ORDEM DO GRA

NCU
RS
OS
ON
LIN
E
ORDEM DOS ADVOGADOS
SIMULADO PREPARATÓRIO DO BRASIL

Prova Escrita Objetiva

SIMULADO
XXXI EXAME DE ORDEM

GV va
INFORMAÇÕES GERAIS

pro
• As questões objetivas têm quatro alternativas de resposta
(A, B, C, D) e somente uma delas está correta
SUA PROVA • Verifique se seu caderno está completo, sem repe-

ba de
tição de questões ou falhas. Caso contrário, notifi-

aF
que imediatamente o fiscal da sala, para que sejam
Além deste caderno de provas, contendo oitenta
tomadas as devidas providências
questões objetivas, você receberá do fiscal de sala:
to
• Confira seus dados pessoais, especialmente nome,
• uma folha de respostas das questões objetivas
nc número de inscrição e documento de identidade,
a
e leia atentamente as instruções para preencher a
folha de respostas
do form

• Use somente caneta esferográfica, fabricada em

TEMPO material transparente, com tinta preta ou azul
la

• Assine seu nome apenas no(s) espaço(s) reservado( s)

• Confira seu cargo, cor e tipo do caderno de provas.
• 4 horas e 30 minutos é o período disponí-
pe

Caso tenha recebido caderno de cargo, cor ou tipo

no

vel para a realização da prova, já incluído o diferente do impresso em sua folha de respostas, o
tempo para a marcação da folha de respostas fiscal deve ser obrigatoriamente informado para o
da prova objetiva devido registro na ata da sala
do

• 3 horas após o início da prova é possível • O preenchimento das respostas da prova objetiva
retirar­se da sala, sem levar o caderno de provas é de sua responsabilidade e não será permitida a
ca

• 30 minutos antes do término do período de troca da folha de respostas em caso de erro

ea

prova é possível retirar-se da sala levando o • Reserve tempo suficiente para o preenchimento de
pli

caderno de provas suas respostas. Para fins de avaliação, serão levadas em

as

consideração apenas as marcações realizadas na folha

de respostas da prova objetiva, não sendo permitido

a

B

anotar informações relativas às respostas em qualquer

outro meio que não seja o caderno de provas
• A FGV coletará as impressões digitais dos candida-
NÃO SERÁ PERMITIDO tos na lista de presença
• Os candidatos serão submetidos ao sistema de
detecção de metais quando do ingresso e da saída
• Q
ualquer tipo de comunicação entre os can- de sanitários durante a realização das provas
didatos durante a aplicação da prova Boa sorte!
•
Levantar da cadeira sem autorização do
fiscal de sala
• Usar o sanitário ao término da prova, após
deixar a sala

Livro Eletrônico
 OAB – XXXI
ÉTICA PROFISSIONAL (MARIA CHRISTINA)
1 (C) O mandato de vereador não se inclui dentre as situ-
A empresa Blazute promove ação de responsabilidade
civil em face da empresa Borelli. No curso do processo,
surge decisão judicial, atacada por recurso apresen-
tado pelo representante judicial da empresa autora, o
advogado Nilton. Tal recurso não tem previsão legal de
sustentação oral. Apesar disso, o advogado comparece
à sessão de julgamento e requer ao tribunal o tempo
necessário para a sustentação referida. Nos termos das
normas estatutárias, é correto afirmar que
(A) é direito do advogado a sustentação oral em todos
os recursos.
(B) o direito à sustentação oral está vinculado à sua pre-
visibilidade recursal.
(C) o direito à sustentação oral será por trinta minutos.
(D) a sustentação oral dependerá do relator do recurso.
2 te de possível cura voltará com novo número de OAB.
Alice Rocha é sócia de determinada sociedade de advo-
gados com sede no DF e filial na Bahia. Foi convidada a
integrar, cumulativamente e como sócia, os quadros de
outra sociedade de advogados, esta com sede na Bahia,
e sem filiais. Aceitou o convite e rapidamente providen-
ciou sua inscrição suplementar na OAB/BA, tendo em
vista que passaria a exercer habitualmente a profissão
nesse estado.
(A) Alice Rocha agiu corretamente, pois, considerando
que passaria a atuar em mais do que cinco causas
por ano na Bahia, era necessário que promovesse
sua inscrição suplementar nesse estado.
(B) Alice Rocha não agiu corretamente, pois é vedado ao
advogado integrar mais de uma sociedade de advo-
gados com sede ou filial na mesma área territorial do
respectivo Conselho Seccional.
(C) Alice Rocha não agiu corretamente, pois é vedado ao
advogado integrar mais de uma sociedade de advo-
gados dentro do território nacional.
(D) Alice Rocha agiu corretamente e sequer era necessá-
rio que promovesse sua inscrição suplementar, pois
passaria a exercer a profissão na Bahia na qualidade
de sócia, e não de advogada empregada da socieda-
de em questão.
3 sob sigilo, mas de época anterior à sua atuação. Ao di-
Roberta é vereadora do município TELTA e ocupa cargo
vinculado à Mesa da Câmara de Vereadores. Necessitan-
do propor ação em face de sua vizinha Raquel, e sendo
advogada, apresenta-se em Juízo postulando em causa
própria. Nos termos das normas estatutárias, assinale a
afirmativa correta.
(A) A função de membro do Poder Legislativo impede o
advogado de atuar, mesmo em causa própria.
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Simulado – Exame de Ordem
(B) A eleição para a Mesa Diretora do Poder Legislativo impe-
de o advogado de atuar, gerando uma incompatibilidade.
ações de incompatibilidade, ocupe ou não cargo na
Mesa Diretora.
(D) As incompatibilidades dos membros do Poder Legis-
lativo estão circunscritas aos integrantes do Senado e
da Câmara dos Deputados Federais.
4
Rogério Dias, advogado renomado, é acometido por do-
ença mental considerada pela unanimidade dos médicos
como incurável, perdendo suas faculdades de discerni-
mento e sendo considerado absolutamente incapaz por
sentença judicial. Nos termos das regras estatutárias, sua
inscrição como advogado será
(A) suspensa até laudo médico sobre a doença portada, e dian-
te de possível cura voltará com mesmo número de OAB.
(B) cancelada diante da incurabilidade da doença, e dian-
(C) extinta por decisão de junta médica convocada para
tal fim.
(D) suspensa temporariamente para avaliação pelo Con-
selho Seccional.
5
Marta consulta sua amiga Maria, também advogada,
para lhe explicar como é a previsão do estatuto sobre
o pagamento de honorários advocatícios. Assinale a
afirmativa que indica como deve ocorrer o pagamento,
quando não houver estipulação em contrário.
(A) Metade no início e o restante parcelado em duas vezes.
(B) Um terço no início, um terço até a decisão de primei-
ra instância e um terço ao final.
(C) Dez por cento no início, vinte por cento na sentença e
o restante após o trânsito em julgado.
(D) Cinquenta por cento no início, trinta por cento até
decisão de primeiro grau e o restante após o recurso,
se existir.
6
Ana Cristina, advogada com vasta experiência profissio-
nal, necessita atualizar o seu arquivo de causas. Assim,
requer o desarquivamento de determinados autos pro-
cessuais de processo findo de um cliente, que tramitou
rigir-se ao cartório judicial, é surpreendida pela exigên-
cia de procuração com poderes especiais para retirar os
autos. Nos termos do Estatuto da Advocacia, é direito do
advogado retirar autos de processos findos
(A) com procuração, inseridos poderes gerais, pelo prazo
de cinco dias.
(B) com procuração, com poderes especiais, pelo prazo
de quinze dias.
 OAB – XXXI
(C) sem procuração, com autorização do escrivão do car-
tório, pelo prazo de dez dias.
(D) sem procuração, pelo prazo de dez dias.
7 abordado, é o método largamente aplicado no Bra-
Isadora é advogada contratada pela empresa Cândido
Ltda. Na empresa, ela é responsável pelas defesas em
ações que pleiteiam o reconhecimento da responsabili-
dade civil da sua cliente e dos seus prepostos. O contra-
to de honorários venceu em 2019, e não foi renovado.
Com dificuldades financeiras, a empresa não pagou os
honorários devidos. Foi ajuizada ação trabalhista tendo
sido homologado acordo na data de 10/01/2020. O ter-
mo inicial para a contagem do prazo para a prescrição
da pretensão de cobrança dos honorários advocatícios,
observado o disposto no Estatuto da Advocacia, ocorre
a partir da
(A) data da homologação do acordo.
(B) data fixada pelo juiz.
(C) última prestação de serviço.
(D) data do vencimento do contrato.
8 carada como uma operação de abstração falha ou
Patrícia Dreyer, advogada, apresenta requerimento ao
Presidente da Seccional da OAB/ DF, tendo o seu pleito
sido indeferido. Nos termos do Estatuto da Advocacia,
cabe recurso ao
(A) Conselho Seccional da OAB.
(B) Conselho Federal da OAB.
(C) Presidente do Conselho Federal da OAB.
(D) Presidente do Tribunal de Ética da OAB.
FILOSOFIA DO DIREITO (JULIANO ALVES)
9
O denominado modernismo jurídico colapsou em razão
do reconhecido fracasso do positivismo legalista. Esse
fenômeno foi objeto de reflexão crítica por muitos es-
tudiosos ao longo do século XX, abrindo caminho à ela-
boração de variadas teorias acerca do fenômeno da apli-
cação do direito, todas elas assentadas numa nova visão
de normatividade. Sobre a superação dos dogmas po-
sitivistas de aplicação mecânico-subsuntiva das normas
jurídicas na construção de novos métodos de aplicação
do direito, assinale a alternativa correta.
(A) Sob influxo do pensamento pós-positivismo, crista-
liza-se um novo modelo interpretativo com a cons-
ciência de que “a interpretação jurídica se resume
a uma operação lógico-formal, sendo um processo
complexo, no qual fatores normativos, axiológicos e
fáticos se correlacionam dialeticamente, ao logo da
experiência social.
(B) A tese de que uma regra jurídica, a princípio apli-
cável, pode vir a ser derrotada, foi originariamente
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Simulado – Exame de Ordem
defendida por Ronald Dworkin, no livro Levando os
Direitos a sério.
(C) A técnica de sopesamento, apesar de criticada por
adeptos do método normativo-estruturante acima
sil para se resolver conflitos normativos, bem como
para a solução de casos difíceis.
(D) Os adeptos da derrotabilidade argumentam que o di-
reito é um típico sistema de lógica monotônica.
10
John Rawls, em sua obra-prima “Teoria da Justiça”, pre-
tende lançar mão de uma correção do contratualismo,
ao permitir a reabilitação e afirmação da superioridade
de uma concepção da justiça fundamentada na ideia de
contrato, em especial, contra a difusa e prevalecente
fundamentação das concepções da justiça no utilitaris-
mo. Sobre a obra de Rawls e os conceitos de “posição
original” e "véu de ignorância”, é correto afirmar:
(A) A denominada “posição original” pode ser conside-
rada como uma situação de absoluta neutralidade.
(B) A caracterização da "posição original” deve ser en-
incompleta.
(C) O “véu de ignorância” idealiza uma noção de equida-
de que requer a independência mútua dos agentes,
enquanto a concepção da pessoa livre e igual implica
um ideal de moralidade compartilhado em socieda-
des liberais e democráticas.
(D) As partes na posição original são descritas como ir-
racionais.
DIREITO CONSTITUCIONAL (RENATO
BORELLI)
11
Gabriel, atual governador do estado Alfa, pretende
candidatar-se à reeleição para o cargo. Em igual senti-
do, o prefeito Rogério, do município Beta, pretende se
candidatar ao cargo de governador. Considerando que
ambos estão em exercício de primeiro mandato, assinale
a alternativa correta de acordo com o sistema constitu-
cional brasileiro.
(A) O governador Gabriel e o prefeito Rogério poderão
ser candidatos aos cargos que pretendem, indepen-
dentemente de renunciarem a seus mandatos.
(B) O governador Gabriel e o prefeito Rogério poderão
ser candidatos aos cargos que pretendem, mas des-
de que renunciem aos respectivos mandatos seis
meses antes do pleito.
(C) O governador Gabriel somente poderá candidatar-se
à reeleição caso renuncie ao mandato até seis meses
antes do pleito. Todavia, o prefeito Rogério poderá
ser candidato a governador, independentemente de
 OAB – XXXI
renunciar a seu mandato.
(D) O governador Gabriel poderá ser candidato à reelei-
ção, independentemente de renunciar a seu man-
dato, mas o prefeito Rogério somente poderá can-
didatar-se ao cargo de governador caso renuncie ao
mandato até seis meses antes do pleito.
12 (A) deverá exonerar-se de seu cargo até 06 meses antes
Renato, tendo tomado ciência acerca de decisão profe-
rida em seu processo administrativo, que determinou
exigência de arrolamento prévio de bens como requisito
de admissibilidade de recurso administrativo, recorreu
às instâncias superiores contra a medida, mas todas fo-
ram uníssonas em manter a decisão, esgotando, assim, a
via administrativa. Irresignado com o fato, Renato ques-
tiona seu advogado sobre o caso, sendo informado que
tal determinação seria inconstitucional, cabendo uma
medida judicial.
Assim, conforme o sistema jurídico constitucional brasi-
leiro, assinale a alternativa correta.
(A) Interpor Recurso Extraordinário perante o Supremo
Tribunal Federal, em razão de ofensa à interpretação
sumulada do Supremo Tribunal.
(B) Ingressar com Reclamação Constitucional no Supre-
mo Tribunal Federal, por contrariar matéria já objeto
de súmula vinculante.
(C) Interpor recurso de Apelação para obter reforma da
decisão recorrida.
(D) Ajuizar Ação Direta de Inconstitucionalidade perante
o Tribunal de Justiça, tendo em vista que a decisão
judicial viola diretamente o texto constitucional.
13 admissível a propositura de ação judicial voltada a
Emenda à Constituição é a modificação da Carta, resul-
tando em mudanças pontuais do texto constitucional.
Mutação constitucional, diferentemente, é a nova inter-
pretação da Carta, sem alteração em seu texto.
Pela disposição da Constituição Federal de 1988, nossa
Carta poderá ser emendada
(A) mediante proposta de menos da metade das Assem-
bleias Legislativas das unidades da Federação.
(B) mediante proposta do Vice-Presidente da República.
(C) na vigência de estado de defesa ou de estado de sí-
tio, mas não na vigência de intervenção federal.
(D) mediante proposta de um terço, no mínimo, dos
membros da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal.
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Simulado – Exame de Ordem
14
Érico, servidor público da Administração estadual, ocu-
pante de cargo efetivo, pretende candidatar-se a Verea-
dor para a Câmara Municipal do estado Alfa nas eleições
do corrente ano.
Nessa hipótese, à luz da Constituição de 1988, Érico
do pleito, podendo retomar o exercício caso não seja
eleito.
(B) se eleito, ficará afastado de seu cargo durante o exer-
cício do mandato eletivo, independentemente de ha-
ver compatibilidade de horários.
(C) se eleito, será afastado de seu cargo durante o exer-
cício do mandato eletivo, se não houver compatibi-
lidade de horários, sendo-lhe vedado optar pela re-
muneração do cargo.
(D) se eleito, perceberá as vantagens de seu cargo, sem
prejuízo da remuneração do cargo eletivo, durante o
exercício do mandato, desde que haja compatibilida-
de de horários.
15
Alessandro, blogueiro e grande influenciador digital, so-
licitou ao secretário da municipalidade Beta, com base
no princípio da transparência, informações a respeito de
valores gastos com despesas de publicidade.
Caso o pedido administrativo seja negado, Alessandro
poderá
(A) interpor recurso administrativo, cujo cabimento
decorre da aplicação do direito ao devido processo
legal administrativo, como requisito para que seja
determinar à autoridade municipal que preste as in-
formações solicitadas.
(B) ajuizar ação popular, ainda que não tenha interposto
recurso administrativo contra o ato municipal, desde
que seja cidadão brasileiro e que assegure que será
respeitado o sigilo de fonte, a fim de que seja expedi-
da ordem judicial determinando à autoridade muni-
cipal que preste as informações solicitadas, ficando o
autor isento de custas judiciais, salvo se comprovada
má-fé, mas não do ônus de sucumbência.
(C) não será legitimado a ajuizar qualquer demanda ju-
dicial, uma vez que o ato administrativo municipal
violou direito difuso, passível de proteção mediante
o ajuizamento de ação civil pública pelo Ministério
Público, sem prejuízo da legitimidade ativa de outras
partes previstas em lei.
(D) poderá impetrar mandado de segurança, ainda que
não tenha interposto recurso administrativo contra
o ato municipal, a fim de que seja expedida ordem
judicial determinando ao secretário que preste as
 OAB – XXXI
informações solicitadas, não sendo assegurado pela
Constituição de 1988, especificamente aos impetran-
tes dessa ação, o direito à isenção de custas judiciais.
16 (B) o consulado não poderia ter negado o visto, levando
Miguel, vereador do município Alpha, famoso por casos
de improbidade e corrupção, e desafeto do promotor da
comarca, que o estaria investigando por nova suspeita de
corrupção, deu entrevista na capital, em rádio estadual,
criticando o representante do Parquet, chamando-o de
preguiçoso e afirmando que o membro do Ministério
Público gostaria de ganhar bem sem nada fazer.
Quanto à responsabilização do vereador pelo teor da en-
trevista, assinale a afirmativa correta.
(A) O vereador goza de imunidade material, podendo
emitir opiniões sem cometer qualquer ilícito, pro-
tegendo-se, desta forma, a independência do Poder
Legislativo.
(B) A imunidade material do vereador permite que, es-
tando no exercício do mandato, emita opiniões, sem
ser responsabilizado.
(C) A responsabilidade civil existe, não afastada pela
imunidade parlamentar porque não estava na tribu-
na da Câmara Municipal.
(D) A imunidade material do vereador não o socorre, já
que emitiu opinião ofensiva, fora de sua circunscri-
ção, de forma pessoal, em evidente retaliação.
17 partir de recomendação da Assembleia Geral, a ser
Após ampla apuração, constatou-se que Juliano, Minis-
tro de Estado, praticou crimes de responsabilidade.
Considerando a sistemática constitucional, é correto
afirmar que Juliano será processado e julgado pelo
(A) Senado Federal, após autorização da Câmara dos De-
putados.
(B) Superior Tribunal de Justiça.
(C) Supremo Tribunal Federal.
(D) Congresso Nacional.
DIREITO INTERNACIONAL E DIREITOS
HUMANOS (ALICE ROCHA)
18
Rogério e Nilton são dois amigos que decidem passar
férias na China para aproveitar e fazer pesquisas sobre
o regime trabalhista e ambiental chinês. Como sabem
que as passagens são muito caras, os dois amigos fa-
zem economia ao longo de dois longos anos, deixando
de aproveitar a vida, para focar na viagem. Passagens
compradas, ambos entraram com pedido de visto no
consulado chinês, todavia o visto de Nilton foi negado e
ele desconfia que foi consequência da análise do agente
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Simulado – Exame de Ordem
sobre suas pesquisas na militância pelo direito ambien-
tal. Nesta situação:
(A) Nilton pode entrar com recurso perante o consulado
alegando sua desconfiança.
em consideração a compra da passagem de ida e vol-
ta e a comprovação de vínculo com o Brasil.
(C) o Estado pode negar o visto de Nilton, devendo justi-
ficar o motivo da negativa.
(D) mesmo que Nilton tivesse conseguido o visto, ele
poderia ser barrado na entrada no território chinês,
tendo em consideração que o visto é uma mera ex-
pectativa de direito.
19
Ao longo da segunda metade do século XX, assistimos a
um movimento crescente do número de Organizações
Internacionais para regular os mais diversos temas. Uma
das mais relevantes é a Organização das Nações Unidas,
com o propósito de manutenção da paz e segurança
internacional. No caso dessa organização, um Estado
membro que viole persistentemente os princípios con-
tidos em sua Carta está sujeito à sanção, que se carac-
teriza pela:
(A) aplicação de multa, pela Assembleia Geral, de quem
também parte a recomendação para a aplicação da
referida sanção.
(B) perda de todas as ajudas e subsídios internacionais
mediados pela Organização das Nações Unidas, a
confirmada pelo Conselho de Segurança.
(C) suspensão por tempo indeterminado da participa-
ção do Estado penalizado na Organização das Nações
Unidas, a partir de proposta da Assembleia Geral,
que será encaminhada para confirmação do Conse-
lho de Segurança.
(D) possibilidade de expulsão da Organização das Na-
ções Unidas, pela Assembleia Geral, mediante reco-
mendação do Conselho de Segurança.
20
Um dos direitos mais violados em todo mundo é o direi-
to à liberdade de expressão, que por diversas ocasiões
acaba sendo mitigado em nome da cultura ou dos costu-
mes locais. No entanto, diversas convenções e acordos
foram criados para a garantia da liberdade de pensa-
mento e de expressão, sendo que:
(A) de acordo com a Convenção Europeia sobre Direitos
Humanos, o direito à liberdade de expressão impede
que os Estados submetam as empresas de radiodifu-
são, de cinematografia ou de televisão a um regime
de autorização prévia.
(B) a Convenção sobre o Direito das Crianças não admite
restrição à liberdade de expressão para a garantia do
 OAB – XXXI
respeito à reputação dos indivíduos.
(C) a Convenção Americana sobre Direitos Humanos
admite a censura prévia nos casos previstos em lei
para a proteção da segurança nacional ou da ordem
pública.
(D) a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas
de Discriminação contra a Mulher prevê expressa-
mente o direito de a mulher ser tratada em igual-
dade de condições no que se refere à publicação de
suas opiniões pela imprensa.
21 tuado em cheque.
No dia 02 de janeiro de 2020, o Brasil declarou guerra à
Bolívia motivada por disputas de jazidas de um novo mi-
nério encontrado na fronteira dos Estados. No dia 12 de
janeiro de 2020, às 14 h 34 min, a polícia militar do muni-
cípio de Bralívia (divisa do Brasil com a Bolívia) encontrou
um bebê recém-nascido de sexo masculino e o encami-
nhou ao Conselho Tutelar da cidade. Você, como advoga-
do da ONG “Garantia aos direitos das crianças abandona-
das”, é procurado (a) pela conselheira tutelar, tendo em
vista as peculiaridades do caso. A polícia não conseguiu
identificar os pais biológicos e não conseguiu determinar
se a criança nasceu no Brasil ou na Bolívia. Neste caso,
de acordo com o previsto na Convenção Americana de
Direitos Humanos, você deve orientá-la que:
(A) mesmo que sejam usados nomes fictícios, a lei deve
regular o direito a um prenome e nome de pais para
essa criança.
(B) o Estado deve tomar para si, de modo exclusivo, as
medidas de proteção da condição de menor da crian-
ça encontrada.
(C) o Estado brasileiro deve conceder a nacionalidade
brasileira à criança, podendo constar em seu registro
a impossibilidade de alterá-la.
(D) os direitos da criança previstos na Convenção Ameri-
cana de Direitos Humanos ficam suspensos em caso
de guerra, razão pela qual a criança deve ser mantida
sob os cuidados do Conselho até o fim do conflito.
DIREITO TRIBUTÁRIO (MARIA CHRISTINA)
22 dito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores
A Empresa Borelli Ltda. tem como maior tributação o
imposto sobre produtos industrializados. Como possui
algumas dúvidas sobre sua incidência, protocolou um
pedido de consulta junto à Receita Federal. Diante do
disposto, assinale a opção correta acerca do IPI.
(A) Podem ser seletivos em razão da essencialidade do
produto.
(B) São de competência concorrente entre a União e os
municípios.
(C) Não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.
(D) Poderão ser progressivos.
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Simulado – Exame de Ordem
23
Roberta e Raquel, integrantes do quadro societário da
RR Ltda., descobriram uma dívida tributária de IRPJ no
montante de 1 milhão de reais. Procuraram o escritório
de advocacia da Dra. Alice para um consulta jurídica para
descobrirem as providências a serem tomadas para que
possam participar de uma licitação com o DF. Diante do
quadro, é correto afirmar que
(A) o parcelamento do crédito tributário garante a expe-
dição da certidão negativa de débitos fiscais.
(B) o pagamento do tributo de crédito não pode ser efe-
(C) o parcelamento do crédito tributário garante a expe-
dição de certidão positiva com efeito de negativa.
(D) a anistia não pode ser concedida limitadamente.
24
Carol, servidora pública do DF, percebeu um desconto
indevido em seu contracheque com relação à incidência
de IR sobre a sua licença prêmio. Diante do exposto, as-
sinale a alternativa correta.
(A) A ação deverá ser proposta no TJDFT contra o DF.
(B) A ação deverá ser proposta no TJDFT contra a União.
(C) A ação deverá ser proposta no TRF contra o União.
(D) A ação deverá ser proposta no TRF contra o DF.
25
Patrícia aderiu ao programa de demissão voluntária
proposto pela empresa na qual trabalha. Ao receber as
verbas, percebeu o desconto de IRPJ. Acerca do tema, é
correto afirmar que:
(A) deverá ser proposta a ação de repetição de indébito
tributário que prescreverá em 1 ano.
(B) deverá ser proposta a ação de repetição de indébito
tributário que prescreverá em 2 anos.
(C) deverá ser proposta a ação de repetição de indébito
tributário que prescreverá em 5 anos.
(D) deverá ser proposta a ação de repetição de indébito
tributário que prescreverá em 10 anos.
26
Com relação ao IOF (imposto sobre operações de cré-
mobiliários), assinale a alternativa correta.
(A) Incide na operação financeira de levantamento de
depósitos judiciais destinados a suspender a exigibi-
lidade do crédito tributário ou a garantir a instância
executiva.
(B) Pode ser exigido nas operações financeiras dos Es-
tados, DF e municípios, porque essa tributação não
é limitada pela imunidade constitucional recíproca.
(C) Tem predominante função extrafiscal, e não se sub-
mete à anterioridade tributária. O Poder Executivo
pode manejar as suas alíquotas para ajustá-lo a ob-
 OAB – XXXI Simulado – Exame de Ordem

jetivos de política monetária, indicando o que almeja probidade administrativa, se lhe aplicam os prazos
alcançar com a mudança de alíquota. prescricionais incidentes aos demais demandados
(D) Pode incidir sobre qualquer operação financeira, ocupantes de cargos públicos.
desde que seja observado o princípio da estrita lega- (B) Embora a Lei n. 8.429/1992 (Lei de Improbidade
lidade, porque as operações enumeradas no CTN são Administrativa) não contemple hipótese de ato de
exemplificativas. improbidade administrativa resultante de dispensa
indevida de licitação, há previsão expressa, nesse
DIREITO ADMINISTRATIVO (NILTON sentido, na Lei n. 8.666/1993 (Lei de Licitações).
(C) Caso o juiz receba a denúncia por ato de improbi-
COUTINHO)
dade administrativa, deverá notificar o requerido
para, querendo, oferecer manifestação por escrito,
27
que poderá ser instruída com documentos e justifi-
Determinado estado da Federação pretende propor a
cações, dentro do prazo de 15 (quinze) dias.
celebração de parceria com uma organização da socie-
(D) A ação de improbidade administrativa é privativa do
dade civil na área de preservação do meio ambiente,
Ministério Público.
visando à consecução de interesse público e recíproco.
Tal parceria envolverá o repasse de recursos financeiros
do estado para a organização. Nessa situação, deverá ser
30
Borelli, servidor público estável, foi punido administra-
firmado o instrumento denominado
tivamente por ter violado os deveres inerentes ao cargo
(A) Termo de Parceria, realizado mediante prévio cha-
por ele ocupado. Indignado com a decisão administrati-
mamento público.
va, haja vista ser servidor público exemplar, pretende in-
(B) Termo de Colaboração, realizado mediante prévio
terpor recurso na esfera administrativa, alegando diver-
chamamento público.
sas ilegalidades e questões fáticas controversas. Sobre o
(C) Convênio, que dependerá de prévia licitação.
tema, é correto afirmar:
(D) Acordo de Cooperação, que prescinde de licitação.
(A) Das decisões administrativas cabe recurso, em face
de razões de legalidade e de mérito.
28
(B) O prazo para interposição de recurso administrativo
Maria Clara foi aprovada em um dificílimo concurso para
é de 5 dias.
atuar na área da vigilância sanitária. Acerca do poder de
(C) O recurso será dirigido à autoridade superior àquela
polícia, inerente ao cargo que passará a ocupar, é corre-
que proferiu a decisão.
to afirmar:
(D) Em regra, o recurso administrativo tramitará por, no
(A) O poder de polícia tem como característica a discri-
máximo, duas instâncias administrativas.
cionariedade, pelo que a Administração, ao expedir
alvarás de autorização ou de licença, aprecia livre-
mente a oportunidade e conveniência da medida.
31
Roberta, advogada civilista, resolve passar-se por um
(B) A autoexecutoriedade, um dos atributos do poder de
funcionário público e consegue praticar ato que, em
polícia, permite que a Administração ponha em exe-
tese, seria um ato administrativo. Nessa hipótese, pode-
cução as suas decisões sem precisar recorrer ao Poder
-se afirmar que o ato praticado por Roberta é
Judiciário, independentemente de autorização legal.
(A) inexistente.
(C) O poder de polícia, exercido pela polícia administra-
(B) nulo.
tiva, não se confunde com o exercido pela polícia ju-
(C) inválido.
diciária, porque a primeira atua preventivamente, e
(D) imperfeito.
a segunda, repressivamente.
(D) O poder de polícia é, em regra, indelegável a pessoas
jurídicas de direito privado por envolver prerrogati-
32
Alice, em viagem de férias pelo Brasil, ficou fascinada
vas próprias do Poder Público, insuscetíveis de serem
com a infinidade de bens de valor histórico e artístico
exigidas por particular sobre o outro.
existentes no país. Querendo obter mais informações
sobre o tema “tombamento”, procurou um advogado
29
especialista na área, o qual lhe informou que
Antônio, agente público estável, praticou ato de improbi-
(A) o tombamento de bens móveis impõe, dentre ou-
dade administrativa mediante o pagamento de propina
tras, restrição a sua circulação.
por Caio, dono de empresa privada que seria beneficia-
(B) o tombamento, quando compulsório, dá causa ao di-
da com a prática daquele ato. Sobre o tema improbidade
reito de indenização do proprietário da coisa tombada.
administrativa, assinale a alternativa correta.
(C) o tombamento só dá causa à obrigação de conserva-
(A) Quando um terceiro, não servidor, pratica ato de im-

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 OAB – XXXI
ção da coisa pelo proprietário quando se dê em ca-
ráter definitivo, após sua inscrição em livro próprio.
(D) a proibição de destruição, demolição ou mutilação
de bens tombados implica restrições ao direito de
propriedade, que podem ser afastadas apenas com
autorização administrativa específica.
DIREITO AMBIENTAL (NILTON COUTINHO)
33 to integral do valor exigido por Raquel. No contrato de
Patrícia, fazendeira conhecida internacionalmente, pre-
tende atear fogo em parte de sua propriedade rural. Ro-
gério, um excelente advogado na área ambiental, explica
a ela que é proibido o uso de fogo na vegetação, exceto
nas seguintes situações:
(A) Em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem
o emprego do fogo em práticas agropastoris ou flo-
restais, sendo desnecessária prévia aprovação pe-
rante o órgão de controle ambiental.
(B) Emprego da queima controlada em Área de Preser-
vação Permanente, em conformidade com o respec-
tivo plano de manejo e mediante prévia aprovação
do órgão gestor da área.
(C) Agricultura de subsistência exercida pelas popula-
ções tradicionais e indígenas.
(D) Atividades de pesquisa científica de qualquer natu-
reza, mediante prévia aprovação do órgão ambiental
competente do SISNAMA.
34 o dinheiro foi entregue para Carol em 13/01/2020. Por
Um projeto de lei é apresentado na Câmara de Vereado-
res do município ABC, delegando ao Estado competên-
cia para promover licenciamento ambiental das ativida-
des ou dos empreendimentos localizados em unidades
de conservação instituídas pelo município ABC, inclusive
em áreas de preservação ambiental.
É correto afirmar que esse projeto de lei
(A) não é válido, uma vez que a atividade de licenciamento
ambiental de competência do município ABC somente
pode ser delegada ao Estado mediante convênio.
(B) não é válido, uma vez que o município ABC não tem
competência para promover licenciamento ambien-
tal das atividades ou dos empreendimentos loca-
lizados em unidades de conservação, mesmo que
instituídas pelo próprio município ABC e, consequen-
temente, não pode delegar tal competência.
(C) não é válido, uma vez que o município ABC não pode
delegar competência para promover licenciamento
ambiental, atividade típica de poder de polícia cons-
titucionalmente atribuída, sob pena de violação ao
princípio federativo.
(D) é válido, desde que mantida a competência do mu-
nicípio ABC para promover atos de fiscalização am-
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Simulado – Exame de Ordem
biental, bem como haja a limitação temporal de 2
(dois) anos na delegação de competência ao Estado.
DIREITO CIVIL (ROBERTA QUEIROZ)
35
Raquel decidiu vender seu apartamento em Brasília para
Rogério. A venda foi devidamente concluída mediante
escritura pública de transferência do bem e o pagamen-
compra e venda, porém, Raquel colocou uma cláusula
que a autorizaria comprar o bem de volta mesmo sem
a concordância de Rogério e mesmo que ele vendesse o
bem a terceiro. Após dois anos da transferência, Rogério
é surpreendido com a notificação de Raquel para recom-
prar o bem. Indignado, Rogério consulta advogada(o)
que lhe presta a seguinte informação:
(A) Rogério não precisa se preocupar, pois a cláusula é
nula de pleno direito.
(B) Rogério deve revender o bem para Raquel, pois tra-
ta-se de cláusula válida de preempção.
(C) Trata-se de cláusula de retrovenda que pode compre-
ender até 3 anos da venda e é eficaz contra terceiro.
(D) Caso Rogério transfira o bem a terceiro, Raquel não
poderá mais recomprar o bem.
36
Maria Christina emprestou R$ 5.000,00 para Carol. O
contrato de empréstimo foi assinado em 01/01/2020, e
serem muito amigas, não convencionaram a data do pa-
gamento. Carol, no entanto, após pegar a quantia, foi as-
saltada por Renatinho do Borel, que levou toda quantia.
Carol, desesperada, liga para Patrícia, advogada. Consi-
derando a situação narrada, marque a informação cor-
reta que Patrícia fornecerá sobre o caso.
(A) O contrato foi firmado no momento da assinatura.
(B) Trata-se de contrato de mútuo, cujo pagamento po-
derá ser exigido imediatamente.
(C) O contrato é o mútuo, mas por ocorrência do fortui-
to, Carol não precisa fazer o pagamento.
(D) O empréstimo deve ser pago por Carol mesmo
após o assalto, devendo o pagamento ocorrer em
13/02/2020.
37
Alice é casada com Rogério há 5 anos, mas o casal vive
em constantes brigas. Pensando em uma reconciliação,
após uma das brigas, Rogério resolve convidar os amigos
para uma feijoada em seu apartamento, uma bela co-
bertura no 24° andar do edifício Vida Feliz. Ocorre que,
no meio da festa, o casal entra em conflito e Alice ar-
remessa uma panela de pressão em direção a Rogério,
que abaixa e a panela cai pela varanda do apartamento.
 OAB – XXXI
Raquel teve seu veículo novo atingido pela panela que
o destruiu. Considerando a situação, marque alternativa
correta.
(A) Raquel, caso não identifique precisamente de qual
unidade a panela caiu, não poderá cobrar indenização.
(B) Caso Raquel não consiga provar de qual unidade
imobiliária a panela foi arremessada, poderá exigir a
indenização de todo o condomínio Vida feliz.
(C) O síndico responde pessoal e solidariamente por
Alice e Rogério pelos prejuízos causados com o arre-
messo da panela.
(D) Raquel não poderá exigir o pagamento da indeniza-
ção, pois é esperado que coisas caiam de condomí-
nios verticais.
38 e avó Setembrina, por parte de mãe. Ana tinha muito
Nilton é vizinho de Renato. Os dois residem em um con-
domínio horizontal de casas. Nilton aprecia muito o cul-
tivo de plantas e tem uma bananeira muito próxima à
cerca viva divisória com lote de Renato. Nilton tem tam-
bém alguns pequenos cachorros que sempre passam
pelas frestas da cerca e cavam buracos no quintal de Re-
nato. Renato e Nilton sempre discutiram por causa da
queda de bananas no lote daquele e as invasões cons-
tantes dos cachorros. Assim, Renato promoveu a tapa-
gem dos buracos na cerca e prendeu os animais em seu
lote, impedindo Nilton de resgatá-los, além de ter ficado
com as bananas caídas em seu lote. Sobre a situação,
marque alternativa correta.
(A) As bananas que caírem no lote de Renato devem ser
restituídas ao dono do lote onde encontra-se a árvore.
(B) As bananas caídas pertencem a Renato, que também
poderá exigir o pagamento integral do que gastou
com a tapagem da cerca.
(C) Renato poderá promover a tapagem e exigir o paga-
mento de metade dos gastos de Nilton.
(D) Renato poderá reter os animais diante do abandono
de Nilton, poderá promover a cobrança integral da
tapagem e tem direito de ficar com as bananas.
39 dades perante o comandante é válido e, caso Raquel
Raquel, Roberta e Rogério são amigos há anos e decidem
comprar, juntos, uma casa em Porto de Galinhas-PE.
Os amigos querem adquirir conjuntamente o bem e
consignar que Raquel ocupará o bem de janeiro a abril;
Roberta, de maio a agosto e Rogério, de setembro
a dezembro de todos os anos em que exercerem a
propriedade conjuntamente. Visando sanar algumas
dúvidas sobre a viabilidade jurídica de tal vontade,
consultam um advogado que lhes informa o seguinte:
(A) É possível a instituição de tal fração de tempo por
meio de condomínio em multipropriedade, sendo
cada fração de tempo indivisível.
(B) Não é possível tal instituição, podendo apenas os
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Simulado – Exame de Ordem
amigos adquirirem o imóvel conjuntamente e sub-
meterem-se às regras clássicas de condomínio.
(C) Caso Raquel queira doar sua quota à Roberta, deve ofe-
recer a Rogério para que exerça o direito de prelação.
(D) É possível que aos amigos seja instituído tal condo-
mínio para que haja faculdade de usar, gozar, dispor
e reaver, com exclusividade, da totalidade do imóvel,
a ser exercida pelos proprietários de forma alternada.
40
Ana Paula é casada com Renato no regime da comunhão
universal de bens. Juntos há 10 anos, o casal adquiriu
um patrimônio total de três milhões de reais. Não tive-
ram filhos. Ana Paula sofreu um acidente de carro e fa-
leceu deixando sua avó Nilda, por parte de pai, o avô Zé
apreço por seus avós, pois os pais eram falecidos. Diante
do caso, marque alternativa correta correspondente.
(A) Renato não é considerado herdeiro, pois já receberá
a meação dos bens e, pelo regime de bens, não con-
corre com os avós.
(B) Renato receberá o valor de setecentos e cinquenta
mil reais da herança de Ana Paula.
(C) A avó Nilda receberá cento e oitenta e sete mil reais
e cinquenta centavos de herança.
(D) Cada herdeiro receberá trezentos e setenta e cinco
mil reais.
41
Raquel comprou um pacote de viagem de navio para ir
ao Caribe. No entanto, Raquel passou mal no meio da
viagem, quando o navio estava em alto mar. Acreditando
que não tem nenhum herdeiro e que iria morrer, Raquel
manifesta vontade de fazer um testamento deixando
seus bens para sua melhor amiga Roberta. Entretanto,
Raquel melhora, curte a viagem e volta ao Brasil. Consi-
derando a situação, marque alternativa correta.
(A) Raquel poderia fazer testamento perante pessoa de-
signada pelo comandante.
(B) O testamento feito por Raquel mediante as formali-
não revogue tal disposição, esta valerá futuramente.
(C) Caso Raquel falecesse em viagem o comandante do
navio teria autorização para transformar tal disposi-
ção em testamento público.
(D) Caducará o testamento de Raquel se esta não morrer
na viagem, nem nos noventa dias subsequentes ao
seu desembarque em terra.
 OAB – XXXI
ECA (PATRÍCIA DREYER)
42 44
O casal de franceses, Rogério e Alice, reside em Lyon,
mas decidiu adotar uma criança brasileira. Para tanto,
eles se habilitaram em uma agência de adoção na Fran-
ça, que os encaminhou diretamente para conhecer Ma-
ria Christina, uma menina linda que vive em uma insti-
tuição de acolhimento no sertão da Bahia; pois o diretor
da agência era grande amigo de Ana Paula, coordenado-
ra da unidade de acolhimento. De acordo com a Lei n.
8.069/1990 (ECA), o procedimento da agência está:
(A) errado, pois é vedado o contato direto de represen-
tantes de organismos de adoção com crianças e ado-
lescentes em condições de serem adotados, sem a
devida autorização judicial.
(B) correto, pois desburocratiza o processo de adoção,
que poderia demorar muitos anos para aproximar
o casal francês da menina brasileira, evitando sofri-
mento desnecessário de todos.
(C) errado, pois a criança necessita primeiro ser prepa-
rada psicologicamente, tendo em vista que a adoção
internacional implica perda de importantes referên-
cias culturais e linguísticas.
(D) correto, pois o casal está devidamente cadastrado
na França, tendo apresentado toda a documentação
que possibilite formar uma família, para poder suprir
a carência emocional de Maria Christina.
43 convencional do bem.
Joana, avó paterna, tem a guarda de fato de seu neto,
Lucas, desde que ele nasceu. O menor tem hoje 7 anos
de idade. A genitora faleceu no parto e é desconhecido o
paradeiro do genitor. Havendo necessidade de matricu-
lar o infante em estabelecimento de ensino, foi exigido
da avó Joana que apresentasse a certidão de guarda do
menor. Para tanto, a avó procurou a Defensoria Pública,
que pode
(A) ajuizar ação de guarda e requerer, em tutela de evi-
dência, a guarda provisória, de natureza antecipada,
em caráter antecedente ou incidental.
(B) ajuizar ação de guarda e requerer, em tutela de ur-
gência, a guarda provisória, de natureza antecipada,
em caráter antecedente ou incidental.
(C) encaminhar os autos ao Ministério Público para que
esse ajuíze ação de guarda para a avó, uma vez que
ela não pode ser parte legítima em ação de guarda
do neto.
(D) encaminhar os autos ao Ministério Público para que
esse represente o menor e proponha a ação de guar-
da, em nome próprio, na defesa dos interesses do
menor.
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Simulado – Exame de Ordem
CDC (PATRÍCIA DREYER)
Nilton, famoso empresário do ramo de cosméticos, com-
prou na concessionária um veículo zero km, com prazo
de garantia de três anos. Cinquenta dias após a compra,
Nilton estava dirigindo seu veículo, dirigindo-se à sua
imensa propriedade rural, na velocidade da via, com a
devida cautela, quando o carro teve uma pane elétrica,
por conta de um defeito de fabricação. O carro capotou
e Nilton foi a única vítima, com pequenas escoriações
pelo corpo, mas com fratura exposta no braço e afun-
damento da face. Identificada a causa do acidente, Nil-
ton ajuizou a ação somente em face da montadora do
automóvel três anos após o ocorrido, pois precisou se
recuperar de todo o trauma físico e emocional. Sobre o
caso, é correto afirmar que:
(A) Trata-se de hipótese de fato do produto, mas não há
como responsabilizar o fabricante do veículo, tendo
em vista que a ação somente foi ajuizada após o de-
curso do prazo de garantia contratado do bem.
(B) Trata-se de hipótese de vício do produto, mas não há
como responsabilizar o fabricante do veículo, tendo
em vista que a ação somente foi ajuizada após o de-
curso do prazo de garantia legal do bem.
(C) Trata-se de hipótese de fato do produto, e é perfei-
tamente possível responsabilizar o fabricante do ve-
ículo, tendo em vista que a ação foi ajuizada dentro
da soma dos prazos de garantia legal e de garantia
(D) Trata-se de hipótese de fato do produto, e é perfeita-
mente possível responsabilizar o fabricante do veícu-
lo, tendo em vista que a ação foi ajuizada dentro do
prazo prescricional.
45
Juliano, músico, resolve ampliar sua atividade profis-
sional e aumentar sua renda iniciando um comércio es-
pecializado na venda e instalação residencial de artigos
eletrônicos de imagem e som. Preocupado com a sua
responsabilidade diante dos eventuais clientes, contrata
Raquel, a melhor advogada da região, para redigir um
instrumento contratual padrão, que deverá prever e dis-
ciplinar todos os negócios que vierem a ser celebrados
por ele, exigida a assinatura dos consumidores. Como
se trata de contrato de adesão, nos termos do artigo 54
do CDC, é válida a cláusula contratual que, redigida de
forma clara e em destaque, contando com manifestação
expressa do consumidor, estipular que
(A) a responsabilidade de Juliano por danos sofridos por
consumidores se limita àqueles decorrentes de ins-
talação indevida dos equipamentos, não abrangendo
quaisquer outros.
(B) em contratos de valor total superior a vinte mil reais,
 OAB – XXXI
eventual litígio deverá, necessariamente, ser subme-
tido à arbitragem.
(C) Juliano, em caso de defeito do produto, terá o prazo
de noventa dias para providenciar o conserto, só se
submetendo à sua substituição ou à restituição do
preço se o defeito não puder ser reparado nesse in-
terregno.
(D) o atraso do consumidor no pagamento de qualquer
parcela do preço importará multa de 10% do valor da
parcela em atraso.
DIREITO EMPRESARIAL (RENATO BORELLI)
46 que extingue suas obrigações.
A sociedade empresária “Paty Dreyer Moda Íntima
Ltda.”, com sede em Brasília, em reunião de sócios, deci-
de aprovar o trespasse da filial situada em Goiânia. Para
que o trespasse seja considerado eficaz em relação a ter-
ceiros, é preciso que o contrato seja averbado
(A) à margem da inscrição da sociedade empresária, no
Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo das
Juntas Comerciais, e seja publicado na imprensa oficial.
(B) no Registro de Títulos e Documentos do local da sede
da sociedade e publicado em jornal de grande circu-
lação nas localidades em que a sociedade tenha sede
e filiais.
(C) à margem da inscrição da sociedade empresária, no
Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo das
Juntas Comerciais, dispensada qualquer publicação
oficial.
(D) no Registro de Títulos e Documentos de Brasília e
Goiânia, dispensada qualquer publicação oficial.
47 em virtude de inadimplemento contratual, envolvendo
A partir da previsão contida no art. 1.143 do Código
Civil, segundo o qual “pode o estabelecimento ser ob-
jeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, trans-
lativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a
sua natureza”, é possível afirmar que tal instituto tem
natureza de
(A) comunhão de direitos.
(B) universalidade de fato.
(C) patrimônio de afetação.
(D) pessoa natural.
48
Jeferson Bogo e Maria Barreiros constituem sociedade
com a intenção de prestar seus serviços em festas infan-
tis, tendo em vista que possuem formação intelectual
como artistas circenses. A sociedade leva o nome de
BOGO E BARREIROS Entretenimento Infantil S/S. Ressal-
te-se que a sociedade foi constituída para exercício de
atividade profissional não organizada e teve a sua ins-
crição no cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
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Simulado – Exame de Ordem
Dessa forma, assinale a opção correta.
(A) O órgão registral para a inscrição está correto.
(B) A inscrição deveria ser realizada perante a Junta Comercial.
(C) Por ser sociedade simples, é desnecessária a inscrição.
(D) A inscrição deveria ser feita perante o cartório de Tí-
tulos e Documentos Empresariais.
49
As alternativas a seguir apresentam figuras que estão
proibidas de exercer a atividade empresarial, com ex-
ceção de uma. Assinale-a.
(A) O falido que, mesmo não tendo sido condenado por
crime falimentar, não foi reabilitado por sentença
(B) O magistrado e membro do MP.
(C) O militar da ativa.
(D) A mulher casada pelo regime da comunhão univer-
sal de bens, se ausente a autorização marital para o
exercício de atividade empresarial.
50
Nilton é administrador judicial da recuperação da socie-
dade R&Q Ltda. Assim, pode-se afirmar que a remunera-
ção de Nilton é considerada como crédito
(A) de privilégio especial.
(B) extraconcursal.
(C) prioritário.
(D) quirografário.
PROCESSO CIVIL (RAQUEL BUENO)
51
Alice propõe ação de cobrança contra a devedora Cris,
obrigação pecuniária solidária assumida por Cris, Ro-
berta e Carol. Todavia, Cris deseja inserir as outras de-
vedoras no polo passivo, uma vez que, se for condenada
a pagar todo valor da dívida, quer assegurar o recebi-
mento da cota parte das demais. Nesse contexto, o ca-
minho jurídico a ser seguido por você, na condição de
advogado(a), é:
(A) Incidente de retificação do polo passivo.
(B) Denunciação da lide.
(C) Chamamento ao processo.
(D) Incidente de desconsideração da personalidade jurídica.
52
Nilton promove execução autônoma em face de Borelli
no intuito de cobrar o valor de R$ 50.000,00 constan-
te de título executivo extrajudicial. Nilton desconhece a
existência de bens em nome do devedor, mas sabe que
este está prestes a receber vultoso valor em inventário
do espólio de seu pai. A partir dessa situação, assinale a
assertiva correta.
 OAB – XXXI
(A) Borelli será intimado para efetuar o pagamento em
quinze dias.
(B) Borelli poderá requerer o parcelamento do débito,
com a consequente redução da verba honorária pela
metade.
(C) Borelli poderá opor embargos à execução, desde que
previamente garantido o juízo.
(D) Nilton poderá requerer a penhora no rosto dos autos
do inventário do qual Borelli é herdeiro, bem como
poderá requerer o arresto eletrônico.
53 titucional em renomado cursinho do país, com sede em
Roberta promoveu o cumprimento definitivo de senten-
ça que lhe foi favorável, e que condenou o réu Rogério,
assistido pela Defensoria Pública, ao pagamento de R$
20.000,00 (vinte mil reais), a título de danos materiais.
Tal sentença foi alcançada pelo trânsito em julgado. Con-
siderando que o cumprimento de sentença se encontra
em curso, tendo escoado o prazo para cumprimento vo-
luntário da obrigação, assinale a assertiva correta.
(A) Rogério terá o prazo de quinze dias para apresentar
impugnação.
(B) Rogério poderá apresentar impugnação alegando in-
constitucionalidade superveniente caso o STF tenha
declarado inconstitucional a norma base utilizada
para a formação do título executivo judicial, desde
que a inconstitucionalidade seja anterior ao trânsito
em julgado da sentença condenatória.
(C) Rogério poderá apresentar ação rescisória alegando
inconstitucionalidade superveniente caso o STF te-
nha declarado inconstitucional a norma base utiliza-
da para a formação do título executivo judicial, desde
que a inconstitucionalidade seja anterior ao trânsito
em julgado da sentença condenatória.
(D) O único caminho processual é a exceção de pré-exe-
cutividade ou objeção de não executividade.
54 de clientes de seu escritório, observa que a matéria de
Há um ano, Rogério espera receber o valor de três mil
reais por serviços educacionais prestados à sua amiga
Carol. Ressalte-se que, como eram amigos, o contrato
firmado foi verbal, possuindo Rogério apenas conver-
sas do whatsapp e direct do instagram, onde constam
todos ajustes do objeto contratual e o reconhecimento
da dívida por parte de Carol, que sempre afirma que vai
pagar, fixando datas que até hoje não foram cumpridas,
gerando o fim da amizade dos dois. Nesse contexto, na
condição de advogado(a) de Rogério, assinale a alterna-
tiva correta.
(A) O único caminho processual para compelir Carol a
pagar é a ação de cobrança.
(B) As mensagens impressas têm status de título execu-
tivo extrajudicial, sendo possível promover uma exe-
cução autônoma.
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Simulado – Exame de Ordem
(C) É possível o ajuizamento de ação monitória, inclusive
no âmbito dos juizados especiais, em virtude do va-
lor do crédito do cliente.
(D) Rogério pode optar pelo procedimento comum ou
pelo procedimento especial injuntivo, assegurando-
-se à Carol o contraditório por meio da contestação
ou embargos à monitória, respectivamente.
55
Aninha, residente e domiciliada em Goiânia, teve um
mal-estar súbito enquanto gravava aulas de Direito Cons-
Brasília, quando foi levada para um hospital público da
capital. Lá, ela foi medicada indevidamente e quase veio
a óbito. Ressalte-se que a referida medicação errônea
trouxe sequelas permanentes em seu organismo, o que
ficou devidamente demonstrado em laudo médico con-
clusivo feito no Hospital Particular que posteriormente
cuidou de Ana, bem como no próprio prontuário médico
do hospital público onde foi atendida, no qual consta ex-
pressamente o equívoco e o nome dos profissionais res-
ponsáveis, que atualmente respondem procedimento
administrativo. Ela deseja ajuizar ação indenizatória con-
tra o Distrito Federal, a fim de obter uma indenização de
cinquenta mil reais. Nessa situação, como advogado(a),
assinale a alternativa correta.
(A) A referida ação deve ser proposta em Vara Cível de
Brasília ou Goiânia.
(B) A ação deve ser ajuizada, necessariamente, em Vara
de Fazenda Pública.
(C) Trata-se de uma hipótese de competência absoluta
do juizado especial da Fazenda Pública.
(D) Caso procedente o pedido de Ana, seu crédito só po-
derá ser recebido mediante precatório.
56
A advogada Alice, ao elaborar cinco recursos de apelação
direito discutida no bojo de suas ações também é objeto
de vários processos que estão pendentes de julgamen-
to no tribunal local, havendo inclusive muitas decisões
divergentes já proferidas pelo mesmo tribunal acerca
do mesmo assunto, não estando a matéria afetada para
julgamento por amostragem nos tribunais superiores.
Nesse contexto, Alice deseja obter uma uniformização
de entendimento local, o que poderá ser obtido
(A) necessariamente por meio de recurso especial de
competência do STJ.
(B) por meio de pedido de instauração do Incidente de
Assunção de Competência.
(C) por meio de pedido de instauração do Incidente de
Resolução de Demandas Repetitivas, a ser dirigido ao
Presidente do Tribunal local, e julgado por órgão co-
legiado indicado no regimento interno.
 OAB – XXXI
(D) por meio de pedido de instauração do Incidente de
Resolução de Demandas Repetitivas, a ser dirigido ao
Presidente do Tribunal local, e julgado por órgão co-
legiado indicado no regimento interno, após admis-
sibilidade feita pelo relator.
57 rica do Rogério, sendo tratada por todos como uma fun-
Nilton foi condenado por sentença em ação de despejo
a desocupar o imóvel alugado onde mora, após a trami-
tação do procedimento comum e restar comprovado o
descumprimento contratual do inquilino. Todavia, pro-
cura sua advogada Roberta e demonstra interesse em
recorrer. No entanto, Nilton quer permanecer no imóvel
enquanto aguarda o julgamento do recurso a ser inter-
posto. A partir dessa realidade, assinale a opção correta.
(A) O recurso cabível é o recurso de apelação, com efeito
suspensivo ope legis.
(B) Nesse caso, o recurso não é dotado de efeito suspen-
sivo automático, mas tal efeito pode ser requerido,
necessariamente, no corpo do recurso.
(C) O pedido de efeito suspensivo pode ser feito direta-
mente ao Tribunal.
(D) Como a lei não atribui efeito suspensivo a esse re-
curso, tal efeito não pode ser concedido ope judicis.
DIREITO PENAL (CAROLINA CARVALHAL)
58 rá esclarecer que sua conduta configura
Raquel dá à luz seu primeiro filho, Renato. Logo após
realizado o parto, ela, sob influência do estado puerpe-
ral, comparece ao berçário da maternidade, no intuito
de matar Renato. No entanto, pensando tratar-se de seu
filho, ela, com uma corda, asfixia Nilton, filho recém-nas-
cido do casal Roberta e Rogério, causando-lhe a morte.
Descobertos os fatos, Raquel é denunciada pelo crime
de homicídio qualificado pela asfixia com causa de au-
mento de pena pela idade da vítima. Diante dos fatos
acima narrados, o(a) advogado(a) de Raquel, em alega-
ções finais da primeira fase do procedimento do Tribunal
do Júri, deverá requerer
(A) o afastamento da qualificadora, devendo Raquel res-
ponder pelo crime de homicídio simples com causa
de aumento, diante do erro de tipo.
(B) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante
do erro sobre a pessoa, não podendo ser reconheci-
da a agravante pelo fato de quem se pretendia atin-
gir ser descendente da agente.
(C) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante
do erro na execução (aberratio ictus), podendo ser
reconhecida a agravante de o crime ser contra des-
cendente, tendo em vista que são consideradas as
características de quem se pretendia atingir.
(D) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante
do erro sobre a pessoa, podendo ser reconhecida a
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Simulado – Exame de Ordem
agravante de o crime ser contra descendente, tendo
em vista que são consideradas as características de
quem se pretendia atingir.
59
Patrícia trabalhava como jardineira na casa da família
cionária exemplar, com livre acesso a toda a residência,
em razão da confiança estabelecida. Certo dia, enfren-
tando dificuldades financeiras, Patrícia resolveu utilizar
o cartão bancário de seu patrão, Rogério, e, tendo co-
nhecimento da respectiva senha, promoveu o saque da
quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Rogério, ao ser
comunicado pelo sistema eletrônico do banco sobre o
saque feito em sua conta, efetuou o bloqueio do cartão
e encerrou sua conta. Sem saber que o cartão se encon-
trava bloqueado e a conta encerrada, Patrícia tentou
novo saque no dia seguinte, não obtendo êxito. De pos-
se das filmagens das câmeras de segurança do banco,
Patrícia foi identificada como o autora dos fatos, tendo
admitido a prática delitiva. Preocupada com as conse-
quências jurídicas de seus atos, Patrícia procurou você,
como advogado(a), para esclarecimentos em relação à
tipificação de sua conduta.
Considerando as informações expostas, sob o ponto de
vista técnico, você, como advogado(a) de Patrícia, deve-
(A) os crimes de furto simples consumado e de furto
simples tentado, na forma continuada.
(B) os crimes de furto qualificado pelo abuso de confian-
ça consumado e de furto qualificado pelo abuso de
confiança tentado, na forma continuada.
(C) um crime de furto qualificado pelo abuso de confian-
ça consumado, apenas.
(D) os crimes de furto qualificado pelo abuso de confian-
ça consumado e de furto qualificado pelo abuso de
confiança tentado, em concurso material.
60
Enquanto assistia a um jogo de futebol em um bar, Lu-
ciano começou a provocar Nilton, dizendo que seu clu-
be, que perdia a partida, seria rebaixado. Inconformado
com a indevida provocação, Nilton, que estava acompa-
nhado de um cachorro de grande porte, atiça o animal
a atacar Luciano, o que efetivamente acontece. Na ten-
tativa de se defender, Luciano desfere uma facada no
cachorro de Nilton, o qual vem a falecer. O fato foi le-
vado à autoridade policial, que instaurou inquérito para
apuração. Luciano, então, contrata você, na condição de
advogado(a), para patrocinar seus interesses.
Considerando os fatos narrados, com relação à conduta
praticada por Luciano, você, como advogado(a), deverá
 OAB – XXXI
esclarecer que seu cliente
(A) não poderá alegar qualquer excludente de ilicitude,
em razão de sua provocação anterior.
(B) atuou escorado na excludente de ilicitude da legíti-
ma defesa.
(C) praticou conduta atípica, pois a vida do animal não é
protegida penalmente.
(D) atuou escorado na excludente de ilicitude do estado
de necessidade.
61 classificação para que Roberta responda pelo crime
Ana Paula, mãe de Maria Christina, de 4 anos de ida-
de, fruto de relacionamento anterior, namorava Rena-
to. Após conturbado término do relacionamento, cujas
discussões tinham como principal motivo a criança e a
relação de Ana Paula com o ex-companheiro, Renato
comparece à residência de Ana Paula, enquanto esta
trabalhava, para buscar seus pertences. Na ocasião, ele
encontrou Maria Christina e uma irmã de Ana Paula, que
cuidava da criança. Com raiva pelo término da relação,
Renato, aproveitando-se da distração da tia, conversa
com a criança sobre como seria legal voar do 4º andar
apenas com uma pequena toalha funcionando como pa-
raquedas. Diante do incentivo de Renato, Maria Christi-
na pula da varanda do apartamento com a toalha e vem
a sofrer lesões corporais de natureza grave, tendo em
vista ter caído em cima de uma árvore. Descobertos os
fatos, a família de Renato procura advogado para escla-
recimentos sobre as consequências jurídicas do ato.
Considerando as informações narradas, sob o ponto de
vista técnico, deverá o advogado esclarecer que a con-
duta de Renato configura
(A) conduta atípica, tendo em vista que não houve resul-
tado de morte a partir da instigação ao suicídio.
(B) crime de instigação ao suicídio consumado, com pena
inferior àquela prevista para quando há efetiva morte.
(C) crime de instigação ao suicídio na modalidade tentada.
(D) crime de homicídio na modalidade tentada.
62
Após discussão em uma casa noturna, Roberta, com a
intenção de causar lesão, aplicou um golpe de arte mar-
cial em Patrícia, causando fratura em seu braço. Patrícia,
então, foi encaminhada ao hospital, onde constatou-se
a desnecessidade de intervenção cirúrgica e optou-se
por um tratamento mais conservador com analgésicos
para dor, o que permitiria que ela retornasse às suas
atividades de professora em 15 dias. A equipe médica,
sem observar os devidos cuidados exigidos, ministrou o
remédio a Patrícia sem observar que era composto por
substância à qual a paciente informara ser alérgica em
sua ficha de internação. Em razão da medicação aplica-
da, Patrícia sofreu choque anafilático, evoluindo a óbito,
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Simulado – Exame de Ordem
conforme demonstrado em seu laudo de exame cadavé-
rico. Recebidos os autos do inquérito, o Ministério Públi-
co ofereceu denúncia em face de Roberta, imputando-
-lhe o crime de homicídio doloso.
Diante dos fatos acima narrados e considerando o estu-
do da teoria da equivalência, o(a) advogado(a) de Ro-
berta deverá alegar que a morte de Patrícia decorreu de
causa superveniente
(A) absolutamente independente, devendo ocorrer des-
de lesão corporal seguida de morte.
(B) relativamente independente, devendo ocorrer des-
classificação para o crime de lesão corporal seguida
de morte, tendo em vista que a morte teve relação
com sua conduta inicial.
(C) relativamente independente, que, por si só, causou
o resultado, devendo haver desclassificação para o
crime de homicídio culposo.
(D) relativamente independente, que, por si só, produziu
o resultado, devendo haver desclassificação para o
crime de lesão corporal, não podendo ser imputado
o resultado morte.
63
Maria Christina cumpria pena em livramento condicio-
nal, em razão de condenação pela prática de crime de
lesão corporal grave. Em 10 de janeiro de 2018, quando
restavam 06 meses de pena a serem cumpridos, ela des-
cobriu que foi novamente condenada, definitivamente,
por crime de furto que teria praticado antes dos fatos
que justificaram sua condenação pelo crime de lesão. A
pena aplicada em razão da nova condenação foi de 02
anos e 06 meses de pena privativa de liberdade em regi-
me inicial semiaberto. Apesar disso, somente procurou
seu(sua) advogado(a) em 05 de agosto de 2018, esclare-
cendo o ocorrido. Ao consultar os autos do processo de
execução, o(a) advogado(a) verificou que, de fato, teve a
nova condenação, mas que, até o momento, não houve
revogação ou suspensão do livramento condicional.
Considerando apenas as informações narradas, o(a)
advogado(a) de Maria Christina, de acordo com a juris-
prudência do Superior Tribunal de Justiça, deverá escla-
recer que
(A) poderá haver a revogação do livramento condicional,
tendo em vista que a nova condenação por crime do-
loso, aplicada pena privativa de liberdade, é causa de
revogação obrigatória do benefício.
(B) não poderá haver a revogação do livramento condi-
cional, tendo em vista que a nova condenação é ape-
nas prevista como causa de revogação facultativa do
benefício e não houve suspensão durante o período
de prova.
 OAB – XXXI
(C) não poderá haver a revogação do livramento condi-
cional, tendo em vista que a nova condenação não
é prevista em lei como causa de revogação do livra-
mento condicional, tendo em vista que o fato que a
justificou é anterior àquele que gerou a condenação
em que cumpre o benefício.
(D) não poderá haver a revogação do livramento condi-
cional, pois ultrapassado o período de prova, ainda
que a nova condenação seja prevista no Código Penal
como causa de revogação obrigatória do benefício.
PROCESSO PENAL (CAROLINA CARVALHAL)
64 da data da juntada do mandado, devendo ser cum-
Patrícia, advogada, em conversa com seus amigos, na
cidade de Salvador, afirmou, categoricamente, que o de-
sembargador Renatinho exigiu R$ 50.000,00 para profe-
rir voto favorável para determinada parte em processo
criminal de grande repercussão na Comarca em que atu-
ava. Ao tomar conhecimento dos fatos, tendo em vista
que uma das pessoas que participava da conversa era
amiga da esposa de Renatinho, o desembargador apre-
sentou queixa-crime, imputando a Patrícia o crime de
calúnia majorada (Art. 138 c/c. – Art. 141, inciso II, am-
bos do CP. Pena: 06 meses a 2 anos e multa, aumentada
de 1/3). Convicta de que sua afirmativa seria verdadeira,
Patrícia pretende apresentar exceção da verdade, com a
intenção de demonstrar que Renatinho realmente havia
realizado a conduta por ela mencionada. Procura, então,
seu advogado, para adoção das medidas cabíveis.
Com base apenas nas informações narradas, o advoga-
do de Patrícia deverá esclarecer que, para julgamento da
exceção da verdade, será competente
(A) a Vara Criminal da Comarca de Salvador, órgão com-
petente para apreciar a queixa-crime apresentada.
(B) o Juizado Especial Criminal da Comarca de Salva-
dor, órgão competente para apreciar a queixa-crime
apresentada.
(C) o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, apesar de
não ser o órgão competente para apreciar a queixa-
-crime apresentada.
(D) o Superior Tribunal de Justiça, apesar de não ser o ór-
gão competente para apreciar a queixa-crime apre-
sentada.
65 Com base nas informações narradas, de acordo com as
Roberta foi denunciada e condenada, em primeira ins-
tância, pela prática de crime de corrupção ativa, sendo
ela e seu advogado intimados do teor da sentença no dia
14 de janeiro de 2020, terça-feira. A juntada do manda-
do de intimação do réu ao processo, todavia, somente
ocorreu em 16 de janeiro de 2020, quinta-feira.
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Simulado – Exame de Ordem
Considerando as informações narradas, o prazo para
interposição de recurso de apelação pelo advogado de
Roberta, de acordo com a jurisprudência dos Tribunais
Superiores, será iniciado
(A) no dia seguinte à juntada do mandado de intimação
(17/01/20), devendo a data final do prazo ser prorro-
gada para o primeiro dia útil seguinte, caso se encer-
re no final de semana.
(B) no dia da juntada do mandado de intimação
(16/01/20), devendo ser cumprido até o final do pra-
zo de 05 dias previsto em lei, ainda que este ocorra
no final de semana.
(C) no dia da intimação (14/01/20), independentemente
prido até o final do prazo de 05 dias previsto em lei,
ainda que este ocorra no final de semana.
(D) no dia seguinte à intimação (15/01/20), independen-
temente da data da juntada do mandado, devendo
a data final do prazo ser prorrogada para o primeiro
dia útil seguinte, caso se encerre no final de semana.
66
O advogado de Maria Christina, ré em processo criminal,
entendendo que, entre o recebimento da denúncia e o
término da instrução, ocorreu a prescrição da pretensão
punitiva estatal, apresentou requerimento antes mesmo
do oferecimento de alegações finais de reconhecimento
da extinção da punibilidade da agente, sendo o pedido
imediatamente indeferido pelo magistrado.
Intimado, caberá ao advogado de Maria Christina, dis-
cordando da decisão, apresentar
(A) recurso em sentido estrito, no prazo de 5 dias.
(B) recurso de apelação, no prazo de 5 dias.
(C) carta testemunhável, no prazo de 48h.
(D) reclamação constitucional, no prazo de 15 dias.
67
Raquel foi denunciada pela prática de um crime de este-
lionato. Durante a instrução, a ofendida Carolina apre-
sentou, por meio de assistente de acusação, documento
supostamente assinado por Raquel, que confirmaria a
prática delitiva. Ao ter acesso aos autos, Raquel informa
ao patrono ter certeza de que aquele documento seria
falso, pois não foi por ela assinado.
previsões do Código de Processo Penal, o advogado de
Raquel poderá
(A) alegar apenas a insuficiência de provas e requerer
a extração de cópias para o Ministério Público, mas
não poderá, nesse processo, verificar a veracidade
do documento.
(B) alegar, desde que seja procurador com poderes es-
 OAB – XXXI
peciais, a falsidade do documento para fins de ins-
tauração de incidente de falsidade.
(C) arguir, com procuração com poderes gerais, a falsi-
dade do documento, gerando incidente de falsidade
em autos em apartado.
(D) alegar, oralmente, a falsidade do documento, deven-
do o incidente ser decidido nos autos principais.
68 apartados, exigindo requerimento do Ministério Pú-
Roberta foi condenada pela prática de um crime de furto
qualificado pela 1ª Vara Criminal de Curitiba, em razão
de suposto abuso de confiança que decorreria da rela-
ção entre a vítima, Renato, e Roberta. Como as partes
não interpuseram recurso, a sentença de primeiro grau
transitou em julgado. Apesar de existirem provas da sub-
tração de coisa alheia móvel, a vítima não foi ouvida por
ocasião da instrução por não ter sido localizada. Durante
a execução da pena por Roberta, Renato é localizado,
confirma a subtração por Roberta, mas diz que sequer
conhecia a autora dos fatos antes da prática delitiva. Ro-
berta procura seu advogado para esclarecimento sobre
eventual medida cabível.
Considerando apenas as informações narradas, o advo-
gado de Roberta deve esclarecer que
(A) não poderá apresentar revisão criminal, tendo em
vista que a pena já está sendo executada, mas pode-
rá ser buscada reparação civil.
(B) caberá apresentação de revisão criminal, sendo im-
prescindível a representação de Roberta por advoga-
do, devendo a medida ser iniciada perante o próprio
juízo da condenação.
(C) não poderá apresentar revisão criminal em favor da
cliente, tendo em vista que a nova prova não é apta
a justificar a absolvição de Roberta, mas tão só a re-
dução da pena.
(D) caberá apresentação de revisão criminal, podendo
Roberta apresentar a ação autônoma independente-
mente de estar assistida por advogado, ou por meio
de procurador legalmente habilitado.
69 em condições insalubres. Nesse caso,
Ana Paula, ofendida em crime contra o patrimônio, ape-
sar de sua excelente condição financeira, veio a desco-
brir, após a identificação da autoria, que a autora do fato
delitivo, Patrícia, adquiriu, com os proventos da infração,
determinado bem imóvel. Diante da descoberta, Ana
Paula procurou você, na condição de advogado(a), para
a adoção das medidas cabíveis.
Com base apenas nas informações expostas, a defesa
técnica da ofendida deverá esclarecer ser cabível
(A) o sequestro, desde que após o oferecimento da de-
núncia, mas exige requerimento do Ministério Públi-
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Simulado – Exame de Ordem
co ou decisão do magistrado de ofício.
(B) o arresto, ainda que antes do oferecimento da de-
núncia, mas a ação principal deverá ser proposta no
prazo máximo de 30 dias, sob pena de levantamento.
(C) o sequestro, ainda que antes do oferecimento da
denúncia, podendo a decisão judicial ser proferida a
partir de requerimento do próprio ofendido.
(D) o arresto, que deve ser processado em autos em
blico ou decisão do magistrado de ofício.
DIREITO DO TRABALHO (ROGÉRIO DIAS)
70
Isabel trabalhou para a empresa TRR Ltda., de janeiro de
2000 a março de 2010, recebendo todos os valores re-
ferentes ao vínculo empregatício. Acontece que a CTPS
da empregada não foi anotada. Com isso, a empregada
quer ajuizar ação trabalhista, agora em 2020, para reco-
nhecimento do vínculo empregatício para fins de prova
junto ao INSS. Nessa situação,
(A) a ação poderá ser ajuizada.
(B) a ação está prescrita.
(C) ocorreu a decadência.
(D) não se trata de ação de competência da justiça do
trabalho.
71
A empresa RBN Ltda. contratou três empregados, após
difícil seleção. Os empregados já levaram todos os docu-
mentos solicitados. Com isso, a empresa deverá anotar
a CTPS dos empregados no prazo de
(A) 24 horas.
(B) 5 dias.
(C) 5 dias úteis.
(D) 48 horas.
72
A Empresa WDS Ltda. acordou com seus empregados
que eles passarão a realizar uma hora extra, duas vezes
por semana. Acontece que esses empregados trabalham
(A) não há a necessidade de licença prévia das autorida-
des competentes.
(B) há a necessidade de licença prévia, exceto para os
empregados em jornada de 12x36.
(C) somente os empregados em jornada de 12x36 preci-
sam de licença prévia das autoridades competentes.
(D) a legislação não trata acerca desse assunto.
 OAB – XXXI
73 (B) a reclamada é isenta das custas e das despesas.
A Empresa Borelli & Borelli Ltda. tem 13 empregados
que exercem suas funções em regime de tempo parcial.
Todos os empregados têm CTPS anotada e recebem sa-
lário no quinto dia útil do mês subsequente. Consideran-
do a situação hipotética,
(A) a empresa deverá anotar os horários de entrada e
saída de seus empregados.
(B) a empresa somente seria obrigada a anotar os horá-
rios de entrada e saída de seus empregados se tives-
se mais de 20 empregados.
(C) a reforma trabalhista extinguiu a obrigatoriedade de
anotação de horários de entrada e saída de empregados.
(D) somente se admite anotação de horários de forma
eletrônica.
74 (C) o preparo será o valor total do depósito recursal do
Júlio foi contratado pela Empresa Bueno & Queiroz
Ltda., para exercer a função de consultor, em regime de
teletrabalho, em setembro de 2019. Em janeiro de 2020,
o empregador pretende alterar o regime de teletrabalho
para o presencial. Nessa situação,
(A) o empregador somente pode fazer a alteração com a
anuência do empregado.
(B) não se admite essa alteração.
(C) o pedido de alteração somente pode partir do em-
pregado.
(D) a alteração pode ser feita e o empregador deve con-
ceder um prazo mínimo de transição de 15 dias.
75
A empresa Dreyer Ltda. vem passando por dificuldades
financeiras e para não dispensar todos os seus emprega-
dos de uma só vez, tabulou com o sindicato da catego-
ria profissional, acordo coletivo, prevendo a redução da
jornada de trabalho e dos salários de seus empregados
pelo período de 7 meses. Nesse caso,
(A) deveria ter sido assinada uma convenção coletiva, e
não acordo coletivo.
(B) durante a vigência do instrumento coletivo, os em-
pregados terão garantia no emprego.
(C) a empresa somente poderia dispensar todos os em-
pregados com a anuência do sindicato.
(D) a redução somente poderia ter sido autorizada pelo juiz.
PROCESSO DO TRABALHO (ROGÉRIO DIAS)
76 gãos de proteção ao crédito.
Determinada autarquia foi condenada ao pagamento de
diferenças salariais, no valor de R$ 35.000,00, e a pagar
as despesas efetuadas pela reclamante, no importe de
R$ 5.000,00. Nesse caso,
(A) a reclamada é isenta do pagamento das custas, mas
deverá pagar as despesas.
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Simulado – Exame de Ordem
(C) a decisão não poderia condenar a reclamada ao pa-
gamento das despesas.
(D) somente as entidades fiscalizadoras do exercício pro-
fissional estão isentas do pagamento das despesas.
77
A empresa Queiroz Ltda. foi condenada ao pagamento
de horas extras e adicional de insalubridade. Inconfor-
mada, interpôs Recurso Ordinário. O MM., Juízo da 2ª
Vara do Trabalho de Brasília-DF, denegou seguimento ao
recurso. A empresa interpôs Agravo de instrumento, no
terceiro dia de seu prazo. Nesse caso,
(A) não há que se falar em preparo.
(B) o valor do preparo é de 50% do valor do depósito
recursal do recurso que se quer destrancar.
recurso que se quer destrancar.
(D) o recurso cabível seria o agravo regimental.
78
A Empresa Borellis Ltda. foi condenada ao pagamento
de R$ 100.000,00 em ação ajuizada por um de seus ex-
-empregados. A empresa pretende recorrer, mas não
tem dinheiro para fazer o depósito recursal, pois está em
recuperação judicial. Nessa situação,
(A) a empresa é isenta.
(B) a empresa não poderá recorrer.
(C) a empresa deverá depositar somente metade do valor.
(D) a legislação é omissa quanto ao tema.
79
A empresa Dreyer & Dreyer Ltda. foi citada em uma exe-
cução trabalhista. Acontece que a empresa não tem di-
nheiro para garantir o juízo e não tem bens para indicar
à penhora. Nessa situação,
(A) não há mais alternativas para a empresa.
(B) a empresa poderá apresentar seguro-garantia judicial.
(C) a empresa poderá apresentar embargos à execução.
(D) a empresa poderá interpor agravo de petição.
80
A Empresa Bueno Ltda. foi citada em execução traba-
lhista, em novembro de 2019, e até a presente data não
houve a garantia do juízo. Nessa situação,
(A) a decisão judicial poderá ser levada a protesto.
(B) não se pode inscrever o nome do executado nos ór-
(C) nada poderá ser feito.
(D) o executado deverá ser citado novamente.
 OAB – XXXI Simulado – Exame de Ordem

SIMULADO PREPARATÓRIO
OAB XXXI – EXAME DE ORDEM
GABARITO – PROVA DO DIA 18/01/2020

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
b b b b b d a a c c d b d d d d c d d c
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
a b c a c c b d a a a a c a c d b b a b
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
d a b d c a b a d b c d b d c c c b c b
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
d d d d d a b d c a c b b d b a b a b a

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 OAB – XXXI
ÉTICA PROFISSIONAL (MARIA CHRISTINA)
1 vinculado à Mesa da Câmara de Vereadores. Necessitan-
A empresa Blazute promove ação de responsabilidade
civil em face da empresa Borelli. No curso do processo,
surge decisão judicial, atacada por recurso apresen-
tado pelo representante judicial da empresa autora, o
advogado Nilton. Tal recurso não tem previsão legal de
sustentação oral. Apesar disso, o advogado comparece
à sessão de julgamento e requer ao tribunal o tempo
necessário para a sustentação referida. Nos termos das
normas estatutárias, é correto afirmar que
(A) é direito do advogado a sustentação oral em todos
os recursos.
(B) o direito à sustentação oral está vinculado à sua pre-
visibilidade recursal.
(C) o direito à sustentação oral será por trinta minutos.
(D) a sustentação oral dependerá do relator do recurso.
Letra b.
Art. 7º do EOAB.
2 Rogério Dias, advogado renomado, é acometido por do-
Alice Rocha é sócia de determinada sociedade de advo-
gados com sede no DF e filial na Bahia. Foi convidada a
integrar, cumulativamente e como sócia, os quadros de
outra sociedade de advogados, esta com sede na Bahia,
e sem filiais. Aceitou o convite e rapidamente providen-
ciou sua inscrição suplementar na OAB/BA, tendo em
vista que passaria a exercer habitualmente a profissão
nesse estado.
(A) Alice Rocha agiu corretamente, pois, considerando
que passaria a atuar em mais do que cinco causas
por ano na Bahia, era necessário que promovesse
sua inscrição suplementar nesse estado.
(B) Alice Rocha não agiu corretamente, pois é vedado ao
advogado integrar mais de uma sociedade de advo-
gados com sede ou filial na mesma área territorial do
respectivo Conselho Seccional.
(C) Alice Rocha não agiu corretamente, pois é vedado ao
advogado integrar mais de uma sociedade de advo-
gados dentro do território nacional.
(D) Alice Rocha agiu corretamente e sequer era necessá-
rio que promovesse sua inscrição suplementar, pois
passaria a exercer a profissão na Bahia na qualidade
de sócia, e não de advogada empregada da socieda-
de em questão.
Letra b.
Art. 15 do EOAB.
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Simulado – Exame de Ordem
3
Roberta é vereadora do município TELTA e ocupa cargo
do propor ação em face de sua vizinha Raquel, e sendo
advogada, apresenta-se em Juízo postulando em causa
própria. Nos termos das normas estatutárias, assinale a
afirmativa correta.
(A) A função de membro do Poder Legislativo impede o
advogado de atuar, mesmo em causa própria.
(B) A eleição para a Mesa Diretora do Poder Legislativo impe-
de o advogado de atuar, gerando uma incompatibilidade.
(C) O mandato de vereador não se inclui dentre as situ-
ações de incompatibilidade, ocupe ou não cargo na
Mesa Diretora.
(D) As incompatibilidades dos membros do Poder Legis-
lativo estão circunscritas aos integrantes do Senado e
da Câmara dos Deputados Federais.
Letra b.
Art. 28 do EOAB.
4
ença mental considerada pela unanimidade dos médicos
como incurável, perdendo suas faculdades de discerni-
mento e sendo considerado absolutamente incapaz por
sentença judicial. Nos termos das regras estatutárias, sua
inscrição como advogado será
(A) suspensa até laudo médico sobre a doença portada, e dian-
te de possível cura voltará com mesmo número de OAB.
(B) cancelada diante da incurabilidade da doença, e dian-
te de possível cura voltará com novo número de OAB.
(C) extinta por decisão de junta médica convocada para
tal fim.
(D) suspensa temporariamente para avaliação pelo Con-
selho Seccional.
Letra b.
Arts. 11 e 12 do EOAB.
5
Marta consulta sua amiga Maria, também advogada,
para lhe explicar como é a previsão do estatuto sobre
o pagamento de honorários advocatícios. Assinale a
afirmativa que indica como deve ocorrer o pagamento,
quando não houver estipulação em contrário.
(A) Metade no início e o restante parcelado em duas vezes.
(B) Um terço no início, um terço até a decisão de primei-
ra instância e um terço ao final.
(C) Dez por cento no início, vinte por cento na sentença e
o restante após o trânsito em julgado.
(D) Cinquenta por cento no início, trinta por cento até
decisão de primeiro grau e o restante após o recurso,
se existir.
 OAB – XXXI
Letra b.
Art. 18, EOAB.
6 Art. 76, EOAB.
Ana Cristina, advogada com vasta experiência profissio-
nal, necessita atualizar o seu arquivo de causas. Assim,
requer o desarquivamento de determinados autos pro-
cessuais de processo findo de um cliente, que tramitou
sob sigilo, mas de época anterior à sua atuação. Ao di-
rigir-se ao cartório judicial, é surpreendida pela exigên-
cia de procuração com poderes especiais para retirar os
autos. Nos termos do Estatuto da Advocacia, é direito do
advogado retirar autos de processos findos
(A) com procuração, inseridos poderes gerais, pelo prazo
de cinco dias.
(B) com procuração, com poderes especiais, pelo prazo
de quinze dias.
(C) sem procuração, com autorização do escrivão do car-
tório, pelo prazo de dez dias.
(D) sem procuração, pelo prazo de dez dias.
Letra d.
Art. 7, XVI, EOAB.
7 experiência social.
Isadora é advogada contratada pela empresa Cândido
Ltda. Na empresa, ela é responsável pelas defesas em
ações que pleiteiam o reconhecimento da responsabili-
dade civil da sua cliente e dos seus prepostos. O contra-
to de honorários venceu em 2019, e não foi renovado.
Com dificuldades financeiras, a empresa não pagou os
honorários devidos. Foi ajuizada ação trabalhista tendo
sido homologado acordo na data de 10/01/2020. O ter-
mo inicial para a contagem do prazo para a prescrição
da pretensão de cobrança dos honorários advocatícios,
observado o disposto no Estatuto da Advocacia, ocorre
a partir da
(A) data da homologação do acordo.
(B) data fixada pelo juiz.
(C) última prestação de serviço.
(D) data do vencimento do contrato.
Letra a.
Artigo 25 do EOAB.
8 um saber aberto a reformulações, porque dependente
Patrícia Dreyer, advogada, apresenta requerimento ao
Presidente da Seccional da OAB/ DF, tendo o seu pleito
sido indeferido. Nos termos do Estatuto da Advocacia,
cabe recurso ao
(A) Conselho Seccional da OAB.
(B) Conselho Federal da OAB.
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Simulado – Exame de Ordem
(C) Presidente do Conselho Federal da OAB.
(D) Presidente do Tribunal de Ética da OAB.
Letra a.
FILOSOFIA DO DIREITO (JULIANO ALVES)
9
O denominado modernismo jurídico colapsou em razão
do reconhecido fracasso do positivismo legalista. Esse
fenômeno foi objeto de reflexão crítica por muitos es-
tudiosos ao longo do século XX, abrindo caminho à ela-
boração de variadas teorias acerca do fenômeno da apli-
cação do direito, todas elas assentadas numa nova visão
de normatividade. Sobre a superação dos dogmas po-
sitivistas de aplicação mecânico-subsuntiva das normas
jurídicas na construção de novos métodos de aplicação
do direito, assinale a alternativa correta.
(A) Sob influxo do pensamento pós-positivismo, crista-
liza-se um novo modelo interpretativo com a cons-
ciência de que “a interpretação jurídica se resume
a uma operação lógico-formal, sendo um processo
complexo, no qual fatores normativos, axiológicos e
fáticos se correlacionam dialeticamente, ao logo da
(B) A tese de que uma regra jurídica, a princípio apli-
cável, pode vir a ser derrotada, foi originariamente
defendida por Ronald Dworkin, no livro Levando os
Direitos a sério.
(C) A técnica de sopesamento, apesar de criticada por
adeptos do método normativo-estruturante acima
abordado, é o método largamente aplicado no Bra-
sil para se resolver conflitos normativos, bem como
para a solução de casos difíceis.
(D) Os adeptos da derrotabilidade argumentam que o di-
reito é um típico sistema de lógica monotônica.
Letra c.
(A) Errado. “Sob influxo do pensamento pós-positivismo,
cristaliza-se, assim, um novo modelo interpretativo”,
com a consciência de que “a interpretação jurídica não
se resume a uma operação lógico-formal, sendo antes
um processo complexo, no qual fatores normativos,
axiológicos e fáticos se correlacionam dialeticamente, ao
logo da experiência social. A ciência do direito e, portanto,
de um contexto histórico e cultural”. (SOARES, Ricardo
Maurício Freire. Hermenêutica e interpretação jurídica.
São Paulo: Saraiva, 2010, p. 54-55)
(B) Errado. Na verdade, a ideia é de Hart: nas palavras
de Hart (1948 apud BÃCKER, 2011, p. 62,), “quando o
estudante aprende que no direito inglês há condições
positivas para a existência de um contrato válido, [...] sua
 OAB – XXXI
compreensão do conceito legal de um contrato é ainda
incompleta [...]. Pois tais condições, embora necessárias,
não são suficientes, e ele ainda tem que aprender o que
pode derrotar a alegação de que há um contrato válido,
mesmo que todas essas condições sejam satisfeitas.
O estudante ainda tem que aprender o que implica a
expressão ‘a menos que’”.
(C) Certo. "A técnica de sopesamento, apesar de criticada
por adeptos do método normativo-estruturante acima
abordado, é o método largamente aplicado no Brasil
para se resolver conflitos normativos, bem como
para a solução de casos difíceis. Basta um passeio
pela jurisprudência dos nossos tribunais superiores,
notadamente do STF, para se constatar que diversos
casos complexos submetidos à Corte já foram resolvidos
por simples emprego da ponderação, de maneira que o
eventual afastamento de uma regra decorre da aplicação
de outra norma jurídica com superior dimensão de peso,
sem que se necessite falar em “derrotabilidade”. (NETO,
Durval Carneiro. Críticas à teoria da derrotabilidade das
regras jurídicas. II Jornada de Direito Constitucional.
Coleção Jornada de Estudos Esmaf, 21. TRF 1ª Região.
Escola de Magistratura Federal da 1ª Região, Brasília,
2014, p. 100)
(D) Errado. Defende-se uma lógica não monotônica: “A
lógica clássica e a lógica silogística são monotônicas no
sentido que, de um conjunto de premissas, podemos
deduzir um conjunto de conclusões; porém, quando
adicionamos novas premissas ao conjunto inicial
de premissas, as mesmas conclusões já deduzidas
continuam valendo. Uma lógica não-monotônica é
uma lógica diferente da lógica clássica e da lógica
silogística, uma vez que nela, de um conjunto inicial de
premissas, deduzimos uma certa conclusão, mas, uma
vez adicionada uma outra premissa ao mesmo conjunto
inicial, as conclusões já deduzidas não continuam
valendo necessariamente. Dependendo da premissa
adicionada, ela pode “derrotar” a conclusão original e
proporcionar uma nova conclusão. Essa é a forma de
pensar que os seres humanos utilizam na maioria das
vezes em que é necessário raciocinar. Geralmente nos
baseamos em premissas gerais, porém elas podem
facilmente ser excepcionadas, o que nos força a revisar
nossas crenças e extrair novas conclusões. Umberto
Eco costuma ilustrar esse ponto com o exemplo do
ornitorrinco: um animal em parte mamífero, que coloca
ovos e possui um bico de pato. Ele é uma curiosa exceção
às diversas categorias definidas pelos zoólogos”. (CELLA,
José Renato Gaziero; SERBENA, Cesar Antonio. Prefácio.
In: VASCONCELLOS, Fernando Andreoni. Hermenêutica
jurídica e derrotabilidade. Curitiba: Juruá, 2010)
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Simulado – Exame de Ordem
10
John Rawls, em sua obra-prima “Teoria da Justiça”, pre-
tende lançar mão de uma correção do contratualismo,
ao permitir a reabilitação e afirmação da superioridade
de uma concepção da justiça fundamentada na ideia de
contrato, em especial, contra a difusa e prevalecente
fundamentação das concepções da justiça no utilitaris-
mo. Sobre a obra de Rawls e os conceitos de “posição
original” e "véu de ignorância”, é correto afirmar:
(A) A denominada “posição original” pode ser conside-
rada como uma situação de absoluta neutralidade.
(B) A caracterização da "posição original” deve ser en-
carada como uma operação de abstração falha ou
incompleta.
(C) O “véu de ignorância” idealiza uma noção de equida-
de que requer a independência mútua dos agentes,
enquanto a concepção da pessoa livre e igual implica
um ideal de moralidade compartilhado em socieda-
des liberais e democráticas.
(D) As partes na posição original são descritas como ir-
racionais.
Letra c.
(A) e (B) Errados. "Em primeiro lugar, trata-se
justamente de não confundir a posição original com
uma situação de absoluta neutralidade, pois, para
Rawls, só pode haver acordo acerca dos princípios
de justiça, se forem contemplados determinados
pressupostos, que, ademais, devem se apresentar
como naturais e plausíveis, portanto, minimamente
aceitos e compartilhados. De um lado, então, podemos
observar que, ao se entrelaçarem, método e objetivos
repercutem um nos outros e vice-versa: Rawls sugere a
posição original como método para que se possa entrar
em acordo acerca de princípios de justiça válidos em
uma sociedade liberal e democrática, sendo que, desde
o início, tal objetivo define a própria posição original no
que diz respeito às suas condições de possibilidade. De
outro lado, a caracterização da posição original em tais
termos não deve deixar pensar em uma operação de
abstração falha ou incompleta, mas apenas orientada,
pois, como apontamos, a aceitação de determinados
pressupostos e condições, isto é, que estejamos
nos referindo a seres racionais que mutuamente se
reconhecem como livres e iguais do ponto de vista de
sua organização jurídico-política, não representa senão a
delimitação de um contexto do qual a própria concepção
da justiça como equidade não pode prescindir. Dada a
tarefa de indagar uma das possíveis teorias da justiça,
a que a compreende a partir do critério de equidade
entendido como adequado às sociedades liberais e
democráticas contemporâneas, não há como não
aceitar certa circunscrição metodológica” (TREDANARO,
Emanuele. A abordagem contratualista de "A theory of
 OAB – XXXI
justice" entre método e objetivos. Algumas observações
a partir das últimas críticas de Onora O’neill. Kriterion:
Revista de Filosofia. Belo Horizonte, v. 58, n. 136, p. 65-
86. Jan./Apr. 2017)
(D) Errado. "Nesse sentido, Rawls toma uma atitude
cautelosa, sintomática da caracterização específica da
posição original como modelo de seleção dos princípios
de justiça em uma situação hipotética de igualdade, em
que ao mesmo tempo os atores são pessoas racionais e
os vínculos impostos aos atores são razoáveis. Na medida
em que as partes na posição original são descritas
como racionais, Rawls lhes atribui também o poder de
elas orientarem suas decisões a partir de interesses de
ordem superior, por exemplo, mediante capacidade de
desenvolverem um senso de justiça, de observarem uma
concepção de bem, de considerarem a importância de
uma vida que seja satisfatória, não apenas do ponto de
vista material. Por seu turno, as restrições que moldam
a posição original – o véu de ignorância, a simetria
das partes, a publicidade dos princípios de justiça –
envolvem elas mesmas a ideia razoável de cooperação
social, a qual, por sua vez, apela à de cidadão, isto é, à de
pessoa moral que age livremente em uma organização
política cujos integrantes se reconhecem como iguais.
Racionalidade das partes e razoabilidades das restrições,
juntamente, concorrem a especificar os requisitos do
raciocínio correto para a escolha dos princípios que
devem regular as instituições básicas de uma sociedade
aceita como liberal e democrática. O intuito de Rawls
é o de mostrar como a posição original incorpora as
condições pelas quais comum e unanimemente, como
cidadãos livres e iguais, acreditamos que um juízo seja
justo e justificado, oferecendo, assim, um método
de seleção de princípios primeiros” (TREDANARO,
Emanuele. A abordagem contratualista de "a theory of
justice" entre método e objetivos. Algumas observações
a partir das últimas críticas de onora o’neill. Kriterion:
Revista de Filosofia. Belo Horizonte, v. 58, n. 136, p. 65-
86. Jan./Apr. 2017)
DIREITO CONSTITUCIONAL (RENATO
BORELLI)
11
Gabriel, atual governador do estado Alfa, pretende
candidatar-se à reeleição para o cargo. Em igual senti-
do, o prefeito Rogério, do município Beta, pretende se
candidatar ao cargo de governador. Considerando que
ambos estão em exercício de primeiro mandato, assinale
a alternativa correta de acordo com o sistema constitu-
cional brasileiro.
(A) O governador Gabriel e o prefeito Rogério poderão
ser candidatos aos cargos que pretendem, indepen-
dentemente de renunciarem a seus mandatos.
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Simulado – Exame de Ordem
(B) O governador Gabriel e o prefeito Rogério poderão
ser candidatos aos cargos que pretendem, mas des-
de que renunciem aos respectivos mandatos seis
meses antes do pleito.
(C) O governador Gabriel somente poderá candidatar-se
à reeleição caso renuncie ao mandato até seis meses
antes do pleito. Todavia, o prefeito Rogério poderá
ser candidato a governador, independentemente de
renunciar a seu mandato.
(D) O governador Gabriel poderá ser candidato à reelei-
ção, independentemente de renunciar a seu man-
dato, mas o prefeito Rogério somente poderá can-
didatar-se ao cargo de governador caso renuncie ao
mandato até seis meses antes do pleito.
Letra d.
Nesse caso, aplica-se a regra de desincompatibilização
referente aos chefes do Poder Executivo, prevista no art.
14, § 6º, da Constituição de 1988, que exige que eles se
afastem definitivamente do cargo até seis meses antes
do pleito para concorrer a cargos diferentes daquele que
ocupam.
12
Renato, tendo tomado ciência acerca de decisão profe-
rida em seu processo administrativo, que determinou
exigência de arrolamento prévio de bens como requisito
de admissibilidade de recurso administrativo, recorreu
às instâncias superiores contra a medida, mas todas fo-
ram uníssonas em manter a decisão, esgotando, assim, a
via administrativa. Irresignado com o fato, Renato ques-
tiona seu advogado sobre o caso, sendo informado que
tal determinação seria inconstitucional, cabendo uma
medida judicial.
Assim, conforme o sistema jurídico constitucional brasi-
leiro, assinale a alternativa correta.
(A) Interpor Recurso Extraordinário perante o Supremo
Tribunal Federal, em razão de ofensa à interpretação
sumulada do Supremo Tribunal.
(B) Ingressar com Reclamação Constitucional no Supre-
mo Tribunal Federal, por contrariar matéria já objeto
de súmula vinculante.
(C) Interpor recurso de Apelação para obter reforma da
decisão recorrida.
(D) Ajuizar Ação Direta de Inconstitucionalidade perante
o Tribunal de Justiça, tendo em vista que a decisão
judicial viola diretamente o texto constitucional.
Letra b.
O art.7º da Lei n. 11.417/2006 dispõe:
Da decisão judicial ou do ato administrativo que
contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe
vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação
 OAB – XXXI
ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos
ou outros meios admissíveis de impugnação. (...) § 2º
Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal
Federal anulará o ato administrativo ou cassará a
decisão judicial impugnada, determinando que outra
seja proferida com ou sem aplicação da súmula,
conforme o caso.
13 do corrente ano.
Emenda à Constituição é a modificação da Carta, resul-
tando em mudanças pontuais do texto constitucional.
Mutação constitucional, diferentemente, é a nova inter-
pretação da Carta, sem alteração em seu texto.
Pela disposição da Constituição Federal de 1988, nossa
Carta poderá ser emendada
(A) mediante proposta de menos da metade das Assem-
bleias Legislativas das unidades da Federação.
(B) mediante proposta do Vice-Presidente da República.
(C) na vigência de estado de defesa ou de estado de sí-
tio, mas não na vigência de intervenção federal.
(D) mediante proposta de um terço, no mínimo, dos
membros da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal.
Letra d.
(A) Errado A Constituição Federal poderá ser emendada
mediante proposta de MAIS da metade das Assembleias
Legislativas das unidades da Federação (art. 60, III, CF).
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante
proposta: (...)
III – de mais da metade das Assembleias Legislativas
das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma
delas, pela maioria relativa de seus membros.
(B) Errado. O Vice-Presidente da República não tem
legitimidade para apresentar proposta de emenda à
Constituição. O art. 60, II, da CF, referiu-se apenas ao
Presidente da República.
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante
proposta: (...)
II – do Presidente da República; (...)
(C) Errado. A Constituição também não poderá ser
emendada na vigência de intervenção federal.
O art. 60, § 1º, da CF, é claro ao prever que: “A
Constituição não poderá ser emendada na vigência de
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado
de sítio.”
(D) Certo. É o que estabelece o art. 60, I, da CF:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante
proposta:
I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara
dos Deputados ou do Senado Federal;
II – do Presidente da República;
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Simulado – Exame de Ordem
III – de mais da metade das Assembleias Legislativas
das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma
delas, pela maioria relativa de seus membros.
14
Érico, servidor público da Administração estadual, ocu-
pante de cargo efetivo, pretende candidatar-se a Verea-
dor para a Câmara Municipal do estado Alfa nas eleições
Nessa hipótese, à luz da Constituição de 1988, Érico
(A) deverá exonerar-se de seu cargo até 06 meses antes
do pleito, podendo retomar o exercício caso não seja
eleito.
(B) se eleito, ficará afastado de seu cargo durante o exer-
cício do mandato eletivo, independentemente de ha-
ver compatibilidade de horários.
(C) se eleito, será afastado de seu cargo durante o exer-
cício do mandato eletivo, se não houver compatibi-
lidade de horários, sendo-lhe vedado optar pela re-
muneração do cargo.
(D) se eleito, perceberá as vantagens de seu cargo, sem
prejuízo da remuneração do cargo eletivo, durante o
exercício do mandato, desde que haja compatibilida-
de de horários.
Letra d.
(A) Errado. A alternativa pretendeu confundir o
candidato com a previsão do art. 14, § 6º, da CF, que
versa sobre a “desincompatibilização”, exigência
aplicável ao Presidente da República, aos Governadores
de Estado e do Distrito Federal e aos Prefeitos, quando,
já eleitos, pretenderem concorrer a outros cargos no
próximo pleito eleitoral.
Art. 14, CF. (...)
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente
da República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
mandatos até seis meses antes do pleito.
(B) Errado. O servidor público da Administração direta,
autárquica e fundacional que for eleito vereador, desde
que haja compatibilidade de horários, poderá acumular
o cargo de servidor com o cargo eletivo (art. 38, III, CF).
Em verdade, o cargo de vereador (mandato eletivo
municipal) é o único que poderá ser acumulado pelo
servidor, desde que compatíveis os horários.
Se eleito para mandato eletivo federal, estadual ou
distrital, será afastado do cargo de servidor (art. 38, I, CF).
Se investido no cargo de Prefeito (mandato eletivo
municipal), também será afastado, porém, poderá
optar pela remuneração que receberá, se a do cargo de
servidor ou a do cargo eletivo (art. 38, III, CF).
 OAB – XXXI
Art. 38, CF. Ao servidor público da administração direta,
autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual
ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou
função;
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar
pela sua remuneração;
III – investido no mandato de Vereador, havendo
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo
da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
anterior; (...)
(C) Errado. Se o servidor for eleito vereador e não
houver compatibilidade de horários, será afastado de
seu cargo durante o exercício do mandato eletivo, mas
poderá optar pela remuneração do cargo, pois havendo
incompatibilidade de horários deve ser aplicado o
mesmo regime dos servidores eleitos para Prefeito (art.
38, III, CF)
(D) Certo. É o que o art. 38, III, da CF, prevê:
Art. 38, CF. (...)
III – investido no mandato de Vereador, havendo
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo
da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
anterior; (...)
15 será cabível mandado de segurança quando se pretender
Alessandro, blogueiro e grande influenciador digital, so-
licitou ao secretário da municipalidade Beta, com base
no princípio da transparência, informações a respeito de
valores gastos com despesas de publicidade.
Caso o pedido administrativo seja negado, Alessandro
poderá
(A) interpor recurso administrativo, cujo cabimento
decorre da aplicação do direito ao devido processo
legal administrativo, como requisito para que seja
admissível a propositura de ação judicial voltada a
determinar à autoridade municipal que preste as in-
formações solicitadas.
(B) ajuizar ação popular, ainda que não tenha interposto
recurso administrativo contra o ato municipal, desde
que seja cidadão brasileiro e que assegure que será
respeitado o sigilo de fonte, a fim de que seja expedi-
da ordem judicial determinando à autoridade muni-
cipal que preste as informações solicitadas, ficando o
autor isento de custas judiciais, salvo se comprovada
má-fé, mas não do ônus de sucumbência.
(C) não será legitimado a ajuizar qualquer demanda ju-
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Simulado – Exame de Ordem
dicial, uma vez que o ato administrativo municipal
violou direito difuso, passível de proteção mediante
o ajuizamento de ação civil pública pelo Ministério
Público, sem prejuízo da legitimidade ativa de outras
partes previstas em lei.
(D) poderá impetrar mandado de segurança, ainda que
não tenha interposto recurso administrativo contra
o ato municipal, a fim de que seja expedida ordem
judicial determinando ao secretário que preste as
informações solicitadas, não sendo assegurado pela
Constituição de 1988, especificamente aos impetran-
tes dessa ação, o direito à isenção de custas judiciais.
Letra d.
A negativa de obtenção de dados de natureza pública
viola direito líquido e certo consagrado no art. 5º, XXXIV,
“a”, da CF, que assegura que todos poderão peticionar
aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder, o que inclui a obtenção
de informações de natureza coletiva.
O remédio constitucional adequado para combater
a violação de direito líquido e certo é o Mandado de
Segurança (art. 5º, LXIX, CF). Observe:
Art. 5º, CF. (...)
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para
proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público; (...)
Destaca-se que a Lei n. 12.016/2009 determina que não
impugnar ato do qual caiba recurso administrativo
COM efeito suspensivo (art. 5º, I), o que não se
aplica à situação narrada no enunciado da questão,
considerando que a lei municipal previa o cabimento de
recurso administrativo SEM efeito suspensivo.
Art. 5º, Lei n. 12.016/2009. Não se concederá mandado
de segurança quando se tratar:
I – de ato do qual caiba recurso administrativo com
efeito suspensivo, independentemente de caução;
II – de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito
suspensivo;
III – de decisão judicial transitada em julgado.
Pondera-se, também, que são gratuitas apenas as ações
de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei,
os atos necessários ao exercício da cidadania (art. 5º,
LXXVII, CF).
16
Miguel, vereador do município Alpha, famoso por casos
de improbidade e corrupção, e desafeto do promotor da
comarca, que o estaria investigando por nova suspeita de
corrupção, deu entrevista na capital, em rádio estadual,
 OAB – XXXI
criticando o representante do Parquet, chamando-o de
preguiçoso e afirmando que o membro do Ministério
Público gostaria de ganhar bem sem nada fazer.
Quanto à responsabilização do vereador pelo teor da en-
trevista, assinale a afirmativa correta.
(A) O vereador goza de imunidade material, podendo
emitir opiniões sem cometer qualquer ilícito, pro-
tegendo-se, desta forma, a independência do Poder
Legislativo.
(B) A imunidade material do vereador permite que, es-
tando no exercício do mandato, emita opiniões, sem
ser responsabilizado.
(C) A responsabilidade civil existe, não afastada pela
imunidade parlamentar porque não estava na tribu-
na da Câmara Municipal.
(D) A imunidade material do vereador não o socorre, já
que emitiu opinião ofensiva, fora de sua circunscri-
ção, de forma pessoal, em evidente retaliação.
Letra d.
A Constituição Federal, no art. 29, VIII, assegura aos
vereadores inviolabilidade material por suas opiniões,
palavras e votos no exercício do mandato e apenas na
circunscrição do município.
No caso narrado, além de estar fora da circunscrição
do município, uma vez que a entrevista foi realizada
na capital do Estado, as falas proferidas pelo vereador
não guardam qualquer pertinência com as funções
inerentes ao seu mandato.
Portanto, a imunidade material do vereador não o
socorre, já que emitiu opinião ofensiva, fora de sua
circunscrição, de forma pessoal, em evidente retaliação.
Vejamos a redação do art. 29, VIII, da CF:
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada
em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias,
e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
respectivo Estado e os seguintes preceitos: (...)
VIII – inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões,
palavras e votos no exercício do mandato e na
circunscrição do Município; (...)
17 (B) o consulado não poderia ter negado o visto, levando
Após ampla apuração, constatou-se que Juliano, Minis-
tro de Estado, praticou crimes de responsabilidade.
Considerando a sistemática constitucional, é correto
afirmar que Juliano será processado e julgado pelo
(A) Senado Federal, após autorização da Câmara dos De-
putados.
(B) Superior Tribunal de Justiça.
(C) Supremo Tribunal Federal.
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Simulado – Exame de Ordem
(D) Congresso Nacional.
Letra c.
Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar os Ministros
de Estado nos crimes de responsabilidade. Contudo,
tenha atenção, pois havendo conexão com outro crime
de responsabilidade praticado pelo Presidente ou Vice-
Presidente da República, a competência passará a ser do
Senado Federal.
É o que se extrai dos arts. 102, I, “c” e 51, I, da CF:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente: (...)
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de
responsabilidade, os Ministros de Estado e os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica,
ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos
Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e
os chefes de missão diplomática de caráter permanente;
(...)
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I – processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente
da República nos crimes de responsabilidade, bem como
os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha,
do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma
natureza conexos com aqueles; (...)
DIREITO INTERNACIONAL E DIREITOS
HUMANOS (ALICE ROCHA)
18
Rogério e Nilton são dois amigos que decidem passar
férias na China para aproveitar e fazer pesquisas sobre
o regime trabalhista e ambiental chinês. Como sabem
que as passagens são muito caras, os dois amigos fa-
zem economia ao longo de dois longos anos, deixando
de aproveitar a vida, para focar na viagem. Passagens
compradas, ambos entraram com pedido de visto no
consulado chinês, todavia o visto de Nilton foi negado e
ele desconfia que foi consequência da análise do agente
sobre suas pesquisas na militância pelo direito ambien-
tal. Nesta situação:
(A) Nilton pode entrar com recurso perante o consulado
alegando sua desconfiança.
em consideração a compra da passagem de ida e vol-
ta e a comprovação de vínculo com o Brasil.
(C) o Estado pode negar o visto de Nilton, devendo justi-
ficar o motivo da negativa.
(D) mesmo que Nilton tivesse conseguido o visto, ele
poderia ser barrado na entrada no território chinês,
tendo em consideração que o visto é uma mera ex-
pectativa de direito.
 OAB – XXXI
Letra d.
O visto é uma cortesia do Estado e constitui uma mera
expectativa de direito, visto que o indivíduo pode ser
repatriado antes mesmo de entrar no território.
19 restrição à liberdade de expressão para a garantia do
Ao longo da segunda metade do século XX, assistimos a
um movimento crescente do número de Organizações
Internacionais para regular os mais diversos temas. Uma
das mais relevantes é a Organização das Nações Unidas,
com o propósito de manutenção da paz e segurança
internacional. No caso dessa organização, um Estado
membro que viole persistentemente os princípios con-
tidos em sua Carta está sujeito à sanção, que se carac-
teriza pela:
(A) aplicação de multa, pela Assembleia Geral, de quem
também parte a recomendação para a aplicação da
referida sanção.
(B) perda de todas as ajudas e subsídios internacionais
mediados pela Organização das Nações Unidas, a
partir de recomendação da Assembleia Geral, a ser
confirmada pelo Conselho de Segurança.
(C) suspensão por tempo indeterminado da participa-
ção do Estado penalizado na Organização das Nações
Unidas, a partir de proposta da Assembleia Geral,
que será encaminhada para confirmação do Conse-
lho de Segurança.
(D) possibilidade de expulsão da Organização das Na-
ções Unidas, pela Assembleia Geral, mediante reco-
mendação do Conselho de Segurança.
Letra d.
Questão baseada no capítulo II, artigo 6º, da Carta da
Nações Unidas: "O Membro das Nações Unidas que
houver violado persistentemente os Princípios contidos
na presente Carta, poderá ser expulso da Organização
pela Assembleia Geral mediante recomendação do
Conselho de Segurança". Todavia, mesmo sem o aluno
ter o conhecimento da literalidade da Carta, importa
saber a gravidade que representa para a Organização
a violação persistente de seus princípios e o caráter de
possibilidade de expulsão que só deve ocorrer em último
caso, visto que o interesse dos Estados ao se unirem à
Organização Internacional seria o de coordenação de
suas atividades.
20 ça encontrada.
Um dos direitos mais violados em todo mundo é o direi-
to à liberdade de expressão, que por diversas ocasiões
acaba sendo mitigado em nome da cultura ou dos costu-
mes locais. No entanto, diversas convenções e acordos
foram criados para a garantia da liberdade de pensa-
mento e de expressão, sendo que:
(A) de acordo com a Convenção Europeia sobre Direitos
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Simulado – Exame de Ordem
Humanos, o direito à liberdade de expressão impede
que os Estados submetam as empresas de radiodifu-
são, de cinematografia ou de televisão a um regime
de autorização prévia.
(B) a Convenção sobre o Direito das Crianças não admite
respeito à reputação dos indivíduos.
(C) a Convenção Americana sobre Direitos Humanos
admite a censura prévia nos casos previstos em lei
para a proteção da segurança nacional ou da ordem
pública.
(D) a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas
de Discriminação contra a Mulher prevê expressa-
mente o direito de a mulher ser tratada em igual-
dade de condições no que se refere à publicação de
suas opiniões pela imprensa.
Letra c.
Apesar de cobrar o conhecimento de algumas
convenções, a questão buscou analisar a capacidade de
reflexão do candidato em relação ao conteúdo do direito
à liberdade de expressão que não pode ser absoluto,
encontrando no art. 13 da Convenção Americana, um
exemplo de possibilidade de censura prévia para a
segurança nacional ou para a ordem pública.
21
No dia 02 de janeiro de 2020, o Brasil declarou guerra à
Bolívia motivada por disputas de jazidas de um novo mi-
nério encontrado na fronteira dos Estados. No dia 12 de
janeiro de 2020, às 14 h 34 min, a polícia militar do muni-
cípio de Bralívia (divisa do Brasil com a Bolívia) encontrou
um bebê recém-nascido de sexo masculino e o encami-
nhou ao Conselho Tutelar da cidade. Você, como advoga-
do da ONG “Garantia aos direitos das crianças abandona-
das”, é procurado (a) pela conselheira tutelar, tendo em
vista as peculiaridades do caso. A polícia não conseguiu
identificar os pais biológicos e não conseguiu determinar
se a criança nasceu no Brasil ou na Bolívia. Neste caso,
de acordo com o previsto na Convenção Americana de
Direitos Humanos, você deve orientá-la que:
(A) mesmo que sejam usados nomes fictícios, a lei deve
regular o direito a um prenome e nome de pais para
essa criança.
(B) o Estado deve tomar para si, de modo exclusivo, as
medidas de proteção da condição de menor da crian-
(C) o Estado brasileiro deve conceder a nacionalidade
brasileira à criança, podendo constar em seu registro
a impossibilidade de alterá-la.
(D) os direitos da criança previstos na Convenção Ameri-
cana de Direitos Humanos ficam suspensos em caso
de guerra, razão pela qual a criança deve ser mantida
sob os cuidados do Conselho até o fim do conflito.
 OAB – XXXI
Letra a.
(A) Certo. Há a possiblidade de nomes fictícios para
assegurar o direito ao nome conforme mencionado no
artigo 18 da referida Convenção.
(B) Errado. A proteção da criança fica a cargo da
sociedade e da família, além do Estado.
(C) Errado. A ninguém deve ser privado o direito de
mudar de nacionalidade.
(D) Errado. Há impossibilidade de suspensão de tais
direitos, mesmo em tempo de guerra.
DIREITO TRIBUTÁRIO (MARIA CHRISTINA)
22 tributário que prescreverá em 1 ano.
A Empresa Borelli Ltda. tem como maior tributação o
imposto sobre produtos industrializados. Como possui
algumas dúvidas sobre sua incidência, protocolou um
pedido de consulta junto à Receita Federal. Diante do
disposto, assinale a opção correta acerca do IPI.
(A) Podem ser seletivos em razão da essencialidade do
produto.
(B) São de competência concorrente entre a União e os
municípios.
(C) Não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.
(D) Poderão ser progressivos.
Letra b.
Art. 153, § 4º, da CF.
23 depósitos judiciais destinados a suspender a exigibi-
Roberta e Raquel, integrantes do quadro societário da
RR Ltda., descobriram uma dívida tributária de IRPJ no
montante de 1 milhão de reais. Procuraram o escritório
de advocacia da Dra. Alice para um consulta jurídica para
descobrirem as providências a serem tomadas para que
possam participar de uma licitação com o DF. Diante do
quadro, é correto afirmar que
(A) o parcelamento do crédito tributário garante a expe-
dição da certidão negativa de débitos fiscais.
(B) o pagamento do tributo de crédito não pode ser efe-
tuado em cheque.
(C) o parcelamento do crédito tributário garante a expe-
dição de certidão positiva com efeito de negativa.
(D) a anistia não pode ser concedida limitadamente.
Letra c.
Arts. 151 e 206 do CTN.
24
Carol, servidora pública do DF, percebeu um desconto
indevido em seu contracheque com relação à incidência
de IR sobre a sua licença prêmio. Diante do exposto, as-
sinale a alternativa correta.
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Simulado – Exame de Ordem
(A) A ação deverá ser proposta no TJDFT contra o DF.
(B) A ação deverá ser proposta no TJDFT contra a União.
(C) A ação deverá ser proposta no TRF contra o União.
(D) A ação deverá ser proposta no TRF contra o DF.
Letra a.
Súmula 447/STJ.
25
Patrícia aderiu ao programa de demissão voluntária
proposto pela empresa na qual trabalha. Ao receber as
verbas, percebeu o desconto de IRPJ. Acerca do tema, é
correto afirmar que:
(A) deverá ser proposta a ação de repetição de indébito
(B) deverá ser proposta a ação de repetição de indébito
tributário que prescreverá em 2 anos.
(C) deverá ser proposta a ação de repetição de indébito
tributário que prescreverá em 5 anos.
(D) deverá ser proposta a ação de repetição de indébito
tributário que prescreverá em 10 anos.
Letra c.
Art. 168 do CTN.
26
Com relação ao IOF (imposto sobre operações de cré-
dito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores
mobiliários), assinale a alternativa correta.
(A) Incide na operação financeira de levantamento de
lidade do crédito tributário ou a garantir a instância
executiva.
(B) Pode ser exigido nas operações financeiras dos Es-
tados, DF e municípios, porque essa tributação não
é limitada pela imunidade constitucional recíproca.
(C) Tem predominante função extrafiscal, e não se sub-
mete à anterioridade tributária. O Poder Executivo
pode manejar as suas alíquotas para ajustá-lo a ob-
jetivos de política monetária, indicando o que almeja
alcançar com a mudança de alíquota.
(D) Pode incidir sobre qualquer operação financeira,
desde que seja observado o princípio da estrita lega-
lidade, porque as operações enumeradas no CTN são
exemplificativas.
Letra c.
Art. 153, V, da CF.
 OAB – XXXI
DIREITO ADMINISTRATIVO (NILTON
COUTINHO)
27 serem exigidas por particular sobre o outro.
Determinado estado da Federação pretende propor a
celebração de parceria com uma organização da socie-
dade civil na área de preservação do meio ambiente,
visando à consecução de interesse público e recíproco.
Tal parceria envolverá o repasse de recursos financeiros
do estado para a organização. Nessa situação, deverá ser
firmado o instrumento denominado
(A) Termo de Parceria, realizado mediante prévio cha-
mamento público.
(B) Termo de Colaboração, realizado mediante prévio
chamamento público.
(C) Convênio, que dependerá de prévia licitação.
(D) Acordo de Cooperação, que prescinde de licitação.
Letra b.
Vide art. 2º, XII, da Lei n. 13.019, de 31 de julho de
2014: Chamamento público: procedimento destinado
a selecionar organização da sociedade civil para firmar
parceria por meio de termo de colaboração ou de
fomento, no qual se garanta a observância dos princípios
da isonomia, da legalidade, da impessoalidade,
da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos; (...)
28 regime prescricional previsto na lei de improbidade
Maria Clara foi aprovada em um dificílimo concurso para
atuar na área da vigilância sanitária. Acerca do poder de
polícia, inerente ao cargo que passará a ocupar, é corre-
to afirmar:
(A) O poder de polícia tem como característica a discri-
cionariedade, pelo que a Administração, ao expedir
alvarás de autorização ou de licença, aprecia livre-
mente a oportunidade e conveniência da medida.
(B) A autoexecutoriedade, um dos atributos do poder de
polícia, permite que a Administração ponha em exe-
cução as suas decisões sem precisar recorrer ao Poder
Judiciário, independentemente de autorização legal.
(C) O poder de polícia, exercido pela polícia administra-
tiva, não se confunde com o exercido pela polícia ju-
diciária, porque a primeira atua preventivamente, e
a segunda, repressivamente.
(D) O poder de polícia é, em regra, indelegável a pessoas
jurídicas de direito privado por envolver prerrogati-
vas próprias do Poder Público, insuscetíveis de serem
exigidas por particular sobre o outro.
Letra d.
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Simulado – Exame de Ordem
De acordo com o STF, o poder de polícia é indelegável
a pessoas jurídicas de direito privado por envolver
prerrogativas próprias do Poder Público, insuscetíveis de
29
Antônio, agente público estável, praticou ato de improbi-
dade administrativa mediante o pagamento de propina
por Caio, dono de empresa privada que seria beneficia-
da com a prática daquele ato. Sobre o tema improbidade
administrativa, assinale a alternativa correta.
(A) Quando um terceiro, não servidor, pratica ato de im-
probidade administrativa, se lhe aplicam os prazos
prescricionais incidentes aos demais demandados
ocupantes de cargos públicos.
(B) Embora a Lei n. 8.429/1992 (Lei de Improbidade
Administrativa) não contemple hipótese de ato de
improbidade administrativa resultante de dispensa
indevida de licitação, há previsão expressa, nesse
sentido, na Lei n. 8.666/1993 (Lei de Licitações).
(C) Caso o juiz receba a denúncia por ato de improbi-
dade administrativa, deverá notificar o requerido
para, querendo, oferecer manifestação por escrito,
que poderá ser instruída com documentos e justifi-
cações, dentro do prazo de 15 (quinze) dias.
(D) A ação de improbidade administrativa é privativa do
Ministério Público.
Letra a.
Vide Súmula 634/STJ: Ao particular aplica-se o mesmo
administrativa para os agentes públicos.
30
Borelli, servidor público estável, foi punido administra-
tivamente por ter violado os deveres inerentes ao cargo
por ele ocupado. Indignado com a decisão administrati-
va, haja vista ser servidor público exemplar, pretende in-
terpor recurso na esfera administrativa, alegando diver-
sas ilegalidades e questões fáticas controversas. Sobre o
tema, é correto afirmar:
(A) Das decisões administrativas cabe recurso, em face
de razões de legalidade e de mérito.
(B) O prazo para interposição de recurso administrativo
é de 5 dias.
(C) O recurso será dirigido à autoridade superior àquela
que proferiu a decisão.
(D) Em regra, o recurso administrativo tramitará por, no
máximo, duas instâncias administrativas.
Letra a.
Vide art. 56, Lei n. 9.784/1999: Das decisões
administrativas cabe recurso, em face de razões de
legalidade e de mérito.
 OAB – XXXI
31 tivo plano de manejo e mediante prévia aprovação
Roberta, advogada civilista, resolve passar-se por um
funcionário público e consegue praticar ato que, em
tese, seria um ato administrativo. Nessa hipótese, pode-
-se afirmar que o ato praticado por Roberta é
(A) inexistente.
(B) nulo.
(C) inválido.
(D) imperfeito.
Letra a.
O ato inexistente é aquele que possui apenas aparência
de manifestação de vontade da Administração, mas não
chega a se aperfeiçoar como ato administrativo.
32 34
Alice, em viagem de férias pelo Brasil, ficou fascinada
com a infinidade de bens de valor histórico e artístico
existentes no país. Querendo obter mais informações
sobre o tema “tombamento”, procurou um advogado
especialista na área, o qual lhe informou que
(A) o tombamento de bens móveis impõe, dentre ou-
tras, restrição a sua circulação.
(B) o tombamento, quando compulsório, dá causa ao di-
reito de indenização do proprietário da coisa tombada.
(C) o tombamento só dá causa à obrigação de conserva-
ção da coisa pelo proprietário quando se dê em ca-
ráter definitivo, após sua inscrição em livro próprio.
(D) a proibição de destruição, demolição ou mutilação
de bens tombados implica restrições ao direito de
propriedade, que podem ser afastadas apenas com
autorização administrativa específica.
Letra a.
Vide Decreto-lei n. 25, de 30 de novembro de 1937.
Art. 14. A coisa tombada não poderá sair do país, senão
por curto prazo, sem transferência de domínio e para fim
de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho Consultivo
do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
DIREITO AMBIENTAL (NILTON COUTINHO)
33
Patrícia, fazendeira conhecida internacionalmente, pre-
tende atear fogo em parte de sua propriedade rural. Ro-
gério, um excelente advogado na área ambiental, explica
a ela que é proibido o uso de fogo na vegetação, exceto
nas seguintes situações:
(A) Em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem
o emprego do fogo em práticas agropastoris ou flo-
restais, sendo desnecessária prévia aprovação pe-
rante o órgão de controle ambiental.
(B) Emprego da queima controlada em Área de Preser-
vação Permanente, em conformidade com o respec-
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Simulado – Exame de Ordem
do órgão gestor da área.
(C) Agricultura de subsistência exercida pelas popula-
ções tradicionais e indígenas.
(D) Atividades de pesquisa científica de qualquer natu-
reza, mediante prévia aprovação do órgão ambiental
competente do SISNAMA.
Letra c.
Vide Código Florestal (Lei n. 12.651/2012).
Art. 38, § 2º. Excetuam-se da proibição constante no
caput as práticas de prevenção e combate aos incêndios
e as de agricultura de subsistência exercidas pelas
populações tradicionais e indígenas.
Um projeto de lei é apresentado na Câmara de Vereado-
res do município ABC, delegando ao Estado competên-
cia para promover licenciamento ambiental das ativida-
des ou dos empreendimentos localizados em unidades
de conservação instituídas pelo município ABC, inclusive
em áreas de preservação ambiental.
É correto afirmar que esse projeto de lei
(A) não é válido, uma vez que a atividade de licenciamento
ambiental de competência do município ABC somente
pode ser delegada ao Estado mediante convênio.
(B) não é válido, uma vez que o município ABC não tem
competência para promover licenciamento ambien-
tal das atividades ou dos empreendimentos loca-
lizados em unidades de conservação, mesmo que
instituídas pelo próprio município ABC e, consequen-
temente, não pode delegar tal competência.
(C) não é válido, uma vez que o município ABC não pode
delegar competência para promover licenciamento
ambiental, atividade típica de poder de polícia cons-
titucionalmente atribuída, sob pena de violação ao
princípio federativo.
(D) é válido, desde que mantida a competência do mu-
nicípio ABC para promover atos de fiscalização am-
biental, bem como haja a limitação temporal de 2
(dois) anos na delegação de competência ao Estado.
Letra a.
Se, através de uma lei, o município impusesse essa
obrigação ao Estado, seria clara violação ao pacto
federativo. Um convênio é o instrumento adequado.
 OAB – XXXI
DIREITO CIVIL (ROBERTA QUEIROZ)
35 que abaixa e a panela cai pela varanda do apartamento.
Raquel decidiu vender seu apartamento em Brasília para
Rogério. A venda foi devidamente concluída mediante
escritura pública de transferência do bem e o pagamen-
to integral do valor exigido por Raquel. No contrato de
compra e venda, porém, Raquel colocou uma cláusula
que a autorizaria comprar o bem de volta mesmo sem
a concordância de Rogério e mesmo que ele vendesse o
bem a terceiro. Após dois anos da transferência, Rogério
é surpreendido com a notificação de Raquel para recom-
prar o bem. Indignado, Rogério consulta advogada(o)
que lhe presta a seguinte informação:
(A) Rogério não precisa se preocupar, pois a cláusula é
nula de pleno direito.
(B) Rogério deve revender o bem para Raquel, pois tra-
ta-se de cláusula válida de preempção.
(C) Trata-se de cláusula de retrovenda que pode compre-
ender até 3 anos da venda e é eficaz contra terceiro.
(D) Caso Rogério transfira o bem a terceiro, Raquel não
poderá mais recomprar o bem.
Letra c.
Art. 505 – 508.
36 bém alguns pequenos cachorros que sempre passam
Maria Christina emprestou R$ 5.000,00 para Carol. O
contrato de empréstimo foi assinado em 01/01/2020, e
o dinheiro foi entregue para Carol em 13/01/2020. Por
serem muito amigas, não convencionaram a data do pa-
gamento. Carol, no entanto, após pegar a quantia, foi as-
saltada por Renatinho do Borel, que levou toda quantia.
Carol, desesperada, liga para Patrícia, advogada. Consi-
derando a situação narrada, marque a informação cor-
reta que Patrícia fornecerá sobre o caso.
(A) O contrato foi firmado no momento da assinatura.
(B) Trata-se de contrato de mútuo, cujo pagamento po-
derá ser exigido imediatamente.
(C) O contrato é o mútuo, mas por ocorrência do fortui-
to, Carol não precisa fazer o pagamento.
(D) O empréstimo deve ser pago por Carol mesmo
após o assalto, devendo o pagamento ocorrer em
13/02/2020.
Letra d.
Art. 592.
37
Alice é casada com Rogério há 5 anos, mas o casal vive
em constantes brigas. Pensando em uma reconciliação,
após uma das brigas, Rogério resolve convidar os amigos
para uma feijoada em seu apartamento, uma bela co-
bertura no 24° andar do edifício Vida Feliz. Ocorre que,
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Simulado – Exame de Ordem
no meio da festa, o casal entra em conflito e Alice ar-
remessa uma panela de pressão em direção a Rogério,
Raquel teve seu veículo novo atingido pela panela que
o destruiu. Considerando a situação, marque alternativa
correta.
(A) Raquel, caso não identifique precisamente de qual
unidade a panela caiu, não poderá cobrar indenização.
(B) Caso Raquel não consiga provar de qual unidade
imobiliária a panela foi arremessada, poderá exigir a
indenização de todo o condomínio Vida feliz.
(C) O síndico responde pessoal e solidariamente por
Alice e Rogério pelos prejuízos causados com o arre-
messo da panela.
(D) Raquel não poderá exigir o pagamento da indeniza-
ção, pois é esperado que coisas caiam de condomí-
nios verticais.
Letra b.
Art. 938.
38
Nilton é vizinho de Renato. Os dois residem em um con-
domínio horizontal de casas. Nilton aprecia muito o cul-
tivo de plantas e tem uma bananeira muito próxima à
cerca viva divisória com lote de Renato. Nilton tem tam-
pelas frestas da cerca e cavam buracos no quintal de Re-
nato. Renato e Nilton sempre discutiram por causa da
queda de bananas no lote daquele e as invasões cons-
tantes dos cachorros. Assim, Renato promoveu a tapa-
gem dos buracos na cerca e prendeu os animais em seu
lote, impedindo Nilton de resgatá-los, além de ter ficado
com as bananas caídas em seu lote. Sobre a situação,
marque alternativa correta.
(A) As bananas que caírem no lote de Renato devem ser
restituídas ao dono do lote onde encontra-se a árvore.
(B) As bananas caídas pertencem a Renato, que também
poderá exigir o pagamento integral do que gastou
com a tapagem da cerca.
(C) Renato poderá promover a tapagem e exigir o paga-
mento de metade dos gastos de Nilton.
(D) Renato poderá reter os animais diante do abandono
de Nilton, poderá promover a cobrança integral da
tapagem e tem direito de ficar com as bananas.
Letra b.
Art. 1.282 – 1.284, 1.297 – 1298 e 1.313 do CC.
 OAB – XXXI
39 seus bens para sua melhor amiga Roberta. Entretanto,
Raquel, Roberta e Rogério são amigos há anos e decidem
comprar, juntos, uma casa em Porto de Galinhas-PE.
Os amigos querem adquirir conjuntamente o bem e
consignar que Raquel ocupará o bem de janeiro a abril;
Roberta, de maio a agosto e Rogério, de setembro
a dezembro de todos os anos em que exercerem a
propriedade conjuntamente. Visando sanar algumas
dúvidas sobre a viabilidade jurídica de tal vontade,
consultam um advogado que lhes informa o seguinte:
(A) É possível a instituição de tal fração de tempo por
meio de condomínio em multipropriedade, sendo
cada fração de tempo indivisível.
(B) Não é possível tal instituição, podendo apenas os
amigos adquirirem o imóvel conjuntamente e sub-
meterem-se às regras clássicas de condomínio.
(C) Caso Raquel queira doar sua quota à Roberta, deve ofe-
recer a Rogério para que exerça o direito de prelação.
(D) É possível que aos amigos seja instituído tal condo-
mínio para que haja faculdade de usar, gozar, dispor
e reaver, com exclusividade, da totalidade do imóvel,
a ser exercida pelos proprietários de forma alternada.
Letra a.
Art. 1.358-B, C, D e art. 504 do CC.
40 tuição de acolhimento no sertão da Bahia; pois o diretor
Ana Paula é casada com Renato no regime da comunhão
universal de bens. Juntos há 10 anos, o casal adquiriu
um patrimônio total de três milhões de reais. Não tive-
ram filhos. Ana Paula sofreu um acidente de carro e fa-
leceu deixando sua avó Nilda, por parte de pai, o avô Zé
e avó Setembrina, por parte de mãe. Ana tinha muito
apreço por seus avós, pois os pais eram falecidos. Diante
do caso, marque alternativa correta correspondente.
(A) Renato não é considerado herdeiro, pois já receberá
a meação dos bens e, pelo regime de bens, não con-
corre com os avós.
(B) Renato receberá o valor de setecentos e cinquenta
mil reais da herança de Ana Paula.
(C) A avó Nilda receberá cento e oitenta e sete mil reais
e cinquenta centavos de herança.
(D) Cada herdeiro receberá trezentos e setenta e cinco
mil reais.
Letra b.
Art. 1.836 do CC.
41 Art. 52, § 14, do ECA. É vedado o contato direto de
Raquel comprou um pacote de viagem de navio para ir
ao Caribe. No entanto, Raquel passou mal no meio da
viagem, quando o navio estava em alto mar. Acreditando
que não tem nenhum herdeiro e que iria morrer, Raquel
manifesta vontade de fazer um testamento deixando
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Simulado – Exame de Ordem
Raquel melhora, curte a viagem e volta ao Brasil. Consi-
derando a situação, marque alternativa correta.
(A) Raquel poderia fazer testamento perante pessoa de-
signada pelo comandante.
(B) O testamento feito por Raquel mediante as formali-
dades perante o comandante é válido e, caso Raquel
não revogue tal disposição, esta valerá futuramente.
(C) Caso Raquel falecesse em viagem o comandante do
navio teria autorização para transformar tal disposi-
ção em testamento público.
(D) Caducará o testamento de Raquel se esta não morrer
na viagem, nem nos noventa dias subsequentes ao
seu desembarque em terra.
Letra d.
Art. 1.888 – 1.892.
ECA (PATRÍCIA DREYER)
42
O casal de franceses, Rogério e Alice, reside em Lyon,
mas decidiu adotar uma criança brasileira. Para tanto,
eles se habilitaram em uma agência de adoção na Fran-
ça, que os encaminhou diretamente para conhecer Ma-
ria Christina, uma menina linda que vive em uma insti-
da agência era grande amigo de Ana Paula, coordenado-
ra da unidade de acolhimento. De acordo com a Lei n.
8.069/1990 (ECA), o procedimento da agência está:
(A) errado, pois é vedado o contato direto de represen-
tantes de organismos de adoção com crianças e ado-
lescentes em condições de serem adotados, sem a
devida autorização judicial.
(B) correto, pois desburocratiza o processo de adoção,
que poderia demorar muitos anos para aproximar
o casal francês da menina brasileira, evitando sofri-
mento desnecessário de todos.
(C) errado, pois a criança necessita primeiro ser prepa-
rada psicologicamente, tendo em vista que a adoção
internacional implica perda de importantes referên-
cias culturais e linguísticas.
(D) correto, pois o casal está devidamente cadastrado
na França, tendo apresentado toda a documentação
que possibilite formar uma família, para poder suprir
a carência emocional de Maria Christina.
Letra a.
representantes de organismos de adoção, nacionais
ou estrangeiros, com dirigentes de programas de
acolhimento institucional ou familiar, assim como
com crianças e adolescentes em condições de serem
adotados, sem a devida autorização judicial.
 OAB – XXXI
43 CDC (PATRÍCIA DREYER)
Joana, avó paterna, tem a guarda de fato de seu neto,
Lucas, desde que ele nasceu. O menor tem hoje 7 anos
de idade. A genitora faleceu no parto e é desconhecido o
paradeiro do genitor. Havendo necessidade de matricu-
lar o infante em estabelecimento de ensino, foi exigido
da avó Joana que apresentasse a certidão de guarda do
menor. Para tanto, a avó procurou a Defensoria Pública,
que pode
(A) ajuizar ação de guarda e requerer, em tutela de evi-
dência, a guarda provisória, de natureza antecipada,
em caráter antecedente ou incidental.
(B) ajuizar ação de guarda e requerer, em tutela de ur-
gência, a guarda provisória, de natureza antecipada,
em caráter antecedente ou incidental.
(C) encaminhar os autos ao Ministério Público para que
esse ajuíze ação de guarda para a avó, uma vez que
ela não pode ser parte legítima em ação de guarda
do neto.
(D) encaminhar os autos ao Ministério Público para que
esse represente o menor e proponha a ação de guar-
da, em nome próprio, na defesa dos interesses do
menor.
Letra b.
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência
material, moral e educacional à criança ou adolescente,
conferindo a seu detentor o direito de opor-se a
terceiros, inclusive aos pais.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato,
podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos
procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção
por estrangeiros.
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos
casos de tutela e adoção, para atender a situações
peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou
responsável, podendo ser deferido o direito de
representação para a prática de atos determinados.
(...)
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a
requerimento das partes ou do Ministério Público,
determinará a realização de estudo social ou, se possível,
perícia por equipe interprofissional, decidindo sobre a
concessão de guarda provisória, bem como, no caso de
adoção, sobre o estágio de convivência.
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda
provisória ou do estágio de convivência, a criança ou
o adolescente será entregue ao interessado, mediante
termo de responsabilidade.
Art. 300 do CPC. A tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.
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Simulado – Exame de Ordem
44
Nilton, famoso empresário do ramo de cosméticos, com-
prou na concessionária um veículo zero km, com prazo
de garantia de três anos. Cinquenta dias após a compra,
Nilton estava dirigindo seu veículo, dirigindo-se à sua
imensa propriedade rural, na velocidade da via, com a
devida cautela, quando o carro teve uma pane elétrica,
por conta de um defeito de fabricação. O carro capotou
e Nilton foi a única vítima, com pequenas escoriações
pelo corpo, mas com fratura exposta no braço e afun-
damento da face. Identificada a causa do acidente, Nil-
ton ajuizou a ação somente em face da montadora do
automóvel três anos após o ocorrido, pois precisou se
recuperar de todo o trauma físico e emocional. Sobre o
caso, é correto afirmar que:
(A) Trata-se de hipótese de fato do produto, mas não há
como responsabilizar o fabricante do veículo, tendo
em vista que a ação somente foi ajuizada após o de-
curso do prazo de garantia contratado do bem.
(B) Trata-se de hipótese de vício do produto, mas não há
como responsabilizar o fabricante do veículo, tendo
em vista que a ação somente foi ajuizada após o de-
curso do prazo de garantia legal do bem.
(C) Trata-se de hipótese de fato do produto, e é perfei-
tamente possível responsabilizar o fabricante do ve-
ículo, tendo em vista que a ação foi ajuizada dentro
da soma dos prazos de garantia legal e de garantia
convencional do bem.
(D) Trata-se de hipótese de fato do produto, e é perfeita-
mente possível responsabilizar o fabricante do veícu-
lo, tendo em vista que a ação foi ajuizada dentro do
prazo prescricional.
Letra d.
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação
pelos danos causados por fato do produto ou do serviço
prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a
contagem do prazo a partir do conhecimento do dano
e de sua autoria.
45
Juliano, músico, resolve ampliar sua atividade profis-
sional e aumentar sua renda iniciando um comércio es-
pecializado na venda e instalação residencial de artigos
eletrônicos de imagem e som. Preocupado com a sua
responsabilidade diante dos eventuais clientes, contrata
Raquel, a melhor advogada da região, para redigir um
instrumento contratual padrão, que deverá prever e dis-
ciplinar todos os negócios que vierem a ser celebrados
por ele, exigida a assinatura dos consumidores. Como
se trata de contrato de adesão, nos termos do artigo 54
do CDC, é válida a cláusula contratual que, redigida de
 OAB – XXXI
forma clara e em destaque, contando com manifestação
expressa do consumidor, estipular que
(A) a responsabilidade de Juliano por danos sofridos por
consumidores se limita àqueles decorrentes de ins-
talação indevida dos equipamentos, não abrangendo
quaisquer outros.
(B) em contratos de valor total superior a vinte mil reais,
eventual litígio deverá, necessariamente, ser subme-
tido à arbitragem.
(C) Juliano, em caso de defeito do produto, terá o prazo
de noventa dias para providenciar o conserto, só se
submetendo à sua substituição ou à restituição do
preço se o defeito não puder ser reparado nesse in-
terregno.
(D) o atraso do consumidor no pagamento de qualquer
parcela do preço importará multa de 10% do valor da
parcela em atraso.
Letra c.
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as
cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
produtos e serviços que: (...)
I – impossibilitem, exonerem ou atenuem a
responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer
natureza dos produtos e serviços ou impliquem
renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de
consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa
jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações
justificáveis;
(...)
VII – determinem a utilização compulsória de arbitragem;
(...)
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo
duráveis ou não duráveis respondem solidariamente
pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem
impróprios ou inadequados ao consumo a que se
destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por
aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
ou mensagem publicitária, respeitadas as variações
decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor
exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta
dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua
escolha:
I – a substituição do produto por outro da mesma
espécie, em perfeitas condições de uso;
II – a restituição imediata da quantia paga,
monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos;
III – o abatimento proporcional do preço.
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou
ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior,
não podendo ser inferior a sete nem superior a cento
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Simulado – Exame de Ordem
e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de
prazo deverá ser convencionada em separado, por meio
de manifestação expressa do consumidor.
(...)
Art. 52, § 1°. As multas de mora decorrentes do
inadimplemento de obrigações no seu termo não
poderão ser superiores a dois por cento do valor da
prestação.
DIREITO EMPRESARIAL (RENATO BORELLI)
46
A sociedade empresária “Paty Dreyer Moda Íntima
Ltda.”, com sede em Brasília, em reunião de sócios, deci-
de aprovar o trespasse da filial situada em Goiânia. Para
que o trespasse seja considerado eficaz em relação a ter-
ceiros, é preciso que o contrato seja averbado
(A) à margem da inscrição da sociedade empresária, no
Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo das
Juntas Comerciais, e seja publicado na imprensa oficial.
(B) no Registro de Títulos e Documentos do local da sede
da sociedade e publicado em jornal de grande circu-
lação nas localidades em que a sociedade tenha sede
e filiais.
(C) à margem da inscrição da sociedade empresária, no
Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo das
Juntas Comerciais, dispensada qualquer publicação
oficial.
(D) no Registro de Títulos e Documentos de Brasília e
Goiânia, dispensada qualquer publicação oficial.
Letra a.
Nos termos do art. 1.144 do Código Civil:
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação,
o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só
produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado
à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade
empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis,
e de publicado na imprensa oficial.
47
A partir da previsão contida no art. 1.143 do Código
Civil, segundo o qual “pode o estabelecimento ser ob-
jeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, trans-
lativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a
sua natureza”, é possível afirmar que tal instituto tem
natureza de
(A) comunhão de direitos.
(B) universalidade de fato.
(C) patrimônio de afetação.
(D) pessoa natural.
Letra b.
 OAB – XXXI
Segundo a doutrina civilista, o que distingue a universais
iuris da universitas facti é o liame que une as coisas
componentes de uma e de outra universalidade: na
universalidade de direito, a reunião dos bens que a
compõem é determinada pela lei (por exemplo: massa
falida, espólio); na universalidade de fato, a reunião
dos bens que a compõem é determinada por um ato de
vontade (por exemplo: biblioteca, rebanho).
A doutrina brasileira majoritária sempre considerou
o estabelecimento empresarial uma universalidade
de fato, uma vez que os elementos que o compõem
formam uma coisa unitária exclusivamente em razão da
destinação que o empresário lhes dá, e não em virtude
de disposição legal.
48 perdurarem os efeitos da condenação.
Jeferson Bogo e Maria Barreiros constituem sociedade
com a intenção de prestar seus serviços em festas infan-
tis, tendo em vista que possuem formação intelectual
como artistas circenses. A sociedade leva o nome de
BOGO E BARREIROS Entretenimento Infantil S/S. Ressal-
te-se que a sociedade foi constituída para exercício de
atividade profissional não organizada e teve a sua ins-
crição no cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
Dessa forma, assinale a opção correta.
(A) O órgão registral para a inscrição está correto.
(B) A inscrição deveria ser realizada perante a Junta Comercial.
(C) Por ser sociedade simples, é desnecessária a inscrição.
(D) A inscrição deveria ser feita perante o cartório de Tí-
tulos e Documentos Empresariais.
Letra a.
Art. 1.150 do Código Civil:
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária
vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis
a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples
ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá
obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a
sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade
empresária.
49 sociedades empresárias, uma vez que, nesse caso,
As alternativas a seguir apresentam figuras que estão
proibidas de exercer a atividade empresarial, com ex-
ceção de uma. Assinale-a.
(A) O falido que, mesmo não tendo sido condenado por
crime falimentar, não foi reabilitado por sentença
que extingue suas obrigações.
(B) O magistrado e membro do MP.
(C) O militar da ativa.
(D) A mulher casada pelo regime da comunhão univer-
sal de bens, se ausente a autorização marital para o
exercício de atividade empresarial.
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Simulado – Exame de Ordem
Letra d.
Art. 972 do Código Civil:
Podem exercer a atividade de empresário os que
estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não
forem legalmente impedidos.
Impedimentos legais para o empresário:
Art. 1.011, § 1º, do CC.
§ 1º Não podem ser administradores, além das pessoas
impedidas por lei especial, os condenados a pena que
vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos
públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita
ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia
popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as
normas de defesa da concorrência, contra as relações
de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto
Art. 117, inciso X, da Lei n. 8.112/1990.
Art. 117. Ao servidor é proibido: (...)
X – participar de gerência ou administração de sociedade
privada, personificada ou não personificada, exercer o
comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
comanditário; (...)
Art. 36, inciso I, da LC n. 35/1979.
Art. 36. É vedado ao magistrado:
I – exercer o comércio ou participar de sociedade
comercial, inclusive de economia mista, exceto como
acionista ou quotista; (...)
Art. 44, inciso III, da Lei n. 8.625/1993.
Art. 44. Aos membros do Ministério Público se aplicam
as seguintes vedações: (...)
III – exercer o comércio ou participar de sociedade
comercial, exceto como cotista ou acionista; (...)
Art. 29 da Lei n. 6.880/1980.
Art. 29. Ao militar da ativa é vedado comerciar ou tomar
parte na administração ou gerência de sociedade ou
dela ser sócio ou participar, exceto como acionista
ou quotista, em sociedade anônima ou por quotas de
responsabilidade limitada.
ATENÇÃO: É preciso atentar para o fato de que a
proibição é para o exercício de empresa, não sendo
vedado, pois, que alguns impedidos sejam sócios de
quem exerce a atividade empresarial é a própria pessoa
jurídica, e não seus sócios. Em suma: os impedimentos
se dirigem aos empresários individuais, e não aos sócios
de sociedades empresárias.
 OAB – XXXI
50 (C) Borelli poderá opor embargos à execução, desde que
Nilton é administrador judicial da recuperação da socie-
dade R&Q Ltda. Assim, pode-se afirmar que a remunera-
ção de Nilton é considerada como crédito
(A) de privilégio especial.
(B) extraconcursal.
(C) prioritário.
(D) quirografário.
Letra b.
Art. 84 do Código Civil:
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e
serão pagos com precedência sobre os mencionados no
art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a:
I – remunerações devidas ao administrador judicial
e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação
do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho
relativos a serviços prestados após a decretação da
falência;
(...)
PROCESSO CIVIL (RAQUEL BUENO)
51 para a formação do título executivo judicial, desde
Alice propõe ação de cobrança contra a devedora Cris,
em virtude de inadimplemento contratual, envolvendo
obrigação pecuniária solidária assumida por Cris, Ro-
berta e Carol. Todavia, Cris deseja inserir as outras de-
vedoras no polo passivo, uma vez que, se for condenada
a pagar todo valor da dívida, quer assegurar o recebi-
mento da cota parte das demais. Nesse contexto, o ca-
minho jurídico a ser seguido por você, na condição de
advogado(a), é:
(A) Incidente de retificação do polo passivo.
(B) Denunciação da lide.
(C) Chamamento ao processo.
(D) Incidente de desconsideração da personalidade jurídica.
Letra c.
Art. 130, III, do CPC.
52 Carol. Ressalte-se que, como eram amigos, o contrato
Nilton promove execução autônoma em face de Borelli
no intuito de cobrar o valor de R$ 50.000,00 constan-
te de título executivo extrajudicial. Nilton desconhece a
existência de bens em nome do devedor, mas sabe que
este está prestes a receber vultoso valor em inventário
do espólio de seu pai. A partir dessa situação, assinale a
assertiva correta.
(A) Borelli será intimado para efetuar o pagamento em
quinze dias.
(B) Borelli poderá requerer o parcelamento do débito,
com a consequente redução da verba honorária pela
metade.
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Simulado – Exame de Ordem
previamente garantido o juízo.
(D) Nilton poderá requerer a penhora no rosto dos autos
do inventário do qual Borelli é herdeiro, bem como
poderá requerer o arresto eletrônico.
Letra d.
Art. 860 do CPC.
53
Roberta promoveu o cumprimento definitivo de senten-
ça que lhe foi favorável, e que condenou o réu Rogério,
assistido pela Defensoria Pública, ao pagamento de R$
20.000,00 (vinte mil reais), a título de danos materiais.
Tal sentença foi alcançada pelo trânsito em julgado. Con-
siderando que o cumprimento de sentença se encontra
em curso, tendo escoado o prazo para cumprimento vo-
luntário da obrigação, assinale a assertiva correta.
(A) Rogério terá o prazo de quinze dias para apresentar
impugnação.
(B) Rogério poderá apresentar impugnação alegando in-
constitucionalidade superveniente caso o STF tenha
declarado inconstitucional a norma base utilizada
que a inconstitucionalidade seja anterior ao trânsito
em julgado da sentença condenatória.
(C) Rogério poderá apresentar ação rescisória alegando
inconstitucionalidade superveniente caso o STF te-
nha declarado inconstitucional a norma base utiliza-
da para a formação do título executivo judicial, desde
que a inconstitucionalidade seja anterior ao trânsito
em julgado da sentença condenatória.
(D) O único caminho processual é a exceção de pré-exe-
cutividade ou objeção de não executividade.
Letra b.
Art. 525, § § 12 e 14, do CPC.
54
Há um ano, Rogério espera receber o valor de três mil
reais por serviços educacionais prestados à sua amiga
firmado foi verbal, possuindo Rogério apenas conver-
sas do whatsapp e direct do instagram, onde constam
todos ajustes do objeto contratual e o reconhecimento
da dívida por parte de Carol, que sempre afirma que vai
pagar, fixando datas que até hoje não foram cumpridas,
gerando o fim da amizade dos dois. Nesse contexto, na
condição de advogado(a) de Rogério, assinale a alterna-
tiva correta.
(A) O único caminho processual para compelir Carol a
pagar é a ação de cobrança.
(B) As mensagens impressas têm status de título execu-
tivo extrajudicial, sendo possível promover uma exe-
 OAB – XXXI
cução autônoma.
(C) É possível o ajuizamento de ação monitória, inclusive
no âmbito dos juizados especiais, em virtude do va-
lor do crédito do cliente.
(D) Rogério pode optar pelo procedimento comum ou
pelo procedimento especial injuntivo, assegurando-
-se à Carol o contraditório por meio da contestação
ou embargos à monitória, respectivamente.
Letra d.
Art. 335, 700 e 702 do CPC.
55
Aninha, residente e domiciliada em Goiânia, teve um
mal-estar súbito enquanto gravava aulas de Direito Cons-
titucional em renomado cursinho do país, com sede em
Brasília, quando foi levada para um hospital público da
capital. Lá, ela foi medicada indevidamente e quase veio
a óbito. Ressalte-se que a referida medicação errônea
trouxe sequelas permanentes em seu organismo, o que
ficou devidamente demonstrado em laudo médico con-
clusivo feito no Hospital Particular que posteriormente
cuidou de Ana, bem como no próprio prontuário médico
do hospital público onde foi atendida, no qual consta ex-
pressamente o equívoco e o nome dos profissionais res-
ponsáveis, que atualmente respondem procedimento
administrativo. Ela deseja ajuizar ação indenizatória con-
tra o Distrito Federal, a fim de obter uma indenização de
cinquenta mil reais. Nessa situação, como advogado(a),
assinale a alternativa correta.
(A) A referida ação deve ser proposta em Vara Cível de
Brasília ou Goiânia.
(B) A ação deve ser ajuizada, necessariamente, em Vara
de Fazenda Pública.
(C) Trata-se de uma hipótese de competência absoluta
do juizado especial da Fazenda Pública.
(D) Caso procedente o pedido de Ana, seu crédito só po-
derá ser recebido mediante precatório.
Letra c.
Art. 2º, caput, § 4º, da Lei n. 12.153/2009.
56 Raquel dá à luz seu primeiro filho, Renato. Logo após
A advogada Alice, ao elaborar cinco recursos de apelação
de clientes de seu escritório, observa que a matéria de
direito discutida no bojo de suas ações também é objeto
de vários processos que estão pendentes de julgamen-
to no tribunal local, havendo inclusive muitas decisões
divergentes já proferidas pelo mesmo tribunal acerca
do mesmo assunto, não estando a matéria afetada para
julgamento por amostragem nos tribunais superiores.
Nesse contexto, Alice deseja obter uma uniformização
de entendimento local, o que poderá ser obtido
(A) necessariamente por meio de recurso especial de
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Simulado – Exame de Ordem
competência do STJ.
(B) por meio de pedido de instauração do Incidente de
Assunção de Competência.
(C) por meio de pedido de instauração do Incidente de
Resolução de Demandas Repetitivas, a ser dirigido ao
Presidente do Tribunal local, e julgado por órgão co-
legiado indicado no regimento interno.
(D) por meio de pedido de instauração do Incidente de
Resolução de Demandas Repetitivas, a ser dirigido ao
Presidente do Tribunal local, e julgado por órgão co-
legiado indicado no regimento interno, após admis-
sibilidade feita pelo relator.
Letra c.
Arts. 976, 977, II, 978 e 981 do CPC.
57
Nilton foi condenado por sentença em ação de despejo
a desocupar o imóvel alugado onde mora, após a trami-
tação do procedimento comum e restar comprovado o
descumprimento contratual do inquilino. Todavia, pro-
cura sua advogada Roberta e demonstra interesse em
recorrer. No entanto, Nilton quer permanecer no imóvel
enquanto aguarda o julgamento do recurso a ser inter-
posto. A partir dessa realidade, assinale a opção correta.
(A) O recurso cabível é o recurso de apelação, com efeito
suspensivo ope legis.
(B) Nesse caso, o recurso não é dotado de efeito suspen-
sivo automático, mas tal efeito pode ser requerido,
necessariamente, no corpo do recurso.
(C) O pedido de efeito suspensivo pode ser feito direta-
mente ao Tribunal.
(D) Como a lei não atribui efeito suspensivo a esse re-
curso, tal efeito não pode ser concedido ope judicis.
Letra c.
Art. 1.012, § 3º, I, do CPC, e art. 58, V, da Lei n. 8245/1991
(Lei do Inquilinato).
DIREITO PENAL (CAROLINA CARVALHAL)
58
realizado o parto, ela, sob influência do estado puerpe-
ral, comparece ao berçário da maternidade, no intuito
de matar Renato. No entanto, pensando tratar-se de seu
filho, ela, com uma corda, asfixia Nilton, filho recém-nas-
cido do casal Roberta e Rogério, causando-lhe a morte.
Descobertos os fatos, Raquel é denunciada pelo crime
de homicídio qualificado pela asfixia com causa de au-
mento de pena pela idade da vítima. Diante dos fatos
acima narrados, o(a) advogado(a) de Raquel, em alega-
ções finais da primeira fase do procedimento do Tribunal
do Júri, deverá requerer
 OAB – XXXI
(A) o afastamento da qualificadora, devendo Raquel res-
ponder pelo crime de homicídio simples com causa
de aumento, diante do erro de tipo.
(B) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante
do erro sobre a pessoa, não podendo ser reconheci-
da a agravante pelo fato de quem se pretendia atin-
gir ser descendente da agente.
(C) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante
do erro na execução (aberratio ictus), podendo ser
reconhecida a agravante de o crime ser contra des-
cendente, tendo em vista que são consideradas as
características de quem se pretendia atingir.
(D) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante
do erro sobre a pessoa, podendo ser reconhecida a
agravante de o crime ser contra descendente, tendo
em vista que são consideradas as características de
quem se pretendia atingir.
Letra b.
Desclassificação para o crime de infanticídio
"Se a mãe mata outra criança imaginando que é o próprio
filho, responde por infanticídio, uma vez que não se
consideram, nesse caso, as condições ou qualidades da
vítima (vítima real), senão as da pessoa (vítima virtual)
contra quem o agente queria praticar o crime”.
Agravante
Não poderá ser reconhecida a agravante, pois o fato de
o crime ser cometido contra descendente já configura
elementar do tipo penal de infanticídio, do contrário,
estaria configurado o bis in idem.
59 cachorro de Nilton, o qual vem a falecer. O fato foi le-
Patrícia trabalhava como jardineira na casa da família
rica do Rogério, sendo tratada por todos como uma fun-
cionária exemplar, com livre acesso a toda a residência,
em razão da confiança estabelecida. Certo dia, enfren-
tando dificuldades financeiras, Patrícia resolveu utilizar
o cartão bancário de seu patrão, Rogério, e, tendo co-
nhecimento da respectiva senha, promoveu o saque da
quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Rogério, ao ser
comunicado pelo sistema eletrônico do banco sobre o
saque feito em sua conta, efetuou o bloqueio do cartão
e encerrou sua conta. Sem saber que o cartão se encon-
trava bloqueado e a conta encerrada, Patrícia tentou
novo saque no dia seguinte, não obtendo êxito. De pos-
se das filmagens das câmeras de segurança do banco,
Patrícia foi identificada como o autora dos fatos, tendo
admitido a prática delitiva. Preocupada com as conse-
quências jurídicas de seus atos, Patrícia procurou você,
como advogado(a), para esclarecimentos em relação à
tipificação de sua conduta.
Considerando as informações expostas, sob o ponto de
vista técnico, você, como advogado(a) de Patrícia, deve-
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Simulado – Exame de Ordem
rá esclarecer que sua conduta configura
(A) os crimes de furto simples consumado e de furto
simples tentado, na forma continuada.
(B) os crimes de furto qualificado pelo abuso de confian-
ça consumado e de furto qualificado pelo abuso de
confiança tentado, na forma continuada.
(C) um crime de furto qualificado pelo abuso de confian-
ça consumado, apenas.
(D) os crimes de furto qualificado pelo abuso de confian-
ça consumado e de furto qualificado pelo abuso de
confiança tentado, em concurso material.
Letra c.
Furto qualificado: segundo o Código Penal, artigo 155,
é aquele em que ocorre a destruição ou rompimento
de obstáculo; abuso de confiança, ou mediante fraude,
escalada ou destreza; emprego de chave falsa ou
mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Cartão bloqueado, Conta encerrada = crime impossível
por absoluta ineficácia do meio, portanto não houve
tentativa, e sim um crime consumado de furto
qualificado.
60
Enquanto assistia a um jogo de futebol em um bar, Lu-
ciano começou a provocar Nilton, dizendo que seu clu-
be, que perdia a partida, seria rebaixado. Inconformado
com a indevida provocação, Nilton, que estava acompa-
nhado de um cachorro de grande porte, atiça o animal
a atacar Luciano, o que efetivamente acontece. Na ten-
tativa de se defender, Luciano desfere uma facada no
vado à autoridade policial, que instaurou inquérito para
apuração. Luciano, então, contrata você, na condição de
advogado(a), para patrocinar seus interesses.
Considerando os fatos narrados, com relação à conduta
praticada por Luciano, você, como advogado(a), deverá
esclarecer que seu cliente
(A) não poderá alegar qualquer excludente de ilicitude,
em razão de sua provocação anterior.
(B) atuou escorado na excludente de ilicitude da legíti-
ma defesa.
(C) praticou conduta atípica, pois a vida do animal não é
protegida penalmente.
(D) atuou escorado na excludente de ilicitude do estado
de necessidade.
Letra b.
Tal questão envolvendo caso concreto com narrativa
repleta de detalhes e questionando a solução de um
advogado, é muito comum em provas.
 OAB – XXXI
O centro do tema é a excludente de ilicitude, ou seja,
uma das mais importantes teses de defesa e um dos
artigos mais exigidos pela FGV.
No caso narrado, ocorreu a legítima defesa. Na situação
mencionada não houve um ataque aleatório do animal.
Ocorreu, porém, o agressor utilizando-se do animal
como instrumento para o ilícito. Por isso, interpreta-se
como se o animal fosse verdadeira extensão da pessoa.
Configurados estão, portanto, todos os requisitos para
se amparar na legítima defesa:
– uso moderado do meio necessário (facada para barrar
o animal);
– injusta agressão (não há justificativa);
– atual ou iminente (na hora da agressão);
– a direito seu.
A legítima defesa exclui a ilicitude da ação, conduzindo
à absolvição.
61 substância à qual a paciente informara ser alérgica em
Ana Paula, mãe de Maria Christina, de 4 anos de ida-
de, fruto de relacionamento anterior, namorava Rena-
to. Após conturbado término do relacionamento, cujas
discussões tinham como principal motivo a criança e a
relação de Ana Paula com o ex-companheiro, Renato
comparece à residência de Ana Paula, enquanto esta
trabalhava, para buscar seus pertences. Na ocasião, ele
encontrou Maria Christina e uma irmã de Ana Paula, que
cuidava da criança. Com raiva pelo término da relação,
Renato, aproveitando-se da distração da tia, conversa
com a criança sobre como seria legal voar do 4º andar
apenas com uma pequena toalha funcionando como pa-
raquedas. Diante do incentivo de Renato, Maria Christi-
na pula da varanda do apartamento com a toalha e vem
a sofrer lesões corporais de natureza grave, tendo em
vista ter caído em cima de uma árvore. Descobertos os
fatos, a família de Renato procura advogado para escla-
recimentos sobre as consequências jurídicas do ato.
Considerando as informações narradas, sob o ponto de
vista técnico, deverá o advogado esclarecer que a con-
duta de Renato configura
(A) conduta atípica, tendo em vista que não houve resul-
tado de morte a partir da instigação ao suicídio.
(B) crime de instigação ao suicídio consumado, com
pena inferior àquela prevista para quando há efetiva
morte.
(C) crime de instigação ao suicídio na modalidade tentada.
(D) crime de homicídio na modalidade tentada.
Letra d.
A questão pretende avaliar a capacidade do candidato
em tipificar a conduta do agente Renato.
Inicialmente, cumpre salientar que não se trata de
suicídio nem de instigação ao suicídio, visto que a
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Simulado – Exame de Ordem
criança não tem discernimento para entender a situação
de fato, funcionando, em verdade, como verdadeiro
instrumento do agente.
Assim, Renato deverá ser punido por tentativa de
homicídio, pois devido à absorção do impacto por uma
árvore, a vítima somente sofreu lesões corporais graves.
62
Após discussão em uma casa noturna, Roberta, com a
intenção de causar lesão, aplicou um golpe de arte mar-
cial em Patrícia, causando fratura em seu braço. Patrícia,
então, foi encaminhada ao hospital, onde constatou-se
a desnecessidade de intervenção cirúrgica e optou-se
por um tratamento mais conservador com analgésicos
para dor, o que permitiria que ela retornasse às suas
atividades de professora em 15 dias. A equipe médica,
sem observar os devidos cuidados exigidos, ministrou o
remédio a Patrícia sem observar que era composto por
sua ficha de internação. Em razão da medicação aplica-
da, Patrícia sofreu choque anafilático, evoluindo a óbito,
conforme demonstrado em seu laudo de exame cadavé-
rico. Recebidos os autos do inquérito, o Ministério Públi-
co ofereceu denúncia em face de Roberta, imputando-
-lhe o crime de homicídio doloso.
Diante dos fatos acima narrados e considerando o estu-
do da teoria da equivalência, o(a) advogado(a) de Ro-
berta deverá alegar que a morte de Patrícia decorreu de
causa superveniente
(A) absolutamente independente, devendo ocorrer des-
classificação para que Roberta responda pelo crime
de lesão corporal seguida de morte.
(B) relativamente independente, devendo ocorrer des-
classificação para o crime de lesão corporal seguida
de morte, tendo em vista que a morte teve relação
com sua conduta inicial.
(C) relativamente independente, que, por si só, causou
o resultado, devendo haver desclassificação para o
crime de homicídio culposo.
(D) relativamente independente, que, por si só, produziu
o resultado, devendo haver desclassificação para o
crime de lesão corporal, não podendo ser imputado
o resultado morte.
Letra d.
A questão em comento pretende avaliar os
conhecimentos dos candidatos a respeito das disposições
legais aplicáveis ao caso concreto, em especial, quanto
ao nexo de causalidade entre a ação e o resultado.
Conforme se observa, o agente alcançou seu dolo,
produzindo como resultado uma lesão corporal que
impediria a vítima de realizar suas ocupações habituais
pelo prazo de 15 dias (Lesão corporal leve – art. 129 do CP).
 OAB – XXXI
No entanto, percebe-se que a causa efetiva da morte foi
a negligência da enfermeira que aplicou medicamento
ao qual a vítima era alérgica, tratando-se de causa
relativamente independente superveniente à ação do
agente, posto que, não fossem as agressões, não estaria
no hospital.
Nota-se que a causa superveniente por si só produziu o
resultado, de modo que o agente será inserto no art. 13,
§ 1°, do CP.
Assim, o agente somente responderá pelo seu
comportamento anterior, ou seja, por lesão corporal.
63 antes do término do período de prova enseja a extinção
Maria Christina cumpria pena em livramento condicio-
nal, em razão de condenação pela prática de crime de
lesão corporal grave. Em 10 de janeiro de 2018, quando
restavam 06 meses de pena a serem cumpridos, ela des-
cobriu que foi novamente condenada, definitivamente,
por crime de furto que teria praticado antes dos fatos
que justificaram sua condenação pelo crime de lesão. A
pena aplicada em razão da nova condenação foi de 02
anos e 06 meses de pena privativa de liberdade em regi-
me inicial semiaberto. Apesar disso, somente procurou
seu(sua) advogado(a) em 05 de agosto de 2018, esclare-
cendo o ocorrido. Ao consultar os autos do processo de
execução, o(a) advogado(a) verificou que, de fato, teve a
nova condenação, mas que, até o momento, não houve
revogação ou suspensão do livramento condicional.
Considerando apenas as informações narradas, o(a)
advogado(a) de Maria Christina, de acordo com a juris-
prudência do Superior Tribunal de Justiça, deverá escla-
recer que
(A) poderá haver a revogação do livramento condicional,
tendo em vista que a nova condenação por crime do-
loso, aplicada pena privativa de liberdade, é causa de
revogação obrigatória do benefício.
(B) não poderá haver a revogação do livramento condi-
cional, tendo em vista que a nova condenação é ape-
nas prevista como causa de revogação facultativa do
benefício e não houve suspensão durante o período
de prova.
(C) não poderá haver a revogação do livramento condi-
cional, tendo em vista que a nova condenação não
é prevista em lei como causa de revogação do livra-
mento condicional, tendo em vista que o fato que a
justificou é anterior àquele que gerou a condenação
em que cumpre o benefício.
(D) não poderá haver a revogação do livramento condi-
cional, pois ultrapassado o período de prova, ainda
que a nova condenação seja prevista no Código Penal
como causa de revogação obrigatória do benefício.
Letra d.
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Simulado – Exame de Ordem
A questão requer conhecimento sobre a revogação
do livramento condicional obrigatória e facultativa.
A revogação do livramento condicional facultativa
(Artigo 87, do Código Penal) é aquela em que há a
discricionariedade do juiz, ficando ao seu critério revogar
ou não o benefício. A revogação obrigatória é aquela em
que uma vez que ocorram determinadas situações, o juiz
deve revogar o benefício. Um dos elementos que causa
a revogação do livramento condicional obrigatório é a
prática de crime anterior (Artigo 86, II, do Código Penal).
Porém, a Súmula 617, do STJ, entende que "a ausência
de suspensão ou revogação do livramento condicional
da punibilidade pelo integral cumprimento da pena".
PROCESSO PENAL (CAROLINA CARVALHAL)
64
Patrícia, advogada, em conversa com seus amigos, na
cidade de Salvador, afirmou, categoricamente, que o de-
sembargador Renatinho exigiu R$ 50.000,00 para profe-
rir voto favorável para determinada parte em processo
criminal de grande repercussão na Comarca em que atu-
ava. Ao tomar conhecimento dos fatos, tendo em vista
que uma das pessoas que participava da conversa era
amiga da esposa de Renatinho, o desembargador apre-
sentou queixa-crime, imputando a Patrícia o crime de
calúnia majorada (Art. 138 c/c. – Art. 141, inciso II, am-
bos do CP. Pena: 06 meses a 2 anos e multa, aumentada
de 1/3). Convicta de que sua afirmativa seria verdadeira,
Patrícia pretende apresentar exceção da verdade, com a
intenção de demonstrar que Renatinho realmente havia
realizado a conduta por ela mencionada. Procura, então,
seu advogado, para adoção das medidas cabíveis.
Com base apenas nas informações narradas, o advoga-
do de Patrícia deverá esclarecer que, para julgamento da
exceção da verdade, será competente
(A) a Vara Criminal da Comarca de Salvador, órgão com-
petente para apreciar a queixa-crime apresentada.
(B) o Juizado Especial Criminal da Comarca de Salva-
dor, órgão competente para apreciar a queixa-crime
apresentada.
(C) o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, apesar de
não ser o órgão competente para apreciar a queixa-
-crime apresentada.
(D) o Superior Tribunal de Justiça, apesar de não ser o ór-
gão competente para apreciar a queixa-crime apre-
sentada.
Letra d.
O crime é o de calúnia (crime comum), e o réu da ação
será um desembargador do Tribunal de Justiça. Observe
a Constituição Federal apontar essas duas nuances
 OAB – XXXI
expressamente no seu art. 105, I, “a”, atribuindo a
competência ao STJ para processamento e julgamento.
Além da CF, também o CPP o faz no art. 84.
As ações envolvendo crimes contra a honra costumam
ser da competência dos Juizados Especiais Criminais. No
caso exposto, seria do Juiz Estadual, em decorrência de
ser calúnia majorada – o que acaba ultrapassando os
limites do JECRIM. É por isso que a assertiva finaliza com
"apesar de não ser o órgão para apreciar a queixa", pois,
teoricamente, não seria.
65 (A) recurso em sentido estrito, no prazo de 5 dias.
Roberta foi denunciada e condenada, em primeira ins-
tância, pela prática de crime de corrupção ativa, sendo
ela e seu advogado intimados do teor da sentença no dia
14 de janeiro de 2020, terça-feira. A juntada do manda-
do de intimação do réu ao processo, todavia, somente
ocorreu em 16 de janeiro de 2020, quinta-feira.
Considerando as informações narradas, o prazo para
interposição de recurso de apelação pelo advogado de
Roberta, de acordo com a jurisprudência dos Tribunais
Superiores, será iniciado
(A) no dia seguinte à juntada do mandado de intimação
(17/01/20), devendo a data final do prazo ser prorro-
gada para o primeiro dia útil seguinte, caso se encer-
re no final de semana.
(B) no dia da juntada do mandado de intimação
(16/01/20), devendo ser cumprido até o final do pra-
zo de 05 dias previsto em lei, ainda que este ocorra
no final de semana.
(C) no dia da intimação (14/01/20), independentemente
da data da juntada do mandado, devendo ser cum-
prido até o final do prazo de 05 dias previsto em lei,
ainda que este ocorra no final de semana.
(D) no dia seguinte à intimação (15/01/20), independen-
temente da data da juntada do mandado, devendo
a data final do prazo ser prorrogada para o primeiro
dia útil seguinte, caso se encerre no final de semana.
Letra d.
Inicialmente, o art. 798 do CPP apresenta boas diretrizes:
no § 1º ensina que não se computa o dia do começo,
mas computa o do vencimento; no 3º há previsão de
que, finalizando no fim de semana ou feriado, prorroga-
se para o próximo dia útil.
Observando o enunciado, o primeiro embate é saber
quando será iniciada a contagem do prazo. Quem
direciona é a Súmula 710/STF, ao apontar que no CPP a
contagem inicia do prazo da intimação – não de juntada
de documento.
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Simulado – Exame de Ordem
66
O advogado de Maria Christina, ré em processo criminal,
entendendo que, entre o recebimento da denúncia e o
término da instrução, ocorreu a prescrição da pretensão
punitiva estatal, apresentou requerimento antes mesmo
do oferecimento de alegações finais de reconhecimento
da extinção da punibilidade da agente, sendo o pedido
imediatamente indeferido pelo magistrado.
Intimado, caberá ao advogado de Maria Christina, dis-
cordando da decisão, apresentar
(B) recurso de apelação, no prazo de 5 dias.
(C) carta testemunhável, no prazo de 48h.
(D) reclamação constitucional, no prazo de 15 dias.
Letra a.
O advogado de Maria Christina, uma vez identificando
a prescrição, terá causa extintiva da punibilidade (de
acordo com o art. 107, IV, CP), pois arguiu antes de
apresentar as alegações/memoriais, portanto, antes da
sentença. É instintivo se associar, na maioria das vezes,
que da sentença caberá Apelação.
Observe, porém, que a decisão fora anterior. Nesse
caso, considerando a natureza do pedido e o momento
processual, a medida que deverá ser apresentada pela
defesa técnica será o recurso em sentido estrito, em
conformidade com o art. 581, IX, do CPP.
67
Raquel foi denunciada pela prática de um crime de este-
lionato. Durante a instrução, a ofendida Carolina apre-
sentou, por meio de assistente de acusação, documento
supostamente assinado por Raquel, que confirmaria a
prática delitiva. Ao ter acesso aos autos, Raquel informa
ao patrono ter certeza de que aquele documento seria
falso, pois não foi por ela assinado.
Com base nas informações narradas, de acordo com as
previsões do Código de Processo Penal, o advogado de
Raquel poderá
(A) alegar apenas a insuficiência de provas e requerer
a extração de cópias para o Ministério Público, mas
não poderá, nesse processo, verificar a veracidade
do documento.
(B) alegar, desde que seja procurador com poderes es-
peciais, a falsidade do documento para fins de ins-
tauração de incidente de falsidade.
(C) arguir, com procuração com poderes gerais, a falsi-
dade do documento, gerando incidente de falsidade
em autos em apartado.
(D) alegar, oralmente, a falsidade do documento, deven-
do o incidente ser decidido nos autos principais.
 OAB – XXXI
Letra b.
Art. 145. Arguida, por escrito, a falsidade de documento
constante dos autos, o juiz observará o seguinte
processo:
I – mandará autuar em apartado a impugnação, e em
seguida ouvirá a parte contrária, que, no prazo de 48
horas, oferecerá resposta;
II – assinará o prazo de três dias, sucessivamente, a cada
uma das partes, para prova de suas alegações;
III – conclusos os autos, poderá ordenar as diligências
que entender necessárias;
IV – se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível,
mandará desentranhar o documento e remetê-lo, com
os autos do processo incidente, ao Ministério Público.
Art. 146. A arguição de falsidade, feita por procurador,
exige poderes especiais.
Art. 147. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação
da falsidade.
Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa
julgada em prejuízo de ulterior processo penal ou civil.
(A) Errado Pode verificar a falsidade, sim.
(C) Errado. A procuração exige poderes específicos.
(D) Errado. A alegação de falsidade de documento se
dará por escrito e será autuada em apartado.
68 texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos;
Roberta foi condenada pela prática de um crime de furto
qualificado pela 1ª Vara Criminal de Curitiba, em razão
de suposto abuso de confiança que decorreria da rela-
ção entre a vítima, Renato, e Roberta. Como as partes
não interpuseram recurso, a sentença de primeiro grau
transitou em julgado. Apesar de existirem provas da sub-
tração de coisa alheia móvel, a vítima não foi ouvida por
ocasião da instrução por não ter sido localizada. Durante
a execução da pena por Roberta, Renato é localizado,
confirma a subtração por Roberta, mas diz que sequer
conhecia a autora dos fatos antes da prática delitiva. Ro-
berta procura seu advogado para esclarecimento sobre
eventual medida cabível.
Considerando apenas as informações narradas, o advo-
gado de Roberta deve esclarecer que
(A) não poderá apresentar revisão criminal, tendo em
vista que a pena já está sendo executada, mas pode-
rá ser buscada reparação civil.
(B) caberá apresentação de revisão criminal, sendo im-
prescindível a representação de Roberta por advoga-
do, devendo a medida ser iniciada perante o próprio
juízo da condenação.
(C) não poderá apresentar revisão criminal em favor da
cliente, tendo em vista que a nova prova não é apta
a justificar a absolvição de Roberta, mas tão só a re-
dução da pena.
(D) caberá apresentação de revisão criminal, podendo
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Simulado – Exame de Ordem
Roberta apresentar a ação autônoma independente-
mente de estar assistida por advogado, ou por meio
de procurador legalmente habilitado.
Letra d.
(A) Errado. Cabe revisão criminal a qualquer tempo
(desde que tenha havido trânsito em julgado), ou seja,
independente da fase processual em que se encontre,
antes ou após a extinção da pena.
Art. 622 do CPP. A revisão poderá ser requerida em
qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após.
(B) Errado. A representação por advogado não é
imprescindível, tendo em vista que a Revisão pode ser
interposta pelo próprio réu, por procurador legalmente
habilitado ou, em caso de morte, pelo cônjuge,
ascendente, descendente ou irmão do condenado.
Art. 623 do CPP. A revisão poderá ser pedida pelo
próprio réu ou por procurador legalmente habilitado
ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão.
(C) Errado. A Revisão é cabível tanto para absolvição
quanto para redução da pena aplicada, entretanto, não
se presta a piorar a situação do réu.
Art. 621 do CPP. A revisão dos processos findos será admitida:
I – quando a sentença condenatória for contrária ao
II – quando a sentença condenatória se fundar
em depoimentos, exames ou documentos
comprovadamente falsos;
III – quando, após a sentença, se descobrirem novas
provas de inocência do condenado ou de circunstância
que determine ou autorize diminuição especial da pena.
(D) Certo.
Art. 623 do CPP. A revisão poderá ser pedida pelo
próprio réu ou por procurador legalmente habilitado
ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão.
Art. 624. As revisões criminais serão processadas e
julgadas:
I – pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às
condenações por ele proferidas;
II – pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de
Justiça ou de Alçada, nos demais casos.
Obs. : a revisão criminal é uma ação autônoma.
69
Ana Paula, ofendida em crime contra o patrimônio, ape-
sar de sua excelente condição financeira, veio a desco-
brir, após a identificação da autoria, que a autora do fato
delitivo, Patrícia, adquiriu, com os proventos da infração,
determinado bem imóvel. Diante da descoberta, Ana
Paula procurou você, na condição de advogado(a), para
a adoção das medidas cabíveis.
 OAB – XXXI
Com base apenas nas informações expostas, a defesa
técnica da ofendida deverá esclarecer ser cabível
(A) o sequestro, desde que após o oferecimento da de-
núncia, mas exige requerimento do Ministério Públi-
co ou decisão do magistrado de ofício.
(B) o arresto, ainda que antes do oferecimento da de-
núncia, mas a ação principal deverá ser proposta no
prazo máximo de 30 dias, sob pena de levantamento.
(C) o sequestro, ainda que antes do oferecimento da
denúncia, podendo a decisão judicial ser proferida a
partir de requerimento do próprio ofendido.
(D) o arresto, que deve ser processado em autos em
apartados, exigindo requerimento do Ministério Pú-
blico ou decisão do magistrado de ofício.
Letra c.
CPP, Art. 125. Caberá o sequestro dos bens imóveis,
adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração,
ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.
Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Público ou do ofendido, ou mediante representação da
autoridade policial, poderá ordenar o sequestro, em
qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida a
denúncia ou queixa.
Sequestro:
– bens imóveis ou móveis;
– proventos da infração, ainda que transferidos para
terceiros;
– origem ilícita;
– em qualquer fase da persecução penal;
– se de ofício pelo juiz, deve-se estar instaurada a ação
penal;
– atuar-se-á em apartado e admitirá embargos de
terceiros.
– transitada em julgado a sentença, o juiz, de ofício ou
a requerimento, determinará a avaliação e a venda dos
bens em leilão público.
Arresto:
– bens móveis ou imóveis;
– origem lícita (patrimônio do indiciado);
– bens móveis: natureza residual, pois só poderão ser
arrestados aqueles que forem suscetíveis de penhora e
se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir
de valor insuficiente;
– caráter preparatório de uma hipoteca legal
superveniente;
– revoga-se no prazo de 15 dias se não for promovido
o processo de inscrição da hipoteca legal;
– auto apartado.
Hipoteca legal:
– bens imóveis.
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Simulado – Exame de Ordem
DIREITO DO TRABALHO (ROGÉRIO DIAS)
70
Isabel trabalhou para a empresa TRR Ltda., de janeiro de
2000 a março de 2010, recebendo todos os valores re-
ferentes ao vínculo empregatício. Acontece que a CTPS
da empregada não foi anotada. Com isso, a empregada
quer ajuizar ação trabalhista, agora em 2020, para reco-
nhecimento do vínculo empregatício para fins de prova
junto ao INSS. Nessa situação,
(A) a ação poderá ser ajuizada.
(B) a ação está prescrita.
(C) ocorreu a decadência.
(D) não se trata de ação de competência da justiça do
trabalho.
Letra a.
Art. 11 da CLT. A pretensão quanto a créditos resultantes
das relações de trabalho prescreve em cinco anos para
os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
anos após a extinção do contrato de trabalho. (Redação
dada pela Lei n. 13.467, de 2017) (Vigência)
I – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.467, de
2017) (Vigência)
II – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.467, de
2017) (Vigência)
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às ações que
tenham por objeto anotações para fins de prova junto
à Previdência Social. (Incluído pela Lei n. 9.658, de
05/06/1998).
71
A empresa RBN Ltda. contratou três empregados, após
difícil seleção. Os empregados já levaram todos os docu-
mentos solicitados. Com isso, a empresa deverá anotar
a CTPS dos empregados no prazo de
(A) 24 horas.
(B) 5 dias.
(C) 5 dias úteis.
(D) 48 horas.
Letra c.
Art. 29 da CLT. O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias
úteis para anotar na CTPS, em relação aos trabalhadores
que admitir, a data de admissão, a remuneração e as
condições especiais, se houver, facultada a adoção de
sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme
instruções a serem expedidas pelo Ministério da
Economia. (Redação dada pela Lei n. 13.874, de 2019).
 OAB – XXXI
72 § 2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte)
A Empresa WDS Ltda. acordou com seus empregados
que eles passarão a realizar uma hora extra, duas vezes
por semana. Acontece que esses empregados trabalham
em condições insalubres. Nesse caso,
(A) não há a necessidade de licença prévia das autorida-
des competentes.
(B) há a necessidade de licença prévia, exceto para os
empregados em jornada de 12x36.
(C) somente os empregados em jornada de 12x36 preci-
sam de licença prévia das autoridades competentes.
(D) a legislação não trata acerca desse assunto.
Letra b.
Art. 60 da CLT. Nas atividades insalubres, assim
consideradas as constantes dos quadros mencionados no
capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou
que neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do
Trabalho, Indústria e Comércio, quaisquer prorrogações
só poderão ser acordadas mediante licença prévia das
autoridades competentes em matéria de higiene do
trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos
necessários exames locais e à verificação dos métodos
e processos de trabalho, quer diretamente, quer por
intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais
e municipais, com quem entrarão em entendimento
para tal fim.
Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença
prévia as jornadas de doze horas de trabalho por trinta
e seis horas ininterruptas de descanso. (Incluído pela Lei
n. 13.467, de 2017).
73 Art. 75-C da CLT. A prestação de serviços na modalidade
A Empresa Borelli & Borelli Ltda. tem 13 empregados
que exercem suas funções em regime de tempo parcial.
Todos os empregados têm CTPS anotada e recebem sa-
lário no quinto dia útil do mês subsequente. Consideran-
do a situação hipotética,
(A) a empresa deverá anotar os horários de entrada e
saída de seus empregados.
(B) a empresa somente seria obrigada a anotar os horá-
rios de entrada e saída de seus empregados se tives-
se mais de 20 empregados.
(C) a reforma trabalhista extinguiu a obrigatoriedade de
anotação de horários de entrada e saída de empregados.
(D) somente se admite anotação de horários de forma
eletrônica.
Letra b.
Art. 74 da CLT. O horário de trabalho será anotado em
registro de empregados. (Redação dada pela Lei n.
13.874, de 2019)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.874, de
2019).
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Simulado – Exame de Ordem
trabalhadores será obrigatória a anotação da hora
de entrada e de saída, em registro manual, mecânico
ou eletrônico, conforme instruções expedidas pela
Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério
da Economia, permitida a pré-assinalação do período de
repouso. (Redação dada pela Lei n. 13.874, de 2019)
§ 3º Se o trabalho for executado fora do estabelecimento,
o horário dos empregados constará do registro manual,
mecânico ou eletrônico em seu poder, sem prejuízo do
que dispõe o caput deste artigo. (Redação dada pela Lei
n. 13.874, de 2019).
§ 4º Fica permitida a utilização de registro de ponto por
exceção à jornada regular de trabalho, mediante acordo
individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo
de trabalho. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019).
74
Júlio foi contratado pela Empresa Bueno & Queiroz
Ltda., para exercer a função de consultor, em regime de
teletrabalho, em setembro de 2019. Em janeiro de 2020,
o empregador pretende alterar o regime de teletrabalho
para o presencial. Nessa situação,
(A) o empregador somente pode fazer a alteração com a
anuência do empregado.
(B) não se admite essa alteração.
(C) o pedido de alteração somente pode partir do em-
pregado.
(D) a alteração pode ser feita e o empregador deve con-
ceder um prazo mínimo de transição de 15 dias.
Letra d.
de teletrabalho deverá constar expressamente do
contrato individual de trabalho, que especificará as
atividades que serão realizadas pelo empregado.
(Incluído pela Lei n. 13.467, de 2017) (Vigência).
§ 1o Poderá ser realizada a alteração entre regime
presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo
acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual.
(Incluído pela Lei n. 13.467, de 2017) (Vigência).
§ 2o Poderá ser realizada a alteração do regime de
teletrabalho para o presencial por determinação do
empregador, garantido prazo de transição mínimo de
quinze dias, com correspondente registro em aditivo
contratual.
75
A empresa Dreyer Ltda. vem passando por dificuldades
financeiras e para não dispensar todos os seus emprega-
dos de uma só vez, tabulou com o sindicato da catego-
ria profissional, acordo coletivo, prevendo a redução da
jornada de trabalho e dos salários de seus empregados
pelo período de 7 meses. Nesse caso,
 OAB – XXXI
(A) deveria ter sido assinada uma convenção coletiva, e
não acordo coletivo.
(B) durante a vigência do instrumento coletivo, os em-
pregados terão garantia no emprego.
(C) a empresa somente poderia dispensar todos os em-
pregados com a anuência do sindicato.
(D) a redução somente poderia ter sido autorizada pelo juiz.
Letra b.
Art. 611-A da CLT.
(...)
§ 3º Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a
jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de
trabalho deverão prever a proteção dos empregados
contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do
instrumento coletivo. (Incluído pela Lei n. 13.467, de 2017).
PROCESSO DO TRABALHO (ROGÉRIO DIAS)
76 -empregados. A empresa pretende recorrer, mas não
Determinada autarquia foi condenada ao pagamento de
diferenças salariais, no valor de R$ 35.000,00, e a pagar
as despesas efetuadas pela reclamante, no importe de
R$ 5.000,00. Nesse caso,
(A) a reclamada é isenta do pagamento das custas, mas
deverá pagar as despesas.
(B) a reclamada é isenta das custas e das despesas.
(C) a decisão não poderia condenar a reclamada ao pa-
gamento das despesas.
(D) somente as entidades fiscalizadoras do exercício pro-
fissional estão isentas do pagamento das despesas.
Letra a.
Art. 790-A da CLT. São isentos do pagamento de custas,
além dos beneficiários de justiça gratuita: (Incluído pela
Lei n. 10.537, de 27/08/2002)
I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios
e respectivas autarquias e fundações públicas federais,
estaduais ou municipais que não explorem atividade
econômica; (Incluído pela Lei n. 10.537, de 27/08/2002)
II – o Ministério Público do Trabalho. (Incluído pela Lei n.
10.537, de 27/08/2002)
Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo
não alcança as entidades fiscalizadoras do exercício
profissional, nem exime as pessoas jurídicas referidas no
inciso I da obrigação de reembolsar as despesas judiciais
realizadas pela parte vencedora.
77 despesas processuais, apresentação de seguro-garantia
A empresa Queiroz Ltda. foi condenada ao pagamento
de horas extras e adicional de insalubridade. Inconfor-
mada, interpôs Recurso Ordinário. O MM., Juízo da 2ª
Vara do Trabalho de Brasília-DF, denegou seguimento ao
recurso. A empresa interpôs Agravo de instrumento, no
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Simulado – Exame de Ordem
terceiro dia de seu prazo. Nesse caso,
(A) não há que se falar em preparo.
(B) o valor do preparo é de 50% do valor do depósito
recursal do recurso que se quer destrancar.
(C) o preparo será o valor total do depósito recursal do
recurso que se quer destrancar.
(D) o recurso cabível seria o agravo regimental.
Letra b.
Art. 899 da CLT.
(...)
§ 7º No ato de interposição do agravo de instrumento,
o depósito recursal corresponderá a 50% (cinquenta por
cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende
destrancar. (Incluído pela Lei n. 12.275, de 2010).
78
A Empresa Borellis Ltda. foi condenada ao pagamento
de R$ 100.000,00 em ação ajuizada por um de seus ex-
tem dinheiro para fazer o depósito recursal, pois está em
recuperação judicial. Nessa situação,
(A) a empresa é isenta.
(B) a empresa não poderá recorrer.
(C) a empresa deverá depositar somente metade do valor.
(D) a legislação é omissa quanto ao tema.
Letra a.
Art. 899 da CLT.
(...)
§ 10. São isentos do depósito recursal os beneficiários da
justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em
recuperação judicial. (Incluído pela Lei n. 13.467, de 2017).
79
A empresa Dreyer & Dreyer Ltda. foi citada em uma exe-
cução trabalhista. Acontece que a empresa não tem di-
nheiro para garantir o juízo e não tem bens para indicar
à penhora. Nessa situação,
(A) não há mais alternativas para a empresa.
(B) a empresa poderá apresentar seguro-garantia judicial.
(C) a empresa poderá apresentar embargos à execução.
(D) a empresa poderá interpor agravo de petição.
Letra b.
Art. 882 da CLT. O executado que não pagar a importância
reclamada poderá garantir a execução mediante depósito
da quantia correspondente, atualizada e acrescida das
judicial ou nomeação de bens à penhora, observada a
ordem preferencial estabelecida no art. 835 da Lei n.
13.105, de 16 de março de 2015 – Código de Processo
Civil. (Redação dada pela Lei n. 13.467, de 2017).
 OAB – XXXI Simulado – Exame de Ordem

80
A Empresa Bueno Ltda. foi citada em execução traba-
lhista, em novembro de 2019, e até a presente data não
houve a garantia do juízo. Nessa situação,
(A) a decisão judicial poderá ser levada a protesto.
(B) não se pode inscrever o nome do executado nos ór-
gãos de proteção ao crédito.
(C) nada poderá ser feito.
(D) o executado deverá ser citado novamente.

Letra a.
Art. 883-A da CLT. A decisão judicial transitada em julgado
somente poderá ser levada a protesto, gerar inscrição do
nome do executado em órgãos de proteção ao crédito
ou no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT),
nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo de
quarenta e cinco dias a contar da citação do executado,
se não houver garantia do juízo. (Incluído pela Lei n.
13.467, de 2017).

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