DOM03JAN

Domingo
3 de Janeiro de 2021
Ano 45 • N.º 16222

Kz 45,00
Director: VÍCTOR SILVA
Adjuntos: CAETANO JÚNIOR e CÂNDIDO BESSA
www.jornaldeangola.co.ao

PRÉMIOS PALOP DE CONQUISTAS JUVENIS

Talento angolano
reconhecido
em Londres
São 14 crianças e jovens angolanos com aptidões nas mais diversas áreas que viram
o talento reconhecido, como incentivo para continuarem a crescer e influenciar
outros da mesma idade. É o caso de Jocelina Luís, 10 anos, activista na luta contra a
poluição ambiental, ou Bráulio Nunes, que actua na comunidade local, alimentando
os moradores de rua, ou ainda Henrique Sangossango, com necessidades especiais,
que adora fazer música e inspira jovens africanos residentes em Londres. Todos
foram distinguidos com “Prémios PALOP de conquistas juvenis”. FIM-DE-SEMANA • 22 | 23

ÚLTIMAS 24 HORAS
Reagentes chegam este mês ao país
NESTA EDIÇÃO Dois óbitos, 40 infectados e 43 recuperados OMS aprova vacina da Pfizer
CAETANO JÚNIOR DESTAQUE • 4 A 7 Benguela recuperou mais 500 doentes
Solidariedade
sem tréguas
A PALAVRA DO DIRECTOR • 2
ZONA DE LIVRE COMÉRCIO FISCALIZAÇÃO AFROTAÇAS
INVESTIMENTOS
Propostas de Angola Contratação
71 projectos
estão em execução
apenas a meio do ano Pública tem 1º de Agosto e Sagrada autorizados a jogar
na Lunda-Norte
POLÍTICA • 8 Até meados do ano, Angola prevê apre-
novas regras JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO
DESPORTO • 31
JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO
sentar a proposta de oferta tarifária à Tribunal de Contas
Zona de Comércio Livre Continental fiscaliza contratos
Africana, que arrancou, na sexta-feira, superiores a AKZ 600
para dinamizar as trocas. ECONOMIA • 9 milhões. ECONOMIA • 9

MUNDIAL DE ANDEBOL

Selecção
completa
no estágio SEGUNDA JORNADA DO GIRABOLA

no Lubango Petro bate (3-0) Libolo Inter recebe hoje o Wiliete

FIM-DE-SEMANA • 20 DESPORTO • 31 DESPORTO • 31
2 OPINIÃO Domingo
3 de Janeiro de 2021

PALAVRA
DO DIRECTOR IMAGEM DO DIA
DIRECTOR:
Víctor Silva Embora vivamos a problemática do desemprego, todavia, nada justifica que
DIRECTORES-ADJUNTOS:
Caetano Júnior Caetano Júnior e Cândido Bessa se promova a ociosidade e muito menos em lugares improváveis e inseguros
DIRECTOR EXECUTIVO:
Guilhermino Alberto
DIRECTOR EXECUTIVO VIGAS DA PURIFICAÇÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO
DE ACOMPANHAMENTO

Solidariedade sem tréguas

ÀS EDITORIAS PROVINCIAIS:
Drumond Jaime

EDITOR EXECUTIVO:
Diogo Paixão

Os testemunhos de que há pessoas dependentes da caridade alheia acu- GRANDE REPÓRTER:

mulam-se todos os dias. Não obriga a esforço algum enumerá-los. O país Luísa Rogério

tem-nos mais do que gostaria. Em Luanda, por exemplo, fica difícil não EDITORIAS:
POLÍTICA:
dar, a cada esquina, a cada rua, com alguém de mão estendida, carente, Bernardino Manje (Editor-chefe),
Fonseca Bengui (subeditor)
à espera da sensibilidade de quem hoje deve transformar o coração num e Santos Vilola (Subeditor)
Adelina Inácio, Edna Dala, Gabriel Bunga,
poço de bondade. Por isso, também abundam, entre nós, exemplos de Garrido Fragoso e César Esteves
gente de profundo humanismo, de seres cuja vocação é aliviar o semelhante
OPINIÃO:
da dor provocada pela carência, do sofrimento trazido, principalmente, Ambrósio Clemente (Editor-chefe),
Faustino Henrique (Subeditor)
pela falta do que comer. SOCIEDADE:
No Katambor, subúrbio vizinho das outrora reluzentes Maianga e Nhuca Júnior (Editor),
Alberto Pegado (Editor),
Alvalade, os moradores associaram-se: juntaram o poucochinho que pu- José Meireles (Editor),
Rodrigues Cambala, André da Costa,
deram, para minorar o sofrimento de quem com eles divide paredes Kilssia Ferreira, Manuela Gomes,
Augusto Cuteta, Alexa Sonhi, César André,
toscas, becos e ruelas. Um exercício de profundo humanismo, num tipo Edivaldo Cristóvão,
Carla Bumba e Mazarino da Cunha
de bairro geralmente referenciado pelos piores motivos. De facto, as zonas REGIÕES:
suburbanas são quase sempre associadas a actos de violência ou lembradas Sérgio Chivaca (Editor-chefe),
Béu Pombal (Subeditor),
pela actividade criminosa de natureza diversa.
ECONOMIA:
No passado, o Katambor foi, aliás, tido como o abrigo preferencial de Cristóvão Neto (Editor-chefe),
Armando Estrela (Subeditor),
ladrões e meliantes de toda a sorte, que, como se dizia, para lá se refugiavam Ana Paulo, Kátia Ramos, Madalena José e
depois de supostos assaltos na Maianga ou no Alvalade. Um estigma que Victorino Joaquim
MUNDO:
perseguiu jovens e adolescentes do bairro ao longo dos tempos, o que Bernardino Fançony (Editor-chefe),
António Canepa(Subeditor)
lhes condicionou, inclusive, a convivência com colegas em instituições de
DESPORTO:
ensino e a formação académica. Mas é um tempo que ficou para trás, fe- Amândio Clemente (Editor-chefe),
Anaximandro Magalhães (Subeditor),
lizmente. Hoje, os moradores orgulham-se do associativismo que os
move e dos gestos de solidariedade que estendem ao próximo. Afinal, o
António Cristóvão, Armindo Pereira,
Teresa Luís, Vivaldo Eduardo,
António de Brito, Honorato Silva, Job
REVISTA DA SEMANA
Franco
local onde vivemos não define o coração que temos.
CULTURA:
O carro do lixo desce a rua, numa outra zona de Luanda. A cada porta, António Bequengue (Editor-chefe),
Adriano Melo (Subeditor),
Sábado, 26 de Dezembro Edições Novembro na província do Zaire, foram,
o motorista pede as “boas festas”, um ritual que se conhece de há muito Francisco Pedro, Amilda dos Santos, João Mavinga, jornalista do Jornal de Angola, que ontem, a enterrar no Cemitério Municipal do
Manuel Albano,
tempo e que se reproduz nesta época, a cada ano, nos mais diferentes Mário Cohen e Roque Silva exerceu a função de director provincial da Edições Siesie, na presença de familiares, colegas e amigos.
lugares. De algumas residências, chegam pratos cheios, enrolados em GENTE E FIM-DE-SEMANA:
António Cruz (Editor-chefe), Novembro na província do Zaire, entre 2008 e 2020,
guardanapos de papel. Há doces, salgados, carne, peixe e até refrigerantes. Isaquiel Cori (Editor)
Edna Cauxeiro (Subeditora), faleceu na noite do dia 25 deste mês, aos 53 anos Quarta-feira, 30 de Dezembro
De outras habitações, a resposta é o silêncio. Se calhar, os moradores Ferraz Neto (Subeditor) e Pereira Dinis
de idade, no Hospital Provincial, em Mbanza Kongo, Os processos que envolvem os ex-governadores
também enfrentam dificuldades, não do tipo que vivem os trabalhadores EDIÇÕES ESPECIAIS:
vítima de doença, onde esteve internado durante de Cabinda, a deputada Aldina da Lomba, e da
Adalberto Ceita, André dos Anjos,
da empresa de saneamento. Mas pode, igualmente, dar-se o caso de as Domingos dos Santos,
30 dias, é enterrado amanhã num cemitério local. Lunda-Sul, Ernesto Kiteculo, estão em fase de con-
Leonel Kassana e Yara Simão
pessoas da casa serem avessas a gestos solidários. Acontece. Ninguém é O ex-administrador do município da Bibala, clusão e dentro de dias estarão em tribunal, anunciou
obrigado a dar. É uma questão de consciência. FOTOGRAFIA:
província do Namibe, Tchinanga Khole, encon- o procurador-geral da República, Hélder Pitta Grós.
Kindala Manuel (Editor-chefe),
Na Centralidade, vêem-se mais meninos nas ruas, a pedir. Cada vez José Cola (Editor),
Dombele Bernardo, Eduardo Pedro, tra-se detido, desde quarta-feira, acusado de O jurista e mestre em Filosofia Bonifácio António
que uma viatura pára, por força do sinal vermelho do semáforo, eles apro- João Gomes,
Maria Augusta, Miqueias Machangongo, crime de peculato, noticiou, sexta-feira, a Angop. apontou, ontem, em Luanda, a educação como
ximam-se à janela, ora são atendidos, ora simplesmente ignorados. O Mota Ambrósio,
motorista de um Hyundai fez descer o vidro e estendeu uma tigela com Paulo Mulaza, Santos Pedro, O continente africano perde cerca de 10 mil um aliado no combate à corrupção. Em decla-
Agostinho Narciso,
bolinhos. Coincidentemente, estavam seis garotos, para a mesma Vigas da Purificação, Contreira Pipas milhões de dólares norte-americanos, anual- rações ao Jornal de Angola, à margem da sessão
e Alberto Pedro
quantidade de bolos. O último ía levando a tigela, o que arrancou risos mente, devido à pilhagem que ocorre no mar, de venda e autógrafo do livro da sua autoria.
dos amigos e de quem assistia à cena. Até em pequenas tragédias, há CORRESPONDENTES PROVINCIAIS:
Adão Diogo (Lunda-Sul),
segundo revelou a secretária de Estado para as Os rendimentos do serviço de cobrança dos di-
espaço para a descontracção. Bernardo Capita (Cabinda), Pescas, Esperança Costa, citando um relatório reitos autorais em benefício dos membros da So-
Jaquelino Figueiredo (Zaire),
O drama dos pequenos continuaria nos dias subsequentes. Muitos Vladimir Prata (Namibe), recente da União Africana. ciedade Angolana de Direitos do Autor (Sadia),
Isidoro Natalício (Cuanza-Norte),
deles são orientados pelos pais ou tutores a sair para este exercício ao Luís Pedro (Cuanza-Sul), que tenham as obras declaradas, começam a ser
longo das estradas e em residências. Todos os dias, independentemente
Pedro Bica (Bengo),
Francisco Curinhingana (Malanje) Domingo, 27 de Dezembro distribuídos a partir de Março de 2021, de acordo
Miguel Ângelo (Huambo),
da Quadra Festiva, porque a alimentação é uma necessidade vital e a João Constantino (Bié), O ministro das Relações Exteriores, Téte António, com o calendário e o regulamento aprovado pela
José Chaves (Andulo),
barriga não cumpre folgas. Muito bom seria se o fizesse! Por isso mesmo, Jaime Azulay (Benguela), apelou, ontem, aos actores políticos da República administração, garantiu ontem, em Luanda, a
Jesus Silva (Lobito),
os moradores da Centralidade dizem-se fartos das investidas de quem Estanislau Costa (Huíla), Centro-Africana a trabalharem para a plena im- responsável do Departamento de Distribuição
Joaquim Aguiar (Lunda-Norte),
lhes bate à porta em busca de uma côdea que seja. Chega a ser cansativo, Silvino Paulo (Uíge), plementação do Acordo Político para a Paz e a Re- de Rendimentos do Autor da Instituição.
Lourenço Manuel (Cuando Cubango),
é verdade. Mas é preciso manter aberta a porta da solidariedade. Quinito Kanhamei (Cunene), conciliação (APPR-RCA), com vista a garantir ao
À entrada para o supermercado, duas senhoras estão sentadas, de
Samuel António (Moxico),
povo centro-africano o direito soberano ao voto. Quinta-feira, 31 de Dezembro
braços estendidos. Rodeiam-nas duas crianças, que às vezes se antecipam PAGINAÇÃO E ARTE: O Sindicato dos Jornalistas Angolanos afirmou, “Romper barreiras discriminatórias” entre
Salvador Escórcio (Editor-chefe), Soares
aos pedidos das mães. Já não querem dinheiro, como acontecia com fre- Neto (Subeditor), Eugénia Victor, Augusta no domingo, que a morte do jornalista sénior e classes sociais tem sido uma das apostas per-
Lucéu, Tomás Cruz, Noé Pungue, Evaristo
quência. A quem vai às compras, agora pedem produtos: “Padrinho, pode Sacupalica, João Augusto, Maria Messeles, ex-director provincial da Edições Novembro no manentes da Feira do Livro “A cultura como bál-
ser massa, óleo, arroz ou outra coisa”, diz uma das mulheres. Uma moeda Alberto Bumba, Inês Quingando,
Margarida Zilungo, Maria da Silva, António
Zaire, João Mavinga, ocorrida na sexta-feira, deixa samo e terapia em tempo de Pandemia”, numa
ficava mais barato para quem quer ajudar. Do supermercado saiu, Saldanha, Henrique Faztudo, António um grande vazio no seio da classe. promoção do projecto “Poesia ao Pôr-do-sol”,
Quipuna, Raúl Geremias, Ana Paula Dias,
entretanto, um senhor, que entregou a uma delas um saco com produtos. Isabel Fragão, Manuel Cassenda, Bruno A Federação Angolana de Futebol (FAF), em coordenado pela escritora Kanguimbo Ananás,
Resta saber se ela foi capaz de apelar à sua própria solidariedade e dar Bernardo, Luquemba Pedro,
Damião Cavinda parceria com as Direcções Provinciais de Saúde em parceria com a Editora das Letras.
parte do conteúdo à amiga. Não poucas vezes, fazemos apelos para que CARTOON E ILUSTRAÇÃO: Pública (DPSP), indicou cinco médicos para O presidente da FNLA, Lucas Ngonda, apontou,
os outros sintam a nossa dor, sem, contudo, o fazermos quando os papéis Armando Pululo e Casemiro Pedro
acompanhamento do Girabola'2020-2021 com ontem, em Luanda, o ano que começa amanhã
se invertem. A adversidade pode atingir-nos a todos. É preciso lembrar. COPY DESK: vista a garantir a implementação e o cumpri- como determinante para o futuro do partido.
Talvez tenha sido um efeito produzido pela viatura que conduzia. Mas Rui Ramos, Luciano Rocha,
Arlindo Soares mento do regulamento das medidas sanitárias A Sonangol declarou ter um stock de combus-
a ele foi ter um portador de deficiência, estendendo-lhe um papel. Era de O Jornal de Angola contra a propagação da Covid-19. tíveis em 25 por cento superior às disponibili-
utiliza os serviços da ANGOP, AFP,
uma óptica, a dar conta de que alguém precisava de um par de óculos, ur- Reuters, EFE e Prensa Latina dades médias nesta altura do ano, em que a ce-
gentemente. Disse-lhe o homem que era para a filha e que não tinha Segunda-feira, 28 de Dezembro lebração do Natal e Ano Novo elevam a mobili-
O Jornal de Angola
como obter o valor em falta, 12 mil Kwanzas. Era muito ou pouco utiliza os serviços da ANGOP, AFP,
Reuters, EFE e Prensa Latina O Código do Processo Penal não resolveu o pro- dade e o consumo, no que é considerado, na
dinheiro? Questionou-se. Ele tinha-os e, muito provavelmente, não lhes blema da obtenção da prova nos crimes cibernéticos, empresa, como uma antecipação ao aumento
daria destino mais nobre do que este, que lhe era “proposto”. Mas podia PUBLICIDADE:
(+244) 937 550 262 previstos no novo Código Penal, que entra em vigor da procura que deve tranquilizar o mercado.
ser um oportunista, um vigarista, como os há aos montes em Luanda; (+244) 949 770 006
e-mail: em Fevereiro, disse o jurista João Francisco.
parasitas que fazem do dinheiro alheio o pecúlio. Acabou por dá-lo, na publicidade@jornaldeangola.com Sexta-feira, 1 de Janeiro de 2021
O acto de lançamento do livro “Amélia Mingas: A
esperança de que seria usado no propósito para o qual foi solicitado.
Subiu na viatura e foi. Tinha acabado de fazer a parte que lhe cabia. Se mulher, a cidadã, a académica” aconteceu no dia em O Presidente da República, João Lourenço,
fosse uma intrujice … Em Deus temos de confiar! queAméliaMingascompletaria80anos,a17deDezembro, exortou, ontem, os angolanos a não baixarem
Gestos destes, de anónima solidariedade, testemunham-se um no anfiteatro “Amélia Mingas” da Faculdade de Huma- a guarda em relação ao cumprimento das me-
pouco pelo país. Não há um angolano que os nunca tenha presenciado. nidades - ex-Faculdade de Letras - da Universidade didas de prevenção contra a pandemia da Co-
PROPRIEDADE
Aliás, temos todos, pelo menos, um episódio para partilhar. Em comum, Edições Novembro, E.P. Agostinho Neto, onde a “tia Melita”, como era carinho- vid-19, até que, pelo menos, uma parte consi-
as situações têm a caridade e seriam em número suficiente para encher samente tratada pelos mais próximos, foi decana. derável da população seja vacinada.
páginas de jornais. São provas nossas de preocupação com o bem- SEDE:
E-mail: redaccao@jornaldeangola.ao
A taxa de inflação em países como Angola, Malawi, A XIII edição da corrida de estrada de 10 quilómetros
estar do próximo, em acções que calam choros de bebés, arrancam Morada: Rua Rainha Ginga, 12-26
Caixa Postal 1312 - Luanda, Angola
Zâmbia e Zimbabwe continuaram, até o final do denominada Taça José Sayovo, em ambos os sexos,
sorrisos em crianças e atenuam o desespero de adultos, dando-lhes o Redacção: +244 222 020 174
Telefone geral (PBX): 244 222 036 578
III Trimestre, a apresentar valores acima da meta para atletas paralímpicos e olímpicos disputa-se,
conforto de poderem contar até com um “desconhecido”, que mais + 244 222 036 579
Publicidade: +244 937 550 262 |
da SADC (6 por cento), segundo o mais recente no próximo dia 21 de Fevereiro, em algumas Ave-
não é senão um compatriota, com quem divide os problemas do país publicidade@jornaldeangola.ao
Website: www.jornaldeangola.ao
Boletim Estatístico do Banco Nacional de Angola. nidas de Luanda, com a participação de 128 atletas.
e cujo amparo agradece. O plantel do 1º de Agosto, tetracampeão nacional, in-
A solidariedade deve permanecer, pois, um pregão, proclamado a Terça-feira, 29 de Dezembro tensifica os trabalhos de preparação, visando o jogo
cada instante. Desde que professada com respeito; sem humilhação, nem CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Víctor Silva (presidente)
O Estado recuperou, definitivamente, até ao comoKaizerChiefsdaÁfricadoSul,marcadopara6de
a exposição embaraçosa de quem dela precisa. Que se estenda a mão ADMINISTRADORES EXECUTIVOS momento, em dinheiro e bens, 5.329.007.842 Janeiro,noEstádioNacional11deNovembro.Omesmo
Caetano Pedro da Conceição Júnior
com o respeito que nos merece cada ser humano, independentemente Gilson dos Santos Antunes Carmelino dólares, informou, nesta terça-feira , o procu- conta para a segunda “mão” da última eliminatória de
Rui André Marques Upalavela
da fase da vida que esteja a atravessar. Afinal, a adversidade é um risco Eunice Carla Teixeira Moreno rador-geral da República, Hélder Pitta Grós. apuramento para a fase de grupos da Liga dos
a que estamos todos expostos; é um perigo que todos circunda e ao qual ADMINISTRADORES NÃO EXECUTIVOS Os restos mortais do jornalista João Mavinga, Clubes Campeões Africanos de futebol, após em-
Drumond Alcides Jaime Mafuta
nem sempre há prevenção. A Covid-19 está aí a comprová-lo. Cândido Bessa Receado que exerceu a função de director provincial da pate sem golos, em Joanesburgo.
OPINIÃO Domingo
3 de Janeiro de 2021 3
DO PICO DO MOCO
crónicas do tempo

Apusindo Nhari
CITAÇÕES
“Embora
tivéssemos
suportado cerca
de 11 meses de
Ano novo, velhas danças? sofrimento e
privações,
reiteramos o Justiça Social
1 - Já é tempo de se dissiparem dúvidas. É bom-dia, uma palavra sequer. Até já sofri nosso apelo no
necessária alguma rebeldia, que deve ser os efeitos da sua ira desenfreada quando sentido de Lembrava-se das estórias que os pais contavam, principalmente aos domingos,
acrescentada à que tem razão de existir, um dia resolveu, num dos seus “amaldi- mantermos, com enquanto comiam o funge, refeição melhorada que os tornava mais loquazes.
persistência que tem adeptos na sociedade çoados” escritos, incluiu-me a mim e a As-
para, no bom sentido do ter- sociação Chá de Caxinde rigor, as medidas Cresceram na aldeia, uma vida bem diferente daquela que tinham agora na
mo, pressionar o Governo a à qual presidia, no rol dos de biossegurança cidade. O erguer com os primeiros raios de Sol, ao som dos galos que os iam des-
fazer mais coisas que as que privilegiados pelo Governo, respeitadas desde pertando, ainda noite. O silêncio absoluto que começava a ser perturbado pelo
vem fazendo. O Governo tem É de longa data um facto que não era ver-
o início da
movimento das mamãs, as primeiras a levantar-se, para fazer a fogueira, e
desenvolvido trabalho que a história da dança dadeiro, como é sabido. Era
pandemia, como
preparar o matete do matabicho. A casa, de adobe, era a tradicional casa com
não deve, de modo nenhum, precisamente o contrário.
ser menosprezado. Pelo con- das cadeiras na Verdadeiros poderão não o distanciamento
uma área dividida por tabiques, ou panos como cortinas, que estabeleciam
espaços, mas permitiam o intercâmbio livre dos sons. Todos os sons. Apesar do
trário, deve ser enaltecido. nossa governação e ser também alguns dos ca- social, o uso andar leve de onça, a saída para as primeiras tarefas era percebida por todos,
Mas tem que fazer muito mais
em prol da melhoria de vida
antevendo que 2021 pítulos e episódios da his-
tória que relata e divulga. permanente e e os que tinham que ir à lavra, eram os primeiros a levantar-se. Comiam e
da população que é, sem exa- nos presenteie Como não serão, provavel- correcto da abalavam. Nos meses mais quentes, quando o calor apertava de verdade, era
só lavar-se, e ir para a lavra. Para poder aproveitar o fresco e avançar com o
geros, uma autêntica desgra-
ça. Por isso, justifica-se uma
com mais uma mente, algumas das histó-
rias que retratam o nosso
máscara, trabalho. Comia-se quando começava a aquecer, voltava-se ao trabalho, e re-
frente, bem organizada, con- movimentação, bem país e que nos têm sido “im-
higienização gressava-se a casa quando, a pino, o astro-rei e o corpo lhes diziam que já não
tra a incompetência, contra necessária diga-se pingido” por vários autores, constante das dava para continuar. No que sobrava do dia aproveitava-se para fazer tudo o
o roubo e a falta de patriotis- como sendo verdadeiras. mãos, o evitar resto: uns cozinhavam, iam buscar água ao ribeiro mais próximo, outros con-
mo que ainda nos assalta. em abono da verdade, Mas quem sou eu para dar aglomerações, versavam, resolviam os mambos da terra. As crianças brincavam, ou iam para
Contudo, nada virá de profí- lembro que nesta opinião sobre elas? Compete
festas e outras, as áreas circundantes procurar frutos ou pequenos animais com que melhoravam
cuo se optarmos pelo silêncio isso, sim, a quem domina
e formos movidos pelo deses- tradicional dança, esses assuntos e os viveu, a até que uma o rancho. Com o sol pôr, o silêncio ia-se lentamente apoderando da aldeia. Se
havia fogueira, juntavam-se, os batuques falavam, e contavam-se estórias.
pero, pela raiva, contra tudo enquanto a música quem deveria ter iniciativas parte Transmitiam-se os conhecimentos dos ancestrais. Os kandengues, com os olhos
válidas e através de diálogos
e contra todos, apoiando gru-
pos dispersos, atirando dis-
corre, vão dançando civilizados, promover o de-
considerável da grandes, seguiam o curso da narrativa que, tantas vezes, era fantástica. Noutras,
parates sem sentido para o os pares escolhidos, bate, convidarem especia- nossa população eram só lições de vida. Ou adivinhas para despertar a sua inteligência. A vida,
ar. Assim, a pressão não po- sempre próximos listas das várias áreas da cul- seja vacinada” apesar das muitas dificuldades, tinha a sua
derá resultar. Vejo a gente es- tura, da economia, do ensino harmonia. Num mundo regulado pelo sol, e
perta do costume, políticos das cadeiras e outras, residentes no país, João Lourenço
Presidente da República
A solidariedade pelo soba, e pela tradição. Hoje, aquelas
falhados, facções contestatá-
rias, falanges alvoroçadas a
posicionadas em e também, por exemplo, in-
telectuais como Carlos Pa- social é, também estórias parecem irreais, apesar de ainda
postar-se contra este pensa- círculo na zona checo, a enfrentar o debate
por isso, fundamental.
persistirem condições similares em tanta-
mento. É um problema deles. da decisão que, na sua terra, nas universi- “Vamos chegar saldeias deste nosso vasto país. A escola fi-
Posiciono-me no lugar que
penso ser o melhor e não te- entretanto, vão sendo dades, nos fóruns adequa-
dos. Como Pacheco uma sé-
lá, mas com
todas as cautelas
E tanto nos falta cava longe. O posto médico mais distante
ainda. Teriam bem-estar?
nho qualquer problema em retiradas, uma a uma, rie de outros quadros ango- recomendadas, fazer, para podermos Promover o bem-estar, a solidariedade
lanos da enorme diáspora social e a elevação da qualidade de vida do
subscrever, no essencial e a
título de exemplo, o artigo as-
à medida que angolana, que dominam para não ter a rede de protecção povo angolano, designadamente dos grupos
sinado por Carlos Pacheco, a música pára áreas do conhecimento que voltarmos a uma
que permita populacionais mais desfavorecidos, é a obri-
publicado na semana passa- internamente e por razões situação pior do gação do nosso Estado, estabelecido na alí-
da, no diário português “Pú-
blico”. Sou de opinião que muitos angolanos
consabidas, são difíceis de
serem estudadas aqui na perfeição. Seriam
que a que aos mais fracos, nea d), do artigo 21º, da Constituição.
vivemos hoje”
deveriam ler desapaixonadamente essa
peça. Há muito que, como ele, também me
esclarecidas nesses encontros, as nossas dú-
vidas e melhoradas as nossas insuficiências, Idem
se atingidos pelas Bem-estar é algo difícil de definir. Pois
para ele contribuem um conjunto de factores
questiono sobre o incompreensível silêncio tanto pelos cidadãos comuns como pela co- contingências da vida, que diferem de cidadão para cidadão. Mas
dos intelectuais angolanos, ou, como Pa- munidade estudantil angolana. Haverá co- uma coisa é certa, tal só se pode fruir se as
checo classifica melhor, das classes cultas ragem para isso? No actual contexto, só mes- ter uma existência mais condições básicas estiverem satisfeitas. Paz,
“Por isso,
angolanas. Como cada um estará certamente
com a sua razão, há que respeitar a vontade
mo um pouco de vontade política permitiria
isso. Mas seria bom se acontecesse. gostaríamos protegida e plena educação, saúde, habitação, trabalho e pão.
E o sentimento de que há justiça no trata-
de cada qual. Cada um no seu silêncio, que 2 – Entramos no Ano Novo com a esperança imenso que não mento que a cada um é reservado, quando
fique então onde quiser estar. Eu faço ouvir de que 2020 não se repetirá com o seu im-
a minha voz há muito tempo, sem me deixar pressionante desfile de desgraças que aba- fosse apenas o procura lutar por aquilo que quer fazer da
influenciar por qualquer dos dramas que laram o mundo, deixando, pelo menos em ano de 2020 a sua vida. Penso que nenhum artigo define
invadem as cabeças dos que preferem ter a número de mortes, marcas iguais ou maio- ficar para trás, isso melhor que o 90º, onde se estabelecem as linhas mestras para a criação
boca calada e remoer ódios por dentro. No res que as da Segunda Guerra Mundial. de um país onde impere a justiça social.
Com a chegada da vacina contra a Covid-
mas que a A adopção de critérios de redistribuição da riqueza que privilegiem os cidadãos
caso do historiador angolano Carlos Pacheco,
em momento dado da nossa história recente, 19 aos quatro cantos do mundo, a esperança pandemia a ele e em particular os extractos sociais mais vulneráveis e carenciados da sociedade,
foi designado por quem se achou com o di- redobra e nós, por cá, queremos natural- associada, a tem algo de poético. Transmite-nos a ideia de um Estado mais como o Robin
reito de o fazer, como um historiador maldito, mente que a vida melhore, que a economia Covid-19, dos Bosques, e menos como o xerife de Nottingham. Um Estado verdadeiramente
um filho ou mensageiro do diabo. Sobre o cresça e que as desigualdades diminuam. preocupado em diminuir as assimetrias, como um farol que cada cidadão pode
seu trabalho, uma área em que não pesco Há dias, foi dado um ténue sinal de mudança, também passasse
a partir de hoje a seguir. E a remoção dos obstáculos de natureza económica, social e cultural que
nada, não me quero imiscuir, portanto, não num acto em que a governadora de Luanda,
me compete opinar. Porém, enquanto cida- exonerou e nomeou, num só momento, um pertencer ao impeçam a real igualdade de oportunidades entre os cidadãos, permite sonhar
dão livre, não posso ficar indiferente perante enorme número de funcionários públicos. com uma sociedade onde todos possam ascender aos patamares que a sua ca-
passado” pacidade, e esforço, os possam levar. Permitindo uma mobilidade social que
o julgamento público que se faz de um ci- Administradores e seus adjuntos e mais al-
dadão que, porventura terá pecado, por ter guns. Notei, contudo, que uns foram subs- Idem funcione de uma forma natural e honesta, sem a necessidade do recurso às
uma opinião sobre a história recente do tituir outros, trocando de território de ac- trambiquices típicas dos meios que privilegiam os “espertos”, e garantindo a
país, diferente daquela que a maioria de tuação, ocupando as mesmas cadeiras. É “Não devemos todos, independentemente da actividade que escolheram, se honesta, as con-
nós entende ser a verdadeira. O que me de longa data a história da dança das cadeiras dições essenciais para que possam ter o tal bem-estar para o qual o Estado tem
leva a abordar o tema é, em suma, aquele na nossa governação e antevendo que 2021 esperar ter a
o dever de contribuir.
que faz de nós, neste como noutros aspectos nos presenteie com mais uma movimenta- vacinação em A solidariedade social é, também por isso, fundamental. E tanto nos falta
da sociedade, um povo pequeno, que tem ção, bem necessária diga-se em abono da África em Janeiro
dificuldade em aceitar a diferença entre as verdade, lembro que nesta tradicional dança, fazer, para podermos ter a rede de protecção que permita aos mais fracos, se
pessoas, a opinião contrária e, a partir daí, enquanto a música corre, vão dançando os ou Fevereiro, atingidos pelas contingências da vida, ter uma existência mais protegida e
debater seriamente, com base na verdade pares escolhidos, sempre próximos das ca- apenas no plena. Não só nas catástrofes por nós provocadas (como tantas vezes acontece
e desmascarando a mentira, sobre o que é deiras posicionadas em círculo na zona da segundo com as queimadas ou a construção de casas em zonas inadequadas), naturais
falso ou realmente verdadeiro sobre nós decisão que, entretanto, vão sendo retiradas, trimestre, a partir (que com as alterações climáticas parece tornarem-se cada vez mais frequentes),
próprios. Resumindo, o que é melhor ou uma a uma, à medida que a música pára. E como os factos comuns à nossa existência, a doença e a velhice, por exemplo.
pior para Angola. ganha sempre o par mais vivo, mais atento de Abril, A crescente urbanização do país, com a significativa diminuição das ancestrais
Sou, decididamente, dos que pensam e próximo de quem comanda a música. Os começaremos a estruturas de protecção social, baseadas na família e no forte sentido de co-
que só as diferenças nos podem unir e só outros são eliminados, por incompetência ver programas de munidade da sociedade rural, coloca sobre o Estado a pressão para assumir
através do debate que rompe silêncios ab- ou por serem contra as regras da dança.
surdos, poderemos almejar e alcançar uma Lamentando ter de me lembrar de bai-
vacinação no quase integralmente a responsabilidade de apoiar os grupos vulneráveis. O
sociedade melhor, decente, mais feliz, sem laricos em tempo impróprio, fico por aqui, continente” que é uma tarefa hercúlea, mas imprescindível. Daí a importância que a urba-
os problemas e os preconceitos que nos desejando a todos os que me dão alguma nização, nas suas infra-estruturas, inclua as que alimentam o surgimento de
John Nkengasong
afligem desde o tempo antigo até ao ac- atenção os melhores votos de um Ano Novo Director do Centro de comunidades solidárias.
tualmente da nossa vida. próspero. Saúde, felicidades e muita espe- Controlo e Prevenção O mundo está a mudar. Mas é fundamental que os princípios estejam claros.
Conheço Carlos Pacheco de longe, de rança para o povo angolano. Até domingo de Doenças da União Como nas obrigações do Estado, definidas no artigo 21º da Constituição.
vê-lo passar. Creio que nunca trocamos um à hora do matabicho. Africana (África CDC) Lutemos para que ele oriente mais a nossa acção...
4 DESTAQUE
Reagentes de diagnóstico
chegam este mês ao país
O diagnóstico da nova estirpe da Covid-19 será feito pelo laboratório
do Instituto Nacional de Investigação em Saúde
Alexa Sonhi
A ministra da Saúde, Sílvia
Lutucuta, anunciou, sexta-
feira, que o país recebe,
ainda este mês, os reagentes
para o diagnóstico da nova
va r i a n t e d a C o v i d - 1 9 ,
detectada em países como
África do Sul, Nigéria, Reino
Unido e Austrália.
Falando à imprensa no
final de uma visita aos prin-
cipais hospitais de Luanda,
Sílvia Lutucuta assegurou
que o diagnóstico da nova
estirpe da Covid-19 será
feito no laboratório do Ins-
tituto Nacional de Investi-
gação em Saúde (INIS).
A ministra reafirmou que
as vacinas contra a Covid-
19 começam a chegar ao
país no próximo mês de
Fevereiro e nesta altura estão
a ser preparadas as cadeias
de frio para a conservação
adequada das doses.
Relativamente a quadra
festiva, Lutucuta referiu
que os hospitais registaram
muitos casos de Covid-19.
Além disso, mais de 19 mil
pessoas com malária, hiper-
tensão e diabetes descom-
pensada deram entrada nas
unidades sanitárias.
Segundo a ministra, antes
da quadra festiva, o Ministério
40 INFECTADOS E 43 RECUPERADOS EM 24 HORAS
Luanda e Huambo registam
as primeiras mortes do ano
Xavier António
O país registou, nas últimas
24 horas, as duas primeiras
vítimas mortais de Covid-19
em 2021, elevando para 407
o número de óbitos desde o
surgimento dos primeiros
casos em Março de 2020.
Falando durante a habitual
NOVA VARIANTE DA COVID-19
da Saúde aconselhou as pes-
soas que padecem de doenças
crónicas a serem rigorosos
nos hábitos alimentares, a
cumprirem com a medicação
e a evitar correrias tardias
aos hospitais.
Sílvia Lutucuta lamentou
que, apesar das limitações
impostas pela pandemia da
Covid-19 e das restrições da
Situação de Calamidade
Pública, os hospitais regis-
taram vários casos de aci-
dentes de viação, agressões
por arma de fogo e físicas.
actualização dos dados da
pandemia no país, o secre-
tário de Estado para a Saúde
Pública, Franco Mufinda,
indicou que as mortes ocor-
reram nas províncias de
Luanda e Huambo, sendo
um homem de 68 anos e uma
anciã de 80.
N a s ú l t i m a s 2 4 h o ra s
VIGAS DA PURIFICAÇÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO
brar os cuidados com as crian-
ças de forma a evitar situações
A ministra menos boas”, disse.
reafirmou que as No hospital dos Cajueiros
vacinas contra a foram registados 40 casos,
Covid-19 começam dos quais nove ferimentos gra-
a chegar ao país no ves por arma branca e agres-
próximo mês de sões físicas. Já no hospital
Fevereiro Pediátrico, na passagem do
ano recebeu 190 pacientes,
enquanto que o Américo Boa-
"Os hospitais registaram vida atendeu 147 pacientes, o
também casos de queimaduras Hospital Psiquiátrico de Luanda
com água quente, óleo e com- recebeu 87 pacientes e o
bustível. Por isso, o apelo é Augusto Ngangula prestou
feito aos pais que devem redo- assistência a 45 pacientes.
mulheres. Na capital do país,
DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO
as localidades mais acome-
tidas foram Belas, Kilamba
Kiaxi, Rangel, Samba, Tala-
tona, Maianga e Viana.
Destaque ainda para 43
recuperados, dos quais 39 em
Luanda e quatro no Moxico,
cujas idades variam entre 11
a 63 anos.
Nesta altura, Angola soma
um total de 17.608 casos con-
firmados, desde o início da
pandemia, sendo que 407 são
óbitos, 11.189 recuperados e
6.012 activos.
Segundo informou Franco
Mufinda, do total de activos,
um está em estado crítico,
seis graves, 76 moderados,
72 leves e 5.867 assintomá-
ticos. Nos centros de trata-
mento estão 145 doentes,
menos cinco em relação ao
dia anterior.
Amostras processadas
Ainda ontem, foram proces-
sadas 616 amostras por RT-
PCR, das quais 40 deram
foram notificados mais 40 positivo, correspondendo a
novas infecções, das quais uma taxa diária de positivi-
15 em Luanda, 14 no Zaire, dade de 6,5 por cento.
quatro na Lunda-Norte, igual Durante o encontro com
número no Huambo, Ben- os jornalistas, o governante
guela, Cabinda e Cuanza- reiterou que o baixo nível de
Norte com um cada. amostras processadas se deve
Os novos casos têm idades ao período da quadra festiva,
compreendidas entre 11 e 64 situação que pode alterar nos
anos, sendo 25 homens e 15 próximos dias com aumento
DADOS DA PANDEMIA
Actualização em directo será
feita três vezes por semana
A actualização em directo da
evolução da pandemia no
país será feita às segundas,
quartas e sextas-feiras, no
mesmo horário, anunciou,
ontem, em Luanda, a Comis-
são Multissectorial de Pre-
venção e Combate à Covid-19.
A Comissão avança que
nos dias em que não houver
transmissões em directo, a
partir do Centro de Imprensa
Aníbal de Melo (CIAM), os
relatórios serão directamente
encaminhados aos órgãos
de comunicação social.
Caso haja alguma alte-
ração, a Comissão Multis-
sectorial de Prevenção e
Combate à Covid-19 asse-
gura que irá comunicar, com
antecedência, os órgãos de
comunicação social no sen-
tido de mobilizarem os jor-
nalistas para o CIAM.
Desde o início da pan-
demia, em Março último, o
CIAM tem sido o local onde
são transmitidas todas as
informações oficiais sobre
a evolução da situação epi-
demiológica do país, tendo
mudado a rotina diária dos
órgãos de informação.
Além de acolher o evento,
o CIAM elabora as comu-
nicações oficiais e procede
Jornalista marcam presença no CIAM desde Março de 2020
Nesta altura, Angola
soma um total de 17.608
casos confirmados,
desde o início da
pandemia, sendo que
407 são óbitos, 11.189
recuperados e 6.012
activos. Segundo
informou Franco
Mufinda, do total de
activos, um está em
estado crítico, seis
graves, 76 moderados,
72 leves e 5.867
assintomáticos.
de mais casos positivos de
Covid-19.
Com estes números, o total
de amostras processadas,
desde Março último, aumen-
tou para 311. 942, com uma
taxa de positividade de 5,6
por cento.
No dia de ontem, não foi
dada nenhuma alta na qua-
rentena institucional, mas as
autoridades sanitárias con-
trolam 259 pessoas e um total
3.947 contactos estão a ser
vigiados do ponto de visto
epidemiológico.
Já a Equipa de Saúde Mental
e Intervenção Psicossocial
assistiu 62 pessoas, através
da Linha de Apoio Psicológico.
O Centro Integrado de Segu-
Domingo
3 de Janeiro de 2021
em simultâneo à transmis-
são em directo por via das
várias plataformas de Inter-
net, a partir do seu Web site
e páginas nas redes sociais,
nomeadamente o Facebook,
Twitter e Instagram.
Segundo apurou o Jornal
de Angola, tão logo encerra
a transmissão em directo a
partir da suas instalações
na baixa de Luanda, o CIAM
reproduz toda informação
num formato digital apro-
priado e canalizado para
diferentes grupos de What-
sApp em todo o país.
Presença de jornalistas
Quando a Comissão Mul-
tissectorial de Prevenção e
Combate à Covid-19 come-
çou a utilizar as instalações
do CIAM, para apresentação
dos dados da pandemia,
diariamente marcava pre-
sença 56 jornalistas entre
nacionais estrangeiros.
Actualmente, houve uma
redução significativa do
número de profissionais da
comunicação social de
vários órgãos que, diaria-
mente fazem a cobertura
quer da actualização de
dados, assim como das con-
ferências de imprensa.
KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO
rança Pública (CISP) recebeu
43 chamadas, todas relacio-
nadas a pedidos de informa-
ção da pandemia.
Nos pontos de entrada e
saída de Luanda, foram tes-
tadas 610 pessoas, das quais
462 homens e 148 mulheres.
Destes, 68 foram reactivos,
o que expressa uma taxa de
exposição de 11,1 por cento.
Há ainda, 68 IGG, três IGM e
dois IGG/IGM.
Vacinação
no primeiro trimestre
Em Angola, o programa de
vacinação contra a Covid-19
deverá iniciar a partir do pri-
meiro trimestre deste ano.
Apesar disso, Franco Mufinda
disse ser fundamental o cum-
primento obrigatório das
medidas de protecção indi-
vidual e colectiva, até se
alcançar a imunidade, cortar
a cadeia de transmissão do
vírus SARS-CoV-2 e controlar
a doença.
A Comissão Multissectorial
de Combate à Covid-19 feli-
citou ainda a colaboração da
população durante a quadra
festiva. "Foi uma transição
de ano calma com poucos
ajuntamentos. Partilhamos
o sofrimento consentido no
combate à pandemia", con-
cluiu o secretário de Estado
para a Saúde Pública.
DESTAQUE Domingo
3 de Janeiro de 2021
A Organização Mundial de
Saúde (OMS) aprovou, a 31 de
Dezembro de 2020, o uso emer-
gencial da vacina da Pfizer e
BioNTech contra a Covid-19.
Com isso, torna-se no pri-
meiro dos imunizantes desen-
vo lv i d o s c o n t ra o n ovo
coronavírus a receber a apro-
vação da OMS. As demais vaci-
nas ainda estão a ser avaliadas.
A inclusão do imunizante
na lista de tratamentos emer-
genciais aprovados pela OMS
serve como referência para
que as autoridades regulatórias
de cada país considerem e
elaborem as suas próprias
aprovações.
“i“A revisão concluiu
que a vacina cumpre
os critérios essenciais
de segurança e ficácia
exigidos pela OMS"
Entrar para a lista da OMS
também passa a permitir que
o novo medicamento seja
adquirido e distribuído pelo
Fundo das Nações Unidas
para a Infância (Unicef) e
pela Organização Pan-Ame-
ricana de Saúde (Opas), para
ser usado em países onde
estas entidades actuam.
A aprovação emergencial
foi dada ao produto da Pfizer
e da BioNTech após análises
feitas tanto por cientistas da
OMS quanto por parceiros
independentes, que concluí-
ram que a vacina é eficiente.
“A revisão concluiu que a
vacina cumpre os critérios
essenciais de segurança e efi-
cácia exigidos pela OMS, e
que os benefícios de usar a
vacina para combater a Covid-
19 superam os potenciais ris-
cos”, afirmou a entidade, em
comunicado.
O Reino Unido tornou-se
o primeiro país do mundo a
aprovar a vacina da Pfizer e,
desde 8 de Dezembro, já está
a ser aplicada na população.
OMS conclui que vacina
da Pfizer é segura
A aprovação emergencial foi dada ao produto da Pfizer e da BioNTech
após análises feitas tanto por cientistas da OMS quanto por parceiros
independentes, que concluíram que a vacina é eficiente.
Uso emergencial
A lista de usos emergenciais
da OMS é formada por novos
remédios, vacinas e diagnós-
A PRIMEIRA A SER APROVADA PELA ENTIDADE
ticos que precisam de apro-
vação rápida durante crises
de saúde pública, sem deixar
de passar pelos critérios de
qualidade exigidos pelos pro-
tocolos da entidade.
“A OMS e seus parceiros
estão a trabalhar dia e noite
para avaliar outras vacinas
q u e te n h a m at i n g i d o o s
padrões de eficácia e segu-
rança”, disse Mariângela Simão,
diretora-geral-assistente da
OMS para acesso a medica-
mentos e produtos de saúde.
“Nós encorajamos mais
5
BENGUELA
Recuperadas
mais de 500
pessoas de
Covid-19
A província de Benguela já
recuperou mais de 500 cida-
dãos da Covid-19, desde
Agosto de 2020, altura em
que registou o primeiro caso
da doença, informou, sexta-
feira, o coordenador-adjunto
da Comissão Provincial de
Saúde Pública, Horácio Feca.
No habitual balanço da
situação epidemiológica, no
período em referência Horá-
cio Feca disse que Benguela
registou 752 casos da doença
e 21 óbitos.
Na mesma senda, disse
que se encontram duas pes-
soas em quarentena institu-
c i o n a l e o re s t a n t e e m
quarentena e isolamento
domiciliar, entre casos posi-
tivos e suspeitos.
Nos últimos sete dias,
adiantou, foram notificados
10 novos casos, com idades
compreendidas entre zero
e 52 anos. O responsável
referiu que esses casos ocor-
reram nos municípios de
Benguela e do Lobito.
produtores a se apresentarem
para os processos de revisão
e avaliação. É vitalmente
importante que possamos
assegurar a crítica oferta neces-
sária para servir todos os países
do mundo e eliminar a pan-
demia”, disse ela.

SANZA POMBO LUNDA-NORTE

carem, mas a procurarem

Reforçada prevenção contra uma unidade sanitária.

Covid–19 nas comunidades rurais
Valter Gomes | Sanza Pombo
As autoridades sanitárias do
município do Sanza Pombo,
na província do Uíge, inten-
sificaram, nos últimos dias,
a sensibilização das comu-
nidades rurais para que este-
jam informadas sobre a
importância do uso correcto
da máscara, lavagem das
mãos, distanciamento físico,
o uso de álcool em gel e outras
medidas, numa altura em o
que o município já notificou
dois casos positivos de Covid.
A equipa multissectorial
e brigadas móveis do muni-
cípio estão a percorrer as
comunas e aldeias, passando
a mensagem aos habitantes
rurais para que estejam em
alerta sobre o perigo da pan-
demia e evitar que a doença
se alastre em toda extensão
do município. Nas aldeias
mais recônditas onde os
habitantes não têm acesso
aos órgãos de comunicação
“O sector dispõe de mate- Profissionais de saúde têm
riais de biossegurança para
residências para quarentena
os técnicos, os centros e pos-
tos de saúde foram também
abastecidos com materiais Cinco residências pré-fabri- no programa de responsabi-
de biossegurança, todas as cadas foram entregues à lidade social do ACNUR, sobre
equipas antes de se deslo- Comissão Multissectorial de esta matéria.
“O sector dispõe de materiais de biossegurança para carem para o terreno são Resposta à Covid-19 na Lunda- Quanto ao estado epide-
os técnicos, os centros e postos de saúde foram preparadas com luvas, tocas Norte pelo Alto Comissariado miológico no campo dos
também abastecidos com materiais de biossegurança, e batas descartáveis, más- das Nações Unidas para os refugiados do Lóvua, o oficial
todas as equipas antes de se deslocarem para o terreno caras, álcool em gel, testes Refugiados (ACNUR), para A assegurou que a situação é
são preparadas com luvas, tocas e batas descartáveis, e outros materiais de higiene quarentena institucional dos estável e que foram criadas
máscaras, álcool em gel, testes e outros materiais de e biossegurança para o ras- profissionais de saúde que medidas de biossegurança
higiene e biossegurança para o rastreio de casos” treio de casos”, assegurou. prestam assistência aos para a prevenção contra a
O chefe do Departamento pacientes com a pandemia. pandemia, desde a instalação
Provincial de Saúde Pública, A informação foi avançada de recipientes de água, cen-
social, as autoridades tra- O responsável realçou que Ntima Eduardo, recordou que, sexta-feira, pela porta-voz da tros para a quarentena ins-
dicionais e religiosas também com o registo de dois casos desde o início da pandemia, referida Comissão, Filomena titucional, disposição de
foram capacitadas para ser- positivos, a situação torna-se a província do Uíge já registou Simão, sublinhando que as sabão para a higienização
virem de porta-vozes junto preocupante uma vez que 153 casos positivos, dos quais residências vão facilitar o con- das mãos, entre outras.
da população. metade da população do muni- 105 recuperados, 11 óbitos e trolo dos profissionais que
O director municipal de cípio ainda ignora as medidas 37 activos. Os casos foram tiverem contacto com pacien- Primeiras amostras
Saúde do Sanza Pombo, de biossegurança, sobretudo notificados nos municípios tes, evitando que os mesmos A província da Lunda-Sul
Lukubo Wutawako, disse nas zonas rurais, onde o uso de Uíge, Negage, Maquela do cumpram a quarentena em enviou para o laboratório regio-
que foram criadas equipas da máscara não é notório. Zomb o , Quitexe , Sanza suas residências, depois de nal do Dundo cerca de 500
de resposta rápida, vigilância Lukubo Wutawako afir- Pombo, Songo e Mucaba. sete dias de trabalho. amostras, as primeiras, para
epidemiológica, monitoria mou que, no âmbito das No município sede do Disse que as mesmas serão serem processadas, cujos
e ava l i a ç ã o d o n íve l d e estratégias de contenção Uíge, os bairros Mbemba instaladas ao lado do Hospital resultados devem ser conhe-
expansão da doença. Uma da pandemia, o município Ngango, Papelão, Dunga, de Campanha, para evitar a cidos nas próximas horas.
brigada móvel está a realizar, está preparado para detec- Pedreira e o Centro da cidade deslocação dos técnicos. Contudo, 44 já resultaram
periodicamente, consultas tar qualquer caso suspeito são as áreas mais afectadas. Por seu turno, o oficial de positivas, numa altura em que
externas nas comunidades, que eventualmente possa Neste momento a província comunicação do ACNUR na a província da Lunda-Norte
bem como um grupo de existir na comunidade, por tem em quarentena domi- Lunda-Norte, Omotola Akin- tem o registo de 204 casos
jovens mobilizadores tem isso, aconselhou os habi- ciliária e institucional 178 dipe, fez saber que a entrega positivos, 36 recuperados, três
sensibilizado a população. tantes a não se automedi- indivíduos. das residências se enquadra mortes e 165 activos.
6 DESTAQUE
AstraZeneca diz que a
vacina protege 100% contra
a Covid-19 mais grave
Director executivo da AstraZeneca garante ter sido
descoberta a “fórmula vencedora” para a sua vacina.
Agência reguladora britânica deverá pronunciar-se sobre
o novo medicamento nos próximos dias
ALTO RISCO
Centro Europeu alerta que novas
variantes vão causar mais mortes
Centro Europeu para Pre-
v e n ç ã o e C o n t ro l o d e
Doenças (ECDC) disse que
há um “alto” risco de que
as variantes do Covid-19
recém descobertas pos-
sam pressionar ainda mais
os cuidados médicos e
causar mais mortes devido
ao “aumento da trans-
missibilidade”.
O ECDC, com sede em
Estocolmo, referiu num
relatório que, “embora
não haja informações de
que as infecções por
e s sa s va r i a n te s s e j a m
mais graves”, o facto de
se propagarem mais
facilmente significa que
o impacto sobre “hospi-
talizações e mortes é ava-
liado como alto”.
Como as variantes dos
vírus que circulavam ante-
riormente, o risco é parti-
cularmente maior para “os
grupos de idade avançada
A Organização Mundial de
Saúde (OMS) afirmou que o
grande desafio no combate
à pandemia da Covid-19 em
2021 é juntar os quatro mil
milhões de dólares (3,3 mil
milhões de euros) que con-
sideram necessários para
garantir acesso a vacinas para
os países mais pobres.
Numa mensagem vídeo,
divulgada quarta-feira, o
director-geral da OMS, Tedros
Ghebreyesus, apontou as
vacinas já aprovadas e as res-
tantes candidatas em avalia-
ção como “a grande esperança
“FÓRMULA VENCEDORA”
ou com comorbidades”,
acrescentou a agência.
O relatório ab ordou
especificamente as duas
novas variantes descober-
tas no Reino Unido e na
África do Sul, ambas apre-
sentam sinais de “maior
transmissibilidade”.
Mais de 3000 casos da
variante do Reino Unido já
foram registados em Deze-
nas de países da Europa e
em todo o mundo, de
acordo com o ECDC.
Na África do Sul, mais
d e 3 0 0 ca s o s d e o ut ra
variante foram registados
e três casos da mesma
variante foram confir-
mados na Europa, dois
no Reino Unido e um na
Finlândia, mas os três
foram associados a pes-
soas que regressaram da
África do Sul.
O Centro Europeu reco-
mendou aos países que
DESAFIO NO COMBATE À PANDEMIA
OMS quer juntar mais de
3 mil milhões de euros para
vacinar países mais pobres
para virar o curso da pande-
mia”, mas, para isso, é preciso
“garantir que todas as pessoas
em risco em todo o Mundo
sejam imunizadas”.
A iniciativa global de par-
tilha e acesso equitativo às
DR
continuem a aconselhar
os cidadãos “sobre a
necessidade de interven-
ções não farmacêuticas
de acordo com a sua situa-
ção epidemiológica local”,
com foco particular nas
“viagens não essenciais
e actividades sociais”.
O ECDC também reco-
me n d o u u m a s é r i e d e
opções para “atrasar a
introdução e disseminação
de uma nova variante de
preocupação”, incluindo
o sequenciamento direc-
cionado de casos da comu-
n i d a d e p a ra “ d e te c ta r
precocemente e monitorizar
a incidência da variante”.
Além disso, sugere um
maior “acompanhamento”
e número de testes às pes-
soas associadas a áreas com
maior número de casos da
nova variante.
O Centro Europeu tam-
b ém lembrou a to do s
aqueles que viajam a partir
das zonas com maior
registo de casos da nova
variante a necessidade de
se “cumprir a quarentena”
e fazer o teste de despiste
à Covid-19.
vacinas, promovida pela
OMS, a Covax, “precisa de
mais de quatro mil milhões
de dólares, urgentemente,
para comprar vacinas para
os países de baixo e médio
rendimento”, reiterou. “É o
O grupo farmacêutico bri-
tânico AstraZeneca garantiu
que a vacina que desenvol-
veu, em parceria com a Uni-
versidade de Oxford,
conferirá uma “protecção
de 100%” contra as formas
graves de Covid-19. O res-
ponsável máximo da farma-
cêutica britânico-sueca
afirmou ter sido finalmente
encontrada, após pesquisas
adicionais, “a fórmula ven-
cedora” que torna a chamada
vacina de Oxford - sobre a
qual a agência reguladora
britânica deve pronunciar-
se nos próximos dias - equi-
parável às outras.
“Acreditamos ter encon-
trado a fórmula vencedora
e descoberto como obter uma
eficácia que, com duas doses,
está à altura das demais”,
afirmou o director executivo
da empresa, Pascal Soriot,
ao jornal Sunday Times.
Com base nos resultados
provisórios de testes clínicos
em larga escala realizados
no Reino Unido e Brasil, o
laboratório britânico anun-
ciou, em Novembro, que a
sua vacina tinha uma eficácia
média de 70%, face aos mais
de 90% dos fármacos da Pfi-
zer/BioNTech e Moderna.
Por trás deste resultado
médio estão grandes dife-
renças entre dois protocolos:
a eficácia do medicamento
FRANÇA E ESPANHA À CABEÇA
Europa debate a criação
de um passaporte de vacinação
França e Espanha defendem
a criação de um passaporte
de vacinação para evitar que
os viajantes estejam sujeitos
a quarentenas ou tenham de
apresentar testes Covid-19
para entrar nos países.
A ideia está a ser debatida
no âmbito da União Europeia,
embora esteja a levantar
algumas dúvidas ao governo
francês, no que diz respeito
ao facto deste documento
imunológico poder restringir
a circulação de pessoas den-
tro e fora da União Europeia.
De acordo com o jornal
El País, a questão foi levan-
tada na reunião do Comité
Consultivo para a Segurança
e a Saúde da Comissão Euro-
peia, realizada a 7 de Dezem-
bro, cuja acta deixa bem
clara a posição francesa sobre
esta matéria.
“O certificado seria acei-
tável como prova de que
uma pessoa foi vacinada e,
portanto, não seria neces-
sário passar por testes (PCR)
desafio que precisamos de
superar no novo ano”, con-
siderou, indicando que o
objectivo é garantir o acesso
a dois mil milhões de doses
das várias vacinas candidatas
contra o novo coronavírus.
Ghebreysesus declarou
que há “uma escolha simples
mas profunda” a fazer no
próximo ano: “ignoramos as
lições de 2020 e deixamos
prevalecer a insularidade,
sectarismo, teorias da cons-
piração e ataques à Ciência
ou caminhamos juntos os
últimos quilómetros desta
atinge os 90%, no
caso dos volun-
tários que
receberam
primeiro Pascal
m e t a d e d a Soriot
dose e uma
completa um
mês depois;
mas a mesma é
de apenas 62%
para o outro grup o
vacinado com duas doses
completas.
Os resultados foram criti-
cados, porque foram recolhi-
dos na sequência de um erro:
a injecção da meia dose não
foi intencional, embora um
grupo relativamente pequeno
tenha seguido este protocolo.
A empresa anunciou mais
tarde que sua a vacina exigia
“estudos adicionais”.
A vacina Oxford/Astra-
Zeneca é aguardada com
impaciência porque é rela-
tivamente barata e não pre-
cisa de ser armazenada em
temperaturas tão frias como
a da Pfizer/BioNTech, por
exemplo, que deve ser man-
tida a -70 graus. O fármaco
da AstraZeneca pode ser
armazenado em condições
de refrigeração vulgares (2
a 8 graus), o que facilita a
vacinação em larga escala e
em casas de repouso.
O Reino Unido foi o primeiro
país ocidental a iniciar a imu-
ou quarentena ao chegar a
um país”, pode ler-se no
documento, onde estão tam-
bém expressas as dúvidas
relativas às limitações de
circulação de pessoas.
Esta posição foi corrobo-
rada pela Espanha, frisando
que este novo documento
seria mais uma forma de
incentivar os viajantes a serem
vacinados, mas também pela
Bélgica, que, no entanto, pre-
fere que o passaporte seja
criado num âmbito mais glo-
bal, envolvendo a Organiza-
ção Mundial da Saúde (OMS).
O chamado certificado de
imunização tem sido debatido
pela Comissão Europeia e os
estados membros nos últimos
meses, sendo que inicial-
mente teria apenas a função
de registar os dados indivi-
duais sobre a vacinação,
nomeadamente, no que diz
respeito às doses e às datas
em que foram ministradas,
entre outras informações.
Neste momento, em cima da
crise, partilhando as vacinas
de forma justa?”.
“Em 2020, vimos como
as divisões políticas e entre
comunidades alimentam
o vírus e fomentam cri-
ses”, lamentou.
Como vai levar tempo para
concretizar uma campanha
global de vacinação em
massa, será preciso continuar
a cumprir medidas de dis-
tanciamento físico, uso de
máscara, etiqueta respiratória
e higiene das mãos, insistiu.
Na véspera do aniversário
do primeiro anúncio de casos
Domingo
3 de Janeiro de 2021
nização com a vacina
da Pfizer/BioNTech,
no início de Dezem-
bro. Agora conta
com a segunda
vacina
Oxford/Astra-
Zeneca para
ganhar impulso e
cortar a curva de
au m e nto d e ca s o s
atribuídos à nova estirpe
do coronavírus detectada
no seu território.
Face a e sta mutação ,
“pensamos no momento
que a vacina deve continuar
a ser eficaz”, afirmou Pascal
Soriot. “Mas não podemos
ter a certeza disso e faremos
alguns testes”. O respon-
sável garantiu que novas
versões foram preparadas,
mas espera que não sejam
necessárias: “Você tem que
estar preparado”.
O Governo do Reino Unido
informou, na quarta-feira,
véspera de Natal, que apre-
sentou os dados completos
da vacina Oxford/AstraZe-
neca à agência reguladora
do Reino Unido, a MHRA
(Medicines and Healthcare
products Regulatory Agency).
De acordo com a imprensa
britânica, a MHRA deverá
pronunciar-se sobre a vacina
nos próximos dias, com o
objectivo de iniciar a minis-
tração no dia 4 de Janeiro.
mesa está a possibilidade de,
na realidade, este certificado
poder também funcionar
como o tal passaporte.
“A utilização de atestados
para comprovar a situação
vacinal dos cidadãos é uma
ferramenta prioritária para
garantir a saúde da população
durante o retorno à normali-
dade”, disse um porta-voz da
Comissão Europeia ao El País,
que cita outras fontes que mos-
tram ser este um processo que
está a ser levado muito a sério:
“É muito importante que
os planos de imunização
sejam desenvolvidos de
forma adequada e os países
mantenham uma posição
c o m u m s o b re q u e s tõ e s
como o uso de certificados
de vacinação.”
Numa reunião posterior
à de 7 de Dezembro, cuja
acta ainda não foi publicada,
o Comité Consultivo para a
Segurança e a Saúde voltou
a abordar este tema, sendo
que um alto funcionário
revelou ao El País que “a dis-
cussão está centrada no facto
de poder ser exigido aos via-
jantes um certificado de vaci-
nação”, tendo em conta os
regulamentos comunitários
que estão em vigor.
de “pneumonia de origem
desconhecida” na cidade chi-
nesa de Wuhan, que viriam
a descobrir-se ser provocados
pelo SARS-CoV-2, que causa
a Covid-19, o director-geral
da agência da ONU salientou
que foi um ano marcado por
“tantas vidas perdidas e tantas
perturbações nas famílias,
sociedades e economias”.
Ao mesmo tempo, veri-
ficou-se “a resposta mais
rápida e generalizada a uma
emergência sanitária global
da história da Humani-
dade”, ressalvou.
DESTAQUE Domingo
3 de Janeiro de 2021
ALERTA A OMS
Temos de “estar
preparados”para algo
mais grave no futuro
A infecção pelo novo co-
ronavírus teve um impacto
devastador em todo o
mundo, mas a Organização
Mundial da Saúde (OMS)
alertou que o mundo poderá
enfrentar pandemias mais
graves do que aquela que
estamos a viver, exortando
a que seja levado muito “a
sério” a preparação para os
próximos combates.
“Este é um alerta”, disse
o director para as emergên-
cias em saúde, Michael
Ryan, aos jornalistas, numa
conferência de imprensa,
segunda-feira, que marcou
um ano desde que a agência
da ONU teve conhecimento
da propagação do novo ví-
rus na China. Desde então,
a Covid-19 matou quase 1,8
milhão de pessoas em todo
o mundo, entre os mais de
80 milhões infectados.
“Esta pandemia foi mui-
to severa”, reconheceu
Ryan. “Espalhou-se pelo
mundo com extrema rapi-
dez e afectou todos os can-
tos do planeta, mas esta
pandemia não é necessa-
riamente a maior.”
Sublinhou que, embora
o vírus seja “muito trans-
missível e mate pessoas...
a sua taxa de letalidade ac-
tual é razoavelmente baixa
em comparação com outras
doenças emergentes”.
“Precisamos de estar
preparados para algo que
pode ser ainda mais grave
no futuro”, vaticinou
O conselheiro sénior da
OMS, Bruce Aylward, tam-
bém advertiu que, embora
o mundo tenha feito um
enorme progresso científico
para lidar com a crise do
novo coronavírus, incluin-
do o desenvolvimento de
A Organização Mundial de
Saúde (OMS) alertou que
vão continuar a surgir va-
riantes do novo coronavírus
e que é preciso acelerar o
processo de descoberta e
sequenciação genética para
as acompanhar.
“Quanto mais um vírus
circula, mais oportunidades
tem para mudar. Estas mu-
danças são normais e ex-
pectáveis, mas a maior parte
pouco efeito tem no seu
comportamento”, afirmou
a principal responsável téc-
nica da luta contra a pan-
demia da Covid-19, Maria
van Kerkhove.
O director-geral da OMS,
Tedros Ghebreyesus, salientou
que é preciso aumentar a ca-
pacidade dos laboratórios em
todo o mundo para descobrir
as sequências genómicas das
mutações do vírus que forem
aparecendo, o que só se con-
segue com testagem.
Van Kerkhove indicou que
as variantes até agora encon-
tradas, originárias do Reino
Unido e na África do Sul, são
diferentes entre si, embora
se manifestem na mesma
vacinas em tempo recorde,
continuamos longe de estar
preparados para evitar fu-
turas pandemias.
“Estamos na segunda e
na terceira ondas deste ví-
rus e ainda não estamos
preparados para lidar com
pandemias e a sua gestão”,
afirmou na conferência de
imprensa.
“Embora estejamos bem
preparados ... não estamos
totalmente aptos para esta
(pandemia), muito menos
para a próxima.”
Mais ambição
O director-geral da OMS,
Tedros Adhanom Ghebre-
yesus, manifestou espe-
rança de que a pandemia
da Covid-19 tenha ajudado
o mundo a preparar-se pa-
ra enfrentar as futuras
ameaças.
“Em termos de cons-
ciencialização, penso que
agora estamos a conse-
guir”, disse. Mas alertou:
“vai ser necessária mais
ambição.”
Tedros Adhanom Ghe-
breyesus aproveitou para
destacar a forma como os
cientistas de todo o mundo
estão a trabalhar juntos, pa-
ra ajudar a acabar com a
pandemia.
Referiu especificamente
as duas novas variantes do
novo coronavírus, que sur-
giram no Reino Unido e na
África do Sul, que parecem
ser mais infecciosas do que
as estirpes anteriores.
“Estamos a trabalhar
com cientistas no Reino
Unido e na África do Sul
que realizam estudos epi-
demiológicos e laborato-
riais, que vão orientar as
próximas etapas”.
NOVOS VÍRUS À VISTA
Variantes
exigem mais
rapidez na
descoberta e na
sequenciação
proteína do SARS-CoV-2.
Aquela que foi detectada
primeiro no Reino Unido (e,
entretanto, em outros países,
incluindo Portugal) “não
apresenta diferenças signi-
ficativas nas hospitalizações
ou mortalidade” que provo-
MAIS ÓBITOS, MENOS NASCIMENTOS
“Pandemia pode acelerar perda
da população portuguesa”
Portugal tem assistido a uma
diminuição de habitantes e
estima-se que em 2030 esteja
abaixo dos dez milhões de
pessoas. Previa-se uma que-
bra lenta. Mas a pandemia al-
terou tudo e poderá fazer com
que a fasquia dos nove mi-
lhões chegue mais cedo.
A queda contínua da po-
pulação portuguesa tem sido
uma constante e só a entrada
de estrangeiros tem conseguido
diminuir o desequilíbrio desta
balança. Tem sido uma queda
gradual, com uma ou outra
surpresa, como em 2019. No
ano passado, registámos um
saldo positivo de 0,19 % de re-
sidentes no país, contrariando
a tendência de diminuição dos
dez anos anteriores, segundo
o Instituto Nacional de Esta-
tística (de Portugal) - INE. A
previsão para 2020 é de uma
diminuição efectiva, que se irá
manter em 2021.
As razões do que aconteceu
são fáceis de explicar: imigraram
mais pessoas do que as que emi-
graram; houve menos nasci-
mentos, mas também menos
óbitos. Na realidade, tudo o que
não aconteceu neste ano com a
pandemia. Prevê-se uma que-
bra da natalidade; assiste-se a
um aumento da mortalidade e
as fronteiras têm restrições.
ca, reiterou, mas tem maior
transmissibilidade, o que se
poderá explicar porque as
pessoas em que foi detectada
apresentam “maior carga vi-
ral”, referiu.
Maria van Kerkhove sa-
lientou que os estudos sobre
“Os óbitos aumentaram, não
se prevê uma subida de nasci-
mentos, o que significa que po-
deremos ter mais dois ou três
anos de crescimento negativo.
Tudo vai depender da rapidez
com que se voltará a instalar a
segurança a nível da saúde e a
recuperação do ponto de vista
económico. Mas a pandemia
poderá acelerar a perda da po-
pulação e podemos chegar a
2030 com 9,8 milhões de pes-
soas, em vez dos 9,9 milhões
previstos”, explica o demógrafo
Jorge Malheiros.
Em 2019, residiam 10 295
909 pessoas em Portugal, mais
19 292 do que em 2018. Isto num
ano em que voltou a cair o nú-
mero de nascimentos - passa-
ram de 87 020 para 86 579, num
sobe-e-desce que se tem veri-
ficado desde 2015, quando nas-
ceram 85 500 bebés.
A boa notícia, para Portugal,
é que morreram menos 1258
pessoas em 2019 do que em
2018 (de 113 051 para 111 793).
Até aqui, todos os anos aumen-
tava o número de mortes.
Ainda assim, a diferença
entre nascimentos e óbitos foi
de menos 24 773, sendo que o
valor mais elevado se registou
em 2018 (-25 980). Foram os
imigrantes que fizeram a di-
ferença e contribuíram para o
as variantes, em que se pro-
cura determinar se são mais
resistentes às vacinas já apro-
vadas, entre outros aspectos,
demoram tempo, referindo
que nos próximos dias de-
ver-se-á conhecer mais
conclusões da investigação
DR
aumento da população portu-
guesa, com um saldo migra-
tório positivo (entre saídas e
entradas) de 44 506 em 2019.
Em 2018, este saldo foi de mais
11 570 mil pessoas.
Menos bebés
Em 2020, tudo mudou. A Co-
vid-19 limitou os fluxos migra-
tórios, também para Portugal.
Isto quando no ano anterior to-
das as regiões do país registaram
mais entradas do que saídas,
com maior expressão na Área
Metropolitana de Lisboa, no
Centro e no Norte.
O número de óbitos aumen-
tou substancialmente, mais
10.776 entre 2 de Março e 29 de
Novembro deste ano, mais do
que a média dos últimos cinco
anos, contabiliza o INE. Mor-
reram 87 702 pessoas durante
este período e, destas, 41,8%
devido à Covid-19. Novembro
foi o pior mês: mais 2009 óbitos
do que a média no mesmo mês,
entre 2015 e 2019. Destes, 1915
foram infectados com o SARS-
CoV-2, representando 95,3 %
do acréscimo.
Do ponto de vista da natali-
dade, os primeiros resultados
não são animadores. Os testes
do pezinho indicam que se estão
a fazer menos 230 rastreios em
média por mês. Realizaram-se
Quanto às restrições nas fronteiras à entrada
de pessoas oriundas de países que comunicam
a existência destas variantes, a OMS considera
que “mais importante que bloquear fronteiras
é tentar diminuir a transmissão” do vírus na
comunidade, mas continua a deixar ao critério
de cada país o controlo das suas fronteiras
em curso, pelo menos sobre
a variante do Reino Unido.
A epidemiologista norte-
americana salientou que, até
agora, “todas as variantes
descobertas podem ser con-
troladas com as medidas que
já se tomam” desde o início
da pandemia.
Quanto às restrições nas
fronteiras à entrada de pessoas
oriundas de países que comu-
nicam a existência destas va-
riantes, a OMS considera que
“além de bloquear fronteiras
é também importante diminuir
a transmissão” do vírus na co-
munidade. Mas continua a dei-
xar ao critério de cada país o
controlo das suas fronteiras.
No entanto, o director do
programa de emergências sa-
7
78 374 testes até Dezembro,
menos 2340 do que em 2019.
Se em 2019 a taxa de natalidade
subiu e houve mais 87 020 be-
bés, neste ano poderá ficar pe-
los 85 mil. O teste do pezinho
realiza-se entre o terceiro e o
sexto dia de vida, no âmbito
do Plano Nacional de Rastreio
Neonatal, coordenado pelo Ins-
tituto Nacional de Saúde Dr.
Ricardo Jorge.
Outubro é habitualmente
um mês com muitos bebés, ul-
trapassando os oito mil testes
do pezinho, neste ano ficou-
se pelos 7329. Novembro tam-
bém não foi animador. E, se-
gundo Jorge Malheiros, não se
prevê que a pandemia traga
mais crianças.
“Num contexto de contrac-
ção económica muito forte,
cheio de riscos e de incertezas,
as pessoas retraem-se, vemos
como a natalidade desceu na
última crise financeira. Po-
dendo hoje regular a fecundi-
dade, decidir ter ou não filhos,
as pessoas decidem não ter fi-
lhos em situações de incerteza.
Será difícil recuperar nos pró-
ximos meses, dado o contexto
de tensão social, a incerteza
sanitária e o decréscimo eco-
nómico. O discurso é sempre
‘o pior ainda não chegou”.
O índice sintético de fecun-
didade é de 1,42 crianças por
mulher em idade fértil. E o in-
quérito à fecundidade de 2019
indicava que 51,1 % das mu-
lheres e 47,3 % dos homens não
queriam ter mais filhos e 10 %
dos inquiridos não eram nem
tencionavam ser pais.
Resta o aumento da imigra-
ção para equilibrar a balança.
Jorge Malheiros estima que o
saldo migratório será próximo
do zero neste ano.
“Por um lado, há imensas
barreiras à circulação, os aero-
portos e as fronteiras fecharam;
por outro, há a crise do mercado
de trabalho e que acontece em
todo lado. Pode haver alguma
animação em alguns sectores
da actividade económica, por
exemplo na saúde e na distri-
buição, manter-se na agricul-
tura, mas é sazonal, o saldo mi-
gratório será positivo, mas pró-
ximo do zero.”
nitárias da OMS, Mike Ryan,
salientou que “os países não
devem ser castigados” por
partilharem abertamente in-
formação sobre a existência
de novas mutações em cir-
culação na sua população.
Mike Ryan afirmou que
passado um ano sobre a des-
coberta de casos de pneu-
monia de origem desconhe-
cida, na cidade chinesa de
Wuhan, o mundo está mais
bem preparado para lidar
com uma pandemia como a
que ali começou no fim do
ano passado, mas que “esta
ainda não foi ‘The Big One’”.
“Precisamos de estar pre-
parados para algo que pode
ainda ser mais grave no fu-
turo”, referiu.
8 POLÍTICA
INVESTIMENTOS PÚBLICOS
Na Educação, estão a ser construídas 21 escolas, correspondentes a 185 novas salas de aula
71 projectos estão em
execução na Lunda-Norte
Projectos estão a ser implementados no âmbito
do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios,
disse o governador provincial
Victorino Matias | Dundo
Apesardas restrições impostas
pela pandemia da Covid-19,
a província da Lunda-Norte
está a implementar 71 pro-
jectos de impacto social, apro-
vados pelo Executivo central.
Segundo o governador
provincial, Ernesto Muan-
gala, que prestou a informa-
ção, quarta-feira, no Dundo,
durante a mensagem de fim
de ano, os projectos estão a
ser implementados no
âmbito do Plano Integrado
de Intervenção nos Muni-
cípios (PIIM).
Ernesto Muangala escla-
receu que cinco dos 71 pro-
jectos são da responsabilidade
das estruturas centrais, 65 das
administrações municipais e
um do governo provincial.
Os projectos estão avalia-
dos em dezanove mil milhões,
catorze milhões, trezentos e
noventa e nove mil, seiscentos
e sessenta e sete kwanzas
(19.014.399.667).
Muangala revelou que,
até ao final de Dezembro, o
Governo da Lunda-Norte
confirmou o desembolso
financeiro de dois mil milhões,
quinhentos e noventa milhões
de kwanzas, que incidiram
sobre 58 projectos para o
pagamento das obras e res-
pectiva fiscalização.
Os projectos
estão avaliados
em dezanove mil
milhões, catorze
milhões, trezentos e
noventa e nove mil,
seiscentos
e sessenta
e sete kwanzas
Os investimentos estão
voltados aos sectores da edu-
cação, saúde, construção de
habitação, esquadras policiais,
complexos administrativos
autárquicos, sistemas de água
potável por furos artesianos,
reabilitação precária de vias
de comunicação, assim como
a aquisição de equipamentos
para os serviços de limpeza
e saneamento básico.
BENJAMIM C ÂNDIDO | EDIÇÕES NOVEMBRO
No sector da Educação, par-
ticularizou, estão a ser erguidas
21 escolas que vão permitir o
surgimento, neste ano, de 185
novas salas de aula.
Com os projectos em curso
nos dez municípios da pro-
víncia, augura-se pela pro-
moção do desenvolvimento
local, com a criação de con-
dições para a atracção do
investimento privado, salien-
tou Ernesto Muangala.
A Lunda-Norte tem uma
área de 103.760 quilómetros
quadrados e a sua capital é a
cidade do Dundo. A província
é constituída por dez muni-
cípios: Cambulo, Capenda
Camulemba, Caungula, Chi-
tato, Cuango, Cuílo, Lóvua,
Lubalo, Lucapa e Xá-Muteba.
Os municípios dividem-se
em 25 comunas. A Lunda-
Norte possui uma grande
indústria mineira, com espe-
cial enfoque na extracção de
diamantes, mas também de
ouro. Está limitada a Norte e
a Leste pela República Demo-
crática do Congo, a Leste com
a província de Malanje e a
Sul com a Lunda-Sul.
MARDANÊS CALUNGA
UNITA promete alcançar Duas centenas
o poder pela via democrática derepatriados
estrangeiros
Venâncio Victor | Malanje
O secretário do Comité Pro-
vincial da UNITA em Malanje,
Mardanês Calunga, garantiu
que o seu partido está a pre-
parar as condições para o
alcance do poder político,
em 2022, mas que vai fazê-
lo por via democrática, afas-
tando assim o uso da força.
Mardanês Calunga, que
falava quarta-feira durante
um acto que marcou o encer-
ramento do ano político da
UNITA em Malanje, disse
que a alternância do poder
não é simples vontade do
maior partido da oposição,
mas “uma necessidade
imperiosa dos angolanos”.
Considerou a alternância
do poder político o segredo
para a construção de um país
mais democrático, aberto,
justo e igual para todos os
seus filhos.
Nas eleições gerais de 2017,
a UNITA obteve 26,68 por
cento dos mais de quatro
milhões de votos válidos,
conseguindo 51 dos 220
assentos da Assembleia
Nacional. Em Malanje, o maior
partido da oposição não con-
seguiu eleger deputados. Os
cinco parlamentares que a
província tem direito foram
eleitos pelo MPLA.
Mardanês Calunga, que
falava para cerca de uma
centena de militantes da
SECRETÁRIO EM MALANJE
FNLA tenta a adaptação
ao novo paradigma político
O primeiro secretário pro-
vincial da FNLA em Malanje,
Luciano dos Santos, afir-
mou, quarta-feira, que o
partido está a reorganizar-
se, com base no “novo para-
digma sociopolítico”.
Ao discursar na cerimónia
de encerramento do ano
político da FNLA, Luciano
dos Santos instou os mili-
tantes e quadros do partido
a trabalharem com afinco
para que, nos próximos tem-
pos, o partido recupere o
espaço que perdeu na arena
política nacional.
Defendeu que se impõe
o arregaçar das mangas, para
elevar o partido a outros
níveis que sejam compatíveis
com a dimensão da sua his-
tória e combater a “condição
humilhante que a FNLA
vive”, desde a instauração
do multipartidarismo no país.
“Da força política de refe-
rência que fomos na luta de
libertação de Angola, pas-
samos a um grupinho insig-
nificante no Parlamento
durante quatro legislaturas”,
lamentou o político, citado
pela Angop.
A representatividade da
FNLA na Assembleia Nacio-
nal foi baixando de cinco
deputados, em 1992, para
três, dois e um nas eleições
de 2008, 2012 e 2017, res-
UNITA, realçou que o exer-
cício da cidadania vai apre-
sentando sinais positivos e,
por isso, mostra-se optimista
que, neste ano, haja um cres-
cimento em termos quan-
titativo e qualitativo.
Para o dirigente partidário,
o trabalho do partido não se
limita apenas na análise de
questões internas, mas também
no acompanhamento dos pro-
gramas e acções do Governo.
Mardanês Calunga referiu
que, apesar de várias difi-
culdades registadas em 2020,
a UNITA gizou um conjunto
de acções que aquilataram
o partido na província, com
destaque para a formação
de quadros políticos em
quase todos os municípios,
a actualização da base de
dados, criação de brigadas
de mobilização especial,
bem, como a reorganização
da LIMA, o braço feminino
do partido.
DR
Mardanês Calunga
pectivamente, correndo o
risco de não ter um deputado
sequer em 2022 ou mesmo
ser extinto.
Depois da eleição do novo
secretário-geral da FNLA,
Aguiar Laurindo, em Outubro
do ano passado, membros
da direcção do partido têm-
se desdobrado no contacto
aos militantes nas províncias,
na tentativa de se dar nova
vitalidade ao partido fundado
por Holden Roberto.
O presidente da FNLA,
Lucas Ngonda, apontou,
quarta-feira, em Luanda, o
ano de 2021 como determi-
nante para o futuro do partido.
“Ou vamos fracassar ou
vamos vencer”, admitiu o
político, numa implícita
assumpção de que, caso não
haja um trabalho de fundo,
Novo secretário-geral quer dar outra dinâmica ao partido
Domingo
3 de Janeiro de 2021
LUNDA-SUL E ZAIRE
em 2020
Ao todo, 206 estrangeiros
em situação migratória ilegal
nas províncias da Lunda-
Sul (189) e Zaire (17) foram
repatriados, de Janeiro a
Dezembro do ano passado,
pelo Serviço de Migração e
Estrangeiros (SME), soube
quinta-feira a Angop.
A maior parte dos repa-
triados estavam na Lunda-
Sul (189), enquanto os
restantes (sete) no Zaire. O
grupo era composto maio-
ritariamente por congoleses
democráticos (199) e dois
malianos. Um cidadão da
Mauritânia e igual número
do Egipto, Zimbabwe, Congo
Brazzaville e Vietname com-
pletaram a lista.
Em declarações à Angop,
o responsável pela imprensa
do SME na Lunda-Sul, Rui
Venâncio, referiu ter sido
possível o repatriamento
devido, sobretudo, ao trabalho
de fiscalização nas comuni-
dades e zonas fronteiriças.
Rui Venâncio falou das
difi culdade s q ue o SM E
enfrenta no repatriamento
de estrangeiros, por falta de
transporte, bem como de um
centro guarnição para pos-
terior reencaminhamento.
Na Lunda-Sul estão regis-
tados 1.243 estrangeiros com
a situação migratória legal.
o então movimento de liber-
tação nacional corre o risco
de extinção nas próximas
eleições gerais.
Lucas Ngonda, que falava
na cerimónia de cumpri-
mentos de fim de ano de diri-
gentes e militantes da FNLA,
apelou aos dirigentes e qua-
dros da FNLA no sentido de
trabalharem para o êxito nos
próximos compromissos
eleitorais. “Se tivermos uma
boa consciência, estas elei-
ções (as autárquicas e as
g e ra i s d e 2 0 2 2 ) d eve m
encontrar-nos em melhores
condições de organização e
de luta”, exortou.
Tudo isso, disse, depende
da consciência e responsa-
bilidade dos dirigentes e qua-
dros do partido e não de
milagres de quem quer que
seja. “O único milagre é tra-
balharmos para enfrentar-
mos os adversários”, afirmou
Lucas Ngonda, para quem
“a vitória da FNLA está nos
seus dirigentes e militantes
porque são eles que devem
mobilizar o povo”.
JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO
ECONOMIA Domingo
3 de Janeiro de 2021
DIÁRIO DA REPÚBLICA
Contratação Pública
adopta novas regras
Os contratos de valor igual
ou superior a 11 mil
milhões de kwanzas pas-
sam a ser submetidos pelo
Presidente da República,
enquanto Titular do Poder
Executivo, ao Tribunal de
Contas (TC), para efeitos
de fiscalização preventiva.
De acordo com a Lei
do OGE 2021, publicada
em Diário da República,
as unidades orçamentais
devem submeter ao Tri-
bunal de Contas os con-
tratos no valor igual ou
superior a 600 milhões
d e kwa n z a s , t a m b é m
para fiscalização.
O diploma, citado pela
Angop, estabelece que a
fiscalização preventiva é
exercida através do Visto,
da Recusa ou da Decla-
ração de Conformidade
emitida pelo Tribunal de
Contas, sem prejuízo dos
p o d e re s p ró p r i o s d o s
órgãos de fiscalização,
controlo e inspecção da
administração do Estado.
Os contratos que care-
cerem de fiscalização pre-
ventiva só produzem efeitos
depois da obtenção do Visto
ou da Declaração de Con-
formidade do Tribunal de
Contas, com as alterações
impostas pela Lei 19/19,
de 14 de Agosto.
O documento refere
ainda que as receitas resul-
tantes de taxas e emolu-
m e n to s d o TC d eve m
reverter, em 60 por cento,
para o financiamento dos
projectos de reforma do
sistema judicial.
Angola conta com uma
nova Lei dos Contratos
Públicos (n° 41/20, de 23
de Dezembro), que entre
várias novidades, prevê a
ANÁLISE DA DELOITTE PARA O JORNAL DE ANGOLA
A presidência angolana da OPEP
Angola viveu um período de
crescimento na produção de
petróleo, impulsionado pelo
aumento do valor do barril
de crude nos mercados inter-
nacionais e pelo crescente
número de concessões a nível
nacional que garantiram pros-
peridade ao sector petrolífero
e crescimento económico à
República de Angola ao longo
de mais de duas décadas.
No entanto, os últimos anos
foram marcados pela incerteza
verificada no sector e na eco-
nomia dos países produtores
de petróleo em virtude da
desvalorização significativa
do valor do barril de crude
ocorrida no ano de 2014 e pela
crise pandémica da Covid-
19 que continua a ter forte
impacto no mercado petro-
lífero, com impactos na redu-
ção da procura no mercado
europeu, americano e asiático
e a acumulação de “stock” a
nível global, conduzindo a
uma depreciação adicional
criação do “Procedimento
Dinâmico Electrónico”,
que permite adjudicações
céleres, em menos de 24
horas, e concorrências,
mediante o cadastro prévio
das empresas no Portal da
Contratação Pública.
Estabelece, ainda, a
criação do regime de con-
tratações emergenciais
para fazer face às situações
de calamidades, catástro-
fes e Estados de Emer-
gência, instituindo,
tamb ém , o Centro de
Resolução de Conflitos
em contratação pública.
A inclusão de normas
sobre a execução dos con-
tratos de Concessão de
Obras Públicas e de Ser-
viços Públicos para preen-
cher o vazio que se verifica
no actual quadro norma-
tivo, a inserção de um
regime sancionatório dos
contratos públicos.
O documento altera o
limite de valor para a esco-
lha do procedimento de
contratação simplificada
de cinco para 18 milhões
de kwanzas, bem como a
eliminação do limite de
valor para os procedimen-
tos de concorrência.
A obrigatoriedade de
os documentos de habi-
litação serem apenas soli-
citados ao adjudicatário,
a eliminação da caução
provisória e redução da
caução definitiva, pas-
sando apenas a solicitar-
se a prestação de uma
única caução, após assi-
natura do contrato, de no
mínimo 5,0 por cento e
até 15 por cento do valor
global do contrato, são
outros pressupostos
do diploma.
do preço do crude e dos seus
derivados em mercado inter-
nacional. É neste contexto
desafiante que Angola assume
a presidência da Organização
dos Países Exportadores de
Petróleo (OPEP).
A queda de cerca de 35 por
cento do valor médio do preço
do barril de petróleo no ano
de 2020 representa um desafio
significativo para todos os
membros da OPEP, especial-
mente para aqueles cujas
receitas dependem fortemente
do sector petrolífero como a
República de Angola e que,
por isso, ambicionam uma
taxa comum de produção desta
Organização maior, no sentido
de manter as suas receitas e
Orçamento de Estado em
níveis sustentáveis.
Desta forma, a tarefa da
OPEP em garantir que os
mercados globais de petróleo
recuperem a boa “perfor-
mance” no ano de 2021 está
neste momento sob a res-
ZONA DE COMÉRCIO LIVRE CONTINENTAL AFRICANA
País apresenta proposta
tarifária a meio do ano
Director de Intercâmbio revela decurso de acções para obter
consenso em torno do desmantelamento da pauta aduaneira
Victorino Joaquim
Angola prevê apresentar,
até meados deste ano, a pro-
posta de oferta tarifária à
Zona de Comércio Livre Con-
tinental Africana, que arran-
cou na sexta-feira para
dinamizar as trocas internas
na região, anunciou o director
do Gabinete Jurídico e de
Intercâmbio do Ministério
da Indústria e Comércio.
Adelino Naquarta reafir-
mou, contactado pela comu-
nicação social, que o processo
de adesão de Angola à ZCLCA
está completo, embora,
notou, o país “tem, ainda, o
compromisso de apresentar
a sua proposta de oferta tari-
fária para que, efectivamente,
se lance na Zona de Comércio
Livre Continental”, o que se
prevê acontecer “até ao meio
deste novo ano de 2021”.
Mas, apontou, é preciso
que, a nível do país, se reú-
nam consensos em torno da
apresentação de uma pro-
posta de oferta tarifária,
havendo um trabalho em
curso e liderado pelo Minis-
tério da Indústria e Comércio,
já bastante avançado.
De acordo com Adelino
Naquarta, a proposta tarifária
é um documento técnico que
precisa de reunir, a nível
nacional, o maior consenso
possível, “por ser, na ver-
dade, o desmantelamento
da nossa Pauta Aduaneira”
disse, lembrando que “a Zona
de Comércio Livre Conti-
nental não é mais do que um
mercado liberalizado, onde
os produtos deverão circular
isentos de direitos”.
ponsabilidade de Angola,
pelo que apesar do principal
objectivo da OPEP ser con-
flituante com o interesse par-
ticular do país, o ministro
dos Recursos Minerais e do
Petróleo, Eng. Diamantino
Azevedo, certamente con-
duzirá este desígnio com
rigor e ambição, à seme-
lhança do que tem vindo a
fazer ao comando da rees-
truturação do sector petro-
lífero angolano e que resultou
na criação da Agência Nacio-
nal de Petróleo, Gás e Bio-
combustíveis (ANPG) e na
regeneração da companhia
nacional petrolífera, Sonan-
gol EP, com a criação de Uni-
dades de Negócio específicas
em cada excerto da cadeia
de valor petrolífera.
Apesar da quota da OPEP
de produção diária de petróleo
global ter caído para menos
de 50 por cento nos últimos
anos, especialmente devido
ao aumento significativo na
Angola prepara abertura às importações dos parceiros africanos
O desmantelamento da
pauta aduaneira é um pro-
cesso progressivo, no qual
todos os países africanos
deverão, quando a Zona de
Comércio Livre Continental
atingir a maturidade, libe-
ralizar até 97 por cento das
linhas tarifárias ou pautais.
Segundo o director, para
além do aspecto progressivo,
o desmantelamento vai ainda
ocorrer obedecendo a uma
categorização de produtos,
a primeira das quais, que cor-
responde a 90 por cento das
linhas tarifárias, tem a ver
com produtos não sensíveis.
A segunda categoria, que
corresponde a produtos
sensíveis, será de sete por
cento e, a terceira, abarca
o conjunto de produtos de
exploração de xisto que tor-
naram os Estados Unidos o
maior produtor mundial de
petróleo, a OPEP continua a
ter grande relevância na con-
certação e estabilidade dos
índices de produção global
e, consequentemente, do
valor do barril de crude no
mercado internacional.
Em particular, a aliança
OPEP+, que agrupa os 13
membros da OPEP e 10 das
principais nações não expor-
tadoras a nível global, e que
juntos procuram garantir a
estabilidade do mercado e a
maximização da receita para
os países produtores. Angola
encerra o ano de 2020 com
uma contracção económica
entre 4,0 e 6,0 por cento.
No entanto, a economia
nacional tem dado alguns
sinais positivos de resiliência
e capacidade de resposta a
esta situação menos favorável
ao longo do segundo semes-
tre do ano de 2020, em par-
ticular no sector petrolífero,
nomeadamente com a apro-
vação da Estratégia de Explo-
ração de Hidrocarbonetos
em Angola 2020-2025, em
que o país irá investir 867
EDIÇÕES NOVEMBRO
exclusão, que correspon-
dem a 3 , 0 p or cento da
linha tarifária.
Aplicação leva tempo
“Há uma nova África a emer-
gir com um sentido de urgên-
c i a e o b j e c t iv o s e u m a
aspiração de se tornar auto-
suficiente”, disse, citado pela
Voz da América, o Presidente
do Ghana, Nana Akufo-
Addo, durante a cerimónia
virtual de lançamento da
Zona, na sexta-feira.
A ZCLCA vai juntar 1.300
milhões de pessoas num
bloco económico avaliado
em 3,4 triliões de dólares,
sendo a maior área de comér-
cio livre desde o estabele-
cimento da Organização
Mundial de Comércio.
milhões de dólares para tra-
var o declínio de produção
petrolífera e renovar a taxa
de reservas provadas, no
sentido de manter os níveis
de produção actual nos pró-
ximos quatro anos e incre-
mentar a mesma a partir do
ano de 2025, contribuindo
para um incremento de
receita do Governo e da sua
capacidade de desenvolvi-
mento sustentável e de con-
teúdo lo cal , p elo q ue a
manutenção deste objectivo
nacional intacto é um desafio
de equilíbrio exigente no
desempenho do mandato
da presidência da OPEP que
Angola agora assume.
Os estudos recentes da
Rystad e Deloitte sobre a
Transição Energética global
apontam que apesar da dinâ-
mica mundial em curso, o
consumo de petróleo atingirá
o seu pico de consumo global
entre 2030 e 2035, pelo que,
60 anos após a sua fundação,
a OPEP continua a enfrentar
desafios, mas a vislumbrar
oportunidades, apesar do
crescimento da produção de
petróleo não convencional
e dos planos de redução da
9
Os apoiantes da iniciativa
afirmam que vai aumentar
o comércio entre os países
africanos, permitindo ao
continente desenvolver as
suas próprias redes comer-
ciais e financeiras. O Banco
Mu n d i a l e s t i m o u q u e a
introdução do comércio livre
em África poderá retirar
dezenas de milhões de pes-
soas da pobreza até 2035.
Desafios gigantescos
Contudo muitos obstáculos
(forte burocracia, más infra-
estruturas e proteccionismo
bem enraízado entre alguns
dos seus membros) terão
que ser ultrapassados para
a Zona de Comércio Livre
atingir o potencial.
A ZCLCA deveria ter sido
lançada a 1 de Julho, mas o
arranque foi adiado devido
à epidemia da Covid-19 que
tornou impossível levar a
cabo negociações. Contudo,
a pandemia deu ao projecto
um novo ímpeto, disse Wam-
kele Mene, secretário-geral
do bloco comercial, no acto
de lançamento.
“A Covid-19 demonstrou
que África está demasiado
dependente da exportação
d e p ro duto s p r i m á r i o s ,
demasiado dependente de
redes globais de forneci-
mentos” que, quando são
afectadas, “sabemos que a
África sofre”, disse Mene.
Todos os países africanos
(excepto a Eritreia) assinaram
o acordo e 34 já o ratificaram,
mas analistas como W. Gyude
Moore (antigo ministro libe-
riano e agora membro do Cen-
tro para o Desenvolvimento
Global) dizem que o verda-
deiro trabalho para a aplicação
do acordo começa agora.
“Ficaria muito surpreen-
dido se pudessem ter tudo
a funcionar no espaço de 24
horas”, afirmou, citado pela
agência Reuters. “Para se
falar de sucesso a longo prazo
temos que olhar ao tempo
que levou a Europa (a atingir
uma zona de comércio livre).
Foi um processo de décadas”,
acrescentou Gyude Moore.
pegada de carbono assumi-
dos pelas petrolíferas de refe-
rência internacional como
a BP, Shell, Total, Exxon, que
perspectivam uma pegada
de carbono nula no seu “por-
tefólio” até ao ano de 2050.
Perante estes desafios, e
considerando o estágio de
amadurecimento e refun-
dação que o sector petrolífero
tem vivido em Angola, a
presidência da OPEP
reveste-se numa desafiante
oportunidade para o país de,
(i) demonstrar as suas capa-
cidades técnicas e de gestão
no sector, (ii) reafirmar
Angola como o pilar de sus-
tentabilidade e motor de
transição energética no con-
tinente africano, (iii) ala-
vancar a responsabilidade e
reconhecimentos dos países
com menor taxa de produção
dentro do seio da OPEP, (iv)
garantir a união entre todos
os membros da OPEP com
vista ao objectivo de recu-
peração do valor do barril
de crude nos mercados inter-
nacionais em 2021, e (v)
granjear credibilidade para
o país e reforçar a imagem a
nível internacional.
10 SOCIEDADE
RUAS DESERTAS NA CAPITAL DO PAÍS
Luanda com pouco movimento
um dia depois da passagem de ano
Alexa Sonhi, Manuela Gomes
e Carla Bumba |
Um dia depois do novo ano,
a capital registou pouco
movimento de pessoas e de
viaturas na Baixa de Luanda,
bem como nas principais
vias estruturantes que dão
acesso ao Centro da capital.
É uma calma própria que se
verifica nos dias a seguir a
um feriado.
Mesmo sendo dia de tra-
balho normal para muitas
empresas, unidades hospi-
talares, estabelecimentos
comerciais de grandes super-
fícies, mercados formais e
informais e outras actividades
de pequena monta, ainda
assim, o movimento em
Luanda, de lés-a-lés, esteve
muito longe daquele
ambiente frenético, ruidoso
a que nos habituou.
Em Cacuaco, mais con-
cretamente na Centralidade
do Sequele, a reportagem do
Jornal de Angola registou
uma acalmia total em todas
as ruas. À distância deu para
ver que as famílias residentes
estavam confinadas nos seus
apartamentos, se calhar a
retemperarem as energias
dispendidas durante a tran-
sição do novo ano.
Ontem, naquela urbe, as
famosas cantinas dos cida-
dãos oeste africanos, também
conhecidas por “Mamadus”,
bem como o mercado local
estavam encerradas. Alguns
moradores saiam de um pré-
dio para o outro, enquanto
uns poucos, ao volante de
viaturas, entravam e saiam
da centralidade.
Apesar da acalmia veri-
ficada no Sequele, um facto
que chamou a atenção da
reportagem do Jornal de
Angola, foi a quantidade de
amontoados de lixo fora dos
contentores espalhados pelo
ATÉ DIA 28 DE JANEIRO
Prorrogada a obtenção
da Carteira de Jornalista
A Comissão da Carteira e
Ética(CCE) decidiu estender,
até ao dia 28 de Janeiro, o
período de inscrição para
obtenção da carteira profis-
sional, enquanto a entrega
dos primeiros documentos
já emitidos está marcada para
a primeira quinzena deste
mês, em Luanda.
Numa nota de imprensa,
a Comissão da Carteira e
Ética apela a todos os jor-
nalistas a procederem a
inscrição junto da insti-
tuição, para a obtenção da
carteira profissional ou de
estagiário.
Um pormenor da Avenida Deolinda Rodrigues, com movimento rodoviário muito aquém do habitual
chão em algumas paragens
dos transportes públicos,
ao longo da rua principal
da urbanização.
Como se não bastasse,
algumas pessoas deram-se
ao luxo de deixar o lixo, prin-
cipalmente vasilhame de
bebidas alcoólicas, restos
de comida, recipientes de
cartão e plásticos espalhados
pelo chão e por cima dos
assentos das paragens dos
transportes públicos, o que
deixou horrível o cenário,
ontem, no Sequele.
Ao longo da Via Expressa,
As empresas de comu-
nicação social que não tive-
rem os seus funcionários
(jornalistas) devidamente
habilitados com a carteira
profissional, estarão sujeitas
ao pagamento de uma multa
equivalente a 10 salários
mínimos da Função Pública
e o triplo deste valor, em
caso de reincidência.
“Os órgãos de comuni-
cação social não podem
manter ao seu serviço como
jornalista, um indivíduo
que não se encontre devi-
damente habilitado”, lê-
se na nota.
no sentido Cacuaco/Porto
de Luanda, a movimentação
de pessoas e viaturas foi bas-
ta nte re du zi d a , o nte m ,
embora muitos funcionários
tenham regressado aos seus
postos de trabalho em diver-
sas zonas de Luanda.
Se em Cacuaco, as can-
tinas dos “Mamadus” esta-
vam encerradas, sendo um
caso raro, em Viana, no pri-
meiro e segundo dia do ano
novo, os comerciantes do
oeste africanos abriram as
portas às primeiras horas da
manhã e clientes, entre adul-
MALANJE
Criança de quatro anos esfaqueada
Venâncio Victor | Malanje
Uma menor de quatro anos
de idade, não identificada,
foi submetida, na quinta-
feira, a uma intervenção
cirúrgica no Hospital Regio-
nal de Malanje, depois de ter
sido esfaqueada no abdómen.
A informação foi avan-
çada pelo director do Banco
de Cirurgia e Ortopedia da
referida unidade sanitária,
Manuel Arsénio, quando
procedia ao balanço das
ocorrências registadas na
passagem de fim-de-ano,
re f e r i n d o q u e a m e n o r
apresenta um quadro clí-
nico satisfatório.
tos e crianças, não faltaram,
principalmente no interior
d o s b a i r ro s p e r i f é r i c o s
daquele município satélite
de Luanda.
Naquela zona de Luanda,
principalmente na Avenida
Deolinda Rodrigues, uma
das mais movimentadas da
capital, as principais para-
gens de táxi e de autocarros
registaram a presença de
muitos passageiros à espera
de transportes para os diver-
sos destinos. Havia poucos
táxis a funcionar.
A abertura dos armazéns
Durante a passagem de
ano, o hospital registou,
ainda, a entrada de 49 pacien-
tes, dos quais 39 com lesões
causadas por agressões físicas.
Destes 35 resultou no inter-
namento da menor de quatro
anos ferida com uma arma
branca no abdómen.
Manuel Arsénio disse que
a unidade sanitária assistiu,
igualmente, dois casos rela-
cionados a acidentes de via-
ção, dos quais um ocorrido
no município de Mucari e
outro de uma menor de 13
anos, vítima de atropelamento
na passagem de ano, no bairro
da Catepa, tendo contraído
uma contusão cerebral.
VIGAS DA PURIFICAÇÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO
de venda a grosso e a retalho,
bem como de diversas lojas
de materiais de construção
e de grandes superfícies
comerciais, localizadas ao
longo da Avenida Deolinda
Rodrigues, contribuíram
para a presença de muitas
pessoas, principalmente
zungueiras à procura de
negócios de ocasião.
Operadoras garantem
viagens tranquilas
O funcionamento de auto-
carros de diferentes opera-
doras, a partir das primeiras
Já o Banco de Medicina
do Hospital Regional de
Malanje registou, de 31 de
Dezembro a 1 de Janeiro deste
ano, um ambiente calmo,
com a ocorrências de dez
casos, dos quais dois de
pneumonia, quatro de malá-
ria, dois de hipertensão arte-
rial, um de coma etílico e
igual número de febre tifóide.
Por sua vez, a Polícia
Na c i o n a l , e m M a l a n j e ,
registou, no período em
análise, quatro crimes que
foram esclarecidos, com
seis detidos. Destes um por
ofensas corporais volun-
tárias com um detido, um
furto com três detidos, uma
Domingo
3 de Janeiro de 2021
horas da manhã de ontem,
um atrás de outro, em curto
espaço de tempo, foi um facto
que contribuiu para que as
paragens de transportes
públicos não estivessem api-
nhadas de passageiros, con-
t ra r i a m e nte ao c e n á r i o
observado ao longo do ano
passado em várias zonas de
Luanda.
Ontem, por exemplo,
nas paragens localizadas
n a s ave n i d a s D e o l i n d a
Rodrigues e Pedro de Castro
Van-Dúnem “Loy” não se
verificaram os amontoados
d e p e s s o a s à e s p e ra d e
autocarros, porque estes
c o m e ça ra m a c i rc u l a r
q u a n d o a i n d a e s t ava
escuro, à madrugada, uns
atrás de outros, em curto
espaço de tempo.
Um passageiro contactado
pelo Jornal de Angola, após
descer do autocarro, de uma
operadora, cujo nome omi-
timos propositadamente,
explicou que o desrespeito
ao distanciamento físico
entre os passageiros, no seu
entender, deve-se ao facto
de haver muitos autocarros
em circulação.
De acordo com o passa-
geiro, a estratégia de se colo-
car muitos meios rolantes,
de diversas operadoras de
transportes públicos, a cir-
cularem ao mesmo tempo e
em curto espaço de tempo,
numa determinada rota da
cidade de Luanda, "é salutar
e reduz a acumulação de
pessoas nas paragens".
Para a fonte do Jornal de
Angola, muitos autocarros
na via “proporcionam uma
viagem tranquila, evitam
que os passageiros se aco-
tovelem no interior do veí-
culo ou ainda deixarem de
andar pendurados nas portas,
como vinha acontecendo no
ano passado”.
tentativa de furto e um caso
de burla ocorrido no muni-
cípio de Malanje, Cacuso
e Calandula.
Segundo o porta-voz do
Comando Provincial da
Polícia Nacional, inspector
chefe João Soares, as auto-
ridades policiais detiveram
217 cidadãos por incum-
primento das medidas
impostas pelo Decreto Pre-
sidencial sobre a Covid-19,
com realce para os casos
de recolhimento domiciliar,
ajuntamento em actos de
carácter festivo em locais
não domiciliares, na via
pública e por falta de más-
caras faciais.
Domingo
3 de Janeiro de 2021
REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO DO TERRITÓRIO
Projecto de Gestão de Finanças Públicas para Melhorar a Provisão de Serviços ao Nível Local (Projecto N.º 170123)
Assunto: Publicação dos Instrumentos Ambientais e Sociais do Projecto
O Governo de Angola (GOA) está a preparar o Projecto de Gestão de Finanças Públicas
para Melhorar a Provisão de Serviços ao Nível Local (P170123). O projecto será composto
por 3 componentes técnicas que apoiam, de forma abrangente, o desenvolvimento e im-
plementação de sistemas e abordagens para melhorar o acesso e a prestação de serviços,
ao nível municipal.
O Ministério da Administração do Território (MAT), responsável pela política de descentra-
lização e da desconcentração Administrativa, terá o papel de coordenação geral do projecto
e será responsável, juntamente com o – Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do
Território (MINOPOT) pela implementação da Componente 1. Esta componente pretende:
(i) melhorar a capacidade institucional do MAT para acompanhar e avaliar o processo de
descentralização e da desconcentração, através, de entre outros, do desenvolvimento de
um sistema de gestão e monitorização dos serviços municipais que inclui o feedback do
cidadão sobre os serviços recebidos pela administração; e (ii) melhorar o ordenamento do
território e a gestão do uso do solo ao nível dos municípios. Esta componente será também
implementada pelos municípios que receberão subvenções financeiras de desempenho e
recursos financeiros para o orçamento participativo. Os recursos financeiros poderão ser
utilizados nos sectores da educação, saúde, protecção social e desenvolvimento econó-
mico, segundo as prioridades dos municípios.
O Ministério das Finanças (MINFIN), com o seu mandato em apoiar a gestão das finanças
públicas e a descentralização fiscal, em estreita colaboração com o Tribunal de Contas,
implementará a Componente 2, que visa fortalecer a capacidade dos municípios em ges-
tão de finanças públicas para gastos eficientes e efectivos com o desenvolvimento e im-
plantação, de entre outros, de sistemas automatizados de gestão, aquisições e das
finanças públicas.
O Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos (MINJUSDH) implementará a Componente
3 que visa aumentar a cobertura do registo civil para facilitar o acesso inclusivo a serviços
com um enfoque particular nas populações mais vulneráveis.
O projecto inclui também outras duas componentes não-técnicas. A Componente 4
apoiará a implementação do projecto e a Componente 5 facilitará a resposta em caso
de emergência.
Todavia, será recrutada uma Agência Fiduciária e Administrativa (AFA) com a responsabi-
lidade geral pela execução do projecto, garantindo que os seus recursos sejam orçamen-
tados e desembolsados, e que as contas do projecto sejam auditadas.
O projecto de “Gestão de Finanças Públicas para Melhorar a Provisão de Serviços ao Nível
Local” está em preparação e espera-se que seja aprovado pelo Banco Mundial em No-
vembro de 2020, e que seja implementado por um período de 4 anos (2021-2024). Antes
da submissão do pacote final à Direcção do Banco Mundial, pretende-se realizar um con-
junto de consultas ainda durante o mês de Outubro de 2020. As consultas visam divulgar
o projecto e o Plano de Envolvimento das Partes Interessadas (PEPI), Plano de Gestão
de Mão-de-Obra (PGMO) e o Quadro do Planeamento dos Povos Indígenas (QPPI), e re-
colher informações, incluindo preocupações e sugestões sobre os vários aspectos do pro-
jecto, a fim de os incluir no PEPI e restantes instrumentos preparados, antes da análise e
aprovação do Projecto pelo Conselho Director do Banco Mundial.
NORMAS AMBIENTAIS E SOCIAIS (NAS) DO BANCO MUNDIAL (BM)
O Risco Ambiental e Social do Projecto, de acordo com o Resumo da Revisão Ambiental
e Social, é classificado de Moderado. A classificação do Risco Ambiental do projecto indica
que o mesmo é de Baixo risco, pelo facto de não se prever que o projecto financie obras
de construção civil e, por isso, não se prevêem impactos sobre as pessoas e sobre o am-
biente. O Risco Social do projecto é, por sua vez, classificado como Moderado, nesta fase
de preparação do projecto. Não estão previstas obras civis, nem impactos sociais adver-
sos significativos. Espera-se que o projecto tenha impactos positivos nos grupos vulnerá-
veis (incluindo grupos excluídos, como mulheres ou pessoas com deficiência), no entanto,
deverá ser monitorizado até que ponto a descentralização afectará a prestação de servi-
ços a estas famílias vulneráveis. Igualmente, se espera um risco positivo de maior parti-
cipação e envolvimento dos munícipes na gestão municipal através de acções que
permitam um orçamento participativo e um feedback sobre a percepção que os munícipes
têm da gestão municipal.
11
Riscos relacionados com exploração e abuso sexual (SEA, Sexual Exploitation and Abuse)
e violência com base no género (GBV, Gender Based Violence) envolvendo, particular-
mente, interacções entre os agentes do projecto ou contratados e mulheres e jovens be-
neficiários do projecto, em comunidades onde as intervenções de projecto serão tidos em
consideração na elaboração do Quadro de Planeamento de Povos Indígenas.
Numa avaliação ambiental e social preliminar, ao abrigo das Normas Ambientais e Sociais
(NAS) do Banco Mundial, foram consideradas como aplicáveis ao projecto, as seguintes:
NAS1 - Avaliação e Gestão de Riscos e Impactos Ambientais e Sociais; NAS2 - Mão-de-
Obra e Condições Laborais; NAS7 - Povos Indígenas/Comunidades Locais Tradicionais
Historicamente Desfavorecidas da África Subsaariana e NAS10 - Envolvimento das Partes
Interessadas e Divulgação de Informação. De modo a dar resposta aos requisitos das NAS
identificadas acima, foram desenvolvidos os seguintes instrumentos ambientais e sociais:
(i) Plano de Compromisso Ambiental e Social (PCAS); (ii) Procedimentos de Gestão de
Mão-de-Obra (PGMO); (iii) Plano de Envolvimento das Partes Interessadas (PEPI) e (iv)
Quadro de Planeamento de Grupos Vulneráveis (QPGV).
O Plano de Gestão de Mão-de-Obra foi elaborado de acordo com a legislação laboral na-
cional e com os requisitos da NAS2. Este plano é composto por um conjunto de procedi-
mentos que visam facilitar a implementação do projecto, através da identificação prévia
dos requisitos de mão-de-obra, dos riscos associados ao projecto em todo o seu ciclo, na
definição de recursos necessários por parte do Mutuário. Trata-se de um documento dinâ-
mico, que embora seja preparado no início do projecto, na fase de planeamento, deverá
ser desenvolvido no decurso do mesmo. Este plano engloba um Mecanismo de Resolução
de Reclamações dirigido aos trabalhadores. Este plano aplica-se a trabalhadores directos,
trabalhadores contratados, trabalhadores de fornecimento primário e possivelmente traba-
lhadores migrantes.
O Plano de Envolvimento das Partes Interessadas (PEPI) apresenta uma abordagem
participativa, inclusiva e culturalmente apropriada, durante o ciclo de vida do projecto, o
Governo de Angola preparou um PEPI, de acordo com os requisitos da NAS10 do novo
Quadro Ambiental e Social (QAS) do Banco Mundial. O PEPI, pretende assegurar que as
opiniões, preocupações e interesses de todas as partes interessadas, são levadas em con-
sideração durante a implementação do projecto. Este é um documento dinâmico que será
ajustado ao longo do ciclo de vida do projecto. Assim, é importante que todas as partes in-
teressadas e afectadas, estejam continuamente envolvidas na tomada de decisões rela-
cionadas com as actividades do projecto.
Os requisitos contidos neste instrumento devem ser rigorosamente seguidos, garantindo
o envolvimento de todas as partes.
O Quadro do Planeamento dos Povos Indígenas é um precursor e guia para o Plano
dos Povos Indígenas (PPI), desenvolvido antes da finalização dos planos de implementa-
ção de actividades que afectam os povos indígenas, que abordará as actividades especí-
ficas do Projecto uma vez definidas em termos de risco, impacto, mitigação e garantia da
participação e benefício dos povos indígenas no Projecto. A formulação do PPI envolverá
consultas com as partes interessadas e particularmente com os povos indígenas, com vista
a assegurar que as suas comunidades se beneficiem de melhores resultados sociais e
económicos no âmbito do Projecto, e evitar ou mitigar quaisquer consequências negativas.
O PPI definirá ainda mais os custos, o papel e as responsabilidades, a monitorização e a
avaliação das medidas a serem tomadas no âmbito do Projecto. Confirmará igualmente
os mecanismos de reclamação em vigor. O PPI deve ser autorizado pelo Banco Mundial.
O QPPI esboça as acções e recomenda as medidas, a serem definidas no PPI.
Este documento resume o conteúdo dos documentos que estão a ser divulgados publica-
mente, para a consulta de todas as pessoas interessadas.
Os pedidos para consulta dos documentos acima mencionados podem ser enviados atra-
vés dos endereços electrónicos: celeste.cassoma@mat.gov.ao;
cuchimuila@.hotmail.com; santinho.figueira@mat.gov.ao
ou figueirasantinho@gmail.com. Os documentos podem também ser consultados ou
descarregados nas páginas de internet dos Ministérios envolvidos no projecto, bem como
os Governos provinciais (http://www.mat.gov.ao, www.minfin.gov.ao).
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO DO TERRITÓRIO, em Luanda, aos 4 de Novembro
de 2020
(500.1715)
12 Domingo
3 de Janeiro de 2021

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A empresa REDGESTE, GESTÃO DE EMPREENDI-
MENTOS, solicita a comparência do Sr. Txibin Ganana
Filipe, titular do B.I. N.º 000278630LN033, para tratar
de assuntos do seu interesse, com urgência.
(13226)
REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
INSTITUTO GEOGRÁFICO E CADASTRAL DE ANGOLA
DEPARTAMENTO PROVINCIAL DO BENGO
EDITAL N.º 146/DPIGCA/BO/2020
Tendo, o senhor ALDINO PEDRO DA FONSECA, requerido uma parcela de terra de (10 ha) DEZ HECTARES, onde
desenvolve actividade Agrícola, localizada na zona do Quissari, comuna das Mabubas, município do Dande, província
do Bengo.
A parcela em causa tem as seguintes confrontações: a NORTE: linha de água; SUL: com picada; ESTE: com picada;
OESTE: com picada.
São, por este meio, convocadas todas as pessoas singulares ou colectivas, que se julgarem com direito sobre o
mesmo terreno a virem comprová-lo neste Departamento do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola, no prazo de
(30) Trinta dias a contar da data da publicação deste Edital.
DEPARTAMENTO PROVINCIAL DO INSTITUTO GEOGRÁFICO E CADASTRAL DE ANGOLA DO BENGO, em Ca-
xito, aos 30 de Dezembro de 2020.
O CHEFE DO DEPARTAMENTO
Eng.º ELIAS FRANCISCO DA SILVA
«Assistente de Investigação» (13596d)

REPÚBLICA DE ANGOLA REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E DOS DIREITOS HUMANOS MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
CONSERVATÓRIA DO REGISTO CIVIL DA COMARCA DE BENGUELA INSTITUTO GEOGRÁFICO E CADASTRAL DE ANGOLA
DEPARTAMENTO DA PROVÍNCIA DO HUAMBO
EDITAL
EDITAL N.º 23/2020
José Kaley Mota, Conservador do Registo Civil da Comarca de Benguela. Processo N.º 690/HO/020
FAZ SABER QUE, Mário Jorge da Silva Costa Rebelo, de 51 anos de idade, natural da Freguesia
de Vila Chã de São Roque, Concelho de Oliveira de Azeméis – Portugal, filho de Davide Valente da Tendo, o (a) Senhor (a), FERNANDO ISAÍAS, requerido o direito de superfície de uma parcela de
Costa Rebelo e de Maria Isabel Dias da Silva, nascido aos catorze de Novembro de mil novecentos terreno na zona rural com uma área de 33,05 hectares para actividade Agro-Pecuária,localizada na
e sessenta e nove, portador do Passaporte n.º C620726, residente em Benguela há mais de dez aldeia Manda, comuna sede, Município de Chicala Choloanga e Província do Huambo, com as se-
anos, pretende adquirir a nacionalidade angolana por Naturalização. guintes confrontações:

São, por isso, convidadas as pessoas que souberem de alguns impedimentos, pelos fundamentos A NORTE: Com terrenos baldios do Estado ocupados por populares
da Lei 2/2016, de 15 de Abril, publicada no Diário da República n.º 60, 1.ª Série da mesma data, que A SUL: Com terrenos baldios do Estado ocupados por populares
regula a Lei da Nacionalidade, a deduzir oposição até ao décimo quinto dia após a afixação deste A ESTE: Com terrenos baldios do Estado ocupados por populares
Edital. A OESTE: Com o rio Tchiluco

E, para constar, passou-se este Edital, que será afixado por quinze dias, nos lugares designados por São, por este meio, convocadas todas as pessoas que se julgarem com direitos sobre o mesmo ter-
reno, a virem comprová-lo neste Departamento, no prazo de (30) trinta dias, a contar da data da pu-
Lei.
blicação deste Edital.
CONSERVATÓRIA DO REGISTO CIVIL DA COMARCA DE BENGUELA, AOS 28 DE DEZEMBRO
GABINETE DO CHEFE DE DEPARTAMENTO PROVINCIAL DO INSTITUTO GEOGRÁFICO E CA-
DE 2020. DASTRAL DE ANGOLA, NO HUAMBO, AOS 9 DE NOVEMBRO DE 2020.

O CONSERVADOR O CHEFE DE DEPARTAMENTO

/JOSÉ KALEY MOTA/ Arcanjo Estêvão Menezes
(9) (8)
Domingo
3 de Janeiro de 2021 13

(700.120)
REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO REPÚBLICA DE ANGOLA
INSTITUTO GEOGRÁFICO E CADASTRAL DE ANGOLA
DEPARTAMENTO PROVINCIAL DO BENGO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E DOS DIREITOS HUMANOS
EDITAL N.º 144/DPIGCA/BO/2020 QUINTO CARTÓRIO NOTARIAL DA COMARCA DE LUANDA
Tendo, a Empresa DAFIL, DANIEL & FILHOS – COMÉRCIO GERAL E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, requerido
uma parcela de terra de (8.624 m2) OITO MIL E SEISCENTOS E VINTE E QUATRO METROS QUADRADOS, onde
INSTRUMENTO DE REVOGAÇÃO
pretende Construir Bomba de Combustível e Loja, localizada na zona do Panguila, Comuna da Barra do Dande,
município do Dande, província do Bengo. No dia 24 de Dezembro de 2020, em Luanda, e no Quinto Cartório Notarial nesta Co-
A parcela em causa tem as seguintes confrontações: NORTE: com terreno de terceiro; SUL: com picada; ESTE: marca, perante mim, Sânia Lukénia da Silva Francisco Maria, 1.ª Ajudante, do re-
com picada; OESTE: com a EN 100.
ferido Cartório, compareceu como outorgante:
São, por este meio, convocadas todas as pessoas singulares ou colectivas, que se julgarem com direito sobre o
mesmo terreno a virem comprová-lo neste Departamento do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola, no prazo MOHAMAD ALI ABDALLAH, solteiro, natural do Líbano, residente habitualmente
de (30) Trinta dias a contar da data da publicação deste Edital.
em Luanda, Bairro Talatona, Distrito Urbano de Belas, titular do Cartão de Residente
DEPARTAMENTO PROVINCIAL DO INSTITUTO GEOGRÁFICO E CADASTRAL DE ANGOLA DO BENGO, em n.º 0027431T02, emitido pelo Serviço de Migração e Estrangeiros de Angola em
Caxito, aos 30 de Dezembro de 2020. Luanda, aos 13 de Junho de 2019, que outorga neste acto na qualidade de Sócio -
O CHEFE DO DEPARTAMENTO
Gerente da sociedade NODUS IMÓVEL - COMÉRCIO-GERAL E PRESTAÇÃO DE
Eng.º ELIAS FRANCISCO DA SILVA SERVIÇO, com sede em Luanda, Município de Talatona, Distrito Urbano do Camama,
«Assistente de Investigação»
(13596b) Rua dos Guerrilheiros, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de
Luanda, 2.ª Secção do Guiché Único da Empresa SIAC Kalawenda, sob n.º 330/2019,
Contribuinte Fiscal n.º 5000408778;

Verifiquei a identidade do outorgante pela exibição do documento de identificação já

REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
INSTITUTO GEOGRÁFICO E CADASTRAL DE ANGOLA
DEPARTAMENTO PROVINCIAL DO BENGO
EDITAL N.º 145/DPIGCA/BO/2020
Tendo, a Empresa MAXIMIANO JOÃO - COMERCIAL, requerido uma parcela de terra de (380 ha) TREZENTOS
E OITENTA HECTARES, onde desenvolve a actividade Agropecuária, localizada na zona do Tenho Ngola, comuna
de Paredes, município dos Dembos, província do Bengo.
A parcela em causa tem as seguintes confrontações: a NORTE: com terreno de terceiro; SUL: com a EN 225/120;
ESTE: com riacho e terreno de terceiro; OESTE:com a EN 225/120.
São, por este meio, convocadas todas as pessoas singulares ou colectivas, que se julgarem com direito sobre o
mesmo terreno a virem comprová-lo neste Departamento do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola, no prazo
de (30) Trinta dias a contar da data da publicação deste Edital.
acima mencionado, a qualidade que intervém e a suficiência dos seus poderes para
este acto em face do documento que me exibiu e restitui.
E POR ELE FOI DITO:
Que, pelo presente instrumento o devido acorde do procurador, revoga e considera
nula e de nenhum efeito a Procuração de Gerência, lavrada no Quinto Cartório Nota-
rial da Comarca de Luanda, aos 23 de Outubro de 2019, que outorgou a favor do se-
nhor KAMEL ABDALLAH, solteiro, de nacionalidade libanesa, natural do Líbano
residente habitualmente em Luanda, Bairro Camama, Distrito Urbano de Belas, Casa
n.º 81, titular do Passaporte n.º RL3736988, emitido pela República do Líbano, aos 3
de Maio de 2016.
Ao outorgante e na presença do mesmo fiz em voz alta a leitura deste instrumento e
a explicação do seu conteúdo.
(13591)

DEPARTAMENTO PROVINCIAL DO INSTITUTO GEOGRÁFICO E CADASTRAL DE ANGOLA DO BENGO, em

Caxito, aos 30 de Dezembro de 2020.

O CHEFE DO DEPARTAMENTO
Eng.º ELIAS FRANCISCO DA SILVA
«Assistente de Investigação»
(13596c)
14 NECROLOGIA
FALECEU
ISAÍAS MIGUEL
DE MAGALHÃES
Joana Branca Domingos (esposa) Messias
Magalhães, Miguelito Magalhães, Violante
Magalhães, Leonor Magalhães, Samuel
Magalhães e Moisés Magalhães (irmãos)
tios, primos, sobrinhos, cunhados e
netos comunicam o falecimento de seu
querido ISAÍAS MIGUEL DE MAGALHÃES,
ocorrido no dia 31/12/20, por doença.
O funeral realizar-se-á em data a anunciar
oportunamente. (20)
AGRADECIMENTO
LUÍS ANTÓNIO
Agradecemos a todos quantos se dignaram
em acompanhar o meu querido esposo,
pai, avô, irmão e tio LUÍS ANTÓNIO até
à sua última morada. Muito obrigada,
por cada abraço, pelas ajudas e cada
palavra de conforto recebido até hoje.
Pedimos que continuem a orar para que
a sua alma descanse em paz. (11)
RECORDAÇÃO
MARIA MARAVILHA BENTO
Festa nos céus pelo seu 65 anos. Deus
te levou, minha mãe, pois há muito
tempo os céus esperavam o retorno de
um dos seus anjos, seus braços são
agora asas. O seu coração a estrela mais
luminosa do firmamento. Teu Dimoxi
, Celso Garcia (netas) Érica, Esmeralda
e Elizandra, (nora) Maria de Lurdes.
Saudades eternas. (10)
FALECEU
AMÉLIA MARIA ALVES
DA COSTA (Avozinha)
As famílias Alves da Costa Carvalho e
Contreiras comunicam o falecimento de
sua querida AMÉLIA MARIA ALVES DA
COSTA, ocorrido no passado dia 31 de
Dezembro de 2020. O funeral realizar-
se-á em data a anunciar oportunamente.
(7a)
SERVIÇO NECROLÓGICO: DIAS ÚTEIS DAS 9H ÀS 18H, SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS DAS 8H ÀS 14H
FALECEU
ANTÓNIO GONÇALVES
LIBERATO
Familiares e amigos cumprem o doloroso
dever de comunicar o falecimento do
seu ente querido ANTÓNIO GONÇALVES
LIBERATO, ocorrido no dia 26/12/2020,
na cidade do Lubango (Huíla), por doença.
O funeral realizou-se no dia 28 de
Dezembro, naquela cidade.
(13488)
FALECEU
HONÓRIO VAZ
DA CONCEIÇÃO
Matilde Tiago Vaz da Conceição ( esposa)
Igor Vaz,e Rayssa Vaz da Conceição
(filhos), Romiana Vaz da Conceição,
(sobrinha), as famílias Tiago e Vaz cum-
prem o doloroso dever de comunicar o
falecimento de HONÓRIO VAZ DA CON-
CEIÇÃO, ocorrido em Lisboa, Portugal,
no dia 31 de Dezembro de 2020. O funeral
realiza-se em data a anunciar oportu-
nemente em Lisboa. (2)
RECORDAÇÃO
MARIA MARAVILHA BENTO
Mesmo sem presença física, hoje, eu
celebro o seu dia, porque você vive e
irá viver sempre em mim, tua cassula
Irene Jurema, (neto) Alexandre Pimentel.
Descansa em paz. (10a)
FALECEU
AMÉLIA MARIA ALVES
DA COSTA (Avozinha)
Madaleno Alves da Costa, António José Alves
da Costa, Ilde Alves da Costa, Isabel Alves da
Costa dos Santos, Domingas do Rosário da
Costa, Analtina da Costa Ferreira, Áurea Marina
da Costa, Elisabeth da Costa Saturnino, Gerson
Yuri da Costa comunicam o falecimento de
sua irmã AMÉLIA MARIA ALVES DA COSTA,
ocorrido no passado dia 31 de Dezembro de
2020. O funeral realizar-se-á em data a
anunciar oportunamente. (7b)
FALECEU
HELTON TAVARES
DO ESPÍRITO SANTO
Maria José ( mãe), Maria, Moisés, Alfredo,
Ilídio Txitxi, Toy, (tios) Aldro, Ivanildo,
Keuri (irmãos) e demais familiares comu-
nicam o falecimento de HELTON TAVARES
DO ESPÍRITO SANTO, ocorrido sexta
feira, dia 1/01/21, por doença. O funeral
realizar-se-á em data a anunciar opor-
tunamente. (13)
FALECEU
NLANDU MARIA GRAÇA
Familiares e filhos de NLANDU MARIA
GRAÇA comunicam o falecimento de
sua querida, ocorrido no dia 25 de Dezem-
bro de 2020, por doença. (13570)
RECORDAÇÃO
MARIA MARAVILHA BENTO
Leva comigo eternas lembranças deste
dia e o seu jeito lindo de comemorar a
vida, esteja onde estiver, sei que hoje é
dia de festa, tua secundogénita Jessiana
Garcia. ( netos) Paloma, Francione,
Josiane, e Daniel (genro ), Joaquim Dundo
.Deus connosco. (10b)
FALECEU
AMÉLIA MARIA ALVES
DA COSTA (Avozinha)
Tios, sobrinhos, genros, noras e cunhados
comunicam o passamento físico de sua
querida AMÉLIA MARIA ALVES DA
COSTA, ocorrido no passado dia 31 de
Dezembro de 2020. O funeral realizar-
se-á em data a anunciar oportunamente.
(7c)
Domingo
3 de Janeiro de 2021
MISSA
ANTÓNIO SEGUNDA AMÕES
Maria Augusta Ferreira Amões (esposa), Nelay Amões, Feliciana
Amões, Faustino Pambassangue Amões, Chilingutila Amões,
Orlanda Amões, Margareth Amões, Janet Amões e Frederick
Amões (filhos), Sambimbi Davi Amões e Alberto Amões (netos)
comunicam que será rezada Missa de 1 mês, em memória do seu
esposo, pai e avô ANTÓNIO SEGUNDA AMÕES, no dia 4/1/2021,
às 18 horas, nas Instalações do Complexo Turístico BEJA, em
Luanda. (4)
FALECEU
HENRIQUE JOSÉ DA QUINTA VIDAL CLARO
Margarida Raquel Doutor Claro, Carolina Sofia Doutor Claro, Mariana
Isabel Doutor Claro, filhas do Dr. HENRIQUE CLARO, e Célia Doutor
(mãe das suas filhas e sua ex-companheira) cumprem o doloroso
dever de participar o falecimento do Dr. HENRIQUE CLARO, ocorrido
em Lisboa, no passado dia 30, e informam que o velório terá lugar
no dia 4/1, pelas 10h00, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, com
Missa às 14h30, seguindo o funeral para o Cemitério de Benfica, em
Lisboa, onde se realizará pelas 15h00. A família enlutada agradece
todas as mensagens de condolências endereçadas por todos aqueles
que, em Angola e em Portugal, estimavam o Henrique Claro, como
era carinhosamente conhecido e estimado por todos. (500.1714)
FALECEU
JÚLIO DE CASTRO VALENTE JÚNIOR
Julieta Valente Gomes, José Manuel Valente, Carlos Manuel
Valente, Ana Paula Valente de Jesus, Maria Valente (irmãos),
sobrinhos, filhos (ausentes) têm o doloroso dever de comunicar
o falecimento de seu ente querido JÚLIO DE CASTRO VALENTE
JÚNIOR, ocorrido no dia 29/12/ 2020. O funeral realizar-se-á
em data a anunciar. (700.122)
RECORDAÇÃO FALECEU
MARIA MARAVILHA BENTO AMÉLIA MARIA ALVES
DA COSTA (Avozinha)
Que a saudade que sinto chegue até ao Elsa Denise Dias dos Santos e Ariane
céu neste dia especial. Feliz aniversário Lukeni, Alves da Costa (filhas) Herlander
mãe, a tua primogénita Dominicana Pereira e Oziel Afonso (netos) comunicam
Garcia e neta Alice. Paz à tua alma. o passamento físico de sua mãe e avó
(10c) AMÉLIA MARIA ALVES DA COSTA, ocor-
rido no passado dia 31 de Dezembro de
2020. O funeral realizar-se-á em data
a anunciar oportunamente. (7)
FALECEU FALECEU
FRANCISCO MOREIRA MADIATA ELIZABETH
J. DE ALMEIDA (Necas)
As famílias Moreira e Almeida cumprem Familiares e filhos cumprem o doloroso
o doloroso dever de comunicar o fale- dever de comunicar o falecimento de
cimento de FRANCISCO MOREIRA sua querida MADIATA ELIZABETH,
JÚNIOR DE ALMEIDA, ocorrido na África de 76 anos de idade, ocorrido no dia
do Sul. O óbito decorre na sua residência, 1/1/2021, na cidade de Luanda, por
sita na Precol. O funeral será em data a doença. O funeral realizar-se-á em
anunciar. (15) data a anunciar. (19)
Domingo
3 de Janeiro de 2021 15

FUNDO DE APOIO SOCIAL

PROJECTO DE FORTALECIMENTO DA PROTECÇÃO SOCIAL

MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE
REPÚBLICA DE ANGOLA
País: Angola MINISTÉRIO DOS RECURSOS MINERAIS, PETRÓLEO E GÁS
Projecto: Projecto de Fortalecimento da Protecção Social
Loan n.º 9002-AO INSTITUTO REGULADOR DOS DERIVADOS DO PETRÓLEO
Projecto ID No. P 169779
Número do Concurso: N.º 01-CQS/FAS-TSM/20 – Contratação de uma agência para a implementação do plano
IRDP
estratégico de comunicação do Programa de Protecção Social.

1. O Governo de Angola, Ministério da Administração do Território recebeu um financiamento no valor de US $ 320 Preços de Referência do JET A1 (A partir de Janeiro de 2021)
milhões do Banco Mundial para custear o Projecto de Fortalecimento da Protecção Social, a ser implementado pelo
Fundo de Apoio Social (FAS), e pretende aplicar parte dos recursos para a contratação de uma agência para a im-
plementação do plano estratégico de comunicação do Programa de Protecção Social. Atendendo ao mecanismo de ajustamento automático dos preços do JET
2. O Fundo de Apoio Social convida os elegíveis e qualificados concorrentes a apresentarem as manifestações de
A1, aos de mercado, em vigor, o Instituto dos Derivados do Petróleos vem
interesse até ao dia 15 de Janeiro de 2021. As agências interessadas devem fornecer evidências de possuírem tornar público, os preços de referência, do produto acima referido, para
as qualificações e experiência relevante para a realização da tarefa similar.
as categorias da produção ou importação, distribuição e comercialização,
3. Os critérios de avaliação das manifestações de interesse são: a vigorar a partir do dia 1 de Janeiro de 2021, nos termos dos artigos 5.º
1. As qualificações gerais e a experiência das agências na elaboração de estratégias de comunicação; e 7.º do Decreto Executivo Conjunto n.º 331/20, de 16 de Dezembro,com-
2. 3 anos de experiência comprovada na implementa de estratégias de comunicação;
3. Familiaridade com projectos financiados por Bancos Multilaterais de Desenvolvimento. binado com o artigo 9.º do Decreto Presidencial n.º 206/11, de 29 de Julho,
conforme a tabela abaixo:
4. As manifestações de interesse não deverão ter mais do que 20 páginas; chama-se a atenção dos consultores
interessados para o paragrafo 1.9. das Directrizes para a Selecção e Contratação de Consultores pelos Mutuários
do Banco Mundial (Guidelines: Selection and Employment of Consultants by World Bank Borrowers), Edição Preços de Referência do JET A 1 Valor
de Janeiro de 2011 revistas em Julho de 2014, concernente à política do Banco Mundial sobre os Conflitos de
Interesse. (a partir de 1 de Janeiro de 2021) (Kz/Litro)
5. Os concorrentes poderão formar associações ou consórcio com outras empresas ou subcontratação com o Preço de Referência do Ajustamento – Platts (PRA) 238,94
objectivo de melhorar as suas qualificações.

6. Os concorrentes serão seleccionados pelo método CQS (Consultants’ Qualifications Selection) sendo que, apenas Preço Base na Costa/Ex-Refinaria (PBC) 273,53
a agência com a melhor qualificação será convidada para a negociação, conforme especificado nas Directrizes
acima mencionadas.
Preço de Venda Ex-Logística e Distribuição (PVD) 325,74
7. Informações adicionais poderão ser obtidas na Unidade de Aquisições do FAS, endereço abaixo supracitado,
das 08:00 às 15:30 horas, de Segunda à Sexta-Feira. Preço da Aeroinstalação do JET-A1 (que inclui impostos
386,80
e taxas) (PVA)
Fundo de Apoio Social
Projecto de Fortalecimento da Protecção Social
NIF: 5000315931
Att: Dr. Marcos Gimbi
INSTITUTO REGULADOR DOS DERIVADOS DO PETRÓLEO, em
Av. Pedro de Castro Van-Dúnem, Rua do ENAPP, Edifício do IFAL, 3.º Andar, Bairro Talatona. Luanda, aos 29 de Dezembro de 2020.
Email: marcos.gimbi@fas.co.ao
Telfs: 923 494 871 – 923 242 005
Luanda - Angola O DIRECTOR-GERAL
O DIRECTOR-GERAL ALBINO FERREIRA
BELARMINO JELEMBI (500.1705) (500.1706)

REPÚBLICA DE ANGOLA
TRIBUNAL DE CONTAS EMPRESA PÚBLICA DE ÁGUAS, EPAL-E.P.
GABINETE DO VENERANDO JUIZ CONSELHEIRO Contribuinte N.º 0.005.679/00.1

EDITAL
AVISO
PROC. N.º 78/FS/AUD/16
A EMPRESA PÚBLICA DE ÁGUAS, EPAL - EP. informa que no âmbito da
O DOUTOR RIGOBERTO KAMBOVO, VENERANDO JUIZ CONSELHEIRO RELATOR
reconciliação de contas referente ao ano de 2020, pretendemos reconciliar suas
DA 2.ª CÂMARA DO TRIBUNAL DE CONTAS
contas até ao dia 31 de Dezembro de 2020.
FAZ SABER QUE, por este Tribunal de Contas, corre os seus trâmites legais, o Processo Para tal, serve-se do presente para levar ao conhecimento dos nossos prestado-
de Auditoria realizada ao Fundo do Projecto Coca-Cola, nos termos do n.º 4 do art.º 9.º res de serviços, e ao público em geral, que remetam as seguintes informações:
da Lei n.º 13/10, de 9 de Julho, (Lei Orgânica e do Processo do Tribunal de Contas),
registado e autuado sob o n.º em epígrafe. * Os extractos de contas de fornecedor com saldo Credor e/ou Devedor até 31
de Dezembro de 2020;
No respectivo processo urge a necessidade de notificar os senhores: Tonet de Jesus
Domingos Francisco e António Kilezi Martins, sócios da EMPRESA DESCARTES AN-
* As facturas em aberto e as respectivas Taxas de Câmbio até 31 de Dezembro
GOLA, Lda., por terem tido relação jurídica com o Fundo do Projecto Coca-Cola.
de 2020;
Considerando que, a referida empresa mudou de domicílio profissional inicialmente
constante nos autos, o que dificulta a sua localização e, consequentemente, a notifica- * Regime de Sujeição do IVA.
ção dos sócios;
A informação em causa deverá ser remetida à Direcção de Contabilidade e
Nos termos do n.º 3 do art.º 239.º, conjugado com o art.º 247.º, ambos do C.P.C., por Finanças da EPAL-EP, Via G3A G1 8143, junto ao SIAC do Talatona, até ao dia
este facto, ordena que sejam citados os sócios da EMPRESA DESCARTES ANGOLA,
4 de Janeiro de 2021, a partir da data da recepção, pelo que a Epal declinará
por esta via, “EDITAL,” para que compareçam junto deste Tribunal, no prazo de 30 dias,
a contar da data da publicação deste, a fim de serem notificados. toda e qualquer responsabilidade pela não apresentação no prazo estipulado.

Para constar, passou-se o presente Edital. Contacto: 945 432 806

2.ª CÂMARA DO TRIBUNAL DE CONTAS, em Luanda, aos 30 de Dezembro de 2020.
Emails: adalgisaramiro1@hotmail.com; coquilo2017@gmail.com;
maria.filho199@gmail.com; mariamalenga83@gmail.com
O JUIZ CONSELHEIRO RELATOR,
A Direcção de Contabilidade e Finanças da EPAL-EP, aos 29 de Dezembro
=DR. RIGOBERTO KAMBOVO.=
de 2020.
(500.1658) (13.590)
16 Domingo
3 de Janeiro de 2021

(700.121)

(12)
Domingo
3 de Janeiro de 2021 17

(500.1656)
18 MUNDO
ANTIGO PRIMEIRO-MINISTRO DO MALI
Boubou Cissé acusado
de organizar um golpe
As autoridades malianas anunciaram, sexta-feira, ter
desmantelado um grupo que preparava um golpe de Estado, no
qual está integrado o antigo Primeiro-Ministro, Boubou Cissé
Antigo Primeiro-Ministro do Mali acusado de “insulto contra o Chefe de Estado e conspiração”
As autoridades do Mali acu-
saram, sexta-feira, seis figu-
ras proeminentes, incluindo
um ex-Primeiro-Ministro,
de tentarem organizar um
golpe de Estado, uma acção
que terá ocorrido em Agosto.
Segundo a AFP, que cita fon-
tes judiciais, o Ministério
Público, em Bamako, disse,
em comunicado, que seis
pessoas estavam sob inves-
tigação por “conspirarem
contra o Governo, associação
criminosa, insulto ao Chefe
de Estado e cumplicidade”.
Um grupo de advogados
que defende os seis disse
que os acusados, entre eles
Boubou Cissé, o Primeiro-
Ministro na época em que o
Governo do Presidente Ibra-
him Boubacar Keita foi der-
rubado, em Agosto, foram
acusados de uma “tentativa
de golpe de Estado”.
Cinco dos seis acusados
foram detidos sob custódia,
excepto Boubou Cissé, cujo
paradeiro é desconhecido,
disse o promotor público.
Os detalhes sobre o caso
ainda são vagos, mas trata-
se de um momento de tur-
bulência após a queda do
Presidente eleito do Mali,
Ibrahim Boubacar Keita, pro-
vocada por jovens oficiais
do Exército, em 18 de Agosto.
Funeral de Somaila Cissé
Entidades malianas e estran-
geiras, amigos e apoiantes jun-
taram-se aos milhares, na
sexta-feira, em Bamako, num
raro momento de concórdia
para prestar a última homena-
gem ao opositor Soumaila Cissé.
A grande figura política, que
faleceu em França, aos 71 anos,
foi candidato três vezes derro-
tado na segunda volta das elei-
ções presidenciais do Mali e
antigo líder da oposição par-
lamentar. Líder da oposição
maliana antes da queda do
Ameaçada por sanções
i n te r n a c i o n a i s , a j u n ta
nomeou um Governo inte-
rino que deveria durar até
18 meses, até que as eleições
sejam realizadas. Mas o
desencanto com o ritmo lento
das reformas está a crescer,
alimentado por acusações
de que figuras ligadas ao
Exército dominam o órgão
de transição.
No seu comunicado, o Minis-
tério Público não utilizou o
termo “tentativa de golpe” como
fizeram os procuradores. Alegou
ter havido actos que “prejudi-
caram a segurança interna” e
evidências graves de uma
“empresa criminosa” e “acções
de sabotagem” por parte das
autoridades de transição.
Na semana passada, fontes
dos Serviços de Segurança
anunciaram que várias pes-
soas foram detidas em 21 de
Dezembro, enquanto a Pro-
curadoria disse que um
“inquérito preliminar” foi
aberto e que estava “rela-
cionado a violações da segu-
rança do Estado”.
Além de Cissé, os acusados
incluem o seu meio-irmão
Aguibou Tall, que dirige uma
agência ligada às telecomu-
nicações, e Mohamed Yous-
souf Bathily, um activista e
apresentador de rádio popular
Governo de Ibrahim Boubacar
Keita a 18 de Agosto, Soumaila
Cissé ocupou o cargo de pre-
sidente da Comissão da União
Económica e Monetária da
África Ocidental (UEMOA), de
2002 a 2012.
O político havia sido seques-
trado a 25 de Março, quando
fazia campanha para as eleições
legislativas na região de Timbuktu
(Noroeste). Depois de seis meses
sob custódia dos jihadistas, foi
libertado em Outubro junto da
humanitária francesa Sophie
DR
entre os jovens do Mali e cujo
nome artístico é Ras Bath. Os
outros são Vital Robert Diop,
director da Pari Mutuel Urbain
(PMI) do Mali, uma agência
que é responsável pelas apos-
tas em corridas de cavalos,
e dois altos funcionários
financeiros, Mamadou Kone
e Souleymane Kansaye. Outra
pessoa que foi presa ante-
riormente, mas depois liber-
tada, é o secretário do gabinete
do Presidente, Sekou Traore,
q ue detém o s cargo s de
magistrado e ministro, sendo
o seu caso encaminhado para
o p ro c u ra d o r - g e ra l d a
Suprema Corte, disse o pro-
motor público.
Boubou Cissé negou, em
23 de Dezembro, ter qual-
quer envolvimento com
suposta conspiração.
O Mali, um país empobre-
cido sem litoral no coração do
Sahel, é notoriamente volátil.
O golpe de 18 de Agosto foi o
quarto desde que o país con-
quistou a independência da
França, em 1960, e surgiu
depois de semanas de escalada
de protestos contra Keita, que
se tornou impopular devido
à corrupção e ao fracasso em
reverter uma insurgência mili-
tante que ceifou milhares de
vidas desde 2012 e forçou cen-
tenas a fugir das suas casas.
DR
Petronin e de dois italianos, a
troco de 200 jihadistas a pedido
de grupos armados.
ARGÉLIA
Promulgada
a nova
Constituição
O Presidente Abdelmajid
Tebboune assinou, ontem, o
decreto que promulga a revi-
são da Constituição, após ter
regressado da Alemanha,
onde esteve internado em
tratamento médico. Segundo
um comunicado da Presi-
dência argelina, citada pela
AFP, a reforma entrará em
vigor assim que for publicada
no Diário Oficial, o que deverá
suceder hoje.
Ao enfatizar uma série de
direitos e liberdades, a nova
lei fundamental amplia as
prerrogativas dos militares e
da Presidência. Trata-se de
um projecto do Presidente
Tebboune, que busca legiti-
midade após ser eleito em
votação boicotada pela popu-
lação em 12 de Dezembro de
2019. A emenda constitucional
havia sido submetida a refe-
re n d o n ac i o n a l e m 1 d e
Novembro, sendo aprovada
com a menor afluência às urnas
na história do país (23,84 por
cento) e com o Chefe de Estado
ausente do país. Apoiantes do
movimento “hirak” pediram
um boicote ao referendo.
LESTE DA RDC
DR
Ataque das ADF
mata 25 pessoas
Pelo menos vinte e cinco
civis foram mortos, ontem,
na região de Beni, no Leste
da República Democrática
do Congo (RDC), num aten-
tado atribuído aos rebeldes
das Forças Democráticas
Aliadas (ADF), segundo fon-
tes locais.
Trata-se do segundo ata-
que atribuído às ADF em pou-
cos dias depois de, durante
a noite de terça para quarta-
feira, “pelo menos três civis
e um soldado” terem sido
mortos pelas ADF na área de
Mutwanga, segundo Donat
Kibwana, administrador do
território de Beni.
Desde finais de Novem-
bro, os ataques das ADF têm-
se deslocado do extremo
Norte para a região do Sudeste
onde se localiza o Parque
Virunga, uma jóia natural
turística e zona protegida. A
ADF surgiu no Uganda e é
c o m p o s ta p o r re b e l d e s
muçulmanos ugandeses que
vivem no Leste da República
Democrática do Congo (RDC)
desde 1995. Há anos que não
atacam no Uganda.
MARCADAS PARA 20 DE FEVEREIRO
Presidenciais no Níger
vão a segunda volta
A comissão eleitoral do
Níger anunciou, ontem, a
necessidade de realização
de uma segunda volta nas
eleições presidenciais rea-
lizadas no passado dia 27,
uma vez que nenhum dos
candidatos obteve o número
suficiente de votos para ser
eleito de imediato.
Segundo a AFP, que cita
uma fonte da comissão elei-
toral nigerina, o ex-Primeiro-
Ministro e favorito para
vencer, Mohammed Bazoum,
do partido no poder, ficou
em primeiro lugar com 39,33
por cento dos votos indo agora
disputar uma segunda volta
com o ex-Presidente Maha-
mane Ousmane, que obteve
16,99 por cento dos votos.
O braço direito do Presi-
dente cessante, Mahamadou
Issoufou, que esperava uma
vitória na primeira volta,
terá agora que negociar alian-
Nigerinos foram às urnas no dia 27 para escolher o Presidente
PRIMEIRO-MINISTRO DO IÉMEN
Ataque ao aeroporto
visava eliminar Governo
O Primeiro-Ministro do
Iémen, Maeen Abdulmalik
Saeed, disse, ontem, que o
ataque de quarta-feira ao
aeroporto de Aden, onde se
encontrava, pretendia “eli-
minar” o novo Governo do
país, culpando os rebeldes
apoiados pelo Irão.
Maeen Abdulmalik Saeed
falava à agência Associated
Press, no Palácio Mashiq,
em Aden, na primeira entre-
vista do líder do Iémen aos
media internacionais depois
de ter sobrevivido ao ataque
de quarta-feira que matou
pelo menos 25 pessoas e feriu
110 outras.
“Foi um grande ataque
terrorista que pretendia eli-
minar o Governo”, disse o
Primeiro-Ministro.
“Foi uma mensagem con-
tra a paz e a estabilidade no
Iémen”, acrescentou.
Saeed repetiu as acusações
do seu Governo de que os
rebeldes Huthis do Iémen
foram responsáveis pelo ata-
que com mísseis ao aeroporto
e por um ataque com drone
ao palácio governamental,
pouco depois de o Primeiro-
Ministro e o seu gabinete terem
sido transferidos para lá.
Domingo
3 de Janeiro de 2021
ças antes da nova ida às
urnas, já marcada para 20
de Fevereiro.
A participação eleitoral foi
de 69,67 por cento, com 5,2
milhões de eleitores em 7,4
milhões de eleitores registados
numa população de 23
milhões de pessoas. Os resul-
tados ontem divulgados,
devem agora ser validados
pelo Tribunal Constitucional.
O ex-Primeiro-Ministro
Seini Oumarou ficou em 3º,
A l b a d é Ab o u b a , e m 4 º ,
obtendo 8,95 por cento e 7,07
por cento dos votos, à frente
do ex-chefe da diplomacia
Ibrahim Yacouba, 5º com
5,38% dos votos, respectiva-
mente. O outro ex-Presidente
na disputa, Salou Djibo, ficou
em 6º lugar com 2,99 por cento
dos votos. Esta é a primeira
vez na história do Níger que
um Presidente eleito sucede
a outro Presidente eleito.
DR
O novo Governo iemenita
foi formado em Dezembro
para pôr fim a uma perigosa
clivagem política com sepa-
ratistas do Sul que são apoia-
dos pelos Emirados Árabes
Unidos. A ruptura interna
ameaçou a parceria dos Emi-
rados Árabes Unidos com a
Arábia Saudita que está a
combater os Huthis no Iémen.
De acordo com o Primeiro-
Ministro, tanto as “técnicas”
utilizadas no ataque como os
mísseis usados são marcas
da estratégia dos Huthis.
O ataque teve lugar
momentos depois de um
avião que transportava Saeed
e os membros do seu gabinete
ter aterrado no aeroporto.
Imagens do local mostra-
ram membros da delegação
governamental a desembar-
car quando a explosão abalou
a placa do aeroporto, com
muitos ministros a correr de
volta para dentro do avião,
procurando abrigo.
Saeed disse que três mísseis
guiados de precisão atingiram
as instalações, visando o seu
avião, a sala de chegada e a
sala VIP do aeroporto. “A pre-
cisão foi grande. A operação
foi enorme”, disse.
 REFLEXÕES
JOÃO VÁRIO E ONÉSIMO SILVEIRA
Encontros
com
escritores
das Ilhas
Luís Kandjimbo |*
Existem causas genuínas
para explicar o facto de ser
provável ou improvável o
encontro com certas pessoas,
ao longo da nossa vida? A
pergunta suscita reflexões
dignas de atenção, especial-
mente quando à aleatorie-
dade, à sorte, à incerteza, ao
acaso e à contingência atri-
buímos algum sentido para
compreender a nossa vida.
A necessidade de obter res-
postas a semelhantes ques-
tões é o motivo central das
reflexões do libanês Nassim
Nicholas Taleb, plasmadas
no seu livro “O Cisne Ne-
gro”. Pode-se admitir que
“cisnes negros”, tal como
os define Nassim Nicholas
Taleb, tenham ocorrido para
que eu me tivesse encon-
trado com alguns escritores
cabo-verdianos cujos no-
mes trago à conversa.
Até 1984, nunca tinha tido
oportunidades de cruzar com
certos escritores cabo-ver-
dianos. No entanto, durante
a minha infância bengue-
lense, convivi com raparigas
e rapazes, filhos de mulheres
e homens oriundos das Ilhas.
Um outro acaso deu-me um
sogro originário da Ilha de
São Vicente e, por conse-
guinte, parentes cabo-ver-
dianos. Em todo o caso,
através da literatura foram
chegando ao meu conheci-
mento os nomes e obras de
muitos escritores cabo-ver-
dianos. No Colóquio sobre
as Literaturas Africanas de
Língua Portuguesa realizado
em 1984, na cidade de Paris,
mantive um contacto breve
com o poeta Tacalhe, que
era diplomata na Embaixada
de Cabo-Verde em França.
O encontro pessoal com o
escritor cabo-verdiano Ma-
nuel Lopes (1907–2005), no
I Congresso de Escritores de
Língua Portuguesa, em 1989,
foi um outro desses felizes
acasos que acontecem. Tive
a grata satisfação de ser por
ele interpelado, a propósito
da minha apologia da des-
calibanização das literaturas
africanas de que também
era defensor. Ambos está-
vamos de acordo acerca da
impertinente argumentação
do falecido crítico literário
e professor universitário Ma-
nuel Ferreira, com a qual
pretendia qualificar os es-
critores africanos como ha-
Domingo
3 de Janeiro de 2021
bitantes do imaginário “reino
de Caliban”. Mas há uma ca-
sualidade, mais significativa
e anterior, ocorrida cinco
anos antes. Trata-se do facto
de ter participado no Coló-
quio sobre as Literaturas
Africanas de Língua Portu-
guesa, realizado em Paris,
onde conheci importantes
personalidades do mundo
literário africano, além de
especialistas destas litera-
turas. Esperava conhecer
igualmente o heterónimo de
T. T. Tiofe, autor de um livro
de poesia editado pela União
dos Escritores Angolanos em
1980, “O Primeiro Livro de
Notcha. Discurso V”. Era o
médico licenciado pela Uni-
versidade de Coimbra e neu-
rocientista, doutorado pela
Universidade de Antuérpia
(Bélgica), João Manuel Varela,
aliás, o poeta João Vário (1937
– 2007). Eu tinha lido um
artigo interessante sobre as
neurociências e a criação
da Universidade em Cabo
Verde, publicado na revista
“África”, dirigida por Manuel
Ferreira, um dos mais im-
portantes especialistas das
literaturas africanas de lín-
gua portuguesa.
No entanto, no Colóquio
de Paris, chamou-me a aten-
ção a comunicação do poeta
João Vário, dedicada à ava-
liação dos últimos cinquenta
anos da poesia cabo-ver-
diana, tendo como referência
temporal a primeira década
de 80 do século XX. Curio-
samente, ele esboça aí uma
periodização que comportava
o “período do cantalutismo
(1963 – 1975)”, retomando
a tematização de um artigo
que já tinha publicado no
Jornal de Angola, em 1978.
João Vário
Não esperava encontrar o
poeta João Vário, quando o
conheci pela mão do meu
amigo Domingos Ginginha,
companheiro das lides van-
guardistas literárias no Grupo
Ohandanji, na década de 80.
Isto aconteceu na livraria
Lello de Luanda, numa da-
quelas tardes ensolaradas e
nubladas de 1988. Andava
feliz com o nascimento do
meu filho e a circulação do
meu primeiro livro de en-
saios. Mas carregando uma
indelével experiência de seis
meses de prisão em regime
de alta segurança, acusado
de ter escrito uma crónica
ONÉSIMO SILVEIRA
radiodifundida, contendo
“afirmações perigosas”. Sen-
tado no célebre sofá da li-
vraria , como aconte cia
regularmente àquela hora
do dia, quando estivesse em
Luanda, vi entrar pela porta
adentro o Ginginha acom-
panhando um mais-velho
que trazia uma pasta de couro
na mão esquerda e vestido
de modo muito informal. O
Ginginha apresentou-me o
mais-velho e trocámos um
aperto de mão. Disse-me
que já tinha ouvido falar de
mim e que lia os textos que
publicava no Jornal de An-
gola. Era o poeta cabo-ver-
diano João Vário.
O falecido Ginginha, que
se encontrava a estudar no
Instituto Agrário do Tchi-
vinguiro e donde saiu como
Regente Agrícola anos de-
pois, conheceu-o igualmen-
te n u m a d a s p a s sag e n s
habituais pela livraria Lello
do Lubango.
O João Vário conhecia a
cidade de Luanda para onde
tinha sido atraído, por força
das suas preocupações pa-
nafricanistas. Viveu em
Luanda na segunda metade
da década de 70 do século
XX, tendo trabalhado com
uma especialista angolana
em farmacopeia tradicional,
Manuela Batalha (1938–
2020), doutorada em ciências
farmacêuticas pela Univer-
sidade de Dakar, com quem
partilhava a paixão pelo es-
tudo da fitoterapia. Além dis-
so, animava-o a vontade de
criar um poema épico sobre
as lutas de libertação nacional.
Portanto, em 1988, encon-
trava-se a viver em Angola
pela segunda vez. Tinha fi-
xado residência na cidade
do Lubango, onde desenvol-
via trabalhos de investigação
científica no Instituto Na-
cional de Saúde Pública do
Lubango. A extracção da “do-
pamina” para a cura das
doenças do cérebro, era a
sua paixão do momento.
Onésimo Silveira
Em finais da década de 80
do século passado, encon-
trava-se a viver em Luanda,
igualmente, o escritor e di-
plomata cabo-verdiano Oné-
simo Silveira (1935). Dele eu
conhecia três livros: “Toda
a gente fala: sim, senhor”,
publicado pelas edições Im-
bondeiro do Lubango, então
Sá da Bandeira, em 1960;
“Hora grande” (poesia), pu-
blicado no Huambo, em 1962,
pelas edições Bailundo; e
“Consciencializac̦ ão na li-
teratura caboverdiana” (en-
saio), publicado em 1963,
pela Casa dos Estudantes
do Império, em Lisboa. Ti-
nha fotocópias dos três li-
v ro s c u j o s e xe m p l a re s
faziam parte do acervo do
Centro Nacional de Docu-
mentação e Investigação
Histórica onde trabalhava.
Na sua primeira estada,
Onésimo Silveira viveu em
Luanda, Huambo e Lubango.
As actas do Encontro de Es-
critores, organizado em 1963
pela Câmara Municipal da
então chamada cidade de Sá
da Bandeira e pelas edições
Imbondeiro, registam o seu
nome como um dos mais ac-
tivos participantes.
Enquanto representante
da Agência das Nações Uni-
das para os Refugiados, Oné-
simo Silveira, que desde 1976,
após o seu doutoramento em
Ciências Políticas pela Uni-
versidade de Uppsala, era
funcionário da ONU, residia
também em Angola pela se-
gunda vez. Na sequência da
implementação da Resolução
435 (1978) do Conselho de
Segurança, a Organização
das Nações Unidas tinha em
mãos, entre outros processos,
a descolonização, a inde-
pendência e o repatriamento
dos refugiados da Namíbia.
Foi nessa qualidade de
funcionário internacional
ao serviço da Organização
das Nações Unidas que, em
1988, conheci pessoalmente
Onésimo Silveira na sua re-
sidência situada no bairro
Makulusu, nas proximidades
da igreja Sagrada Família,
em Luanda. Convidados pelo
nosso amigo João Vário lá
fomos, eu e o Lopito Feijóo,
almoçar com os mais-velhos,
poetas do arquipélago da
morabeza. O Ginginha já ti-
nha regressado ao Lubango.
Almoço e boa conversa
Comemos cachupa, boa ca-
chupa. Foi um momento me-
morável. Durante o almoço,
ouvimos estórias acerca de
pessoas e cidades de Ant-
wérpia, Coimbra, Mindelo,
Luanda, Huambo, Lubango
e Pequim, nos anos 50 e 60
do século XX. Foram refe-
ridos nomes de outros es-
critores já falecidos: Costa
Andrade, Ernesto Lara Filho,
JOÃO VÁRIO
Rebelo de Andrade, Gabriel
Mariano e Corsino Fortes.
Estes dois últimos, escritores
e juristas cabo-verdianos,
tinham sido juízes em tri-
bunais de Angola. Ambos
passaram por Benguela, onde
exerceram a magistratura.
No seu livro de poesia “Pão
& Fonema”, Corsino Fortes
lança um verrinoso sarcasmo
contra o seu amigo de in-
fância Junzin de São Vicente,
filho de Bia d’Ideal, que há
muito tempo, longe de Cabo
Verde, experimentava a con-
dição de emigrante na Eu-
ropa. A este propósito, foi
interessante ouvir comen-
tários de João Vário sobre o
autor do “Pão & Fonema” e
sua poesia. Entretanto, a con-
versa gravitou ainda em torno
de poetas africanos, europeus
e americanos, tais como Koffi
Awoonor, Tchicaya U Tam’si,
S a i n t - J o n h P e rs e , E z ra
Pound. O João Vário discorreu
sobre a sua crítica do can-
talutismo. Falámos também
de Foustel de Coulanges,
quando Onésimo Silveira
comentava o tema da minha
comunicação no Colóquio
de Paris.
Conversas improváveis
Tenho um livro de poesia de
João Vário, o “Exemplo Ge-
ral”, em cujo autógrafo ele
diz esperar muito do jovem
ensaísta. Até à sua morte,
não voltei a ver o escritor
que assinava os seus textos
com mais dois heterónimos,
Timóteo Tio Tiofe e Geuzim
Té Didial.
A obra de João Vário e seus
heterónimos comporta livros
de poesia, contos, romance
e ensaios. Como João Vário
assinou os nove livros de
poesia em que o enunciado
“Exemplo” é anafórico no
títutlo de cada um deles: Ge-
ral (1966), Relativo (1968),
Dúbio (1975), Próprio (1980),
Precário (1981), Maior (1985),
Restreint (1989), Irréversible
(1989), Coevo (1998). Tra-
ta-se de um dircurso poético
denso, elaborado, através do
qual procura dialogar com
alguns poetas africanos,
americanos e europeus. A
poesia épica, assinada por
Timóteo Tio Tiofe, recorre
ao modelo da poesia narrativa
bíblica: “O Primeiro Livro
de Notcha” e o “Segundo Li-
vro de Notcha”. A narrativa
tem a assinatura de G. T. Di-
dial: “Contos da Macaroné-
19
DR
sia” e “O Estado impenitente
da Fragilidade” (romance),
de G. T. Didial.
Era improvável que vol-
tasse a encontrar-me com
Onésimo Silveira. A aleato-
riedade dos eventos da nossa
vida permitiu que quando
foi nomeado Embaixador
Extraordinário e Plenipo-
tenciário de Cabo Verde em
Portugal, eu encontrava-me
em Lisboa como Adido Cul-
tural, integrando a equipa
do Embaixador Assunção
dos Anjos. Encontrávamo-
nos com frequência, espe-
cialmente quando o Grupo
Africano de Embaixadores
Africanos tinha a liderança
de Angola. Mas conversáva-
mos pouco, como se pode
calcular. As presenças do
Embaixador Onésimo Sil-
veira nas celebrações dos
dias nacionais dos nossos
países e do Dia de África
eram manifestações da fra-
ternidade e seu profundo
sentimento de panafricanista.
Uma outra expressão disso
ocorreu durante as cerimó-
nias fúnebres, por ocasião
da morte do escritor angolano
António Cardoso, em Lisboa.
Mais uma vez pela forma co-
mo prestou homenagem
ao poeta angolano, ficou
patente a estima que Oné-
simo Silveira nutria pelo
poeta luandense.
Durante esse período, ad-
quiri outros livros seus que
se encontravam à venda nas
livrarias lisboetas: “A Saga
das Secas e das Graças de
Nossenhor” de 1991; “Con-
tribuição para a Construção
da Democracia em Cabo Ver-
de”, de 1994; e “A Demo-
cracia em Cabo Verde” de
2005. Entre eles destaca-se
a tradução da sua tese de
doutoramento, “África ao
Sul do Sahara: Sistemas de
Partidos e Ideologias de So-
cialismo”. O primeiro acto
de lançamento do livro, que
testemunhei, teve lugar na
cidade de Lisboa, em 2004.
A concluir estas breves no-
tas, espero que se venha a pro-
porcionar mais um acaso. Desta
vez, que me permita visitar o
Embaixador Onésimo Silveira,
na minha próxima viagem a
Cabo-Verde e, especialmente,
à Ilha de São Vicente, onde
pretendo resgatar os elos da
genealogia familiar.
.
* Ensaísta e professor
universitário
 20 TURISMO Domingo
3 de Janeiro de 2021

FENDA DA TUNDAVALA
Selecção Nacional de Andebol
rendida aos encantos do local
Uma das Sete Maravilhas Naturais de Angola, a espectacularidade da Fenda da Tundavala deixou boquiabertos jogadores,
técnicos e dirigentes da Selecção Nacional sénior masculina de andebol, que se encontra em estágio na cidade do Lubango,
tendo em vista a sua participação na 27ª edição do Campeonato do Mundo da modalidade, este mês, no Egipto
DR

Gaudêncio Hamelay / Lubango Já Feliciano Couveiro, a evo- ploração e divulgação da

Como recordação para si
próprios, os familiares e os
amantes da modalidade, os
integrantes da Selecção Na-
cional aproveitaram a visita
à Fenda da Tundavala para
fazer retratos fotográficos
e filmagens que dissemi-
naram em directo nas suas
redes sociais. Era mais que
visível a emoção e a admi-
ração dos jogadores, equipa
técnica e dirigentes.
O lateral esquerdo Edi-
valdo Ferreira “Moreno”
disse ser emocionante vi-
sitar a Fenda da Tundavala.
“Quando se fala da Huíla
um dos encantos sonantes
é a Fenda da Tundavala.
Sendo uma das Sete Mara-
vilhas Naturais de Angola,
com o estágio, todos os atle-
tas e outros integrantes da
Selecção Nacional almeja-
vam conhecer o lugar. Vi-
vemos na alma a emoção
de lá estar. É um condi-
mento positivo ao estágio
que estamos a cumprir na
cidade do Lubango”.
Gabriel Teka, outro atleta,
reconheceu que o local é
uma zona turística “muito
interessante e fascinante”.
Acrescentou que “foi positivo
contemplar a mãe natureza”.
luir no ABC de Braga, Por-
tugal, informou ser a
primeira vez que visita a ci-
dade do Lubango e, conse-
quentemente, a Fenda da
Tundavala. Segundo afirmou,
achou “muito bonita e in-
teressante” a Maravilha que
é a Fenda da Tundavala e
aconselhou, vivamente, os
turistas a visitarem-na. “É
algo que dá muito medo, mas
bonito de se ver”, contou.
Jaroslav Aguiar “Jaro”
frisou que a Fenda da Tun-
davala “demonstra clara-
mente” o potencial turístico
existente no país. O encanto,
realçou Jaroslav Aguiar,
“mostra a nossa beleza na-
tural, e, na qualidade de jo-
gadores da Selecção, não
podíamos ficar sem conhe-
cer essa bela maravilha da
Huíla. Quem vem a esta
província e não visita este
lugar é como ir a Paris sem
ver a Torre Eiffel”.
Tempo curto
O passeio turístico da Se-
lecção Nacional de Andebol
foi rigorosamente crono-
metrado e durou pouco mais
de 30 minutos. O director
técnico da Federação An-
golana de Andebol (FAAND)
defendeu uma melhor ex-
beleza turística da Fenda
da Tundavala. António Cos-
ta, sem conter a emoção,
sublinhou que estava pe-
rante um dos mais belos e
maravilhosos lugares que
o país possui.
“Nem todos têm o privi-
légio de observar a Fenda da
Tundavala. Faltam-nos pa-
lavras para descrever o que
vimos. Do meu ponto de vis-
ta, este lugar deve ser melhor
explorado”.
Disse que os turistas que
visitam o país, em particular,
e os angolanos, em geral, “de-
viam conhecer a espectacu-
laridade” que a vista da Fenda
proporciona.
António Costa comentou
que mesmo em muitos paí-
ses que vivem do turismo
nem sempre os lugares tidos
como “postais de visita”
superam os de Angola. Dis-
se ainda que o Ministério
de tutela “deveria definir
políticas para rentabilizar
esses locais”.
“Os turistas, quando vi-
sitam esses locais, que fa-
çam o pagamento da
portagem. Sou, ainda, de
opinião que a Fenda da
Tundavala deve merecer
mais divulgação, ela faz
bem à alma”.
 DIVERSÃO Domingo
3 de Janeiro de de 2021 21
DR

ANTE O SILÊNCIO CÚMPLICE DOS ADULTOS

Crianças põem a vida em risco
no “cascorrega” do Coringe 2
Na cidade de Benguela a busca de diversão por parte de grupos de crianças, que, diariamente, se juntam para
escorregar na berma e tomar banho na vala do Coringe, sobrepõe-se ao risco de contraírem doenças graves, tudo
isso diante do silêncio assustador e o olhar cúmplice dos adultos
Cermínio Fontes | Benguela contraírem alguma doença bilidades físicas que as do grupo de petizes. doenças como febre tifoide pessoas”. O responsável,
de origem hídrica, já que as acompanharão para o resto Costa, de 25 anos, que e outras associadas ao foro apesar de exercer o actual
Uma rampa identificada na águas da vala acumulam da vida. Sem consentimento trabalha na recauchutagem respiratório. cargo há pouco tempo, disse
vala do Coringe 2, que liga todos os resíduos sólidos dos pais e encarregados de instalada na berma do “cas- Américo Daniel, douto- que tem na memória um
a canalização das águas re- e líquidos expelidos do educação, Paulino, de apenas correga” do Coringe 2, re- rado em saúde pública acon- caso que terminou em tra-
siduais dos esgotos da cidade casco urbano, incluindo sete anos, diz-nos porquê velou que sempre os expulsa, s e l h a , a Ad m i n i st ração gédia. “Naquele local uma
de Benguela, conhecida por os do Hospital Municipal que todos os dias sai de casa. mas em vão. Com o dedo em Municipal de Benguela e a criança chegou a perder a
Coringe 1, na confluência de Benguela, localizado “Eu gosto de vir ao cascor- riste, apontou-os: “Estes são Direcção de Saúde pública vida há uns anos para cá. A
entre o Centro Médico da no bairro 70, zona A. rega porque sinto-me bem, todos teimosos. Vezes há que na província a visitarem o partir desse triste episódio,
Cambanda e a rua Dr. Da- O Jornal de Angola veri- banho com os meus amigos, aparecem por aqui cães ou mais cedo possível a rampa tenho a dizer que tudo fa-
mas Moura, tornou-se, nos ficou que na rampa, que as empurrámo-nos de cima a gatos mortos e lixo hospi- da vala do Coringe 2. “Como remos para que casos do
últimos tempos, o ponto crianças denominaram “cas- baixo com muita velocida- talar, mesmo assim não pa- responsável do departamen- género não voltem a repe-
de atracção diária de crian- correga”, os “banhistas” es- de”, explicou o pequenino. ram de frequentar o local. to de saúde pública prometo tir-se”, prometeu.
ças, em grupos de 15 ou tão potencialmente expostos Dominique, de apenas 9 Sempre que posso pego nu- que, dentro do nosso roteiro Quanto às águas residuais
mais, que ali se banham a objectos cortantes e ao anos, é da mesma opinião: ma vara fresca e ponho-os de trabalho de campo che- que diariamente passam na
entre as 10 horas e as 17 contágio de doenças respi- “Tio, é bem verdade. É a úni- a correr, mesmo assim, vol- garemos ao local para melhor vala do Coringe 2, Manuel
horas, como se de uma pis- ratórias, de pele e conjun- ca forma que temos para nos ta e meia já estão no em- entendermos o assunto que Catumbela frisou que não
cina se tratasse. tivite, além do perigo da divertirmos”, revelou. purra-empurra aqui no nos apresenta”, disse o res- vêm nem do Hospital Mu-
A ousadia dos pequenos Covid-19. Saem de todos os Joaquim, ou simplesmen- cascorrega”, explicou o ponsável médico. nicipal, nem do Centro Mé-
banhistas, curiosamente to- lados, nomeadamente dos te “Quinzinho”, está na faixa mestre de recauchugem. dico da Cambanda, por se
dos rapazes, não esconde a bairros Seta-Nova, 4 de Abril, dos 12 anos mas já se mostra Serviços comunitários tratarem, segundo disse,
satisfação de alcançarem o Dokota, Calombutão, Cam- teimoso que nem um no- Saúde pública Manuel Catumbela, na qua- de unidades sanitárias que,
“cascorrega”, onde buscam banda, 17 de Setembro e Ca- nagenário. Ele defende que O chefe do departamento lidade de director dos Ser- no seu interior, têm fossas
o prazer e a necessidade de l o m a nga , e n t re o u t ro s . nada o impede de avançar, de saúde pública em Ben- v i ç o s d e S a n e a m e n to e sépticas (unidades de tra-
molhar os seus corpos nesta Ficamos a saber que na ram- quando o assunto é ir ao cas- guela, Américo Máquina Ambiente da Administração tamento primário de esgoto
época de calor, desrespei- pa do Coringe 2, devido ao correga. “Tornou-se já um Daniel entende que a ino- Municipal de Benguela, con- doméstico nas quais é feita
tando as orientações de dis- escorregadio provocado pela hábito para nós banhistas cência das crianças, faz com siderou o assunto pertinente, a separação e a transfor-
tanciamento social, em face correnteza das águas sujas, do Coringe. Tio, aqui cuia que se arrisquem, mas não por se tratar de um problema mação físico-químico da
à pandemia da Covid-19. muitas crianças após sofre- bué”, disse com bastante en- tem dúvidas de que correm de saúde pública “que tem m até r i a s ó l i d a c o n t i d a
Sem noção dos riscos de rem quedas contraem de- tusiasmo o mais crescidinho p erigo de contraírem a ver com vida ou morte de no esgoto).
 22 MÉRITO
São crianças e jovens com aptidões nas mais diversas áreas da vida que viram os seus talentos
reconhecidos como incentivo para continuarem a crescer e influência para outros da sua idade seguirem
Roque Silva
Catorze angolanos e quatro
guineenses receberam di-
plomas de mérito, em Lon-
dres, por se terem destacado
em várias áreas da vida so-
cial, no ano passado, entre
os descendentes dos PALOP
residentes no Reino Unido.
Com idades compreendidas
entre os oito e os 23 anos,
os angolanos viram seu o
talento e as suas habilidades
reconhecidas pelos trabalhos
de realce no domínio da edu-
cação, artes e cultura, co-
munidade, desporto e
empreendedorismo.
A divulgação e entrega dos
diplomas ocorreu no sábado,
dia 19 de Dezembro, numa
gala inaugural, denominada
“Prémios PALOP de con-
quistas Juvenis”, promovida
pela New Hope Fundation,
uma associação de carácter
filantrópica virada à inte-
gração dos descendentes dos
Países Africanos de Língua
Oficial Portuguesa no Reino
Unido, liderada pela angolana
Sozinha Paulo.
Talento angolano
reconhecido em Londres
a mesma direcção
Na categoria Educação,
foram contemplados ape-
nas os angolanos Kelcia Al-
burqueque, de oito anos,
Ebenezer Vita, 11, e Vitória
Mário, 19. No domínio das
Artes, Nahla da Costa Faria,
sete anos, Kyrese Garrido,
13, Henrique Sangossango,
22, e Sofia Mpanda, 23,
respectivamente.
A pequena Jocelina Luís,
de 10 anos, conquistou o
mérito na classe Comuni-
dade, Naya Luena Saraiva
Chardon, de 11, em Habili-
dades, enquanto Ângelo Ma-
vinga Sebastião, Silvian e
Sullivan de Almeida, todos
com 13 anos, destacaram-
se no Desporto.
Como Excelente Em-
preendedor, a organização
considerou Daniel Roger, de
18, e Gospel, Priscilla Toko,
de 20.
A lista de contemplados
integra ainda outros quatro
residentes naquele país eu-
ropeu, que são descenden-
tes da Guiné Bissau,
designadamente Eduardo
Bartolomeu, 10, (gospel),
Bráulio Nunes, 14, (comu-
Domingo
3 de Janeiro de 2021
| EDIÇÕES NOVEMBRO |
DISTINÇÃO
nidade), Yanick Monteiro
e Kelly Pereira, de 15 e 20
anos, (desporto).
A presidente da fundação,
Sozinha Paulo, referiu ao
Jornal de Angola que são
reconhecidos os talentos
demonstrados pelos con-
templados nas suas respec-
tivas áreas de actuação,
acrescentando que muitos
dos premiados foram es-
colhidos pela própria co-
munidade, que vê neles
habilidades ímpares.
Sozinha Paulo deu a co-
nhecer que a organização
encontrou dificuldades na
selecção dos vencedores de-
vido às restrições impostas
pela Covid-19 que, segundo
ela, os obrigou a suportar os
custos com a produção.
“Todos eles estão a sair-
se muito bem nas suas áreas
de actuação e, portanto, pre-
cisam de reconhecimento
para continuarem. Por isso
não podíamos deixar de rea-
lizar este primeiro acto, ape-
sar de os custos terem sido
todos suportados por apenas
três pessoas da organização”, Sozinha Paulo
justificou.
MÉRITO Domingo
3 de Janeiro de 2021 23

Os vencedores
Nahla da Costa Faria Jocelina Luís: É uma
(sete anos): O desenho activista de 10 anos Braulio Nunes:
é a sua verdadeira pai- com foco no trabalho Actua na comu-
xão. Influenciada pela ligado à luta contra a nidade local, ali-
família, que é repleta poluição ambiental. mentando os
de artesãos, tem como A importância da mu- moradores de
trabalho de destaque dança climática e ou- rua.
um desenho, em acrí- tras questões sociais
lico sobre tela, intitu- que impactam a co-
lado "Leve bondade e munidade PALOP e
felicidade às pessoas". meio ambiente. É uma
inspiração para outros
jovens que desejam
Kelcia Alburqueque: trabalhar em prol da
Recebeu certificados comunidade.
de mérito na escola
que frequenta, pelos
diferentes trabalhos
em áreas ligadas ao
associativismo, in- Daniel Roger: com apenas
teligência e notas. 18 anos, é considerado em-
preendedor notável na co-
munidade PALOP do Reino
Ângelo Mavin- Unido, que considera inco-
ga: Pugilista do mum. É estudante de desen-
Ano 2020, é refe- volvimento de videojogos,
Ebenezer Vita: Com apenas 11 anos, renciado pelos e tem ajudado outras pessoas
participou numa antologia poética com treinadores pelas a ingressarem na indústria
um poema, depois de o respectivo texto suas habilidades. dos jogos. Graças a esforço
ter sido eleito o melhor num concurso e dedicação, recebeu uma
de redacção na escola que frequenta. bolsa para dar continuidade
Ebenezer deseja ser autor um dia. aos estudos com intuito de
desenvolver ainda mais as
suas habilidades na criação
de jogos.

Sofia Mpanda. É estudante de moda, desenha

Sullivan e Silvan de Almeida: são
gêmeos e treinam na academia
de futebol Core4 e Elites CAMDEN,
onde são elogiados pela direcção
e colegas pelo talento e habilidades.
Eles recebem muitos prémios nos
torneios em que participam.
Henrique Sangossango: é
um jovem com necessidades
especiais que adora fazer
música, mais concretamente
o canto e a produção. É ad-
mirado por toda a comuni-
dade PALOP em Londres,
onde reside, por transmitir
força e desejo pela vida, de-
monstradas na sua vontade
de continuar a perseguir
suas ambições musicais ape-
sar da sua condição. A sua
atitude inspira todos jovens
africanos residentes, além
os que se encontram em con-
dição semelhante.
roupas, cria tendências, trabalha como assessora
de moda e estilista pessoal (personal stylist)
e já teve trabalhos publicados em revistas no
Reino Unido. Um dos seus trabalhos de realce,
em 2020, foi a criação de vestimentas com ma-
terial reciclado (sacos de lixo e colheres de
plástico), onde aumentou a conscientização
sobre a importância das mudanças climáticas
e da reciclagem.
Eduardo
Yanick Monteiro:
Bartolomeu: com 10
joga um clube de
anos, presta auxílio
futebol no esca-
ao departamento de
lão júnior, sendo
comunicação e
admirado pelos
imagem da igreja
amantes do des-
local, registando as
porto-rei. Tem 15
actividades e
anos.
ajudando outras
crianças na igreja
com a sua tia.
Kyrese Garrido: Frequenta aulas de actuação (teatro e cinema). Com 13 anos, já participou em diferentes
musicais e desempenhou muitos papéis como actor, tendo como realce o de protagonista-principal numa
peça sobre violência doméstica, cujas habilidades de actuação foram aplaudidas por aqueles que assistiram.
Kyrese foi premiado não só pelo talento, mas também como incentivo a continuar a sua carreira de actor.

Vitória Mário: A sua garra, determinação e pró-

Priscilla Toko: Com 20 anos, usa o atividade faz ela ser admirada na comunidade.
talento musical para compartilhar a Obteve resultados excelentes no Certificado
mensagem do evangelho por meio Geral de Escola Secundária (GCSE), mas foi im-
do canto. Também compartilha a pa- pedida de frequentar a universidade, em Ma-
lavra de Deus em suas contas nas pla- temática, por não estar inscrita entre os imigrantes
taformas digitais para inspirar outros autorizados a receber fundos do estado. Mas a
jovens. É uma estudante universitária barreira foi quebrada após a cantora americana,
de Psicologia. Taylor Swift, doar uma bolsa para que pudesse
frequentar a universidade.
 24 CRÓNICAS Domingo
3 de Janeiro de 2021

Apenas Mussund’amigos!
Luciano Kanyanga
A expressão Mussund’Ami-
go, levada à poesia por An-
tónio Agostinho Neto, foi
adoptada por colegas de um
curso terminado há quase
um quarto de século. A con-
versa dos Mussund’amigos,
uma de muitas que eles man-
têm quando se encontram,
começou assim:
- Ó Ceita, aceitas ser o
padrinho do KR?
Havia quase fila para abra-
çar a Celi que é madrinha do
KR. O afilhado, nos seus qua-
se dois metros e corpo de im-
bondeiro bem enxuto, estava
colado a ela e de olhos nos
que se aproximavam dela.
- Não. Só vim mesmo
cumprimentar e nada mais.
- Respondeu o Ceita, depois
de receber um olhar fixo e
determinante do KR.
Possas, na vida, afinal, há
dessas coisas. A Celi é uma
moça, já senhora na casa dos
40 anitos, que conserva uma
“boniteza” que não quer ir
embora, acrescida de naturais
e bem prendados glúteos. “Mo-
numental, parece obra de arte!”
- Ouvia-se aos murmúrios.
- Mas ó Ceita, - continuou
o PCA Star - só querias mes-
mo cumprimentar a Celi,
nem abraçar nem nada?
- Com aquelas toneladas
de fibra do KR a proteger a
Celi, querias mais o quê? Sa-
bes lá se têm contrato de não
aproximação?
O Ceita estava já a “dar cos-
tas” ao casal de colegas, quan-
do o PCA Star foi ter com ele.
- Epá, isso vai sair na crónica!
- Possas, queres que saia?
Então que saia, pá. Tu vês,
nê? É que quando a madrinha
é boa, todos querem dar um
abraço. Às vezes, na rua, ve-
mos mulheres de silhueta
incomum e da boca nem
brota o simples atrevimento
de uma saudação. Mas aqui
a colega é nossa. El’ê nossa
kamba, nossa Mussund’a-
miga de todos nós e de todos
os tempos. Só mesmo aquela
corpulência de pugilista do
KR é que aos tímidos de-
sencoraja o abraço.
Os Mussunda, como eles
se tratam, já levam, para todos
os efeitos, mais de 26 anos.
São ex-colegas do Curso Mé-
dio de Jornalismo ministrado
no IMEL e que mantêm os
vínculos de amizade que
chega à irmandade.
Não se constituindo em
uma organização formal, com
registo cartorial, são tão or-
ganizados e unidos que me-
tem inveja a muitas ONG e
similares. Quando decidem
reencontrar-se, não medem
distâncias nem circunstâncias
e transformam o local do en-
contro numa grande maratona
festiva com manjares, muitos
falares e frascos moderados.
Foi assim, mais uma vez, no
último sábado de 2019.
Capitaneados pelo Star (o
gajo tem a mania de ser PCA)
e Jack Nicholson, o adminis-
trador “ejonera” que põe or-
dem no grupo, os Mussunda
aproveitaram juntar à fome
a vontade de comer. Um seu
correligionário, o Kamba João,
acabara de ser nomeado ao
posto de Secretário de Estado.
Às lembranças de tempos vi-
vidos no IMEL juntou-se o
TÍTULOS NA GAVETA
ARQUIVO
Sílvio Costa, professor de Lín-
gua Portuguesa, na nona clas-
se daquele tempo.
- Como é profº, ainda se
lembra da sua primeira aula?
- Indagou o Kamba João.
- Eu não. Só me lembro
que fui bem acolhido como
professor e hoje como vosso
amigo. Isso sim. Fizemos fa-
mília! - Respondeu o irmão
de Don Kikas (músico) e ex-
seminarista.
Kamba João, o historiador
do grupo, fez gala à sua me-
mória e descreveu o primeiro
exercício dado pelo professor
Sílvio na sua primeira aula, em
Janeiro de 1994, e todos re-
cuaram 25, 26, 27 e 28 anos
para os “mais antigos comba-
tentes”. Mas a procissão ainda
não chegara ao adro. O assunto
do dia, já comentado durante
semanas, era a declaração do
Armandinho à Lalê.
- Sabes, Lalê, quando não
te vejo, o meu coração troveja
à mesma velocidade a que
meus olhos derramam lá-
grimas fecundas. - Atirou
ele, seguido por aplausos.
Era tudo na galhofa.
E a Lalê, que fez olhos de
boneca perdida, fingiu que
se entregava desalmada ao
seu corpo comprido e de
pouca força, quando, na ver-
dade, era ao “segurança da
madrinha” que empreendera
atenção nos tempos de “amor
platônico”. mitiam se impor). O último evento, último Agostinho Neto. Caíram lá-
- Posso declarar? - Escolhe. - Voltaram a mesmo, foi a reedição do tra- grimas de emoção, bateram-
- Pode! - Responderam vozeirar os que estavam aten- balho final, também despe- se rajadas de palmas e, em
todos. tos ao assunto. dida de jovens e adolescentes, uníssono, estalaram o último
- Posso escolher? - Voltou Olho no Armandinho e hoje formados e prendados, “tchim-tchim”.
a gritar a Lalê (eram tantas mente no KR, Lalê anunciou recitando, sob a batuta de Como os Mussunda, já os
vozes e tantas conversas pe- a segunda opção. Maninho e Kimbito, o poema galos estavam roucos de tanto
riféricas que só os gritos per- Ouviram-se palmas e gritos. “Renúncia Impossível” de cantar!

“UM LUGAR SILENCIOSO”

Pedro Kamorroto
Ontem doei os meus quatros
olhos ao monitor de 13,3 pole-
gadas do meu computador. Du-
rante uma hora e trinta minutos,
assisti “A Quiet Place” – “Um
Lugar Silencioso” traduzindo
para a Língua de Fernando Pes-
soa, Luís de Camões ou do in-
compreendido José Saramago.
“Um Lugar Silencioso” (“A Quiet
Place”) é uma película americana
lançada em 2018, do género
suspense, terror pós-apocalíp-
tico, drama, cuja trama se de-
senvolve numa fazenda nas
terras de Angela Davis.
A fita retrata o drama de uma
família que é perseguida por uma
criatura aterrorizadora.
Para se protegerem dos ata-
ques de fúria do bichano fantas-
m a gó r i co, te r r í v e l , d e v i a m
permanecer num silêncio abso-
luto, a qualquer custo. O perigo
era logo activado assim que emi-
tissem qualquer som. Estavam
Cenários pós-cinematográficos
condenados para sempre a não
emitirem som algum que fosse,
sobretudo os de alta intensidade,
sob pena de serem devorados
sem piedade. Ao assistir a lauta
fita cinematográfica, ocorre-
ram-me vários momentos e, num
diálogo descontraído com os
meus botões cerebrais, foi-me
possível chegar aos pés dos se-
guintes cenários:
Cenário 1. O ser humano é
um ser “barulhento”, que encon-
tra satisfação ao expressar os
seus mais profundos sentimentos
de várias formas. A fala é uma
delas, e, às vezes, mesmo ges-
ticulando, não é compreendido,
não é bem sucedido.
“Um Lugar Silencioso” não
foi feito para ele. Apesar de ser
adaptável, faz parte da sua on-
tologia, naturalmente, com maior
ou menor grau de dificuldade,
contornar os vários obstáculos,
os vários caminhos marítimos
que se lhe impõem. O seu apa-
relho fonador, a sua caixa de voz,
o torna um ser que emite e produz
sons convertidos em decibéis,
por isso, quando nasce chora,
impõe ao mundo que lhe preste
a devida atenção através do seu
soberano e inalienável vagido.
Cenário 2. O que seria do mun-
do se fosse um Lugar Silencioso
como descreve a ficção cinema-
tográfica? Sem poder emitir ne-
nhum som, ouvir uma boa música,
meter um ou mais dedos de con-
versa na ordem do seu dia? O
mundo, hipoteticamente, seria
mais tedioso. O tédio, a ansie-
dade, o suicídio, a violência, a
frustração fariam mais vítimas,
para engrossar a sua sádica es-
tatística. A necessidade de con-
sumir tensiolíticos seria como
beber água ou fazer sexo de ma-
neira desenfreada.
Cenário 3: O ser humano é um
ser inquietante e curioso, que
dificilmente se dá por vencido,
queda-se ou arreda os seus pés
de combatente; jamais aceitará
viver num cenário assim, não
baixa a cara à luta, prefere morrer,
“matar” a viver acorrentado. Os
bichos fantasmagóricos ou reais
que se atrevem a atravancar o
seu caminho são trucidados sem
uma cachoeira de remorsos.
Cenário 4. Ao apreciar o filme
tive um “insight”, a alteridade,
a empatia, a comunhão de si-
nergias diante das adversidades
fazem parte do rol dos mais no-
bres sentimentos, dos valores
humanos. Os surdos-mudos emi-
tem sons não “perceptíveis” para
os falantes, a (nossa) ignorância
é também uma crónica surdez
ou mudez.
Através da linguagem que cha-
mamos de gestual, ao adentrar-
mos na barca ou no mundo deles,
onde eles falam sem sobressaltos,
nós somos surdos-mudos. De-
vemos colocar a alteridade, a
empatia na nossa agenda, no
topo das actividades prioritárias.
Cenário 5. À guisa de conclu-
são, ao fixar atentamente os meus
olhos na tela durante a deliciante
uma hora e trinta minutos, em
que enamorava o filme (cuja
parte II está prevista para 22 de
Abril de 2021) ou o filme me ena-
morava, lembrei-me com júbilo
da emblemática frase do natu-
ralista evolucionista britânico
Charles Darwin, segundo a qual
“Não é o mais forte que sobre-
vive, nem é o mais inteligente,
mas o que melhor se adapta às
mudanças.”
Já agora, se não encontrares
em nenhuma geografia “Um
Lugar Silencioso”, procura den-
tro de ti.
Dentro de nós há de tudo: o
bom e o mau, o positivo e o ne-
gativo, o mais sombrio e o mais
puro dos sentimentos, os nossos
medos, as nossas angústias, as
nossas motivações, a vontade
de nos aperfeiçoarmos, enfim,
tudo e mais alguma coisa.
Sem mais linhas para coser o
tecido textual, fico por aqui e até
a próxima janela de oportunidade.
Auguro!
 ARTES Domingo
3 de Janeiro de 2021 25
PUBLICAÇÃO DA UEA

Gazeta Lavra & Oficina

está de regresso
DR

Isaquiel Cori
A União dos Escritores An-
golanos (UEA) começa o ano
2021 com um murro na mesa.
Disposta a virar o jogo das
limitações e vicissitudes im-
postas pela conjuntura de
2020, entra no novíssimo ano
com o lançamento de uma
edição especial da Gazeta La-
vra & Oficina
A publicação de 43 páginas
apresenta-se bastante su-
marenta. A capa recupera
uma conversa de há vinte e
um anos entre Arnaldo Santos
e Luís Kandjimbo, mantida
no programa “Leituras”, que
este último apresentava na
TPA. Constam ainda da capa
as chamadas “Memórias UEA
45 Anos Com Luandino Vieira:
Distribuíamos Livros Como
Ração de Combate” (entre-
vista conduzida por Gociante
Patissa); e “Maria Eugénia
Neto: O Sentido Patriótico
Está Muito Em Baixo” (en-
trevista conduzida por João
Maria); “Boaventura Cardoso:
Faz-nos Muita Falta a Crítica
Literária” (entrevista con-
duzida por João Maria).
Gociante Patissa entrevista
também Mário Pereira “Ka-
kalunga” (“Haja Concursos
Literários em Línguas Na-
cionais”), um dos mais no-
táveis cultores da literatura
em Kimbundu. Roderick Ne-
hone diz, em entrevista a João
Maria, que “A Literatura An-
golana Não Se Esgota Numa
Ousada Descrição”. Job Si-
pitali, escritor da nova vaga,
afirma numa breve entrevista:
“O Meu Princípio Teve Uma
Fase Dolorosa”.
A gazeta publica ensaios
de Lopito Feijó (“Com Ten-
sões Verbais - Subsídios de
Memória”), Zetho Cunha
Gonçalves (“2 Poemas Quase
Desconhecidos de Jacinto e
Viriato”), contos de Gociante
Patissa e David Calivala e
poemas de Agostinho Neto,
Jimmy Rufino, Frederico
Ningi, António Panguila, An-
tónio Gonçalves, Amélia Da-
lomba, Mário Pereira, Paula
Russa, Pombal Maria e Cláu-
dia Cassoma.
A UEA faz saber em nota
assinada pelo secretário-
geral David Capelenguela que
o retorno à circulação da Ga-
zeta Lavra & Oficina está in-
serido nas comemorações
dos 45 anos da associação.
“Esta primeira edição da pri-
meira série (...) tem como te-
ma ‘incertezas e resiliências’,
por influência do contexto
desafiador que há um ano
assola a Humanidade”, refere
a nota, que sublinha ainda
que a edição “é um tributo à
palavra e à memória enquanto
tradutores de sentimentos,
aspirações e herança, pres-
tanto também uma singela
homenagem a quatro poetas
falecidos nos dois últimos
anos, designadamente An-
tónio Panguila, Frederico
Ningi, Jimmy Rufino e An-
tónio Gonçalves”.
Muitos leitores certamente
reconhecerão a Gazeta Lavra
& Oficina como uma das prin-
cipais marcas da velha as-
sociação de escritores. Foi
criada na década de 1970 no
calor do surgimento da UEA
e teve como precursores os
escritores David Mestre, Car-
los Ervedosa, Ruy Duarte de
Carvalho, António Jacinto e
Luandino Vieira. Saiu de cir-
culação em 1999 por dificul-
dades financeiras.
Numa primeira fase a ga-
zeta, com periodicidade bi-
mestral, vai circular no
formato electrónico (PDF),
enquanto, segundo a UEA,
“se mobilizam apoios para
custear a sua impressão”. A
distribuição é gratuíta.
Neste seu regresso a Gazeta
Lavra & Oficina tem como
como coordenador David Ca-
pelenguela e editor-chefe
Gociante Patissa.

SERÁ QUE DESTA É DE VEZ?

Metas e resoluções de Ano Novo
Vou-me casar, farei a viagem de sonho, vou comprar “aquele” carro, e, enfim,
vou começar a fazer dieta...

Tania J.A. Costa |*
Findou um ano tão atípico, intenso
e de tantas incertezas, mudanças
e adaptações drásticas, com sen-
timentos de tristeza à mistura com-
partilhados por toda a população
global... Mas agora que entramos
em 2021 cabe-nos fazer uma re-
trospectiva analítica daquilo que
foi o ano 2020 e, com esperança
nos corações, perspectivar a nossa
vida no novo ano.
O fim de um ciclo representa o
início de uma nova fase. No entanto,
sem dúvidas nenhumas, é sabido
que a vida não muda com a virada
de ano, muitas são as famosas re-
soluções de final de ano que cada
um de nós se compromete a fazer
e cuja execução fica por concretizar.
Sendo que vivemos numa era de
constante auto-melhoria, onde so-
mos obrigados a conviver com ar-
tigos e publicidade na mídia que
entoam o mantra daquilo em que
você se deve tornar, mais necessário
é saber o que fazer na vida.
“Seja nova, cuide de si”, “novo
ano, nova vida”, “seja vegetariano”,
“comece de novo”, “seja solidário
com os pobres”, “novo ano, novo
amor”… Essas ordens/directivas
martelam a cabeça de qualquer um
ao ligar a TV, o rádio ou ler jornal.
São inúmeros os propósitos que
listamos para o ano, e, no fim, nem Setembro e início de Outubro; os é imprescindível que as mesmas Desejo que 2021 seja o ano de
sempre cumprimos. E quando cum- Muçulmanos celebram o final de sejam realistas e não fundadas na concretas realizações por nós pla-
primos nos pomos a pensar se as ano no mês de Maio e os Chineses comparação com outras pessoas, neadas, sem influências ditadas
nossas metas foram ambiciosas ou entre Janeiro e Fevereiro. por força do que vemos nas redes pela comparação com outrem nem
fáceis demais. As nossas listas de propósitos sociais. Recebamos o ano 2021 sentimentos de culpa. Comece por
Segundo um estudo publicado são bem admiráveis, no entanto, como o início de uma etapa dife- estabelecer como marco de início
no Journal of Clinical Psychology a pressão em que estamos rodeados rente, emulados na renovação in- das suas metas o mês de Fevereiro
e mencionado na revista Vogue pode, definitivamente, fazer com terior, onde cada um dos 365 dias e verá que será muito mais fácil.
2019, descobriu-se que das pessoas que os violemos e caiamos em in- seja uma oportunidade de mudança E não se esqueça: todos os dias
que fazem resoluções de Ano Novo cuprimento, alimentando a nossa de hábitos e de atitudes e diversi- de todos os meses, e todas horas,
apenas oito por cento conseguem ansiedade e o senso de nunca ter- ficação do lazer familiar. A lista de podem ser a oportunidade para
cumprir. E essas resoluções têm mos feito o suficiente no ano que resoluções deve ser afixada na um recomeço.
uma queda abrupta logo no dia 12 passou. porta, bem à vista, para que seja *Consultora de Carreira e
de Janeiro. Elaborar metas e objectivos faz recordada todos os dias até a sua Negócios
São mais de 4 mil anos vividos parte da virada de ano. No entanto, realização vitoriosa.
de tradição de resoluções de Ano
Novo, desde os antigos babilónios
que faziam promessas aos deuses,
passando pelo reinado do imperador
romano Júlio César, o início do cris-
tianismo e até ao século XVI, quando
o papa Gregório XIII determinou
uma reforma no calendário, que
passou a ser conhecido como ca-
lendário gregoriano. Foi então ofi-
cializado o 1º de Janeiro como o
primeiro dia do ano. Desde aí muitos
países, com mais ou menos resis-
tência, foram adoptando o novo
calendário. O Reino Unido somente
aderiu ao novo calendário no século
XVIII. Outros países, outras culturas,
possuem celebrações de final de
ano noutras épocas do ano. Por
exemplo, o final de ano do povo
Judeu é celebrado entre final de
 26 LITERATURA
David Capelenguela |*
Para depreender o palpitar
da alma, alcançar a percussão
misteriosa das coisas e dis-
solver uma atitude em face
de um universo à mobili-
dade de tradução dessa ati-
tude, é preciso hibernar o
olhar até a visibilidade que
o zénite nos permite e alu-
dir a uma incursão per-
functória pelas apalpadelas
do nosso entorno.
Talvez porque “ao poeta
pergunta-se como canta,
não se lhe pergunta o que
canta”, a “gíria literária” de
hoje traduz fielmente os es-
forços de toda uma geração
de escritores que primam
por exprimir-se com a arte,
sobretudo na sua dimensão
estético-subjectiva.
Embora nem todos des-
frutem do mesmo grau de
sensibilidade, pureza e proe-
za para transpor as linhas
itinerárias do seu leito, é evi-
dente que o sentimento do
belo é um privilégio da alma
humana, e como tal deve ser
incentivado, pois enobrece
os sentimentos e enriquece
o espírito humano até limites
incalculáveis. E é graças a
este poder de saber harmo-
nizar a beleza dos sons, a
percepção de ler a inclinação
dos ventos, o balbuciar ca-
rismático das assonâncias,
o hospedar no ímpeto dos
dedos o choque de duas pe-
dras, o estalar da madeira
ou os sons ocasionais pro-
duzidos durante a construção
de suas choças, os haicaístas
são verdadeiros escultores e
quando verdadeiramente ins-
pirados conseguem despertar
sensações tão doces, profundas
e variadas que a sua compo-
sição poética de apenas três
versos será capaz de suscitar
emoção, ternura e prazer no
espírito humano.
Sendo um estilo de pro-
dução poética de origem ja-
ponesa breve que apresenta
uma cena ou um evento na-
tural em linguagem quoti-
diana , Lourenço Jo s é ,
ex-jornalista do Jornal de
Angola, sub-editor de Vida
& Cultura, suplemento se-
manal do Jornal de Angola,
no seu texto de prefácio “O
verso Vegetal”, In “O Brilho
do Bronze” de Lopito Feijóo,
diz que o Haikai (ou Haiku),
é um “poema de uma estrofe
de 17 sílabas, distribuídas
pelos três versos, na ordem
de 5-7-5, isto é: cinco sílabas
no primeiro verso, sete no
segundo e cinco no terceiro,
sendo de origem oriental,
cuja temática contextualiza
eventos de natureza numa
determinada estação do ano
(Kigo)”. Produzido numa
intervenção hermética, “teve
no monge Zen Matsuo Bashô
o seu principal epígono”.
De lá para cá, ainda há
muito que se fale sobre esta
insustentável leveza do zen.
Tendo nascido em Ueno e
como membro de uma fa-
mília de samurais, estudou
poesia e filosofia. Além das
artes marciais e de uma edu-
cação apurada, Matsuo Bashô
(1644-1694), deu um grande
impulso ao haikai, que ga-
nhou popularidade a partir
da segunda metade do século
XVII. Ainda na juventude,
optou por uma vida mais
simples e passou a viajar
pelo Japão, registando em
diários as suas impressões
de viagem e seus haikais.
Bashô não inventou o haikai,
mas deu a ele um sentido,
uma forma de ver o mundo,
um exercício espiritual.
O haikai não tem rima
nem título. A referência à
natureza está sempre pre-
sente no uso de uma palavra,
o termo estação, chamada
kigô em japonês, que remete
às estações do ano. Aqui,
apesar da indefinição ou das
diferenças territoriais que
marcam as estações, muitos
haikaístas brasileiros man-
têm o uso do kigô. Há haikais
para cada estação do ano.
Os termos haiku e haikai
podem ser usados como si-
nónimos. Muitos autores
usam haikai para denominar
o poema japonês feito no
Brasil e haiku para o tradi-
cional poema feito no Japão.
Outros ainda o associam a
uma prática zen, um cami-
nho espiritual, uma atitude
de vida, não envolve senti-
mento, apenas sugere. Não
opina, apenas mostra. É um
flash do quootidiano, e a sua
essência assenta no registo
da imagem, do instante, ex-
primindo o concreto e o mo-
mento presente. Alice Ruiz,
professora de haikai e uma
das grandes expoentes deste
estilo de produção poética
no Brasil, diz que o “eu” não
pode aparecer no haikai.
No plano linguístico, é
comum o uso da aliteração,
de onomatopeias e jogos de
palavras. De acordo com Ma-
suda Goga, um dos mestres
e fundadores do Grémio Hai-
kai Ypê, no Brasil, um haikai,
além da simplicidade, deve
evitar o excesso de termos
poéticos e recorrer a palavras
de fácil compreensão. Em-
DR
bora a sua origem seja o Ja-
pão, o pequeno poema ja-
ponês ganhou o mundo e
alcançou o Brasil. O interesse
pelo haikai, dentro e fora da
comunidade japonesa, leva
poetas como Alice Ruiz e
Cláudio Daniel a oferecerem
oficinas onde tentam ensinar
a essência poética e um
pouco da sua história.
Também é grande o nú-
mero de pessoas que se reúne
por meio de associações para
estudar e fazer haikais na
sua forma mais tradicional.
É o caso do Grémio Haikai
Ypê, que organiza reuniões
e encontros em São Paulo.
No Brasil, ao longo dos anos,
ganhou algumas variações.
O haikai em Angola
Parece fácil e simples. Uma
brincadeira. Três versos sem
rima num instante. Uma fo-
tografia escrita de um mo-
mento, de um lugar. Apenas
três versos, mas que em pou-
cas palavras devem dizer o
suficiente. “Quase todo as-
pirante a poeta, certamente,
já tentou um dia fazer haicai,
aqueles poemas curtos ja-
poneses. A aparente simpli-
cidade, porém, camufla a
dificuldade. Peça a um poeta
que escreva um haicai, assim,
na hora. Se ele entende do
assunto provavelmente vai
se negar.”
Lourenço José, ao fazer
uma busca do percurso his-
tórico angolano, neste modo
de produção poética, diz
que “entre nós, Lopito Feijóo,
se não nos atraiçoa a au-
sência da história da vasta
produção literária angolana,
pode ser pioneiro no recurso
a este estilo.
Nesta obra, Lopito penetra
no Haikai, ora preservan-
do-lhe as aliterações, as as-
sonâncias e o seu objecto
principal, a referência à es-
tacão do ano – ora “curtin-
do-lhe”, a seu jeito, outra
dinâmica, própria do espaço
em que o cultiva, uma região
tropical onde os eventos,
amiúde, se distanciam dos
orientais, e para o qual es-
tudiosos sugerem para este
tipo de poesia a designação
haitropikai.”
Na verdade o haikai não
é uma mera produção poé-
tica. Embora na sua origem
mais remota o canto fosse a
maior expressão, enquanto
poema de escrita icónica,
“arte para o olho e o espírito,
assim como os hieróglifos
egípcios e os pictogramas
sumérios”, a referência ou
recurso obrigatório às artes
DA EXORCISÃO À CONCISÃO
Afinal o que
é um haikai?
Os haikaístas são verdadeiros escultores e quando
verdadeiramente inspirados conseguem despertar
sensações tão doces, profundas e variadas que a sua
composição poética de apenas três versos será capaz de
suscitar emoção, ternura e prazer no espírito humano
do zen, que se subscreve aos
cerimoniais do chá, aos ar-
ranjos florestais e às técnicas
marciais, deve estar pre-
sente no haikai. Daí a sua
força, pois pela significância
dos seus ideogramas, dife-
rente do ocidente, os sons,
as ideias não são relevantes
para a sua essência exis-
tencial, enquanto revestido
de imagem.
E sobre isto Lopito Feijóo
deixa bem claro quando diz:
“Chilreia pássaro africano
/ Sendo galho de frondosa /
mulembeira / Seu poiso não
é da arma o canto”
Ou ainda:
“Singa pura / Madura me-
dula / Assente ao rente solo”
(In O Brilho do Bronze,
Haikais, Feijóo K, p.46).
Quanto a esta realidade,
Lourenço José diz ainda que
“assim se compreende que
os cultores deste tipo de poe-
sia tenham denunciado, des-
de a sua fundação, algum
enlace com o espiritualismo,
base filosófica capaz de
preencher a alma de poder
catalisador do vasto universo
e suas (várias) realizações à
“míngua” actividade de uma
libélula no Outono, facto
nem sempre próximo e fácil
de ser captado por um olho
comum. Ou ainda a viagem
de uma gota de orvalho sob
o limbo, em busca de uma
página, a asa da borboleta...
Estas pequenas manifes-
tações, mas de grande al-
cance e significado estético
e poético, quando repro-
duzidas com subtileza, mes-
tria e arte para o texto,
realizam a solenidade do
haikai, e o seu cultor se
pode orgulhar de lhe ter
rendido a excelência”.
Percurso histórico
Mas é preciso voltar um pou- DR
co no tempo. A primeira re-
ferência ao haikai como
poesia no Brasil aparece no
início do século XX em “Tro-
vas populares brasileiras”,
de Afrânio Peixoto, que em
1928 viria a publicar um livro
com haikais da sua autoria.
Depois dele, outros também
se interessaram pela poesia
japonesa. Franchetti aponta
três tendências, ou, como
ele diz, “linhagens” para o
haikai brasileiro. A primeira,
segundo ele, começa com
Guilherme de Almeida, poeta
que achava que o haikai de-
veria ter uma estrutura mé-
trica rígida e também rimas
e títulos. Muitos discordam
do excesso de formalismo e
rigor técnico dos haikais do
poeta paulista, mas Guilherme
de Almeida é reconhecido
como um importante divul-
gador dos poemas japoneses.
Depois de Bashô, outros
três poetas japoneses se des-
tacaram no haikai. Taniguchi
Buson, que além de poeta
era artista plástico, viveu no
século XVIII e escrevia hai-
kais nas suas telas ao lado
de imagens de nuvens, mon-
tanhas e lagos. Kobayashi
Issa, já no século XIX, foi ou-
tro haikaísta popular. De uma
família mais simples, a poesia
de Issa é povoada de animais,
flores, crianças e insectos.
Por fim, para fechar o qua-
dro dos quatro grandes mes-
tres, aparece Masaoka Shiki,
considerado o restaurador
do haikai nos tempos mo-
dernos. Segundo Cláudio
Daniel, Shiki foi o respon-
sável pela forma do haikai
como é conhecido hoje, o
terceto de 17 sílabas. Tam-
bém deu uma forma mais
literária ao poema.
Outra tendência apontada
por Franchetti está ligada ao
papel dos imigrantes japo-
neses que chegaram ao seu
país no início do século pas-
sado e que, segundo ele,
“aclimataram” o haikai,
mantendo o que achavam
mais importante de forma
tradicional. Nessa linha, ele
destaca o nome do poeta
Nempuku Sato, que trouxe
para o Brasil a forma e o es-
pírito do haikai. Grupos e as-
s o c i a ç õ e s c o n s e r va m a
tradição de Nempuku Sato.
Essa não foi, contudo, a
primeira forma poética do
Japão. Antes disso, ainda nos
séculos X e XI, os poemas
longos, chamados naga-uta,
e os poemas curtos, os tanka,
eram as mais populares. De
acordo com o professor de
teoria da literatura e literatura
portuguesa da Universidade
Estadual de Campinas (Uni-
camp) e editor Paulo Fran-
chetti, no livro “Haicai,
antologia e história”, da Edi-
tora Unicamp, os naga-uta
alteravam versos de cinco e
sete sílabas sem limite fixo
e terminavam com um dístico
de sete.
Os naga-uta deram lugar
ao tanka, que passou a ser a
composição poética clássica
japonesa. O tanka era for-
mado por 31 sílabas, um ter-
ceto de cinco, sete e cinco
sílabas seguido por um dístico
de catorze sílabas. Ao terceto
era dado o nome de hokku,
e ao dístico, de wakiku. Até
o século XVI essa era a forma
mais conhecida e divulgada.
Domingo
3 de Janeiro de 2021
Segundo Franchetti, no tanka
era raro o nexo lógico entre
as estrofes. Até dois poetas
participavam na sua com-
posição, um criando o terceto
e outros as duas últimas li-
nhas. Dessa prática surgiam
os poemas encadeados, cha-
mados de renga. Eram feitos
de improviso, por grupos de
poetas, em geral num am-
biente aristocrático. É nesse
momento, ainda, que a re-
ferência às estacões do ano
começam a aparecer e surge
o termo estacão, ou kigô.
“Ao deixar o ambiente
pa l ac i a n o , o re nga f i ca
mais formal, com toques
de humor e passa a cha-
mar-se haikai-renga, ver-
sos ligados e divertidos,
ganhando popularidade
nos centros urbanos.”
Para o jornalista, escritor
e autor de haikais paranaense
Domingos Pellegrini Jr., o
haikai está para o Oriente
como o soneto está para o
Ocidente. “Na verdade”, diz
ele, “o soneto corresponde
a dois quartetos e dois ter-
cetos, representando a qua-
dradeza o cidental . A
penetração do haicai no Oci-
dente e do soneto no Oriente
foi um dos tantos indícios
precursores da globalização,
que fez o Ocidente se arre-
dondar e o Oriente se enqua-
drar. Nesse longo caminho
do Oriente para o Ocidente,
o haicai popularizou-se e
ainda no início do século XX
ganhou admiradores como
o poeta americano Ezra Pound
e o m ex i ca n o Jo s é Ju a n
Tablada.”
Para os que querem seguir
o caminho do haikai, Cláudio
Daniel dá uma dica: “Não
seguir nenhuma fórmula.
Conciliar a tradição com a
invenção, o trabalho formal
com a espontaneidade, a vi-
são do todo com a visão do
eu, tendo como princípio bá-
sico a sinceridade”. Alice
Ruiz vai mais além: “Veja a
natureza, preste atenção nela
e tente se ausentar, tirar as
ideias preconcebidas, esva-
ziar a mente de preocupações
pessoais. E ficar atento. Olhar
para a vida e para a natureza
amorosamente.”
Bibliografia:
- Rev i s t a E n t re l iv ro s ,
Ano I N.05.
- O Brilho do Bronze (Hai-
kais), J.A.S.Lopito Feijóo K.
primeira edição, 2005.
- Língua Portuguesa, 10.ª Classe
– Livro do Aluno, Hermenegildo
Seca, Plural Editores, 2016.
* Poeta
LAZER Domingo
3 de Janeiro de 2021
HOJE NA HISTÓRIA
Golpe de Estado militar
depõe República Espanhola
Num dia como hoje, a 3
de Janeiro de 1878, o gene-
ral Manuel Pavía Rodrí-
guez de Albuquerque dá
o golpe de estado que aca-
DESCUBRA AS SETE DIFERENÇAS
CURIOSIDADES
O renascentista Nicolau Maquiavel
Nicolau Maquiavel foi um
historiador, poeta, diplo-
mata e músico italiano
do Renascimento. É reco-
nhecido como fundador
do pensamento e da ciên-
cia política moderna, pelo
facto de ter escrito sobre
o Estado e o governo como
realmente são e não como
deviam ser. Os recentes
estudos do autor e da sua
obra admitem que o seu
pensamento foi mal inter-
pretado historicamente.
Desde as primeiras crí-
ticas, feitas postumamente
pelo cardeal inglês Reginald
Pole, as opiniões, muitas
vezes contraditórias, acu-
mularam-se, de forma que
o adjectivo maquiavélico,
criado a partir do seu nome,
significa esperteza, astúcia,
aleivosia, maldade.
Maquiavel viveu a juven-
bou com a primeira Repú-
blica Espanhola e com a
presidência de Emilio Cas-
telar. Contrário a qualquer
tipo de separatismo,
por Casimiro Pedro
tude sob o esplendor político
da República Florentina
durante o governo de Lou-
renço de Médici e entrou
para a política aos 29 anos
d e i d a d e n o c a rg o d e
secretário da Segunda
Chancelaria. Nesse cargo,
Maquiavel observou o
comportamento de gran-
des nomes da época e a
partir dessa experiência
retirou alguns postulados
para a sua obra.
Depois de servir em
Florença durante 14 anos
foi afastado e escreveu as
suas principais obras. Con-
seguiu também algumas
missões de pequena
importância, mas jamais
voltou ao seu antigo posto
como desejava.
Pouco se conhece da
biografia de Maquiavel
antes de entrar para a vida
durante a primeira Repú-
blica, enfrentou em Navarra
com os carlistas (movi-
mento político espanhol
de caráter antiliberal), e
contra os movimentos can-
tonais (movimento liberal)
de Andaluzia. Depois do
golpe, Pavía convocou
todos os partidos políticos,
excepto os cantonalistas e
pública. Ele era o terceiro
de quatro filhos de Ber-
nardo e Bartolomea de
Nelli. Bernardo era jurista
e tesoureiro de uma pro-
víncia italiana chamada
Marca de Ancona.
Não se sabe ao certo o
que teria levado à escolha
de Maquiavel para a chan-
celaria em 19 de Junho de
1498. Alguns autores afir-
mam que ele teria traba-
lhado aí como auxiliar em
1494 ou 1495, hipótese
contestada actualmente.
Outros preferem atribuir
a sua entrada à escolha
de um antigo professor
s e u , Ma rc e l o Vi rg i l i o
Adriani, o qual ele teria
conhecido em aulas na
Universidade Pública de
Florença e que naquele
momento era secretário
da Primeira Chancelaria.
os carlistas, a quem havia
combatido durante o golpe,
para formar um governo
de coalizão nacional, que
finalmente deu o poder ao
general Francisco Serrano
Domínguez.
D omínguez foi um
político que ocupou o lugar
de presidente do governo
de Espanha.
ANEDOTAS
A esposa diz para o
marido:
— Paulo! Eu estou aqui
acordada com a
criança no colo a
chorar e tu a dormires?
Ajuda-me a calar o
bebé. Ele é tanto
meu como teu.
O marido, virando-se
para o outro lado cheio
de sono diz:
— Cala a tua metade e
deixa chorar a minha.
Na aula:
— Quanto pesa o Sol? -
perguntou o professor
ao Jeninho.
Como não sabia a
resposta, o Jeninho diz:
— Essa é uma pergunta
muito interessante
mas... já agora, de dia
ou de noite?
Um homem leva o carro a
uma oficina.
— Qual é o problema? -
pergunta o mecânico.
— Queria aplicar uma
buzina bem forte... mas
bem forte mesmo!
—Tudo bem, podemos
aplicar uma buzina de
camião.
— Não dá para ser mais
forte ainda?
— Mas por é que o senhor
quer uma buzina bem
forte?
— Na verdade os travões
estão a falhar!
Um homem vai a um talho
comprar carne.
— Boa tarde. O senhor tem
cabeça de porco?
— Não!... acho que o senhor
é que tem.
27
PALAVRAS CRUZADAS por Paulo Freixinho
HORIZONTAL VERTICAIS
1 - Floresta do (...), paraíso 1 - Reside.
turístico para os amantes da 2 - Fruto da aveleira.
natureza, com uma vegetação 3 - Método especial de ginástica
densa e árvores de cerca de 50 de origem oriental em que
metros de altura, na província os exercícios respiratórios
de Cabinda. têm papel fundamental.
7 - Federação Angolana de 4 - Erradamente.
Basquetebol. 5 - Maço constituído por folhas
10 - Branco é, a galinha o põe. de papel de escrever.
11 - Abreviatura de altitude. 6 - Extraterrestre.
12 - Nome feminino. 7 - Farinha de mandioca, sal,
13 - Prazer. 15- Proveito.
16 - Em forma de asa.
azeite doce, vinagre e cebola
picada tudo preparado a frio.
17 - Dívida não paga por falta de 8 - Faz anotações em.
vontade ou má-fé (popular). 9 - Zona marítima onde as
19 - Desordem. baleias abundam.
21 - Forças Armadas Angolanas. 14 - Porção da circunferência.
23 - Tinta de pintar. 15 - Plural (abreviatura).
24 - Marinha de Guerra 18 - Doença respiratória.
Angolana. 26 - Viagem. 20 - Lavrar.
28 - Gostar muito. 22 - Linha de demarcação.
31 - Sazonado. 23 - Fêmea do cão.
33 - Apertar com nó. 25 - Intensidade.
36 - Parcela. 27 - Pôr data em.
37 - Que se faz num dia ou de 29 - Relativo a modalidade.
dia. 39 - Um certo. 30 - Cobrir de pão ralado (certos
40 - Oferecer. alimentos). 32 - A unidade.
41 - Caminhavam para lá. 34 - Conjunto de três.
42 - Época. 35 - Capital da Itália.
43 - Prepara gradualmente. 38 - Raiva. 40 - Preposição que
designa posse.
SUDOKU
Preencha toda
a grelha com
números de 1 a 9.
Cada número
não deverá ser
utilizado mais do
que uma vez por
linha, por coluna
e por quadrado
de nove casas.
SOLUÇÕES dos problemas do dia 3 de Janeiro de 2021
PALAVRAS CRUZADAS SUDOKU SETE
DIFERENÇAS
HORIZONTAIS
1- MAIOMBE. 7- FAB. 10- OVO. 11- ALT.
12- ANA. 13- REGALO. 15- PROL. 16- ALAR.
•,
17- CALOTE. 19- CAOS. 21- FAA. 23- COR. •,
24- MGA. 26- IDA. 28- AMAR. 31- MADURO.
33- ATAR. 36- ITEM. 37- DIURNO. 39- TAL. •,
40- DAR. 41- IAM. 42- ERA. 43- ELABORA.
•,
VERTICAIS
1- MORA. 2- AVELÃ. 3- IOGA. 4- MAL. •
5- BLOCO. 6- ET. 7- FAROFA. 8- ANOTA.
9- BALEAL. 14- ARCO. 15- PL. 18- ASMA. •,
20- ARAR. 22- LIMITE. 23- CADELA.
25- GRAU. 27- DATAR. 29- MODAL. •.
30- PANAR. 32- UM. 34- TRIO. 35- ROMA.
38- IRA. 40- DE.
28 GENTE Domingo
3 de Janeiro de 2021

PRÉMIO
LANÇAMENTO DE LIVRO DR

Sarchel Necésio homenageado

nos Estados Unidos
Sarchel Necésio,
o responsável do portal
de entretenimento
Platinaline, foi homenageado
no passado dia 20 de
Dezembro, na gala de Prémios
African Entertainment
Awards, pelo seus feitos em
prol da comunicação social
digital. Há 10 anos, Sarchel
criou o PlatinaLine, site sobre
celebridades e lifestyle de
Angola. Sarchel também é
parceiro de uma iniciativa
cujo objectivo é tornar o
acesso gratuito à internet no
continente africano, o
aplicativo Internet.org, que
oferece conteúdos úteis, como
informações de saúde,
notícias, pesquisas, emprego,
prognósticos meteorológicos,
mensagens e Facebook.

Francisco Queiroz junta celebridades no Museu da Moeda

Várias celebridades nacionais estiveram no anfiteatro
do Museu da Moeda, em Luanda, para testemunharem a
sessão de lançamento do livro “O Grande Império
Kassitur na Dinastia Sekele”, da autoria de F. Tchikondo,
pseudónimo literário do ministro da Justiça e dos
Direitos Humanos, Francisco Queiroz. Roberto de
Almeida, José de Lima Massano, Kanguimbo Ananás,
Ricardo de Abreu, Ruth Mixinge, Fragata de Morais, Ana
Celeste Cardoso Januário, José Semedo, Maria Sambo,
Pedro Neto, Luís Kandjimbo e Boaventura Cardoso foram
algumas das figuras conhecidas da nossa praça que
marcaram presença na sessão de lançamento do livro. A
reportagem da Gente, publica imagens que marcaram o
momento.

ALTO DESEMPENHO
Ana Paulo distinguida pelo Ministério
da Economia e Planeamento
A jornalista Ana Isabel Paulo, da área de Economia do
Jornal de Angola, foi distinguida pelo Ministério da
Economia e Planeamento, com o Diploma de Alto
Desempenho, pelas coberturas jornalísticas do
Programa de Apoio à Produção, Diversificação das
Exportações e Substituição das Importações (PRODESI).
A cerimónia realizou-se no passado dia 28 de
Dezembro, na sala de Imprensa Carlos Rocha “Dilolwa”,
afecta ao Ministério da Economia e Planeamento. O
evento foi testemunhado pelos ministros da Economia
e Planeamento, Sérgio dos Santos, da Agricultura e
Pescas, Francisco de Assis, e pelo secretário de Estado
para a Economia, Mário Caetano João, entre outras
personalidades. A jornalista Ana Isabel Paulo foi
galardoada pelo maior número de textos publicados no
Jornal de Angola sobre matérias relacionadas com o
PRODESI, ao longo do ano de 2020. Na cerimónia,
foram também distinguidos jornalistas da Angop, o
programa Semear da Televisão Pública de Angola (TPA),
o programa de produção nacional da Rádio Nacional
de Angola (RNA), o Banco de Desenvolvimento de
Angola (BDA) e o Banco Nacional de Angola (BNA).

DR

CANÇÃO DE NATAL “AO VIVO TRIBUTO À MÚSICA” DR

DR

Valércya renova hino

e disponibiliza
videoclipe
A cantora Valércya Nzolani deu
um toque angolano no conhecido
hino de natal “Noite Feliz”.
Valércya, que se notabilizou nos
concursos Estrelas ao Palco e The
Voice, interpretando em ambos
Veteranos cantam
concursos a norte-americana
Alicia Keys, regravou a música de
natal, adaptando-o ao ritmo
e transmitem experiência
musical angolano kilapanga, Neste início de ano novo, várias celebridades da música angolana serão
numa co-produção de Rosário os rostos principais do estreante programa televisivo intitulado “Ao Vivo
Tabares e MadSuperstar. “O Homenagem à Música”, uma iniciativa do ZAP Viva. O programa faz parte
objectivo é desejar festas felizes à da nova grelha de programação que será emitido a partir do próximo dia
todos os angolanos”, revelou 8, sexta-feira. Artistas consagrados como Elias Dia Kimuezo, Calabeto,
Valércya Nzolani ao Gente. O Clara Monteiro, Carlos Lamartine, Lulas da Paixão, Prado Paim, Voto
videoclipe da música teve como Gonçalves e Dina Santos actuam num show com sabor a saudade
produtor e realizador Hochi-Fu. protagonizado por uma geração de glória.
GENTE Domingo
3 de Janeiro de 2021 29
DR

DR
O outro lado da Gente
CENÍ SANTOS
Cení Santos é uma jovem apaixonada por tecnologias, com ênfase
para as tecnologias emergentes viradas para a educação. Formada
pela Universidade Estatal de Tula, uma das miores instituições de
ensino superior da República Federativa da Rússia em Mecatrónica e
Robótica, Cení Santos foi a mentora do ensino da Robótica através
da metodologia da ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática
(CTEAM), enquadrado no projecto “Kudima Academy”, com maior
incentivo a inclusão das jovens mulheres no mundo das engenharias.
Actualmente, trabalha como formadora de Mecânica Industrial e Auto-
móvel, no Centro Integrado de Formação Tecnológica (CINFOTEC).

Nome: Cení João da Silva dos Cidade preferida: Cidade de

“ÚLTIMO REENCONTRO” Santos.
Data de nascimento: 16 de
Setembro de 1991.
Killa Hill despede-se com novo disco Naturalidade: Maianga,
província de Luanda.
Filiação: João Laurindo
Os Killa Hill, uma das referências do estilo hip-hop decisão tomada por nós, por agora. A carreira a Cabenza dos Santos e Fátima
do país, anunciaram que estão em estúdio a gravar solo é uma solução que nunca foi pensada. São 20 Joaquim da Silva.
o seu último álbum, que vai marcar o fim do grupo anos juntos a fazer música. Não é uma decisão fácil Calçado: 39.
que existe há mais de 20 anos. O disco será lançado de tomar por que quem nasce com arte no coração Ocupação: Engenheira
no segundo semestre de 2021. O trio formado por tem sempre dificuldade em abandoná-la”, revelou Mecatrónica e Robótica,
Alibaba, Manjary e Smallz referiu em entrevista a um dos integrantes. O grupo tem quatro álbuns no formadora de Mecatrónica
Gente que, embora seja o último trabalho, o álbum mercado, nomeadamente “Outro Nível”, “Segundo Industrial e Automóvel no
será recheado de músicas novas que vão animar o Episódio”, “Terceiro Episódio – O clássico” e CINFOTEC, instrutora de CTEAM
público angolano. “O futuro a Deus pertence. É a “Longa-Metragem”. com ênfase em Robótica
educacional e consultora para
implementação de robótica
DR educacional no ensino.
Estado civil: Solteira.
MELHOR KUDURO Filhos: Não tenho.
Sonhos: Contribuir para o
desenvolvimento socio-
São Petersburgo - Rússia.
Virtude: Empatia.
Defeito: Exigência. Sou uma
pessoa muito exigente.
Vício: Dançar.
Livro: Roube como um artista.
Escritores: Austin Kleon,
Napoleon Hill, Robert, Robert
Kiyosaki e Stephen Covey.
Uma boa companhia: Família e
amigos.
Músicos: Kyaku Kyadaff,
Jonathan Mcreynolds, Travis
Greene, Hillsong, Catedral do
Louvor, Anna Joyce e Bruno M.
Comida: Mufete.
Bebida: Água & Sumo natural.
Sabe cozinhar: Sei.
É ciumenta: Um pouco.
Desporto: Futebol e
Basquetebol.
Clube: 1º de Agosto e FC

As lágrimas económico da minha família,

promovendo mais pessoas
formadas e bem instruídas nas
Barcelona.
Alguma vez mentiu: Sim,
infelizmente.
diversas áreas do saber para de Já foi enganada? Sim.
de Jéssica Pitbull na gala
DR

tal modo reforçar para a Ano que mais a marcou: 2019.

qualidade do ensino em Angola.
Sente-se realizada? Ainda não.
do Angola Music Awards Tem carro próprio? Sim.
E casa: Não.
Como se veste de segunda à
Jéssica Pitbull conquistou o primeiro prémio da sexta-feira? Com estilo, com
carreira, na última edição do concurso Angola realce a decência e o conforto.
Music Awards (AMA). Na gala de divulgação dos E aos fins-de-semana? Casual
vencedores e entrega de troféus, que decorreu no e desportivo. Só em casos de
último final de semana, transmitida pela internet, a constar da agenda alguma
cantora arrebatou o prémio de Melhor Kuduro 2019, actividade que exija rigor na
com o tema “Vou te dar”. Após o anúncio do seu vestimenta.
nome como vencedora da referida categoria, Faz uso de roupa de marca?
Jéssica Pitbull subiu ao palco e, ao receber o troféu, Sim. Apresentam por vezes
não se conteve. Desfez-se em lágrimas, tendo mais maior qualidade e maior
tarde alegado ter trabalhado bastante para o facto. durabilidade.
Cor preferida: Borgonha (cor
de vinho).
Qual é a marca do perfume
que usa: Cacharel (yes i am),
Olympea de Paco Rabanne,
DR
DR Dolce & Gabbana (intense).
PROGRAMA DE TV Acredita em forças ocultas?
Foi o ano que me desafiou
como profissional. Os
resultados foram as diferentes
premiações dos meus alunos.
Deputada ou ministra, qual
dos dois cargos escolheria?
Ministra.
Porquê: Naturalmente posso
fazer melhorias na área que me
seria incubida para o bem da
Nação.
O que acha da corrupção?
Acto desrespeitante pelas
partes praticadas.
Homossexualidade?
Não condeno e não julgo quem
tenha tal opção. Mas não
aprovo porque não coaduna
com os meus princípios bíblicos.
Poligamia?
Não aprovo tal prática, embora
varie de cultura para cultura.
DR

Sim. Existem, mas não as tenho

como crença (1 Coríntios 10:21).
Alguma vez foi aliciada? Sim.

Dj Ritchelly dá a cara Como reagiu?

Rejeitei, pois a dignidade não
tem preço.
Onde passa as férias?
ao “Tchilo no Cúbico” Em Angola, particularmente
nas cidades de Luanda,
Benguela - Lobito. Quando
O jovem Dj Ritchelly abraçou um novo desafio as condições financeiras
na sua carreira. Ritchelly é, desde o passado dia permitem, Lisboa é o
19, o rosto do programa televisivo “Tchilo no meu destino
Cúbico”, transmitido pelo canal de música Trace predilecto.
Toca, dedicado à música e cultura dos países
africanos de língua oficial portuguesa. Na estreia,
o conceituado Dj angolano demonstrou toda a
sua criatividade, criando uma interacção entre as
diferentes culturas. “A ideia é expandir a música
angolana, pois vou usar vídeo-misturas para criar
um intercâmbio cultural de músicas nacionais e
estrangeiras”, disse ao Gente Ritchelly, o
produtor musical e apresentador do programa
“Beat Box”, emitido aos domingos,
na Rádio Luanda.
30 DESPORTO Domingo
3 de Janeiro de 2021

SELECÇÃO SÉNIOR DE ANDEBOL VILA CLOTILDE JUDO

Entrega de atletas Diassonema Neide busca

Grupo em estágio na Huíla alegra o técnico qualificação para Tóquio
Ricardo
pode ficar completo hoje Juscelino da Silva
António Cristóvão

A atleta Diassonema Neide,

igualmente qualificativo para
os Jogos Olímpicos de Tóquio.
Na quarta-feira passada, a
Nogueira e Hebo provenientes de Portugal e Roménia O treinador principal da campeã africana de judo da atleta foi homenageada pela
são aguardados hoje por colegas na cidade do Lubango equipa sénior masculina de categoria de menos de 57 qui- direcção da formação militar
basquetebol do Vila Clotilde, los, segue nesta quarta-feira, do Rio Seco, pela conquista
ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ricardo Rodrigues, mostrou- para a cidade de Doha, Qatar, da medalha de ouro no afri-
se satisfeito com a entrega onde vai competir no torneio cano de Madagáscar.
dos seus atletas nestas duas Doha Master, também qua- Carlos Hendrick, presi-
semanas de trabalho. lificativo para a XXXII edição dente do 1º de Agosto, realçou
O timoneiro que já projecta dos Jogos Olímpicos de Verão, a postura da atleta, para a
a participação na Supertaça a ter lugar de 23 de Julho a 8 conquista do título de campeã
agendada para o dia oito de de Agosto, em Tóquio (Japão). africana e espera o mesmo
Janeiro, disse ao Jornal de A competição de Doha dis- da atleta noutras competições
Angola que apesar dos des- puta-se de 11 a 13 de Janeiro, antes dos Jogos Olímpicos.
níveis físicos verificados em com presença confirmada de “Esperamos que a Neide
alguns atletas o grupo está a outros 346 concorrentes, em mantenha a mesma atitude
corresponder com as expec- representação de 63 países e esteja bem na altura das
tativas da equipa técnica. de cinco continentes. competições”, solicitou o
A equipa já trabalha há A atleta do 1º de Agosto, responsável máximo do
sensivelmente duas semanas, que regressou no domingo clube militar.
Ricardo Rodrigues assegurou passado a Luanda, prove- Durante a cerimónia,
que o grupo já está num ritmo niente de Antananarivo onde Antónia de Fátima “Faya”,
aceitável, contrariamente às conquistou o título de campeã técnica assistente do 1º de
outras épocas em que o téc- africana, está a treinar na Agosto, mostrou-se regozijada
nico efectuava filtragens aos capital para a manutenção pelo carinho, demonstrado
atletas que iriam tentar a sorte da condição física. pelo presidente Carlos Hen-
de ingressar na equipa do Em Luanda, Neide está a drick pelo triunfo da atleta.
bairro Maculusso, este ano treinar com a antiga atleta “É uma óptima sensação
será diferente o número um olímpica e também técnica e prestigioso quando o nosso
da equipa técnica já trabalha do 1º de Agosto, Antónia de trabalho é reconhecido pelas
com os doze atletas que foram Fátima “Faya”. Aliás, na com- pessoas, principalmente pela
definidos e testados. petição do Madagáscar, a direcção do clube. Vamos
Para esta época o treinador judoca foi orientada pela trei- continuar a trabalhar, porque
vai receber cerca de seis atle- nadora do seu clube. também estamos a apostar
tas juniores que vêm da for- Antes de seguir para a noutros jovens”, disse à
mação do clube, Ricardo cidade de Antananarivo, imprensa a atleta olímpica.
Rodrigues assegurou que o Neide treinou na companhia DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO
objectivo é construir uma de Mateus Timóteo na capital,
equipa capaz de fazer um depois seguiu para um Centro
bom campeonato e melhorar de Alto Rendimento em
sempre a classificação no França, onde cumpriu a última
campeonato nacional. etapa de preparação.
“Estamos a implementar De acordo com o programa
metodologias diferentes do da Federação Internacional
ano passado onde nós tínha- de Judo (IJF- sigla em inglês),
mos um leque de cerca de a pesagem oficial dos atletas
trinta atletas para escolher será marcada um dia antes
apenas dezasseis. Este ano a da competição no horário das
direcção em virtude das difi- 20h00 às 20h30.
culdades financeiras só tem Depois do Master de Doha,
vagas para doze atletas sénio- Neide deve rumar para Israel,
Seleccionador nacional José Pereira “Kidó” satisfeito com o anúncio da chegada dos atletas res o resto será para os juniores onde prevê competir também
vindo da formação”. no Grande Prémio Tel Aviv, Neide reclama apoios para Tóquio
Gaudêncio Hamelay/Lubango conseguirem lugar no voo lina de andebol está com- As dificuldades nas hostes,
da TAAG chegam hoje ao pleta. Por sua vez, o selec- do clube do bairro Maculusso
O lateral direito, Elias Nogueira Lubango para juntarem-se c i o n ad o r n ac i o n a l Jo s é parecem não ter fim, a redu- PARA QATAR
António, que joga na equipa aos restantes 22 atletas''. Pereira “Kidó” fez saber que ção no plantel, a falta de
portuguesa da Madeira SAD “Todo o esforço está a ser a triagem acontece quando transporte para os atletas
e o central Rome António
Hebo (Dínamos de Bucareste
da Roménia) são aguardados
feito para que os dois atletas
estejam no Lubango neste
domingo para juntarem-se
faltarem dois dias para viajar
ao Egipto.
Reconheceu que não será
bem como a falta de cobertura
no único campo que aquela
agremiação dispõe, demons-
COA garante apoio
hoje, domingo, na cidade do
Lubango, para integrarem o
grupo em estágio de prepa-
ao conjunto”, assegurou.
Esclareceu que o central
Rome António Hebo que
fácil definir os 20 jogadores,
porque a concorrência tem
sido muita. “Digo sempre
tram os dias difíceis que o
clube vive.
Marcar com tinta indelével
para a atleta angolana
ração na província da Huíla, ev o l u i n o s D í n a m o s d e aos meus atletas que eles o campeonato nacional é o António Cristóvão acompanhar a Neide nas
visando o Campeonato do Bucareste da Roménia, está têm que complicar a minha objectivo primário de Ricardo provas dos circuitos mun-
Mundo sénior masculino de em Luanda desde quinta- vida ao máximo. E isto é Rodrigues que até à primeira O presidente do Comité diais, para que ela continue
andebol que decorre de 13 a feira, ao passo que o lateral bom”, reconheceu. semana do próximo mês deve Olímpico Angolano (COA), a pontuar e prosseguir o pro-
31 do corrente mês, no Egipto. direito Elias Nogueira Antó- José Pereira “Kidó” anun- apresentar uma equipa ideal G u s tavo d a C o n c e i ç ã o , cesso de preparação até aos
António Costa, director nio da equipa portuguesa da ciou que os 20 atletas para para atacar todas as compe- garantiu a semana passada, Jogos Olímpicos”, prometeu
técnico da Federação Ango- Madeira SAD chegou ontem integrar a equipa definitiva tições inseridas no calendário em Luanda, um apoio à atleta Gustavo da Conceição.
lana de Andebol, confirmou, (sábado) em Angola. vão ser divulgados quando da Federação Angolana de Diassonema Neide, do 1º de O responsável máximo
ontem, no Lubango, que os Disse que com a chegada o grupo regressar a Luanda, Basquetebol a começar pela Agosto, para a disputa das do COA exaltou as quali-
dois atletas já estão em dos dois atletas, a pré-Selec- faltando dois dias para a via- disputa da Supertaça. competições dos circuitos dades da atleta militar do
Luanda e “em princípio se ção Nacional sénior mascu- gem ao Egipto. ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO mundiais de judo de apura- Rio S e co e de s ej ou - lhe
mento para os Jogos Olím- sucessos nas restantes pro-
picos de Tóquio, de 23 de vas do circuito mundial.
Falta de jogos preocupa seleccionador Julho a 8 de Agosto no Japão.
“Quero reafirmar que o
“Esperamos que a Neide,
como tem vindo a fazer
Comité Olímpico Angolano desde 2015, continue a ter
A falta de jogos amistosos para dotar os atletas implementação desta estratégia se vê a evolução (COA) estará presente para sucessos. Quero publica-
de maior ritmo competitivo, deixa preocupado dos atletas, apesar de não ser o mesmo que apoiar a atleta até às últimas mente expressar o reconhe-
o seleccionador nacional. Para colmatar esta realizar jogos de controlo com equipas diferentes. consequências”, disse à cimento e reafirmar que a
lacuna, os comandados de José Pereira “Kidó”, “Temos repartido a equipa em duas para efe- imprensa, mas sem avançar Neide não estará sozinha
têm vindo a efectuar no final de todos os tuarmos os nossos jogos de controlo. Mesmo o tipo de ajuda. jamais”, finalizou o dirigente.
treinos, jogos de controlo, repartindo a equipa assim, ainda achamos que não basta”, disse. Para acrescentar, que a Para se qualificar aos
em duas.O seleccionador nacional esclareceu Kidó disse estar satisfeito pelo momento judoca vai ser acompanhada Jogos Olímpicos, Neide
que nas primeiras semanas os jogos de controlo de jogo e o estado físico que a equipa nacional pela instituição olímpica do começou o apuramento no
entre si tinham a duração de 10 a 20 minutos. apresenta nesta fase. A grande dificuldade, país, com o intuito de obter circuito mundial, disputado
Entretanto, nos últimos dias teve de aumen- revelou o seleccionador, é a falta de jogos de a condição física e emocional n a Hu ng r i a , n o to r n e i o
tar o tempo de jogo para meia hora. controlo. Sustentou serem os jogos que permitem para os Jogos Olímpicos. denominado Grand Slam
José Pereira “Kidó” assegurou que com a partir de uma base real que falta aprimorar. Vila Clotilde prepara a Supertaça “ Va m o s c o n t i n u a r a de Budapeste, em 2017.
DESPORTO Domingo
3 de Janeiro de 2021 31
ENTRADA AO PAÍS CONTINUAÇÃO DA RONDA
JOSÉ COLA |EDIÇÕES NOVEMBRO
Classificação 2020
Aberta excepção TOTAL CASA FORA
CLUBES PT J V E D +G- J PC V E D +G- J PF V E D +G-
às equipas 1º Petro 06 02 02 00 00 06-01 02 06 02 00 0006-01 00 00 00 00 0000-00
2º Caála 03 01 01 00 00 04-00 01 03 01 00 0004-00 00 00 00 00 0000-00
angolanas 3º 1º de Agosto 03 01 01 00 00 01-00 01 03 01 00 0001-00 00 00 00 00 0000-00
4º B.Maquis 03 02 01 00 01 02-03 00 00 00 00 0000-00 01 03 01 00 0002-03
nas Afrotaças 5º Sagrada 01 01 00 01 00 01-01 00 00 00 00 0000-00 01 00 00 00 00 01-01
6º Williete 01 01 01 00 00 01-00 01 01 00 01 00 01-01 00 00 00 00 0000-00
António de Brito 7º A Lobito 01 02 00 01 01 01-02 01 01 01 01 01 01-02 00 00 00 00 0000-00
8º Ferrovia 01 01 01 00 00 01-00 00 00 00 00 0000-00 01 00 00 00 0000-00
Apesar de o Governo sus- 9º C.Cubango 01 01 00 00 01 01-01 01 01 00 01 00 01-01 00 00 00 00 0000-00
pender as ligações aéreas, 10º Santa Rita 01 01 00 01 00 01-01 00 00 00 00 0000-00 01 00 00 00 0000-00
terrestres e marítimas com
11º B.Cassange 01 02 00 01 00 00-04 00 01 00 01 0000-00 01 01 00 00 0000-04
a África do Sul, devido à
propagação da nova estirpe 12º Progresso 01 01 00 01 00 00-00 00 00 00 00 0000-00 00 01 01 01 0000-00
Sars-Cov-2, a Comissão 13º Interclube 00 01 00 00 01 00-01 00 00 00 00 0000-00 01 00 00 00 01 00-01
Interministerial de Combate 14º R.Libolo 00 01 00 00 01 00-03 00 00 00 00 0000-00 00 00 01 00 0100-03
e Prevenção à Covid-19, 15º D.Huíla 00 00 00 00 00 00-00 00 00 00 00 0000-00 00 00 00 00 0000-00
abriu uma excepção e auto- 16º S.Cabinda 00 00 00 00 00 00-00 00 00 00 00 0000-00 00 00 00 00 0000-00
rizou à entrada do Kaizer V - VITÓRIA E - EMPATE D - DERROTA +G- GOLOS (MARCADOS-SOFRIDOS) J - JOGOS P - PONTOS
Chiefs, em Luanda, visando * 6 Pontos retirados pela FIFA ** Desistente
o jogo com o 1º de Agosto, 2ª Jornada 3ª Jornada
terça-feira, às 17h00, no JOGOS JOGOS Data
E s t á d i o Na c i o n a l 1 1 d e 1 A. Lobito - B Maquis 0 1 1 0 Sportimg - B Maquis 9 de Janeiro
Novembro, para a segunda-
2 Petro - R Libolo 3 0 2 A Lobito - R Libolo 9 de Janeiro
mão da última eliminatória
3 B. Cassanje - Progresso 0 0 3 Petro - B Cassanje 9 de Janeiro
de acesso à fase de grupos
4 Interclube - Williete Hoje 4 C Cubango - D. Huíla 9 de Janeiro
da Liga dos Clubes Campeões
Africanos de Futebol. 5 D. Huíla - Ferrovia Hoje 5 Progresso - Santa Rita 9 de Janeiro
Contactado pelo Jornal 6 Santa Rita - R. Caála Hoje 6 Ferrovia - Sagrada 10 de Janeiro
de Angola, Carlos Hendrick 7 Sagrada - SportinG Adiado 7 R Caála - Interclube 10 de Janeiro
da Silva, presidente de direc- 8 C. Cubango - 1º de Agosto Adiado 8 1º de Agosto - Williete 10 de Janeiro
Depois da derrota na primeira jornada, Interclube tenta acertar o passo no jogo desta tarde
ção do 1º de Agosto, disse Melhores marcadores
que “o Governo, no caso a
Comissão Interministerial
de Combate e Prevenção à
Covid-19, tomou uma deci-
são acertada ao permitir à
22 de Junho pode aquecer 1
2
3
Jogador
Picas
Deco
Adó Pena
Clube
Petro
R.Caála
A.Lobito
Golos
02 Golos
02 Golos
01 Golos
entrada da equipa adversá-
ria. Caso contrário corríamos
o risco de sermos eliminados
da prova e penalizados pela
com Interclube-Wiliete SC 4
5
Coche
Messinho
C.Cubango
Williete
01 Golos
01 Golos

CAF”, referiu.
A formação de Benguela, que iniciou a competição com um empate
Hoje, a partir das 15h00, ao passo que os anfitriões perderam em casa diante do 1º de Agosto NO 11 DE NOVEMBRO
o 1º de Agosto realiza uma
sessão de treino, no Estádio
Nacional 11 de Novembro,
com o técnico Paulo Duarte
António Cristóvão

a centralizar os trabalhos
da equipa nos processos de
jogo a adoptar na recepção
à formação orientada por
Gavin Hunt.
Na parte final do apronto,
o treinador português reparte
o grupo de jogadores para a
habitual “peladinha”, com
a fi n a l i d ad e d e c o r r ig i r
imperfeições, montar estra-
tégias e definir os potenciais
candidatos para o desafio
com os sul-africanos.
Com o “capitão” Dani Mas-
sunguna, em dúvida para o
desafio com o Kaizer Chiefs,
devido a uma entorse no tor-
nozelo, Paulo Duarte trabalha
uma equipa forte e capaz de
garantir o apuramento pelo
terceiro ano consecutivo à fase
de grupos da prova continental.
Depois do empate sem
golos, na deslocação à cidade
de Joanesburgo, o tetracam-
peão angolano esmera-se na
preparação, com o intuito de
receber e vencer o conjunto
sul-africano. “Nós estamos
proibidos de falhar, porque
jogámos em casa. Sabemos
que não será um jogo fácil,
mas faremos de tudo para
passarmos a eliminatória”,
garantiu o técnico-assistente,
Ivo Raimundo Traça.
Em Luanda, o Sagrada
Esperança prepara o desafio
diante do Orlando Pirates, a
disputar-se quarta-feira, em
Joanesburgo, a contar para a
segunda mão da última eli-
minatória de apuramento à
fase de grupos da Taça CAF.
No primeiro jogo, os diaman-
tíferos perderam para os sul-
africanos por (0-1).
Interclube e Wiliete SC de
Benguela defrontam-se, hoje,
às 15h30, no Estádio 22 de
Junho, no Rocha Pinto, para
a continuidade da segunda
jornada do Girabola'2020/21,
com favoritismo da equipa
anfitriã, devido à qualidade
e maturidade competitiva do
seu plantel.
Depois da derrota na jor-
nada anterior, diante do 1º de
Agosto, o Interclube quer
evitar, novamente, o sabor
amargo da derrota, já que
um desaire compromete as
aspirações de vir a sagrar-
se campeão nacional, apesar
de estarmos ainda no início
da prova.
A formação de Benguela,
que iniciou a competição com
LIGA DOS CAMPEÕES
Kaizer Chiefs chega esta tarde a Luanda
António Cristóvão
A equipa de futebol sul-afri-
cana do Kaizer Chiefs desem-
barca, hoje, às 14h00, no
Aeroporto Internacional 4 de
Fevereiro, em Luanda, onde
na terça-feira joga diante do
1º de Agosto, no Estádio Nacio-
nal 11 de Novembro, no Distrito
Urbano do Kilamba Kiaxi.
Este desafio, que se disputa
às 16h00, é referente à segunda
mão da última eliminatória
de apuramento para a fase de
grupos da Liga dos Clubes
Campeões Africanos de Fute-
bol. O conjunto sul-africano
chega a Luanda, com uma
delegação de 40 pessoas, entre
uma igualdade diante do Santa
Rita de Cássia, pretende, tam-
bém, um triunfo, mas reco-
nhece que vai ser difícil no
reduto dos polícias e promete
fazer uma óptima figura. Na
edição passada, cancelada
devido à pandemia da Covid-
19, as formações empataram
sem golos no Rocha Pinto.
No mesmo horário, o Des-
portivo da Huíla recebe o Fer-
rovia do Huambo na cidade
do Lubango, num desafio em
que o favoritismo é atribuído
ao conjunto anfitrião. Os mili-
tares da Região Sul, agora com
André Macanga no comando
técnico, vão, certamente, que-
rer mostrar serviço ao novo
treinador. O Recreativo da
Caála desloca-se à cidade do
Uíge, onde enfrenta, às 15h30,
o Santa Rita de Cássia no Está-
atletas, técnicos, dirigentes
do clube e federativos.
Amanhã no horário do
jogo, o Kaizer Chiefs cumpre
com o tradicional treino de
reconhecimento, para a
adaptação à relva do Estádio
Nacional 11 de Novembro.
Antes, realizam alguns exer-
cícios com bola para a recu-
peração dos jogadores e
desentorpecimento.
O corpo técnico do conjunto
sul-africano vai aproveitar a
preparação, para a correcção
de alguns pormenores tácticos
que não estiveram bem na
partida da primeira mão, em
J o a n e s b u rg o . Pa ra e s t e
“embate”, a Confederação
dio Municipal 4 de Janeiro.
Trata-se de um jogo de difícil
prognóstico entre equipas que
Petro derrota Libolo
lutam pela manutenção na
competição. Na prova can-
celada, os anfitriões foram
e lidera a classificação
goleados pelos forasteiros, O Petro de Luanda derrotou, 1-0, com golo de Wiwi,
por 0-3, no mesmo recinto. ontem, o Recreativo do Libolo, enquanto a Baixa de Cas-
A ronda fica “amputada” por 3-0, em partida referente sange de Malanje e o Pro-
devido ao adiamento, sem à segunda jornada do cam- gre ss o Sambizanga não
data, dos jogos Cuando peonato nacional de futebol foram além de um empate
Cubango-1º de Agosto e da primeira divisão “Gira- nulo, no Estádio 1º de Maio,
Sagrada Esperança-Sporting bola2021”, disputada no na cidade de Malanje. A jor-
de Cabinda. O 1º de Agosto Estádio 11 de Novembro, nada prossegue domingo
decide, na terça-feira, diante na capital do país, e lidera, com os encontros Desportivo
do Kaizer Chiefs (África do à condição, a prova com da Huíla - Ferroviário do
Sul) a qualificação para a fase seis pontos. Huambo, Santa Rita do Uíge-
de grupos da Liga dos Clubes Yano, aos 27 minutos, Re c re at ivo d a C a á l a d o
Campeões, ao passo queo Tiago Azulão (54’) e Job (71’) Huambo e Interclube - Wil-
Sagrada Esperança define a marcaram os golos, num liete de Benguela.
continuidade nas elimina- desafio totalmente dominado Estão adiadas, “sine die”,
tórias da Taça Nelson Mandela, pelos “tricolores”. as partidas Cuando Cubango
com o Orlando Pirates (África Para a mesma ronda, o FC - 1º de Agosto e Sagrada
do Sul). FC Bravos do Maquis do Esperança da Lunda-Norte -
Moxico venceu, no Estádio Sporting de Cabinda, devido
de Ombaka, em Benguela, o envolvimento dos “militares”
a Académica do Lobito, por e “lundas” nas Afrotaças.
DR
Africana de Futebol (CAF)
nomeou um quarteto de árbi-
tros zimbabweano, chefiado
por Brighton Chimene.
No campeonato sul-afri-
cano, o Chiefs não vai lá muito
bem, ocupando a 13ª posição
da tabela classificativa, com
sete pontos. Na prova, a for-
mação Amakhosi, alcunha
do Kaizer Chiefs, somou
apenas uma vitória, quatro
empates e três derrotas, mar-
cou sete golos e sofreu 11 em
oito desafios.
No jogo da segunda mão
disputado no dia 23 deste mês,
as equipas “acordaram” numa
igualdade sem golos no Está-
dio FNB, em Joanesburgo. Com a vitória de ontem Petro assume a liderança da prova

DOM03JAN
ALTO
EPAL
Reposta a água no Kilamba
Uma nota positiva vai para a Em-
presa Pública de Águas de Luanda
(EPAL) que, diante da ruptura nu-
ma conduta na centralidade do
Kilamba, não poupou meios até
resolver o problema. Técnicos e
dirigentes estiveram noite e dia
no local para superar a avaria e
repor a água à população que,
privada do líquido, já manifestava
sinais de saturação. A EPAL cum-
priu o seu papel. Entretanto, é
preciso que os consumidores fa-
çam o mesmo, pagando o con-
sumo. Furtar-se ao pagamento,
além de não ser um acto digno
de um cidadão, priva a empresa
de investir na melhoria dos ser-
viços. O responsável da EPAL
adiantou que 35 por cento dos
moradores não paga. Pelo menos
já não é tão mau, diante de outros
números negativos avançados
por outras entidades. Ainda assim
é preocupante e, numa área tão
bem estruturada como o Kilamba,
deve haver uma forma de obrigar
estas pessoas a pagar.
BAIXO
Jovens de Luanda
Desacatos no ano novo
Em plena passagem de ano, vá-
rios jovens, em Luanda, volta-
ram a desrespeitar as medidas
estabelecidas para conter a pro-
pagação do novo coronavírus.
Em vários pontos da capital
eram visíveis aglomerações. Ig-
norando o perigo que eles cor-
rem, os jovens encheram as
ruas, exibindo garrafas de be-
bidas, numa autêntica afronta
às autoridades. Numa altura
em que os números de conta-
minações e de mortes não pa-
ram de subir, fica difícil perceber
este comportamento de risco.
Esteve bem a Polícia Nacional
que optou pela pedagogia, evi-
tando o confronto. Mas é preciso
reconhecer que está a faltar o
diálogo familiar. Antes das au-
toridades, as famílias devem fa-
zer o seu papel, já que é lá onde
tudo começa e termina. Ao ex-
porem-se ao risco de contami-
nação, estes jovens não arriscam
apenas a própria vida, mas a dos
seus e de outros. Daí a responsa-
bilidade ser de todos.
UM DOS ARTISTAS QUE REINVENTOU O FADO
Portugal
chora a morte
de Carlos
do Carmo
Um dos maiores artistas portugueses, Carlos do Carmo morreu no primeiro dia de 2021, aos 81 anos
Cumpre-se, amanhã, em
Portugal, um dia de luto
n a c i o n a l p o r C a rl o s d o
Carmo, cujo desapareci-
mento físico, no primeiro
dia de 2021, consternou
aquele país que há muito o
tinha tornado imortal.
“Morro de pé, mas morro
devagar. A vida é afinal o
meu lugar e só acaba quando
eu quiser”, foi com este
excerto da letra do fado
Sonata de Outono que a Uni-
versal, a editora de Carlos
do Carmo, comunicou na
manhã de 1 de Janeiro a
morte do fadista, aos 81 anos,
“vítima de um pós-opera-
tório a um aneurisma da
aorta abdominal”.
A frase resume na perfei-
ção a vida e a carreira do
artista que, a par de Amália
Rodrigues, reinventou o fado
- apesar de o próprio recusar
sempre tal pretensão, pre-
ferindo dizer antes que o
devolveu às origens - ele-
vando-o com isso à condição
de património mundial,
muito antes de este realmente
o ser. A Voz, assim era tam-
bém chamado por muitos,
numa clara referência a Frank
Sinatra, o seu grande ídolo
de sempre, Carlos do Carmo
nunca deixou de cantar o
que gostava, como tantas
vezes referiu ao longo da
vida. “Detesto que me limi-
tem”, referiu algures em
meados dos anos 1970, após
ter interpretado todas as can-
ções candidatas ao Festival
da Canção de 1976 e de no
ano seguinte ter editado o
disco Um Homem na Cidade,
com letras de Ary dos Santos,
dando início a um processo
de renovação do fado, apenas
comparável ao que Amália
fez com Alain Oulman.
Sem ele, com certeza, o
fado não seria o que é hoje.
Pelo que cantou, quem cantou
e como o cantou, pelo que
fez na sua promoção, tanto
em Portugal como no mundo,
em especial aquando da can-
didatura a Património Ima-
terial da Humanidade, da
qual foi um dos principais
impulsionadores.
Homem do seu tempo
Sempre grato à vida - “é tão
bom estar vivo”, repetia
amiúde nas entrevistas -,
Carlos do Carmo teve o seu
m a i o r re c o n h e c i m e n to
quando, em 2014, lhe foi
atribuído um Grammy Latino
de carreira - o primeiro atri-
buído a um artista português.
Mesmo assim, o Presidente
d a Re p ú b l i c a d e e n tã o ,
Cavaco Silva, não lhe deu os
parabéns, talvez devido às
sempre assumidas simpatias
políticas de Carlos do Carmo
pelo Partido Comunista Por-
tuguês. Anos mais tarde, em
entrevista à TVI, quando
questionado se tinha ficado
incomodado com essa falta
de reconhecimento, apenas
respondeu, com um largo
sorriso, que “não”, pelo con-
trário, “até foi um elogio”.
PUBLICIDADE
DR
SAMUEL LITTLE
Maior assassino em série
dos EUA morre aos 80 anos
Confessou 93 homicídios, firmou, no ano passado, o seu
que terá cometido entre
1970 e 2005, mas o perfil
das vítimas, toxicodepen-
dentes e prostitutas, e o
envolvimento em 50 das mor-
tes e descreveu todas as outras
alegações como credíveis.
Little morreu no hospital
facto de as travar com socos
antes de as estrangular,
não deixando marcas, fez
com que muitos casos fos-
na quarta-feira e o médico
legista de Los Angeles, até
ontem,ainda não tinha deter-
minado a causa da morte,
sem considerados over-
doses, acidentes ou até
morte natural.
Samuel Little, considerado
segundo um comunicado dos
serviços prisionais da Califórnia.
Os media revelaram recente-
mente que teria várias doenças
pelo FBI o assassino em série
que mais vítimas matou nos
EUA, morreu, na quarta-feira,
na Califórnia, aos 80 anos.
cardíacas, além de diabetes.
Little estava a cumprir
três penas de prisão perpé-
tuas, sem direito a liberdade
Little confessou 93 homi- condicional, depois de ter
cídios - a maioria de mulheres sido detido em 2014. Também
- que terá cometido entre 1970 conhecido como Samuel
e 2005, mas os seus crimes McDowell, Little (significa
de costa a costa não foram pequeno) e normalmente
detectados durante décadas. atacava as vítimas com socos
As vítimas do antigo luta- potentes, antes de as estran-
dor de boxe eram normal- gular, não deixando sinais
mente toxicodependentes visíveis de homicídio, como
e prostitutas e, em muitos buracos de bala ou marcas
casos, as mulheres nunca de facadas.
foram identificadas nem as Isso, combinado com o perfil
mortes investigadas. das vítimas, fez com que muitas
Depois de Little começar a das mortes fossem atribuídas
dar o nome das vítimas, já a overdoses ou acidentes, assim
atrás das grades, o FBI con- como causas naturais.
A justiça seria reposta por PUBLICIDADE
Marcelo Rebelo de Sousa, que
mal tomou posse como Pre-
sidente da República conde-
corou Carlos do Carmo como
Grande-Oficial da Ordem do
Mérito - já anteriormente,
aliás, outro Presidente, Jorge
Sampaio, o havia reconhecido,
com o grau de Comendador
da Ordem do Infante D. Hen- Taxas de Câmbio dos Bancos Comerciais
rique. Mas o maior reconhe-
cimento era o do público, “o
Sexta a Segunda Feir
 a, 01 a 04 de Janeir
  o de 2021
carinho das pessoas”, tanto TTaxa
axa de Câmbio Actual
das que lhe esgotavam os
Compra Venda
concertos -como aquele,
BANCOS COMERCIAIS USD/KZ EUR/KZ USD/KZ EUR/KZ
último, no Coliseu dos
Banco de Negócios Internacional - (BNI) 636,913 780,792 669,408 820,628
Recreios, em 2019, onde
Banco de Fomento Angola - (BFA) 649,911 796,730 669,408 820,630
recebeu as Chaves de Honra
ĂŶĐŽDŝůůĞŶŝƵŵƚůąŶƟĐŽͲ;d>Ϳ 649,911 792,742 669,408 820,628
da Cidade de Lisboa, um
galardão municipal geral- BancoBIC - (BIC)  645,037 790,751 669,408 826,603
mente apenas atribuído a ĂŶĐŽŶŐŽůĂŶŽĚĞ/ŶǀĞƐƟŵĞŶƚŽƐͲ;/Ϳ 649,911 796,206 669,400 820,082
Chefes e a antigos Chefes de Banco Caixa Angola - (BCGA) 662,584 811,730 669,207 819,850
Estado - como das mais anó- ĂŶĐŽĚĂŚŝŶĂ>ŝŵ ŝƚĂĚĂͲ; K>Ϳ 630,116 772,320 669,092 820,090
nimas que com ele se cru- BancoKeve - (BKEVE)
 636,910 780,790 668,760 819,830
zavam na rua. BancodePoupança e Crédito - (BPC)
 636,913 782,390 668,758 821,110
“Sempre fui muito bem tra- ĂŶĐŽWƌĞƐơŐŝŽͲ;W ' Ϳ 633,000 779,200 667,000 814,250
tado por todos, sou uma pessoa Banco Económico - (BE) 650,283 796,210 666,540 816,110
com muita sorte”, afirmou, ĂŶĐŽ^ŽůͲ;^K>Ϳ   643,410 788,760 666,160 824,610
comovido, no tal concerto de Bancode Crédito do Sul - (BCS) 649,911 796,730 666,159 816,640
despedida, mas apenas dos Banco Comercial do Huambo - (BCH) 657,370 805,340 666,158 816,110
palcos, pois preparava-se para ĂŶĐŽĚĞ/ŶǀĞƐƟŵ
 ĞŶƚŽZƵƌĂůͲ;/ZͿ 647,000 773,120 666,000 822,480
editar um novo disco, chamado
Banco Comércio e Indústria - (BCI) 643,550 786,800 664,260 818,890
E Ainda? Segundo a Universal,
ĂŶĐŽ/DŝĐƌŽĮŶĂ ŶĕĂƐͲ;D
 &Ϳ 649,910 796,730 662,910 812,660
será lançado a título póstumo,
sdĨƌŝĐĂ Ͳ;sdͿ  636,913 788,760 662,909 819,030
ainda neste ano, pois, como
Banco Yetu - (Yetu) 649,911 796,730 662,909 820,630
um dia escreveu Mia Couto
Standard Bank Angola - (SBA) 655,250 786,370 661,803 813,900
e Carlos do Carmo gostava de
Banco Comer
 cial Ang
 olano
 - (BCA)
 645,000 793,130 660,000 825,010
citar, “cantar, dizem, é um
afastamento da morte. A voz Standar
 d Chartered Bank Ang
  ola - (SCBA) 643,780 793,540 656,786 830,010
suspende o passo da morte  o Angola - (FNB)
Finibanc   650,000 780,790 656,000 812,660
e, em volta, tudo se torna Banco Valor
 - (B VB)   620,000 761,765 642,940 789,950
pegado da vida”. E a voz de
Carlos do Carmo é assim
Fonte:BNA
mesmo: imortal.