem resolveu se casar. Passados
5 anos de união com Amélia, Ana resolveu se naturalizar
brasileira, optando pela modalidade ordinária.
De acordo com a Constituição Federal e as regras de atri-
buição de nacionalidade brasileira, Ana deverá compro-
var, dentre outros critérios
(A) ter capacidade civil, segundo a lei argentina.
(B) ter residência em território nacional, pelo prazo mí-
nimo de 5 anos.
(C) recomendar-se por sua capacidade profissional,
científica ou artística.
(D) não possuir condenação penal ou estar reabilitada,
nos termos da lei.
20
Cleber, brasileiro, se casou com Karen, colombiana, e
após dois anos a mantendo em cárcere privado em sua
casa em Rezendópolis, Rio de Janeiro, Karen faleceu de
tristeza deixando dois apartamentos na capital do Rio de
Janeiro. Para proceder ao inventário de Karen,
(A) Cleber deve ajuizar a ação necessariamente na Co-
lômbia, país de nacionalidade de Karen.
(B) a lei aplicada para reger a sucessão de Karen será
a lei brasileira, por ser o local da situação dos bens
de Karen.
(C) Cleber pode ajuizar a ação em qualquer jurisdição,
desde que Karen não tenha deixado herdeiros em
outros países.
(D) a lei aplicada para reger a sucessão de Karen será a
lei brasileira, em função do domicílio da falecida.
Direito Tributário
Maria Christina
21
João alienou seu mercado “Venda Bem” para Maria, que
continuou no mesmo ramo de atividade comercial, ten-
do sido assinado contrato de compra e venda do fundo
de comércio em que o alienante assumiria eventuais
dívidas contraídas até a data da venda. Passados três
meses, João voltou a explorar atividade empresária em
outro ramo do comércio. Diante dos fatos, assinale a op-
ção correta.
(A) A responsabilidade de João pelas dívidas tributárias
em decorrência da alienação do fundo de comércio
cessará após 1 ano da data do negócio jurídico.
(B) A responsabilidade de João pelas dívidas tributárias
em decorrência da alienação do fundo de comércio
cessará após 2 anos da data do negócio jurídico.
(C) A responsabilidade de João pelas dívidas tributárias
em decorrência da alienação do fundo de comércio
será subsidiária com o adquirente.
(D) A responsabilidade de João pelas dívidas tributárias
em decorrência da alienação do fundo de comércio
será integral com o adquirente.
22
A União editou uma lei ordinária estipulando 20% de
CIDE sobre o combustível. Posteriormente, foi editada
uma portaria para reduzir a alíquota da CIDE para 2%,
com produção de efeitos na mesma data. Passando a
necessidade de fomento, foi editada nova portaria res-
tabelecendo a alíquota para 20%, com efeito imediato.
Diante dos fatos, assinale a opção correta.
(A) A CIDE sobre combustível não pode ter alíquotas al-
teradas por portaria, somente por decreto.
(B) A CIDE sobre combustível pode ter alíquotas reduzi-
das por portaria, mas deverá obediência aos princí-
pios da anterioridade anual e nonagesimal.
(C) A CIDE sobre combustível pode ter alíquotas restabe-
lecidas por portaria, mas deverá obediência ao prin-
cípio da anterioridade nonagesimal.
(D) A CIDE sobre combustível pode ter alíquotas aumen-
tadas por portaria, mas deverá obediência aos prin-
cípios da anterioridade anual e nonagesimal.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
23
A empresa Alfa, diante da notificação recebida pelo go-
verno federal, ingressou com uma impugnação ao auto
de infração pendente de decisão administrativa. Dessa
forma, requereu a habilitação no processo licitatório
perante um órgão estadual, que foi negada, devido à
constituição do crédito. Diante dos fatos, assinale a op-
ção correta.
(A) A empresa tem o direito de participar da licitação por
ter uma certidão negativa.
(B) A empresa tem o direito de participar da licitação por
ter uma certidão positiva.
(C) A empresa tem o direito de participar da licitação por
ter uma certidão positiva com efeito de negativa.
(D) A empresa não tem o direito de participar da licita-
ção enquanto não quita a dívida.
24
João, empresário individual, vende pipoca na porta dos
colégios auferindo uma boa renda mensal. Diante de
uma denúncia aos órgãos fiscais, foi notificado do lança-
mento em dezembro de 2023 pelo não recolhimento de
ICMS sobre a mercadoria, circulada desde 2016. Diante
dos fatos, João pode alegar em seu favor que
(A) não pode ser autuado por não recolhimento de ICMS,
por não se enquadrar no conceito de empresário.
(B) não pode ser autuado por não recolhimento de
ICMS, por não possuir uma pessoa jurídica devida-
mente registrada.
(C) não pode ser autuado por não recolhimento de
ICMS, tendo em vista a prescrição da dívida.
(D) não pode ser autuado por não recolhimento de
ICMS, tendo em vista a decadência da dívida.
25
O município Alfa editou um decreto para conceder isen-
ção de IPTU para os imóveis que se encontrem em área
de risco pelo prazo de 5 anos. Diante dos fatos, assinale
a opção correta.
(A) A isenção poderá ser revogada a qualquer momento.
(B) A isenção não poderá ser revogada, em nenhuma
hipótese, antes dos 5 anos para os imóveis que este-
jam em área de risco.
(C) A isenção poderá ser concedida por decreto.
(D) A isenção deve ser interpretada de forma extensiva.
Direito Administrativo
Gustavo Brígido
26
João é servidor público municipal, ocupante do cargo
efetivo de guarda municipal na cidade de Fortaleza, es-
tado do Ceará. No exercício da função, praticou ato ilícito
que, com nexo causal, causou prejuízos materiais à Ma-
ria, usuária do serviço público, sem que se configurasse
qualquer causa excludente da responsabilidade civil.
A família de Maria procurou você, na qualidade de
advogado(a) especialista em direito administrativo, para
que os orientasse acerca de eventuais direitos indeni-
zatórios. No caso em tela, eventual ação indenizatória
deverá ser ajuizada por Maria em face
(A) da Secretaria de Segurança Cidadã, do município de
Fortaleza, com base em sua responsabilidade civil
subjetiva, sendo necessário comprovar a ocorrência
de elementos dolosos ou culposos.
(B) da Secretaria de Segurança Cidadã, do município de
Fortaleza, com base em sua responsabilidade civil
objetiva, sendo desnecessário comprovar a ocorrên-
cia de elementos dolosos ou culposos.
(C) de João, diretamente, com base em sua responsabili-
dade civil subjetiva, sendo imprescindível comprovar
o elemento subjetivo em sua conduta.
(D) do município de Fortaleza, com base em sua respon-
sabilidade civil objetiva, sendo desnecessário com-
provar o elemento subjetivo na conduta de João, que
deverá responder em ação regressiva, caso haja con-
denação do referido estado e o agente tenha agido
de forma culposa ou dolosa.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
27
Após recente concurso para provimento de cargos efe-
tivos de técnico-judiciário do Tribunal de Justiça do es-
tado do Ceará, o presidente do Tribunal decidiu alugar
imóvel específico para viabilizar o estacionamento dos
veículos dos novos servidores, cujas características de
instalações e de localização tornam necessária sua esco-
lha. Nos termos da Lei n. 14.133/2021, tendo em vista a
inviabilidade de competição na situação narrada
(A) é dispensável a licitação, desde que demonstrado ser
o preço de locação compatível com o praticado no
mercado.
(B) é obrigatória a realização de procedimento licitató-
rio, visto não se enquadrar em nenhuma hipótese de
dispensa ou inexigibilidade de licitação.
(C) é inexigível a licitação, visto que se enquadra na hi-
pótese de aquisição ou locação de imóvel cujas ca-
racterísticas de instalações e de localização tornem
necessária sua escolha.
(D) é possível contratação direta, mesmo sem se en-
quadrar nas hipóteses de dispensa ou inexigibilida-
de de licitação.
28
João foi aprovado em recente concurso público da Re-
ceita Federal. Logo na primeira semana de serviço, de-
parou-se com pedido da autoridade superior para extin-
guir dois atos administrativos: sendo o primeiro válido,
por razões de conveniência e oportunidade, e o segundo
ilegal, com vício no elemento finalidade. Nesse caso, de-
vem ser escolhidas, respectivamente, as seguintes for-
mas de extinção
(A) revogação e anulação, admitindo-se também a con-
validação nos dois casos.
(B) revogação e anulação, sem possibilidade alguma de
convalidação, pois não se tem vício sanável.
(C) anulação e revogação, admitindo-se também a con-
validação nos dois casos.
(D) anulação e revogação, sem possibilidade alguma de
convalidação, pois não se tem vício sanável.
29
Foi iniciada e encerrada ainda em 2023 a Comissão Par-
lamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, no
contexto geral dos mecanismos de controle da adminis-
tração pública. Quanto à natureza, o controle da admi-
nistração pública se divide em controle administrativo,
legislativo e judicial. As Comissões Parlamentares de In-
quérito (CPIs) constituem hipótese de controle legislati-
vo em sua modalidade
(A) punitiva.
(B) financeira.
(C) investigativa.
(D) política.
30
O prefeito do município Alfa, João, nomeou sua irmã,
Maria, como secretária de saúde do município e seu
irmão, José, como seu assessor direto, para assuntos
relacionados e seu gabinete. Alguns cidadãos o procura-
ram, na condição de advogado(a) especialista em direito
administrativo, para saber da legalidade de tais nomea-
ções. A resposta correta contempla que
(A) as duas nomeações se enquadram como ato de im-
probidade administrativa, por violação aos princípios
da administração pública.
(B) apenas a nomeação de Maria configura ato de im-
probidade administrativa, por violação aos princípios
da administração pública.
(C) apenas a nomeação de José configura ato de impro-
bidade administrativa, por violação aos princípios da
administração pública.
(D) nenhuma das duas nomeações se enquadra como
ato de improbidade administrativa, pois não tipifi-
cam nenhuma das hipóteses previstas em lei.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Direito Ambiental
Nilton Coutinho
31
José Henrique, grande produtor de soja, resolveu adqui-
rir uma fazenda no Distrito Federal, com o objetivo de
plantar soja e vendê-la no mercado internacional.
O imóvel escolhido ficava em uma área de cerrado.
Preocupado com as limitações existentes em relação à
utilização de tal área para a agricultura, procurou um
advogado especialista na área, o qual lhe informou que
todo imóvel rural deve manter área com cobertura de
vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo
da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação
Permanente, e, tendo em vista a localização do imóvel a
ser adquirido, deverá ser respeitado o seguinte percen-
tual mínimo:
(A) 80% (oitenta por cento) a título de reserva legal.
(B) 35% (trinta e cinco por cento) a título de reserva legal.
(C) 35% (trinta e cinco por cento) a título de área de pre-
servação permanente.
(D) 20% (vinte por cento) a título de reserva legal.
32
Jorginho, fiscal ambiental federal, foi informado que um
caminhão, oriundo de Porto Velho/RO, trazia diversos
animais da fauna silvestre sem qualquer tipo de autori-
zação por parte do órgão competente.
Tal caminhão fora parado por Jorginho e outros fiscais
do Ibama na cidade de Ji-Paraná/RO, sendo certo que
foram localizadas diversas aves (araras) escondidas em
“fundos falsos” existentes no caminhão.
Considerando a situação apresentada, tem-se que:
(A) O auto de infração é válido, devendo os animais ser ime-
diatamente entregues a jardins zoológicos, fundações
ou entidades assemelhadas, para guarda e cuidados.
(B) O auto de infração é válido, devendo aguardar-se a
chegada da polícia civil, que é a autoridade compe-
tente para apreender os animais e/ou libertá-los.
(C) O auto de infração é válido, devendo os animais ser
prioritariamente libertados em seu habitat ou, sen-
do tal medida inviável ou não recomendável por
questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos,
fundações ou entidades assemelhadas, para guarda
e cuidados.
(D) A apreensão dos animais é irregular, pois todos os
fatos ocorreram no estado de Rondônia, sendo do
órgão ambiental estadual a competência para lavra-
tura do auto de infração.
Direito Civil
Roberta Queiroz
33
Acheropita Papazone, maior e capaz, celebra um contra-
to escrito de mútuo com Adam Borda, menor impúbere,
no qual Acheropita empresta a quantia de R$ 1.500,00
para que o garoto utilize todo o valor na compra de jogos
de videogame. No ato do contrato, não foi estipulada a
data do pagamento. Mesmo assim, dois meses depois,
Acheropita notou que Adam Borda não iria adimplir o
contrato, tampouco sabe precisar se o menino usou o
valor para comprar os jogos. Diante do caso, assinale a
melhor alternativa.
(A) Como não houve fixação de data de pagamento, o
adimplemento poderia ser exigido imediatamente.
(B) No contrato de mútuo, a falta de data de adimple-
mento faz presumir que a obrigação pode ser exi-
gida após trinta dias, mas, nesse caso específico, o
contrato é nulo.
(C) Maria pode ajuizar ação de execução, pois o contrato
de mútuo é título executivo, por si só.
(D) O contrato é anulável, pois há incapacidade de uma
das partes.
34
Chanca Vargas da Silva é casada com Antônio Ernane Ca-
cique de New York, no regime da comunhão parcial de
bens, e possui dois filhos adotivos. O casal adquiriu um
patrimônio no total de um milhão de reais, sem bens
particulares, ao longo do casamento. Chanca descobriu
que estava com leucemia grave. Após dois anos de tra-
tamento e convívio com pessoas portadoras da mesma
doença, vendo que não resistiria à moléstia, fez um
testamento deixando a parte disponível de sua heran-
ça para a criação de uma fundação de apoio às pessoas
portadoras de leucemia no DF. Diante dos fatos, marque
a alternativa correta.
(A) A parte disponível de Chanca é quinhentos mil reais,
pois não há herdeiro necessário.
(B) A parte disponível é de duzentos e cinquenta mil re-
ais, podendo ser instituída a fundação que será fisca-
lizada pelo MP.
(C) Não será possível instituir a fundação, pois não se
pode destinar parte da herança para tal finalidade
em virtude da existência de herdeiros necessários.
(D) Na verdade, Chanca deve deixar consignada a insti-
tuição de uma associação por testamento ou docu-
mento autêntico.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
35
Finólila Piaubilina, maior e capaz, resolveu curtir as fé-
rias em uma cidade da Indonésia. Organizou-se e pegou
o primeiro avião com destino ao paraíso. Durante a via-
gem, Finólila Piaubilina enviava sempre fotos e cartões-
-postais aos amigos e familiares. Após alguns dias de
descanso, veio a tragédia – um enorme tsunami devas-
tou o local. Muitas e muitas pessoas morreram; não so-
brou quase nada da cidade. Os amigos e familiares não
receberam mais notícias. Finólila Piaubilina desapare-
ceu. Com base nas informações acima, marque a alter-
nativa correta.
(A) A morte de Finólila Piaubilina somente poderá ser
registrada após ser encontrado o corpo e atestada
a morte.
(B) A declaração de morte de Finólila Piaubilina depende
de declaração prévia de ausência, visto o desapareci-
mento do corpo.
(C) A morte de Finólila Piaubilina pode ser declarada
independentemente de declaração de ausência, me-
diante procedimento de justificativa, não podendo o
juiz declarar data provável de morte.
(D) A morte de Finólila Piaubilina pode ser declarada
independentemente de declaração de ausência, me-
diante procedimento de justificativa, devendo o juiz
declarar data provável de morte.
36
Jovelina Ó Rosa Cheirosa, casada com Carlos Pestana
no regime da comunhão parcial de bens, possui quatro
filhos – Ronaldo, Luiz, Lua e Libertino. Jovelina, que de-
monstra maior preferência para com o filho Libertino,
resolve lhe doar um veículo no valor de R$ 50.000,00
– cinquenta mil reais. Assim o faz. Os demais filhos e o
cônjuge de Jovelina ficam indignados com o fato e pro-
curam um advogado, que lhes informa o seguinte:
(A) o contrato é válido e eficaz.
(B) o contrato é nulo.
(C) o contrato é anulável, pois não há o consentimento
dos demais descendentes e do cônjuge de Jovelina.
(D) o contrato é inexistente.
37
Placenta Maricórnia da Letra Pi celebrou contrato de
corretagem com Rômulo Reme Remido Rodó. O objeto
do contrato foi a realização da venda do apartamento
de propriedade de Placenta, localizado em Boa Viagem,
Recife. Para tal função, Placenta consignou que a remu-
neração pela corretagem seria de 15% sobre a venda do
bem. No final das contas, mesmo com o trabalho dili-
gente de Rômulo, após dois meses de vigência do con-
trato de corretagem, Placenta, em conversa informal no
churrasco do pessoal do colégio, acabou celebrando o
contrato de compra e venda com Simplício Simplório
da Simplicidade Simples, seu colega. Visto que a venda
ocorreu sem a participação de Rômulo, não houve paga-
mento da taxa de corretagem. Rômulo procura um ad-
vogado para ter ciência de seus direitos. A informação
correta a ser dada a ele deve ser:
(A) não terá direito a receber a porcentagem, indepen-
dentemente de contrato.
(B) terá direito a receber a porcentagem, simplesmente
pela assinatura do contrato de corretagem.
(C) somente terá direito à remuneração de seu trabalho
se houver cláusula de exclusividade que, por sua vez,
somente terá eficácia se for por escrito.
(D) a compra e venda realizada diretamente por Placen-
ta é nula, visto descumprimento de contrato princi-
pal, qual seja, corretagem.
38
Vivelinda Cabrita e seu marido, Uósteles Filho, resol-
veram fazer uma viagem de carro para o litoral baiano.
Após algumas horas de viagem, Uósteles perde o contro-
le do carro e capota. Vivelina fica extremamente ferida,
com dificuldade de respiração e aparente hemorragia
interna. Com a chegada do socorro, verifica-se que não
há unidade pública hospitalar na cidade mais próxima,
somente uma clínica particular de propriedade do mé-
dico Tadeu Tospericagerja (em homenagem à seleção
do tri: Tostão, Pelé, Rivelino, Carlos Alberto, Gerson e
Jairzinho). Encaminhada para a clínica, o Dr. Tadeu exige
um valor extremamente alto para salvar Vivelinda, va-
lor acima da média normal de atendimento para tal en-
fermidade. Uósteles prontamente arcou com os gastos
exigidos. Após tratamento e recuperação de Vivelinda, o
casal procura um advogado, que lhes afirma o seguinte:
(A) o negócio jurídico celebrado é plenamente válido.
(B) o negócio celebrado com o médico é nulo por motivo
de lesão, sendo a demanda imprescritível.
(C) ocorreu dolo do médico, podendo o negócio jurídico
ser anulado no prazo prescricional de quatro anos.
(D) o acordo firmado com o médico pode ser anulado
pela alegação de estado de perigo, no prazo deca-
dencial de quatro anos.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
E.C.A. (Estatuto da Criança e do Adolescente)
Patrícia Dreyer
39
João Lucas, 16 anos, foi apreendido por ato infracional
análogo ao tráfico internacional de drogas. Levado ao
Ministério Público, João Lucas não teve a oportunidade
de acompanhamento do ato por defesa técnica, nem di-
reito ao silêncio, e confessou praticar o ato infracional. O
Ministério Público, por sua vez, representou o menor e
pediu a internação provisória de João Lucas, a despeito
de ser a primeira apreensão. O pedido do parquet foi de-
ferido em juízo e a unidade socioeducativa foi intimada
a apresentar o adolescente para as audiências. Ao final,
o juízo da infância e juventude entendeu que havia in-
dícios de autoria e houve por bem aplicar a medida so-
cioeducativa de advertência. Sobre esse caso, é correto
afirmar que:
(A) a gravidade social do ato infracional praticado justifi-
ca a internação provisória.
(B) não cabe agravo de instrumento contra a decisão
que aplicou a internação provisória.
(C) a advertência dispensa prova suficiente da autoria,
bastando que haja indícios.
(D) o recurso contra a sentença será recebido no efeito
suspensivo e devolutivo.
40
A plataforma de rede social Onlyteens cancelou a conta
da adolescente de 12 anos de idade que postava conte-
údo de publicidade paga, porque considerou que havia
violação aos termos de serviço que contêm cláusula de
proibição de trabalho infantojuvenil. Os pais autoriza-
ram a criação da conta da filha, mas a rede social assim
mesmo promoveu o cancelamento.
Você é consultado como advogado(a) e responde acerta-
damente que a decisão da plataforma da rede social está:
(A) incorreta, porque não existe proibição para pos-
tagens de publicidade no Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei n. 8.069/1990).
(B) correta, desde que os termos de serviço autorizem
a criação de perfis para pessoas de 14 anos de idade
ou mais.
(C) correta, porque a situação constitui trabalho infantil,
vedado pelo Art. 60 do Estatuto da Criança e do Ado-
lescente (Lei n. 8.069/1990).
(D) incorreta, porque, além da autorização dos repre-
sentantes legais, faltou a autorização judicial.
C.D.C. (Código de Defesa do Consumidor)
Patrícia Dreyer
41
Maria Paula foi notificada da inscrição de seu nome em
cadastro de inadimplentes por meio de carta sem aviso
de recebimento e procura você, como advogado(a), a fim
de que responda acertadamente às seguintes perguntas:
1) é válida a notificação feita por carta sem aviso de
recebimento ou Maria Paula pode requerer a re-
paração dos danos morais e materiais que eventu-
almente tiver sofrido em razão da irregularidade
da inscrição?
2) a inscrição do nome de Maria Paula pode ser man-
tida até o prazo máximo de cinco anos, contados
do dia seguinte à data da notificação da inscrição?
3) se Maria Paula pagar integralmente o débito, o
credor deverá providenciar a exclusão do registro
da dívida em até quantos dias?
4) se a inscrição for irregular e Maria Paula tiver ou-
tra inscrição preexistente e legítima, ainda assim
ela terá direito à indenização por dano moral?
Assinale a resposta correta de acordo com o Código de
Defesa do Consumidor e a jurisprudência do STJ.
(A) É válida a notificação sem o aviso de recebimento
(AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a
negativação de seu nome em bancos de dados e ca-
dastros. O termo inicial do prazo de permanência de
registro de nome de consumidor em cadastro de pro-
teção ao crédito inicia-se no dia subsequente ao ven-
cimento da obrigação não paga. Incumbe ao credor a
exclusão do registro da dívida em nome do devedor
no cadastro de inadimplentes no prazo de cinco dias
úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do dé-
bito. Da anotação irregular em cadastro de proteção
ao crédito, não cabe indenização por dano moral,
quando preexistente legítima inscrição, mas cabe o
direito ao cancelamento.
(B) É nula a notificação sem o aviso de recebimento (AR)
na carta de comunicação ao consumidor sobre a
negativação de seu nome em bancos de dados e ca-
dastros. O termo inicial do prazo de permanência de
registro de nome de consumidor em cadastro de pro-
teção ao crédito inicia-se no dia subsequente ao ven-
cimento da obrigação não paga. Incumbe ao credor a
exclusão do registro da dívida em nome do devedor
no cadastro de inadimplentes no prazo de cinco dias
úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do dé-
bito. Da anotação irregular em cadastro de proteção
ao crédito, não cabe indenização por dano moral,
quando preexistente legítima inscrição, mas cabe o
direito ao cancelamento.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
(C) É nula a notificação sem o aviso de recebimento (AR)
na carta de comunicação ao consumidor sobre a
negativação de seu nome em bancos de dados e ca-
dastros. O termo inicial do prazo de permanência de
registro de nome de consumidor em cadastro de pro-
teção ao crédito inicia-se no dia subsequente ao ven-
cimento da obrigação não paga. Incumbe ao credor a
exclusão do registro da dívida em nome do devedor
no cadastro de inadimplentes no prazo de cinco dias
úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do dé-
bito. Da anotação irregular em cadastro de proteção
ao crédito, cabe indenização por dano moral, ainda
que preexistente legítima inscrição, cabendo ainda o
direito ao cancelamento.
(D) É válida a notificação sem o aviso de recebimento
(AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre
a negativação de seu nome em bancos de dados e
cadastros. O termo inicial do prazo de permanência
de registro de nome de consumidor em cadastro de
proteção ao crédito inicia-se no dia subsequente ao
vencimento da obrigação não paga. Incumbe ao con-
sumidor o pedido de exclusão do registro da dívida
em nome do credor no cadastro de inadimplentes no
prazo de três dias úteis, a partir do integral e efetivo
pagamento do débito. Da anotação irregular em ca-
dastro de proteção ao crédito, não cabe indenização
por dano moral, quando preexistente legítima inscri-
ção, mas cabe o direito ao cancelamento.
42
Raquel adquiriu um aparelho celular na loja XPTO, no dia
30 de setembro de 2023, a fim de presentear sua ami-
ga Roberta. 15 dias depois que Roberta começou a usar
adequadamente o celular, ele explodiu, e gerou lesões
e danos estéticos em Roberta, que necessitou realizar
tratamento médico e cirurgia plástica em virtude das
queimaduras sofridas.
Nesse caso, adotando-se as regras insculpidas no Código
de Defesa do Consumidor:
(A) Roberta é equiparada à consumidora diante das re-
gras previstas no Código de Defesa do Consumidor.
Por isso, tem o direito de ser indenizada pelos danos
sofridos, sendo hipótese de responsabilidade objeti-
va em face do fabricante do produto.
(B) Roberta é equiparada à consumidora, diante das re-
gras previstas no Código de Defesa do Consumidor
e, nesse sentido, deverá ser indenizada pelos danos
sofridos, sendo caso de responsabilidade subjetiva
em face do fabricante do produto.
(C) Roberta tem o direito de ser indenizada em virtude
do acidente sofrido. Contudo, serão adotadas as re-
gras do Código Civil, pois não há relação de consumo
entre a acidentada e o comerciante ou fabricante.
(D) não serão adotadas as regras do Código de Defesa do
Consumidor, mas a sistemática do Código Civil Bra-
sileiro, posto que não foi Roberta quem celebrou o
contrato de compra do aparelho telefônico. Caberá,
contudo, ação em face do comerciante para a indeni-
zação pelos danos sofridos.
Direito Empresarial
Marcelo Macintyre
43
Joaquim Machado tem uma filha relativamente incapaz
e consulta um advogado, para ter o conhecimento sobre
a possibilidade de transferir para ela parte das quotas
que possui em uma determinada sociedade empresarial
cujo capital social se encontra integralizado. De acordo
com o Código Civil brasileiro, o advogado consultado
afirmará que:
(A) é proibida a participação de menor de idade, absolu-
ta ou relativamente incapaz, em sociedade, a não ser
nos tipos de sociedades por ações.
(B) é autorizada a participação do relativamente incapaz
na sociedade, bastando tão somente que esteja as-
sistido por seu pai no instrumento de alteração con-
tratual.
(C) é autorizada a participação do relativamente incapaz
na sociedade, desde que esteja assistido no instru-
mento de alteração contratual, devendo constar a
proibição do exercício da administração da socieda-
de por ele.
(D) é proibida a participação de incapaz em sociedade,
mesmo que esteja representado ou assistido, exceto
se a transmissão das quotas se der em razão de su-
cessão causa mortis.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º

44 sarial e resolva fazê-la, poderá requerer a recupera-

Você tem um amigo que possui a intenção de abrir ção judicial.
uma empresa em nome próprio. Em virtude disso, ele (D) Entre as pessoas proibidas de exercer a empresa está
lhe procurou para saber quanto à necessidade de ins- o incapaz, que não poderá em hipótese alguma exer-
crição no registro empresarial para regularidade de cer tal atividade.
exercício da empresa. Como consultor(a) jurídico(a) e
advogado(a), você respondeu que a inscrição do empre- Direito Processual Civil
sário individual:
Raquel Bueno
(A) é obrigatória antes do início da abertura da empresa.
(B) não é necessária até os primeiros 356 dias de início
47
da atividade, sendo obrigatória a partir de então.
Clara promoveu a abertura do inventário judicial dos
(C) é necessária, se não houver enquadramento como
bens deixados por seu falecido pai, Cleber, que era viú-
microempresa ou empresa de pequeno porte.
vo. Durante a tramitação processual, os demais herdei-
(D) não é obrigatória, caso haja opção pelo enquadra-
ros foram convocados, sendo outros dois irmãos de Cla-
mento como microempreendedor individual.
ra, por parte de pai, do primeiro casamento de Cleber.
Ressalte-se que, como Clara morava com o falecido pai
45 e estava na posse e administração dos bens do espólio,
Acerca do direito empresarial, assinale a alternati-
foi nomeada inventariante, já tendo prestado compro-
va correta.
misso. A partir dessa realidade, assinale a opção correta.
(A) Empresa é toda atividade econômica destinada à
(A) Clara poderá pagar as dívidas do espólio, exigindo-se
produção de bens; empresário é a pessoa natural
apenas autorização do juiz.
que exerce como profissão a empresa, e tem receita
(B) Clara deve administrar o espólio e velar pelos referi-
bruta anual de até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta
dos bens com a mesma diligência que teria se seus
mil reais).
fossem, sob pena de ser removida da condição de
(B) Empresa é toda sociedade com ou sem personali-
inventariante, caso haja deterioração, dilapidação ou
dade jurídica; empresário é considerado o sócio da
dano, por sua culpa.
empresa, pessoa natural ou jurídica com atribuição
(C) Clara deve administrar o espólio e velar pelos referi-
limitada ao valor das quotas integralizadas.
dos bens com a mesma diligência que teria se seus
(C) Empresa é a repetição profissional dos atos de co-
fossem, sob pena de ser removida da condição de
mércio ou mercancia; empresário é a pessoa natural
inventariante, caso haja deterioração, dilapidação ou
ou jurídica que pratica de modo natural tais atos de
dano, independentemente de culpa ou dolo.
mercancia.
(D) Os demais herdeiros, uma vez citados, terão cinco
(D) Empresa é a atividade econômica organizada para
dias para reclamar contra a nomeação de Clara como
a produção e/ou a circulação de bens e de serviços;
inventariante.
empresário é o dono da empresa, quem a exerce em
caráter profissional.

46
Sobre a incapacidade e proibição para o exercício de em-
presa, marque a opção correta.
(A) Aquele que tenha proibição legal para ser empresá-
rio não poderá ser sócio ou acionista de uma socie-
dade empresária.
(B) Caso a pessoa impedida de exercer a atividade de
empresário resolva praticar tal atividade, deverá res-
ponder pelas obrigações contraídas, podendo até ser
declarada falida.
(C) Em se tratando de matéria de ordem pública e consi-
derando que a continuidade de determinada empre-
sa é de interesse eminente da sociedade em geral,
quer em razão da arrecadação de impostos, quer em
razão da geração de empregos, caso determinada
pessoa seja impedida de exercer a atividade empre-
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
48
Letícia promoveu a execução de um contrato celebrado
com o pedreiro Manoel, assinado pelos contratantes e
duas testemunhas, envolvendo obrigação de fazer, qual
seja, a pintura de três cômodos de uma casa. Apesar do
pagamento integral efetuado por Letícia, Manoel não
cumpriu com sua parte no contrato. Após juízo positi-
vo de admissibilidade da petição inicial, o juiz determi-
nou que o executado Manoel cumprisse a obrigação em
quinze dias, o que não ocorreu. A partir dessa realidade,
assinale a opção correta.
(A) A exequente não poderá requerer que a obrigação
seja cumprida por um terceiro, às custas do executa-
do, por se tratar de obrigação personalíssima.
(B) A exequente poderá requerer que a obrigação seja
cumprida por um terceiro, às custas do executado,
mas o valor a ser pago para o terceiro será adiantado
pela exequente.
(C) A exequente poderá requerer que a obrigação seja
cumprida por um terceiro, às custas do executado,
mas não poderá cumular tal pedido com perdas
e danos.
(D) Nesse caso, diante do descumprimento da obrigação
de fazer por parte do executado, no prazo determi-
nado pelo juiz, só caberá à exequente converter a
obrigação em perdas e danos, seguindo-se a execu-
ção para cobrança de quantia certa.
49
Marília, representada por sua mãe, Cecília, ajuizou ação
de alimentos avoengos em face dos avós paternos Lú-
cio e Marta, ambos servidores públicos aposentados.
O processo é eletrônico e está tramitando na Vara de
Família do domicílio de Marília e sua mãe. Ressalte-se
que os avós maternos são falecidos e que o valor pago
pelo genitor é insuficiente para atender às necessidades
da menor impúbere, mesmo com a contribuição da ge-
nitora. Após o devido processo legal, foram fixados os
alimentos definitivos na decisão final. Inconformado, o
avô deseja impugnar a decisão. A partir deste contexto,
assinale a opção correta.
(A) Lúcio poderá interpor recurso de apelação em trin-
ta dias.
(B) Se Lúcio interpuser recurso de apelação e quiser de-
sistir posteriormente, precisará do consentimento
de Marta.
(C) Lúcio poderá interpor agravo de instrumento, uma
vez que a decisão versa sobre tutela provisória con-
vertida em definitiva.
(D) Lúcio poderá interpor recurso de apelação, despida
de efeito suspensivo.
50
Thiago, por meio do seu amigo e advogado Rui, reque-
reu uma tutela provisória de urgência antecipada ante-
cedente em face de seu plano de saúde, a fim de obter
a imediata realização de uma cirurgia cardíaca determi-
nada pelo médico que lhe atendeu na emergência do
hospital. A tutela provisória foi deferida e efetivada após
apresentação de caução pelo autor. Todavia, ao final do
processo, os pedidos de Thiago foram julgados impro-
cedentes e a tutela provisória revogada. Considerando
esse cenário, assinale a opção correta.
(A) Para requerer a tutela provisória acima mencionada,
Thiago só precisou demonstrar a probabilidade do
direito invocado e o perigo de dano ou risco ao resul-
tado útil do processo.
(B) Uma vez concedida e efetivada a tutela provisória
pleiteada, Thiago deveria apresentar o pedido prin-
cipal em trinta dias, nos mesmos autos.
(C) Neste caso, como a sentença foi desfavorável para
Thiago, ele responderá objetivamente pelos prejuízos
que a efetivação da medida causar à parte contrária.
(D) O juiz não poderia exigir uma caução de Thiago para a
concessão da tutela provisória de urgência pleiteada.
51
Adriana promoveu uma ação indenizatória em face de
Ruth, perante a Vara Cível do foro de domicílio da ré.
Após tentativas infrutíferas de citar a ré por meio ele-
trônico, correio e oficial de justiça, foi requerida e au-
torizada a citação da ré por edital. Ocorre que Ruth não
constituiu advogado e deixou o prazo de resposta trans-
correr em branco. A partir dessa realidade, assinale a
opção correta.
(A) Nesse caso, diante da não apresentação de resposta,
haverá a incidência da revelia e dos seus efeitos.
(B) Nesse caso, diante da não apresentação de resposta,
Ruth é considerada revel, sendo-lhe nomeado um
curador especial para apresentação de defesa, que
poderá ser genérica.
(C) Nesse caso, diante da não apresentação de resposta,
Ruth é considerada revel, atuando o Ministério Públi-
co como seu curador especial.
(D) Nesse caso houve um vício formal, uma vez que deve-
ria ter sido promovida a citação por hora certa da ré.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
52
Marlene ajuizou uma ação rescisória perante o TJRJ, ten-
do como requerida uma instituição financeira, no intuito
de desconstituir uma sentença de mérito transitada em
julgado, proferida pelo juízo Cível do Rio de Janeiro. Con-
sidere que a autora respeitou o prazo decadencial, bem
como encontrou uma hipótese legal de cabimento da
ação rescisória. Na petição inicial, requereu a gratuidade
de justiça, que foi indeferida pelo relator. Inconformada,
Marlene deseja impugnar tal decisão. A partir desses fa-
tos, assinale a opção correta.
(A) O advogado de Marlene poderá interpor agravo de
instrumento.
(B) O advogado de Marlene nada poderá fazer, uma vez
que a referida decisão é irrecorrível.
(C) O advogado de Marlene poderá interpor agravo
interno.
(D) O advogado de Marlene poderá interpor recurso es-
pecial, por violação de norma infraconstitucional.
Direito Penal
Michelle Tonon
53
Hudson, 48 anos, mantinha uma arma de fogo de uso
permitido devidamente registrada em sua residência. A
arma ficava guardada em uma gaveta e raramente Hud-
son a manuseava. Passados vários anos desde a obten-
ção do registro, Hudson passa a ser investigado pela su-
posta prática de crimes contra a administração pública,
envolvendo fraudes em licitações de valores vultosos.
Por esse motivo, é feita uma busca e apreensão em sua
residência, autorizada judicialmente, quando a arma é
encontrada por policiais e apreendida. Na delegacia, Hu-
dson alegou que a arma era registrada, porém verificou-
-se que o registro da arma estava vencido há 8 meses.
Diante do caso hipotético, é correto afirmar que:
(A) Hudson praticou o delito de posse irregular de arma
de fogo de uso permitido.
(B) Hudson praticou o delito de porte ilegal de arma de
fogo de uso permitido.
(C) Hudson não praticou qualquer delito, sendo atípica a
conduta.
(D) considerando o objeto da busca, a arma não poderia
ter sido apreendida pelos policiais, já que não estava
diretamente relacionada aos crimes investigados.
54
Augusto, delegado de polícia, com a finalidade especí-
fica de prejudicar Mário, deixou injustificadamente de
comunicar no prazo legal a prisão em flagrante de Mário
à autoridade judiciária. Acerca da conduta de Augusto,
assinale a alternativa correta.
(A) A conduta de Augusto caracteriza crime de abuso de
autoridade e, caso seja condenado, Augusto perde-
rá, de forma automática, o cargo público ocupado.
(B) A conduta de Augusto caracteriza crime de abuso de
autoridade. Porém, a perda do cargo exige reincidên-
cia específica em delito dessa natureza.
(C) A conduta de Augusto caracteriza crime de prevari-
cação, e poderá ser decretada a suspensão do exercí-
cio do cargo público pelo prazo mínimo de 2 anos.
(D) A conduta de Augusto caracteriza crime de tráfico de
influência, e a perda do cargo público poderá ser decre-
tada mediante fundamentação expressa e específica.
55
Cleide, vendedora experiente, é demitida por Maria,
proprietária de uma loja de sapatos. Muito aborrecida,
Cleide decide se vingar da ex-patroa e planeja matá-la.
Determinado dia, Cleide pega a arma de seu esposo, que
é policial, e vai até a loja. Mira em direção ao caixa, já
que Maria usualmente ali permanece. Faz o disparo e
destrói a vitrine, mas não machuca ninguém. Naquele
dia, Maria não estava no caixa, pois precisou ir ao ban-
co e nenhuma vendedora havia chegado ao trabalho.
Na condição de advogado(a), você é consultado(a) por
Cleide. Assinale a alternativa correta quanto à adequada
interpretação da conduta, do ponto de vista defensivo.
(A) Cleide responderá por tentativa de homicídio contra
Maria e dano ao patrimônio, em concurso material.
(B) Cleide responderá apenas pelo crime de dano ao
patrimônio.
(C) A conduta de Cleide é atípica, podendo ser responsa-
bilizada apenas na esfera cível.
(D) Cleide responderá apenas por tentativa de homicí-
dio, restando absorvido o crime de dano.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
56
Artur e Maíra são estudantes universitários e colegas no
curso de engenharia química. Determinado dia, em uma
aula no laboratório, estão aprendendo sobre substân-
cias ácidas e corrosivas. Por alguns instantes, Maíra re-
tira os óculos de proteção e, nesse momento, Artur, em
um comportamento desatento, espirra uma substância
corrosiva no rosto de Maíra. A moça é levada imediata-
mente ao hospital, mas seu rosto fica com uma deformi-
dade permanente. Acerca da situação hipotética, assina-
le a alternativa correta.
(A) Artur praticou lesão corporal gravíssima, já que teve como
resultado uma deformidade permanente na vítima.
(B) Artur praticou tentativa de homicídio, considerando
a natureza da substância corrosiva.
(C) Artur não praticou crime, sendo sua conduta atípica.
(D) Artur praticou lesão corporal culposa.
57
Roberto, primário, foi condenado pela prática do crime
de moeda falsa, por ter fabricado papel-moeda de curso
legal no país (real) e colocado trinta cédulas de R$ 50,00
(cinquenta reais) falsas em circulação na cidade de São
Paulo-SP. Acerca da situação hipotética apresentada, as-
sinale a alternativa correta.
(A) A competência para processar e julgar Roberto será
da Justiça Federal.
(B) No julgamento, Roberto poderá ser beneficiado com
a aplicação do princípio da insignificância, já que é
primário e a quantidade de papel-moeda falsificado
não foi expressiva.
(C) Roberto responderá pelo crime de moeda falsa por
duas vezes, já que praticou duas condutas, isso é, fa-
bricou e depois colocou em circulação o papel-moe-
da falso.
(D) Para que haja a condenação de Roberto, é desneces-
sária a perícia técnica nas cédulas.
58
Ricardo praticou lesão corporal contra sua ex-compa-
nheira Paula, em razão de ciúmes e por estar insatisfei-
to com o término da relação amorosa. Paula registrou
boletim de ocorrência e pleiteou medidas protetivas de
urgência, com fundamento na Lei Maria da Penha. As
medidas de proibição de contato e aproximação foram
deferidas pelo juízo competente de imediato e Ricardo
devidamente intimado. Procurado por Ricardo na condi-
ção de advogado(a) para esclarecimentos sobre as me-
didas protetivas, assinale a orientação jurídica correta.
(A) Caso Ricardo descumpra a proibição de contato, po-
derá incorrer em crime de desobediência à medida
protetiva, tipificado na Lei Maria da Penha, delito
inafiançável na esfera policial.
(B) Caso Ricardo descumpra a proibição de contato, po-
derá incorrer em crime de desobediência à ordem
judicial, tipificado no Código Penal, delito afiançável
na esfera policial.
(C) As medidas protetivas de urgência podem ser aplica-
das cumulativamente e não poderão ser substituídas
ou revogadas antes do julgamento definitivo do pro-
cesso criminal.
(D) As medidas protetivas de urgência não poderiam ser
concedidas de imediato, havendo necessidade de
prévia manifestação do Ministério Público e da defe-
sa do suposto agressor.
Direito Processual Penal
Lorena Ocampos
59
Concluídas as investigações do inquérito policial, a auto-
ridade policial indiciou Bruno, primário e de bons ante-
cedentes, como incurso nas sanções penais do delito de
lesão corporal de natureza gravíssima (Art. 129, §2º, CP
–pena: reclusão, de 2 a 8 anos). Bruno confessou formal
e circunstancialmente a prática da infração penal na de-
legacia. Nesse caso, o acordo de não persecução penal:
(A) poderá ser proposto diretamente pela autoridade
policial, considerando a confissão e a pena mínima
cominada ao delito.
(B) não poderá ser proposto, diante da natureza do deli-
to imputado.
(C) não poderá ser proposto, pois a pena máxima comi-
nada é superior a quatro anos.
(D) poderá ser proposto pelo órgão ministerial, mas não
pelo delegado, considerando a pena cominada e a
confissão em sede policial.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
60
Diego foi condenado em primeira instância pela prática
de crime de roubo, sendo aplicada em sentença pena
de cinco anos e quatro meses de reclusão, a ser cumpri-
da em regime inicial fechado. Em recurso de apelação,
exclusivo da defesa, o advogado de Diego requereu a
anulação da sentença por falta de fundamentação, a ab-
solvição do réu e, subsidiariamente, a redução da pena e
aplicação de regime inicial semiaberto. Em julgamento, a
sentença foi parcialmente mantida, alterando-se apenas
o regime de cumprimento da sanção imposta. Por una-
nimidade, foi afastada a alegação de nulidade e mantida
a condenação. Por maioria de votos, foi mantida a pena
aplicada, tendo um Desembargador votado pela sua re-
dução, e afastado o regime inicial fechado, fixando-se o
semiaberto. Intimada da decisão, a defesa poderá opor
recurso de embargos infringentes em busca do:
(A) reconhecimento de nulidade, absolvição e redução
da pena aplicada, enquanto o Ministério Público não
poderá apresentar recurso de embargos infringentes
em busca da aplicação do regime inicial fechado.
(B) reconhecimento de nulidade, absolvição e redução
da pena aplicada, enquanto o Ministério Público so-
mente poderá buscar a aplicação de regime inicial
fechado em recurso de embargos infringentes.
(C) reconhecimento de nulidade e redução da pena apli-
cada, somente, enquanto o Ministério Público não
poderá apresentar recurso de embargos infringentes
em busca da aplicação do regime inicial fechado.
(D) redução da pena aplicada, somente, enquanto o Mi-
nistério Público não poderá apresentar recurso de
embargos infringentes em busca da aplicação do re-
gime inicial fechado.
61
Gerson, civilmente identificado, foi preso em flagrante
pelo crime de descaminho, cuja pena em abstrato é de
um a quatro anos de reclusão. Ele possui diversas passa-
gens na Vara da Infância e Juventude, sem, contudo, ter
qualquer condenação criminal por ato praticado depois
de alcançada a maioridade penal. Você, na condição de
advogado(a) de Gerson, sob o ponto de vista técnico, de-
verá requerer
(A) o relaxamento da prisão em flagrante em razão da falta
dos requisitos para a decretação da prisão preventiva.
(B) a concessão da liberdade provisória, já que é ilegal a
conversão da prisão em flagrante em preventiva com
base em registros infracionais praticados antes de o
indivíduo ter alcançado a maioridade.
(C) a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar.
(D) a concessão da liberdade provisória com medida
cautelar diversa da prisão, haja vista o não cabimen-
to da prisão preventiva.
62
Em uma Vara Criminal da capital, foram separados qua-
tro procedimentos para a análise de prisões preventivas:
I – Maria está presa preventivamente pelo crime de
roubo com emprego de arma de fogo e possui filho
de 8 anos de idade.
II – João, senhor de 81 anos de idade, está responden-
do preso preventivamente à ação penal em que se
imputa a prática de três crimes de estelionato.
III – José está preso pelo crime de corrupção, sendo o
único responsável pelos cuidados de seu filho de 10
anos de idade.
IV – Larissa está presa como acusada dos crimes de uso
de documento falso e moeda falsa, e possui uma
filha de 5 anos, mas não é a única responsável pela
criança, que também mora com o pai.
Com base nas previsões do Código de Processo Penal,
em especial dos artigos 317 a 318-B, há possibilidade de
você, como advogado(a), em tese, requerer e ter admiti-
da prisão domiciliar nos processos de:
(A) Maria, João, José e Larissa.
(B) João, José e Larissa, apenas.
(C) Maria e Larissa, apenas.
(D) João e Larissa, apenas.
63
Em determinado procedimento em que se busca apurar
o crime de organização criminosa, a autoridade policial
representou pela realização de interceptação telefônica
e pela busca domiciliar. Após ouvido o Ministério Público
e decisão judicial, foram realizadas providências caute-
lares de interceptação telefônica e busca domiciliar na
residência de Mauro para a obtenção de provas. Nessa
situação, durante o procedimento investigatório, você,
como advogado(a) de Mauro
(A) terá direito de acessar os relatórios e as demais diligên-
cias da interceptação telefônica ainda em andamento.
(B) terá direito de acessar os relatórios de cumprimento
dos mandados de busca e apreensão e os respectivos
autos de apreensão.
(C) terá amplo acesso aos autos do inquérito policial e
das demais diligências.
(D) estará impedido de acessar os autos de apresenta-
ção e apreensão já lavrados.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
64
Guilherme foi vítima de crime de ação penal pública con-
dicionada à representação. Logo após os fatos, compa-
receu em sede policial e, oralmente, manifestou ao de-
legado o interesse em representar em face do autor dos
fatos. Diante disso, foi oferecida denúncia pelo Ministé-
rio Público. Guilherme, porém, se arrependeu e demons-
trou interesse em se retratar da representação enquanto
a denúncia não era recebida. Considerando apenas as
informações narradas, é correto afirmar que Guilherme
(A) não poderá se retratar da representação, já que o Có-
digo de Processo Penal não admite retratação.
(B) poderá se retratar da representação, mesmo após o
recebimento da denúncia.
(C) poderá se retratar da representação, tendo em vista
que a denúncia não foi recebida.
(D) não poderá se retratar da representação, tendo em
vista que a denúncia já foi oferecida.
Direito do Trabalho
Rogério Dias
65
A empresa Jotta Ltda. abriu processo seletivo para preen-
chimento de duas vagas. Uma vaga é para trabalhar em
regime de teletrabalho e a outra vaga é para trabalhar
presencialmente. Dois empregados foram selecionados:
João, que é casado e tem um filho de 1 ano de idade; e
Maria, que é solteira e sem filhos. Nessa situação,
(A) Maria tem preferência para a vaga em regime de
teletrabalho.
(B) João deverá ficar com a vaga presencial.
(C) João tem preferência para a vaga em regime de tele-
trabalho.
(D) Não há que se falar em preferências para as vagas em
regime de teletrabalho.
66
A empresa Zetta Ltda. deu ciência ao empregado Odair
que suas férias terão início no dia 1º de novembro, vés-
pera do feriado de Finados, com 30 dias de antecedên-
cia. Nessa situação,
(A) não há qualquer irregularidade.
(B) o prazo de aviso prévio de férias seria de 15 dias.
(C) a data de início das férias está incorreta.
(D) a época das férias é a que melhor comporte os inte-
resses do empregado.
67
Judson Lima é agente de autoridade de trânsito e duran-
te suas atividades está constantemente sujeito a atrope-
lamentos, colisões e outras espécies de acidente. Com
isso, Judson tem direito a receber
(A) adicional de periculosidade.
(B) adicional de insalubridade.
(C) adicionais de insalubridade e periculosidade.
(D) adicional de penosidade.
68
Roberta trabalhava para a empresa Dreyer Ltda. e foi dis-
pensada sem justa causa e com aviso prévio indenizado,
a partir de 3 de novembro de 2023. No dia 9 de novem-
bro de 2023, Roberta confirmou sua gravidez e informou
à sua empregadora. Nessa situação,
(A) Roberta não tem estabilidade.
(B) Roberta tem estabilidade.
(C) o aviso prévio indenizado não gera direito à estabilidade.
(D) a comunicação tem que ser antes do aviso prévio
para ter estabilidade.
69
A empresa Brugger Ltda. tem 60 empregados e vinha
enfrentando dificuldades financeiras desde a pandemia.
Por isso, em outubro de 2023, a empresa decidiu dispen-
sar todos os seus empregados e encerrar suas ativida-
des. Nessa situação,
(A) para que a dispensa seja válida, é necessária a cele-
bração de convenção coletiva de trabalho.
(B) a empresa não precisa de autorização do sindicato
para efetivar as dispensas.
(C) havia a necessidade de celebração de acordo coletivo.
(D) a legislação é omissa sobre o tema.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Direito Processual do Trabalho
Aryanna Linhares
70
O Sindicato de Trabalhadores em Empresas de Des-
manche de Veículos teve seu dissídio coletivo de gre-
ve julgado improcedente pelo TRT de sua região, e foi
condenado a pagar uma multa de R$ 75.000,00 por dia,
caso descumprisse a decisão e não restabelecesse as
atividades laborais imediatamente. Considerando que o
Sindicato está inconformado e deseja reverter a decisão,
indique a opção correta.
(A) O Sindicato poderá interpor agravo de petição ao Tri-
bunal Superior do Trabalho no prazo de 8 dias.
(B) O Sindicato poderá interpor recurso de revista ao Tri-
bunal Superior do Trabalho no prazo de 8 dias.
(C) O Sindicato poderá interpor embargos de divergência
ao Tribunal Superior do Trabalho no prazo de 8 dias.
(D) O Sindicato poderá interpor recurso ordinário ao Tri-
bunal Superior do Trabalho no prazo de 8 dias.
71
São títulos executáveis no processo do trabalho, exceto:
(A) sentenças transitadas em julgado, sentenças sujeitas
a recurso desprovido de efeito suspensivo, acordos
judiciais não cumpridos e a sentença arbitral, quan-
do condenatória.
(B) termos de compromisso de ajustamento de conduta
firmados perante o Ministério Público do Trabalho e
termos de conciliação firmados perante a comissão
de conciliação prévia.
(C) cheque, nota promissória, multas inscritas na dívida
ativa da União provenientes dos autos de infração
lavrados pelos auditores-fiscais do trabalho e cré-
ditos previdenciários devidos em decorrência das
sentenças ou acordos proferidos pelos juízes e Tri-
bunais do Trabalho.
(D) termo de rescisão do contrato de trabalho desacom-
panhado do recibo de pagamento das verbas rescisó-
rias ou do comprovante de depósito.
72
No dia 30 de dezembro é publicada uma sentença na
Justiça do Trabalho. Nela, o reclamado foi condenado ao
pagamento de adicional de periculosidade, horas extras
e outras verbas rescisórias ao reclamante. O reclamado,
porém, não se conforma com a decisão, já que entende
ter honrado com todos os pagamentos devidos, confor-
me acredita ter provado durante o processo. Diante dis-
so, recorrerá. Com base no que prevê a legislação atual-
mente vigente, o reclamado deve recorrer da sentença
no prazo legal, que será contado a partir do dia:
(A) 7 de janeiro, quando termina o recesso forense (20
de dezembro a 6 de janeiro) e a consequente inter-
rupção dos prazos.
(B) 21 de janeiro, pois, no período de 20 de dezembro a
20 de janeiro, inclusive, os prazos ficam suspensos.
(C) 7 de janeiro, quando termina o recesso forense (20
de dezembro a 6 de janeiro) e a consequente suspen-
são dos prazos.
(D) 21 de janeiro, pois, no período de 20 de dezembro a 20
de janeiro, inclusive, os prazos ficam interrompidos.
73
Bruni ajuizou reclamação trabalhista contra sua ex-em-
pregadora postulando horas extras, adicional de insa-
lubridade e equiparação salarial. No dia anterior ao da
audiência, a defesa e documentos foram anexados ao
processo judicial eletrônico. Na data da audiência esta-
vam presentes o reclamante, seu advogado e o advogado
da reclamada. Segundo este, o preposto estava a caminho
do fórum e chegaria apenas 15 minutos atrasado, razão
pela qual pediu que o juiz o esperasse para dar início à
sessão. O juiz indeferiu o pedido do advogado da reclama-
da, determinou o desentranhamento da defesa e dos do-
cumentos e proferiu a sentença condenando a reclamada
ao pagamento de todas as verbas postuladas. Acerca do
caso apresentado, assinale a alternativa correta.
(A) O juiz não agiu corretamente ao determinar o desen-
tranhamento da defesa e dos documentos da recla-
mada dos autos, pois embora o preposto não esti-
vesse presente na audiência, o seu advogado estava.
(B) O juiz não agiu corretamente, pois há tolerância de
15 minutos para o atraso das partes em audiência.
(C) O juiz não agiu corretamente, pois há tolerância de
30 minutos para o atraso das partes em audiência.
(D) O juiz agiu corretamente ao determinar o desentra-
nhamento da defesa e dos documentos dos autos,
uma vez que o preposto não estava presente.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
74
Gepeto trabalhava para a madeireira Florença. Ao ser
dispensado e não receber todas as verbas devidas, ajui-
zou reclamação trabalhista em face da ex-empregadora.
Nela, pleiteou diversos direitos. À causa atribuiu o valor
de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais). Agora, Gepe-
to tem o ônus de provar suas alegações em audiência.
Para isso, ele poderá ouvir testemunhas, limitadas ao
número de:
(A) três, para cada fato.
(B) duas, para cada fato.
(C) três.
(D) duas.
Direito Previdenciário
Fernando Maciel
75
Ulisses dos Santos, operário de 45 anos de idade, foi
vítima de grave acidente de trabalho na data de 14 de
janeiro de 2020, o qual lhe acarretou invalidez perma-
nente para o trabalho. Após ser submetido à perícia mé-
dica federal, Ulisses recebeu o benefício previdenciário
de aposentadoria por incapacidade permanente. Acerca
do prazo de duração e hipóteses de suspensão desse be-
nefício, assinale a alternativa correta.
(A) O benefício será concedido de forma vitalícia em vir-
tude da idade de 45 anos de Ulisses.
(B) O benefício será suspenso na hipótese de Ulisses
se negar a realizar uma cirurgia indicada e custeada
pelo INSS.
(C) O benefício não será suspenso na hipótese de Ulisses
se negar a realizar uma transfusão de sangue.
(D) Após completar 55 anos de idade e 10 anos de per-
cepção do benefício, Ulisses estará desobrigado de
se submeter a exame médico pericial para avalia-
ção das condições que ensejaram sua concessão
ou manutenção.
76
Paulo Viana foi submetido a avaliação biopsicossocial
realizada por perito médico federal e assistente social,
oportunidade em que foi qualificado como pessoa com
deficiência. Diante desse cenário, assinale a alternativa
correta em matéria de benefício de aposentadoria.
(A) Cumprida a carência de 15 anos, Paulo poderá se
aposentar por idade aos 65 anos.
(B) Cumprida a carência de 15 anos, Paulo poderá se
aposentar por idade aos 62 anos.
(C) Cumprida a carência de 15 anos, Paulo poderá se
aposentar por idade aos 60 anos, exceto no caso de
deficiência leve.
(D) Cumprida a carência de 15 anos, Paulo poderá se
aposentar por idade aos 60 anos, independentemen-
te do grau de sua deficiência.
Direito Financeiro
Anderson Ferreira
77
De acordo com a Lei n. 4.320 de 1964, com relação ao
orçamento público, temos as receitas públicas correntes
e de capital.
De acordo com a referida Lei, assinale a alternativa que
indica uma receita de capital.
(A) Receitas de contribuições.
(B) Superávit do orçamento corrente.
(C) Receitas tributárias.
(D) Receitas industriais.
78
No que concerne às vedações previstas no artigo 167 da
Constituição, analise os itens a seguir.
I – É vedada a concessão ou utilização de créditos
ilimitados.
II – É proibido o início de programas ou projetos não
incluídos na lei orçamentária anual.
III – É permitida a abertura de crédito suplementar ou
especial sem prévia autorização legislativa e sem
indicação dos recursos correspondentes.
Está correto o que se afirma em:
(A) somente I.
(B) somente II e III.
(C) somente II.
(D) somente I e II.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º

Direito Eleitoral
Odair José

79
Após dois anos de exercício do mandato de deputado
federal, João teve o seu mandato cassado por quebra
de decoro parlamentar, nos termos do art. 55, inc. II, da
Constituição Federal. Como consequência, João se tor-
nou inelegível para qualquer cargo eletivo, razão pela
qual consultou seu advogado para saber qual o prazo de
inelegibilidade recaía sobre ele.
O advogado consultado respondeu corretamente que
(A) João está inelegível pelo prazo de oito anos, a con-
tar do período remanescente para o cargo que havia
sido eleito.
(B) a inelegibilidade de João é de oito anos, a contar do
término do mandato para o qual havia sido eleito.
(C) são dez anos de inelegibilidade de João. Serão conta-
bilizados os dois anos remanescentes do cargo para
o qual havia sido eleito e os oito anos subsequentes
ao término da legislatura.
(D) caso João tenha renunciado ao mandato antes de
abertura de processo disciplinar no Conselho de Éti-
ca da Câmara Federal, não recairá sobre ele qualquer
causa de inelegibilidade.

80
Ao término do seu mandato de vereadora, Maria, eleita
pelo partido Alfa, filiou-se em nova agremiação partidá-
ria no período de trinta dias que antecedeu o prazo de
filiação exigido em lei para concorrer às eleições. Contu-
do, está receosa de perder o mandato por infidelidade
partidária, razão pela qual consultou o seu advogado a
respeito da sua decisão.
O seu advogado respondeu corretamente que Maria
(A) deverá perder o mandato, porque a mudança de par-
tido deveria ter ocorrido com o consentimento do
seu partido.
(B) não perderá o mandato, porque a mudança de par-
tido ocorreu após cumpridos mais de dois anos de
mandato pela legenda pela qual foi eleita.
(C) perderá o mandato e a ação será processada e julga-
da pelo juiz eleitoral da circunscrição eleitoral pela
qual Maria foi eleita.
(D) não perderá o mandato, porque a migração para o
novo partido se deu no prazo legal, configurando jus-
ta causa.
 5º Simulado
Ordem dos Advogados do Brasil
1ª Fase do Exame 39º

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C B B A D A B C B A
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
B D D B B B B C D D
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
C C C D B D C B C C
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
D C B B D A C D C D
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
A A C A D B B B D C
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
B C C B C D A A B D
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
D B B D C C A B B D
71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
D B A C C D B D C D
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5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Ética Profissional
Maria Christina
1
João, advogado, deseja concorrer ao cargo de Presiden-
te do Conselho Federal da OAB. Diante disso, lhe procu-
ra para realizar uma consultoria sobre os requisitos que
deverá preencher.
(A) Para ser Presidente do Conselho Federal da OAB
deverá, tão somente, ter 5 anos de inscrição na Or-
dem, quitação das anuidades, não exercer cargo de
livre nomeação e exoneração e não ter sido conde-
nado disciplinarmente.
(B) Para ser Presidente do Conselho Federal da OAB de-
verá ter 5 anos de inscrição na Ordem, quitação das
anuidades, não exercer cargo de livre nomeação e exo-
neração e não ter sido processado disciplinarmente.
(C) Para ser Presidente do Conselho Federal da OAB de-
verá ter 5 anos de inscrição na Ordem, quitação das
anuidades, não exercer cargo de livre nomeação e
exoneração e não ter sido condenado disciplinarmen-
te, bem como o apoio de no mínimo 6 seccionais.
(D) Para ser Presidente do Conselho Federal da OAB, de-
verá ter 5 anos de inscrição na Ordem, quitação das
anuidades, não exercer cargo de livre nomeação e
exoneração e não ter sido condenado disciplinarmen-
te, bem como o apoio de no mínimo 8 seccionais.
Letra c.
Assunto abordado: Órgão da OAB.
(A) Errada. Além dos requisitos, deve ter o apoio de no
mínimo 6 seccionais.
(B) Errada. Não pode ter sido condenado.
(C) Certa. Para ser Presidente do Conselho Federal da
OAB deverá ter 5 anos de inscrição na Ordem, quitação
das anuidades, não exercer cargo de livre nomeação e
exoneração e não ter sido condenado disciplinarmente,
bem como o apoio de no mínimo 6 seccionais.
(D) Errada. 6 seccionais.
2 da profissão.
João possui inscrição principal na seccional do estado
de Alagoas. Em uma viagem a trabalho, cometeu ato in-
fracional na seccional do Rio Grande do Sul. Diante dos
fatos, assinale a opção correta.
(A) O processo administrativo disciplinar deverá tramitar
na seccional do estado do Rio Grande do Sul, mesmo
que haja suspensão preventiva do advogado.
(B) O processo administrativo disciplinar deverá tramitar
na seccional do estado do Rio Grande do Sul, por ser
o local da infração.
(C) O processo administrativo disciplinar deverá tramitar
na seccional do estado de Alagoas, por ser o local da
inscrição principal.
(D) O processo administrativo disciplinar deverá trami-
tar na seccional do estado do Rio Grande do Sul, em
qualquer situação.
Letra b.
Assunto abordado: Processo administrativo.
(A) Errada. Se houver suspensão preventiva, tramita no
local da inscrição principal.
(B) Certa. A regra é que os processos tramitam no local
da infração, salvo, por exemplo, se houver suspensão
preventiva do advogado.
(C) Errada. No caso, como não houve suspensão preven-
tiva, tramitará no local da infração.
(D) Errada. Se houver suspensão preventiva, tramita no
local da inscrição principal.
3
João, advogado, foi preso em flagrante ingressando com
cocaína no presídio para o seu cliente. Diante dos fatos,
assinale a opção correta.
(A) A prisão de João deve ser comunicada à OAB, sob
pena da autoridade responder por crime punido com
pena de detenção, de 2 anos a 4 anos, somado com
penalidade de multa.
(B) A prisão de João deve ser acompanhada pela OAB,
sob pena da autoridade responder por crime punido
com pena de detenção, de 2 anos a 4 anos, somado
com penalidade de multa.
(C) A prisão de João deve ser comunicada à OAB, sob
pena da autoridade responder por crime punido com
pena de reclusão, de 2 anos a 4 anos, somado com
penalidade de multa.
(D) A prisão de João deve ser acompanhada pela OAB,
sob pena da autoridade responder por crime punido
com pena de reclusão, de 2 anos a 4 anos, somado
com penalidade de multa.
Letra b.
Assunto abordado: Direito dos advogados.
(A) Errada. Deve ser acompanhada por estar no exercício
(B) Certa. Art. 7º, III e 7º-B do EOAB.
(C) Errada. Deve ser acompanhada por estar no exercício
da profissão, e a penalidade será de detenção.
(D) Errada. Penalidade de detenção.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
4 6
João é sócio de uma Sociedade Anônima e necessi-
ta comparecer à assembleia para deliberar assunto de
extrema importância. No entanto, por motivo de fale-
cimento de sua mãe, não poderá comparecer na data
designada. Diante dos fatos, assinale a opção correta.
(A) João poderá ser representado por qualquer pessoa
que tenha procuração.
(B) João somente poderá ser representado por outro só-
cio da CIA.
(C) João poderá ser representado por advogado com po-
deres gerais para o foro.
(D) João poderá ser representado por advogado com po-
deres especiais.
Letra a.
Assunto abordado: Procuração.
João, nas assembleias realizadas em S.A. da qual seja só-
cio, somente poderá ser representado por outro sócio
ou por advogado com procuração com poderes espe-
ciais – Lei da S.A. e art. 7º, VI, d, do EOAB.
5 Letra a.
João, Márcio e Maria desejam constituir sociedade de
advogados. Diante dos fatos, assinale a opção correta.
(A) O nome da sociedade de advogados deverá conter
necessariamente o nome de todos os sócios.
(B) O nome da sociedade de advogados poderá conter o
nome de alguns dos sócios do escritório, somado a
uma expressão jurídica e, como título de estabeleci-
mento, um nome fantasia.
(C) O nome da sociedade de advogados poderá conter
nome de sócio impedido.
(D) O nome da sociedade de advogados poderá conter o
nome do sócio falecido.
Letra d.
Assunto abordado: Sociedade.
(A) Errada. O nome de um, alguns ou todos os sócios
com uma expressão jurídica.
(B) Errada. Não pode ter título de estabelecimento/
nome fantasia.
(C) Errada. Sócio impedido não pode utilizar seu nome,
nem sua imagem.
(D) Certa. Se estiver expresso no contrato, poderá per-
manecer o nome do sócio falecido.
Sobre as sociedades de advogados, assinale a op-
ção correta.
(A) A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar
da concentração por um advogado das quotas de
uma sociedade de advogados, independentemente
das razões que motivaram tal concentração.
(B) Nas sociedades de advogados, a escolha do sócio ad-
ministrador não poderá recair sobre advogado que
atue como servidor da administração direta, indireta
e fundacional.
(C) A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal
de advocacia deverão recolher seus tributos sobre a
parcela da receita que lhes couber, com a inclusão da
receita que for transferida a outros advogados ou a
sociedades que atuem em forma de parceria para o
atendimento do cliente.
(D) A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal
de advocacia não podem ter como sede, filial ou local
de trabalho espaço de uso individual ou compartilha-
do com outros escritórios de advocacia ou empresas.
Assunto abordado: Sociedades.
(A) Certa. Art. 15, § 7º, do EOAB. A sociedade unipes-
soal de advocacia pode resultar da concentração por
um advogado das quotas de uma sociedade de advoga-
dos, independentemente das razões que motivaram tal
concentração.
(B) Errada. Pode ter desde que o sócio servidor não atue
em regime de dedicação exclusiva.
(C) Errada. Art. 15, § 9º, do EOAB. A sociedade de ad-
vogados e a sociedade unipessoal de advocacia deverão
recolher seus tributos sobre a parcela da receita que
efetivamente lhes couber, com a exclusão da receita
que for transferida a outros advogados ou a sociedades
que atuem em forma de parceria para o atendimento
do cliente.
(D) Errada. Art. 15, § 12º, do EOAB. A sociedade de ad-
vogados e a sociedade unipessoal de advocacia podem
ter como sede, filial ou local de trabalho espaço de uso
individual ou compartilhado com outros escritórios de
advocacia ou empresas, desde que respeitadas as hi-
póteses de sigilo previstas nesta Lei e no Código de
Ética e Disciplina.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
7 (D) No caso de bloqueio universal do patrimônio do
João, advogado autônomo, resolveu se associar a uma
sociedade de advogados e a outra sociedade simples.
Diante dos fatos, assinale a opção correta.
(A) O advogado pode se associar a apenas uma sociedade.
(B) A associação do advogado a uma outra sociedade deve
ser pactuada por meio de contrato registrado perante
a seccional em que estiver a sede da sociedade.
(C) Na formalização da associação, os riscos podem ser
atribuídos ao advogado técnico da área.
(D) A associação somente poderá acontecer com cau-
sas específicas.
Letra b.
Assunto abordado: Advogado associado.
(A) Errada. Art. 17-A do EOAB. O advogado poderá as-
sociar-se a uma ou mais sociedades de advogados ou
sociedades unipessoais de advocacia, sem que estejam
presentes os requisitos legais de vínculo empregatício,
para prestação de serviços e participação nos resulta-
dos, na forma do Regulamento Geral e de Provimentos
do Conselho Federal da OAB.
(B) Certa. Art. 17-B. A associação de que trata o art. 17-A
desta Lei dar-se-á por meio de pactuação de contrato
próprio, que poderá ser de caráter geral ou restringir-
-se a determinada causa ou trabalho e que deverá ser
registrado no Conselho Seccional da OAB em cuja base
territorial tiver sede a sociedade de advogados que dele
tomar parte.
(C) Errada. Deve haver a partilha dos riscos do resultado.
(D) Errada. Em caráter geral ou individual.
8
Sobre os honorários advocatícios dos advogados, assina-
le a opção correta.
(A) O advogado, quando indicado para patrocinar causa
de juridicamente necessitado, no caso de impossibili-
dade da Defensoria Pública no local da prestação de
serviço, tem direito aos honorários fixados pelo juiz,
segundo tabela organizada pelo Conselho Seccional da
OAB, e pagos pelo Estado e, em caso de recusa injusti-
ficada, sofrerá processo administrativo disciplinar para
ser suspenso do exercício da profissão por 30 dias.
(B) Diante da estipulação da forma de pagamento dos
honorários, estes serão pagos com um terço dos ho-
norários no início do serviço, outro terço até a deci-
são de primeira instância e o restante no final.
(C) Nos casos judiciais e administrativos, as disposições,
as cláusulas, os regulamentos ou as convenções indivi-
duais ou coletivas que retirem do sócio o direito ao re-
cebimento dos honorários de sucumbência serão váli-
dos somente após o protocolo de petição que revogue
os poderes que lhe foram outorgados ou que noticie a
renúncia a eles, e os honorários serão devidos propor-
cionalmente ao trabalho realizado nos processos.
cliente por decisão judicial, garantir-se-á ao advoga-
do a liberação de até 20% dos bens bloqueados para
fins de recebimento de honorários e reembolso de
gastos com a defesa, salvo nos casos de tráfico de
drogas, devendo o pedido de desbloqueio de bens
ser realizado nos próprios autos, mediante a apre-
sentação do respectivo contrato.
Letra c.
Assunto abordado: Honorários.
(A) Errada. Penalidade de censura.
(B) Errada. Diante da omissão, quanto à forma de
pagamento.
(C) Certa. Art. 24, § 3º-A, do EOAB. Nos casos judiciais
e administrativos, as disposições, as cláusulas, os regu-
lamentos ou as convenções individuais ou coletivas que
retirem do sócio o direito ao recebimento dos honorá-
rios de sucumbência serão válidos somente após o pro-
tocolo de petição que revogue os poderes que lhe foram
outorgados ou que noticie a renúncia a eles, e os ho-
norários serão devidos proporcionalmente ao trabalho
realizado nos processos.
(D) Errada. Em autos apartados.
Filosofia do Direito
Odair José
9
“Saber se uma norma jurídica é ou não válida não é
questão ociosa. Se uma norma jurídica é válida, significa
que é obrigatória a conformação a ela. E que seja obriga-
tório conformar-se a ela significa geralmente que, se nós
não nos conformamos, o juiz será, por sua vez, obrigado
a intervir atribuindo esta ou aquela sanção”.
BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. São
Paulo: Edipro, 2020, p.68.
Nos termos da obra em referência, assinale a alternativa
que faz correta afirmação acerca da norma válida.
(A) As normas jurídicas são válidas quando são dotadas
de eficácia.
(B) Uma norma existe como norma jurídica, ou é juridi-
camente válida, desde que pertença a um ordena-
mento jurídico.
(C) Há normas que, embora pertençam ao ordenamento
jurídico, são inválidas por não serem dotadas de juri-
dicidade.
(D) As normas jurídicas são válidas quando dotadas de
justiça e eficácia.
Letra b.
Assunto abordado: Teoria do ordenamento jurídico –
Norma jurídica.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
(A) Errada. Validade e eficácia da norma não possuem
relação necessária.
(B) Certa. O que define uma norma como jurídica é o
fato de ela pertencer a uma ordem jurídica e, para os
positivistas, as normas que pertencem ao ordenamento
jurídico são válidas.
(C) Errada. Não é possível uma norma que pertença ao
ordenamento jurídico não ser jurídica.
(D) Errada. Validade, justiça e eficácia são critérios de
valoração das normas, mas esses critérios não possuem
relação necessária entre eles, é possível norma válida e
ineficaz ou injusta.
10
Montesquieu, em O Espírito das Leis, apresenta uma
concepção de lei a partir de uma perspectiva científica
e de clara influência da física Newtoniana. É com base
nessa perspectiva que o autor da tripartição dos poderes
irá nos informar da existência de duas formas de leis, as
leis naturais e as positivas.
Com base na obra em referência, podemos concluir que,
para Montesquieu, as leis são
(A) as relações necessárias que derivam da natureza das
coisas, porque existe uma razão primordial e as leis
são as relações que se encontram entre ela e os dife-
rentes seres, e as relações entre esses diversos seres.
(B) são positivas quando resultantes das criações huma-
nas e sujeitas à cultura, por esse motivo não se rela-
cionam com as leis naturais.
(C) naturais quando impelem o homem a buscar saciar
suas necessidades e isolar-se dos outros homens.
(D) positivas quando determinadas pela natureza dos
homens e compatíveis com as condições políticas e
culturais de cada sociedade.
Letra a.
Assunto abordado: Montesquieu – Espírito das Leis.
(A) Certa. Montesquieu, influenciado pela física Newto-
niana, parte de uma concepção de lei que atenda aos
pressupostos da concepção científica, por esse motivo,
lei, natural ou positiva, deve ser compreendida como re-
lação necessária que deriva da natureza das coisas.
(B) Errada. Mesmo as leis positivas devem se relacionar
com as leis naturais.
(C) Errada. A natureza impele o homem a viver em
sociedade.
(D) Errada. Se as leis são positivas, então não são deter-
minadas pela natureza.
Direito Constitucional
Ana Paula Blazute
11
Com o intuito de proteger e incentivar a indústria local, o
estado-membro Alfa editou a Lei estadual n. X, dispondo
que a importação de itens e insumos para o consumidor
final realizada pelo comércio local somente poderia ser
concretizada caso fosse certificado, pela Secretaria de
Estado competente, que a indústria da região não pos-
suía em sua linha de produção a demanda exigida.
À luz da divisão de competências legislativas prevista na
Constituição da República de 1988, a Lei estadual n. X é:
(A) inconstitucional, pois o interesse local deve ser disci-
plinado em lei municipal.
(B) inconstitucional, pois compete privativamente à
União legislar sobre a matéria.
(C) constitucional, pois os Estados possuem competên-
cia legislativa residual nessa matéria.
(D) constitucional, pois é competência comum da União, dos
estados e do Distrito Federal legislar sobre a matéria.
Letra b.
Assunto abordado: Organização política administrativa.
Art. 22. Compete privativamente à União legis-
lar sobre:
VIII – comércio exterior e interestadual.
12
Pedro, estudante de direito, está em dúvida quanto à
possibilidade de a arguição de descumprimento de pre-
ceito fundamental ser direcionada à impugnação de atos
de caráter não normativo do Poder Público.
O referido instrumento, preenchidos os requisitos exigidos,
(A) a exemplo dos demais instrumentos utilizados para
o controle concentrado de constitucionalidade, so-
mente pode ser utilizado para impugnar atos norma-
tivos, qualquer que seja a sua natureza, incluídos os
pré-constitucionais.
(B) somente pode ser utilizado para impugnar atos não
normativos do poder público quando não for possí-
vel a utilização dos denominados remédios constitu-
cionais pelo titular do direito.
(C) pode ser utilizado tanto para impugnar os atos nor-
mativos como os atos administrativos do poder pú-
blico, excluídos os atos jurisdicionais, isso em razão
do princípio da subsidiariedade.
(D) pode ser utilizado tanto para impugnar atos norma-
tivos como outros atos do poder público, incluindo
atos jurisdicionais e a interpretação que dispensem
ao texto normativo.
Letra d.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Assunto abordado: Controle de constitucionalidade.
Art. 1, Lei n. 9.882/1999. A arguição prevista no § 1º
do art. 102 da Constituição Federal será proposta pe-
rante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto
evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resul-
tante de ato do Poder Público.
Parágrafo único. Caberá também arguição de des-
cumprimento de preceito fundamental:
I – quando for relevante o fundamento da controvérsia
constitucional sobre lei ou ato normativo federal, esta-
dual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição.
13
Ana tomou conhecimento de que o seu enquadramen-
to em determinado programa assistencial do estado-
-membro Alfa foi indeferido sob o argumento de que,
conforme informações cadastrais do município Beta,
onde residia, ela figurava como proprietária de diver-
sos imóveis no território municipal. De posse de uma
certidão negativa do registro geral de imóveis situado
no município Beta, Ana solicitou a retificação desses da-
dos, não preferindo fazê-lo por processo sigiloso, judi-
cial ou administrativo.
Apesar da certidão, o requerimento de Ana foi indeferi-
do, por escrito, de forma arbitrária e ilegal, sob o argu-
mento de que o cadastro municipal possui “presunção
de veracidade”.
A ação constitucional passível de ser ajuizada por Ana,
de modo a obter a retificação almejada, é o(a):
(A) reclamação constitucional.
(B) mandado de segurança.
(C) mandado de injunção.
(D) habeas data.
Letra d.
Assunto abordado: Habeas data.
CF/1988 LXXII – conceder-se-á "habeas-data":
(a) para assegurar o conhecimento de informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes de regis-
tros ou bancos de dados de entidades governamen-
tais ou de caráter público;
(b) para a retificação de dados, quando não se prefira
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
14
O Presidente da República editou a Medida Provisória
n. X, que tem por objetivo a disponibilização de recur-
sos para a realização de despesas não previstas na lei
orçamentária anual, o que decorreu da existência de
uma situação imprevista, em que se decidiu pelo desen-
volvimento de determinada política pública de interes-
se da coletividade.
À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que
a Medida Provisória n. X é
(A) constitucional, pois ela dispôs sobre créditos suple-
mentares.
(B) inconstitucional, pois ela dispôs sobre créditos espe-
ciais, o que é vedado.
(C) inconstitucional, pois a abertura de créditos extraor-
dinários exige a edição de lei em sentido formal.
(D) inconstitucional, pois a medida provisória não pode
dispor sobre nenhuma espécie de crédito adicional.
Letra b.
Assunto abordado: Medida provisória.
Art. 62, CF. Em caso de relevância e urgência, o Pre-
sidente da República poderá adotar medidas provisó-
rias, com força de lei, devendo submetê-las de ime-
diato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias so-
bre matéria:
I – relativa a:
(d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orça-
mento e créditos adicionais e suplementares, ressal-
vado o previsto no art. 167, § 3º.
15
O controle é compreendido como um instrumento da
democracia. A existência de uma estrutura formal para
controle das finanças públicas, eficiente, eficaz e efetiva
é um fato comum em um Estado democrático organiza-
do. Neste âmbito, exercer o controle das operações de
crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e have-
res da União, é finalidade do
(A) controle externo.
(B) controle interno.
(C) Poder Legislativo.
(D) Tribunal de Contas da União.
Letra b.
Assunto abordado: Fiscalização contábil, financeira e or-
çamentária da União.
CF/1988 Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno com a finalidade de:
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no pla-
no plurianual, a execução dos programas de governo
e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados,
quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentá-
ria, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades
da administração federal, bem como da aplicação de
recursos públicos por entidades de direito privado;
III – exercer o controle das operações de crédito,
avais e garantias, bem como dos direitos e haveres
da União;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua mis-
são institucional.
16
João, juiz de direito no estado Alfa, respondeu a proces-
so administrativo disciplinar, sendo a decisão a respeito
de sua condenação ou absolvição de competência do
Pleno do Tribunal de Justiça a que está vinculado.
Para que João possa ser considerado culpado pela prática
da infração disciplinar que lhe é imputada, a condenação:
(A) pode ocorrer por maioria simples dos membros do
colegiado.
(B) exige a maioria absoluta dos membros do colegiado.
(C) exige a maioria de três quintos do colegiado.
(D) exige a maioria de dois terços do colegiado.
Letra b.
Assunto abordado: Poder Judiciário.
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo
Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magis-
tratura, observados os seguintes princípios:
X – as decisões administrativas dos tribunais serão mo-
tivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares to-
madas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
Direitos Humanos
Alice Rocha
17
Ana é uma jovem argentina apaixonada por Halloween.
Ela decidiu vir morar no Brasil para participar de even-
tos de sacrifício de animais e bruxaria de um grupo que
conheceu pela internet. Em uma dessas reuniões, Ana
conheceu Cleber, brasileiro, médico e responsável pelo
local de realização dos eventos. Ana e Cleber resolveram
morar juntos e, passados 3 meses, Cleber começou a
agredir Ana física e moralmente, até que Ana resolveu
denunciar Cleber à polícia.
Os policiais, amigos de Cleber, não acreditaram em Ana,
que desesperada procura você, como advogado(a), a fim
de auxiliá-la sobre a possibilidade de acionar o Sistema
Interamericano com base na Convenção Interamericana
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mu-
lher (Convenção de Belém do Pará). Você deve esclare-
cer a Ana que
(A) a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir
e Erradicar a Violência contra a Mulher só permite
o acionamento a partir de denúncias interestatais,
sendo necessário que Ana seja endossada pela Ar-
gentina a fim de representá-la perante o Sistema
Interamericano.
(B) a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e
Erradicar a Violência contra a Mulher permite o acio-
namento da Comissão Interamericana por petição
individual de Ana.
(C) a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e
Erradicar a Violência contra a Mulher estabelece que
o Brasil só teria compromisso com as mulheres de
sua nacionalidade, devendo a Argentina protocolar
reclamação no Brasil a respeito do mal ocasiona-
do à Ana.
(D) para que Ana possa acionar o Sistema Interameri-
cano contra o Brasil, é necessário que ela se natu-
ralize brasileira.
Letra b.
Assunto abordado: Mulheres.
De acordo com o art. 12 da Convenção Interameri-
cana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência con-
tra a Mulher:
Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou qualquer
entidade não governamental juridicamente reconhe-
cida em um ou mais Estados membros da Organiza-
ção, poderá apresentar à Comissão Interamericana
de Direitos Humanos petições referentes a denúncias
ou queixas de violação do Artigo 7 desta Convenção
por um Estado Parte (...)
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Como o artigo 7 prevê o dever do Estado de agir com o
devido zelo para prevenir, investigar e punir a violência
contra a mulher, Ana poderá peticionar perante a Comis-
são Interamericana de Direitos Humanos independente-
mente de sua nacionalidade.
18
Cleber é um médico psiquiatra de renomada clínica na
cidade de Rezendópolis, Rio de Janeiro. Recentemente,
a polícia recebeu algumas denúncias de maus tratos e
cárcere privado de mulheres e crianças em sua clínica,
e até mesmo em sua residência. Por ter bastante influ-
ência nas forças de segurança e na política local, a inves-
tigação do caso está sendo feita de modo negligente e
com uma demora injustificada. Indignados, os parentes
das vítimas contratam um consultor de Organização Não
Governamental de apoio a vítimas de tortura, violência
e maus tratos para verificar a possibilidade de solicitar
o incidente de deslocamento de competência e, deste
modo, ter uma resposta mais rápida para a situação.
O consultor deve informar que para que o incidente
aconteça, será necessário
(A) que o Procurador-Geral do município suscite o inci-
dente de deslocamento de competência.
(B) que o Procurador-Geral da República suscite o inci-
dente de deslocamento de competência para a justi-
ça estadual.
(C) que o Procurador-Geral da República suscite o inci-
dente de deslocamento de competência para a justi-
ça federal.
(D) que o Procurador-Geral da República suscite o inci-
dente de deslocamento de competência perante o
Supremo Tribunal Federal.
Letra c.
Assunto abordado: Incidente de deslocamento de
competência.
Com base no art. 109, § 5º, da CF:
Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos,
o Procurador-Geral da República, com a finalidade de
assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes
de tratados internacionais de direitos humanos dos
quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o
Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do in-
quérito ou processo, incidente de deslocamento de
competência para a Justiça Federal.
Direito Internacional
Alice Rocha
19
A jovem Ana, de nacionalidade argentina, resolveu per-
manecer no Brasil depois que resolveu a situação de
violência que vivenciou com Cleber, líder do grupo de
sacrifícios e rituais de bruxaria que conheceu em Rezen-
dópolis, Rio de Janeiro. No mesmo grupo, Ana conheceu
Amélia, chilena, com quem resolveu se casar. Passados
5 anos de união com Amélia, Ana resolveu se naturalizar
brasileira, optando pela modalidade ordinária.
De acordo com a Constituição Federal e as regras de atri-
buição de nacionalidade brasileira, Ana deverá compro-
var, dentre outros critérios
(A) ter capacidade civil, segundo a lei argentina.
(B) ter residência em território nacional, pelo prazo mí-
nimo de 5 anos.
(C) recomendar-se por sua capacidade profissional,
científica ou artística.
(D) não possuir condenação penal ou estar reabilitada,
nos termos da lei.
Letra d.
Assunto abordado: Nacionalidade.
Conforme o art. 65 da Lei n. 13.445/2017:
Art. 65. Será concedida a naturalização ordinária
àquele que preencher as seguintes condições:
I – ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II – ter residência em território nacional, pelo prazo
mínimo de 4 (quatro) anos;
III – comunicar-se em língua portuguesa, considera-
das as condições do naturalizando; e
IV – não possuir condenação penal ou estiver reabili-
tado, nos termos da lei.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º

20 (B) Errada. Esse é o prazo de responsabilidade pelas

Cleber, brasileiro, se casou com Karen, colombiana, e
após dois anos a mantendo em cárcere privado em sua
casa em Rezendópolis, Rio de Janeiro, Karen faleceu de
tristeza deixando dois apartamentos na capital do Rio de
Janeiro. Para proceder ao inventário de Karen,
(A) Cleber deve ajuizar a ação necessariamente na Co-
lômbia, país de nacionalidade de Karen.
(B) a lei aplicada para reger a sucessão de Karen será
a lei brasileira, por ser o local da situação dos bens
de Karen.
(C) Cleber pode ajuizar a ação em qualquer jurisdição,
desde que Karen não tenha deixado herdeiros em
outros países.
(D) a lei aplicada para reger a sucessão de Karen será a
lei brasileira, em função do domicílio da falecida.
Letra d.
Assunto abordado: Elemento de conexão.
Conforme o Art. 10 da LINDB:
A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do
país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido,
qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
Direito Tributário
Maria Christina
21
João alienou seu mercado “Venda Bem” para Maria, que
continuou no mesmo ramo de atividade comercial, ten-
do sido assinado contrato de compra e venda do fundo
de comércio em que o alienante assumiria eventuais
dívidas contraídas até a data da venda. Passados três
meses, João voltou a explorar atividade empresária em
outro ramo do comércio. Diante dos fatos, assinale a op-
ção correta.
(A) A responsabilidade de João pelas dívidas tributárias
em decorrência da alienação do fundo de comércio
cessará após 1 ano da data do negócio jurídico.
(B) A responsabilidade de João pelas dívidas tributárias
em decorrência da alienação do fundo de comércio
cessará após 2 anos da data do negócio jurídico.
(C) A responsabilidade de João pelas dívidas tributárias
em decorrência da alienação do fundo de comércio
será subsidiária com o adquirente.
(D) A responsabilidade de João pelas dívidas tributárias
em decorrência da alienação do fundo de comércio
será integral com o adquirente.
obrigações trabalhistas.
(C) Certa. Como João continuou a explorar atividade
econômica dentro de 6 meses contados da venda, ha-
verá responsabilidade subsidiária do adquirente com o
alienante – art. 133, II, do CTN.
(D) Errada. O adquirente somente responderia de forma
integral pelas dívidas tributárias se o alienante tivesse
cessado ou continuado após 6 meses nova atividade em-
presarial – art. 133, II, do CTN.
22
A União editou uma lei ordinária estipulando 20% de
CIDE sobre o combustível. Posteriormente, foi editada
uma portaria para reduzir a alíquota da CIDE para 2%,
com produção de efeitos na mesma data. Passando a
necessidade de fomento, foi editada nova portaria res-
tabelecendo a alíquota para 20%, com efeito imediato.
Diante dos fatos, assinale a opção correta.
(A) A CIDE sobre combustível não pode ter alíquotas al-
teradas por portaria, somente por decreto.
(B) A CIDE sobre combustível pode ter alíquotas reduzi-
das por portaria, mas deverá obediência aos princí-
pios da anterioridade anual e nonagesimal.
(C) A CIDE sobre combustível pode ter alíquotas restabe-
lecidas por portaria, mas deverá obediência ao prin-
cípio da anterioridade nonagesimal.
(D) A CIDE sobre combustível pode ter alíquotas aumen-
tadas por portaria, mas deverá obediência aos prin-
cípios da anterioridade anual e nonagesimal.
Letra c.
Assunto abordado: Princípios.
(A) Errada. As alíquotas da CIDE sobre combustível podem
ser reduzidas e restabelecidas por portaria (ato infralegal).
(B) Errada. A redução de qualquer tributo pode produzir
efeitos de imediato.
(C) Certa. As alíquotas da CIDE sobre combustível podem
ser reduzidas e restabelecidas por portaria. Na redução,
podem produzir efeitos de imediato, e para restabelecer,
deve obediência ao princípio da noventena.
(D) Errada. As alíquotas da CIDE sobre combustível só
podem ser majoradas por lei ordinária.

Letra c.
Assunto abordado: Responsabilidade tributária.
(A) Errada. Esse é o prazo do trespasse em direito
empresarial.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
23
A empresa Alfa, diante da notificação recebida pelo go-
verno federal, ingressou com uma impugnação ao auto
de infração pendente de decisão administrativa. Dessa
forma, requereu a habilitação no processo licitatório
perante um órgão estadual, que foi negada, devido à
constituição do crédito. Diante dos fatos, assinale a op-
ção correta.
(A) A empresa tem o direito de participar da licitação por
ter uma certidão negativa.
(B) A empresa tem o direito de participar da licitação por
ter uma certidão positiva.
(C) A empresa tem o direito de participar da licitação por
ter uma certidão positiva com efeito de negativa.
(D) A empresa não tem o direito de participar da licita-
ção enquanto não quita a dívida.
Letra c.
Assunto abordado: Suspensão da exigibilidade.
O processo administrativo suspende a exigibilidade do
crédito e gera uma certidão positiva com efeito de nega-
tiva, dando direito a participar da licitação.
24
João, empresário individual, vende pipoca na porta dos
colégios auferindo uma boa renda mensal. Diante de
uma denúncia aos órgãos fiscais, foi notificado do lança-
mento em dezembro de 2023 pelo não recolhimento de
ICMS sobre a mercadoria, circulada desde 2016. Diante
dos fatos, João pode alegar em seu favor que
(A) não pode ser autuado por não recolhimento de ICMS,
por não se enquadrar no conceito de empresário.
(B) não pode ser autuado por não recolhimento de
ICMS, por não possuir uma pessoa jurídica devida-
mente registrada.
(C) não pode ser autuado por não recolhimento de
ICMS, tendo em vista a prescrição da dívida.
(D) não pode ser autuado por não recolhimento de
ICMS, tendo em vista a decadência da dívida.
Letra d.
Assunto abordado: Extinção do crédito.
(A) Errada. Empresário é qualquer pessoa física ou jurí-
dica que exerça atividade empresarial com profissiona-
lismo, de forma organizada, para produção de bens e
serviços, no caso, empresário individual – art. 966 do CC.
(B) Errada. A arrecadação tributária independe da regu-
laridade da pessoa jurídica – art. 126, III, do CTN.
(C) Errada. Causa de decadência.
(D) Certa. Entre o fato gerador em 2016 e o lançamento
em 2023, já temos 6 anos, estando o crédito decaído.
25
O município Alfa editou um decreto para conceder isen-
ção de IPTU para os imóveis que se encontrem em área
de risco pelo prazo de 5 anos. Diante dos fatos, assinale
a opção correta.
(A) A isenção poderá ser revogada a qualquer momento.
(B) A isenção não poderá ser revogada, em nenhuma
hipótese, antes dos 5 anos para os imóveis que este-
jam em área de risco.
(C) A isenção poderá ser concedida por decreto.
(D) A isenção deve ser interpretada de forma extensiva.
Letra b.
Assunto abordado: Exclusão do crédito.
(A) Errada. A isenção por prazo certo e em função de de-
terminadas condições gera direito adquirido ao contri-
buinte, e não poderá ser revogada antes do prazo.
(B) Certa. A isenção por prazo certo e em função de de-
terminadas condições gera direito adquirido ao contri-
buinte, e não poderá ser revogada antes do prazo.
(C) Errada. A isenção deve ser concedida por lei.
(D) Errada. A isenção é interpretada literalmente.
Direito Administrativo
Gustavo Brígido
26
João é servidor público municipal, ocupante do cargo
efetivo de guarda municipal na cidade de Fortaleza, es-
tado do Ceará. No exercício da função, praticou ato ilícito
que, com nexo causal, causou prejuízos materiais à Ma-
ria, usuária do serviço público, sem que se configurasse
qualquer causa excludente da responsabilidade civil.
A família de Maria procurou você, na qualidade de
advogado(a) especialista em direito administrativo, para
que os orientasse acerca de eventuais direitos indeni-
zatórios. No caso em tela, eventual ação indenizatória
deverá ser ajuizada por Maria em face
(A) da Secretaria de Segurança Cidadã, do município de
Fortaleza, com base em sua responsabilidade civil
subjetiva, sendo necessário comprovar a ocorrência
de elementos dolosos ou culposos.
(B) da Secretaria de Segurança Cidadã, do município de
Fortaleza, com base em sua responsabilidade civil
objetiva, sendo desnecessário comprovar a ocorrên-
cia de elementos dolosos ou culposos.
(C) de João, diretamente, com base em sua responsabili-
dade civil subjetiva, sendo imprescindível comprovar
o elemento subjetivo em sua conduta.
(D) do município de Fortaleza, com base em sua respon-
sabilidade civil objetiva, sendo desnecessário com-
provar o elemento subjetivo na conduta de João, que
deverá responder em ação regressiva, caso haja con-
denação do referido estado e o agente tenha agido
de forma culposa ou dolosa.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Letra d.
Assunto abordado: Responsabilidade civil do Estado –
previsão, elementos, excludentes, direito de regresso.
Nos termos do artigo 37, § 6º, da CRFB/1988:
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causa-
rem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra
o responsável nos casos de dolo ou culpa.
No caso em tela, a família de Maria deve ajuizar a ação
em face do ente federativo específico, só podendo atin-
gir João por meio de ação regressiva.
27
Após recente concurso para provimento de cargos efe-
tivos de técnico-judiciário do Tribunal de Justiça do es-
tado do Ceará, o presidente do Tribunal decidiu alugar
imóvel específico para viabilizar o estacionamento dos
veículos dos novos servidores, cujas características de
instalações e de localização tornam necessária sua esco-
lha. Nos termos da Lei n. 14.133/2021, tendo em vista a
inviabilidade de competição na situação narrada
(A) é dispensável a licitação, desde que demonstrado ser
o preço de locação compatível com o praticado no
mercado.
(B) é obrigatória a realização de procedimento licitató-
rio, visto não se enquadrar em nenhuma hipótese de
dispensa ou inexigibilidade de licitação.
(C) é inexigível a licitação, visto que se enquadra na hi-
pótese de aquisição ou locação de imóvel cujas ca-
racterísticas de instalações e de localização tornem
necessária sua escolha.
(D) é possível contratação direta, mesmo sem se en-
quadrar nas hipóteses de dispensa ou inexigibilida-
de de licitação.
Letra c.
Assunto abordado: Licitações e contratos – Lei n.
8.666/1993 e Lei n. 14.133/2021.
A contratação sem licitação se enquadra nas hipóteses
legais de inexigibilidade, visto que não há viabilidade de
competição.
LEI N. 14.133, DE 1º DE ABRIL DE 2021
Da Inexigibilidade de Licitação
Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a com-
petição, em especial nos casos de:
I – aquisição de materiais, de equipamentos ou de gê-
neros ou contratação de serviços que só possam ser
fornecidos por produtor, empresa ou representante
comercial exclusivos;
II – contratação de profissional do setor artístico, di-
retamente ou por meio de empresário exclusivo, des-
de que consagrado pela crítica especializada ou pela
opinião pública;
III – contratação dos seguintes serviços técnicos espe-
cializados de natureza predominantemente intelec-
tual com profissionais ou empresas de notória espe-
cialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
publicidade e divulgação:
IV – objetos que devam ou possam ser contratados
por meio de credenciamento;
V – aquisição ou locação de imóvel cujas característi-
cas de instalações e de localização tornem necessária
sua escolha.
28
João foi aprovado em recente concurso público da Re-
ceita Federal. Logo na primeira semana de serviço, de-
parou-se com pedido da autoridade superior para extin-
guir dois atos administrativos: sendo o primeiro válido,
por razões de conveniência e oportunidade, e o segundo
ilegal, com vício no elemento finalidade. Nesse caso, de-
vem ser escolhidas, respectivamente, as seguintes for-
mas de extinção
(A) revogação e anulação, admitindo-se também a con-
validação nos dois casos.
(B) revogação e anulação, sem possibilidade alguma de
convalidação, pois não se tem vício sanável.
(C) anulação e revogação, admitindo-se também a con-
validação nos dois casos.
(D) anulação e revogação, sem possibilidade alguma de
convalidação, pois não se tem vício sanável.
Letra b.
Assunto abordado: Atos administrativos – conceito, atri-
butos, classificação, espécies, extinção.
No primeiro caso, tem-se hipótese de revogação, pos-
to que o ato é válido; no segundo caso, sendo inválido,
tem-se hipótese de anulação, mas, como se trata de ví-
cio de finalidade, não se admite convalidação.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
29
Foi iniciada e encerrada ainda em 2023 a Comissão Par-
lamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, no
contexto geral dos mecanismos de controle da adminis-
tração pública. Quanto à natureza, o controle da admi-
nistração pública se divide em controle administrativo,
legislativo e judicial. As Comissões Parlamentares de In-
quérito (CPIs) constituem hipótese de controle legislati-
vo em sua modalidade
(A) punitiva.
(B) financeira.
(C) investigativa.
(D) política.
Letra c.
Assunto abordado: Controle da Administração Pública –
controle administrativo, controle legislativo, controle ex-
terno a cargo do Tribunal de Contas, controle judiciário.
O controle investigativo ocorre por meio de uma CPI,
quando o Legislativo, em uma função típica, investiga
atos ou situações tidas por relevantes.
30
O prefeito do município Alfa, João, nomeou sua irmã,
Maria, como secretária de saúde do município e seu
irmão, José, como seu assessor direto, para assuntos
relacionados e seu gabinete. Alguns cidadãos o procura-
ram, na condição de advogado(a) especialista em direito
administrativo, para saber da legalidade de tais nomea-
ções. A resposta correta contempla que
(A) as duas nomeações se enquadram como ato de im-
probidade administrativa, por violação aos princípios
da administração pública.
(B) apenas a nomeação de Maria configura ato de im-
probidade administrativa, por violação aos princípios
da administração pública.
(C) apenas a nomeação de José configura ato de impro-
bidade administrativa, por violação aos princípios da
administração pública.
(D) nenhuma das duas nomeações se enquadra como
ato de improbidade administrativa, pois não tipifi-
cam nenhuma das hipóteses previstas em lei.
Letra c.
Assunto abordado: Improbidade administrativa – Lei n.
8.429/1992, com alterações da Lei n. 14.230/2021.
A prática do nepotismo já era combatida pela Súmu-
la Vinculante n. 13. Passou a configurar também ato
de improbidade, nos termos do artigo 11, XI, da Lei n.
8.429/1992; porém, só se configura ato ilegal se for car-
go administrativo, como o de assessor. A nomeação para
cargos políticos, como o de secretário, configura ato
imoral, mas não ilegal.
Direito Ambiental
Nilton Coutinho
31
José Henrique, grande produtor de soja, resolveu adqui-
rir uma fazenda no Distrito Federal, com o objetivo de
plantar soja e vendê-la no mercado internacional.
O imóvel escolhido ficava em uma área de cerrado.
Preocupado com as limitações existentes em relação à
utilização de tal área para a agricultura, procurou um
advogado especialista na área, o qual lhe informou que
todo imóvel rural deve manter área com cobertura de
vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo
da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação
Permanente, e, tendo em vista a localização do imóvel a
ser adquirido, deverá ser respeitado o seguinte percen-
tual mínimo:
(A) 80% (oitenta por cento) a título de reserva legal.
(B) 35% (trinta e cinco por cento) a título de reserva legal.
(C) 35% (trinta e cinco por cento) a título de área de pre-
servação permanente.
(D) 20% (vinte por cento) a título de reserva legal.
Letra d.
Assunto abordado: Código florestal – Lei n. 12.651/2012
– Reserva legal.
Lei n. 12.651/2012 – Art. 12. Todo imóvel rural deve
manter área com cobertura de vegetação nativa, a tí-
tulo de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das
normas sobre as Áreas de Preservação Permanente,
observados os seguintes percentuais mínimos em re-
lação à área do imóvel, excetuados os casos previstos
no art. 68 desta Lei:
I – localizado na Amazônia Legal:
(a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em
área de florestas;
(b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado
em área de cerrado;
(c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área
de campos gerais;
II – localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte
por cento).
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
32
Jorginho, fiscal ambiental federal, foi informado que um
caminhão, oriundo de Porto Velho/RO, trazia diversos
animais da fauna silvestre sem qualquer tipo de autori-
zação por parte do órgão competente.
Tal caminhão fora parado por Jorginho e outros fiscais
do Ibama na cidade de Ji-Paraná/RO, sendo certo que
foram localizadas diversas aves (araras) escondidas em
“fundos falsos” existentes no caminhão.
Considerando a situação apresentada, tem-se que:
(A) O auto de infração é válido, devendo os animais ser ime-
diatamente entregues a jardins zoológicos, fundações
ou entidades assemelhadas, para guarda e cuidados.
(B) O auto de infração é válido, devendo aguardar-se a
chegada da polícia civil, que é a autoridade compe-
tente para apreender os animais e/ou libertá-los.
(C) O auto de infração é válido, devendo os animais ser
prioritariamente libertados em seu habitat ou, sen-
do tal medida inviável ou não recomendável por
questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos,
fundações ou entidades assemelhadas, para guarda
e cuidados.
(D) A apreensão dos animais é irregular, pois todos os
fatos ocorreram no estado de Rondônia, sendo do
órgão ambiental estadual a competência para lavra-
tura do auto de infração.
Letra c.
Assunto abordado: Responsabilidade administrativa na
área ambiental – Auto de infração ambiental.
Lei n. 9.605/1998 – Art. 25. Verificada a infração,
serão apreendidos seus produtos e instrumentos,
lavrando-se os respectivos autos.
§ 1º Os animais serão prioritariamente libertados em
seu habitat ou, sendo tal medida inviável ou não re-
comendável por questões sanitárias, entregues a jar-
dins zoológicos, fundações ou entidades assemelha-
das, para guarda e cuidados sob a responsabilidade
de técnicos habilitados.
Direito Civil
Roberta Queiroz
33
Acheropita Papazone, maior e capaz, celebra um contra-
to escrito de mútuo com Adam Borda, menor impúbere,
no qual Acheropita empresta a quantia de R$ 1.500,00
para que o garoto utilize todo o valor na compra de jogos
de videogame. No ato do contrato, não foi estipulada a
data do pagamento. Mesmo assim, dois meses depois,
Acheropita notou que Adam Borda não iria adimplir o
contrato, tampouco sabe precisar se o menino usou o
valor para comprar os jogos. Diante do caso, assinale a
melhor alternativa.
(A) Como não houve fixação de data de pagamento, o
adimplemento poderia ser exigido imediatamente.
(B) No contrato de mútuo, a falta de data de adimple-
mento faz presumir que a obrigação pode ser exi-
gida após trinta dias, mas, nesse caso específico, o
contrato é nulo.
(C) Maria pode ajuizar ação de execução, pois o contrato
de mútuo é título executivo, por si só.
(D) O contrato é anulável, pois há incapacidade de uma
das partes.
Letra b.
Assunto abordado: Contrato de mútuo.
Art. 592. Não se tendo convencionado expressamen-
te, o prazo do mútuo será:
I – até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos
agrícolas, assim para o consumo, como para semeadura;
II – de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;
III – do espaço de tempo que declarar o mutuante, se
for de qualquer outra coisa fungível.
Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia
autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode
ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores.
Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente:
I – se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário
para contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente;
II – se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu
obrigado a contrair o empréstimo para os seus ali-
mentos habituais;
III – se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho.
Mas, em tal caso, a execução do credor não lhes po-
derá ultrapassar as forças;
IV – se o empréstimo reverteu em benefício do menor;
V – se o menor obteve o empréstimo maliciosamente.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
34
Chanca Vargas da Silva é casada com Antônio Ernane Ca-
cique de New York, no regime da comunhão parcial de
bens, e possui dois filhos adotivos. O casal adquiriu um
patrimônio no total de um milhão de reais, sem bens
particulares, ao longo do casamento. Chanca descobriu
que estava com leucemia grave. Após dois anos de tra-
tamento e convívio com pessoas portadoras da mesma
doença, vendo que não resistiria à moléstia, fez um
testamento deixando a parte disponível de sua heran-
ça para a criação de uma fundação de apoio às pessoas
portadoras de leucemia no DF. Diante dos fatos, marque
a alternativa correta.
(A) A parte disponível de Chanca é quinhentos mil reais,
pois não há herdeiro necessário.
(B) A parte disponível é de duzentos e cinquenta mil re-
ais, podendo ser instituída a fundação que será fisca-
lizada pelo MP.
(C) Não será possível instituir a fundação, pois não se
pode destinar parte da herança para tal finalidade
em virtude da existência de herdeiros necessários.
(D) Na verdade, Chanca deve deixar consignada a insti-
tuição de uma associação por testamento ou docu-
mento autêntico.
Letra b.
Assunto abordado: Testamento e fundação.
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará,
por escritura pública ou testamento, dotação especial
de bens livres, especificando o fim a que se destina, e
declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá consti-
tuir-se para fins de: (Redação dada pela Lei n. 13.151,
de 2015)
I – assistência social; (Incluído pela Lei n. 13.151,
de 2015)
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio his-
tórico e artístico; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
III – educação; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
IV – saúde; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
V – segurança alimentar e nutricional; (Incluído pela
Lei n. 13.151, de 2015)
VI – defesa, preservação e conservação do meio am-
biente e promoção do desenvolvimento sustentá-
vel; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecno-
logias alternativas, modernização de sistemas de ges-
tão, produção e divulgação de informações e conhe-
cimentos técnicos e científicos; (Incluído pela Lei n.
13.151, de 2015)
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia
e dos direitos humanos; (Incluído pela Lei n. 13.151,
de 2015)
IX – atividades religiosas; e (Incluído pela Lei n.
13.151, de 2015)
X – (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
Art. 1.845. São herdeiros necessários os descenden-
tes, os ascendentes e o cônjuge.
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de
pleno direito, a metade dos bens da herança, consti-
tuindo a legítima.
35
Finólila Piaubilina, maior e capaz, resolveu curtir as fé-
rias em uma cidade da Indonésia. Organizou-se e pegou
o primeiro avião com destino ao paraíso. Durante a via-
gem, Finólila Piaubilina enviava sempre fotos e cartões-
-postais aos amigos e familiares. Após alguns dias de
descanso, veio a tragédia – um enorme tsunami devas-
tou o local. Muitas e muitas pessoas morreram; não so-
brou quase nada da cidade. Os amigos e familiares não
receberam mais notícias. Finólila Piaubilina desapare-
ceu. Com base nas informações acima, marque a alter-
nativa correta.
(A) A morte de Finólila Piaubilina somente poderá ser
registrada após ser encontrado o corpo e atestada
a morte.
(B) A declaração de morte de Finólila Piaubilina depende
de declaração prévia de ausência, visto o desapareci-
mento do corpo.
(C) A morte de Finólila Piaubilina pode ser declarada
independentemente de declaração de ausência, me-
diante procedimento de justificativa, não podendo o
juiz declarar data provável de morte.
(D) A morte de Finólila Piaubilina pode ser declarada
independentemente de declaração de ausência, me-
diante procedimento de justificativa, devendo o juiz
declarar data provável de morte.
Letra d.
Assunto abordado: Morte
Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem
decretação de ausência:
I – se for extremamente provável a morte de quem
estava em perigo de vida;
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito
prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o
término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida,
nesses casos, somente poderá ser requerida depois
de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a
sentença fixar a data provável do falecimento.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
36
Jovelina Ó Rosa Cheirosa, casada com Carlos Pestana
no regime da comunhão parcial de bens, possui quatro
filhos – Ronaldo, Luiz, Lua e Libertino. Jovelina, que de-
monstra maior preferência para com o filho Libertino,
resolve lhe doar um veículo no valor de R$ 50.000,00
– cinquenta mil reais. Assim o faz. Os demais filhos e o
cônjuge de Jovelina ficam indignados com o fato e pro-
curam um advogado, que lhes informa o seguinte:
(A) o contrato é válido e eficaz.
(B) o contrato é nulo.
(C) o contrato é anulável, pois não há o consentimento
dos demais descendentes e do cônjuge de Jovelina.
(D) o contrato é inexistente.
Letra a.
Assunto abordado: Doação ascendente a descendente.
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes,
ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do
que lhes cabe por herança.
37
Placenta Maricórnia da Letra Pi celebrou contrato de
corretagem com Rômulo Reme Remido Rodó. O objeto
do contrato foi a realização da venda do apartamento
de propriedade de Placenta, localizado em Boa Viagem,
Recife. Para tal função, Placenta consignou que a remu-
neração pela corretagem seria de 15% sobre a venda do
bem. No final das contas, mesmo com o trabalho dili-
gente de Rômulo, após dois meses de vigência do con-
trato de corretagem, Placenta, em conversa informal no
churrasco do pessoal do colégio, acabou celebrando o
contrato de compra e venda com Simplício Simplório
da Simplicidade Simples, seu colega. Visto que a venda
ocorreu sem a participação de Rômulo, não houve paga-
mento da taxa de corretagem. Rômulo procura um ad-
vogado para ter ciência de seus direitos. A informação
correta a ser dada a ele deve ser:
(A) não terá direito a receber a porcentagem, indepen-
dentemente de contrato.
(B) terá direito a receber a porcentagem, simplesmente
pela assinatura do contrato de corretagem.
(C) somente terá direito à remuneração de seu trabalho
se houver cláusula de exclusividade que, por sua vez,
somente terá eficácia se for por escrito.
(D) a compra e venda realizada diretamente por Placen-
ta é nula, visto descumprimento de contrato princi-
pal, qual seja, corretagem.
Letra c.
Assunto abordado: Contrato de corretagem
Art. 726. Iniciado e concluído o negócio diretamente
entre as partes, nenhuma remuneração será devida
ao corretor; mas se, por escrito, for ajustada a cor-
retagem com exclusividade, terá o corretor direito à
remuneração integral, ainda que realizado o negócio
sem a sua mediação, salvo se comprovada sua inércia
ou ociosidade.
38
Vivelinda Cabrita e seu marido, Uósteles Filho, resol-
veram fazer uma viagem de carro para o litoral baiano.
Após algumas horas de viagem, Uósteles perde o contro-
le do carro e capota. Vivelina fica extremamente ferida,
com dificuldade de respiração e aparente hemorragia
interna. Com a chegada do socorro, verifica-se que não
há unidade pública hospitalar na cidade mais próxima,
somente uma clínica particular de propriedade do mé-
dico Tadeu Tospericagerja (em homenagem à seleção
do tri: Tostão, Pelé, Rivelino, Carlos Alberto, Gerson e
Jairzinho). Encaminhada para a clínica, o Dr. Tadeu exige
um valor extremamente alto para salvar Vivelinda, va-
lor acima da média normal de atendimento para tal en-
fermidade. Uósteles prontamente arcou com os gastos
exigidos. Após tratamento e recuperação de Vivelinda, o
casal procura um advogado, que lhes afirma o seguinte:
(A) o negócio jurídico celebrado é plenamente válido.
(B) o negócio celebrado com o médico é nulo por motivo
de lesão, sendo a demanda imprescritível.
(C) ocorreu dolo do médico, podendo o negócio jurídico
ser anulado no prazo prescricional de quatro anos.
(D) o acordo firmado com o médico pode ser anulado
pela alegação de estado de perigo, no prazo deca-
dencial de quatro anos.
Letra d.
Assunto abordado: Negócio jurídico.
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando al-
guém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pes-
soa de sua família, de grave dano conhecido pela ou-
tra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não perten-
cente à família do declarante, o juiz decidirá segundo
as circunstâncias.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
E.C.A. (Estatuto da Criança e do Adolescente)
Patrícia Dreyer
39
João Lucas, 16 anos, foi apreendido por ato infracional
análogo ao tráfico internacional de drogas. Levado ao
Ministério Público, João Lucas não teve a oportunidade
de acompanhamento do ato por defesa técnica, nem di-
reito ao silêncio, e confessou praticar o ato infracional. O
Ministério Público, por sua vez, representou o menor e
pediu a internação provisória de João Lucas, a despeito
de ser a primeira apreensão. O pedido do parquet foi de-
ferido em juízo e a unidade socioeducativa foi intimada
a apresentar o adolescente para as audiências. Ao final,
o juízo da infância e juventude entendeu que havia in-
dícios de autoria e houve por bem aplicar a medida so-
cioeducativa de advertência. Sobre esse caso, é correto
afirmar que:
(A) a gravidade social do ato infracional praticado justifi-
ca a internação provisória.
(B) não cabe agravo de instrumento contra a decisão
que aplicou a internação provisória.
(C) a advertência dispensa prova suficiente da autoria,
bastando que haja indícios.
(D) o recurso contra a sentença será recebido no efeito
suspensivo e devolutivo.
Letra c.
Assunto abordado: Ato infracional e medidas socio-
educativas.
A resposta está de acordo com o que dispõe o Art. 114:
A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI
do art. 112 pressupõe a existência de provas suficien-
tes da autoria e da materialidade da infração, ressal-
vada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127.
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada
sempre que houver prova da materialidade e indícios
suficientes da autoria.
Ainda, a Súmula n. 492 do STJ diz que:
O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si
só, não conduz obrigatoriamente à imposição de me-
dida socioeducativa de internação do adolescente.
Ademais, a apelação é recebida apenas no efeito devolu-
tivo, conforme já foi decidido pelo STJ:
Nos processos decorrentes da prática de atos infracio-
nais, é possível que a apelação interposta pela defesa
seja recebida apenas no efeito devolutivo, impondo-
-se ao adolescente infrator o cumprimento imediato
das medidas socioeducativas prevista na sentença (…)
Lógico inferir, portanto, que os recursos serão, em re-
gra, recebidos apenas no efeito devolutivo, inclusive e
principalmente os recursos contra sentença que aco-
lheu a representação do Ministério Público e impôs
medida socioeducativa ao adolescente infrator. HC
301.135-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado
em 21/10/2014, DJe 1º/12/2014.
40
A plataforma de rede social Onlyteens cancelou a conta
da adolescente de 12 anos de idade que postava conte-
údo de publicidade paga, porque considerou que havia
violação aos termos de serviço que contêm cláusula de
proibição de trabalho infantojuvenil. Os pais autoriza-
ram a criação da conta da filha, mas a rede social assim
mesmo promoveu o cancelamento.
Você é consultado como advogado(a) e responde acerta-
damente que a decisão da plataforma da rede social está:
(A) incorreta, porque não existe proibição para pos-
tagens de publicidade no Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei n. 8.069/1990).
(B) correta, desde que os termos de serviço autorizem
a criação de perfis para pessoas de 14 anos de idade
ou mais.
(C) correta, porque a situação constitui trabalho infantil,
vedado pelo Art. 60 do Estatuto da Criança e do Ado-
lescente (Lei n. 8.069/1990).
(D) incorreta, porque, além da autorização dos repre-
sentantes legais, faltou a autorização judicial.
Letra d.
Assunto abordado: Direitos fundamentais.
A resposta está de acordo com os arts. 60 do ECA e
406 da CLT:
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores
de quatorze anos de idade, salvo na condição de
aprendiz.
E a CLT também é flexível quanto à possibilidade de tra-
balho do menor.
Art. 406. O Juiz de Menores poderá autorizar ao me-
nor o trabalho a que se referem as letras “a” e “b” do
§ 3º do art. 405:
O Brasil é signatário da Convenção n. 138 da OIT, que
permite a flexibilização para trabalhos artísticos:
Art. 8º
1. A autoridade competente, após consulta às orga-
nizações de empregadores e de trabalhadores con-
cernentes, se as houver, poderá, mediante licenças
concedidas em casos individuais, permitir exceções
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
para a proibição de emprego ou trabalho provida no
Artigo 2º desta Convenção, para finalidades como a
participação em representações artísticas.
2. Licenças dessa natureza limitarão o número de ho-
ras de duração do emprego ou trabalho e estabelece-
rão as condições em que é permitido.
C.D.C. (Código de Defesa do Consumidor)
Patrícia Dreyer
41
Maria Paula foi notificada da inscrição de seu nome em
cadastro de inadimplentes por meio de carta sem aviso
de recebimento e procura você, como advogado(a), a fim
de que responda acertadamente às seguintes perguntas:
1) é válida a notificação feita por carta sem aviso de
recebimento ou Maria Paula pode requerer a re-
paração dos danos morais e materiais que eventu-
almente tiver sofrido em razão da irregularidade
da inscrição?
2) a inscrição do nome de Maria Paula pode ser man-
tida até o prazo máximo de cinco anos, contados
do dia seguinte à data da notificação da inscrição?
3) se Maria Paula pagar integralmente o débito, o
credor deverá providenciar a exclusão do registro
da dívida em até quantos dias?
4) se a inscrição for irregular e Maria Paula tiver ou-
tra inscrição preexistente e legítima, ainda assim
ela terá direito à indenização por dano moral?
Assinale a resposta correta de acordo com o Código de
Defesa do Consumidor e a jurisprudência do STJ.
(A) É válida a notificação sem o aviso de recebimento
(AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a
negativação de seu nome em bancos de dados e ca-
dastros. O termo inicial do prazo de permanência de
registro de nome de consumidor em cadastro de pro-
teção ao crédito inicia-se no dia subsequente ao ven-
cimento da obrigação não paga. Incumbe ao credor a
exclusão do registro da dívida em nome do devedor
no cadastro de inadimplentes no prazo de cinco dias
úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do dé-
bito. Da anotação irregular em cadastro de proteção
ao crédito, não cabe indenização por dano moral,
quando preexistente legítima inscrição, mas cabe o
direito ao cancelamento.
(B) É nula a notificação sem o aviso de recebimento (AR)
na carta de comunicação ao consumidor sobre a
negativação de seu nome em bancos de dados e ca-
dastros. O termo inicial do prazo de permanência de
registro de nome de consumidor em cadastro de pro-
teção ao crédito inicia-se no dia subsequente ao ven-
cimento da obrigação não paga. Incumbe ao credor a
exclusão do registro da dívida em nome do devedor
no cadastro de inadimplentes no prazo de cinco dias
úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do dé-
bito. Da anotação irregular em cadastro de proteção
ao crédito, não cabe indenização por dano moral,
quando preexistente legítima inscrição, mas cabe o
direito ao cancelamento.
(C) É nula a notificação sem o aviso de recebimento (AR)
na carta de comunicação ao consumidor sobre a
negativação de seu nome em bancos de dados e ca-
dastros. O termo inicial do prazo de permanência de
registro de nome de consumidor em cadastro de pro-
teção ao crédito inicia-se no dia subsequente ao ven-
cimento da obrigação não paga. Incumbe ao credor a
exclusão do registro da dívida em nome do devedor
no cadastro de inadimplentes no prazo de cinco dias
úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do dé-
bito. Da anotação irregular em cadastro de proteção
ao crédito, cabe indenização por dano moral, ainda
que preexistente legítima inscrição, cabendo ainda o
direito ao cancelamento.
(D) É válida a notificação sem o aviso de recebimento
(AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre
a negativação de seu nome em bancos de dados e
cadastros. O termo inicial do prazo de permanência
de registro de nome de consumidor em cadastro de
proteção ao crédito inicia-se no dia subsequente ao
vencimento da obrigação não paga. Incumbe ao con-
sumidor o pedido de exclusão do registro da dívida
em nome do credor no cadastro de inadimplentes no
prazo de três dias úteis, a partir do integral e efetivo
pagamento do débito. Da anotação irregular em ca-
dastro de proteção ao crédito, não cabe indenização
por dano moral, quando preexistente legítima inscri-
ção, mas cabe o direito ao cancelamento.
Letra a.
Assunto abordado: Práticas comerciais.
1 – Súmula n. 404 do STJ:
É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de
comunicação ao consumidor sobre a negativação de
seu nome em bancos de dados e cadastros.
2 – Segundo o STJ, o termo inicial do prazo de perma-
nência de registro de nome de consumidor em cadastro
de proteção ao crédito (art. 43, § 1º, do CDC, em 5 anos)
inicia-se no dia subsequente ao vencimento da obriga-
ção não paga, independentemente da data da inscrição
no cadastro (REsp 1316117/SC).
3 – Enunciado n. 548 do STJ:
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida
em nome do devedor no cadastro de inadimplentes
no prazo de cinco dias úteis, a partir do integral e efe-
tivo pagamento do débito.
4 – Súmula n. 385 STJ:
Da anotação irregular em cadastro de proteção ao
crédito, não cabe indenização por dano moral, quan-
do preexistente legítima inscrição, ressalvado o direi-
to ao cancelamento.
42
Raquel adquiriu um aparelho celular na loja XPTO, no dia
30 de setembro de 2023, a fim de presentear sua ami-
ga Roberta. 15 dias depois que Roberta começou a usar
adequadamente o celular, ele explodiu, e gerou lesões
e danos estéticos em Roberta, que necessitou realizar
tratamento médico e cirurgia plástica em virtude das
queimaduras sofridas.
Nesse caso, adotando-se as regras insculpidas no Código
de Defesa do Consumidor:
(A) Roberta é equiparada à consumidora diante das re-
gras previstas no Código de Defesa do Consumidor.
Por isso, tem o direito de ser indenizada pelos danos
sofridos, sendo hipótese de responsabilidade objeti-
va em face do fabricante do produto.
(B) Roberta é equiparada à consumidora, diante das re-
gras previstas no Código de Defesa do Consumidor
e, nesse sentido, deverá ser indenizada pelos danos
sofridos, sendo caso de responsabilidade subjetiva
em face do fabricante do produto.
(C) Roberta tem o direito de ser indenizada em virtude
do acidente sofrido. Contudo, serão adotadas as re-
gras do Código Civil, pois não há relação de consumo
entre a acidentada e o comerciante ou fabricante.
(D) não serão adotadas as regras do Código de Defesa do
Consumidor, mas a sistemática do Código Civil Bra-
sileiro, posto que não foi Roberta quem celebrou o
contrato de compra do aparelho telefônico. Caberá,
contudo, ação em face do comerciante para a indeni-
zação pelos danos sofridos.
Letra a.
Assunto abordado: Responsabilidade pelo fato do serviço.
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica
que adquire ou utiliza produto ou serviço como des-
tinatário final.
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacio-
nal ou estrangeiro, e o importador respondem, inde-
pendentemente da existência de culpa, pela repara-
ção dos danos causados aos consumidores.
Art. 17 do CDC: “… equiparam-se aos consumidores
todas as vítimas do evento.”
Direito Empresarial
Marcelo Macintyre
43
Joaquim Machado tem uma filha relativamente incapaz
e consulta um advogado, para ter o conhecimento sobre
a possibilidade de transferir para ela parte das quotas
que possui em uma determinada sociedade empresarial
cujo capital social se encontra integralizado. De acordo
com o Código Civil brasileiro, o advogado consultado
afirmará que:
(A) é proibida a participação de menor de idade, absolu-
ta ou relativamente incapaz, em sociedade, a não ser
nos tipos de sociedades por ações.
(B) é autorizada a participação do relativamente incapaz
na sociedade, bastando tão somente que esteja as-
sistido por seu pai no instrumento de alteração con-
tratual.
(C) é autorizada a participação do relativamente incapaz
na sociedade, desde que esteja assistido no instru-
mento de alteração contratual, devendo constar a
proibição do exercício da administração da socieda-
de por ele.
(D) é proibida a participação de incapaz em sociedade,
mesmo que esteja representado ou assistido, exceto
se a transmissão das quotas se der em razão de su-
cessão causa mortis.
Letra c.
Assunto abordado: Teoria geral do direito empresarial
(a empresa).
(A) Errada. O Art. 974 do CC permite a participação em
sociedade, desde que presentes alguns requisitos.
INCAPAZ:
• não pode iniciar atividade empresária;
• pode continuar a empresa, por meio de REPRESEN-
TAÇÃO/ASSISTÊNCIA, com autorização judicial.
PODE SER SÓCIO, MAS:
• não pode exercer a administração;
• capital totalmente integralizado;
• seja assistido/representado.
(B) Errada. O Art. 974 do CC permite a participação em
sociedade, desde que presentes alguns requisitos.
(C) Certa.
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representan-
te ou devidamente assistido, continuar a empresa an-
tes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou
pelo autor de herança. (...)
§ 3º O Registro Público de Empresas Mercantis a car-
go das Juntas Comerciais deverá registrar contratos
ou alterações contratuais de sociedade que envolva
sócio incapaz, desde que atendidos, de forma con-
junta, os seguintes pressupostos:
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração
da sociedade;
II – o capital social deve ser totalmente integralizado;
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e
o absolutamente incapaz deve ser representado por
seus representantes legais.
(D) Errada. O Art. 974 do CC permite a participação em
sociedade, desde que presentes alguns requisitos.
44
Você tem um amigo que possui a intenção de abrir
uma empresa em nome próprio. Em virtude disso, ele
lhe procurou para saber quanto à necessidade de ins-
crição no registro empresarial para regularidade de
exercício da empresa. Como consultor(a) jurídico(a) e
advogado(a), você respondeu que a inscrição do empre-
sário individual:
(A) é obrigatória antes do início da abertura da empresa.
(B) não é necessária até os primeiros 356 dias de início
da atividade, sendo obrigatória a partir de então.
(C) é necessária, se não houver enquadramento como
microempresa ou empresa de pequeno porte.
(D) não é obrigatória, caso haja opção pelo enquadra-
mento como microempreendedor individual.
Letra a.
Assunto abordado: Registro e escrituração.
(A) Certa. Art. 967 do CC. É obrigatória a inscrição do
empresário no registro público de empresas mercantis
da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
(B) Errada. Art. 967 do CC. É obrigatória a inscrição do
empresário no registro público de empresas mercantis
da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
(C) Errada. Art. 967 do CC. É obrigatória a inscrição do
empresário no registro público de empresas mercantis
da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
(D) Errada. Art. 967 do CC. É obrigatória a inscrição do
empresário no registro público de empresas mercantis
da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
45
Acerca do direito empresarial, assinale a alternati-
va correta.
(A) Empresa é toda atividade econômica destinada à
produção de bens; empresário é a pessoa natural
que exerce como profissão a empresa, e tem receita
bruta anual de até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta
mil reais).
(B) Empresa é toda sociedade com ou sem personali-
dade jurídica; empresário é considerado o sócio da
empresa, pessoa natural ou jurídica com atribuição
limitada ao valor das quotas integralizadas.
(C) Empresa é a repetição profissional dos atos de co-
mércio ou mercancia; empresário é a pessoa natural
ou jurídica que pratica de modo natural tais atos de
mercancia.
(D) Empresa é a atividade econômica organizada para
a produção e/ou a circulação de bens e de serviços;
empresário é o dono da empresa, quem a exerce em
caráter profissional.
Letra d.
Assunto abordado: Teoria geral do direito empresarial
(a empresa).
(A) Errada. Empresário:
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce pro-
fissionalmente atividade econômica organizada para
a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Empresa: atividade econômica organizada para pro-
dução ou a circulação de bens ou de serviços.
Atividade econômica: é aquela que tem como ob-
jetivo principal o lucro para que seja revertida aos
particulares(sócios) que investem nesta atividade.
Atividade organizada: organização dos meios de
produção(insumos) e organização da força de
trabalho(pessoas).
Produção ou circulação de bens ou serviços: (auto-
explicativo)
(B) Errada. Empresário:
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce pro-
fissionalmente atividade econômica organizada para
a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Empresa: atividade econômica organizada para pro-
dução ou a circulação de bens ou de serviços.
Atividade econômica: é aquela que tem como ob-
jetivo principal o lucro para que seja revertida aos
particulares(sócios) que investem nesta atividade.
Atividade organizada: organização dos meios de
produção(insumos) e organização da força de
trabalho(pessoas).
Produção ou circulação de bens ou serviços: (auto-
explicativo)
(C) Errada. Empresário:
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce pro-
fissionalmente atividade econômica organizada para
a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Empresa: atividade econômica organizada para pro-
dução ou a circulação de bens ou de serviços.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Atividade econômica: é aquela que tem como ob-
jetivo principal o lucro para que seja revertida aos
particulares(sócios) que investem nesta atividade.
Atividade organizada: organização dos meios de
produção(insumos) e organização da força de
trabalho(pessoas).
Produção ou circulação de bens ou serviços: (auto-
explicativo)
(D) Certa. Empresário:
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce pro-
fissionalmente atividade econômica organizada para
a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Empresa: atividade econômica organizada para pro-
dução ou a circulação de bens ou de serviços.
Atividade econômica: é aquela que tem como ob-
jetivo principal o lucro para que seja revertida aos
particulares(sócios) que investem nesta atividade.
Atividade organizada: organização dos meios de
produção(insumos) e organização da força de
trabalho(pessoas).
Produção ou circulação de bens ou serviços: (auto-
explicativo)
46
Sobre a incapacidade e proibição para o exercício de em-
presa, marque a opção correta.
(A) Aquele que tenha proibição legal para ser empresá-
rio não poderá ser sócio ou acionista de uma socie-
dade empresária.
(B) Caso a pessoa impedida de exercer a atividade de
empresário resolva praticar tal atividade, deverá res-
ponder pelas obrigações contraídas, podendo até ser
declarada falida.
(C) Em se tratando de matéria de ordem pública e consi-
derando que a continuidade de determinada empre-
sa é de interesse eminente da sociedade em geral,
quer em razão da arrecadação de impostos, quer em
razão da geração de empregos, caso determinada
pessoa seja impedida de exercer a atividade empre-
sarial e resolva fazê-la, poderá requerer a recupera-
ção judicial.
(D) Entre as pessoas proibidas de exercer a empresa está
o incapaz, que não poderá em hipótese alguma exer-
cer tal atividade.
Letra b.
Assunto abordado: Teoria geral do direito empresarial
(empresário).
(A) Errada. Há casos em que os impedidos de exercer
atividade empresarial têm autorização expressa para ser
sócios quotistas ou acionistas, desde que não exerçam
a administração de sociedades ou companhias. Os que
são proibidos de exercer a atividade empresarial, segun-
do a legislação correlata:
• Os servidores públicos civis federais (Lei n.
8.112/1990, art. 117, X), estaduais (Lei n. 869/1952 art.
217, VI e VII) e municipais (Lei Municipal n. 8.710/1995
art. 129, IX);
• Os militares da ativa das Forças Armadas e das Po-
lícias Militares (Decreto-Lei n. 1.029/1969, art. 35; Lei.
6.880/1980 art. 29);
• Os magistrados (Lei Complementar n. 35/79, art. 36,
I e II – LOMAN);
• Os membros do Ministério Público (art. 128, §5º, II,
c, da CR/1988; Lei n. 8.625/1993, art. 44, III – LOMP);
• Os empresários falidos enquanto não reabilitados
(Decreto-Lei n. 11.101/2005, art. 102 e 181).
• Na condição de servidores públicos lato sensu, são
também impedidos de exercer atividade empresarial o
Presidente da República, Ministros de Estado, governa-
dores dos estados, prefeitos municipais e ocupantes de
cargos públicos comissionados em geral.
• O moralmente inidôneo – pessoa condenada a “pena
que vede, ainda que temporariamente, o acesso a car-
gos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação,
peita ou suborno, concussão, peculato; contra a econo-
mia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra
as normas de defesa da concorrência, contra as relações
de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto
perdurarem os efeitos da condenação” (Código Civil, art.
1.011, § 1º e Lei n. 6.404/1976. Art. 147, § 19).
• Os corretores (Lei n. 2.146/1953 [Corretor de va-
lores]; Lei n. 4.594/1964 [Corretor de Seguros] e Lei n.
6.530/1978 [Corretor de Imóveis]); os leiloeiros (Dec.
n. 21.981/1932 art. 36) e os despachantes aduaneiros
(Lei n. 5.425/1968 e Dec.-lei n. 2.472/1988) => Conse-
quente perda da autorização para intermediar negócios
jurídicos;
• Os estrangeiros com visto temporário (Lei n.
6.815/1980 – Estatuto dos Estrangeiros – art. 99);
• A legislação trabalhista (CLI, art. 482, c) também res-
tringe o exercício de atividade empresarial aos empre-
gados que não sejam expressamente autorizados pelo
empregador. => Consequente perda do emprego por
justa causa.
• Os membros do Poder Legislativo, como senadores,
deputados federais e estaduais e vereadores não são
proibidos de exercer atividade empresarial, salvo se
a empresa “goze de favor decorrente de contrato com
pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer fun-
ção remunerada” (CF, art. 54, II, a). => Consequente per-
da do mandato político art. 55, I, CR/1988.
(B) Certa. Em observância ao disposto no art. 972, parte
final e art. 973, ambos do Cód. Civil de 2002; bem como
o art. 966, parágrafo único, do Código civil de 2002; além
do art. 105, IV, da Lei n. 11.101/2005.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º

(C) Errada. Para requerer a recuperação judicial, é ne- II – o herdeiro que se achar na posse e na adminis-
cessário que o empresário preencha diversos requisitos tração do espólio, se não houver cônjuge ou com-
legais pertinentes na aferição de sua viabilidade jurídica panheiro sobrevivente ou se estes não puderem ser
para que seja deduzida a pretensão em juízo. Assim, é nomeados;
necessário que o requerente observe as normas do art. III – qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver
967, do Código Civil de 2002, bem como o disposto no na posse e na administração do espólio; (...)
art. 48 da Lei n. 11.101/2005. A contrário senso, a pes-
soa proibida de exercer a atividade empresarial fica su- Art. 618. Incumbe ao inventariante:
jeita à declaração de sua falência, conforme dispõe o art. (...)
105, IV, da Lei n. 11.101/2005. II – administrar o espólio, velando-lhe os bens com a
(D) Errada. O incapaz estará impedido de exercer a ativi- mesma diligência que teria se seus fossem;
dade de empresa apenas se deixar de observar os requi-
sitos legais dispostos no art. 5º, parágrafo único, V, e art. Art. 619. Incumbe ainda ao inventariante, ouvidos os
974 do Código Civil de 2002. interessados e com autorização do juiz:
III – pagar dívidas do espólio;
Direito Processual Civil
Art. 622. O inventariante será removido de ofício ou
Raquel Bueno
a requerimento:
III – se, por culpa sua, bens do espólio se deteriora-
47
rem, forem dilapidados ou sofrerem dano;
Clara promoveu a abertura do inventário judicial dos
bens deixados por seu falecido pai, Cleber, que era viú-
Art. 626. Feitas as primeiras declarações, o juiz man-
vo. Durante a tramitação processual, os demais herdei-
dará citar, para os termos do inventário e da partilha,
ros foram convocados, sendo outros dois irmãos de Cla-
o cônjuge, o companheiro, os herdeiros e os legatá-
ra, por parte de pai, do primeiro casamento de Cleber.
rios e intimar a Fazenda Pública, o Ministério Público,
Ressalte-se que, como Clara morava com o falecido pai
se houver herdeiro incapaz ou ausente, e o testamen-
e estava na posse e administração dos bens do espólio,
teiro, se houver testamento.
foi nomeada inventariante, já tendo prestado compro-
misso. A partir dessa realidade, assinale a opção correta.
Art. 627. Concluídas as citações, abrir-se-á vista às
(A) Clara poderá pagar as dívidas do espólio, exigindo-se
partes, em cartório e pelo prazo comum de 15 (quin-
apenas autorização do juiz.
ze) dias, para que se manifestem sobre as primeiras
(B) Clara deve administrar o espólio e velar pelos referi-
declarações, incumbindo às partes:
dos bens com a mesma diligência que teria se seus
II – reclamar contra a nomeação de inventariante.
fossem, sob pena de ser removida da condição de
inventariante, caso haja deterioração, dilapidação ou
dano, por sua culpa.
48
Letícia promoveu a execução de um contrato celebrado
(C) Clara deve administrar o espólio e velar pelos referi-
com o pedreiro Manoel, assinado pelos contratantes e
dos bens com a mesma diligência que teria se seus
duas testemunhas, envolvendo obrigação de fazer, qual
fossem, sob pena de ser removida da condição de
seja, a pintura de três cômodos de uma casa. Apesar do
inventariante, caso haja deterioração, dilapidação ou
pagamento integral efetuado por Letícia, Manoel não
dano, independentemente de culpa ou dolo.
cumpriu com sua parte no contrato. Após juízo positi-
(D) Os demais herdeiros, uma vez citados, terão cinco
vo de admissibilidade da petição inicial, o juiz determi-
dias para reclamar contra a nomeação de Clara como
nou que o executado Manoel cumprisse a obrigação em
inventariante.
quinze dias, o que não ocorreu. A partir dessa realidade,
assinale a opção correta.
Letra b.
(A) A exequente não poderá requerer que a obrigação
Assunto abordado: Procedimentos especiais de jurisdi-
seja cumprida por um terceiro, às custas do executa-
ção contenciosa (inventário judicial).
do, por se tratar de obrigação personalíssima.
(B) A exequente poderá requerer que a obrigação seja
CPC – Art. 617. O juiz nomeará inventariante na se-
cumprida por um terceiro, às custas do executado,
guinte ordem:
mas o valor a ser pago para o terceiro será adiantado
I – o cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde
pela exequente.
que estivesse convivendo com o outro ao tempo da
morte deste;
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
(C) A exequente poderá requerer que a obrigação seja
cumprida por um terceiro, às custas do executado,
mas não poderá cumular tal pedido com perdas
e danos.
(D) Nesse caso, diante do descumprimento da obrigação
de fazer por parte do executado, no prazo determi-
nado pelo juiz, só caberá à exequente converter a
obrigação em perdas e danos, seguindo-se a execu-
ção para cobrança de quantia certa.
Letra b.
Assunto abordado: Execução de título executivo extraju-
dicial (obrigação de fazer).
CPC – Art. 815. Quando o objeto da execução for obri-
gação de fazer, o executado será citado para satisfazê-
-la no prazo que o juiz lhe designar, se outro não esti-
ver determinado no título executivo.
Art. 816. Se o executado não satisfizer a obrigação no
prazo designado, é lícito ao exequente, nos próprios
autos do processo, requerer a satisfação da obrigação
à custa do executado ou perdas e danos, hipótese em
que se converterá em indenização.
Parágrafo único. O valor das perdas e danos será apu-
rado em liquidação, seguindo-se a execução para co-
brança de quantia certa.
Art. 817. Se a obrigação puder ser satisfeita por ter-
ceiro, é lícito ao juiz autorizar, a requerimento do exe-
quente, que aquele a satisfaça à custa do executado.
Parágrafo único. O exequente adiantará as quantias
previstas na proposta que, ouvidas as partes, o juiz
houver aprovado.
I JORNADA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – ENUN-
CIADO 103 – Pode o exequente – em execução de
obrigação de fazer fungível, decorrente do inadimple-
mento relativo, voluntário e inescusável do executa-
do – requerer a satisfação da obrigação por terceiro,
cumuladamente ou não com perdas e danos, consi-
derando que o caput do art. 816 do CPC não derrogou
o caput do art. 249 do Código Civil.
49
Marília, representada por sua mãe, Cecília, ajuizou ação
de alimentos avoengos em face dos avós paternos Lú-
cio e Marta, ambos servidores públicos aposentados.
O processo é eletrônico e está tramitando na Vara de
Família do domicílio de Marília e sua mãe. Ressalte-se
que os avós maternos são falecidos e que o valor pago
pelo genitor é insuficiente para atender às necessidades
da menor impúbere, mesmo com a contribuição da ge-
nitora. Após o devido processo legal, foram fixados os
alimentos definitivos na decisão final. Inconformado, o
avô deseja impugnar a decisão. A partir deste contexto,
assinale a opção correta.
(A) Lúcio poderá interpor recurso de apelação em trin-
ta dias.
(B) Se Lúcio interpuser recurso de apelação e quiser de-
sistir posteriormente, precisará do consentimento
de Marta.
(C) Lúcio poderá interpor agravo de instrumento, uma
vez que a decisão versa sobre tutela provisória con-
vertida em definitiva.
(D) Lúcio poderá interpor recurso de apelação, despida
de efeito suspensivo.
Letra d.
Assunto abordado: Recurso de apelação e litisconsórcio.
CPC – Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferen-
tes procuradores, de escritórios de advocacia distin-
tos, terão prazos contados em dobro para todas as
suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,
independentemente de requerimento.
(...)
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos
em autos eletrônicos.
Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo,
sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes,
desistir do recurso. (...)
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso con-
ta-se da data em que os advogados, a sociedade de
advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública
ou o Ministério Público são intimados da decisão.
(...)
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo
para interpor os recursos e para responder-lhes é de
15 (quinze) dias.
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, come-
ça a produzir efeitos imediatamente após a sua publi-
cação a sentença que:
V – confirma, concede ou revoga tutela provisória;
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhe-
cimento da matéria impugnada.
(...)
§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou
revoga a tutela provisória é impugnável na apelação.
50
Thiago, por meio do seu amigo e advogado Rui, reque-
reu uma tutela provisória de urgência antecipada ante-
cedente em face de seu plano de saúde, a fim de obter
a imediata realização de uma cirurgia cardíaca determi-
nada pelo médico que lhe atendeu na emergência do
hospital. A tutela provisória foi deferida e efetivada após
apresentação de caução pelo autor. Todavia, ao final do
processo, os pedidos de Thiago foram julgados impro-
cedentes e a tutela provisória revogada. Considerando
esse cenário, assinale a opção correta.
(A) Para requerer a tutela provisória acima mencionada,
Thiago só precisou demonstrar a probabilidade do
direito invocado e o perigo de dano ou risco ao resul-
tado útil do processo.
(B) Uma vez concedida e efetivada a tutela provisória
pleiteada, Thiago deveria apresentar o pedido prin-
cipal em trinta dias, nos mesmos autos.
(C) Neste caso, como a sentença foi desfavorável para
Thiago, ele responderá objetivamente pelos prejuízos
que a efetivação da medida causar à parte contrária.
(D) O juiz não poderia exigir uma caução de Thiago para a
concessão da tutela provisória de urgência pleiteada.
Letra c.
Assunto abordado: Tutela provisória de urgência.
CPC – Art. 300. A tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a proba-
bilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz
pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejus-
sória idônea para ressarcir os danos que a outra parte
possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada
se a parte economicamente hipossuficiente não pu-
der oferecê-la.
(...)
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não
será concedida quando houver perigo de irreversibi-
lidade dos efeitos da decisão. (requisito negativo da
tutela provisória de urgência antecipada).
A letra “b” está equivocada, uma vez que a apresenta-
ção de pedido principal em 30 dias só ocorre no caso de
tutela provisória de urgência cautelar antecedente. No
caso de tutela provisória de urgência antecipada antece-
dente, uma vez concedida a medida, o autor tem 15 dias
ou outro prazo fixado pelo juiz para complementar a pe-
tição inicial apresentada no modelo simplificado (artigo
303, §1º, inciso I, do CPC).
Art. 302. Independentemente da reparação por dano
processual, a parte responde pelo prejuízo que a efeti-
vação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I – a sentença lhe for desfavorável; (...)
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos au-
tos em que a medida tiver sido concedida, sempre
que possível.
51
Adriana promoveu uma ação indenizatória em face de
Ruth, perante a Vara Cível do foro de domicílio da ré.
Após tentativas infrutíferas de citar a ré por meio ele-
trônico, correio e oficial de justiça, foi requerida e au-
torizada a citação da ré por edital. Ocorre que Ruth não
constituiu advogado e deixou o prazo de resposta trans-
correr em branco. A partir dessa realidade, assinale a
opção correta.
(A) Nesse caso, diante da não apresentação de resposta,
haverá a incidência da revelia e dos seus efeitos.
(B) Nesse caso, diante da não apresentação de resposta,
Ruth é considerada revel, sendo-lhe nomeado um
curador especial para apresentação de defesa, que
poderá ser genérica.
(C) Nesse caso, diante da não apresentação de resposta,
Ruth é considerada revel, atuando o Ministério Públi-
co como seu curador especial.
(D) Nesse caso houve um vício formal, uma vez que deve-
ria ter sido promovida a citação por hora certa da ré.
Letra b.
Assunto abordado: Comunicação dos atos processuais
(citação) e procedimento comum (revelia).
CPC – Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:
II – réu preso revel, bem como ao réu revel citado por
edital ou com hora certa, enquanto não for constituí-
do advogado. (Observação: neste caso há revelia, mas
não se aplicam seus efeitos)
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela
Defensoria Pública, nos termos da lei.
CITAÇÃO POR HORA CERTA – Art. 252. Quando, por
2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o
citando em seu domicílio ou residência sem o encon-
trar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar
qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer
vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de
efetuar a citação, na hora que designar.
Art. 256. A citação por edital será feita:
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º

(...) Direito Penal

§ 3º O réu será considerado em local ignorado ou in- Michelle Tonon
certo se infrutíferas as tentativas de sua localização,
inclusive mediante requisição pelo juízo de informa-
53
ções sobre seu endereço nos cadastros de órgãos pú-
Hudson, 48 anos, mantinha uma arma de fogo de uso
blicos ou de concessionárias de serviços públicos.
permitido devidamente registrada em sua residência. A
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se pre-
arma ficava guardada em uma gaveta e raramente Hud-
cisamente sobre as alegações de fato constantes da
son a manuseava. Passados vários anos desde a obten-
petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não im-
ção do registro, Hudson passa a ser investigado pela su-
pugnadas, salvo se:
posta prática de crimes contra a administração pública,
(...)
envolvendo fraudes em licitações de valores vultosos.
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada
Por esse motivo, é feita uma busca e apreensão em sua
dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advo-
residência, autorizada judicialmente, quando a arma é
gado dativo e ao curador especial. (Observação: nes-
encontrada por policiais e apreendida. Na delegacia, Hu-
ses casos se admite a defesa genérica).
dson alegou que a arma era registrada, porém verificou-
-se que o registro da arma estava vencido há 8 meses.
52
Diante do caso hipotético, é correto afirmar que:
Marlene ajuizou uma ação rescisória perante o TJRJ, ten-
(A) Hudson praticou o delito de posse irregular de arma
do como requerida uma instituição financeira, no intuito
de fogo de uso permitido.
de desconstituir uma sentença de mérito transitada em
(B) Hudson praticou o delito de porte ilegal de arma de
julgado, proferida pelo juízo Cível do Rio de Janeiro. Con-
fogo de uso permitido.
sidere que a autora respeitou o prazo decadencial, bem
(C) Hudson não praticou qualquer delito, sendo atípica a
como encontrou uma hipótese legal de cabimento da
conduta.
ação rescisória. Na petição inicial, requereu a gratuidade
(D) considerando o objeto da busca, a arma não poderia
de justiça, que foi indeferida pelo relator. Inconformada,
ter sido apreendida pelos policiais, já que não estava
Marlene deseja impugnar tal decisão. A partir desses fa-
diretamente relacionada aos crimes investigados.
tos, assinale a opção correta.
(A) O advogado de Marlene poderá interpor agravo de
Letra c.
instrumento.
Assunto abordado: Direito penal – Legislação especial –
(B) O advogado de Marlene nada poderá fazer, uma vez
Lei n. 10.826/2003.
que a referida decisão é irrecorrível.
Hudson não praticou crime, segundo a jurisprudência
(C) O advogado de Marlene poderá interpor agravo
do STJ. Uma vez realizado o registro da arma, o venci-
interno.
mento da autorização não caracteriza ilícito penal, mas
(D) O advogado de Marlene poderá interpor recurso es-
mera irregularidade administrativa que autoriza a apre-
pecial, por violação de norma infraconstitucional.
ensão do artefato e aplicação de multa (APn n. 686/AP,
Rel. Min. João Otávio de Noronha, Corte Especial, DJe
Letra c.
de 29/10/2015). Tal entendimento, todavia, é restrito
Assunto abordado: Ação rescisória, gratuidade de justi-
ao delito de posse ilegal de arma de fogo de uso per-
ça e recursos.
mitido (art. 12 da Lei n. 10.826/2003). Não há qualquer
CPC – Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator
óbice na apreensão da arma, já que a medida de busca
caberá agravo interno para o respectivo órgão colegia-
e apreensão domiciliar foi validamente determinada e a
do, observadas, quanto ao processamento, as regras do
jurisprudência admite a figura da serendipidade ou cri-
regimento interno do tribunal.
me achado, isto é, quando no curso de uma medida in-
vestigatória se tem notícia da prática de delito estranho
ao objeto inicial da investigação.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
54
Augusto, delegado de polícia, com a finalidade especí-
fica de prejudicar Mário, deixou injustificadamente de
comunicar no prazo legal a prisão em flagrante de Mário
à autoridade judiciária. Acerca da conduta de Augusto,
assinale a alternativa correta.
(A) A conduta de Augusto caracteriza crime de abuso de
autoridade e, caso seja condenado, Augusto perde-
rá, de forma automática, o cargo público ocupado.
(B) A conduta de Augusto caracteriza crime de abuso de
autoridade. Porém, a perda do cargo exige reincidên-
cia específica em delito dessa natureza.
(C) A conduta de Augusto caracteriza crime de prevari-
cação, e poderá ser decretada a suspensão do exercí-
cio do cargo público pelo prazo mínimo de 2 anos.
(D) A conduta de Augusto caracteriza crime de tráfico de
influência, e a perda do cargo público poderá ser decre-
tada mediante fundamentação expressa e específica.
Letra b.
Assunto abordado: Direito penal – Legislação especial –
Lei n. 13.869/2019.
Augusto praticou o crime descrito no art. 12 da Lei n.
13.869/2019, que tipifica os delitos de abuso de auto-
ridade. Conforme o art. 4º, inc. III e parágrafo único, da
referida lei, para fins de decretação da perda do cargo,
mandato ou função, exige-se a reincidência específica
em delito de abuso de autoridade.
55
Cleide, vendedora experiente, é demitida por Maria,
proprietária de uma loja de sapatos. Muito aborrecida,
Cleide decide se vingar da ex-patroa e planeja matá-la.
Determinado dia, Cleide pega a arma de seu esposo, que
é policial, e vai até a loja. Mira em direção ao caixa, já
que Maria usualmente ali permanece. Faz o disparo e
destrói a vitrine, mas não machuca ninguém. Naquele
dia, Maria não estava no caixa, pois precisou ir ao ban-
co e nenhuma vendedora havia chegado ao trabalho.
Na condição de advogado(a), você é consultado(a) por
Cleide. Assinale a alternativa correta quanto à adequada
interpretação da conduta, do ponto de vista defensivo.
(A) Cleide responderá por tentativa de homicídio contra
Maria e dano ao patrimônio, em concurso material.
(B) Cleide responderá apenas pelo crime de dano ao
patrimônio.
(C) A conduta de Cleide é atípica, podendo ser responsa-
bilizada apenas na esfera cível.
(D) Cleide responderá apenas por tentativa de homicí-
dio, restando absorvido o crime de dano.
Letra c.
Assunto abordado: Direito penal – Parte geral – Crime
impossível – Princípio da consunção.
Apesar do dolo de matar de Cleide, como Maria não es-
tava na loja no momento da conduta, observa-se a abso-
luta impropriedade do objeto e, assim, caracteriza-se o
crime impossível, nos termos do art. 17 do Código Penal.
O homicídio jamais poderia ocorrer, pois a vítima pre-
tendida não estava no local.
Cleide não deverá ser responsabilizada pelo dano à vi-
trine, pois não tinha desígnio autônomo de danificar
o patrimônio, sendo esta conduta simples etapa para
a prática do homicídio. Aplica-se, assim, o princípio da
consunção ou absorção.
56
Artur e Maíra são estudantes universitários e colegas no
curso de engenharia química. Determinado dia, em uma
aula no laboratório, estão aprendendo sobre substân-
cias ácidas e corrosivas. Por alguns instantes, Maíra re-
tira os óculos de proteção e, nesse momento, Artur, em
um comportamento desatento, espirra uma substância
corrosiva no rosto de Maíra. A moça é levada imediata-
mente ao hospital, mas seu rosto fica com uma deformi-
dade permanente. Acerca da situação hipotética, assina-
le a alternativa correta.
(A) Artur praticou lesão corporal gravíssima, já que teve como
resultado uma deformidade permanente na vítima.
(B) Artur praticou tentativa de homicídio, considerando
a natureza da substância corrosiva.
(C) Artur não praticou crime, sendo sua conduta atípica.
(D) Artur praticou lesão corporal culposa.
Letra d.
Assunto abordado: Direito penal – Parte especial – Le-
sões corporais.
Artur praticou lesão corporal culposa, nos termos do
art. 129, § 6º, do Código Penal. Artur não tinha dolo de
ferir Maíra, mas agiu de forma negligente, descuidada,
caracterizando a culpa. A classificação das lesões em le-
ves, graves e gravíssimas é feita para as lesões dolosas.
Como a lesão praticada por Artur é culposa, o resulta-
do deformidade permanente não altera a tipificação da
conduta, mas poderá eventualmente ser valorado na
dosimetria da pena.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
57
Roberto, primário, foi condenado pela prática do crime
de moeda falsa, por ter fabricado papel-moeda de curso
legal no país (real) e colocado trinta cédulas de R$ 50,00
(cinquenta reais) falsas em circulação na cidade de São
Paulo-SP. Acerca da situação hipotética apresentada, as-
sinale a alternativa correta.
(A) A competência para processar e julgar Roberto será
da Justiça Federal.
(B) No julgamento, Roberto poderá ser beneficiado com
a aplicação do princípio da insignificância, já que é
primário e a quantidade de papel-moeda falsificado
não foi expressiva.
(C) Roberto responderá pelo crime de moeda falsa por
duas vezes, já que praticou duas condutas, isso é, fa-
bricou e depois colocou em circulação o papel-moe-
da falso.
(D) Para que haja a condenação de Roberto, é desneces-
sária a perícia técnica nas cédulas.
Letra a.
Assunto abordado: Direito penal – Parte especial –
Moeda falsa.
O crime de moeda falsa, previsto no art. 289 do Código
Penal, é de competência da Justiça Federal, nos termos
do art. 109, inc. I, da Constituição Federal, considerando
que a fabricação de moeda compete privativamente ao
Banco Central.
O crime de moeda falsa não se compatibiliza com a apli-
cação do princípio da insignificância, pois o bem jurídico
tutelado é a fé pública, e a quantidade ou o valor das
cédulas apreendidas é irrelevante para a caracterização
do tipo penal, segundo já decidiu o STJ.
Considerando que Roberto fabricou a moeda falsa, a
colocação em circulação é um consectário lógico, carac-
terizando-se como post factum impunível. Não haverá
concurso de crimes, mas sim crime único.
Por se tratar de delito que deixa vestígios, é necessária a
perícia para a comprovação da materialidade do crime.
58
Ricardo praticou lesão corporal contra sua ex-compa-
nheira Paula, em razão de ciúmes e por estar insatisfei-
to com o término da relação amorosa. Paula registrou
boletim de ocorrência e pleiteou medidas protetivas de
urgência, com fundamento na Lei Maria da Penha. As
medidas de proibição de contato e aproximação foram
deferidas pelo juízo competente de imediato e Ricardo
devidamente intimado. Procurado por Ricardo na condi-
ção de advogado(a) para esclarecimentos sobre as me-
didas protetivas, assinale a orientação jurídica correta.
(A) Caso Ricardo descumpra a proibição de contato, po-
derá incorrer em crime de desobediência à medida
protetiva, tipificado na Lei Maria da Penha, delito
inafiançável na esfera policial.
(B) Caso Ricardo descumpra a proibição de contato, po-
derá incorrer em crime de desobediência à ordem
judicial, tipificado no Código Penal, delito afiançável
na esfera policial.
(C) As medidas protetivas de urgência podem ser aplica-
das cumulativamente e não poderão ser substituídas
ou revogadas antes do julgamento definitivo do pro-
cesso criminal.
(D) As medidas protetivas de urgência não poderiam ser
concedidas de imediato, havendo necessidade de
prévia manifestação do Ministério Público e da defe-
sa do suposto agressor.
Letra a.
Assunto abordado: Direito penal – Legislação especial –
Lei n. 11.340/2006.
Segundo o art. 24-A da Lei n. 11.340/2006, é crime des-
cumprir decisão judicial que defere medidas protetivas
de urgência previstas na Lei Maria da Penha. O art. 24-A
prevalece em face do crime de desobediência previsto
no Código Penal, considerando o princípio da especiali-
dade. Nos termos do § 2º do art. 24-A, na hipótese de
prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá
conceder fiança.
Segundo dispõe o art. 19, § 1º, da Lei Maria da Penha,
as medidas protetivas de urgência poderão ser concedi-
das de imediato, independentemente de audiência das
partes e de manifestação do Ministério Público, deven-
do este ser prontamente comunicado. E, conforme o §
2º do mesmo artigo, as medidas protetivas de urgência
serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão
ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior
eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei
forem ameaçados ou violados.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Direito Processual Penal
Lorena Ocampos
59
Concluídas as investigações do inquérito policial, a auto-
ridade policial indiciou Bruno, primário e de bons ante-
cedentes, como incurso nas sanções penais do delito de
lesão corporal de natureza gravíssima (Art. 129, §2º, CP
–pena: reclusão, de 2 a 8 anos). Bruno confessou formal
e circunstancialmente a prática da infração penal na de-
legacia. Nesse caso, o acordo de não persecução penal:
(A) poderá ser proposto diretamente pela autoridade
policial, considerando a confissão e a pena mínima
cominada ao delito.
(B) não poderá ser proposto, diante da natureza do deli-
to imputado.
(C) não poderá ser proposto, pois a pena máxima comi-
nada é superior a quatro anos.
(D) poderá ser proposto pelo órgão ministerial, mas não
pelo delegado, considerando a pena cominada e a
confissão em sede policial.
Letra b.
Assunto abordado: Acordo de não persecução penal –
Medidas despenalizadoras.
(A) Errada. De acordo com o art. 28-A do CPP, o Ministé-
rio Público é quem oferece o acordo de não persecução
penal, e não a autoridade policial.
(B) Certa. Trata-se de crime com violência. Portanto, é
vedado o oferecimento do benefício, conforme art. 28-
A, caput, do CPP.
(C) Errada. De acordo com o art. 28-A do CPP, para o ofe-
recimento do acordo de não persecução penal, leva-se
em consideração a pena mínima em abstrato cominada
ao delito, e não a máxima. A pena mínima da lesão cor-
poral gravíssima é inferior a quatro anos, mas na hipóte-
se, o benefício não pode ser proposto diante de ser um
crime violento.
(D) Errada. Como visto nas alternativas acima, o acordo
de não persecução penal não é cabível nessa hipótese.
60
Diego foi condenado em primeira instância pela prática
de crime de roubo, sendo aplicada em sentença pena
de cinco anos e quatro meses de reclusão, a ser cumpri-
da em regime inicial fechado. Em recurso de apelação,
exclusivo da defesa, o advogado de Diego requereu a
anulação da sentença por falta de fundamentação, a ab-
solvição do réu e, subsidiariamente, a redução da pena e
aplicação de regime inicial semiaberto. Em julgamento, a
sentença foi parcialmente mantida, alterando-se apenas
o regime de cumprimento da sanção imposta. Por una-
nimidade, foi afastada a alegação de nulidade e mantida
a condenação. Por maioria de votos, foi mantida a pena
aplicada, tendo um Desembargador votado pela sua re-
dução, e afastado o regime inicial fechado, fixando-se o
semiaberto. Intimada da decisão, a defesa poderá opor
recurso de embargos infringentes em busca do:
(A) reconhecimento de nulidade, absolvição e redução
da pena aplicada, enquanto o Ministério Público não
poderá apresentar recurso de embargos infringentes
em busca da aplicação do regime inicial fechado.
(B) reconhecimento de nulidade, absolvição e redução
da pena aplicada, enquanto o Ministério Público so-
mente poderá buscar a aplicação de regime inicial
fechado em recurso de embargos infringentes.
(C) reconhecimento de nulidade e redução da pena apli-
cada, somente, enquanto o Ministério Público não
poderá apresentar recurso de embargos infringentes
em busca da aplicação do regime inicial fechado.
(D) redução da pena aplicada, somente, enquanto o Mi-
nistério Público não poderá apresentar recurso de
embargos infringentes em busca da aplicação do re-
gime inicial fechado.
Letra d.
Assunto abordado: Recursos criminais – Embargos in-
fringentes.
De acordo com o art. 609, parágrafo único, do CPP, quan-
do não for unânime a decisão de segunda instância, des-
favorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e
de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez)
dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art.
613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão res-
tritos à matéria objeto de divergência.
Desse modo, os embargos infringentes e de nulidade
são recursos exclusivos da defesa, não sendo possível a
sua oposição pelo Ministério Público, devendo ser exclu-
ída a alternativa B.
Os embargos infringentes e de nulidade apenas são ca-
bíveis quanto à parte não unânime. No caso da questão,
por unanimidade, foi afastada a alegação de nulidade e
mantida a condenação. Portanto, quanto a essas maté-
rias, não cabem embargos, devendo ser excluídas as al-
ternativas A, B e C.
A matéria não unanime e desfavorável ao réu é a da re-
dução da pena, devendo ser marcada a alternativa D.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
61
Gerson, civilmente identificado, foi preso em flagrante
pelo crime de descaminho, cuja pena em abstrato é de
um a quatro anos de reclusão. Ele possui diversas passa-
gens na Vara da Infância e Juventude, sem, contudo, ter
qualquer condenação criminal por ato praticado depois
de alcançada a maioridade penal. Você, na condição de
advogado(a) de Gerson, sob o ponto de vista técnico, de-
verá requerer
(A) o relaxamento da prisão em flagrante em razão da falta
dos requisitos para a decretação da prisão preventiva.
(B) a concessão da liberdade provisória, já que é ilegal a
conversão da prisão em flagrante em preventiva com
base em registros infracionais praticados antes de o
indivíduo ter alcançado a maioridade.
(C) a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar.
(D) a concessão da liberdade provisória com medida
cautelar diversa da prisão, haja vista o não cabimen-
to da prisão preventiva.
Letra d.
Assunto abordado: Prisão provisória – Prisão preventiva.
Em que pese a prática de atos infracionais anteriores
servirem para a cautelaridade da prisão preventiva (ga-
rantia da ordem pública), com base no art. 312 do CPP,
no exemplo em questão não está presente a admissibili-
dade (cabimento) da prisão preventiva. Ausente o juízo
de legalidade do art. 313 do CPP. Note que a situação
não se encaixa em nenhuma das hipóteses do art. 313
do CPP: o crime não possui pena máxima superior a 4
anos, o preso não é reincidente em crime doloso, não
se trata de violência doméstica e familiar contra vulne-
ráveis, bem como o preso foi identificado. Desse modo,
deve ser concedida a liberdade provisória.
Art. 321 Ausentes os requisitos que autorizam a de-
cretação da prisão preventiva, o juiz deverá conce-
der liberdade provisória, impondo, se for o caso, as
medidas cautelares previstas no art. 319 deste Códi-
go e observados os critérios constantes do art. 282
deste Código.
62
Em uma Vara Criminal da capital, foram separados qua-
tro procedimentos para a análise de prisões preventivas:
I – Maria está presa preventivamente pelo crime de
roubo com emprego de arma de fogo e possui filho
de 8 anos de idade.
II – João, senhor de 81 anos de idade, está responden-
do preso preventivamente à ação penal em que se
imputa a prática de três crimes de estelionato.
III – José está preso pelo crime de corrupção, sendo o
único responsável pelos cuidados de seu filho de 10
anos de idade.
IV – Larissa está presa como acusada dos crimes de uso
de documento falso e moeda falsa, e possui uma
filha de 5 anos, mas não é a única responsável pela
criança, que também mora com o pai.
Com base nas previsões do Código de Processo Penal,
em especial dos artigos 317 a 318-B, há possibilidade de
você, como advogado(a), em tese, requerer e ter admiti-
da prisão domiciliar nos processos de:
(A) Maria, João, José e Larissa.
(B) João, José e Larissa, apenas.
(C) Maria e Larissa, apenas.
(D) João e Larissa, apenas.
Letra b.
Assunto abordado: Prisão domiciliar – Modo de cumpri-
mento da prisão preventiva.
Não é possível a substituição da prisão preventiva de
Maria pela prisão domiciliar, tendo em vista ter come-
tido crime com violência/grave ameaça, vedação que se
encontra expressa no art. 318-A, inciso I, do CPP.
Atenção especial à leitura dos artigos 318 e 318-A, do CPP:
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva
pela domiciliar quando o agente for:
I – maior de 80 (oitenta) anos;
II – extremamente debilitado por motivo de doen-
ça grave;
III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa
menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;
IV – gestante;
V – mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade
incompletos;
VI – homem, caso seja o único responsável pelos cuida-
dos do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos.
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá pro-
va idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo.
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher ges-
tante ou que for mãe ou responsável por crianças ou
pessoas com deficiência será substituída por prisão
domiciliar, desde que:
I – não tenha cometido crime com violência ou grave
ameaça a pessoa;
II – não tenha cometido o crime contra seu filho ou
dependente.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
63
Em determinado procedimento em que se busca apurar
o crime de organização criminosa, a autoridade policial
representou pela realização de interceptação telefônica
e pela busca domiciliar. Após ouvido o Ministério Público
e decisão judicial, foram realizadas providências caute-
lares de interceptação telefônica e busca domiciliar na
residência de Mauro para a obtenção de provas. Nessa
situação, durante o procedimento investigatório, você,
como advogado(a) de Mauro
(A) terá direito de acessar os relatórios e as demais diligên-
cias da interceptação telefônica ainda em andamento.
(B) terá direito de acessar os relatórios de cumprimento
dos mandados de busca e apreensão e os respectivos
autos de apreensão.
(C) terá amplo acesso aos autos do inquérito policial e
das demais diligências.
(D) estará impedido de acessar os autos de apresenta-
ção e apreensão já lavrados.
Letra b.
Assunto abordado: Inquérito policial – Acesso da defesa.
O Estatuto da OAB, no seu art. 7º (direitos do advogado),
prevê que o advogado possui amplo acesso aos autos
de investigação criminal. No entanto, no ano de 2008,
o STF realizou importante ponderação na Súmula Vin-
Direito do Trabalho
culante n. 14, com a finalidade de não frustrar diligên-
cias importantes que possam estar em curso. Veja o teor
Rogério Dias
da Súmula:
É direito do defensor, no interesse do representado,
ter acesso amplo aos elementos de prova que, já do-
cumentados em procedimento investigatório realiza-
do por órgão com competência de polícia judiciária,
digam respeito ao exercício do direito de defesa.
Desse modo, o advogado poderá ter acesso aos elemen-
tos de prova que já foram documentados, mas aquelas
diligências que ainda estão em andamento não poderão
ser fornecidas ao patrono.
64
Guilherme foi vítima de crime de ação penal pública con-
dicionada à representação. Logo após os fatos, compa-
receu em sede policial e, oralmente, manifestou ao de-
legado o interesse em representar em face do autor dos
fatos. Diante disso, foi oferecida denúncia pelo Ministé-
rio Público. Guilherme, porém, se arrependeu e demons-
trou interesse em se retratar da representação enquanto
a denúncia não era recebida. Considerando apenas as
informações narradas, é correto afirmar que Guilherme
(A) não poderá se retratar da representação, já que o Có-
digo de Processo Penal não admite retratação.
(B) poderá se retratar da representação, mesmo após o
recebimento da denúncia.
(C) poderá se retratar da representação, tendo em vista
que a denúncia não foi recebida.
(D) não poderá se retratar da representação, tendo em
vista que a denúncia já foi oferecida.
Letra d.
Assunto abordado: Ação penal pública.
Sobre o instituto da retração, a questão cobra do(a)
aluno(a) o conhecimento a respeito do art. 25 do CPP:
Art. 25. A representação será irretratável, depois de
oferecida a denúncia.
Atenção à exceção (mas que não foi cobrada na questão):
Se for Lei Maria da Penha, Lei n. 11.340/2006 – re-
presentação será irretratável depois do recebimento
da denúncia:
Lei n. 11.340/2006 – Art. 16. Nas ações penais pú-
blicas condicionadas à representação da ofendida de
que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à repre-
sentação perante o juiz, em audiência especialmente
designada com tal finalidade, antes do recebimento
da denúncia e ouvido o Ministério Público.
65
A empresa Jotta Ltda. abriu processo seletivo para preen-
chimento de duas vagas. Uma vaga é para trabalhar em
regime de teletrabalho e a outra vaga é para trabalhar
presencialmente. Dois empregados foram selecionados:
João, que é casado e tem um filho de 1 ano de idade; e
Maria, que é solteira e sem filhos. Nessa situação,
(A) Maria tem preferência para a vaga em regime de
teletrabalho.
(B) João deverá ficar com a vaga presencial.
(C) João tem preferência para a vaga em regime de tele-
trabalho.
(D) Não há que se falar em preferências para as vagas em
regime de teletrabalho.
Letra c.
Assunto abordado: Teletrabalho.
Os empregadores deverão dar prioridade aos empre-
gados com deficiência e aos empregados com filhos ou
criança sob guarda judicial até 4 (quatro) anos de idade
na alocação em vagas para atividades que possam ser
efetuadas por meio do teletrabalho ou trabalho remoto,
de acordo com o art. 75-D da CLT.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
66
A empresa Zetta Ltda. deu ciência ao empregado Odair
que suas férias terão início no dia 1º de novembro, vés-
pera do feriado de Finados, com 30 dias de antecedên-
cia. Nessa situação,
(A) não há qualquer irregularidade.
(B) o prazo de aviso prévio de férias seria de 15 dias.
(C) a data de início das férias está incorreta.
(D) a época das férias é a que melhor comporte os inte-
resses do empregado.
Letra c.
Assunto abordado: Férias.
É vedado o início das férias no período de dois dias que
antecede feriado ou dia de repouso semanal remunera-
do, de acordo com o art. 134, § 3º, da CLT.
67
Judson Lima é agente de autoridade de trânsito e duran-
te suas atividades está constantemente sujeito a atrope-
lamentos, colisões e outras espécies de acidente. Com
isso, Judson tem direito a receber
(A) adicional de periculosidade.
(B) adicional de insalubridade.
(C) adicionais de insalubridade e periculosidade.
(D) adicional de penosidade.
Letra a.
Assunto abordado: Adicionais.
São consideradas atividades ou operações perigosas, na
forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do
Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou
métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em
virtude de exposição permanente do trabalhador a co-
lisões, atropelamentos ou outras espécies de acidentes
ou violências nas atividades profissionais dos agentes das
autoridades de trânsito, com base no art. 193, III, da CLT.
68
Roberta trabalhava para a empresa Dreyer Ltda. e foi dis-
pensada sem justa causa e com aviso prévio indenizado,
a partir de 3 de novembro de 2023. No dia 9 de novem-
bro de 2023, Roberta confirmou sua gravidez e informou
à sua empregadora. Nessa situação,
(A) Roberta não tem estabilidade.
(B) Roberta tem estabilidade.
(C) o aviso prévio indenizado não gera direito à estabilidade.
(D) a comunicação tem que ser antes do aviso prévio
para ter estabilidade.
Letra b.
Assunto abordado: Estabilidade.
A confirmação do estado de gravidez advindo no cur-
so do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo
do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à
empregada gestante a estabilidade provisória prevista
na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposi-
ções Constitucionais Transitórias, de acordo com o art.
391-A da CLT.
69
A empresa Brugger Ltda. tem 60 empregados e vinha
enfrentando dificuldades financeiras desde a pandemia.
Por isso, em outubro de 2023, a empresa decidiu dispen-
sar todos os seus empregados e encerrar suas ativida-
des. Nessa situação,
(A) para que a dispensa seja válida, é necessária a cele-
bração de convenção coletiva de trabalho.
(B) a empresa não precisa de autorização do sindicato
para efetivar as dispensas.
(C) havia a necessidade de celebração de acordo coletivo.
(D) a legislação é omissa sobre o tema.
Letra b.
Assunto abordado: Extinção contratual.
As dispensas imotivadas individuais, plúrimas ou co-
letivas equiparam-se para todos os fins, não havendo
necessidade de autorização prévia de entidade sindical
ou de celebração de convenção coletiva ou acordo co-
letivo de trabalho para sua efetivação, com base no art.
477-A da CLT.
Direito Processual do Trabalho
Aryanna Linhares
70
O Sindicato de Trabalhadores em Empresas de Des-
manche de Veículos teve seu dissídio coletivo de gre-
ve julgado improcedente pelo TRT de sua região, e foi
condenado a pagar uma multa de R$ 75.000,00 por dia,
caso descumprisse a decisão e não restabelecesse as
atividades laborais imediatamente. Considerando que o
Sindicato está inconformado e deseja reverter a decisão,
indique a opção correta.
(A) O Sindicato poderá interpor agravo de petição ao Tri-
bunal Superior do Trabalho no prazo de 8 dias.
(B) O Sindicato poderá interpor recurso de revista ao Tri-
bunal Superior do Trabalho no prazo de 8 dias.
(C) O Sindicato poderá interpor embargos de divergência
ao Tribunal Superior do Trabalho no prazo de 8 dias.
(D) O Sindicato poderá interpor recurso ordinário ao Tri-
bunal Superior do Trabalho no prazo de 8 dias.
Letra d.
Assunto abordado: Sistema recursal trabalhista – Recur-
so ordinário – Dissídio coletivo.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Art. 895, CLT. Cabe recurso ordinário para a instância
superior:
II – das decisões definitivas ou terminativas dos Tri-
bunais Regionais, em processos de sua competência
originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios
individuais, quer nos dissídios coletivos.
(A) Errada. Agravo de petição, alicerçado no art. 897,
a, da CLT, é o recurso adequado para impugnar as de-
cisões do juiz recorríveis na execução. O enunciado nos
apresenta um dissídio coletivo de greve, e não uma exe-
cução. Sendo assim, não cabe a interposição de agravo
de petição.
(B) Errada. Desde que cumpridos os requisitos aponta-
dos nos arts. 896 a 896-C da CLT, o recurso de revista é
cabível, nos dissídios individuais, em duas hipóteses: de
decisão de TRT em recurso ordinário e de decisão do TRT
em agravo de petição. O caso apresentado no enunciado
é um dissídio coletivo de greve, ou seja, não se enquadra
em nenhuma das duas hipóteses. Sendo assim, não cabe
a interposição de recurso de revista.
(C) Errada. Os embargos de divergência no processo do
trabalho só são cabíveis das decisões das turmas que
divergirem entre si ou das decisões proferidas pela Se-
ção de Dissídios Individuais, ou contrárias à súmula ou
orientação jurisprudencial do TST ou súmula vinculante
do STF (art. 894, II, CLT). O caso do enunciado não se
enquadra em nenhum desses casos, ou seja, não cabe a
interposição de recurso de embargos divergentes.
(D) Certa. Essa é a resposta correta, pois o Sindicato po-
derá interpor recurso ordinário ao Tribunal Superior do
Trabalho no prazo de 8 dias, conforme prevê o inciso II
do art. 895 da CLT.
71
São títulos executáveis no processo do trabalho, exceto:
(A) sentenças transitadas em julgado, sentenças sujeitas
a recurso desprovido de efeito suspensivo, acordos
judiciais não cumpridos e a sentença arbitral, quan-
do condenatória.
(B) termos de compromisso de ajustamento de conduta
firmados perante o Ministério Público do Trabalho e
termos de conciliação firmados perante a comissão
de conciliação prévia.
(C) cheque, nota promissória, multas inscritas na dívida
ativa da União provenientes dos autos de infração
lavrados pelos auditores-fiscais do trabalho e cré-
ditos previdenciários devidos em decorrência das
sentenças ou acordos proferidos pelos juízes e Tri-
bunais do Trabalho.
(D) termo de rescisão do contrato de trabalho desacom-
panhado do recibo de pagamento das verbas rescisó-
rias ou do comprovante de depósito.
Letra d.
Assunto abordado: Execução de títulos judiciais e ex-
trajudiciais.
Art. 876, CLT. As decisões passadas em julgado ou das
quais não tenha havido recurso com efeito suspen-
sivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos
de ajuste de conduta firmados perante o Ministério
Público do Trabalho e os termos de conciliação firma-
dos perante as Comissões de Conciliação Prévia serão
executadas pela forma estabelecida neste Capítulo.
Art. 13, IN 39/16. Por aplicação supletiva do art. 784,
I (art. 15 do CPC), o cheque e a nota promissória emi-
tidos em reconhecimento de dívida inequivocamente
de natureza trabalhista também são títulos extraju-
diciais para efeito de execução perante a Justiça do
Trabalho, na forma do art. 876 e segs. da CLT.
Art. 15, CPC. Na ausência de normas que regulem
processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos,
as disposições deste Código lhes serão aplicadas su-
pletiva e subsidiariamente.
Art. 784, CPC. São títulos executivos extrajudiciais:
I – a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata,
a debênture e o cheque;
Art. 114, CF. Compete à Justiça do Trabalho processar
e julgar:
VII – as ações relativas às penalidades administrativas
impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscaliza-
ção das relações de trabalho;
Art. 784, CPC. São títulos executivos extrajudiciais:
IV – o instrumento de transação referendado pelo Mi-
nistério Público, pela Defensoria Pública, pela Advo-
cacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por
conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
Art. 31, Lei n. 9.037/1996. A sentença arbitral produz,
entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos
da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciá-
rio e, sendo condenatória, constitui título executivo.
(A) Certa. Conforme o art. 876 da CLT, são títulos passí-
veis de execução no processo do trabalho as sentenças
transitadas em julgado, as sentenças sujeitas a recurso
desprovido de efeito suspensivo, os acordos judiciais
não cumpridos e a sentença arbitral (art. 31, Lei n.
9.037/1996), quando condenatória.
(B) Certa. Conforme o art. 13, IN 39/16 e art. 784, I, CPC,
são títulos passíveis de execução no processo do traba-
lho os termos de compromisso de ajustamento de con-
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
duta firmados perante o Ministério Público do Trabalho
e os termos de conciliação firmados perante a comissão
de conciliação prévia.
(C) Certa. Com base no art. 114, VII, CF, Súmula n. 368,
I, do TST, art. 876, parágrafo único, da CLT, Súmula Vin-
culante n. 53, STF e no art. 784, IX, CPC, são títulos pas-
síveis de execução no processo do trabalho cheque,
nota promissória, multas inscritas na dívida ativa da
União provenientes dos autos de infração lavrados pelos
auditores-fiscais do trabalho e créditos previdenciários
devidos em decorrência das sentenças condenatórias ou
acordos proferidos pelos juízes e Tribunais do Trabalho.
(D) Errada. O termo de rescisão do contrato de trabalho
não é título executivo por falta de previsão legal.
72
No dia 30 de dezembro é publicada uma sentença na
Justiça do Trabalho. Nela, o reclamado foi condenado ao
pagamento de adicional de periculosidade, horas extras
e outras verbas rescisórias ao reclamante. O reclamado,
porém, não se conforma com a decisão, já que entende
ter honrado com todos os pagamentos devidos, confor-
me acredita ter provado durante o processo. Diante dis-
so, recorrerá. Com base no que prevê a legislação atual-
mente vigente, o reclamado deve recorrer da sentença
no prazo legal, que será contado a partir do dia:
(A) 7 de janeiro, quando termina o recesso forense (20
de dezembro a 6 de janeiro) e a consequente inter-
rupção dos prazos.
(B) 21 de janeiro, pois, no período de 20 de dezembro a
20 de janeiro, inclusive, os prazos ficam suspensos.
(C) 7 de janeiro, quando termina o recesso forense (20
de dezembro a 6 de janeiro) e a consequente suspen-
são dos prazos.
(D) 21 de janeiro, pois, no período de 20 de dezembro a 20
de janeiro, inclusive, os prazos ficam interrompidos.
Letra b.
Assunto abordado: Atos, termos e prazos processuais.
Art. 775-A, CLT. Suspende-se o curso do prazo proces-
sual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e
20 de janeiro, inclusive.
(A) Errada. Em primeiro lugar, é preciso atentar para o
fato de que, no final do ano, não ocorre a interrupção
dos prazos, mas sim a SUSPENSÃO. Em segundo lugar,
recordemos que, antes da reforma trabalhista, o único
período, no final do ano, em que os prazos ficavam sus-
pensos era o recesso forense, que vai de 20 de dezem-
bro a 6 de janeiro. Com a reforma, a suspensão dos pra-
zos no final do ano passou a ser do dia 20 de dezembro
a 20 de janeiro, conforme dispõe o art. 775-A da CLT.
Então, não se pode mais dizer que o prazo inicia em 7
de janeiro.
(B) Certa. O prazo para a empresa recorrer tem início
em 21 de janeiro, pois os prazos ficam suspensos de 20
de dezembro a 20 de janeiro, inclusive, conforme o art.
775-A da CLT.
(C) Errada. Antes da reforma trabalhista, o único perío-
do, no final do ano, em que os prazos ficavam suspensos
era o recesso forense, que vai de 20 de dezembro a 6
de janeiro. Com a reforma, a suspensão dos prazos no
final do ano passou a ser do dia 20 de dezembro a 20 de
janeiro, conforme dispõe o art. 775-A da CLT. Então, não
se pode mais dizer que o prazo inicia em 7 de janeiro.
(D) Errada. Temos aqui que nos atentar para duas ques-
tões. A primeira é que o prazo para a empresa recorrer
tem início em 21 de janeiro, já que os prazos ficam sus-
pensos de 20 de dezembro a 20 de janeiro, inclusive, con-
forme o art. 775-A da CLT. Até aí, essa opção estaria cor-
reta. Entretanto, a parte final da questão está errada, pois
os prazos NÃO são interrompidos, mas sim SUSPENSOS.
73
Bruni ajuizou reclamação trabalhista contra sua ex-em-
pregadora postulando horas extras, adicional de insa-
lubridade e equiparação salarial. No dia anterior ao da
audiência, a defesa e documentos foram anexados ao
processo judicial eletrônico. Na data da audiência esta-
vam presentes o reclamante, seu advogado e o advogado
da reclamada. Segundo este, o preposto estava a caminho
do fórum e chegaria apenas 15 minutos atrasado, razão
pela qual pediu que o juiz o esperasse para dar início à
sessão. O juiz indeferiu o pedido do advogado da reclama-
da, determinou o desentranhamento da defesa e dos do-
cumentos e proferiu a sentença condenando a reclamada
ao pagamento de todas as verbas postuladas. Acerca do
caso apresentado, assinale a alternativa correta.
(A) O juiz não agiu corretamente ao determinar o desen-
tranhamento da defesa e dos documentos da recla-
mada dos autos, pois embora o preposto não esti-
vesse presente na audiência, o seu advogado estava.
(B) O juiz não agiu corretamente, pois há tolerância de
15 minutos para o atraso das partes em audiência.
(C) O juiz não agiu corretamente, pois há tolerância de
30 minutos para o atraso das partes em audiência.
(D) O juiz agiu corretamente ao determinar o desentra-
nhamento da defesa e dos documentos dos autos,
uma vez que o preposto não estava presente.
Letra a.
Assunto abordado: Audiências.
OJ 245, SDI-1, TST.REVELIA. ATRASO. AUDIÊNCIA. Ine-
xiste previsão legal tolerando atraso no horário de
comparecimento da parte na audiência.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Art. 844, CLT. O não comparecimento do reclamante à
audiência importa o arquivamento da reclamação, e o
não comparecimento do reclamado importa revelia,
além de confissão quanto à matéria de fato.
§ 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o ad-
vogado na audiência, serão aceitos a contestação e os
documentos eventualmente apresentados. (Incluído
pela Lei n. 13.467, de 2017)
Não há tolerância para o atraso das partes em audi-
ência (OJ 245, SDI-1, do TST), logo o juiz agiu correta-
mente ao recusar-se a esperar a chegada do preposto
da reclamada. Entretanto, equivocou-se ao determinar
o desentranhamento da contestação e dos documentos
da reclamada dos autos, pois, nos termos do art. 844,
§ 5º, da CLT, mesmo que o reclamado não compareça
à audiência, se o seu advogado estiver presente, o juiz
deve receber a contestação e os documentos.
74
Gepeto trabalhava para a madeireira Florença. Ao ser
dispensado e não receber todas as verbas devidas, ajui-
zou reclamação trabalhista em face da ex-empregadora.
Nela, pleiteou diversos direitos. À causa atribuiu o valor
de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais). Agora, Gepe-
to tem o ônus de provar suas alegações em audiência.
Para isso, ele poderá ouvir testemunhas, limitadas ao
número de:
(A) três, para cada fato.
(B) duas, para cada fato.
(C) três.
(D) duas.
Letra c.
Assunto abordado: Audiência – Provas – Testemunhas
– quantidade.
Art. 852-A, CLT. Os dissídios individuais cujo valor não
exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na
data do ajuizamento da reclamação ficam submeti-
dos ao procedimento sumaríssimo.
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento su-
maríssimo as demandas em que é parte a Administra-
ção Pública direta, autárquica e fundacional.
Art. 852-H, CLT. Todas as provas serão produzidas na
audiência de instrução e julgamento, ainda que não
requeridas previamente.
§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada
parte, comparecerão à audiência de instrução e julga-
mento independentemente de intimação.
Art. 821, CLT. Cada uma das partes não poderá indicar
mais de três testemunhas, salvo quando se tratar de
inquérito, caso em que esse número poderá ser ele-
vado a seis.
Considerando que se trata de uma reclamação trabalhis-
ta e que, à causa, foi atribuído o valor de R$ 120.000,00
(cento e vinte mil reais), dois são os pontos a serem
considerados:
1º – o rito adotado será o ordinário (e não o sumarís-
simo), tendo em vista que seu valor excede a quarenta
vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento
da ação (Art. 852-A, CLT);
2º – com base no art. 821 da CLT, o autor poderá apre-
sentar até três testemunhas, já que não é um inquérito.
Diante disso, a opção correta é a letra C, pois o autor
poderá ouvir testemunhas, limitadas ao número de três.
Direito Previdenciário
Fernando Maciel
75
Ulisses dos Santos, operário de 45 anos de idade, foi
vítima de grave acidente de trabalho na data de 14 de
janeiro de 2020, o qual lhe acarretou invalidez perma-
nente para o trabalho. Após ser submetido à perícia mé-
dica federal, Ulisses recebeu o benefício previdenciário
de aposentadoria por incapacidade permanente. Acerca
do prazo de duração e hipóteses de suspensão desse be-
nefício, assinale a alternativa correta.
(A) O benefício será concedido de forma vitalícia em vir-
tude da idade de 45 anos de Ulisses.
(B) O benefício será suspenso na hipótese de Ulisses
se negar a realizar uma cirurgia indicada e custeada
pelo INSS.
(C) O benefício não será suspenso na hipótese de Ulisses
se negar a realizar uma transfusão de sangue.
(D) Após completar 55 anos de idade e 10 anos de per-
cepção do benefício, Ulisses estará desobrigado de
se submeter a exame médico pericial para avalia-
ção das condições que ensejaram sua concessão
ou manutenção.
Letra c.
Assunto abordado: Aposentadoria por incapacidade
permanente.
A letra C está certa, pois conforme o art. 101, III, da Lei
n. 8.213/1991, a realização do procedimento de transfu-
são de sangue é uma faculdade do segurado que estiver
recebendo a aposentadoria por incapacidade perma-
nente, sendo que sua recusa não acarretará a suspensão
do benefício. Referido dispositivo também serve de fun-
damento para evidenciar o erro da alternativa B, pois a
recusa em se submeter a uma cirurgia também não acar-
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
reta a suspensão do benefício. A letra A está errada pois,
ao contrário da pensão por morte, que pode ser vitalícia
para os casos de cônjuges/companheiros com 45 anos
ou mais, a aposentadoria por incapacidade permanen-
te é concedida enquanto o segurado permanecer nessa
condição. Por fim, a letra D está errada pois os segurados
estão dispensados de se submeter à perícia médica fe-
deral (pente-fino do INSS) quando completarem 55 anos
de idade e 15 anos de recebimento do benefício por in-
capacidade, ou então quando completarem 60 anos de
idade, conforme previsto no art. 101, § 1º, I e II, da Lei
n. 8.213/1991.
76
Paulo Viana foi submetido a avaliação biopsicossocial
realizada por perito médico federal e assistente social,
oportunidade em que foi qualificado como pessoa com
deficiência. Diante desse cenário, assinale a alternativa
correta em matéria de benefício de aposentadoria.
(A) Cumprida a carência de 15 anos, Paulo poderá se
aposentar por idade aos 65 anos.
(B) Cumprida a carência de 15 anos, Paulo poderá se
aposentar por idade aos 62 anos.
(C) Cumprida a carência de 15 anos, Paulo poderá se
aposentar por idade aos 60 anos, exceto no caso de
deficiência leve.
(D) Cumprida a carência de 15 anos, Paulo poderá se
aposentar por idade aos 60 anos, independentemen-
te do grau de sua deficiência.
Letra d.
Assunto abordado: Aposentadoria especial PCD.
A aposentadoria especial da pessoa com deficiência
possui fundamento constitucional no art. 201, § 1º, I, da
CF/1988, estando disciplinada nos arts. 70-A a 70-J do
RPS, os quais preveem duas modalidades de aposenta-
doria, quais sejam: por idade ou por tempo de contri-
buição. No caso de aposentadoria por tempo de contri-
buição, o grau de deficiência é levado em consideração
(art. 70-B), ao passo que a aposentadoria por idade da
PCD independe do grau de deficiência, sendo concedida,
cumprida a carência de 15 anos, ao segurado homem
que completar 60 anos e a mulher 55 anos (art. 70-C).
Direito Financeiro
Anderson Ferreira
77
De acordo com a Lei n. 4.320 de 1964, com relação ao
orçamento público, temos as receitas públicas correntes
e de capital.
De acordo com a referida Lei, assinale a alternativa que
indica uma receita de capital.
(A) Receitas de contribuições.
(B) Superávit do orçamento corrente.
(C) Receitas tributárias.
(D) Receitas industriais.
Letra b.
Assunto abordado: Lei n. 4.320/1964 (Receita Pública).
A questão tem como fundamento os §§ 1º e 2º do art. 11
da Lei n. 4.320/1964. Veja:
Art. 11 A receita classificar-se-á nas seguintes cate-
gorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de
Capital. (Redação dada pelo Decreto Lei n. 1.939,
de 1982)
§ 1º São Receitas Correntes as receitas tributária, de
contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial,
de serviços e outras e, ainda, as provenientes de re-
cursos financeiros recebidos de outras pessoas de
direito público ou privado, quando destinadas a aten-
der despesas classificáveis em Despesas Correntes.
(Redação dada pelo Decreto Lei n. 1.939, de 1982)
§ 2º São Receitas de Capital as provenientes da rea-
lização de recursos financeiros oriundos de constitui-
ção de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e
direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de
direito público ou privado, destinados a atender des-
pesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda,
o superavit do Orçamento Corrente. (Redação dada
pelo Decreto Lei n. 1.939, de 1982)
Portanto, a partir dos referidos dispositivos legais, fica
claro que o superávit do orçamento corrente é conside-
rado receita de capital e, portanto, a alternativa B é o
gabarito da presente questão.
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
78
No que concerne às vedações previstas no artigo 167 da
Constituição, analise os itens a seguir.
I – É vedada a concessão ou utilização de créditos
ilimitados.
II – É proibido o início de programas ou projetos não
incluídos na lei orçamentária anual.
III – É permitida a abertura de crédito suplementar ou
especial sem prévia autorização legislativa e sem
indicação dos recursos correspondentes.
Está correto o que se afirma em:
(A) somente I.
(B) somente II e III.
(C) somente II.
(D) somente I e II.
Letra d.
Assunto abordado: Lei n. 4.320/1964 (Despesa Pública).
A presente questão tem como fundamento o impor-
tante art. 167 da Constituição, que enumera, em seus
incisos, as vedações constitucionais orçamentárias. As-
sim, temos:
I. Certa. É o que preceitua o inciso VII do art. 167 da
Constituição. Veja:
Art. 167. São vedados:
(...)
VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
II. Certa. É a primeira vedação enumerada no referido
artigo constitucional. Veja:
Art. 167. São vedados:
(...)
I – o início de programas ou projetos não incluídos na
lei orçamentária anual;
III. Errada. A referida operação também é vedada, a par-
tir do que preceitua o inciso V do referido artigo. Veja:
Art. 167. São vedados:
(...)
V – a abertura de crédito suplementar ou especial
sem prévia autorização legislativa e sem indicação
dos recursos correspondentes;
Direito Eleitoral
Odair José
79
Após dois anos de exercício do mandato de deputado
federal, João teve o seu mandato cassado por quebra
de decoro parlamentar, nos termos do art. 55, inc. II, da
Constituição Federal. Como consequência, João se tor-
nou inelegível para qualquer cargo eletivo, razão pela
qual consultou seu advogado para saber qual o prazo de
inelegibilidade recaía sobre ele.
O advogado consultado respondeu corretamente que
(A) João está inelegível pelo prazo de oito anos, a con-
tar do período remanescente para o cargo que havia
sido eleito.
(B) a inelegibilidade de João é de oito anos, a contar do
término do mandato para o qual havia sido eleito.
(C) são dez anos de inelegibilidade de João. Serão conta-
bilizados os dois anos remanescentes do cargo para
o qual havia sido eleito e os oito anos subsequentes
ao término da legislatura.
(D) caso João tenha renunciado ao mandato antes de
abertura de processo disciplinar no Conselho de Éti-
ca da Câmara Federal, não recairá sobre ele qualquer
causa de inelegibilidade.
Letra c.
Assunto abordado: Inelegibilidade – Quebra de decoro
parlamentar.
(A) Errada. A inelegibilidade de João é de dez anos, por-
que os dois anos remanescentes do término do manda-
to serão somados aos oitos após o término da legislatura
(LC n. 64/1990, art. 1º, inc. I, alínea b).
(B) Errada. É de dez anos, conforme explicação acima.
(C) Certa. Está em conformidade ao que dispõe a alínea
b do art. 1º, inc. I, da LC n. 64/1990, a inelegibilidade,
para quem perde o mandato em razão de quebra de
decoro parlamentar, projeta-se desde a cassação, con-
tabilizando o tempo remanescente para o término do
mandato e mais oito anos subsequentes.
(D) Errada. Com a introdução da LC n. 135/2010 (Lei da
Ficha Limpa), que alterou a LC n. 64/1990, uma vez aber-
to processo no Conselho de Ética da Casa Legislativa, a
renúncia ao mandato não impede a inelegibilidade do
parlamentar (LC n. 64/1990, art. 1º, inc. I, alínea k).
5º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º

80
Ao término do seu mandato de vereadora, Maria, eleita
pelo partido Alfa, filiou-se em nova agremiação partidá-
ria no período de trinta dias que antecedeu o prazo de
filiação exigido em lei para concorrer às eleições. Contu-
do, está receosa de perder o mandato por infidelidade
partidária, razão pela qual consultou o seu advogado a
respeito da sua decisão.
O seu advogado respondeu corretamente que Maria
(A) deverá perder o mandato, porque a mudança de par-
tido deveria ter ocorrido com o consentimento do
seu partido.
(B) não perderá o mandato, porque a mudança de par-
tido ocorreu após cumpridos mais de dois anos de
mandato pela legenda pela qual foi eleita.
(C) perderá o mandato e a ação será processada e julga-
da pelo juiz eleitoral da circunscrição eleitoral pela
qual Maria foi eleita.
(D) não perderá o mandato, porque a migração para o
novo partido se deu no prazo legal, configurando jus-
ta causa.

Letra d.
Assunto abordado: Fidelidade partidária – Competência
da Justiça Eleitoral.
(A) Errada. Embora o consentimento do partido seja
uma justa causa para mudança de partido (CF/1988, art.
17, § 6º), a decisão de Maria está amparada na Lei n.
9.096/1995, art. 22-A, parágrafo único, inc. III.
(B) Errada. Não há essa previsão como justa causa.
(C) Errada. Não perderá o mandato, porque sua deci-
são está amparada na Lei n. 9.096/1995, art. 22-A, pa-
rágrafo único, inc. III; ademais, juízes eleitorais não têm
competência para processar e julgar ações de perda de
mandato por infidelidade partidária. Essa competência é
somente dos TREs e do TSE.
(D) Certa. A decisão de Maria está amparada pela Lei n.
9.096/1995, art. 22-A, parágrafo único, inc. III. Trata-se
de uma justa causa.