1º Simulado

Ordem dos Advogados do Brasil

1ª FASE DO EXAME 40º

Tipo – GRAN

a F rova
SUA PROVA INFORMAÇÕES GERAIS

As questões objetivas têm quatro alternativas Verifique se seu caderno está completo, sem repe-

GV
ba de p
de resposta (A, B, C, D) e somente uma delas tição de questões ou falhas. Caso contrário, noti-
está correta; fique imediatamente o Fiscal da Sala, para que
sejam tomadas as devidas providências;
Além deste caderno de questões, contendo
setenta questões objetivas, você receberá do Confira seus dados pessoais, especialmente nome,
ela to
Fiscal de Sala: nc número de inscrição e documento de identidade
e leia atentamente as instruções para preencher
o cartão-resposta das questões objetivas.
ma

o cartão-resposta;
Use somente caneta esferográfica, fabricada em
material transparente, com tinta preta ou azul;
ad o for

Assine seu nome apenas no(s) espaço(s)

reservado(s);
TEMPO
Confira sua cor e tipo do caderno de questões.
op
on

Caso tenha recebido caderno de cor ou tipo

Você dispõe de 4h para a realização da prova, já
diferente do impresso em seu cartão-resposta,
incluído o tempo para a marcação do cartão-res-
o fiscal deve ser obrigatoriamente informado
ad

posta e preenchimento da folha de texto definitivo;

para o devido registro na Ata da Sala;
3 horas após o início da prova é possível retirar-se
lic

Reserve tempo suficiente para o preenchimento

se

da sala, sem levar o caderno de questões;

do seu material. O preenchimento é de sua res-
Faltando 30 minutos para o final da prova é ponsabilidade e não será permitida a troca do
ap
Ba

possível retirar-se da sala levando o caderno cartão-resposta ou folha de texto definitivo em

de questões. caso de erro;
Para fins de avaliação, serão levadas em considera-
ção apenas as marcações realizadas no cartão-
-resposta e na folha de texto definitivo;
Os candidatos serão submetidos ao sistema de
detecção de metais quando do ingresso e
NÃO SERÁ PERMITIDO
da saída de sanitários durante a realização
das provas.
Qualquer tipo de comunicação entre os candidatos
durante a aplicação da prova; Boa sorte!

Levantar da cadeira sem autorização do

Fiscal de Sala;
Usar o sanitário ao término da prova, após
deixar a sala.
 FOLHA DE ROSTO ORIENTATIVA PARA PROVA OBJETIVA
LEIA AS ORIENTAÇÕES COM CALMA E ATENÇÃO!

INSTRUÇÕES GERAIS

● Atenção ao tempo de duração da prova, que já inclui o preenchimento da folha de respostas.

● Cada uma das questões da prova objetiva está vinculada ao comando que imediatamente
a antecede e contém orientação necessária para resposta. Para cada questão, existe
apenas UMA resposta válida e de acordo com o gabarito.
● Faltando uma hora para o término do simulado, você receberá um e-mail para preencher
o cartão-resposta, a fim de avaliar sua posição no ranking. Basta clicar no botão vermelho
de PREENCHER GABARITO, que estará no e-mail, ou acessar a página de download da
prova. Você deve fazer o cadastro em nossa plataforma para participar do ranking. Não se
preocupe: o cadastro é grátis e muito simples de ser realizado.
– Se a sua prova for estilo Certo ou Errado (CESPE/CEBRASPE):
marque o campo designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou o campo
designado com o código E, caso julgue o item ERRADO. Se optar por não responder
a uma determinada questão, marque o campo “EM BRANCO”. Lembrando que, neste
estilo de banca, uma resposta errada anula uma resposta certa.
Obs.: Se não houver sinalização quanto à prova ser estilo Cespe/Cebraspe, apesar de
ser no estilo CERTO e ERRADO, você não terá questões anuladas no cartão-resposta
em caso de respostas erradas.
– Se a sua prova for estilo Múltipla Escolha:
marque o campo designado com a letra da alternativa escolhida (A, B, C, D ou E). É
preciso responder a todas as questões, pois o sistema não permite o envio do cartão
com respostas em branco.
● Uma hora após o encerramento do prazo para preencher o cartão-resposta, você receberá um
e-mail com o gabarito para conferir seus acertos e erros. Caso você seja aluno da Assinatura
Ilimitada, você receberá, com o gabarito, a prova completa comentada – uma vantagem
exclusiva para assinantes, com acesso apenas pelo e-mail e pelo ambiente do aluno.
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 FICHA TÉCNICA DO MATERIAL
grancursosonline.com.br

CÓDIGO:
2401159798M

TIPO DE MATERIAL:
Simulado Preparatório

NUMERAÇÃO:
1º Simulado

NOME DO ÓRGÃO:
Ordem dos Advogados do Brasil
OAB

EXAME:
1ª Fase do Exame 40º

MODELO/BANCA:
FGV

DATA DE APLICAÇÃO:
2/2024

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
2/2024

Este material está sujeito a atualizações. O Gran não se responsabiliza por custos
de impressão, que deve ser realizada sob responsabilidade exclusiva do aluno.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
Ética Profissional
Maria Christina
1 sobre as sociedades e advogados associados.
João, advogado recém inscrito nos quadros da Ordem
dos Advogados do Brasil, resolveu passear pelo Tribunal
com o intuito de comemorar sua aprovação. No entanto,
nessa mesma data, a Defensoria Pública encontrava-se
em greve e João acabou sendo notificado a atuar como
advogado dativo no lugar dos defensores, o que foi recu-
sado por ele, que alegou não se encontrar devidamente
preparado para o ato. Diante dos fatos, assinale a op-
ção correta.
(A) João é obrigado a atuar como advogado dativo, sob
pena de processo administrativo disciplinar passível
de censura.
(B) João é obrigado a atuar como advogado dativo, sob
pena de processo administrativo disciplinar passível
de suspensão.
(C) João pode recusar a atuação como advogado dativo
caso não se sinta preparado, para não gerar um pre-
juízo à parte.
(D) João pode recusar a atuação como advogado dativo
por ser recém-inscrito nos quadros da OAB.
2 (C) O recolhimento dos tributos referente aos honorá-
José da Silva e Maria Oliveira constituíram a sociedade
“Silva Advogados Associados”. Passados três anos, José
da Silva foi aprovado e tomou posse no concurso para
Procurador Federal. Diante dos fatos, assinale a op-
ção correta.
(A) José da Silva poderá permanecer no quadro socie-
tário, podendo manter inclusive seu nome na so-
ciedade.
(B) José da Silva poderá permanecer no quadro societá-
rio, podendo manter inclusive seu nome e imagem
na sociedade.
(C) José da Silva poderá permanecer no quadro societá-
rio, mas não poderá utilizar seu nome e nem a sua
imagem na sociedade.
(D) José da Silva poderá permanecer no quadro societá-
rio e não poderá utilizar seu nome, mas poderá usar
sua imagem na sociedade.
3
João possui um escritório registrado na seccional do es-
tado da Bahia e te procurou para tirar algumas dúvidas
(A) João não poderá registrar nenhuma outra sociedade
na seccional do estado da Bahia.
(B) João não poderá realizar nenhuma outra associação
na seccional do estado da Bahia.
(C) João poderá realizar registro de filial na seccional do
estado da Bahia.
(D) João poderá realizar registro de sociedade individual
na seccional do estado da Bahia.
4
O escritório de advocacia Blazute e Barreiros Advogados
Associados obteve êxito na causa de seu cliente, reali-
zando o levantamento de alvará em R$ 100.000,00. Fi-
cou estipulado em contrato que seria devido o percen-
tual de 70% para o cliente, 20% a sociedade e 10% ao
advogado associado que atuou em conjunto na causa.
Diante dos fatos e sobre o recolhimento dos tributos, as-
sinale a opção correta.
(A) O recolhimento dos tributos caberá à sociedade de
advogados.
(B) O recolhimento dos tributos caberá ao cliente.
rios caberá à sociedade, e o restante, ao cliente.
(D) Cada parte deverá recolher os tributos que lhe
caibam.
5
O escritório de advocacia Bueno e Queiroz Advogados
Associados, formado pelos sócios Roberta Queiroz, Ra-
quel Bueno, Nilton Coutinho (que é procurador do esta-
do de São Paulo) e João Gabriel (que é servidor da ad-
ministração pública em regime de exclusividade), atua
em diversas áreas do direito. Sobre a administração da
sociedade, assinale a opção correta.
(A) João Gabriel poderá ser administrador da sociedade.
(B) Nilton Coutinho poderá ser administrador da socie-
dade independentemente do regime de trabalho.
(C) Servidor público jamais poderá ser administrador de
uma sociedade de advogados.
(D) Servidor público poderá ser administrador de uma
sociedade de advogados.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º

6 Filosofia do Direito
Eugênio e Borelli, advogados inscritos na OAB, resol- Odair José
veram constituir sociedade de advogados na área de
direito empresarial. Como possuem clientes em todos 9
os estados do Brasil, optaram por não abrir uma sede Em sua obra Teoria Pura do Direito, Hans Kelsen apre-
individual física, mas utilizar um espaço compartilhado. senta a distinção entre as definições científicas e polí-
Diante dos fatos, assinale a opção correta. ticas do direito. Ao analisar essa temática, o jusfilósofo
(A) As sociedades de advogados podem ter como sede, destaca que o direito independe de o sistema político
filial ou local de trabalho espaço de uso compartilha- ser ou não democrático.
do apenas com outros escritórios de advocacia. Nos termos da Teoria Pura do Direito, é correto
(B) As sociedades de advogados podem ter como sede, afirmar que
filial ou local de trabalho espaço de uso compartilha- (A) as normas de direito somente são jurídicas quando
do apenas com outros escritórios de advocacia ou oriundas de uma ordem política democrática.
escritórios que exerçam atividade intelectual, como (B) são os valores políticos que determinam o que é ou
ocorre com os profissionais de contabilidade. não uma ordem jurídica.
(C) As sociedades de advogados podem ter como sede,
(C) uma ordem jurídica pode tanto ser democrática quan-
filial ou local de trabalho espaço de uso compartilha-
to autocrática e, ainda assim, ser uma ordem jurídica.
do com outros escritórios de advocacia ou empresas,
(D) a abordagem científica do direito opera por meio de
desde que respeitadas as hipóteses de sigilo.
valorações morais ou filosóficas, por isso princípios
(D) As sociedades de advogados podem ter como sede,
tais como liberalismo ou democracia se tornam rele-
filial ou local de trabalho espaço de uso compartilha-
vantes na definição do direito.
do apenas com outros escritórios de advocacia, des-
de que respeitadas as hipóteses de sigilo.
10
“O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a
7
ferros.” (Jean Jacques Rousseau)
Sobre as sociedades simples e individuais de advocacia,
Ao analisar a famosa frase de Rousseau acerca do apri-
assinale a opção correta.
sionamento imposto pela sociedade civil, Norberto Bob-
(A) As sociedades de advogados podem ter como de-
bio, no seu texto “Igualdade e Liberdade”, identificou fa-
nominação jurídica nome fantasia que as diferencia
tos que teriam a representação do ideal rousseauniano.
das demais.
Nos termos da obra em referência, assinale a alternativa
(B) O nome do sócio falecido poderá permanecer no nome
que corresponde a um desses fatos trazidos à baila na
da sociedade, desde que haja previsão expressa em
análise de Bobbio acerca do pensamento de Rousseau.
contrato levado a registro perante a junta comercial.
(A) A realização do ideal de igualdade, sempre justo e
(C) É vedado o registro de sociedade de advogados pe-
racional, manifestou-se na Revolução Gloriosa.
rante a junta comercial.
(B) O ideal de liberdade é o sentido da história. A pri-
(D) O nome da sociedade individual de advocacia deve
meira realização desse ideal se manifestou na Revo-
ser formado necessariamente pelo nome completo
lução Francesa.
do sócio.
(C) O ideal de justiça, materializado na realização da
igualdade e liberdade, manifestou-se, pela primei-
8 ra vez, na independência das colônias britânicas da
Sobre os advogados associados, assinale a opção correta.
América do Norte.
(A) É vedada a realização de associação com mais de
(D) A Inconfidência Mineira, de 1789, inspirada nos ide-
uma sociedade na mesma seccional.
ais jusnaturalistas rousseanianos, foi a primeira reali-
(B) Diante da celebração de contrato de associação, po-
zação de liberdade plena por defender a abolição da
derão ser atribuídos a uma das partes do contrato os
escravatura.
riscos de demanda.
(C) Não será levado a registro um contrato de associação
que tem características de vínculo empregatício.
(D) Poderá ser estipulado um contrato de associação por
prazo indeterminado.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
Direito Constitucional
Ana Paula Blazute
11
No tocante ao controle de constitucionalidade de leis
municipais, o direito brasileiro estabelece que
(A) pode ser efetivado, no controle concentrado, por
meio de uma ação direta de inconstitucionalidade
perante o Supremo Tribunal Federal, cuja decisão
terá efeitos vinculante e erga omnes.
(B) é admissível o controle da norma municipal, com
efeitos erga omnes, por intermédio da arguição de
descumprimento de preceito fundamental perante o
Supremo Tribunal Federal.
(C) a forma de controle concentrado da norma munici-
pal é por meio de uma ação direta de inconstitucio-
nalidade perante o Tribunal de Justiça, cuja decisão
terá efeito vinculante perante os Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário.
(D) não é admissível o controle de constitucionalidade
concentrado de norma municipal, sendo possível
apenas o controle difuso, seja perante o Tribunal de
Justiça, seja perante o Supremo Tribunal Federal.
12
Rodrigo Marcola é um grande apreciador da leitura e
também adepto às novas tecnologias. Assim, adquiriu um
e-reader (leitor de livros eletrônicos) com funcionalidades
acessórias, entretanto se deparou com a cobrança de II
(Imposto de Importação) do referido produto. Sabendo que
existe a Súmula Vinculante 57, que dispõe: “A imunidade
tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se
à importação e comercialização, no mercado interno, do
livro eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente
utilizados para fixá-los, como leitores de livros eletrônicos
(e-readers), ainda que possuam funcionalidades
acessórias”, assinale a medida judicial cabível para anular
uma possível decisão de tribunal favorável a tal cobrança.
(A) Recurso extraordinário.
(B) Recurso especial.
(C) Reclamação constitucional.
(D) Mandado de segurança.
13
De acordo com a Constituição Federal, compete à União,
dentre outras possibilidades:
(A) declarar a guerra e celebrar a paz, sendo uma de
suas competências privativas a de legislar sobre o
direito do trabalho.
(B) manter o serviço postal e o correio aéreo nacional,
sendo que a competência para legislar sobre o direi-
to do trabalho é concorrente da União, dos estados e
do Distrito Federal.
(C) declarar a guerra e celebrar a paz, sendo que a
competência para legislar sobre o direito do traba-
lho é concorrente da União, dos estados e do Dis-
trito Federal.
(D) manter o serviço postal e o correio aéreo nacional,
sendo que a competência para legislar sobre o direi-
to do trabalho é comum da União, dos estados e do
Distrito Federal.
14
Carmelita nasceu no território brasileiro no período em
que seus pais, sírios, aqui se encontravam a serviço da
embaixada russa.
Dias depois do nascimento, Carmelita e seus pais parti-
ram para a Argentina, onde Carmelita residiu até com-
pletar 18 anos. No dia do seu aniversário, Carmelita
tomou a decisão de retornar ao Brasil e seguir carreira
política, concorrendo a um cargo eletivo no mesmo ano.
À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar
que Carmelita:
(A) não poderá concorrer a um cargo eletivo, por ser pri-
vativo de brasileiro nato.
(B) por ser brasileira nata, pode concorrer a um cargo
eletivo compatível com a sua idade.
(C) deverá se naturalizar brasileira e somente então po-
derá concorrer a todos os cargos eletivos existentes
na realidade brasileira.
(D) poderá concorrer ao único cargo eletivo compatível
com a sua idade, que é o de vereadora, caso opte
pela nacionalidade brasileira.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
15
Sílvio, servidor público efetivo, deseja exercer função de
confiança destinada à atribuição de direção na Admi-
nistração Pública. Em conformidade com a Constituição
Federal, Sílvio
(A) poderá exercer a referida função de confiança, sen-
do permitida a incorporação de vantagens vincu-
ladas ao exercício dessa função à remuneração do
cargo efetivo, mas, completadas as exigências para a
aposentadoria voluntária, se optar por permanecer
em atividade, não poderá fazer jus a um abono de
permanência até completar a idade para aposenta-
doria compulsória.
(B) não poderá exercer a referida função de confiança,
pois as funções de confiança destinam-se apenas às
atribuições de chefia, mas, completadas as exigên-
cias para a aposentadoria voluntária, se optar por
permanecer em atividade, observados os critérios
estabelecidos em lei, poderá fazer jus a um abono
de permanência equivalente, no máximo, ao valor
da sua contribuição previdenciária, até completar a
idade para aposentadoria compulsória.
(C) poderá exercer a referida função de confiança, sen-
do permitida a incorporação de vantagens vincula-
das ao exercício dessa função à remuneração do
cargo efetivo, e, completadas as exigências para a
aposentadoria voluntária, se optar por permanecer
em atividade, observados os critérios estabelecidos
em lei, poderá fazer jus a um abono de permanência
equivalente, no mínimo, ao valor da sua contribuição
previdenciária, até completar a idade para aposenta-
doria compulsória.
(D) poderá exercer a referida função de confiança, sen-
do vedada a incorporação de vantagens vinculadas
ao exercício dessa função à remuneração do cargo
efetivo, e, completadas as exigências para a apo-
sentadoria voluntária, se optar por permanecer em
atividade, observados os critérios estabelecidos em
lei, poderá fazer jus a um abono de permanência
equivalente, no máximo, ao valor da sua contribui-
ção previdenciária, até completar a idade para apo-
sentadoria compulsória.
16
Sepúlveda Pertence é estudante de Direito da Univer-
sidade Federal do Acre. Ao estudar sobre o assunto de
intervenção federal, deparou-se com a seguinte afirma-
tiva correta:
(A) A intervenção pode ser espontânea ou provocada
e materializa-se por meio da edição de uma medi-
da provisória.
(B) O ato de intervenção é privativo do presidente da Re-
pública, mas está sujeito ao controle político exerci-
do pelo Poder Legislativo e ao controle jurisdicional,
a depender do caso concreto.
(C) Pode-se afirmar que a intervenção é um ato de natu-
reza exclusivamente política.
(D) No âmbito da intervenção nos municípios, o inter-
ventor deverá ser uma autoridade federal e atuará
em substituição ao prefeito, mas com ajuda direta do
presidente da Câmara Municipal, conforme previsto
no texto constitucional.
Direitos Humanos
Alice Rocha
17
Elenice trabalha em uma indústria siderúrgica e cons-
tantemente manipula produtos tóxicos. No último mês,
diversos funcionários ficaram doentes, e, mesmo tendo
recorrido à chefia imediata e aos donos da indústria, o
problema não foi solucionado. Após diversas tentativas
frustradas junto ao Poder Judiciário e às autoridades ad-
ministrativas, Elenice e seus colegas não conseguiram
nem mesmo assistência médica ou tratamento, sob a
alegação de que já receberiam adicional salarial para o
manuseio dos produtos.
Indignada, Elenice entra em contato com você, advoga-
do especialista em Direitos Humanos, e solicita consul-
toria sobre a possibilidade de acionar o Brasil a partir
do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais (PIDESC). Com base nessa situação hipotética
e no compromisso do Brasil frente ao PIDESC, você deve
orientar Elenice a:
(A) entrar com uma petição individual, tendo em vista a
previsão de que o Estado atue na prevenção de do-
enças profissionais e assegure assistência médica em
caso de enfermidade.
(B) não entrar com uma petição individual por falta de
previsão de que o Estado atue na prevenção de do-
enças profissionais e assegure assistência médica em
caso de enfermidade.
(C) não responsabilizar o Brasil, tendo em vista a falta de
ratificação do Estado brasileiro em relação ao PIDESC.
(D) não entrar com uma petição individual, tendo em
vista a não participação do Brasil junto ao protocolo
facultativo ao PIDESC que autorizaria tal medida de
monitoramento do Pacto.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
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Joaquim está tentando matricular seu filho com defici-
ência em uma escola pública municipal e não tem obtido
êxito sob a alegação de que não há vagas para “crian-
ças especiais” no município em questão. Inconformado
com a situação, Joaquim fez consulta junto aos órgãos
da administração pública e entrou com uma petição no
Poder Judiciário de seu estado. Sem nenhuma respos-
ta e pela demora injustificada no atendimento de seu
pedido, Joaquim procura uma ONG de defesa do direito
à educação, que, a partir do Protocolo de San Salvador,
deve aconselhá-lo a:
(A) buscar a solução exclusivamente na esfera munici-
pal, afinal é o local onde a criança tem seu domicílio.
(B) buscar a solução junto à Comissão Interamericana de
Direitos Humanos a partir da responsabilidade que o
Brasil assumiu no Protocolo de San Salvador.
(C) buscar a solução no modelo de estudo domiciliar,
visto que o Estado brasileiro não tem condições de
prover a educação adequada a seu filho.
(D) não buscar a solução junto à Comissão Interameri-
cana de Direitos Humanos, visto que, mesmo tendo
o Brasil assumido a responsabilidade a partir do Pro-
tocolo de San Salvador, o direito à educação não é
acionável.
Direito Internacional
Alice Rocha
19
Você foi convidado para ministrar uma palestra em um
evento acadêmico sobre “O poder da sanção nas fontes
do Direito Internacional Público”. Sobre essa temática,
você deve incluir a informação de que:
(A) não existem normas não obrigatórias no Direito In-
ternacional Público.
(B) todas as fontes e sanções do Direito Internacional
Público estão previstas no artigo 38 do Estatuto da
Corte Internacional de Justiça.
(C) existem normas não obrigatórias no Direito Interna-
cional Público.
(D) o Estado pode deixar de sofrer uma sanção interna-
cional caso justifique seu comportamento em regras
constitucionais internas.
20
Nicole, brasileira e domiciliada no Rio de Janeiro – Bra-
sil, e Rafael, português e domiciliado em Lisboa – Portu-
gal, assinaram um contrato de prestação de serviços na
ocasião de uma feira de negócios em Lisboa. O contrato
prevê uma cláusula de foro exclusivo em Lisboa, cidade
onde o serviço será prestado.
Inconformada com a má qualidade do serviço prestado,
Nicole aciona a justiça brasileira solicitando a anulação
do instrumento contratual e a devolução do valor pago.
Com base nas normas de Direito Internacional Privado
e no Código de Processo Civil brasileiro, no caso hipo-
tético apresentado,
(A) não compete à autoridade judiciária brasileira o pro-
cessamento e o julgamento da ação, tendo em vista
a cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro.
(B) compete à autoridade judiciária brasileira o proces-
samento e o julgamento da ação, tendo em vista o
domicílio de Nicole.
(C) não compete à autoridade judiciária brasileira o pro-
cessamento e o julgamento da ação, tendo em vista
a necessidade de seguir o foro do local da prestação
do serviço.
(D) não compete à autoridade judiciária brasileira o pro-
cessamento e o julgamento da ação, tendo em vista o
local da celebração do contrato entre Nicole e Rafael.
Direito Tributário
Maria Christina
21
João, grande estudioso da área tributária, contratou
você para uma consulta jurídica acerca da possibilida-
de de instituição de alíquotas progressivas dentro dos
tributos previstos em nosso sistema tributário nacional.
Diante dos fatos, assinale a opção correta.
(A) O ITBI poderá ter alíquotas progressivas.
(B) O IPTU terá alíquota progressiva tão somente pelo
descumprimento da função social.
(C) O IPVA poderá ter alíquota progressiva pelo cumpri-
mento da função social.
(D) O ITCMD poderá ter alíquotas progressivas com base
no princípio da capacidade econômica.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
22
Sobre as limitações ao poder de tributar do Estado estão
previstas as regras de competência, imunidade e os prin-
cípios. Diante dos fatos, assinale a opção correta.
(A) Não incidirá ITCMD nas doações realizadas ao Poder
Executivo da União, dos estados, dos municípios e do
DF para projetos ligados ao meio ambiente ou insti-
tuições de ensino superior.
(B) Não incidirá ITCMD nas transmissões e doações reali-
zadas tão somente para as instituições de assistência
social, não abarcando os templos de qualquer culto.
(C) A imunidade recíproca concedida aos entes federati-
vos se aplica a empresa de Correios e telégrafos.
(D) Os entes federativos não possuem imunidade impos-
to sobre operações financeiras.
23
João, domiciliado no Acre, resolveu doar uma casa lo-
calizada em Tocantins para sua filha Maria, e um carro
localizado no DF para seu filho João. Sobre o local de
pagamento do imposto de transmissão causa mortis e
doação, assinale a opção correta.
(A) O ITCMD do carro localizado no DF será devido para
o estado do Acre.
(B) O ITCMD do carro localizado no DF será devido
para o DF.
(C) O ITCMD da casa localizada em Tocantins será devido
para o estado do Acre.
(D) O ITCMD do carro e da casa serão devidos para o es-
tado de Tocantins.
24
João, domiciliado em Cabo Frio, estado do Rio de Janei-
ro, faleceu em janeiro de 2024, tendo sido ajuizado o in-
ventário no estado da Bahia. João deixou como herança
uma casa localizada no Espírito Santo e um carro localiza-
do no Ceará. Diante dos fatos, assinale a opção correta.
(A) O ITCMD do carro localizado no Ceará será devido
para o estado do RJ.
(B) O ITCMD do carro localizado no Ceará será devido
para o Ceará.
(C) O ITCMD da casa localizada no Espírito Santos será
devido para o estado do Rio de Janeiro.
(D) O ITCMD do carro e da casa serão devidos para o es-
tado do Rio de Janeiro.
25
O Estado do Mato Grosso do Sul editou lei ordinária es-
tadual para modificar o prazo de prescrição de 5 para 10
anos. Diante dos fatos, assinale a opção correta.
(A) O prazo de prescrição poderá ser modificado por lei.
(B) O prazo de prescrição somente poderá ser modifica-
do por lei federal.
(C) O prazo de prescrição somente poderá ser modifica-
do por lei complementar federal.
(D) O prazo de prescrição somente poderá ser modifica-
do por lei complementar estadual.
Direito Administrativo
Gustavo Brígido
26
João, servidor público municipal, foi demitido em face
de processo administrativo disciplinar, mas alega que a
sanção aplicada foi manifestamente desproporcional.
João procurou você, na qualidade de advogado especia-
lista em defesas disciplinares, para saber a possibilidade
de reintegração ao cargo por invalidação judicial de sua
demissão. Nos termos de recente entendimento do STJ,
deve-se afirmar corretamente que
(A) o controle jurisdicional do processo administrativo
disciplinar restringe-se ao exame da regularidade
do procedimento e da legalidade do ato, à luz dos
princípios do contraditório, da ampla defesa e do de-
vido processo legal, não sendo possível incursão no
mérito administrativo, ressalvadas as hipóteses de
flagrante ilegalidade, teratologia ou manifesta des-
proporcionalidade da sanção aplicada.
(B) o controle jurisdicional do processo administrativo dis-
ciplinar restringe-se ao exame da regularidade do pro-
cedimento e da legalidade do ato, à luz dos princípios
do contraditório, da ampla defesa e do devido proces-
so legal, não sendo possível incursão no mérito admi-
nistrativo, sem que se admitam quaisquer exceções.
(C) o controle jurisdicional do processo administrativo
disciplinar pode ser, em regra, exercido pelo Poder
Judiciário, independentemente de ingerência no mé-
rito administrativo.
(D) o controle jurisdicional do processo administrativo
disciplinar restringe-se ao exame da regularidade do
procedimento e da legalidade do ato, à luz dos prin-
cípios do contraditório, da ampla defesa e do devido
processo legal, independentemente de incursão no
mérito administrativo.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
27
Maria foi aprovada em seleção pública para professora
temporária do município Beta. Dois meses depois do iní-
cio de seu contrato, ficou sabendo que estava grávida.
Preocupada com sua condição, Maria procurou você, na
condição de advogado especialista em Direito Adminis-
trativo, para saber de seus direitos. A informação correta
a ser dada a Maria deve ser no sentido de que
(A) a trabalhadora gestante tem direito ao gozo de licen-
ça maternidade, mas não tem direito à estabilidade
provisória, independentemente do regime jurídico
aplicado, se contratual ou administrativo, ainda que
ocupe cargo em comissão ou seja contratada por
tempo determinado.
(B) a trabalhadora gestante tem direito ao gozo de licença
maternidade e à estabilidade provisória, independen-
temente do regime jurídico aplicado, se contratual ou
administrativo, ainda que ocupe cargo em comissão
ou seja contratada por tempo determinado.
(C) a trabalhadora gestante não tem direito ao gozo de
licença maternidade nem à estabilidade provisória, in-
dependentemente do regime jurídico aplicado, se con-
tratual ou administrativo, ainda que ocupe cargo em
comissão ou seja contratada por tempo determinado.
(D) a trabalhadora gestante não tem direito ao gozo de
licença maternidade, mas tem direito à estabilidade
provisória, independentemente do regime jurídico
aplicado, se contratual ou administrativo, ainda que
ocupe cargo em comissão ou seja contratada por
tempo determinado.
28
João foi aprovado em recente concurso público para o
cargo de técnico judiciário do Tribunal Regional Eleitoral
do estado Beta. João está com seus direitos políticos sus-
pensos em razão de condenação criminal transitada em
julgado. João procurou você, na qualidade de advoga-
do especialista em Direito Administrativo, para saber da
possibilidade de assumir o cargo público nas condições
em que se encontra. A informação correta a ser dada a
João deve ser no sentido de que
(A) a suspensão dos direitos políticos não impede a no-
meação e a posse de candidato aprovado em con-
curso público, desde que não incompatível com a
infração penal praticada, em respeito aos princípios
da dignidade da pessoa humana e do valor social do
trabalho e do dever do Estado em proporcionar as
condições necessárias para a harmônica integração
social do condenado.
(B) A suspensão dos direitos políticos impede a nome-
ação e a posse de candidato aprovado em concurso
público, em respeito aos princípios da dignidade da
pessoa humana e do valor social do trabalho e do
dever do Estado em proporcionar as condições ne-
cessárias para harmônica integração social do con-
denado, objetivo principal da execução penal.
(C) A suspensão dos direitos políticos não impede a no-
meação e a posse de candidato aprovado em concur-
so público, independentemente do regime de cum-
primento da pena aplicada.
(D) A suspensão dos direitos políticos prevista não impe-
de a nomeação e a posse de candidato aprovado em
concurso público, independentemente da decisão
judicial do Juízo de Execuções.
29
João foi eleito prefeito do município Beta e logo mani-
festou preocupação com o rigor da Lei de Improbidade
Administrativa. João o procurou, na qualidade de advo-
gado especialista em processo administrativo, para sa-
ber se o cargo de prefeito está sujeito ao rigor da Lei de
Improbidade Administrativa. A informação correta a ser
dada a João deve ser no sentido de que
(A) os agentes políticos municipais não se submetem aos
ditames da Lei de Improbidade Administrativa, mas
se submetem à responsabilização política e criminal.
(B) os agentes políticos municipais se submetem aos di-
tames da Lei de Improbidade Administrativa, mas não
se submetem à responsabilização política e criminal.
(C) os agentes políticos municipais se submetem aos
ditames da Lei de Improbidade Administrativa, sem
prejuízo da responsabilização política e criminal.
(D) os agentes políticos municipais se submetem aos di-
tames da Lei de Improbidade Administrativa, desde
que tenham praticado ato doloso ou culposo.
30
João foi torturado por agentes públicos federais, duran-
te os anos de chumbo, no contexto da década de 1970.
João o procurou, na qualidade de advogado especialista
em Direito Administrativo, para saber da possibilidade
de responsabilização do Estado brasileiro. A informação
correta a ser dada a João deve ser no sentido de que
(A) a imprescritibilidade não se aplica às ações em que se
pretende a responsabilização direta do agente público
que praticou ato de tortura durante o regime militar.
(B) a imprescritibilidade se aplica às ações em que se pre-
tende a responsabilização direta do agente público
que praticou ato de tortura durante o regime militar.
(C) a imprescritibilidade não se aplica às ações em que se
pretende a responsabilização indireta do agente públi-
co que praticou ato de tortura durante o regime militar.
(D) a imprescritibilidade não se aplica às ações em que
se pretende a responsabilização direta do agente pú-
blico que praticou ato de tortura durante o regime
militar, desde que se demonstre por vídeo a veraci-
dade dos fatos.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
Direito Ambiental
Nilton Coutinho
31
Antônio, prefeito municipal, pretende que o município
adquira um imóvel urbano objeto de alienação onerosa
entre particulares para execução de programas e proje-
tos habitacionais de interesse social.
Para tanto, foi aprovada uma lei municipal, baseada no
plano diretor, delimitando as áreas em relação às quais
incidirá tal direito de aquisição.
Tal lei estabeleceu como prazo de vigência o período de
cinco anos.
Considerando a situação hipotética acima apresentada,
é correto afirmar que o município pretende utilizar o se-
guinte instrumento previsto no Estatuto da Cidade:
(A) desapropriação sancionatória urbanística.
(B) tombamento de imóveis.
(C) direito de preempção.
(D) direito de superfície.
32
Um agente público municipal, em atuação regular de
fiscalização, dirigiu-se a uma área de disposição final de
resíduos ou rejeitos.
Com base na Lei n. 12.305/2010, é correto afirmar que
(A) a utilização de rejeitos existente em tal área como
alimentação é prática proibida.
(B) a catação em tal área, com o objetivo da eliminação
e recuperação de lixões, associada à inclusão social e
à emancipação econômica de catadores de materiais
reutilizáveis e recicláveis, é uma atividade proibida.
(C) a criação de animais domésticos é uma atividade
permitida na referida área, desde que respeitados os
direitos do proprietário da área.
(D) a fixação de habitações temporárias é permitida. A
fixação de habitações permanentes é proibida.
Direito Civil
Roberta Queiroz
33
Analgesina Costa Pinto tinha uma dívida, contraída em
2005, com uma empresa de telefonia celular. Em 2014,
a companhia de telefonia cedeu esse crédito para a Ta-
calhepau Créditos Ltda, uma empresa de factoring es-
pecializada em comprar créditos de outras pessoas ju-
rídicas para tentar recebê-los. Em 2015, a Tacalhepau
começou a realizar ligações para Analgesina, exigindo o
pagamento da dívida, cujo vencimento original foi em
23/02/2005. Considerando o caso narrado, marque al-
ternativa correta.
(A) A dívida prescreve em 20 anos, portanto poderá
ser cobrada.
(B) A cessão do crédito por parte do credor gera a inter-
rupção da prescrição.
(C) Apesar de prescrita dívida, não há impedimento para
que ocorra ligação de cobrança, posto que o devedor
tem o direito de renunciar a prescrição.
(D) Com a incidência da prescrição, não pode haver co-
brança extrajudicial.
34
Bananéia Oliveira de Deus é credora de Uósteles Filho
no valor de R$ 800.000,00 a título de mútuo. Uósteles
Filho não efetuou o pagamento, de modo que Bananéia
ajuizou ação de cobrança requerendo a condenação da
quantia. Durante o processo, Uósteles transferiu seu
único imóvel residencial para seu filho Valdir, como for-
ma de evitar a penhora de seu imóvel. Considerando o
caso narrado, marque alternativa correta.
(A) Bananéia poderá alegar fraude à execução para pe-
nhorar o imóvel.
(B) Bananéia poderá alegar fraude contra credores para
penhorar o imóvel.
(C) O ato de transferência do imóvel pouco importa para
o caso, permanece sendo impenhorável.
(D) O contrato de mútuo é causa de exceção à impenho-
rabilidade do bem de família do devedor.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
35
Dona Tide faleceu e deixou duas herdeiras: suas filhas
Brizabela e Bronzibel. Brizabela possui 4 anos de ida-
de e se encontra sob o poder familiar do genitor Caius
Marcius, com quem Dona Tide foi casada, mas já tinha
se divorciado. Bronzibel, por sua vez, já é maior de 18
anos. No testamento, Dona Tide deixou consignado que
a herdeira mais velha (Bronzibel) ficaria nomeada como
curadora especial dos bens deixados para a herdeira mais
nova (Brizabela), incumbindo-lhe administrar, até a maio-
ridade, a parte disponível da herança que lhe foi atribuí-
da. Considerando o caso, marque alternativa correta.
(A) A disposição de nomeação de curadora para os bens
da filha menor é ineficaz, posto que o genitor é quem
deve administrar-lhe os bens.
(B) A disposição de nomeação de curadora para os bens
da filha menor é anulável, posto que o genitor é
quem deve administrar-lhe os bens.
(C) A disposição de nomeação de curadora para os bens
da filha menor é válida.
(D) A disposição de nomeação de curadora para os bens
da filha menor é nula, posto que o genitor é quem
deve administrar-lhe os bens.
36
Benemérita do Rêgo ofereceu a Antônio Querido Fra-
casso um celular de última geração, no valor de R$
2.500,00. Mediante contrato verbal, Antônio fez o pa-
gamento à vista, sob a convenção de que o celular seria
entregue no dia seguinte, dia 20/05. Ocorre que, ainda
no dia 19/05, Benemérita ofereceu o mesmo aparelho
para Carabino Tiro Certo, que, por sua vez, pagou o valor
também à vista, sendo que o referido bem fora imedia-
tamente entregue a ele. No dia seguinte, 20/05, Antônio
entra em contato com Benemérita para recebimento do
celular e é informado de que este fora entregue a Cara-
bino após a venda. Diante dos fatos narrados, marque a
alternativa correta.
(A) Antônio, coitado, poderá ajuizar ação reivindicatória
em face de Carabino, posto que é o verdadeiro pro-
prietário do bem.
(B) Antônio, coitado, poderá ajuizar ação possessória,
basicamente reintegração de posse, para ter a posse
do bem que adquiriu.
(C) Uma prova meramente testemunhal não poderia ser-
vir como prova em juízo para comprovar a existência
do negócio jurídico entre Benemérita e Antônio.
(D) A propriedade do bem é de Carabino.
37
Rogério se cansou da vida de professor de Direito do
Trabalho e resolveu viver da própria arte, andando pelas
praias nordestinas e vendendo pulseiras e colares feitos
com capim. Para tanto, na calada da noite do dia 20 de
maio de 2021, desapareceu sem deixar notícias, deixou
apenas algumas aulas gravadas no canal do Gran OAB no
Youtube. Lorraine, grande amiga de Rogério, sem saber
como ajudar a família (pais e irmãos), não tendo encon-
trado nenhuma notícia de Rogério, decide procurar aju-
da consultando advogada para tal. Considerando o caso
narrado, marque a alternativa correta.
(A) Rogério pode ser declarado morto, após reconhecimen-
to de sua ausência, caso não regresse ao seu domicílio.
(B) Em caso de sucessão provisória dos bens deixados
por Rogério, seus familiares deverão capitalizar me-
tade dos frutos e rendimentos oriundos desses bens
até a declaração de morte.
(C) Não haverá incidência de imposto de transmissão na
sucessão provisória, diante da não certeza da morte
da pessoa.
(D) Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausên-
cia foi voluntária e injustificada, perderá ele, em fa-
vor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
38
Alberto Santíssimo Sacramento tem duas filhas menores
impúberes com Celene – Cibelessol e Cibelelua. O casal
estava divorciado há 5 anos, e a guarda das menores es-
tava concedida à genitora. O pai, Alberto, foi compeli-
do a pagar alimentos no valor de dois salários mínimos
para as filhas. Ocorre que, há pouco mais de seis meses,
Alberto foi preso por estelionato. Já em restrição de li-
berdade, deixou de pagar os alimentos devidos e agora
está sendo executado pelo rito da prisão no valor dos
alimentos atrasados. Considerando o caso narrado, mar-
que alternativa correta.
(A) Diante da impossibilidade de o genitor arcar com o
valor dos alimentos, essa quantia deverá ser supor-
tada pelos avós paternos.
(B) Alberto não pode ser compelido a arcar com os ali-
mentos, pois está privado de sua liberdade.
(C) Alberto poderá sofrer a execução de alimentos normal-
mente, pois a prisão não impede a obrigação alimentar.
(D) Alberto poderá ajuizar ação de exoneração de ali-
mentos sob o fundamento da ausência de emprego
e, como consequência, deixar de pagar a verba ali-
mentar após exercício do contraditório.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º

ECA Direito do Consumidor

Patrícia Dreyer Patrícia Dreyer

39 41
Vitória, com 24 anos de idade, é casada com Ernesto, Raquel estava completamente endividada, e fez várias
quatro anos mais velho que ela, há seis anos. Depois de operações de crédito e compras parceladas, que se
alguns anos tentando, sem sucesso, engravidar, decide tornaram impagáveis, atingindo, inclusive, seu mínimo
juntamente com seu companheiro adotar uma criança. existencial. Após deixar de pagar todas as suas dívidas,
Durante uma visita a uma instituição, conhece Marina, Raquel teve o seu nome inscrito em órgãos de proteção
com 10 anos de idade. Encantados pela criança, que cor- ao crédito, em razão da sua inadimplência. Ao tomar
responde ao carinho dado pelo casal, inicia-se o proces- conhecimento da publicidade da instituição financeira
so de adoção. XPTO, que informava que poderia contratar nova ope-
Entretanto, no curso do procedimento de adoção, o ca- ração de crédito sem consulta a serviços de proteção ao
sal se separa, mas mantém o propósito de prosseguir crédito, como SPC ou SERASA, e sem avaliação da sua si-
com a adoção conjunta. Você é procurado(a) por Vitó- tuação financeira, Raquel fez novo empréstimo no valor
ria, na qualidade de advogado(a), e responde, acertada- de R$ 100.000,00 (cem mil reais), com o claro intuito de
mente, que: não pagar, já que não tem bens penhoráveis para tanto.
(A) o adotante deve contar com, no mínimo, 21 anos de Depois disso, Raquel procura você, como advogado(a),
idade, na data do pedido, devendo haver, entre adotan- para promover um processo judicial com fundamento
te e adotado, no mínimo, dezesseis anos de diferença. no denominado superendividamento. Tendo em vista a
(B) não se exige para adoção conjunta que os adotantes disciplina legal do superendividamento, pode-se corre-
sejam casados civilmente ou que mantenham união tamente afirmar que
estável, bastando que se comprove ao menos um (A) o plano judicial compulsório poderá resultar em des-
vínculo afetivo. contos de até 30% do valor principal, corrigido mo-
(C) a habilitação à adoção deverá ser renovada no mí- netariamente, para pagamento em até 2 (dois) anos
nimo trienalmente mediante avaliação por equipe pelo devedor superendividado.
interprofissional. (B) é vedado, na oferta de crédito ao consumidor, indicar
(D) o prazo máximo para conclusão da habilitação à ado- que a operação de crédito poderá ser concluída sem
ção será de 180 (cento e oitenta) dias, prorrogável
consulta a serviços de proteção ao crédito ou sem
por igual período, mediante decisão fundamentada
avaliação da situação financeira do consumidor.
da autoridade judiciária.
(C) se entende por superendividamento a impossibilida-
de manifesta do consumidor pessoa natural ou jurí-
40
dica, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de
João, adolescente de 15 anos, pratica ato infracional
consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer
análogo a roubo, sendo-lhe aplicada a medida socio-
seu mínimo existencial.
educativa de semiliberdade, pelo prazo inicial de doze
(D) Raquel poderá apresentar plano de pagamento, com
meses. Decorridos seis meses de cumprimento da me-
prazo máximo de 5 anos, que pode abranger, inclu-
dida, no Plano Individual de Atendimento (PIA), a equi-
sive, o empréstimo de R$100.000,00 (cem mil reais)
pe técnica da unidade sugere que João realize curso
tomado da instituição financeira.
profissionalizante ofertado por entidade não governa-
mental existente no município. Todavia, o pedido foi in-
deferido pelo juízo, que veda a realização de quaisquer
atividades externas pelo adolescente. Considerando o
disposto na Lei n. 8.069/1990 (ECA) acerca da medida
socioeducativa de semiliberdade, é correto afirmar que:
(A) comporta prazo determinado, porém não pode ser
aplicada por período excedente a seis meses.
(B) comporta prazo determinado, sendo obrigatórias es-
colarização e a profissionalização do adolescente.
(C) não comporta prazo determinado, estando veda-
da a sua aplicação como forma de transição para o
meio aberto.
(D) não comporta prazo determinado, sendo possibilita-
da a realização de atividades externas, independen-
temente de autorização judicial.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º

42
A empresa Energia Positiva, concessionária responsável
pelo fornecimento de luz no Rio de Janeiro, por falta de
manutenção, fez a cidade de Búzios ficar uma sema-
na sem tal serviço, dado um curto-circuito e falhas em
transformadores e equipamentos de transmissão da
região que levaram à interrupção do fornecimento de
energia. Nesse caso, é correto afirmar que:
(A) não se aplica a legislação consumerista, tendo em
vista se tratar de um serviço de natureza universal, e
não singular.
(B) mesmo em se tratando de serviço essencial, a con-
cessionária pode suspender o serviço, pois o caso é
de força maior.
(C) pode ser promovida ação civil pública para discutir
tais prejuízos, pela afronta a um direito exclusiva-
mente individual homogêneo.
(D) a legislação consumerista se aplica ao caso, pois servi-
ços públicos podem ser objeto da relação de consumo.
Direito Empresarial
Renato Borelli
43
Quanto ao contrato de agência, regulamentado pelo Có-
digo Civil, é correto afirmar que:
(A) se aplicam ao contrato de agência, no que couberem,
as regras concernentes à empreitada e à corretagem.
(B) salvo estipulação contrária, todas as despesas com a
agência correm a cargo do proponente.
(C) salvo ajuste das partes, o agente terá direito à re-
muneração correspondente aos negócios concluídos
dentro de sua zona, ainda que sem a sua interferência.
(D) salvo ajuste das partes, o proponente pode consti-
tuir, ao mesmo tempo, mais de um agente, na mes-
ma zona, com idêntica incumbência.
45
Renato, empresário do ramo de móveis, alienou seu es-
tabelecimento para Joaquim, que ali deu continuidade à
exploração da mesma atividade. No contrato de trespas-
se, foram regularmente contabilizadas todas as dívidas
relativas ao estabelecimento, algumas delas já vencidas
e outras por vencer. Nesse caso, Renato
(A) não responde pelas dívidas do estabelecimento, ain-
da que anteriores à sua transferência.
(B) responde com exclusividade por todas as dívidas do
estabelecimento anteriores à sua transferência.
(C) responde com exclusividade apenas pelas dívidas já ven-
cidas por ocasião da transferência do estabelecimento.
(D) responde solidariamente com Joaquim, durante de-
terminado prazo, por todas as dívidas anteriores à
transferência do estabelecimento.
46
Sabe-se que o Código Civil de 2002 adotou a Teoria da
Empresa como regência para o Direito Empresarial,
substituindo a ultrapassada doutrina dos Atos de Co-
mércio. Consoante o Código Civil, equipara-se à condi-
ção de pessoa empresária
(A) um grupo de pessoas que pretenda constituir uma
cooperativa para intermediar a venda de produtos
fabricados em determinada comunidade.
(B) um casal que resolva criar um instituto exclusiva-
mente para difundir informações sobre determinada
causa social.
(C) um empresário rural cuja principal atividade seja a
agricultura e que esteja devidamente inscrito no Re-
gistro Público de Empresas Mercantis.
(D) um artista plástico famoso que angarie grandes valores
com a venda de obras plásticas por ele confeccionadas.

44
Caso Nilson e Gustavo tenham realizado a mesma inven-
ção de forma independente,
(A) qualquer um deles poderá requerer a patente, me-
diante nomeação e qualificação do outro.
(B) aquele que comprovar a data de invenção mais antiga
terá direito ao privilégio temporário para a utilização.
(C) aquele que primeiro obtiver o registro usufruirá do
privilégio temporário para a utilização da invenção.
(D) aquele que provar o depósito mais antigo terá direito
a obter a patente.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
Direito Processual Civil
Raquel Bueno
47
Laureano celebrou um contrato de prestação de serviços
com Eurico, assinado por duas testemunhas. O objeto
do contrato era a pintura de dois cômodos da casa de
praia de Laureano. O pagamento foi feito de maneira an-
tecipada, porém o serviço não foi cumprido por Eurico.
Inconformado, Laureano tentou resolver a ação amiga-
velmente, mas Eurico estabeleceu novos prazos e pas-
sou a não responder mais as mensagens de Whatsapp,
bem como parou de atender as ligações. A partir dessa
realidade, assinale a opção correta.
(A) A única opção de Laureano é promover a execução
autônoma de seu título executivo extrajudicial.
(B) Laureano pode promover a execução de seu título,
e requerer a fixação de um prazo para cumprimen-
to da obrigação, sob pena de multa diária, multa
essa que só pode ser aplicada pelo magistrado me-
diante requerimento.
(C) Nesse caso o julgador não pode se valer de medidas
executivas atípicas para compelir o devedor a cum-
prir a obrigação, por ausência de previsão normativa.
(D) Laureano pode exigir que a obrigação seja cumprida
por um terceiro, uma vez que a obrigação de fazer
não é personalíssima, às expensas do devedor.
48
Leandro ajuizou uma ação rescisória em face de Ma-
riane, a fim de desconstituir uma sentença de mérito
condenatória e já transitada em julgado há dois anos e
meio. O fundamento da referida ação é a existência de
prova nova, desconhecida por Leandro quando estava
em curso o processo de origem, capaz de reverter com-
pletamente o resultado do julgamento. Ressalte-se que
Leandro descobriu a existência da prova há dois meses.
Além disso, ainda está em curso o cumprimento de sen-
tença promovido por Mariane. Nesse cenário, assinale a
opção correta.
(A) Nessa ação, Mariane será citada e terá quinze dias
para apresentar contestação.
(B) O advogado de Mariane poderá alegar a decadência
do direito do autor, em sede de contestação.
(C) O advogado de Leandro pode requerer uma tute-
la provisória de natureza cautelar, a fim de obter o
efeito suspensivo do cumprimento de sentença até
julgamento final da ação rescisória.
(D) Quando do julgamento da ação rescisória, se o re-
sultado for não unânime, deverá ser aplicada pelo
tribunal a técnica de ampliação do colegiado.
49
Dora celebrou um contrato com Cecília. Na data com-
binada, Cecília deveria entregar, na casa de Dora, a pin-
tura de um retrato de família que fora encomendada.
Na data estabelecida, Cecília foi entregar a obra de arte,
mas não encontrou ninguém no endereço indicado no
contrato. Após tentar por mais duas vezes, sem êxito,
Cecília te procura, como advogado(a), a fim de que seja
tomada uma medida capaz de liberar a devedora des-
se vínculo obrigacional, haja vista que Cecília recebera
sua remuneração antecipada. Com base nessas informa-
ções, assinale a opção correta.
(A) Nesse caso caberia o depósito extrajudicial do bem
em agência bancária.
(B) Seria cabível a ação de consignação em pagamento,
com a possibilidade de citação da ré por edital.
(C) Seria cabível a ação de depósito, que é um procedi-
mento especial de jurisdição contenciosa, previsto
no CPC vigente.
(D) Seria cabível a ação de consignação em pagamento,
concedendo o juiz o prazo de quarenta e oito horas
para consignação da obra de arte em depósito judicial.
50
Durante o trâmite de um processo entre Amália e Sér-
gio, ambos patrocinados por seus respectivos advoga-
dos, Dra. Vera e Dr. Rui, foi designada audiência de ins-
trução e julgamento. Todavia, a publicação, ocorrida no
Diário de Justiça Eletrônico, constou o número da OAB
do advogado de Sérgio de maneira equivocada. Dessa
forma, no dia da audiência, somente Amália e sua advo-
gada compareceram, com a consequente conclusão do
feito para sentença. A partir desta situação, assinale a
opção correta.
(A) Nesse caso, a numeração errada da OAB do advoga-
do na publicação invalida todo o processo.
(B) Nesse caso, a numeração errada da OAB do advoga-
do na publicação implica sua nulidade, exigindo-se
nova publicação e a repetição da audiência.
(C) O erro apenas na numeração da OAB não compro-
mete a validade da intimação.
(D) O erro na numeração da OAB do advogado na pu-
blicação só gera nulidade se ele tiver feito pedido
expresso para que as comunicações dos atos proces-
suais sejam feitas em nome dele.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
51
Guilherme promoveu uma ação indenizatória em face de
Marcelo. Durante o curso do procedimento comum, Gui-
lherme requereu a exibição de um documento impres-
cindível para a resolução do litígio, que estava em po-
der de Marcelo. Ato contínuo, o juiz intimou o réu para
manifestação acerca do referido pedido formulado pelo
autor. A partir dessa realidade, assinale a opção correta.
(A) Nesse caso, Marcelo teria quinze dias para se mani-
festar sobre o pedido de exibição de Guilherme.
(B) Nesse incidente de exibição, não se admite a utiliza-
ção de medidas coercitivas como a multa diária.
(C) Caso o réu não apresente resposta e não exiba o do-
cumento, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos
que o autor pretendia provar por meio do documen-
to buscado.
(D) Se o documento estiver em poder de um terceiro e
este, sem justo motivo, recusar-se à exibição, tam-
bém haverá presunção de veracidade fática em favor
do autor.
52
Osvaldo promoveu a execução de um título executivo
extrajudicial em face de Tatiana. Ao ser citada, Tatiana
não efetuou o pagamento da dívida no prazo legal, mas
ofereceu resistência, alegando excesso de execução e in-
dicando o valor que entendia devido. Tatiana também
requereu a concessão de efeito suspensivo à execução,
oferecendo um imóvel de sua titularidade como caução.
Ocorre que o referido efeito não foi concedido. Incon-
formada, Tatiana deseja impugnar essa decisão. Assim,
assinale a opção correta.
(A) A defesa apresentada por Tatiana foi uma impugna-
ção incidental.
(B) Nesse caso, por não se tratar de execução provisória,
a caução era dispensável.
(C) Tatiana poderá interpor recurso de apelação, sem
efeito suspensivo.
(D) A hipótese desafia o recurso de agravo de instrumento.
Direito Penal
Michelle Tonon
53
Luan conheceu Eduardo no campo de futebol do bair-
ro e ofereceu a ele a quantia de R$ 2.000,00 (dois mil
reais) para que transportasse até um município vizinho,
no mesmo estado, três quilos de maconha. Por estar de-
sempregado, Eduardo aceitou a proposta e, pilotando
uma moto, com a droga em uma mochila, levou-a até
o endereço fornecido por Luan. Lá chegando, Eduar-
do foi preso em flagrante por policiais civis que já es-
tavam investigando Luan e seus comparsas. Acerca da
situação hipotética, considerando as previsões da Lei n.
11.343/2006 e a jurisprudência dos Tribunais Superio-
res, assinale a alternativa correta.
(A) Luan e Eduardo poderão ser condenados pelo crime
de associação para o tráfico de drogas, previsto no
art. 35 da Lei n. 11.343/2006.
(B) O crime de associação para o tráfico de drogas é
equiparado a hediondo e, por isso, Eduardo não po-
derá responder ao processo em liberdade.
(C) Considerando que Eduardo transportou a droga para
um município diferente daquele em que recebeu a
droga de Luan, incidirá em sua condenação uma cau-
sa de aumento de pena.
(D) Eduardo não poderá ser condenado por associação
para o tráfico de drogas, vez que não mantinha com
Luan um vínculo estável e permanente para a prática
do tráfico de substâncias entorpecentes.
54
Walter é funcionário de um hospital e tem acesso ao es-
toque de medicamentos. Determinado dia, ingressa de
forma clandestina no quarto onde Lúcia, 28 anos, esta-
va internada em razão de uma cirurgia de apendicite. A
pretexto de ministrar um medicamento para o controle
da dor em Lúcia, Walter injeta uma dose muito elevada,
que faz com que a paciente perca totalmente os senti-
dos, adormecendo profundamente. Aproveitando-se
dessa circunstância, Walter pratica com Lúcia conjunção
carnal. Considerando a situação hipotética narrada, assi-
nale a alternativa correta.
(A) Walter praticou o crime de estupro, previsto no art.
213 do Código Penal, considerando a idade da vítima.
(B) Walter praticou o crime de violação sexual mediante
fraude, previsto no art. 215 do Código Penal, vez que
agiu de forma fraudulenta para obter a satisfação da
própria lascívia.
(C) Walter praticou o crime de estupro de vulnerável,
previsto no art. 217-A, § 1º, do Código Penal, já que
Lúcia estava completamente desacordada e não po-
dia oferecer resistência ao ato sexual.
(D) Para que Walter seja processado criminalmente, será
necessária a representação de Lúcia, considerando
se tratar de crime contra a dignidade sexual de pes-
soa maior de 14 anos.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
55
Vinícius deseja matar Márcio, antigo desafeto. Porém,
não dispõe de arma de fogo. Determinado dia, Vinícius
vai até a casa de seu vizinho Fernando e vê um revólver
na estante. De forma sorrateira, Vinícius pega a arma,
sem nada dizer a Fernando, e sai à procura de Márcio,
para concretizar o intento homicida. Depois de algumas
horas, Vinícius encontra Márcio em um bar, sentado em
uma mesa, jogando baralho, efetua cinco disparos pelas
costas da vítima e sai correndo em seguida, acreditando
ter matado Márcio. Porém, no dia seguinte, o comen-
tário no bairro era de que Márcio era uma pessoa de
sorte, pois o atirador usou um revólver com munições
de festim, que só assustaram a todos com o barulho e
nenhum ferimento provocaram. Sobre a situação hipo-
tética narrada, assinale a alternativa correta.
(A) Vinícius poderá ser responsabilizado por tentativa de
homicídio, considerando que o resultado morte não
se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade.
(B) Vinícius não poderá ser responsabilizado por tentati-
va de homicídio, considerando a absoluta ineficácia
do meio para a consumação do crime, tratando-se de
hipótese de crime impossível.
(C) Vinícius não poderá ser responsabilizado por tenta-
tiva de homicídio, considerando a absoluta impro-
priedade do objeto para a consumação do crime,
tratando-se de hipótese de tentativa inacabada.
(D) Vinícius não poderá ser responsabilizado por tenta-
tiva de homicídio, já que desconhecia que as muni-
ções eram de festim e, assim sendo, sua conduta não
é culpável.
56
Lucas está sendo processado pela prática de crime de
roubo majorado pelo emprego de arma branca, pra-
ticado em 28 de agosto de 2023. Após a audiência de
instrução e julgamento e antes da prolação da senten-
ça condenatória, em 21 de novembro de 2023, entra
em vigor nova lei penal, estabelecendo patamares de
pena em abstrato mais elevados para o crime de roubo.
Preocupado com sua situação, Lucas consulta você, na
qualidade de advogado. A correta orientação jurídica ao
cliente é:
(A) A nova lei penal, por ser mais grave, não poderá ser
aplicada a Lucas. Será aplicada ao caso a lei vigente
em 28 de agosto de 2023.
(B) A nova lei penal poderá ser aplicada a Lucas, consi-
derando a vigência anterior à prolação da sentença
condenatória de primeiro grau.
(C) A nova lei penal poderá ser aplicada a Lucas, consideran-
do que a condenação ainda não transitou em julgado.
(D) A nova lei penal poderá ser aplicada a Lucas, inde-
pendentemente de ser mais gravosa ou não, diante
do princípio do tempus regit actum.
57
Cláudia conviveu maritalmente com Gregório por 15
anos. Após muitas discussões, decidiram se divorciar.
Depois de alguns meses do divórcio, Cláudia começou
a namorar Roberto. Em razão de ciúmes da ex-esposa,
Gregório passou a ligar e mandar mensagens insisten-
temente para Cláudia, para saber sobre o novo namo-
rado, bem como proibiu os filhos menores do casal de
frequentarem a casa da mãe enquanto o namorado lá
estivesse. Além disso, passou a ofender a honra de Cláu-
dia, com xingamentos, afirmando que foi traído durante
o casamento. Diante de tais comportamentos, Cláudia
se dirigiu à Delegacia de Polícia e fez requerimento de
medidas protetivas de urgência, com fundamento na Lei
Maria da Penha. Acerca da situação hipotética narrada,
assinale a alternativa correta.
(A) Cláudia somente poderá requerer as medidas prote-
tivas de urgência caso a autoridade policial instaure
inquérito para apurar as condutas de Gregório.
(B) A autoridade policial poderá, de imediato, conceder
as medidas protetivas requeridas por Cláudia, consi-
derando que a Lei Maria da Penha não exige decisão
judicial quando presentes o risco à integridade física
ou psicológica da vítima.
(C) Para requerer as medidas protetivas de urgência, Cláu-
dia necessariamente deverá contratar um advogado e
outorgar uma procuração com poderes específicos.
(D) As medidas protetivas de urgência poderão ser con-
cedidas pelo juízo competente ainda que não haja
uma investigação formal em trâmite contra Gregório.
58
Marcos deseja praticar crime de roubo contra a farmácia
próxima à sua residência. Para se sentir mais encoraja-
do para o ato, ingere um medicamento misturado com
bebida alcoólica, pois sabia que essa combinação o dei-
xaria mais corajoso e violento. Já sob o efeito da mistura
e bastante alterado, Marcos vai até a farmácia e, por-
tando uma arma de fogo, anuncia o assalto. Pega alguns
produtos nas prateleiras e quantia em dinheiro no caixa,
mas, devido ao excessivo nervosismo, acaba tropeçando
e caindo na saída do comércio, antes mesmo de alcançar
a rua, sendo preso em flagrante nesse momento. Acerca
da situação narrada, é correto afirmar que:
(A) a defesa de Marcos deverá requerer a aplicação de
causa de diminuição de pena, considerando que o
rapaz estava com a capacidade de autodeterminação
prejudicada pelo efeito da mistura de medicamento
com bebida alcoólica.
(B) Marcos poderá ter sua pena agravada, considerando
o estado de embriaguez preordenada.
(C) Marcos terá a sua culpabilidade afastada, conside-
rando que, no momento do fato, era inteiramente
incapaz de compreender o caráter ilícito do fato.
(D) o fato de Marcos ter ingerido a mistura para ficar
mais corajoso para praticar o crime não terá qual-
quer influência na individualização da pena.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
Direito Processual Penal
Lorena Ocampos
59
Rogério, promotor de justiça, ofereceu denúncia impu-
tando a Fábio o crime de falsidade ideológica. Ocorre
que não foi realizada a apuração da autoria e da ma-
terialidade do delito em inquérito policial. A família do
acusado procurou você como advogado(a) para saber
mais a respeito do assunto. Nesse aspecto, você deverá
esclarecer que
(A) Rogério não poderia ter oferecido denúncia sem in-
quérito policial anterior.
(B) é possível o oferecimento da denúncia com base em
peças de informação remetidas ao Ministério Públi-
co, sendo o inquérito policial prescindível.
(C) a indispensabilidade é característica do inquérito policial.
(D) o inquérito policial somente é dispensável para apu-
rar a existência e a autoria de infrações penais de
ação penal privada.
60
Durante inquérito policial, Jonas, advogado de Joana,
indiciada pela suposta prática do crime de latrocínio,
foi impedido pelo delegado de polícia de ter acesso às
provas já produzidas e documentadas nos autos do in-
quérito. A família da Joana procura você para esclareci-
mentos. Nesse caso, você deverá informar à família que
(A) agiu bem o delegado, porque o inquérito é sigiloso.
(B) agiu mal o delegado. O delegado de polícia é obriga-
do a permitir o acesso a todos os elementos já docu-
mentados nos autos do inquérito ao advogado.
(C) agiu bem o delegado. Cabe à autoridade policial de-
cidir fundamentadamente se permitirá ao advogado
o acesso a todos os elementos já documentados nos
autos do inquérito.
(D) agiu mal o delegado, visto que ao advogado é sem-
pre permitido o acesso aos elementos já documen-
tados nos autos do inquérito e a todos os elemen-
tos decorrentes de diligências em curso, ainda que
não documentadas.
61
Reginaldo, 8 meses após tomar conhecimento de que
Alan atentou contra a sua honra, ajuizou contra este
queixa-crime, por intermédio de advogado com a devi-
da procuração com poderes especiais, imputando a Alan
o delito de injúria. Contudo, referida queixa-crime deve
ser rejeitada pelo juízo em razão da ocorrência do se-
guinte instituto:
(A) perempção do direito de queixa.
(B) renúncia ao direito de queixa.
(C) perdão ao querelado.
(D) decadência do direito de queixa.
62
Roberto, com 25 anos e capaz, comparece à Delegacia
de Polícia, noticia que foi vítima do crime de estelionato
e exerce o direito de representação, manifestando sua
vontade de que o autor do fato, Pedro, seja investigado,
processado e julgado. Assim sendo, a autoridade policial
instaura inquérito policial, realiza os atos investigatórios
e conclui a investigação. Em seguida, os autos são reme-
tidos ao Ministério Público, que oferece denúncia bus-
cando a responsabilização penal de Pedro. A peça acusa-
tória é recebida pelo juízo competente no dia seguinte e
o processo segue. Por ocasião da audiência de instrução
e julgamento, Roberto afirma que pensou melhor e que
gostaria de se retratar da representação oferecida ante-
riormente. Nesse cenário, considerando a manifestação
de Roberto e as disposições do Código de Processo Pe-
nal, é correto afirmar:
(A) O processo será extinto, considerando a retratação
do direito de representação.
(B) O processo prosseguirá, considerando que a represen-
tação é irretratável, depois de recebida a denúncia.
(C) O processo prosseguirá, considerando que a represen-
tação é irretratável, depois de oferecida a denúncia.
(D) O processo prosseguirá, considerando que a repre-
sentação, uma vez exercida, é irretratável.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
63
Bruno responde a um procedimento de furto contra a
vítima Bernadete, constando do inquérito policial que
ele supostamente teria subtraído a bolsa e o celular da
vítima. Consta do procedimento que a bolsa foi restitu-
ída, mas o celular não foi localizado, tendo Bernadete
sofrido esse prejuízo com a prática da infração penal. No
caso, além de supostamente ter praticado o crime, Bru-
no pode ter, ainda, praticado um ilícito civil gerador do
dever de indenizar. E, em regra, a decisão judicial proferi-
da pelo juiz criminal não impede que Bernadete busque
a reparação dos seus danos. Assume relevância, portan-
to, a análise dos arts. 65, 66 e 67 do CPP. Com medo de
não ser indenizada pela perda de seu celular, Bernadete
procura você, como advogado(a), para uma consultoria
jurídica. Você deverá esclarecer à vítima que, nos termos
do Código de Processo Penal, impede a propositura de
ação civil indenizatória a decisão judicial penal que
(A) julgar extinta a punibilidade do agente.
(B) arquivar o inquérito policial.
(C) reconhecer a inexistência material do fato.
(D) absolver o réu em razão de o fato imputado não
constituir crime.
64
José, morador de Brasília, recebeu uma mensagem pelo
celular que oferecia a ele um empréstimo. Ele entrou em
contato para receber um empréstimo de R$ 10.000,00
e, para tanto, depositou, a título de “custas”, um valor
de R$ 500,00 em uma conta corrente vinculada a uma
agência bancária localizada em Belo Horizonte. A conta
pertencia a Henrique, morador de São Paulo. Somente
depois da transferência percebeu se tratar de uma frau-
de e nunca recebeu os R$ 10.000,00. José estava de fé-
rias em Recife, percebeu que foi vítima de estelionato e
decidiu registrar ocorrência nesta cidade. A competên-
cia para instruir e julgar o delito acima narrado será:
(A) Brasília.
(B) Belo Horizonte.
(C) São Paulo.
(D) Recife.
Direito do Trabalho
Rogério Dias
65
Tadeu Borges é bancário e trabalha no Banco Lucro Ex-
tremado S/A, exercendo função de confiança, com a de-
vida gratificação legal, e exerce jornada de 8 horas diá-
rias. Nessa situação,
(A) Tadeu não tem direito a receber horas extras.
(B) Tadeu tem direito a receber horas extras a partir da
sexta hora trabalhada.
(C) Tadeu tem direito a receber horas extras a partir da
oitava hora trabalhada.
(D) bancários estão proibidos de realizar horas extras.
66
Em 5 de julho de 2023, Juliana Tiggo foi dispensada sem
justa causa, no oitavo mês de gestação. O parto foi rea-
lizado no dia 20 de agosto de 2023. No dia 10 de janeiro
de 2024, a empregada ajuizou ação trabalhista reque-
rendo sua reintegração, alegando ter estabilidade. Nes-
sa situação,
(A) não há que se falar em estabilidade.
(B) Juliana tem direito a ser reintegrada.
(C) a empregada não tem direito a ser indenizada.
(D) vigora o entendimento do TST que gestante não tem
estabilidade.
67
Túlio Almeida era empregado da Empresa Jotta Ltda. e,
durante os dois primeiros anos do vínculo empregatício,
recebeu adicional de insalubridade, em grau médio. A
partir de 2023, o adicional de insalubridade deixou de
ser pago pela empresa, sob alegação de que a atividade
tinha sido descaracterizada pelo Ministério do Trabalho
e Emprego. Insatisfeito, o empregado ajuizou ação tra-
balhista para continuar recebendo o mencionado adicio-
nal. Nesse caso,
(A) o empregado tem o referido direito, reduzido
pela metade.
(B) mesmo com a descaracterização, o empregado tem
direito a continuar recebendo o adicional.
(C) com a descaracterização, repercute na satisfação
do adicional.
(D) para o TST, nova perícia deverá ser realizada.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
68
Cristiano Santos é digitador na empresa BBJ Ltda., com
jornada de 6 horas diárias, com intervalo de 15 minutos,
apenas. Nessa situação,
(A) não há irregularidades no contrato do empregado.
(B) Cristiano tem direito a 10 minutos de intervalo a
cada 90 minutos trabalhados.
(C) Cristiano tem direito a no mínimo 1 hora de intervalo.
(D) Cristiano tem direito a 20 minutos de intervalo a
cada 1 hora e 40 minutos trabalhados.
69
Beatriz Fonseca foi admitida por uma empresa pública,
sem aprovação em concurso público, em 2018. No ano
de 2021, a referida empresa foi privatizada e a empre-
gada continuou a prestar seus serviços. Em 2024, cons-
tatou-se que a empregada não havia sido aprovada em
concurso público. Nessa situação,
(A) o contrato de trabalho de Beatriz deve ser rescindido.
(B) convalidaram-se os efeitos do contrato.
(C) a empregada deverá ser dispensada por justa causa.
(D) a empregada deverá ser exonerada.
Direito Processual do Trabalho
Aryanna Linhares
70
Bilbo Bolseiro, residente no Condado/RS, foi contratado
em sua própria cidade pela Companhia Thorin Escudo
de Carvalho Ltda. para trabalhar na filial da empresa em
Erebor/AM. Considerando que a sede da companhia fica
nas Montanhas Azuis em Ered-Lindon/RR, a competên-
cia para julgar eventual ação trabalhista proposta por
Bilbo em face de sua empregadora é uma das varas do
trabalho de
(A) Ered-Lindon/RR.
(B) Erebor/AM.
(C) qualquer uma das localidades, conforme a preferên-
cia de Bilbo.
(E) Condado/RS.
71
Tevildo propôs reclamação trabalhista em face de Me-
lkor, seu ex-empregador. No dia da audiência, as partes
conciliaram e firmaram acordo no valor de R$ 10.000,00
(dez mil reais). Sem qualquer convenção a respeito do
pagamento das custas, o acordo foi homologado pelo Ju-
ízo. Diante disso, pode-se afirmar que as custas serão de
(A) R$ 100,00 (cem reais), com pagamento em partes
iguais por Tevildo e Melkor.
(B) R$ 200,00 (duzentos reais), com pagamento em par-
tes iguais por Tevildo e Melkor.
(C) R$ 100,00 (cem reais), com pagamento a cargo de
Tevildo.
(D) R$ 200,00 (duzentos reais), com pagamento a cargo
de Melkor.
72
No procedimento sumaríssimo, ao se falar em recursos,
pode-se afirmar que
(A) o recurso ordinário terá acórdão consistente unica-
mente na certidão de julgamento, com indicação su-
ficiente do processo e parte dispositiva, e das razões
de decidir do voto prevalente.
(B) o recurso ordinário terá parecer escrito do Ministério
Público presente à sessão de julgamento, que será
entregue ao relator para inclusão no voto.
(C) ao ser distribuído o recurso ordinário no Tribunal Re-
gional do Trabalho, serão imediatamente sorteados
relator e revisor.
(D) em caso de confirmação da sentença, o recurso ordi-
nário terá acórdão consistente unicamente na certi-
dão de julgamento, com indicação dos motivos que
levaram o Tribunal a manter a decisão de origem.
73
Quanto à execução no processo do trabalho, é INCORRE-
TO afirmar que
(A) a avaliação dos bens penhorados em virtude da execu-
ção de decisão condenatória será feita por avaliador
escolhido de comum acordo pelas partes, que perce-
berá as custas arbitradas pelo juiz, ou presidente do
tribunal trabalhista, de conformidade com a tabela a
ser expedida pelo Tribunal Superior do Trabalho.
(B) não acordando as partes quanto à designação de
avaliador, dentro de cinco dias após o despacho que
o determinou a avaliação, será o avaliador designado
livremente pelo juiz ou presidente do tribunal.
(C) os servidores da Justiça do Trabalho não poderão ser
escolhidos ou designados para servir de avaliador.
(D) concluída a avaliação, dentro de dez dias, contados
da data da nomeação do avaliador, seguir-se-á a ar-
rematação, que será anunciada por edital afixado na
sede do juízo ou tribunal e publicado no jornal local,
se houver, com a antecedência de dez (10) dias.
74
Tomando como base o que dispõe a CLT, pode-se afirmar
que a ação rescisória, no processo no trabalho,
(A) sujeita-se sempre a depósito prévio de 20% do valor
da causa.
(B) sujeita-se a depósito prévio de 20% do valor da cau-
sa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor.
(C) sujeita-se a depósito prévio de 20% do valor de
condenação arbitrado na decisão que se pretende
rescindir.
(D) sujeita-se a depósito prévio, cujo valor equivale ao
do depósito recursal fixado pelo TST para os recursos
de revista.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
Direito Previdenciário
Fernando Maciel
75
Na data de 4 de março de 2013, o segurado Álvaro Brito
foi cientificado da decisão do INSS que indeferiu o be-
nefício de aposentadoria que havia requerido. No dia 9
de janeiro de 2024, Álvaro compareceu ao seu escritório
de advocacia questionando-lhe acerca da (im)possibili-
dade de pedir a revisão, na via administrativa, da deci-
são proferida pelo INSS. Levando-se em consideração
o que dispõe a legislação previdenciária, bem como o
entendimento jurisprudencial dos Tribunais Superiores,
a consultoria jurídica que você prestará a Álvaro será no
sentido de que:
(A) considerando o transcurso de mais de 10 anos desde
a data do indeferimento do benefício, o pedido de
revisão administrativa estaria atingido pela prescri-
ção previdenciária.
(B) considerando o transcurso de mais de 10 anos desde
a data do indeferimento do benefício, o pedido de
revisão administrativa estaria atingido pela decadên-
cia previdenciária.
(C) o direito de revisar uma decisão de indeferimento
administrativo não está sujeito ao prazo de decadên-
cia, motivo pelo qual o segurado Álvaro poderá revi-
sar a decisão do INSS, com direito de receber a renda
mensal de sua aposentadoria relativa ao período não
prescrito, qual seja os últimos 5 anos que antecedem
o pedido de revisão.
(D) o direito de revisar uma decisão de indeferimento
administrativo não está sujeito ao prazo de decadên-
cia, motivo pelo qual o segurado Álvaro poderá revi-
sar a decisão do INSS, com direito de receber a renda
mensal de sua aposentadoria desde a data de março
de 2013.
76
Kleber Santos é segurado obrigatório do RGPS na qua-
lidade de empregado, exercendo suas atividades com
efetiva exposição a agentes prejudiciais à sua saúde. De
acordo com o previsto no Dec. n. 3.048/1999 (Regula-
mento da Previdência Social – RPS), para fins de com-
provação dos requisitos necessários à concessão de
sua aposentadoria especial, Kleber precisará apresen-
tar ao INSS:
(A) laudo técnico de condições ambientais do trabalho,
elaborado a partir do perfil profissiográfico previden-
ciário expedido por médico do trabalho ou engenhei-
ro de segurança do trabalho.
(B) perfil profissiográfico previdenciário, elaborado a
partir de laudo técnico de condições ambientais do
trabalho expedido por médico do trabalho ou enge-
nheiro de segurança do trabalho.
(C) laudo técnico de condições ambientais do trabalho
homologado pela Fundacentro.
(D) histórico laboral do trabalhador, elaborado de acor-
do com o modelo instituído pelo Ministério do Traba-
lho e Emprego.
Direito Financeiro
Anderson Ferreira
77
O senador da República João, por meio de emenda par-
lamentar impositiva individual, prevista na Constituição,
deseja destinar recursos para o estado Beta. Nesse sen-
tido, deseja fazê-lo de modo que os referidos recursos
sejam aplicados em programações finalísticas das áreas
de competência do Poder Executivo do estado Beta.
De acordo com a situação hipotética, assinale a opção
que indica a modalidade que ele deve adotar.
(A) Transferência extraordinária.
(B) Transferência com finalidade definida.
(C) Transferência de bancada.
(D) Transferência especial.
78
O presidente da República está elaborando projeto de
lei que estabelece as diretrizes da política fiscal e respec-
tivas metas, em consonância com trajetória sustentável
da dívida pública.
Diante dessa situação, assinale a afirmativa correta.
(A) A matéria tratada no projeto de lei objetiva instituir o
Plano Plurianual, o qual deve ser aprovado por quó-
rum de maioria absoluta no Congresso Nacional.
(B) Tal projeto versa sobre a Lei Orçamentária Anual e se
submete à reserva de lei complementar.
(C) Embora institua a Lei de Diretrizes Orçamentárias, tal
projeto de lei necessita ser aprovado por quórum de
maioria absoluta no Congresso Nacional.
(D) Tal projeto versa sobre a Lei de Diretrizes Orçamen-
tárias, com quórum de maioria simples no Congres-
so Nacional.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º

Direito Eleitoral
Odair José

79
João, candidato a prefeito do município Alfa, foi denun-
ciado pelo Ministério Público Eleitoral pela prática de
corrupção eleitoral, inscrito no art. 299 do Código Elei-
toral. Pela mesma prática, o partido Delta representou
contra João, alegando captação ilícita de sufrágio, nos
termos do art. 41-A da Lei n. 9.504/1997.
De acordo com a narrativa e a sistemática da jurispru-
dência do Tribunal Superior Eleitoral, é correto afirmar:
(A) A ação movida pelo partido Delta não deverá prospe-
rar, sob pena de bis in idem.
(B) A corrupção ativa, inscrita no art. 299 do Código Elei-
toral, foi tacitamente revogada pelo art. 41-A da Lei
n. 9.504/1997.
(C) O partido Delta não é legitimado ativo para propor
ação por captação ilícita de sufrágio.
(D) Tanto a ação promovida pelo Ministério Público Elei-
toral quanto a ação do partido Delta, ambas contra
João e fundadas nos mesmos fatos, poderão correr
simultaneamente, uma vez que não há configuração
de bis in idem.

80
Os partidos políticos Beta e Gama iniciaram tratativas
com a finalidade de que o primeiro fosse incorporado
ao segundo. Tempos depois, concluído o acordo entre as
duas agremiações, foi averbada, junto ao Tribunal Supe-
rior Eleitoral, o pedido de incorporação do partido Beta
ao partido Gama.
Após a averbação, a direção executiva de Gama consultou
sua assessoria jurídica a fim de saber acerca do destino
dos recursos do fundo partidário da extinta agremiação.
A assessoria do partido respondeu corretamente que
(A) as cotas do partido Beta, anteriores à averbação de
incorporação junto ao Tribunal Superior Eleitoral,
deverão ser reintegradas ao Fundo Especial de Assis-
tência Financeira aos Partidos Políticos.
(B) o partido Gama tem direito à percepção das cotas
do Fundo Partidário devidas ao partido Beta, anterio-
res à averbação do registro no TSE.
(C) o partido Gama somente tem direito à percepção
das cotas do Fundo Partidário devidas ao partido
Beta após a averbação do registro no TSE.
(D) atendendo ao princípio da autonomia partidária,
Gama somente fará jus às cotas do partido Beta se
houver anuência prévia desse partido.
 1º Simulado
Ordem dos Advogados do Brasil
1ª Fase do Exame 40º

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A C A D D C C C C B
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
B C A B D B D B C A
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
D C A A C A B A C A
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
C A D C C D A C C D
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
B D C D D C D C B B
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
C D D C B A D B B B
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
D C C A C A C B B B
71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
B A D B C B D D D B
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1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
Ética Profissional
Maria Christina
1 que trocar o nome e não poderá usar a imagem.
João, advogado recém inscrito nos quadros da Ordem
dos Advogados do Brasil, resolveu passear pelo Tribunal
com o intuito de comemorar sua aprovação. No entanto,
nessa mesma data, a Defensoria Pública encontrava-se
em greve e João acabou sendo notificado a atuar como
advogado dativo no lugar dos defensores, o que foi recu-
sado por ele, que alegou não se encontrar devidamente
preparado para o ato. Diante dos fatos, assinale a op-
ção correta.
(A) João é obrigado a atuar como advogado dativo, sob
pena de processo administrativo disciplinar passível
de censura.
(B) João é obrigado a atuar como advogado dativo, sob
pena de processo administrativo disciplinar passível
de suspensão.
(C) João pode recusar a atuação como advogado dativo
caso não se sinta preparado, para não gerar um pre-
juízo à parte.
(D) João pode recusar a atuação como advogado dativo
por ser recém-inscrito nos quadros da OAB.
Letra a.
Assunto abordado: Penalidades.
(A) Certa. Segundo o art. 34, XII, do EOAB, o advogado
que recusa de forma injustificada a atuação como advo-
gado dativo será censurado.
(B) Errada. Segundo o art. 34, XII, do EOAB, a penalidade
é a de censura.
(C) Errada. Segundo o art. 34, XII, do EOAB, o advogado
não pode recusar a atuação nesse caso.
(D) Errada. Segundo o art. 34, XII, do EOAB, o advogado
não pode recusar a atuação nesse caso.
2 ciedade de advogados, seja simples ou individual, na
José da Silva e Maria Oliveira constituíram a sociedade
“Silva Advogados Associados”. Passados três anos, José
da Silva foi aprovado e tomou posse no concurso para
Procurador Federal. Diante dos fatos, assinale a op-
ção correta.
(A) José da Silva poderá permanecer no quadro socie-
tário, podendo manter inclusive seu nome na so-
ciedade.
(B) José da Silva poderá permanecer no quadro societá-
rio, podendo manter inclusive seu nome e imagem
na sociedade.
(C) José da Silva poderá permanecer no quadro societá-
rio, mas não poderá utilizar seu nome e nem a sua
imagem na sociedade.
(D) José da Silva poderá permanecer no quadro societá-
rio e não poderá utilizar seu nome, mas poderá usar
sua imagem na sociedade.
Letra c.
Assunto abordado: Sociedade.
(A) Errada. Pode permanecer na sociedade, mas terá
(B) Errada. Pode permanecer na sociedade, mas terá
que trocar o nome e não poderá usar a imagem.
(C) Certa. O advogado que carrega o nome do escritório,
caso venha a adquirir um impedimento, como ocorre na
assunção de cargo de procurador federal, poderá perma-
necer no quadro societário, mas deverá trocar o nome, e
será vedado o uso da imagem – art. 16, § 2º, da EOAB.
(D) Errada. Pode permanecer na sociedade, mas terá
que trocar o nome e não poderá usar a imagem.
3
João possui um escritório registrado na seccional do es-
tado da Bahia e te procurou para tirar algumas dúvidas
sobre as sociedades e advogados associados.
(A) João não poderá registrar nenhuma outra sociedade
na seccional do estado da Bahia.
(B) João não poderá realizar nenhuma outra associação
na seccional do estado da Bahia.
(C) João poderá realizar registro de filial na seccional do
estado da Bahia.
(D) João poderá realizar registro de sociedade individual
na seccional do estado da Bahia.
Letra a.
Assunto abordado: Sociedade.
(A) Certa. É vedado o registro de mais de uma sociedade
de advogados, seja simples ou individual, na mesma sec-
cional (no mesmo estado ou DF) – art. 15, § 4º, do EOAB.
(B) Errada. Não há impedimento para várias associações
dentro de uma mesma seccional (art. 17-A do EOAB). O
impedimento é para registro de sociedade. Sociedade é
diferente de associação.
(C) Errada. É vedado o registro de mais de uma so-
mesma seccional (no mesmo estado ou DF) – art. 15, §
4º, do EOAB.
(D) Errada. É vedado o registro de mais de uma so-
ciedade de advogados, seja simples ou individual, na
mesma seccional (no mesmo estado ou DF) – art. 15, §
4º, do EOAB.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
4 (B) Errada. Isso só será possível se ele não estiver em re-
O escritório de advocacia Blazute e Barreiros Advogados
Associados obteve êxito na causa de seu cliente, reali-
zando o levantamento de alvará em R$ 100.000,00. Fi-
cou estipulado em contrato que seria devido o percen-
tual de 70% para o cliente, 20% a sociedade e 10% ao
advogado associado que atuou em conjunto na causa.
Diante dos fatos e sobre o recolhimento dos tributos, as-
sinale a opção correta.
(A) O recolhimento dos tributos caberá à sociedade de
advogados.
(B) O recolhimento dos tributos caberá ao cliente.
(C) O recolhimento dos tributos referente aos honorá-
rios caberá à sociedade, e o restante, ao cliente.
(D) Cada parte deverá recolher os tributos que lhe
caibam.
Letra d.
Assunto abordado: Sociedade.
(A) Errada. Cada parte recolhe o tributo da parte que
lhe caiba.
(B) Errada. Cada parte recolhe o tributo da parte que
lhe caiba.
(C) Errada. Cada parte recolhe o tributo da parte que
lhe caiba.
(D) Certa. Segundo o art. 15, § 9º, do EOAB, a sociedade
de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia de-
verão recolher seus tributos sobre a parcela da receita
que efetivamente lhes couber, com a exclusão da receita
que for transferida a outros advogados ou a sociedades
que atuem em forma de parceria para o atendimento
do cliente.
5 filial ou local de trabalho espaço de uso compartilha-
O escritório de advocacia Bueno e Queiroz Advogados
Associados, formado pelos sócios Roberta Queiroz, Ra-
quel Bueno, Nilton Coutinho (que é procurador do esta-
do de São Paulo) e João Gabriel (que é servidor da ad-
ministração pública em regime de exclusividade), atua
em diversas áreas do direito. Sobre a administração da
sociedade, assinale a opção correta.
(A) João Gabriel poderá ser administrador da sociedade.
(B) Nilton Coutinho poderá ser administrador da socie-
dade independentemente do regime de trabalho.
(C) Servidor público jamais poderá ser administrador de
uma sociedade de advogados.
(D) Servidor público poderá ser administrador de uma
sociedade de advogados.
Letra d.
Assunto abordado: Sociedade.
(A) Errada. João Gabriel não pode ser administrador por
ser servidor em regime de dedicação exclusiva.
gime de dedicação exclusiva.
(C) Errada. Poderá ser administrador, desde que não es-
teja sujeito ao regime de dedicação exclusiva.
(D) Certa. Segundo o art. 15, § 8º, do EOAB, nas socie-
dades de advogados, a escolha do sócio-administrador
poderá recair sobre advogado que atue como servidor
da administração direta, indireta e fundacional, desde
que não esteja sujeito ao regime de dedicação exclusi-
va, não lhe sendo aplicável o disposto no inciso X do ca-
put do art. 117 da Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de
1990, no que se refere à sociedade de advogados.
6
Eugênio e Borelli, advogados inscritos na OAB, resol-
veram constituir sociedade de advogados na área de
direito empresarial. Como possuem clientes em todos
os estados do Brasil, optaram por não abrir uma sede
individual física, mas utilizar um espaço compartilhado.
Diante dos fatos, assinale a opção correta.
(A) As sociedades de advogados podem ter como sede,
filial ou local de trabalho espaço de uso compartilha-
do apenas com outros escritórios de advocacia.
(B) As sociedades de advogados podem ter como sede,
filial ou local de trabalho espaço de uso compartilha-
do apenas com outros escritórios de advocacia ou
escritórios que exerçam atividade intelectual, como
ocorre com os profissionais de contabilidade.
(C) As sociedades de advogados podem ter como sede,
filial ou local de trabalho espaço de uso compartilha-
do com outros escritórios de advocacia ou empresas,
desde que respeitadas as hipóteses de sigilo.
(D) As sociedades de advogados podem ter como sede,
do apenas com outros escritórios de advocacia, des-
de que respeitadas as hipóteses de sigilo.
Letra c.
Assunto abordado: Sociedade.
(A) Errada. O espaço poderá ser compartilhado com ou-
tros escritórios de advocacia ou empresas, desde que
resguardado o sigilo.
(B) Errada. O espaço poderá ser compartilhado com ou-
tros escritórios de advocacia ou empresas, desde que
resguardado o sigilo.
(C) Certa. Segundo o art. 15, § 12, do EOAB, a sociedade
de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia po-
dem ter como sede, filial ou local de trabalho espaço de
uso individual ou compartilhado com outros escritórios
de advocacia ou empresas, desde que respeitadas as hi-
póteses de sigilo previstas nessa Lei e no Código de Ética
e Disciplina.
(D) Errada. O espaço poderá ser compartilhado com ou-
tros escritórios de advocacia ou empresas, desde que
resguardado o sigilo.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º

7 dos ou sociedades unipessoais de advocacia, sem que

Sobre as sociedades simples e individuais de advocacia, estejam presentes os requisitos legais de vínculo em-
assinale a opção correta. pregatício, para prestação de serviços e participação nos
(A) As sociedades de advogados podem ter como de- resultados, na forma do Regulamento Geral e de Provi-
nominação jurídica nome fantasia que as diferencia mentos do Conselho Federal da OAB.
das demais. (D) Errada. Deve ser estipulado o prazo de duração do
(B) O nome do sócio falecido poderá permanecer no nome contrato (art. 17-B, parágrafo único, V, do EOAB.
da sociedade, desde que haja previsão expressa em
contrato levado a registro perante a junta comercial. Filosofia do Direito
(C) É vedado o registro de sociedade de advogados pe-
Odair José
rante a junta comercial.
(D) O nome da sociedade individual de advocacia deve
9
ser formado necessariamente pelo nome completo
Em sua obra Teoria Pura do Direito, Hans Kelsen apre-
do sócio.
senta a distinção entre as definições científicas e polí-
ticas do direito. Ao analisar essa temática, o jusfilósofo
Letra c.
destaca que o direito independe de o sistema político
Assunto abordado: Sociedade.
ser ou não democrático.
(A) Errada. É vedado o uso de nome fantasia ou qual-
Nos termos da Teoria Pura do Direito, é correto
quer expressão empresarial, segundo o art. 16 do EOAB.
afirmar que
(B) Errada. Pode permanecer o nome do sócio falecido
(A) as normas de direito somente são jurídicas quando
se houver previsão expressa no contrato levado a regis-
oriundas de uma ordem política democrática.
tro na seccional.
(B) são os valores políticos que determinam o que é ou
(C) Certa. Registro de sociedade de advogado somente
não uma ordem jurídica.
na seccional. Segundo o art. 16, § 3º, do EOAB, é proi-
(C) uma ordem jurídica pode tanto ser democrática quan-
bido o registro, nos cartórios de registro civil de pessoas
to autocrática e, ainda assim, ser uma ordem jurídica.
jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que in-
(D) a abordagem científica do direito opera por meio de
clua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia.
valorações morais ou filosóficas, por isso princípios
(D) Errada. O nome pode ser total ou parcial. Segundo o
tais como liberalismo ou democracia se tornam rele-
art. 16, § 4o, do EOAB, a denominação da sociedade uni-
vantes na definição do direito.
pessoal de advocacia deve ser obrigatoriamente forma-
da pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a
Letra c.
expressão “Sociedade Individual de Advocacia”.
Assunto abordado: Hans Kelsen. Teoria Pura do Direito.
(A) Errada. Para a teoria pura do direito, é irrelevante o
8 fato de uma ordem jurídica ser ou não democrática.
Sobre os advogados associados, assinale a opção correta.
(B) Errada. Enquanto os valores políticos operam no âm-
(A) É vedada a realização de associação com mais de
bito das disputas políticas, o direito se define por critérios
uma sociedade na mesma seccional.
técnicos e objetivos determinados pela normatividade.
(B) Diante da celebração de contrato de associação, po-
(C) Certa. É irrelevante a dimensão política para defi-
derão ser atribuídos a uma das partes do contrato os
nição da ordem jurídica, porque esta opera a partir de
riscos de demanda.
critérios técnicos, daí não importa se ordem jurídica ad-
(C) Não será levado a registro um contrato de associação
vém de um sistema autocrático ou democrático.
que tem características de vínculo empregatício.
(D) Errada. O erro está em “abordagem científica”, por-
(D) Poderá ser estipulado um contrato de associação por
que a alternativa se refere, na verdade, à “abordagem
prazo indeterminado.
política do direito”.

Letra c.
Assunto abordado: Advogado associado.
(A) Errada. Podem existir simultaneamente várias as-
sociações. Associação é diferente de sociedade (art.
17-A, EOAB).
(B) Errada. Os riscos da demanda devem ser repartidos
entre as partes (art. 17-B, parágrafo único, III, do EOAB).
(C) Certa. Segundo o art. 17-A do EOAB, o advogado po-
derá associar-se a uma ou mais sociedades de advoga-
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
10
“O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a
ferros.” (Jean Jacques Rousseau)
Ao analisar a famosa frase de Rousseau acerca do apri-
sionamento imposto pela sociedade civil, Norberto Bob-
bio, no seu texto “Igualdade e Liberdade”, identificou fa-
tos que teriam a representação do ideal rousseauniano.
Nos termos da obra em referência, assinale a alternativa
que corresponde a um desses fatos trazidos à baila na
análise de Bobbio acerca do pensamento de Rousseau.
(A) A realização do ideal de igualdade, sempre justo e
racional, manifestou-se na Revolução Gloriosa.
(B) O ideal de liberdade é o sentido da história. A pri-
meira realização desse ideal se manifestou na Revo-
lução Francesa.
(C) O ideal de justiça, materializado na realização da
igualdade e liberdade, manifestou-se, pela primei-
ra vez, na independência das colônias britânicas da
América do Norte.
(D) A Inconfidência Mineira, de 1789, inspirada nos ide-
ais jusnaturalistas rousseanianos, foi a primeira reali-
zação de liberdade plena por defender a abolição da
escravatura.
Letra b.
Assunto abordado: Jean Jacques Rousseau. Contrato So-
cial. Liberdade.
(A) Errada. A Revolução Gloriosa ocorreu na Inglaterra,
em 1688, anterior à Rousseau, logo não poderia sofrer
suas influências.
(B) Certa. A Revolução Francesa, de 1789, sofreu grande
influência do pensamento de Rousseau. Seus ideais, as-
sinalados na sua obra “O Contrato Social”, serviram de
inspiração para os revolucionários daquela época.
(C) Errada. A independência dos Estados Unidos teve
sim influência do Iluminismo, mas, neste caso, a maior
referência é John Locke, com a defesa do liberalis-
mo político.
(D) Errada. A Inconfidência Mineira não defendeu a abo-
lição da escravidão. Tratou-se de um movimento con-
trário à Coroa Portuguesa em razão dos altos impostos
cobrados à época pela exploração do ouro.
Direito Constitucional
Ana Paula Blazute
11
No tocante ao controle de constitucionalidade de leis
municipais, o direito brasileiro estabelece que
(A) pode ser efetivado, no controle concentrado, por
meio de uma ação direta de inconstitucionalidade
perante o Supremo Tribunal Federal, cuja decisão
terá efeitos vinculante e erga omnes.
(B) é admissível o controle da norma municipal, com
efeitos erga omnes, por intermédio da arguição de
descumprimento de preceito fundamental perante o
Supremo Tribunal Federal.
(C) a forma de controle concentrado da norma munici-
pal é por meio de uma ação direta de inconstitucio-
nalidade perante o Tribunal de Justiça, cuja decisão
terá efeito vinculante perante os Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário.
(D) não é admissível o controle de constitucionalidade
concentrado de norma municipal, sendo possível
apenas o controle difuso, seja perante o Tribunal de
Justiça, seja perante o Supremo Tribunal Federal.
Letra b.
Assunto abordado: Controle de constitucionalidade.
A ADPF, prevista no art. 102, § 1º, da CF/1988, tem ca-
ráter residual (deve-se excluir a possibilidade de utiliza-
ção da ADI): “A arguição de descumprimento de preceito
fundamental, decorrente desta Constituição, será apre-
ciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei”.
12
Rodrigo Marcola é um grande apreciador da leitura e
também adepto às novas tecnologias. Assim, adquiriu um
e-reader (leitor de livros eletrônicos) com funcionalidades
acessórias, entretanto se deparou com a cobrança de II
(Imposto de Importação) do referido produto. Sabendo que
existe a Súmula Vinculante 57, que dispõe: “A imunidade
tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se
à importação e comercialização, no mercado interno, do
livro eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente
utilizados para fixá-los, como leitores de livros eletrônicos
(e-readers), ainda que possuam funcionalidades
acessórias”, assinale a medida judicial cabível para anular
uma possível decisão de tribunal favorável a tal cobrança.
(A) Recurso extraordinário.
(B) Recurso especial.
(C) Reclamação constitucional.
(D) Mandado de segurança.
Letra c.
Assunto abordado: Súmula vinculante.
A medida judicial cabível para anular uma possível decisão
de tribunal favorável à cobrança é a reclamação constitucio-
nal, em conformidade com o art. 103-A, § 3º, da CF/1988.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
13
De acordo com a Constituição Federal, compete à União,
dentre outras possibilidades:
(A) declarar a guerra e celebrar a paz, sendo uma de
suas competências privativas a de legislar sobre o di-
reito do trabalho.
(B) manter o serviço postal e o correio aéreo nacional,
sendo que a competência para legislar sobre o direi-
to do trabalho é concorrente da União, dos estados e
do Distrito Federal.
(C) declarar a guerra e celebrar a paz, sendo que a
competência para legislar sobre o direito do traba-
lho é concorrente da União, dos estados e do Dis-
trito Federal.
(D) manter o serviço postal e o correio aéreo nacional,
sendo que a competência para legislar sobre o direi-
to do trabalho é comum da União, dos estados e do
Distrito Federal.
Letra a.
Assunto abordado: Organização político-administrativa.
Segundo o artigo 21, II, CF/1988, compete à União decla-
rar a guerra e celebrar a paz.
14
Carmelita nasceu no território brasileiro no período em
que seus pais, sírios, aqui se encontravam a serviço da
embaixada russa.
Dias depois do nascimento, Carmelita e seus pais parti-
ram para a Argentina, onde Carmelita residiu até com-
pletar 18 anos. No dia do seu aniversário, Carmelita
tomou a decisão de retornar ao Brasil e seguir carreira
política, concorrendo a um cargo eletivo no mesmo ano.
À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar
que Carmelita:
(A) não poderá concorrer a um cargo eletivo, por ser pri-
vativo de brasileiro nato.
(B) por ser brasileira nata, pode concorrer a um cargo
eletivo compatível com a sua idade.
(C) deverá se naturalizar brasileira e somente então po-
derá concorrer a todos os cargos eletivos existentes
na realidade brasileira.
(D) poderá concorrer ao único cargo eletivo compatível
com a sua idade, que é o de vereadora, caso opte
pela nacionalidade brasileira.
Letra b.
Assunto abordado: Nacionalidade.
CF. Art. 12. São brasileiros:
I – natos: os nascidos na República Federativa do Bra-
sil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
não estejam a serviço de seu país;
15
Sílvio, servidor público efetivo, deseja exercer função de
confiança destinada à atribuição de direção na Admi-
nistração Pública. Em conformidade com a Constituição
Federal, Sílvio
(A) poderá exercer a referida função de confiança, sen-
do permitida a incorporação de vantagens vincu-
ladas ao exercício dessa função à remuneração do
cargo efetivo, mas, completadas as exigências para a
aposentadoria voluntária, se optar por permanecer
em atividade, não poderá fazer jus a um abono de
permanência até completar a idade para aposenta-
doria compulsória.
(B) não poderá exercer a referida função de confiança,
pois as funções de confiança destinam-se apenas às
atribuições de chefia, mas, completadas as exigên-
cias para a aposentadoria voluntária, se optar por
permanecer em atividade, observados os critérios
estabelecidos em lei, poderá fazer jus a um abono
de permanência equivalente, no máximo, ao valor
da sua contribuição previdenciária, até completar a
idade para aposentadoria compulsória.
(C) poderá exercer a referida função de confiança, sen-
do permitida a incorporação de vantagens vincula-
das ao exercício dessa função à remuneração do
cargo efetivo, e, completadas as exigências para a
aposentadoria voluntária, se optar por permanecer
em atividade, observados os critérios estabelecidos
em lei, poderá fazer jus a um abono de permanência
equivalente, no mínimo, ao valor da sua contribuição
previdenciária, até completar a idade para aposenta-
doria compulsória.
(D) poderá exercer a referida função de confiança, sen-
do vedada a incorporação de vantagens vinculadas
ao exercício dessa função à remuneração do cargo
efetivo, e, completadas as exigências para a apo-
sentadoria voluntária, se optar por permanecer em
atividade, observados os critérios estabelecidos em
lei, poderá fazer jus a um abono de permanência
equivalente, no máximo, ao valor da sua contribui-
ção previdenciária, até completar a idade para apo-
sentadoria compulsória.
Letra d.
Assunto abordado: Administração Pública.
Segundo o artigo 37, V, da CF/1988, as funções de con-
fiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupan-
tes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condi-
ções e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-
-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessora-
mento. De acordo com o artigo 39, § 9º, da CF/1988, é
vedada a incorporação de vantagens de caráter temporá-
rio ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo.
Já o artigo 40, § 19, da CF/1988 estipula que, observados
critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente
federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha
completado as exigências para a aposentadoria volun-
tária e que opte por permanecer em atividade poderá
fazer jus a um abono de permanência equivalente, no
máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até
completar a idade para aposentadoria compulsória.
16
Sepúlveda Pertence é estudante de Direito da Univer-
sidade Federal do Acre. Ao estudar sobre o assunto de
intervenção federal, deparou-se com a seguinte afirma-
tiva correta:
(A) A intervenção pode ser espontânea ou provocada
e materializa-se por meio da edição de uma medi-
da provisória.
(B) O ato de intervenção é privativo do presidente da Re-
pública, mas está sujeito ao controle político exerci-
do pelo Poder Legislativo e ao controle jurisdicional,
a depender do caso concreto.
(C) Pode-se afirmar que a intervenção é um ato de natu-
reza exclusivamente política.
(D) No âmbito da intervenção nos municípios, o inter-
ventor deverá ser uma autoridade federal e atuará
em substituição ao prefeito, mas com ajuda direta do
presidente da Câmara Municipal, conforme previsto
no texto constitucional.
Letra b.
Assunto abordado: Poder Executivo.
Segundo o art. 84, X, c/c art. 49, IV, da CF/1988, o ato
de intervenção é privativo do presidente da República,
mas está sujeito ao controle político exercido pelo Po-
der Legislativo e ao controle jurisdicional, a depender do
caso concreto.
Direitos Humanos
Alice Rocha
17
Elenice trabalha em uma indústria siderúrgica e cons-
tantemente manipula produtos tóxicos. No último mês,
diversos funcionários ficaram doentes, e, mesmo tendo
recorrido à chefia imediata e aos donos da indústria, o
problema não foi solucionado. Após diversas tentativas
frustradas junto ao Poder Judiciário e às autoridades ad-
ministrativas, Elenice e seus colegas não conseguiram
nem mesmo assistência médica ou tratamento, sob a
alegação de que já receberiam adicional salarial para o
manuseio dos produtos.
Indignada, Elenice entra em contato com você, advoga-
do especialista em Direitos Humanos, e solicita consul-
toria sobre a possibilidade de acionar o Brasil a partir
do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais (PIDESC). Com base nessa situação hipotética
e no compromisso do Brasil frente ao PIDESC, você deve
orientar Elenice a:
(A) entrar com uma petição individual, tendo em vista a
previsão de que o Estado atue na prevenção de do-
enças profissionais e assegure assistência médica em
caso de enfermidade.
(B) não entrar com uma petição individual por falta de
previsão de que o Estado atue na prevenção de do-
enças profissionais e assegure assistência médica em
caso de enfermidade.
(C) não responsabilizar o Brasil, tendo em vista a falta de
ratificação do Estado brasileiro em relação ao PIDESC.
(D) não entrar com uma petição individual, tendo em
vista a não participação do Brasil junto ao protocolo
facultativo ao PIDESC que autorizaria tal medida de
monitoramento do Pacto.
Letra d.
Assunto abordado: Sistema Internacional de Proteção
dos Direitos Humanos – PIDESC.
(A) Errada. O mecanismo de apresentação de denúncias
individuais não está previsto no PIDESC, e sim no proto-
colo adicional a este, não sendo a falta de previsão legal
o motivo para o não acionamento.
(B) Errada. Tal previsão está contida no artigo 12 do PIDESC.
(C) Errada. O Brasil ratificou e internalizou o PIDESC pelo
Dec. n. 591/1992.
(D) Certa. O único mecanismo de monitoramento dos
Estados-partes previsto no PIDESC é a apresentação de
relatórios em seu artigo 16. A previsão de petições indi-
viduais foi prevista em protocolo facultativo, do qual o
Brasil não participa.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
18
Joaquim está tentando matricular seu filho com defici-
ência em uma escola pública municipal e não tem obtido
êxito sob a alegação de que não há vagas para “crian-
ças especiais” no município em questão. Inconformado
com a situação, Joaquim fez consulta junto aos órgãos
da administração pública e entrou com uma petição no
Poder Judiciário de seu estado. Sem nenhuma respos-
ta e pela demora injustificada no atendimento de seu
pedido, Joaquim procura uma ONG de defesa do direito
à educação, que, a partir do Protocolo de San Salvador,
deve aconselhá-lo a:
(A) buscar a solução exclusivamente na esfera munici-
pal, afinal é o local onde a criança tem seu domicílio.
(B) buscar a solução junto à Comissão Interamericana de
Direitos Humanos a partir da responsabilidade que o
Brasil assumiu no Protocolo de San Salvador.
(C) buscar a solução no modelo de estudo domiciliar,
visto que o Estado brasileiro não tem condições de
prover a educação adequada a seu filho.
(D) não buscar a solução junto à Comissão Interameri-
cana de Direitos Humanos, visto que, mesmo tendo
o Brasil assumido a responsabilidade a partir do Pro-
tocolo de San Salvador, o direito à educação não é
acionável.
Letra b.
Assunto abordado: Sistema Interamericano de Proteção
dos Direitos Humanos – Direito à Educação.
(A) Errada. O exclusivamente torna a alternativa incorre-
ta, visto que assegurar o direito à educação é dever do
Estado como um todo e não somente do município.
(B) Certa. O direito à educação está previsto no artigo
13 do Protocolo de San Salvador, podendo ser pleiteado
a partir de petições individuais conforme o artigo 19 do
mesmo documento.
(C) Errada. O Estado possui a responsabilidade de prover
a educação a todos.
(D) Errada. O direito à educação é acionável perante a
Comissão Interamericana de Direitos Humanos (art. 19
do Protocolo de San Salvador).
Direito Internacional
Alice Rocha
19
Você foi convidado para ministrar uma palestra em um
evento acadêmico sobre “O poder da sanção nas fontes
do Direito Internacional Público”. Sobre essa temática,
você deve incluir a informação de que:
(A) não existem normas não obrigatórias no Direito In-
ternacional Público.
(B) todas as fontes e sanções do Direito Internacional
Público estão previstas no artigo 38 do Estatuto da
Corte Internacional de Justiça.
(C) existem normas não obrigatórias no Direito Interna-
cional Público.
(D) o Estado pode deixar de sofrer uma sanção interna-
cional caso justifique seu comportamento em regras
constitucionais internas.
Letra c.
Assunto abordado: Fontes do Direito Internacio-
nal Público.
(A) Errada. Vide comentário da letra C.
(B) Errada. Nem todas as fontes estão previstas no artigo
38 do Estatuto da CIJ, tais como analogia e atos unilaterais.
(C) Certa. Normas não obrigatórias são conhecidas como
soft laws, importantes como base para o estabelecimen-
to de diretrizes e avanço nas discussões internacionais.
(D) Errada. O Estado não pode justificar seu compor-
tamento com base em seu direito interno, devendo
responder pelas responsabilidades contraídas no con-
texto internacional.
20
Nicole, brasileira e domiciliada no Rio de Janeiro – Bra-
sil, e Rafael, português e domiciliado em Lisboa – Portu-
gal, assinaram um contrato de prestação de serviços na
ocasião de uma feira de negócios em Lisboa. O contrato
prevê uma cláusula de foro exclusivo em Lisboa, cidade
onde o serviço será prestado.
Inconformada com a má qualidade do serviço prestado,
Nicole aciona a justiça brasileira solicitando a anulação
do instrumento contratual e a devolução do valor pago.
Com base nas normas de Direito Internacional Privado
e no Código de Processo Civil brasileiro, no caso hipo-
tético apresentado,
(A) não compete à autoridade judiciária brasileira o pro-
cessamento e o julgamento da ação, tendo em vista
a cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro.
(B) compete à autoridade judiciária brasileira o proces-
samento e o julgamento da ação, tendo em vista o
domicílio de Nicole.
(C) não compete à autoridade judiciária brasileira o pro-
cessamento e o julgamento da ação, tendo em vista
a necessidade de seguir o foro do local da prestação
do serviço.
(D) não compete à autoridade judiciária brasileira o pro-
cessamento e o julgamento da ação, tendo em vista o
local da celebração do contrato entre Nicole e Rafael.
Letra a.
Assunto abordado: Direito Internacional Privado – com-
petência internacional.
(A) Certa. Com base no artigo 25 do CPC:
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º

Art. 25. Não compete à autoridade judiciária bra- 22

sileira o processamento e o julgamento da ação Sobre as limitações ao poder de tributar do Estado estão
quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo previstas as regras de competência, imunidade e os prin-
estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo cípios. Diante dos fatos, assinale a opção correta.
réu na contestação. (A) Não incidirá ITCMD nas doações realizadas ao Poder
Executivo da União, dos estados, dos municípios e do
(B) Errada. O domicílio da parte não influi na competên- DF para projetos ligados ao meio ambiente ou insti-
cia do caso. tuições de ensino superior.
(C) Errada. Não há necessidade de o foro ser o do local (B) Não incidirá ITCMD nas transmissões e doações reali-
da prestação do serviço. zadas tão somente para as instituições de assistência
(D) Errada. O local da celebração influencia no direi- social, não abarcando os templos de qualquer culto.
to aplicável, e não na competência para o julgamen- (C) A imunidade recíproca concedida aos entes federati-
to do caso. vos se aplica a empresa de Correios e telégrafos.
(D) Os entes federativos não possuem imunidade impos-
Direito Tributário to sobre operações financeiras.
Maria Christina
Letra c.
Assunto abordado: Imunidade.
21
(A) Errada. Somente doação para o Poder Executivo da
João, grande estudioso da área tributária, contratou
União (art. 155, § 1º, V, da CF).
você para uma consulta jurídica acerca da possibilida-
(B) Errada. Incluído pela reforma tributária. Segundo a
de de instituição de alíquotas progressivas dentro dos
CF, art. 155, § 1º, VII, não incidirá sobre as transmissões e
tributos previstos em nosso sistema tributário nacional.
as doações para as instituições sem fins lucrativos com fi-
Diante dos fatos, assinale a opção correta.
nalidade de relevância pública e social, inclusive as organi-
(A) O ITBI poderá ter alíquotas progressivas.
zações assistenciais e beneficentes de entidades religiosas
(B) O IPTU terá alíquota progressiva tão somente pelo
e institutos científicos e tecnológicos, e por elas realizadas
descumprimento da função social.
na consecução dos seus objetivos sociais, observadas as
(C) O IPVA poderá ter alíquota progressiva pelo cumpri-
condições estabelecidas em lei complementar.
mento da função social.
(C) Certa. A imunidade de Correio, que já era reconhe-
(D) O ITCMD poderá ter alíquotas progressivas com base
cida por decisão do STF, agora está positivada no art.
no princípio da capacidade econômica.
150, § 2º, da CF, segundo o qual a imunidade recíproca
é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e
Letra d.
mantidas pelo poder público e à empresa pública pres-
Assunto abordado: Princípio da progressividade.
tadora de serviço postal, no que se refere ao patrimônio,
(A) Errada. É inconstitucional a estipulação de alíquotas
à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades es-
progressivas de ITBI, por ser um imposto proporcional
senciais ou às delas decorrentes.
(Súmula 656 do STF).
(D) Errada. O STF estendeu a imunidade recíproca ao IOF.
(B) Errada. O IPTU poderá ser progressivo pelo descum-
primento da função social ou pelo valor do imóvel (art.
156, § 1º, da CF).
23
João, domiciliado no Acre, resolveu doar uma casa lo-
(C) Errada. Não há previsão de alíquota progressiva
calizada em Tocantins para sua filha Maria, e um carro
para o IPVA.
localizado no DF para seu filho João. Sobre o local de
(D) Certa. O ITCMD poderá ter alíquotas progressivas
pagamento do imposto de transmissão causa mortis e
desde 2012 por julgamento do STF. Agora esse posicio-
doação, assinale a opção correta.
namento está positivado pela Reforma Tributária no art.
(A) O ITCMD do carro localizado no DF será devido para
155, § 1º, VI, da CF.
o estado do Acre.
(B) O ITCMD do carro localizado no DF será devido
para o DF.
(C) O ITCMD da casa localizada em Tocantins será devido
para o estado do Acre.
(D) O ITCMD do carro e da casa serão devidos para o es-
tado de Tocantins.

Letra a.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
Assunto abordado: ITCMD.
(A) Certa. O ITCMD do carro será devido para o estado
do domicílio do doador, qual seja, o estado do Acre (art.
155, § 1º, II, da CF).
(B) Errada. O ITCMD do carro será devido para o estado
do domicílio do doador, qual seja, o estado do Acre (art.
155, § 1º, II, da CF).
(C) Errada. O ITCMD da casa será devido para o local do
bem, qual seja, Tocantins (art. 155, § 1º, I, da CF).
(D) Errada, de acordo com o art. 155, § 1º, I e II, da CF.
24
João, domiciliado em Cabo Frio, estado do Rio de Janei-
ro, faleceu em janeiro de 2024, tendo sido ajuizado o in-
ventário no estado da Bahia. João deixou como herança
uma casa localizada no Espírito Santo e um carro localiza-
do no Ceará. Diante dos fatos, assinale a opção correta.
(A) O ITCMD do carro localizado no Ceará será devido
para o estado do RJ.
(B) O ITCMD do carro localizado no Ceará será devido
para o Ceará.
(C) O ITCMD da casa localizada no Espírito Santos será
devido para o estado do Rio de Janeiro.
(D) O ITCMD do carro e da casa serão devidos para o es-
tado do Rio de Janeiro.
Letra a.
Assunto abordado: ITCMD.
(A) Certa. O ITCMD de bens móveis na sucessão será de-
vido para o domicílio do de cujus (art. 155, § 1º, II, da CF).
(B) Errada. O ITCMD do carro será devido para o estado
do domicílio do de cujus (art. 155, § 1º, II, da CF).
(C) Errada. O ITCMD da casa será devido para o local do
bem (art. 155, § 1º, I, da CF).
(D) Errada, com base no art. 155, § 1º, I e II, da CF.
25
O Estado do Mato Grosso do Sul editou lei ordinária es-
tadual para modificar o prazo de prescrição de 5 para 10
anos. Diante dos fatos, assinale a opção correta.
(A) O prazo de prescrição poderá ser modificado por lei.
(B) O prazo de prescrição somente poderá ser modifica-
do por lei federal.
(C) O prazo de prescrição somente poderá ser modifica-
do por lei complementar federal.
(D) O prazo de prescrição somente poderá ser modifica-
do por lei complementar estadual.
Letra c.
Assunto abordado: Princípio da legalidade.
(A) Errada, com base no art. 146, III, b, da CF.
(B) Errada, com base no art. 146, III, b, da CF.
(C) Certa. Para alteração do prazo de prescrição, faz-se
necessária a alteração do CTN, que foi recepcionado
pela CF de 1988 com uma lei complementar federal por
estipular normas gerais aplicadas à advocacia.
(D) Errada, com base no art. 146, III, b, da CF.
Direito Administrativo
Gustavo Brígido
26
João, servidor público municipal, foi demitido em face
de processo administrativo disciplinar, mas alega que a
sanção aplicada foi manifestamente desproporcional.
João procurou você, na qualidade de advogado especia-
lista em defesas disciplinares, para saber a possibilidade
de reintegração ao cargo por invalidação judicial de sua
demissão. Nos termos de recente entendimento do STJ,
deve-se afirmar corretamente que
(A) o controle jurisdicional do processo administrativo
disciplinar restringe-se ao exame da regularidade
do procedimento e da legalidade do ato, à luz dos
princípios do contraditório, da ampla defesa e do de-
vido processo legal, não sendo possível incursão no
mérito administrativo, ressalvadas as hipóteses de
flagrante ilegalidade, teratologia ou manifesta des-
proporcionalidade da sanção aplicada.
(B) o controle jurisdicional do processo administrativo dis-
ciplinar restringe-se ao exame da regularidade do pro-
cedimento e da legalidade do ato, à luz dos princípios
do contraditório, da ampla defesa e do devido proces-
so legal, não sendo possível incursão no mérito admi-
nistrativo, sem que se admitam quaisquer exceções.
(C) o controle jurisdicional do processo administrativo
disciplinar pode ser, em regra, exercido pelo Poder
Judiciário, independentemente de ingerência no mé-
rito administrativo.
(D) o controle jurisdicional do processo administrativo
disciplinar restringe-se ao exame da regularidade do
procedimento e da legalidade do ato, à luz dos prin-
cípios do contraditório, da ampla defesa e do devido
processo legal, independentemente de incursão no
mérito administrativo.
Letra a.
Assunto abordado: Controle da Administração Pública –
controle administrativo, controle legislativo, controle ex-
terno a cargo do Tribunal de Contas, controle judiciário.
Nos termos da mais recente súmula de direito adminis-
trativo do STJ:
O controle jurisdicional do processo administrativo
disciplinar restringe-se ao exame da regularidade do
procedimento e da legalidade do ato, à luz dos prin-
cípios do contraditório, da ampla defesa e do devido
processo legal, não sendo possível incursão no mérito
administrativo, ressalvadas as hipóteses de flagrante
ilegalidade, teratologia ou manifesta desproporciona-
lidade da sanção aplicada. (Súmula 665 – STJ)
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
27
Maria foi aprovada em seleção pública para professora
temporária do município Beta. Dois meses depois do iní-
cio de seu contrato, ficou sabendo que estava grávida.
Preocupada com sua condição, Maria procurou você, na
condição de advogado especialista em Direito Adminis-
trativo, para saber de seus direitos. A informação correta
a ser dada a Maria deve ser no sentido de que
(A) a trabalhadora gestante tem direito ao gozo de licen-
ça maternidade, mas não tem direito à estabilidade
provisória, independentemente do regime jurídico
aplicado, se contratual ou administrativo, ainda que
ocupe cargo em comissão ou seja contratada por
tempo determinado.
(B) a trabalhadora gestante tem direito ao gozo de licença
maternidade e à estabilidade provisória, independen-
temente do regime jurídico aplicado, se contratual ou
administrativo, ainda que ocupe cargo em comissão
ou seja contratada por tempo determinado.
(C) a trabalhadora gestante não tem direito ao gozo de
licença maternidade nem à estabilidade provisória, in-
dependentemente do regime jurídico aplicado, se con-
tratual ou administrativo, ainda que ocupe cargo em
comissão ou seja contratada por tempo determinado.
(D) a trabalhadora gestante não tem direito ao gozo de
licença maternidade, mas tem direito à estabilidade
provisória, independentemente do regime jurídico
aplicado, se contratual ou administrativo, ainda que
ocupe cargo em comissão ou seja contratada por
tempo determinado.
Letra b.
Assunto abordado: Agentes públicos: espécies, regime
jurídico, direitos, deveres e responsabilidades.
Segundo entendimento do STF, a trabalhadora gestan-
te tem direito ao gozo de licença maternidade e à esta-
bilidade provisória, independentemente do regime ju-
rídico aplicado, se contratual ou administrativo, ainda
que ocupe cargo em comissão ou seja contratada por
tempo determinado.
28
João foi aprovado em recente concurso público para o
cargo de técnico judiciário do Tribunal Regional Eleitoral
do estado Beta. João está com seus direitos políticos sus-
pensos em razão de condenação criminal transitada em
julgado. João procurou você, na qualidade de advoga-
do especialista em Direito Administrativo, para saber da
possibilidade de assumir o cargo público nas condições
em que se encontra. A informação correta a ser dada a
João deve ser no sentido de que
(A) a suspensão dos direitos políticos não impede a no-
meação e a posse de candidato aprovado em con-
curso público, desde que não incompatível com a
infração penal praticada, em respeito aos princípios
da dignidade da pessoa humana e do valor social do
trabalho e do dever do Estado em proporcionar as
condições necessárias para a harmônica integração
social do condenado.
(B) A suspensão dos direitos políticos impede a nome-
ação e a posse de candidato aprovado em concurso
público, em respeito aos princípios da dignidade da
pessoa humana e do valor social do trabalho e do
dever do Estado em proporcionar as condições ne-
cessárias para harmônica integração social do con-
denado, objetivo principal da execução penal.
(C) A suspensão dos direitos políticos não impede a no-
meação e a posse de candidato aprovado em concur-
so público, independentemente do regime de cum-
primento da pena aplicada.
(D) A suspensão dos direitos políticos prevista não impe-
de a nomeação e a posse de candidato aprovado em
concurso público, independentemente da decisão
judicial do Juízo de Execuções.
Letra a.
Assunto abordado: Atividade e estrutura administrativa.
Organização administrativa brasileira.
Segundo entendimento do STF:
A suspensão dos direitos políticos prevista no artigo
15 inciso III da Constituição Federal – condenação cri-
minal transitada em julgado enquanto durarem seus
efeitos – não impede a nomeação e posse de candi-
dato aprovado em concurso público, desde que não
incompatível com a infração penal praticada, em res-
peito aos princípios da dignidade da pessoa humana
e do valor social do trabalho (Constituição Federal,
artigo 1°, incisos III e IV) e do dever do Estado em pro-
porcionar as condições necessárias para harmônica
integração social do condenado, objetivo principal
da execução penal, nos termos do artigo 1° da Lei de
Execuções Penais (Lei 7.210/84). O início do efetivo
exercício do cargo ficará condicionado ao regime da
pena ou à decisão judicial do Juízo de Execuções, que
analisará a compatibilidade de horários.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º

29 Segundo entendimento do STJ, a imprescritibilidade

João foi eleito prefeito do município Beta e logo mani- não se aplica às ações em que se pretende a responsa-
festou preocupação com o rigor da Lei de Improbidade bilização direta do agente público que praticou ato de
Administrativa. João o procurou, na qualidade de advo- tortura durante o regime militar (Informativo 799 – STJ
gado especialista em processo administrativo, para sa- – 19/12/2023).
ber se o cargo de prefeito está sujeito ao rigor da Lei de
Improbidade Administrativa. A informação correta a ser Direito Ambiental
dada a João deve ser no sentido de que
Nilton Coutinho
(A) os agentes políticos municipais não se submetem aos
ditames da Lei de Improbidade Administrativa, mas
31
se submetem à responsabilização política e criminal.
Antônio, prefeito municipal, pretende que o município
(B) os agentes políticos municipais se submetem aos di-
adquira um imóvel urbano objeto de alienação onerosa
tames da Lei de Improbidade Administrativa, mas não
entre particulares para execução de programas e proje-
se submetem à responsabilização política e criminal.
tos habitacionais de interesse social.
(C) os agentes políticos municipais se submetem aos
Para tanto, foi aprovada uma lei municipal, baseada no
ditames da Lei de Improbidade Administrativa, sem
plano diretor, delimitando as áreas em relação às quais
prejuízo da responsabilização política e criminal.
incidirá tal direito de aquisição.
(D) os agentes políticos municipais se submetem aos di-
Tal lei estabeleceu como prazo de vigência o período de
tames da Lei de Improbidade Administrativa, desde
cinco anos.
que tenham praticado ato doloso ou culposo.
Considerando a situação hipotética acima apresentada,
é correto afirmar que o município pretende utilizar o se-
Letra c.
guinte instrumento previsto no Estatuto da Cidade:
Assunto abordado: Improbidade administrativa: Lei n.
(A) desapropriação sancionatória urbanística.
8.429/1992, com alterações da Lei n. 14.230/2021.
(B) tombamento de imóveis.
Segundo entendimento do STJ, os agentes políticos mu-
(C) direito de preempção.
nicipais se submetem aos ditames da Lei de Improbida-
(D) direito de superfície.
de Administrativa, sem prejuízo da responsabilização
política e criminal estabelecida no DL n. 201/1967 (In-
Letra c.
formativo 779 – STJ – 20/06/2023).
Assunto abordado: Meio ambiente construído. Estatu-
to da Cidade. Lei n. 10.257/2001. Instrumentos da polí-
30
tica urbana.
João foi torturado por agentes públicos federais, duran-
te os anos de chumbo, no contexto da década de 1970.
Art. 25. O direito de preempção confere ao Poder Pú-
João o procurou, na qualidade de advogado especialista
blico municipal preferência para aquisição de imóvel
em Direito Administrativo, para saber da possibilidade
urbano objeto de alienação onerosa entre particulares.
de responsabilização do Estado brasileiro. A informação
§ 1o Lei municipal, baseada no plano diretor, delimi-
correta a ser dada a João deve ser no sentido de que
(A) a imprescritibilidade não se aplica às ações em que se tará as áreas em que incidirá o direito de preempção
pretende a responsabilização direta do agente público e fixará prazo de vigência, não superior a cinco anos,
que praticou ato de tortura durante o regime militar. renovável a partir de um ano após o decurso do prazo
(B) a imprescritibilidade se aplica às ações em que se pre- inicial de vigência.
tende a responsabilização direta do agente público Art. 26. O direito de preempção será exercido sempre
que praticou ato de tortura durante o regime militar. que o Poder Público necessitar de áreas para:
(C) a imprescritibilidade não se aplica às ações em que se I – regularização fundiária;
pretende a responsabilização indireta do agente públi- II – execução de programas e projetos habitacionais
co que praticou ato de tortura durante o regime militar. de interesse social.
(D) a imprescritibilidade não se aplica às ações em que
se pretende a responsabilização direta do agente pú-
blico que praticou ato de tortura durante o regime
militar, desde que se demonstre por vídeo a veraci-
dade dos fatos.

Letra a.
Assunto abordado: Responsabilidade civil do Estado –
previsão, elementos, excludentes, direito de regresso.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
32
Um agente público municipal, em atuação regular de
fiscalização, dirigiu-se a uma área de disposição final de
resíduos ou rejeitos.
Com base na Lei n. 12.305/2010, é correto afirmar que
(A) a utilização de rejeitos existente em tal área como
alimentação é prática proibida.
(B) a catação em tal área, com o objetivo da eliminação
e recuperação de lixões, associada à inclusão social e
à emancipação econômica de catadores de materiais
reutilizáveis e recicláveis, é uma atividade proibida.
(C) a criação de animais domésticos é uma atividade
permitida na referida área, desde que respeitados os
direitos do proprietário da área.
(D) a fixação de habitações temporárias é permitida. A
fixação de habitações permanentes é proibida.
Letra a.
Assunto abordado: Política Nacional de Resíduos Sóli-
dos. Lei n. 12.305/2010. Proibições.
Art. 48. São proibidas, nas áreas de disposição final
de resíduos ou rejeitos, as seguintes atividades:
I – utilização dos rejeitos dispostos como alimentação;
II – catação, observado o disposto no inciso V do art. 17;
(metas para a eliminação e recuperação de lixões, as-
sociadas à inclusão social e à emancipação econômica
de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis)
III – criação de animais domésticos;
IV – fixação de habitações temporárias ou permanentes;
Direito Civil
Roberta Queiroz
33
Analgesina Costa Pinto tinha uma dívida, contraída em
2005, com uma empresa de telefonia celular. Em 2014,
a companhia de telefonia cedeu esse crédito para a Ta-
calhepau Créditos Ltda, uma empresa de factoring es-
pecializada em comprar créditos de outras pessoas ju-
rídicas para tentar recebê-los. Em 2015, a Tacalhepau
começou a realizar ligações para Analgesina, exigindo o
pagamento da dívida, cujo vencimento original foi em
23/02/2005. Considerando o caso narrado, marque al-
ternativa correta.
(A) A dívida prescreve em 20 anos, portanto poderá
ser cobrada.
(B) A cessão do crédito por parte do credor gera a inter-
rupção da prescrição.
(C) Apesar de prescrita dívida, não há impedimento para
que ocorra ligação de cobrança, posto que o devedor
tem o direito de renunciar a prescrição.
(D) Com a incidência da prescrição, não pode haver co-
brança extrajudicial.
Letra d.
Assunto abordado: Prescrição.
O reconhecimento da prescrição da pretensão impede
tanto a cobrança judicial quanto a cobrança extrajudicial
do débito. [STJ. 3ª Turma. REsp 2.088.100-SP, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 17/10/2023 (Info 792).]
34
Bananéia Oliveira de Deus é credora de Uósteles Filho
no valor de R$ 800.000,00 a título de mútuo. Uósteles
Filho não efetuou o pagamento, de modo que Bananéia
ajuizou ação de cobrança requerendo a condenação da
quantia. Durante o processo, Uósteles transferiu seu
único imóvel residencial para seu filho Valdir, como for-
ma de evitar a penhora de seu imóvel. Considerando o
caso narrado, marque alternativa correta.
(A) Bananéia poderá alegar fraude à execução para pe-
nhorar o imóvel.
(B) Bananéia poderá alegar fraude contra credores para
penhorar o imóvel.
(C) O ato de transferência do imóvel pouco importa para
o caso, permanece sendo impenhorável.
(D) O contrato de mútuo é causa de exceção à impenho-
rabilidade do bem de família do devedor.
Letra c.
Assunto abordado: Bem de família.
Mesmo quando o devedor aliena o imóvel que lhe sirva
de residência, deve ser mantida a cláusula de impenhora-
bilidade. [STJ. 1ª Turma. AgInt no AREsp 2.174.427-RJ, Rel.
Min. Gurgel de Faria, julgado em 18/09/2023 (Info 791).]
Mesmo quando o devedor aliena o imóvel que lhe sirva
de residência, deve ser mantida a cláusula de impenho-
rabilidade porque imune aos efeitos da execução. Afinal
de contas, ainda que seja reconhecida a invalidade do
negócio, o imóvel voltaria à esfera patrimonial do de-
vedor como bem de família. Explicando de forma mais
simples: quando João doou o imóvel para seu filho, este
apartamento era impenhorável por ser bem de família.
Assim, mesmo que se reconheça que a doação foi inefi-
caz ou inválida, a consequência seria o imóvel retornar
ao patrimônio de João. Ocorre que isso não traria qual-
quer benefício à Fazenda Nacional, já que o bem conti-
nuaria sendo bem de família e, portanto, impenhorável.
Fonte: https://www.dizerodireito.com.br/
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
35
Dona Tide faleceu e deixou duas herdeiras: suas filhas
Brizabela e Bronzibel. Brizabela possui 4 anos de ida-
de e se encontra sob o poder familiar do genitor Caius
Marcius, com quem Dona Tide foi casada, mas já tinha
se divorciado. Bronzibel, por sua vez, já é maior de 18
anos. No testamento, Dona Tide deixou consignado que
a herdeira mais velha (Bronzibel) ficaria nomeada como
curadora especial dos bens deixados para a herdeira mais
nova (Brizabela), incumbindo-lhe administrar, até a maio-
ridade, a parte disponível da herança que lhe foi atribuí-
da. Considerando o caso, marque alternativa correta.
(A) A disposição de nomeação de curadora para os bens
da filha menor é ineficaz, posto que o genitor é quem
deve administrar-lhe os bens.
(B) A disposição de nomeação de curadora para os bens
da filha menor é anulável, posto que o genitor é
quem deve administrar-lhe os bens.
(C) A disposição de nomeação de curadora para os bens
da filha menor é válida.
(D) A disposição de nomeação de curadora para os bens
da filha menor é nula, posto que o genitor é quem
deve administrar-lhe os bens.
Letra c.
Assunto abordado: Testamento.
É válida a disposição testamentária que institui filha co-
-herdeira como curadora especial dos bens deixados
à irmã incapaz, relativamente aos bens integrantes da
parcela disponível da herança, ainda que esta se en-
contre sob o poder familiar ou tutela. [STJ. 4ª Turma.
REsp 2.069.181-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em
10/10/2023 (Info 791).]
Art. 1.733. Aos irmãos órfãos dar-se-á um só tutor. (...)
§ 2º Quem institui um menor herdeiro, ou legatário
seu, poderá nomear-lhe curador especial para os
bens deixados, ainda que o beneficiário se encontre
sob o poder familiar, ou tutela.
36
Benemérita do Rêgo ofereceu a Antônio Querido Fra-
casso um celular de última geração, no valor de R$
2.500,00. Mediante contrato verbal, Antônio fez o pa-
gamento à vista, sob a convenção de que o celular seria
entregue no dia seguinte, dia 20/05. Ocorre que, ainda
no dia 19/05, Benemérita ofereceu o mesmo aparelho
para Carabino Tiro Certo, que, por sua vez, pagou o valor
também à vista, sendo que o referido bem fora imedia-
tamente entregue a ele. No dia seguinte, 20/05, Antônio
entra em contato com Benemérita para recebimento do
celular e é informado de que este fora entregue a Cara-
bino após a venda. Diante dos fatos narrados, marque a
alternativa correta.
(A) Antônio, coitado, poderá ajuizar ação reivindicatória
em face de Carabino, posto que é o verdadeiro pro-
prietário do bem.
(B) Antônio, coitado, poderá ajuizar ação possessória,
basicamente reintegração de posse, para ter a posse
do bem que adquiriu.
(C) Uma prova meramente testemunhal não poderia ser-
vir como prova em juízo para comprovar a existência
do negócio jurídico entre Benemérita e Antônio.
(D) A propriedade do bem é de Carabino.
Letra d.
Assunto abordado: Contrato e propriedade.
O contrato formaliza tão somente a obrigação entabula-
da entre as partes. O direito real em si é transmitido com
a tradição, se bem móvel, ou registro, se bem imóvel.
Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis,
quando constituídos, ou transmitidos por atos entre
vivos, só se adquirem com a tradição.
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituí-
dos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adqui-
rem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis
dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os ca-
sos expressos neste Código.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
37
Rogério se cansou da vida de professor de Direito do
Trabalho e resolveu viver da própria arte, andando pelas
praias nordestinas e vendendo pulseiras e colares feitos
com capim. Para tanto, na calada da noite do dia 20 de
maio de 2021, desapareceu sem deixar notícias, deixou
apenas algumas aulas gravadas no canal do Gran OAB no
Youtube. Lorraine, grande amiga de Rogério, sem saber
como ajudar a família (pais e irmãos), não tendo encon-
trado nenhuma notícia de Rogério, decide procurar aju-
da consultando advogada para tal. Considerando o caso
narrado, marque a alternativa correta.
(A) Rogério pode ser declarado morto, após reconhecimen-
to de sua ausência, caso não regresse ao seu domicílio.
(B) Em caso de sucessão provisória dos bens deixados
por Rogério, seus familiares deverão capitalizar me-
tade dos frutos e rendimentos oriundos desses bens
até a declaração de morte.
(C) Não haverá incidência de imposto de transmissão na
sucessão provisória, diante da não certeza da morte
da pessoa.
(D) Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausên-
cia foi voluntária e injustificada, perderá ele, em fa-
vor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
Letra a.
Assunto abordado: Ausência.
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sen-
tença que concede a abertura da sucessão provisória,
poderão os interessados requerer a sucessão definiti-
va e o levantamento das cauções prestadas.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva,
também, provando-se que o ausente conta oitenta
anos de idade, e que de cinco datam as últimas no-
tícias dele.
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguin-
tes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de
seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes
haverão só os bens existentes no estado em que se
acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço
que os herdeiros e demais interessados houverem
recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
38
Alberto Santíssimo Sacramento tem duas filhas menores
impúberes com Celene – Cibelessol e Cibelelua. O casal
estava divorciado há 5 anos, e a guarda das menores es-
tava concedida à genitora. O pai, Alberto, foi compeli-
do a pagar alimentos no valor de dois salários mínimos
para as filhas. Ocorre que, há pouco mais de seis meses,
Alberto foi preso por estelionato. Já em restrição de li-
berdade, deixou de pagar os alimentos devidos e agora
está sendo executado pelo rito da prisão no valor dos
alimentos atrasados. Considerando o caso narrado, mar-
que alternativa correta.
(A) Diante da impossibilidade de o genitor arcar com o
valor dos alimentos, essa quantia deverá ser supor-
tada pelos avós paternos.
(B) Alberto não pode ser compelido a arcar com os ali-
mentos, pois está privado de sua liberdade.
(C) Alberto poderá sofrer a execução de alimentos normal-
mente, pois a prisão não impede a obrigação alimentar.
(D) Alberto poderá ajuizar ação de exoneração de ali-
mentos sob o fundamento da ausência de emprego
e, como consequência, deixar de pagar a verba ali-
mentar após exercício do contraditório.
Letra c.
Assunto abordado: Alimentos.
REsp 1.882.798-DF. O fato de o devedor de alimentos es-
tar recolhido à prisão pela prática de crime não afasta a
sua obrigação alimentar, tendo em vista a possibilidade
de desempenho de atividade remunerada na prisão ou
fora dela a depender do regime prisional do cumprimen-
to da pena.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
ECA
Patrícia Dreyer
39
Vitória, com 24 anos de idade, é casada com Ernesto,
quatro anos mais velho que ela, há seis anos. Depois de
alguns anos tentando, sem sucesso, engravidar, decide
juntamente com seu companheiro adotar uma criança.
Durante uma visita a uma instituição, conhece Marina,
com 10 anos de idade. Encantados pela criança, que cor-
responde ao carinho dado pelo casal, inicia-se o proces-
so de adoção.
Entretanto, no curso do procedimento de adoção, o ca-
sal se separa, mas mantém o propósito de prosseguir
com a adoção conjunta. Você é procurado(a) por Vitó-
ria, na qualidade de advogado(a), e responde, acertada-
mente, que:
(A) o adotante deve contar com, no mínimo, 21 anos de
idade, na data do pedido, devendo haver, entre adotan-
te e adotado, no mínimo, dezesseis anos de diferença.
(B) não se exige para adoção conjunta que os adotantes
sejam casados civilmente ou que mantenham união
estável, bastando que se comprove ao menos um
vínculo afetivo.
(C) a habilitação à adoção deverá ser renovada no mí-
nimo trienalmente mediante avaliação por equipe
interprofissional.
(D) o prazo máximo para conclusão da habilitação à ado-
ção será de 180 (cento e oitenta) dias, prorrogável
por igual período, mediante decisão fundamentada
da autoridade judiciária.
Letra c.
Assunto abordado: Direito da criança e do adolescente
– guarda, tutela e adoção.
(A) Errada.
Lei n. 8.069/1990 (ECA)
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito)
anos, independentemente do estado civil.
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos
mais velho do que o adotando.
(B) Errada.
ECA. Art. 42, § 2º Para adoção conjunta, é indispen-
sável que os adotantes sejam casados civilmente ou
mantenham união estável, comprovada a estabilida-
de da família.
C) Certa.
ECA. Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante
será inscrito nos cadastros referidos no art. 50 des-
ta Lei, sendo a sua convocação para a adoção feita
de acordo com ordem cronológica de habilitação e
conforme a disponibilidade de crianças ou adoles-
centes adotáveis.
§ 2º A habilitação à adoção deverá ser renovada no
mínimo trienalmente mediante avaliação por equipe
interprofissional.
(D) Errada.
ECA. Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da
habilitação à adoção será de 120 (cento e vinte) dias,
prorrogável por igual período, mediante decisão fun-
damentada da autoridade.
40
João, adolescente de 15 anos, pratica ato infracional
análogo a roubo, sendo-lhe aplicada a medida socio-
educativa de semiliberdade, pelo prazo inicial de doze
meses. Decorridos seis meses de cumprimento da me-
dida, no Plano Individual de Atendimento (PIA), a equi-
pe técnica da unidade sugere que João realize curso
profissionalizante ofertado por entidade não governa-
mental existente no município. Todavia, o pedido foi in-
deferido pelo juízo, que veda a realização de quaisquer
atividades externas pelo adolescente. Considerando o
disposto na Lei n. 8.069/1990 (ECA) acerca da medida
socioeducativa de semiliberdade, é correto afirmar que:
(A) comporta prazo determinado, porém não pode ser
aplicada por período excedente a seis meses.
(B) comporta prazo determinado, sendo obrigatórias es-
colarização e a profissionalização do adolescente.
(C) não comporta prazo determinado, estando veda-
da a sua aplicação como forma de transição para o
meio aberto.
(D) não comporta prazo determinado, sendo possibilita-
da a realização de atividades externas, independen-
temente de autorização judicial.
Letra d.
Assunto abordado: Medidas socioeducativas.
Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determi-
nado desde o início, ou como forma de transição para
o meio aberto, possibilitada a realização de atividades
externas, independentemente de autorização judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a
profissionalização, devendo, sempre que possível, ser
utilizados os recursos existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado,
aplicando-se, no que couber, as disposições relativas
à internação.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
Direito do Consumidor
Patrícia Dreyer
41
Raquel estava completamente endividada, e fez várias
operações de crédito e compras parceladas, que se
tornaram impagáveis, atingindo, inclusive, seu mínimo
existencial. Após deixar de pagar todas as suas dívidas,
Raquel teve o seu nome inscrito em órgãos de proteção
ao crédito, em razão da sua inadimplência. Ao tomar
conhecimento da publicidade da instituição financeira
XPTO, que informava que poderia contratar nova ope-
ração de crédito sem consulta a serviços de proteção ao
crédito, como SPC ou SERASA, e sem avaliação da sua si-
tuação financeira, Raquel fez novo empréstimo no valor
de R$ 100.000,00 (cem mil reais), com o claro intuito de
não pagar, já que não tem bens penhoráveis para tanto.
Depois disso, Raquel procura você, como advogado(a),
para promover um processo judicial com fundamento
no denominado superendividamento. Tendo em vista a
disciplina legal do superendividamento, pode-se corre-
tamente afirmar que
(A) o plano judicial compulsório poderá resultar em des-
contos de até 30% do valor principal, corrigido mo-
netariamente, para pagamento em até 2 (dois) anos
pelo devedor superendividado.
(B) é vedado, na oferta de crédito ao consumidor, indicar
que a operação de crédito poderá ser concluída sem
consulta a serviços de proteção ao crédito ou sem
avaliação da situação financeira do consumidor.
(C) se entende por superendividamento a impossibilida-
de manifesta do consumidor pessoa natural ou jurí-
dica, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de
consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer
seu mínimo existencial.
(D) Raquel poderá apresentar plano de pagamento, com
prazo máximo de 5 anos, que pode abranger, inclu-
sive, o empréstimo de R$100.000,00 (cem mil reais)
tomado da instituição financeira.
Letra b.
Assunto abordado: Proteção contratual do consumidor.
(A) Errada.
CDC. Art. 104-B, § 4º O plano judicial compulsório as-
segurará aos credores, no mínimo, o valor do principal
devido, corrigido monetariamente por índices oficiais
de preço, e preverá a liquidação total da dívida, após
a quitação do plano de pagamento consensual previs-
to no art. 104-A deste Código, em, no máximo, 5 (cin-
co) anos, sendo que a primeira parcela será devida no
prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado
de sua homologação judicial, e o restante do saldo
será devido em parcelas mensais iguais e sucessivas.
(B) Certa.
Art. 54-C. É vedado, expressa ou implicitamente,
na oferta de crédito ao consumidor, publicitária ou
não: [...]
II – indicar que a operação de crédito poderá ser conclu-
ída sem consulta a serviços de proteção ao crédito ou
sem avaliação da situação financeira do consumidor;
(C) Errada. Somente a pessoa natural está inserida nes-
se contexto.
CDC. Art. 54-A, § 1º Entende-se por superendivida-
mento a impossibilidade manifesta de o consumi-
dor pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de
suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem
comprometer seu mínimo existencial, nos termos da
regulamentação.
(D) Errada.
Art. 54, § 3º O disposto neste Capítulo não se aplica
ao consumidor cujas dívidas tenham sido contraídas
mediante fraude ou má-fé, sejam oriundas de con-
tratos celebrados dolosamente com o propósito de
não realizar o pagamento ou decorram da aquisição
ou contratação de produtos e serviços de luxo de
alto valor.
42
A empresa Energia Positiva, concessionária responsável
pelo fornecimento de luz no Rio de Janeiro, por falta de
manutenção, fez a cidade de Búzios ficar uma sema-
na sem tal serviço, dado um curto-circuito e falhas em
transformadores e equipamentos de transmissão da
região que levaram à interrupção do fornecimento de
energia. Nesse caso, é correto afirmar que:
(A) não se aplica a legislação consumerista, tendo em
vista se tratar de um serviço de natureza universal, e
não singular.
(B) mesmo em se tratando de serviço essencial, a con-
cessionária pode suspender o serviço, pois o caso é
de força maior.
(C) pode ser promovida ação civil pública para discutir
tais prejuízos, pela afronta a um direito exclusiva-
mente individual homogêneo.
(D) a legislação consumerista se aplica ao caso, pois servi-
ços públicos podem ser objeto da relação de consumo.
Letra d.
Assunto abordado: Direitos básicos do consumidor.
A resposta está de acordo com o art. 22 do CDC:
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º

Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, 44

concessionárias, permissionárias ou sob qualquer
outra forma de empreendimento, são obrigados a
fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e,
quanto aos essenciais, contínuos.
Além disso, dizem as teses do Boletim n. 74 da Jurispru-
dência em Teses do STJ:
1) A relação entre concessionária de serviço público e
o usuário final para o fornecimento de serviços públi-
cos essenciais é consumerista, sendo cabível a aplica-
ção do Código de Defesa do Consumidor – CDC.
2) As empresas públicas, as concessionárias e as per-
missionárias prestadoras de serviços públicos respon-
dem objetivamente pelos danos causados a terceiros,
nos termos do art. 37, § 6º da Constituição Federal e
dos art. 14 e 22 do Código de Defesa do Consumidor.
Direito Empresarial
Renato Borelli
43
Quanto ao contrato de agência, regulamentado pelo Có-
digo Civil, é correto afirmar que:
(A) se aplicam ao contrato de agência, no que couberem,
as regras concernentes à empreitada e à corretagem.
(B) salvo estipulação contrária, todas as despesas com a
agência correm a cargo do proponente.
(C) salvo ajuste das partes, o agente terá direito à re-
muneração correspondente aos negócios concluídos
dentro de sua zona, ainda que sem a sua interferência.
(D) salvo ajuste das partes, o proponente pode consti-
tuir, ao mesmo tempo, mais de um agente, na mes-
ma zona, com idêntica incumbência.
Caso Nilson e Gustavo tenham realizado a mesma inven-
ção de forma independente,
(A) qualquer um deles poderá requerer a patente, me-
diante nomeação e qualificação do outro.
(B) aquele que comprovar a data de invenção mais antiga
terá direito ao privilégio temporário para a utilização.
(C) aquele que primeiro obtiver o registro usufruirá do
privilégio temporário para a utilização da invenção.
(D) aquele que provar o depósito mais antigo terá direito
a obter a patente.
Letra d.
Assunto abordado: Propriedade industrial – Lei n.
9.279/1996.
(A) Errada. Essa possibilidade se refere à patente de
invenção da qual participarão duas ou mais pessoas,
mas a questão se refere à situação em que duas pes-
soas chegaram à mesma invenção independentemente
uma da outra.
(B) Errada. Caso dois ou mais inventores pretendam a
mesma patente, o critério utilizado para concessão da
proteção será a data do depósito. Isso mesmo! Não im-
porta quando houve o esforço de criação propriamente
dito. O que importa é quando o inventor procurou o INPI.
(C) Errada. A alternativa menciona o registro, que não é
aplicável à invenção.
(D) Certa.
Lei n. 9.279/1996. Art. 7º Se dois ou mais autores
tiverem realizado a mesma invenção ou modelo de
utilidade, de forma independente, o direito de obter
patente será assegurado àquele que provar o depó-
sito mais antigo, independentemente das datas de
invenção ou criação.

Letra c.
45
Renato, empresário do ramo de móveis, alienou seu es-
Assunto abordado: Contratos mercantis.
tabelecimento para Joaquim, que ali deu continuidade à
(A) Errada. De acordo com o art. 721 do Código Civil,
exploração da mesma atividade. No contrato de trespas-
aplicam-se ao contrato de agência e distribuição, no que
se, foram regularmente contabilizadas todas as dívidas
couber, as regras concernentes ao mandato e à comis-
relativas ao estabelecimento, algumas delas já vencidas
são e as constantes de lei especial.
e outras por vencer. Nesse caso, Renato
(B) Errada. De acordo com o art. 713, salvo estipulação
(A) não responde pelas dívidas do estabelecimento, ain-
diversa, todas as despesas com a agência ou distribuição
da que anteriores à sua transferência.
correm a cargo do agente ou distribuidor.
(B) responde com exclusividade por todas as dívidas do
(C) Certa. O art. 714 do Código Civil determina que, sal-
estabelecimento anteriores à sua transferência.
vo ajuste, o agente ou distribuidor terá direito à remu-
(C) responde com exclusividade apenas pelas dívidas já ven-
neração correspondente aos negócios concluídos dentro
cidas por ocasião da transferência do estabelecimento.
de sua zona, ainda que sem a sua interferência.
(D) responde solidariamente com Joaquim, durante de-
(B) Errada, porque a lei determina que a cláusula de
terminado prazo, por todas as dívidas anteriores à
exclusividade de zona no contrato de representação é
transferência do estabelecimento.
implícita, havendo até decisão do STJ que reconhece a
cláusula de exclusividade em contrato de representa-
Letra d.
ção verbal.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
Assunto abordado: Estabelecimento empresarial.
Com base no CC/2002:
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento respon-
de pelo pagamento dos débitos anteriores à transfe-
rência, desde que regularmente contabilizados, conti-
nuando o devedor primitivo solidariamente obrigado
pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos
vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da
data do vencimento.
46
Sabe-se que o Código Civil de 2002 adotou a Teoria da
Empresa como regência para o Direito Empresarial,
substituindo a ultrapassada doutrina dos Atos de Co-
mércio. Consoante o Código Civil, equipara-se à condi-
ção de pessoa empresária
(A) um grupo de pessoas que pretenda constituir uma
cooperativa para intermediar a venda de produtos
fabricados em determinada comunidade.
(B) um casal que resolva criar um instituto exclusiva-
mente para difundir informações sobre determinada
causa social.
(C) um empresário rural cuja principal atividade seja a
agricultura e que esteja devidamente inscrito no Re-
gistro Público de Empresas Mercantis.
(D) um artista plástico famoso que angarie grandes valores
com a venda de obras plásticas por ele confeccionadas.
Letra c.
Assunto abordado: Espécies de empresário.
Vide o artigo 971 do CC/2002:
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua
sua principal profissão, pode, observadas as forma-
lidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos,
requerer inscrição no Registro Público de Empresas
Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de
inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao
empresário sujeito a registro.
A alternativa "a" está errada, pois as cooperativas são
consideradas sociedades simples:
Art. 982. Parágrafo único. Independentemente de
seu objeto, considera-se empresária a sociedade por
ações; e, simples, a cooperativa.
A alternativa "b" está errada, pois o casal não possui fi-
nalidade lucrativa, tampouco de produzir ou fazer circu-
lar bens ou serviços.
Por fim, a alternativa "d" está errada, conforme o pará-
grafo único do art. 966:
Parágrafo único. Não se considera empresário quem
exerce profissão intelectual, de natureza científica,
literária ou artística, ainda com o concurso de auxilia-
res ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão
constituir elemento de empresa.
Direito Processual Civil
Raquel Bueno
47
Laureano celebrou um contrato de prestação de serviços
com Eurico, assinado por duas testemunhas. O objeto
do contrato era a pintura de dois cômodos da casa de
praia de Laureano. O pagamento foi feito de maneira an-
tecipada, porém o serviço não foi cumprido por Eurico.
Inconformado, Laureano tentou resolver a ação amiga-
velmente, mas Eurico estabeleceu novos prazos e pas-
sou a não responder mais as mensagens de Whatsapp,
bem como parou de atender as ligações. A partir dessa
realidade, assinale a opção correta.
(A) A única opção de Laureano é promover a execução
autônoma de seu título executivo extrajudicial.
(B) Laureano pode promover a execução de seu título,
e requerer a fixação de um prazo para cumprimen-
to da obrigação, sob pena de multa diária, multa
essa que só pode ser aplicada pelo magistrado me-
diante requerimento.
(C) Nesse caso o julgador não pode se valer de medidas
executivas atípicas para compelir o devedor a cum-
prir a obrigação, por ausência de previsão normativa.
(D) Laureano pode exigir que a obrigação seja cumprida
por um terceiro, uma vez que a obrigação de fazer
não é personalíssima, às expensas do devedor.
Letra d.
Assunto abordado: Execução autônoma de obriga-
ção de fazer.
O gabarito é a letra "d", conforme artigo 817 do CPC:
Art. 817. Se a obrigação puder ser satisfeita por ter-
ceiro, é lícito ao juiz autorizar, a requerimento do exe-
quente, que aquele a satisfaça à custa do executado.
Acerca da alternativa "a", preceitua o artigo 785 do CPC:
Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial
não impede a parte de optar pelo processo de conhe-
cimento, a fim de obter título executivo judicial.
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconhe-
ça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fa-
zer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a
efetivação da tutela específica ou a obtenção de tute-
la pelo resultado prático equivalente, determinar as
medidas necessárias à satisfação do exequente.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
§ 1º Para atender ao disposto no caput , o juiz pode-
rá determinar, entre outras medidas, a imposição de
multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e
coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de
atividade nociva, podendo, caso necessário, requisi-
tar o auxílio de força policial. (Grifos nossos.)
Tal raciocínio também se aplica na execução de título
executivo extrajudicial.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as dispo-
sições deste Código, incumbindo-lhe: (...)
IV – determinar todas as medidas indutivas, coerci-
tivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias
para assegurar o cumprimento de ordem judicial, in-
clusive nas ações que tenham por objeto prestação
pecuniária; (...)
Esse dispositivo autoriza a utilização de medidas exe-
cutivas atípicas, e foi declarado constitucional pelo STF.
Art. 814. Na execução de obrigação de fazer ou de
não fazer fundada em título extrajudicial, ao despa-
char a inicial, o juiz fixará multa por período de atra-
so no cumprimento da obrigação e a data a partir da
qual será devida. (Vide também artigo 537 do CPC.)
Parágrafo único. Se o valor da multa estiver previsto
no título e for excessivo, o juiz poderá reduzi-lo. (Gri-
fos nossos.)
48
Leandro ajuizou uma ação rescisória em face de Ma-
riane, a fim de desconstituir uma sentença de mérito
condenatória e já transitada em julgado há dois anos e
meio. O fundamento da referida ação é a existência de
prova nova, desconhecida por Leandro quando estava
em curso o processo de origem, capaz de reverter com-
pletamente o resultado do julgamento. Ressalte-se que
Leandro descobriu a existência da prova há dois meses.
Além disso, ainda está em curso o cumprimento de sen-
tença promovido por Mariane. Nesse cenário, assinale a
opção correta.
(A) Nessa ação, Mariane será citada e terá quinze dias
para apresentar contestação.
(B) O advogado de Mariane poderá alegar a decadência
do direito do autor, em sede de contestação.
(C) O advogado de Leandro pode requerer uma tute-
la provisória de natureza cautelar, a fim de obter o
efeito suspensivo do cumprimento de sentença até
julgamento final da ação rescisória.
(D) Quando do julgamento da ação rescisória, se o re-
sultado for não unânime, deverá ser aplicada pelo
tribunal a técnica de ampliação do colegiado.
Letra c.
Assunto abordado: Ação rescisória.
O gabarito é a letra "c", conforme o CPC:
Art. 969. A propositura da ação rescisória não impede
o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a
concessão de tutela provisória.
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado,
pode ser rescindida quando: (...)
VII – obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em
julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de
que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe asse-
gurar pronunciamento favorável;
Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, desig-
nando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze) dias
nem superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apre-
sentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contes-
tação, observar-se-á, no que couber, o procedimento
comum. (Grifos nossos.)
Destaca-se que o prazo para contestação é misto
e variável.
Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois)
anos contados do trânsito em julgado da última deci-
são proferida no processo. (...)
§ 2º Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o
termo inicial do prazo será a data de descoberta da
prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco)
anos, contado do trânsito em julgado da última deci-
são proferida no processo.
Por conseguinte, nesse caso não há a configuração da
decadência.
A técnica de ampliação do colegiado na ação rescisória
é restrita:
Art. 942 (...) § 3º A técnica de julgamento prevista
neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não
unânime proferido em:
I – ação rescisória, quando o resultado for a resci-
são da sentença, devendo, nesse caso, seu prossegui-
mento ocorrer em órgão de maior composição previs-
to no regimento interno; (Grifos nossos.)
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
49
Dora celebrou um contrato com Cecília. Na data com-
binada, Cecília deveria entregar, na casa de Dora, a pin-
tura de um retrato de família que fora encomendada.
Na data estabelecida, Cecília foi entregar a obra de arte,
mas não encontrou ninguém no endereço indicado no
contrato. Após tentar por mais duas vezes, sem êxito,
Cecília te procura, como advogado(a), a fim de que seja
tomada uma medida capaz de liberar a devedora des-
se vínculo obrigacional, haja vista que Cecília recebera
sua remuneração antecipada. Com base nessas informa-
ções, assinale a opção correta.
(A) Nesse caso caberia o depósito extrajudicial do bem
em agência bancária.
(B) Seria cabível a ação de consignação em pagamento,
com a possibilidade de citação da ré por edital.
(C) Seria cabível a ação de depósito, que é um procedi-
mento especial de jurisdição contenciosa, previsto
no CPC vigente.
(D) Seria cabível a ação de consignação em pagamento,
concedendo o juiz o prazo de quarenta e oito horas
para consignação da obra de arte em depósito judicial.
Letra b.
Assunto abordado: Ação de consignação em pagamen-
to (procedimento especial de jurisdição contenciosa) e
citação por edital.
O depósito ou consignação extrajudicial só é cabível
para obrigação pecuniária, e nesse caso a obrigação é
para entrega de coisa certa. Então nesse caso seria cabí-
vel a ação judicial de consignação em pagamento, com
possibilidade de citação por edital, se restar demons-
trado que a ré está em local incerto e não sabido, após
restarem infrutíferas as tentativas de citação, nos ende-
reços obtidos.
CPC. Art. 256. A citação por edital será feita:
(...) II – quando ignorado, incerto ou inacessível o lu-
gar em que se encontrar o citando;
§ 3º O réu será considerado em local ignorado ou in-
certo se infrutíferas as tentativas de sua localização,
inclusive mediante requisição pelo juízo de informa-
ções sobre seu endereço nos cadastros de órgãos pú-
blicos ou de concessionárias de serviços públicos.
Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o deve-
dor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a
consignação da quantia ou da coisa devida.
§ 1º Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá
o valor ser depositado em estabelecimento bancário,
oficial onde houver, situado no lugar do pagamento,
cientificando-se o credor por carta com aviso de re-
cebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a
manifestação de recusa.
50
Durante o trâmite de um processo entre Amália e Sér-
gio, ambos patrocinados por seus respectivos advoga-
dos, Dra. Vera e Dr. Rui, foi designada audiência de ins-
trução e julgamento. Todavia, a publicação, ocorrida no
Diário de Justiça Eletrônico, constou o número da OAB
do advogado de Sérgio de maneira equivocada. Dessa
forma, no dia da audiência, somente Amália e sua advo-
gada compareceram, com a consequente conclusão do
feito para sentença. A partir desta situação, assinale a
opção correta.
(A) Nesse caso, a numeração errada da OAB do advoga-
do na publicação invalida todo o processo.
(B) Nesse caso, a numeração errada da OAB do advoga-
do na publicação implica sua nulidade, exigindo-se
nova publicação e a repetição da audiência.
(C) O erro apenas na numeração da OAB não compro-
mete a validade da intimação.
(D) O erro na numeração da OAB do advogado na pu-
blicação só gera nulidade se ele tiver feito pedido
expresso para que as comunicações dos atos proces-
suais sejam feitas em nome dele.
Letra b.
Assunto abordado: Comunicação dos atos processuais
– intimações.
Devido ao erro na numeração da OAB do advogado na
publicação, haverá a nulidade dessa intimação, que de-
verá ser refeita, com a designação de nova data para
uma nova audiência de instrução e julgamento. Não há
que se falar no comprometimento de todo processo, em
razão do princípio da conservação dos atos processuais,
e porque os outros atos processuais não estão interliga-
dos ao ato de comunicação processual viciado.
CPC. Art. 272. Quando não realizadas por meio ele-
trônico, consideram-se feitas as intimações pela pu-
blicação dos atos no órgão oficial.
§ 2º Sob pena de nulidade, é indispensável que da
publicação constem os nomes das partes e de seus
advogados, com o respectivo número de inscrição na
Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se assim requeri-
do, da sociedade de advogados.
§ 4º A grafia dos nomes dos advogados deve corres-
ponder ao nome completo e ser a mesma que cons-
tar da procuração ou que estiver registrada na Ordem
dos Advogados do Brasil.
Art. 280. As citações e as intimações serão nulas
quando feitas sem observância das prescrições legais.
Art. 281. Anulado o ato, consideram-se de nenhum
efeito todos os subsequentes que dele dependam, to-
davia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará
as outras que dela sejam independentes.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
51
Guilherme promoveu uma ação indenizatória em face de
Marcelo. Durante o curso do procedimento comum, Gui-
lherme requereu a exibição de um documento impres-
cindível para a resolução do litígio, que estava em po-
der de Marcelo. Ato contínuo, o juiz intimou o réu para
manifestação acerca do referido pedido formulado pelo
autor. A partir dessa realidade, assinale a opção correta.
(A) Nesse caso, Marcelo teria quinze dias para se mani-
festar sobre o pedido de exibição de Guilherme.
(B) Nesse incidente de exibição, não se admite a utiliza-
ção de medidas coercitivas como a multa diária.
(C) Caso o réu não apresente resposta e não exiba o do-
cumento, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos
que o autor pretendia provar por meio do documen-
to buscado.
(D) Se o documento estiver em poder de um terceiro e
este, sem justo motivo, recusar-se à exibição, tam-
bém haverá presunção de veracidade fática em favor
do autor.
Letra c.
Assunto abordado: Procedimento comum – provas
em espécie.
Conforme o CPC:
Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como
verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou
da coisa, a parte pretendia provar se:
I – o requerido não efetuar a exibição nem fizer ne-
nhuma declaração no prazo do art. 398;
Art. 398. O requerido dará sua resposta nos 5 (cinco)
dias subsequentes à sua intimação.
Parágrafo único. Se o requerido afirmar que não pos-
sui o documento ou a coisa, o juiz permitirá que o re-
querente prove, por qualquer meio, que a declaração
não corresponde à verdade. (Grifos nossos.)
Art. 400. (...) Parágrafo único. Sendo necessário, o
juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas, man-
damentais ou sub-rogatórias para que o documento
seja exibido.
Art. 403. Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar
a efetuar a exibição, o juiz ordenar-lhe-á que proceda
ao respectivo depósito em cartório ou em outro lu-
gar designado, no prazo de 5 (cinco) dias, impondo ao
requerente que o ressarça pelas despesas que tiver.
Parágrafo único. Se o terceiro descumprir a ordem,
o juiz expedirá mandado de apreensão, requisitando,
se necessário, força policial, sem prejuízo da respon-
sabilidade por crime de desobediência, pagamen-
to de multa e outras medidas indutivas, coercitivas,
mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para
assegurar a efetivação da decisão.
52
Osvaldo promoveu a execução de um título executivo
extrajudicial em face de Tatiana. Ao ser citada, Tatiana
não efetuou o pagamento da dívida no prazo legal, mas
ofereceu resistência, alegando excesso de execução e in-
dicando o valor que entendia devido. Tatiana também
requereu a concessão de efeito suspensivo à execução,
oferecendo um imóvel de sua titularidade como caução.
Ocorre que o referido efeito não foi concedido. Incon-
formada, Tatiana deseja impugnar essa decisão. Assim,
assinale a opção correta.
(A) A defesa apresentada por Tatiana foi uma impugna-
ção incidental.
(B) Nesse caso, por não se tratar de execução provisória,
a caução era dispensável.
(C) Tatiana poderá interpor recurso de apelação, sem
efeito suspensivo.
(D) A hipótese desafia o recurso de agravo de instrumento.
Letra d.
Assunto abordado: Recursos e execução.
GABARITO LETRA D, conforme CPC, artigo 1.015, inciso X:
CPC. Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra
as decisões interlocutórias que versarem sobre: (...)
X – concessão, modificação ou revogação do efeito
suspensivo aos embargos à execução; (...)
CPC. Art. 914. O executado, independentemente de
penhora, depósito ou caução, poderá se opor à exe-
cução por meio de embargos.
§ 1º Os embargos à execução serão distribuídos por
dependência, autuados em apartado e instruídos
com cópias das peças processuais relevantes, que po-
derão ser declaradas autênticas pelo próprio advoga-
do, sob sua responsabilidade pessoal.
Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito
suspensivo.
§ 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante,
atribuir efeito suspensivo aos embargos quando veri-
ficados os requisitos para a concessão da tutela pro-
visória e desde que a execução já esteja garantida por
penhora, depósito ou caução suficientes.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
Direito Penal
Michelle Tonon
53
Luan conheceu Eduardo no campo de futebol do bair-
ro e ofereceu a ele a quantia de R$ 2.000,00 (dois mil
reais) para que transportasse até um município vizinho,
no mesmo estado, três quilos de maconha. Por estar de-
sempregado, Eduardo aceitou a proposta e, pilotando
uma moto, com a droga em uma mochila, levou-a até
o endereço fornecido por Luan. Lá chegando, Eduar-
do foi preso em flagrante por policiais civis que já es-
tavam investigando Luan e seus comparsas. Acerca da
situação hipotética, considerando as previsões da Lei n.
11.343/2006 e a jurisprudência dos Tribunais Superio-
res, assinale a alternativa correta.
(A) Luan e Eduardo poderão ser condenados pelo crime
de associação para o tráfico de drogas, previsto no
art. 35 da Lei n. 11.343/2006.
(B) O crime de associação para o tráfico de drogas é
equiparado a hediondo e, por isso, Eduardo não po-
derá responder ao processo em liberdade.
(C) Considerando que Eduardo transportou a droga para
um município diferente daquele em que recebeu a
droga de Luan, incidirá em sua condenação uma cau-
sa de aumento de pena.
(D) Eduardo não poderá ser condenado por associação
para o tráfico de drogas, vez que não mantinha com
Luan um vínculo estável e permanente para a prática
do tráfico de substâncias entorpecentes.
Letra d.
Assunto abordado: Direito Penal. Legislação Penal Ex-
travagante. Lei de Drogas.
O crime previsto no art. 35 da Lei n. 11.343/2006 (asso-
ciação para o tráfico de drogas) exige, para a sua caracte-
rização, a associação de duas ou mais pessoas para o fim
de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes
previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 da Lei de Dro-
gas. No caso narrado, Luan e Eduardo não mantinham
um vínculo estável e permanente, havendo combinado
uma única prática delituosa, de forma que não se tipifica
a conduta do art. 35.
O crime de associação para o tráfico não é equiparado
a hediondo.
Não há previsão na Lei n. 11.343/2006 de causa de au-
mento de pena para a prática do tráfico entre diferentes
municípios de um mesmo estado.
54
Walter é funcionário de um hospital e tem acesso ao es-
toque de medicamentos. Determinado dia, ingressa de
forma clandestina no quarto onde Lúcia, 28 anos, esta-
va internada em razão de uma cirurgia de apendicite. A
pretexto de ministrar um medicamento para o controle
da dor em Lúcia, Walter injeta uma dose muito elevada,
que faz com que a paciente perca totalmente os senti-
dos, adormecendo profundamente. Aproveitando-se
dessa circunstância, Walter pratica com Lúcia conjunção
carnal. Considerando a situação hipotética narrada, assi-
nale a alternativa correta.
(A) Walter praticou o crime de estupro, previsto no art.
213 do Código Penal, considerando a idade da vítima.
(B) Walter praticou o crime de violação sexual mediante
fraude, previsto no art. 215 do Código Penal, vez que
agiu de forma fraudulenta para obter a satisfação da
própria lascívia.
(C) Walter praticou o crime de estupro de vulnerável,
previsto no art. 217-A, § 1º, do Código Penal, já que
Lúcia estava completamente desacordada e não po-
dia oferecer resistência ao ato sexual.
(D) Para que Walter seja processado criminalmente, será
necessária a representação de Lúcia, considerando
se tratar de crime contra a dignidade sexual de pes-
soa maior de 14 anos.
Letra c.
Assunto abordado: Direito Penal. Parte Especial. Crimes
contra a dignidade sexual.
Walter praticou o crime de estupro de vulnerável, con-
forme o art. 217-A, § 1º, parte final, do CP:
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro
ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações
descritas no caput com alguém que, por enfermidade
ou deficiência mental, não tem o necessário discer-
nimento para a prática do ato, ou que, por qualquer
outra causa, não pode oferecer resistência.
Embora Lúcia seja maior de 14 anos, não podia oferecer
qualquer resistência ao ato sexual, pois estava comple-
tamente desacordada, por ação do medicamento. Não
se cogita do crime previsto no art. 215 do Código Pe-
nal (violação sexual mediante fraude), pois nesse delito
a vítima tem sua consciência preservada e é enganada
quanto ao consentimento para a prática do ato libidino-
so, imaginando se tratar de situação diversa.
Conforme dispõe o art. 225 do Código Penal, todos os
crimes contra a liberdade sexual e os crimes sexuais con-
tra vulneráveis são de ação penal pública incondiciona-
da, pouco importando a idade da vítima.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
55
Vinícius deseja matar Márcio, antigo desafeto. Porém,
não dispõe de arma de fogo. Determinado dia, Vinícius
vai até a casa de seu vizinho Fernando e vê um revólver
na estante. De forma sorrateira, Vinícius pega a arma,
sem nada dizer a Fernando, e sai à procura de Márcio,
para concretizar o intento homicida. Depois de algumas
horas, Vinícius encontra Márcio em um bar, sentado em
uma mesa, jogando baralho, efetua cinco disparos pelas
costas da vítima e sai correndo em seguida, acreditando
ter matado Márcio. Porém, no dia seguinte, o comen-
tário no bairro era de que Márcio era uma pessoa de
sorte, pois o atirador usou um revólver com munições
de festim, que só assustaram a todos com o barulho e
nenhum ferimento provocaram. Sobre a situação hipo-
tética narrada, assinale a alternativa correta.
(A) Vinícius poderá ser responsabilizado por tentativa de
homicídio, considerando que o resultado morte não
se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade.
(B) Vinícius não poderá ser responsabilizado por tentati-
va de homicídio, considerando a absoluta ineficácia
do meio para a consumação do crime, tratando-se de
hipótese de crime impossível.
(C) Vinícius não poderá ser responsabilizado por tenta-
tiva de homicídio, considerando a absoluta impro-
priedade do objeto para a consumação do crime,
tratando-se de hipótese de tentativa inacabada.
(D) Vinícius não poderá ser responsabilizado por tenta-
tiva de homicídio, já que desconhecia que as muni-
ções eram de festim e, assim sendo, sua conduta não
é culpável.
Letra b.
Assunto abordado: Direito Penal. Parte Geral. Crime
impossível.
A hipótese é de crime impossível, pela absoluta ineficá-
cia do meio para a consumação do crime de homicídio,
nos termos do art. 17 do Código Penal. O meio escolhido
para a execução do crime não tinha qualquer idoneida-
de para a produção do resultado morte, já que munições
de festim são aquelas que não possuem projéteis, pro-
duzindo apenas barulho.
56
Lucas está sendo processado pela prática de crime de
roubo majorado pelo emprego de arma branca, pra-
ticado em 28 de agosto de 2023. Após a audiência de
instrução e julgamento e antes da prolação da senten-
ça condenatória, em 21 de novembro de 2023, entra
em vigor nova lei penal, estabelecendo patamares de
pena em abstrato mais elevados para o crime de roubo.
Preocupado com sua situação, Lucas consulta você, na
qualidade de advogado. A correta orientação jurídica ao
cliente é:
(A) A nova lei penal, por ser mais grave, não poderá ser
aplicada a Lucas. Será aplicada ao caso a lei vigente
em 28 de agosto de 2023.
(B) A nova lei penal poderá ser aplicada a Lucas, consi-
derando a vigência anterior à prolação da sentença
condenatória de primeiro grau.
(C) A nova lei penal poderá ser aplicada a Lucas, consideran-
do que a condenação ainda não transitou em julgado.
(D) A nova lei penal poderá ser aplicada a Lucas, inde-
pendentemente de ser mais gravosa ou não, diante
do princípio do tempus regit actum.
Letra a.
Assunto abordado: Direito Penal. Parte Geral. Aplicação
da lei penal.
Segundo o art. 5º, inc. XL, da CF, a lei penal não retroa-
girá, salvo para beneficiar o réu. Nos termos do art. 4º
do CP, considera-se praticado o crime no momento da
ação ou omissão. Assim sendo, será aplicada a Lucas a
lei vigente na data do roubo, 28 de agosto de 2023, não
podendo a lei posterior, mais grave, retroagir.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
57
Cláudia conviveu maritalmente com Gregório por 15
anos. Após muitas discussões, decidiram se divorciar.
Depois de alguns meses do divórcio, Cláudia começou
a namorar Roberto. Em razão de ciúmes da ex-esposa,
Gregório passou a ligar e mandar mensagens insisten-
temente para Cláudia, para saber sobre o novo namo-
rado, bem como proibiu os filhos menores do casal de
frequentarem a casa da mãe enquanto o namorado lá
estivesse. Além disso, passou a ofender a honra de Cláu-
dia, com xingamentos, afirmando que foi traído durante
o casamento. Diante de tais comportamentos, Cláudia
se dirigiu à Delegacia de Polícia e fez requerimento de
medidas protetivas de urgência, com fundamento na Lei
Maria da Penha. Acerca da situação hipotética narrada,
assinale a alternativa correta.
(A) Cláudia somente poderá requerer as medidas prote-
tivas de urgência caso a autoridade policial instaure
inquérito para apurar as condutas de Gregório.
(B) A autoridade policial poderá, de imediato, conceder
as medidas protetivas requeridas por Cláudia, consi-
derando que a Lei Maria da Penha não exige decisão
judicial quando presentes o risco à integridade física
ou psicológica da vítima.
(C) Para requerer as medidas protetivas de urgência, Cláu-
dia necessariamente deverá contratar um advogado e
outorgar uma procuração com poderes específicos.
(D) As medidas protetivas de urgência poderão ser con-
cedidas pelo juízo competente ainda que não haja
uma investigação formal em trâmite contra Gregório.
Letra d.
Assunto abordado: Direito Penal. Legislação Penal Ex-
travagante. Lei Maria da Penha.
Segundo o art. 19 da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da
Penha), as medidas protetivas de urgência poderão ser
concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Pú-
blico ou a pedido da ofendida. Portanto, há, como regra,
reserva de jurisdição para o deferimento das medidas
protetivas, à exceção dos casos previstos no art. 12-C da
lei, que não foi abordado na questão. Nos termos do §
5º do art. 19, as medidas protetivas de urgência serão
concedidas independentemente da tipificação penal da
violência, do ajuizamento de ação penal ou cível, da exis-
tência de inquérito policial ou do registro de boletim de
ocorrência. É desnecessária a contratação de advogado
para o requerimento de medidas protetivas, conforme
se extrai do art. 27 da lei:
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e crimi-
nais, a mulher em situação de violência doméstica e
familiar deverá estar acompanhada de advogado, res-
salvado o previsto no art. 19 desta Lei. (Grifos nossos.)
58
Marcos deseja praticar crime de roubo contra a farmácia
próxima à sua residência. Para se sentir mais encoraja-
do para o ato, ingere um medicamento misturado com
bebida alcoólica, pois sabia que essa combinação o dei-
xaria mais corajoso e violento. Já sob o efeito da mistura
e bastante alterado, Marcos vai até a farmácia e, por-
tando uma arma de fogo, anuncia o assalto. Pega alguns
produtos nas prateleiras e quantia em dinheiro no caixa,
mas, devido ao excessivo nervosismo, acaba tropeçando
e caindo na saída do comércio, antes mesmo de alcançar
a rua, sendo preso em flagrante nesse momento. Acerca
da situação narrada, é correto afirmar que:
(A) a defesa de Marcos deverá requerer a aplicação de
causa de diminuição de pena, considerando que o
rapaz estava com a capacidade de autodeterminação
prejudicada pelo efeito da mistura de medicamento
com bebida alcoólica.
(B) Marcos poderá ter sua pena agravada, considerando
o estado de embriaguez preordenada.
(C) Marcos terá a sua culpabilidade afastada, conside-
rando que, no momento do fato, era inteiramente
incapaz de compreender o caráter ilícito do fato.
(D) o fato de Marcos ter ingerido a mistura para ficar
mais corajoso para praticar o crime não terá qual-
quer influência na individualização da pena.
Letra b.
Assunto abordado: Direito Penal. Parte Geral. Embriaguez.
Segundo o art. 28 do Código Penal, não exclui a impu-
tabilidade penal a embriaguez, voluntária ou culposa,
pelo álcool ou substância de efeitos análogos. Aplica-
-se ao caso a teoria da actio libera em causa, já que
Marcos, ao tempo em que ingeriu a mistura de medica-
mento e álcool, sabia exatamente o que estava fazendo.
Ademais, quando a ingestão da substância se dá para
o específico fim de praticar crimes, temos a figura da
embriaguez preordenada, prevista no art. 61, inc. II, “l”,
como agravante da pena, com incidência na segunda
fase da dosimetria.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
Direito Processual Penal
Lorena Ocampos
59
Rogério, promotor de justiça, ofereceu denúncia impu-
tando a Fábio o crime de falsidade ideológica. Ocorre
que não foi realizada a apuração da autoria e da ma-
terialidade do delito em inquérito policial. A família do
acusado procurou você como advogado(a) para saber
mais a respeito do assunto. Nesse aspecto, você deverá
esclarecer que
(A) Rogério não poderia ter oferecido denúncia sem in-
quérito policial anterior.
(B) é possível o oferecimento da denúncia com base em
peças de informação remetidas ao Ministério Públi-
co, sendo o inquérito policial prescindível.
(C) a indispensabilidade é característica do inquérito policial.
(D) o inquérito policial somente é dispensável para apu-
rar a existência e a autoria de infrações penais de
ação penal privada.
Letra b.
Assunto abordado: Inquérito policial. Características do
inquérito policial.
(A) Errada. Dentre as características do inquérito policial
está a dispensabilidade. O inquérito policial é apenas
uma das formas de se investigar uma infração penal,
havendo outras previstas em lei, como a investigação
realizada pela CPI, o inquérito policial militar e tam-
bém a investigação realizada diretamente pelo Ministé-
rio Público.
(B) Certa. É possível que o Ministério Público ofereça de-
núncia consubstanciada em outros elementos de inves-
tigação que não sejam o inquérito policial.
(C) Errada. A dispensabilidade que é uma característica
do inquérito policial.
(D) Errada. O inquérito policial é dispensável tanto nas
infrações penais de ação penal pública quanto nas infra-
ções penais de ação penal privada.
60
Durante inquérito policial, Jonas, advogado de Joana,
indiciada pela suposta prática do crime de latrocínio,
foi impedido pelo delegado de polícia de ter acesso às
provas já produzidas e documentadas nos autos do in-
quérito. A família da Joana procura você para esclareci-
mentos. Nesse caso, você deverá informar à família que
(A) agiu bem o delegado, porque o inquérito é sigiloso.
(B) agiu mal o delegado. O delegado de polícia é obriga-
do a permitir o acesso a todos os elementos já docu-
mentados nos autos do inquérito ao advogado.
(C) agiu bem o delegado. Cabe à autoridade policial de-
cidir fundamentadamente se permitirá ao advogado
o acesso a todos os elementos já documentados nos
autos do inquérito.
(D) agiu mal o delegado, visto que ao advogado é sem-
pre permitido o acesso aos elementos já documen-
tados nos autos do inquérito e a todos os elemen-
tos decorrentes de diligências em curso, ainda que
não documentadas.
Letra b.
Assunto abordado: Inquérito policial. Acesso aos autos
pela defesa.
O inquérito policial é procedimento administrativo si-
giloso, nos termos do art. 20, do Código de Processo
Penal. No entanto, o dispositivo legal se refere ao sigilo
externo e não à defesa do investigado. A defesa possui,
de regra, o direito ao acesso aos elementos do inquérito
policial. Atenção ao conteúdo da Súmula Vinculando 14,
que responde à questão:
É direito do defensor, no interesse do representado,
ter acesso amplo aos elementos de prova que, já do-
cumentados em procedimento investigatório realiza-
do por órgão com competência de polícia judiciária,
digam respeito ao exercício do direito de defesa.
A defesa não poderá ter acesso às diligências ainda em
curso/em andamento para não frustrar a investigação.
Entretanto, se a diligência foi cumprida e está documen-
tada nos autos, deverá o delegado dar acesso à defesa.
Por isso, agiu mal o delegado de polícia.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
61
Reginaldo, 8 meses após tomar conhecimento de que
Alan atentou contra a sua honra, ajuizou contra este
queixa-crime, por intermédio de advogado com a devi-
da procuração com poderes especiais, imputando a Alan
o delito de injúria. Contudo, referida queixa-crime deve
ser rejeitada pelo juízo em razão da ocorrência do se-
guinte instituto:
(A) perempção do direito de queixa.
(B) renúncia ao direito de queixa.
(C) perdão ao querelado.
(D) decadência do direito de queixa.
Letra d.
Assunto abordado: Ação penal privada.
Conforme dispõe o art. 38, do Código de Processo Penal,
ofendido, ou seu representante legal, decairá no direi-
to de queixa se não o exercer dentro do prazo de seis
meses, contado do dia em que vier a saber quem é o
autor do crime.
Dessa forma, tendo em vista que se ultrapassou o prazo
de 6 meses contados do dia que Reginaldo tomou co-
nhecimento que Alan o injuriou, ocorreu a decadência
do direito de oferecimento da queixa-crime.
62
Roberto, com 25 anos e capaz, comparece à Delegacia
de Polícia, noticia que foi vítima do crime de estelionato
e exerce o direito de representação, manifestando sua
vontade de que o autor do fato, Pedro, seja investigado,
processado e julgado. Assim sendo, a autoridade policial
instaura inquérito policial, realiza os atos investigatórios
e conclui a investigação. Em seguida, os autos são reme-
tidos ao Ministério Público, que oferece denúncia bus-
cando a responsabilização penal de Pedro. A peça acusa-
tória é recebida pelo juízo competente no dia seguinte e
o processo segue. Por ocasião da audiência de instrução
e julgamento, Roberto afirma que pensou melhor e que
gostaria de se retratar da representação oferecida ante-
riormente. Nesse cenário, considerando a manifestação
de Roberto e as disposições do Código de Processo Pe-
nal, é correto afirmar:
(A) O processo será extinto, considerando a retratação
do direito de representação.
(B) O processo prosseguirá, considerando que a represen-
tação é irretratável, depois de recebida a denúncia.
(C) O processo prosseguirá, considerando que a represen-
tação é irretratável, depois de oferecida a denúncia.
(D) O processo prosseguirá, considerando que a repre-
sentação, uma vez exercida, é irretratável.
Letra c.
Assunto abordado: Ação penal pública.
A retratação da representação não é possível em qual-
quer etapa da persecução penal. Prevê o art. 25, do Có-
digo de Processo Penal, que a vítima poderá se retratar
da representação até o oferecimento da denúncia.
Art. 25. A representação será irretratável, depois de
oferecida a denúncia.
63
Bruno responde a um procedimento de furto contra a
vítima Bernadete, constando do inquérito policial que
ele supostamente teria subtraído a bolsa e o celular da
vítima. Consta do procedimento que a bolsa foi restitu-
ída, mas o celular não foi localizado, tendo Bernadete
sofrido esse prejuízo com a prática da infração penal. No
caso, além de supostamente ter praticado o crime, Bru-
no pode ter, ainda, praticado um ilícito civil gerador do
dever de indenizar. E, em regra, a decisão judicial proferi-
da pelo juiz criminal não impede que Bernadete busque
a reparação dos seus danos. Assume relevância, portan-
to, a análise dos arts. 65, 66 e 67 do CPP. Com medo de
não ser indenizada pela perda de seu celular, Bernadete
procura você, como advogado(a), para uma consultoria
jurídica. Você deverá esclarecer à vítima que, nos termos
do Código de Processo Penal, impede a propositura de
ação civil indenizatória a decisão judicial penal que
(A) julgar extinta a punibilidade do agente.
(B) arquivar o inquérito policial.
(C) reconhecer a inexistência material do fato.
(D) absolver o réu em razão de o fato imputado não
constituir crime.
Letra c.
Assunto abordado: Ação civil ex delicto.
Atenção aos artigos 66 e 67 do CPP.
Prevê o art. 67, do Código de Processo Penal, que não
impede a propositura da ação civil para indenização dos
danos o arquivamento do inquérito policial, a extinção
de punibilidade e a absolvição pela atipicidade. Por ou-
tro lado, se o juízo criminal reconhecer a inexistência do
fato, conforme art. 66, não será possível a propositura
de ação civil buscando a indenização dos prejuízos.
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo
criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não
tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistên-
cia material do fato.
Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da
ação civil:
I – o despacho de arquivamento do inquérito ou das
peças de informação;
II – a decisão que julgar extinta a punibilidade;
III – a sentença absolutória que decidir que o fato im-
putado não constitui crime.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
64
José, morador de Brasília, recebeu uma mensagem pelo
celular que oferecia a ele um empréstimo. Ele entrou em
contato para receber um empréstimo de R$ 10.000,00
e, para tanto, depositou, a título de “custas”, um valor
de R$ 500,00 em uma conta corrente vinculada a uma
agência bancária localizada em Belo Horizonte. A conta
pertencia a Henrique, morador de São Paulo. Somente
depois da transferência percebeu se tratar de uma frau-
de e nunca recebeu os R$ 10.000,00. José estava de fé-
rias em Recife, percebeu que foi vítima de estelionato e
decidiu registrar ocorrência nesta cidade. A competên-
cia para instruir e julgar o delito acima narrado será:
(A) Brasília.
(B) Belo Horizonte.
(C) São Paulo.
(D) Recife.
Letra a.
Assunto abordado: Competência.
A Lei n. 14.155/2021 inseriu no CPP o seguinte
dispositivo:
Art. 70. A competência será, de regra, determinada
pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso
de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último
ato de execução.
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
quando praticados mediante depósito, mediante
emissão de cheques sem suficiente provisão de fun-
dos em poder do sacado ou com o pagamento frus-
trado ou mediante transferência de valores, a compe-
tência será definida pelo local do domicílio da vítima,
e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência
firmar-se-á pela prevenção.
Dessa forma, no caso em questão, por se tratar de este-
lionato praticado mediante depósito, a competência é
fixada pelo domicílio da vítima.
Direito do Trabalho
Rogério Dias
65
Tadeu Borges é bancário e trabalha no Banco Lucro Ex-
tremado S/A, exercendo função de confiança, com a de-
vida gratificação legal, e exerce jornada de 8 horas diá-
rias. Nessa situação,
(A) Tadeu não tem direito a receber horas extras.
(B) Tadeu tem direito a receber horas extras a partir da
sexta hora trabalhada.
(C) Tadeu tem direito a receber horas extras a partir da
oitava hora trabalhada.
(D) bancários estão proibidos de realizar horas extras.
Letra c.
Assunto abordado: Bancário.
O bancário sujeito à regra do art. 224, § 2º, da CLT cum-
pre jornada de trabalho de 8 (oito) horas, sendo extra-
ordinárias as trabalhadas além da oitava, com base na
Súmula 102, III, do TST.
66
Em 5 de julho de 2023, Juliana Tiggo foi dispensada sem
justa causa, no oitavo mês de gestação. O parto foi rea-
lizado no dia 20 de agosto de 2023. No dia 10 de janeiro
de 2024, a empregada ajuizou ação trabalhista reque-
rendo sua reintegração, alegando ter estabilidade. Nes-
sa situação,
(A) não há que se falar em estabilidade.
(B) Juliana tem direito a ser reintegrada.
(C) a empregada não tem direito a ser indenizada.
(D) vigora o entendimento do TST que gestante não tem
estabilidade.
Letra a.
Assunto abordado: Estabilidades.
A garantia de emprego à gestante só autoriza a reinte-
gração se esta se der durante o período de estabilidade.
Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e de-
mais direitos correspondentes ao período de estabilida-
de, de acordo com a Súmula 244, II, do TST.
67
Túlio Almeida era empregado da Empresa Jotta Ltda. e,
durante os dois primeiros anos do vínculo empregatício,
recebeu adicional de insalubridade, em grau médio. A
partir de 2023, o adicional de insalubridade deixou de
ser pago pela empresa, sob alegação de que a atividade
tinha sido descaracterizada pelo Ministério do Trabalho
e Emprego. Insatisfeito, o empregado ajuizou ação tra-
balhista para continuar recebendo o mencionado adicio-
nal. Nesse caso,
(A) o empregado tem o referido direito, reduzido
pela metade.
(B) mesmo com a descaracterização, o empregado tem
direito a continuar recebendo o adicional.
(C) com a descaracterização, repercute na satisfação
do adicional.
(D) para o TST, nova perícia deverá ser realizada.
Letra c.
Assunto abordado: Adicional de insalubridade.
A reclassificação ou a descaracterização da insalubrida-
de, por ato da autoridade competente, repercute na sa-
tisfação do respectivo adicional, sem ofensa a direito ad-
quirido ou ao princípio da irredutibilidade salarial, com
base na Súmula 248 do TST.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
68
Cristiano Santos é digitador na empresa BBJ Ltda., com
jornada de 6 horas diárias, com intervalo de 15 minutos,
apenas. Nessa situação,
(A) não há irregularidades no contrato do empregado.
(B) Cristiano tem direito a 10 minutos de intervalo a
cada 90 minutos trabalhados.
(C) Cristiano tem direito a no mínimo 1 hora de intervalo.
(D) Cristiano tem direito a 20 minutos de intervalo a
cada 1 hora e 40 minutos trabalhados.
Letra b.
Assunto abordado: Intervalos.
Os digitadores, por aplicação analógica do art. 72 da
CLT, equiparam-se aos trabalhadores nos serviços de
mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), ra-
zão pela qual têm direito a intervalos de descanso de 10
(dez) minutos a cada 90 (noventa) de trabalho consecu-
tivo, com base na Súmula 346 do TST.
69
Beatriz Fonseca foi admitida por uma empresa pública,
sem aprovação em concurso público, em 2018. No ano
de 2021, a referida empresa foi privatizada e a empre-
gada continuou a prestar seus serviços. Em 2024, cons-
tatou-se que a empregada não havia sido aprovada em
concurso público. Nessa situação,
(A) o contrato de trabalho de Beatriz deve ser rescindido.
(B) convalidaram-se os efeitos do contrato.
(C) a empregada deverá ser dispensada por justa causa.
(D) a empregada deverá ser exonerada.
Letra b.
Assunto abordado: Rescisão contratual.
Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que,
considerado nulo por ausência de concurso público,
quando celebrado originalmente com ente da adminis-
tração pública indireta, continua a existir após a sua pri-
vatização, com base na Súmula 430 do TST.
Direito Processual do Trabalho
Aryanna Linhares
70
Bilbo Bolseiro, residente no Condado/RS, foi contratado
em sua própria cidade pela Companhia Thorin Escudo
de Carvalho Ltda. para trabalhar na filial da empresa em
Erebor/AM. Considerando que a sede da companhia fica
nas Montanhas Azuis em Ered-Lindon/RR, a competên-
cia para julgar eventual ação trabalhista proposta por
Bilbo em face de sua empregadora é uma das varas do
trabalho de
(A) Ered-Lindon/RR.
(B) Erebor/AM.
(C) qualquer uma das localidades, conforme a preferên-
cia de Bilbo.
(E) Condado/RS.
Letra b.
Assunto abordado: Competência da Justiça do Trabalho
– em razão da matéria, das pessoas, funcional e do lugar.
CLT. Art. 651. A competência das Juntas de Concilia-
ção e Julgamento é determinada pela localidade onde
o empregado, reclamante ou reclamado, prestar ser-
viços ao empregador, ainda que tenha sido contrata-
do noutro local ou no estrangeiro.
A resposta correta é a letra B, Erebor/AM, tendo em vis-
ta que o art. 651 da CLT dispõe que a competência da
vara do trabalho é determinada pela localidade onde o
empregado, seja ele reclamante ou reclamado, prestar
serviços ao empregador, ainda que tenha sido contra-
tado noutro local ou no estrangeiro. De acordo com o
enunciado, Bilbo Bolseiro foi contratado para trabalhar
na filial da empresa localizada em Erebor/AM.
71
Tevildo propôs reclamação trabalhista em face de Me-
lkor, seu ex-empregador. No dia da audiência, as partes
conciliaram e firmaram acordo no valor de R$ 10.000,00
(dez mil reais). Sem qualquer convenção a respeito do
pagamento das custas, o acordo foi homologado pelo Ju-
ízo. Diante disso, pode-se afirmar que as custas serão de
(A) R$ 100,00 (cem reais), com pagamento em partes
iguais por Tevildo e Melkor.
(B) R$ 200,00 (duzentos reais), com pagamento em par-
tes iguais por Tevildo e Melkor.
(C) R$ 100,00 (cem reais), com pagamento a cargo de
Tevildo.
(D) R$ 200,00 (duzentos reais), com pagamento a cargo
de Melkor.
Letra b.
Assunto abordado: Despesas processuais. Custas e
emolumentos.
CLT. Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios
coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de
competência da Justiça do Trabalho, bem como nas
demandas propostas perante a Justiça Estadual, no
exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas
ao processo de conhecimento incidirão à base de 2%
(dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64
(dez reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo
de quatro vezes o limite máximo dos benefícios do Re-
gime Geral de Previdência Social, e serão calculadas:
I – quando houver acordo ou condenação, sobre o
respectivo valor;
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
§ 3º Sempre que houver acordo, se de outra forma
não for convencionado, o pagamento das custas ca-
berá em partes iguais aos litigantes.
Observe que reclamante e reclamado celebraram, em
audiência, acordo no valor de R$ 10.000,00 (dez mil re-
ais), sem convencionar qualquer coisa a respeito do pa-
gamento das custas. O inciso I do art. 789 da CLT dispõe
que as custas relativas ao processo de conhecimento
incidirão à base de 2% (dois por cento) sobre o valor do
acordo e seu § 3º determina que, se de outra forma não
for convencionado, o pagamento das custas caberá em
partes iguais aos litigantes. Diante disso, podemos con-
cluir que a resposta correta é a letra B, R$ 200,00, pois
equivale a 2% do valor do acordo (R$ 10.000,00), e tal
valor deverá ser dividido entre as partes, já que não se
convencionou outra forma de pagamento.
72
No procedimento sumaríssimo, ao se falar em recursos,
pode-se afirmar que
(A) o recurso ordinário terá acórdão consistente unica-
mente na certidão de julgamento, com indicação su-
ficiente do processo e parte dispositiva, e das razões
de decidir do voto prevalente.
(B) o recurso ordinário terá parecer escrito do Ministério
Público presente à sessão de julgamento, que será
entregue ao relator para inclusão no voto.
(C) ao ser distribuído o recurso ordinário no Tribunal Re-
gional do Trabalho, serão imediatamente sorteados
relator e revisor.
(D) em caso de confirmação da sentença, o recurso ordi-
nário terá acórdão consistente unicamente na certi-
dão de julgamento, com indicação dos motivos que
levaram o Tribunal a manter a decisão de origem.
Letra a.
Assunto abordado: Sistema recursal trabalhista. Recur-
so ordinário.
CLT. Art. 895. Cabe recurso ordinário para a instân-
cia superior:
§ 1º Nas reclamações sujeitas ao procedimento su-
maríssimo, o recurso ordinário:
II – será imediatamente distribuído, uma vez recebido
no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo má-
ximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma
colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento,
sem revisor;
III – terá parecer oral do representante do Ministério
Público presente à sessão de julgamento, se este en-
tender necessário o parecer, com registro na certidão;
IV – terá acórdão consistente unicamente na certidão
de julgamento, com a indicação suficiente do proces-
so e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto
prevalente. Se a sentença for confirmada pelos pró-
prios fundamentos, a certidão de julgamento, regis-
trando tal circunstância, servirá de acórdão.
A resposta correta é a letra "a". Com base no § 1º do art.
895 da CLT, o recurso ordinário terá acórdão consistente
unicamente na certidão de julgamento, com indicação
suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões
de decidir do voto prevalente (inciso IV).
A letra "b" está incorreta porque o parecer do Ministério
Público será oral, e não escrito (inciso III).
A letra "c" está incorreta porque, ao ser distribuído, uma
vez recebido no Tribunal, deverá o relator liberá-lo no
prazo máximo de dez dias e a Secretaria do Tribunal ou
Turma deverá colocá-lo imediatamente em pauta para
julgamento, SEM revisor (inciso I).
Por fim, a letra "d" está incorreta porque o que prevê o
inciso IV é que, em caso de confirmação da sentença, o
recurso ordinário terá acórdão consistente unicamente
na certidão de julgamento, com a indicação suficiente
do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir
do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos
próprios fundamentos, a certidão de julgamento, regis-
trando tal circunstância, servirá de acórdão.
73
Quanto à execução no processo do trabalho, é INCORRE-
TO afirmar que
(A) a avaliação dos bens penhorados em virtude da execu-
ção de decisão condenatória será feita por avaliador
escolhido de comum acordo pelas partes, que perce-
berá as custas arbitradas pelo juiz, ou presidente do
tribunal trabalhista, de conformidade com a tabela a
ser expedida pelo Tribunal Superior do Trabalho.
(B) não acordando as partes quanto à designação de
avaliador, dentro de cinco dias após o despacho que
o determinou a avaliação, será o avaliador designado
livremente pelo juiz ou presidente do tribunal.
(C) os servidores da Justiça do Trabalho não poderão ser
escolhidos ou designados para servir de avaliador.
(D) concluída a avaliação, dentro de dez dias, contados
da data da nomeação do avaliador, seguir-se-á a ar-
rematação, que será anunciada por edital afixado na
sede do juízo ou tribunal e publicado no jornal local,
se houver, com a antecedência de dez (10) dias.
Letra d.
Assunto abordado: Execução trabalhista.
CLT. Art. 887. A avaliação dos bens penhorados em
virtude da execução de decisão condenatória, será
feita por avaliador escolhido de comum acordo pelas
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
partes, que perceberá as custas arbitradas pelo juiz,
ou presidente do tribunal trabalhista, de conformida-
de com a tabela a ser expedida pelo Tribunal Superior
do Trabalho.
§ 1º Não acordando as partes quanto à designação de
avaliador, dentro de cinco dias após o despacho que
o determinou a avaliação, será o avaliador designado
livremente pelo juiz ou presidente do tribunal.
§ 2º Os servidores da Justiça do Trabalho não poderão
ser escolhidos ou designados para servir de avaliador.
CLT. Art. 888. Concluída a avaliação, dentro de dez
dias, contados da data da nomeação do avaliador,
seguir-se-á a arrematação, que será anunciada por
edital afixado na sede do juízo ou tribunal e publica-
do no jornal local, se houver, com a antecedência de
vinte (20) dias.
As letras "a", "b" e "c" estão corretas, pois são exatamen-
te o que prevê o art. 887 da CLT. Já a letra "d" está incor-
reta, apenas porque o prazo é de 20, e não de 10 dias!
74
Tomando como base o que dispõe a CLT, pode-se afirmar
que a ação rescisória, no processo no trabalho,
(A) sujeita-se sempre a depósito prévio de 20% do valor
da causa.
(B) sujeita-se a depósito prévio de 20% do valor da cau-
sa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor.
(C) sujeita-se a depósito prévio de 20% do valor de
condenação arbitrado na decisão que se pretende
rescindir.
(D) sujeita-se a depósito prévio, cujo valor equivale ao
do depósito recursal fixado pelo TST para os recursos
de revista.
Letra b.
Assunto abordado: Ação rescisória no processo
do trabalho.
CLT. Art. 836. É vedado aos órgãos da Justiça do Tra-
balho conhecer de questões já decididas, excetuados
os casos expressamente previstos neste Título e a
ação rescisória, que será admitida na forma do dis-
posto no Capítulo IV do Título IX da Lei n. 5.869, de
11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, su-
jeita ao depósito prévio de 20% (vinte por cento) do
valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica
do autor.
A resposta correta é a letra "b", pois, conforme art. 836
da CLT, a ação rescisória é cabível no processo do traba-
lho, sujeitando-se ao depósito prévio de 20% do valor da
causa, salvo prova de miserabilidade do autor.
Direito Previdenciário
Fernando Maciel
75
Na data de 4 de março de 2013, o segurado Álvaro Brito
foi cientificado da decisão do INSS que indeferiu o be-
nefício de aposentadoria que havia requerido. No dia 9
de janeiro de 2024, Álvaro compareceu ao seu escritório
de advocacia questionando-lhe acerca da (im)possibili-
dade de pedir a revisão, na via administrativa, da deci-
são proferida pelo INSS. Levando-se em consideração
o que dispõe a legislação previdenciária, bem como o
entendimento jurisprudencial dos Tribunais Superiores,
a consultoria jurídica que você prestará a Álvaro será no
sentido de que:
(A) considerando o transcurso de mais de 10 anos desde
a data do indeferimento do benefício, o pedido de
revisão administrativa estaria atingido pela prescri-
ção previdenciária.
(B) considerando o transcurso de mais de 10 anos desde
a data do indeferimento do benefício, o pedido de
revisão administrativa estaria atingido pela decadên-
cia previdenciária.
(C) o direito de revisar uma decisão de indeferimento
administrativo não está sujeito ao prazo de decadên-
cia, motivo pelo qual o segurado Álvaro poderá revi-
sar a decisão do INSS, com direito de receber a renda
mensal de sua aposentadoria relativa ao período não
prescrito, qual seja os últimos 5 anos que antecedem
o pedido de revisão.
(D) o direito de revisar uma decisão de indeferimento
administrativo não está sujeito ao prazo de decadên-
cia, motivo pelo qual o segurado Álvaro poderá revi-
sar a decisão do INSS, com direito de receber a renda
mensal de sua aposentadoria desde a data de março
de 2013.
Letra c.
Assunto abordado: Decadência e prescrição.
Ao julgar a ADI 6.096, o STF reconheceu a inconstitucio-
nalidade da redação que a Lei n. 13.846/2019 conferiu
ao art. 103 da Lei n. 8.213/1991. Dessa forma, apenas
as decisões concessivas de benefícios é que estarão su-
jeitas ao prazo decadencial para fins de pedidos de revi-
são. Ao contrário, as decisões de indeferimento, como
foi o caso do segurado Álvaro, não estão sujeitas a prazo
decadencial, podendo ser requerida a revisão mesmo
após o transcurso de 10 anos. Porém apesar de poder
pedir a revisão a qualquer tempo, haverá a incidência da
prescrição previdenciária, de modo que, sendo acolhido
o pedido de revisão, o segurado teria direito a receber
apenas a renda mensal relativa aos últimos 5 anos ante-
riores ao pedido de revisão.
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
76
Kleber Santos é segurado obrigatório do RGPS na qua-
lidade de empregado, exercendo suas atividades com
efetiva exposição a agentes prejudiciais à sua saúde. De
acordo com o previsto no Dec. n. 3.048/1999 (Regula-
mento da Previdência Social – RPS), para fins de com-
provação dos requisitos necessários à concessão de
sua aposentadoria especial, Kleber precisará apresen-
tar ao INSS:
(A) laudo técnico de condições ambientais do trabalho,
elaborado a partir do perfil profissiográfico previden-
ciário expedido por médico do trabalho ou engenhei-
ro de segurança do trabalho.
(B) perfil profissiográfico previdenciário, elaborado a
partir de laudo técnico de condições ambientais do
trabalho expedido por médico do trabalho ou enge-
nheiro de segurança do trabalho.
(C) laudo técnico de condições ambientais do trabalho
homologado pela Fundacentro.
(D) histórico laboral do trabalhador, elaborado de acor-
do com o modelo instituído pelo Ministério do Traba-
lho e Emprego.
Letra b.
Assunto abordado: Aposentadoria especial – agen-
tes nocivos.
Segundo dispõe o art. 68, §§ 3º e 9º, do RPS, a com-
provação da efetiva exposição do segurado a agentes
prejudiciais à saúde será feita por meio de documento
emitido pela empresa ou por seu preposto, com base
em laudo técnico de condições ambientais do trabalho
expedido por médico do trabalho ou engenheiro de se-
gurança do trabalho. Referido documento consiste no
perfil profissiográfico previdenciário, o qual deve conter
o histórico laboral do trabalhador, devendo ser elabora-
do de acordo com o modelo instituído pelo INSS.
Direito Financeiro
Anderson Ferreira
77
O senador da República João, por meio de emenda par-
lamentar impositiva individual, prevista na Constituição,
deseja destinar recursos para o estado Beta. Nesse sen-
tido, deseja fazê-lo de modo que os referidos recursos
sejam aplicados em programações finalísticas das áreas
de competência do Poder Executivo do estado Beta.
De acordo com a situação hipotética, assinale a opção
que indica a modalidade que ele deve adotar.
(A) Transferência extraordinária.
(B) Transferência com finalidade definida.
(C) Transferência de bancada.
(D) Transferência especial.
Letra d.
Assunto abordado: Orçamento na CF/1988 – emendas
parlamentares.
A partir das alternativas da presente questão, a que deve
ser assinalada é a letra "d".
Isso porque, como os recursos, oriundos da emenda par-
lamentar impositiva individual, devem ser aplicados em
programações finalísticas do estado Beta (ente federati-
vo beneficiado), então a modalidade correta a ser utili-
zada é a transferência especial, consoante o inciso III do
§ 2º do art. 166-A da Constituição. Veja:
Art. 166-A. (...) § 2º Na transferência especial a que
se refere o inciso I do caput deste artigo, os recur-
sos: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105,
de 2019) (...)
III – serão aplicadas em programações finalísticas das
áreas de competência do Poder Executivo do ente
federado beneficiado, observado o disposto no § 5º
deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
105, de 2019)
78
O presidente da República está elaborando projeto de
lei que estabelece as diretrizes da política fiscal e respec-
tivas metas, em consonância com trajetória sustentável
da dívida pública.
Diante dessa situação, assinale a afirmativa correta.
(A) A matéria tratada no projeto de lei objetiva instituir o
Plano Plurianual, o qual deve ser aprovado por quó-
rum de maioria absoluta no Congresso Nacional.
(B) Tal projeto versa sobre a Lei Orçamentária Anual e se
submete à reserva de lei complementar.
(C) Embora institua a Lei de Diretrizes Orçamentárias, tal
projeto de lei necessita ser aprovado por quórum de
maioria absoluta no Congresso Nacional.
(D) Tal projeto versa sobre a Lei de Diretrizes Orçamen-
tárias, com quórum de maioria simples no Congres-
so Nacional.
Letra d.
Assunto abordado: Lei n. 4.320/1964 (Despesa Pública).
O projeto de Lei a que se refere a situação hipotética do
enunciado instituirá a Lei de Diretrizes Orçamentárias,
nos termos do art. 165, § 2º, da Constituição. Veja:
Art. 165. (...) § 2º A lei de diretrizes orçamentárias
compreenderá as metas e prioridades da administra-
ção pública federal, estabelecerá as diretrizes de po-
lítica fiscal e respectivas metas, em consonância com
trajetória sustentável da dívida pública, orientará a
elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre
as alterações na legislação tributária e estabelecerá a
política de aplicação das agências financeiras oficiais
de fomento. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal nº 109, de 2021)
1º Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 40º
Ademais, os projetos de Lei do processo constitucional
orçamentário são mencionados nos incisos do caput do
art. 165 da Constituição. Veja:
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo es-
tabelecerão:
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.
Como a Constituição não menciona expressamente “lei
complementar”, então se pode afirmar que o projeto de
lei possui quórum de maioria simples (lei ordinária).
Por todo o exposto, a alternativa a ser assinalada é a
letra "d".
Direito Eleitoral
Odair José
79
João, candidato a prefeito do município Alfa, foi denun-
ciado pelo Ministério Público Eleitoral pela prática de
corrupção eleitoral, inscrito no art. 299 do Código Elei-
toral. Pela mesma prática, o partido Delta representou
contra João, alegando captação ilícita de sufrágio, nos
termos do art. 41-A da Lei n. 9.504/1997.
De acordo com a narrativa e a sistemática da jurispru-
dência do Tribunal Superior Eleitoral, é correto afirmar:
(A) A ação movida pelo partido Delta não deverá prospe-
rar, sob pena de bis in idem.
(B) A corrupção ativa, inscrita no art. 299 do Código Elei-
toral, foi tacitamente revogada pelo art. 41-A da Lei
n. 9.504/1997.
(C) O partido Delta não é legitimado ativo para propor
ação por captação ilícita de sufrágio.
(D) Tanto a ação promovida pelo Ministério Público Elei-
toral quanto a ação do partido Delta, ambas contra
João e fundadas nos mesmos fatos, poderão correr
simultaneamente, uma vez que não há configuração
de bis in idem.
Letra d.
Assunto abordado: Crimes eleitoral. Corrupção eleito-
ral. Captação ilícita de sufrágio.
(A) Errada. O disposto no art. 299 do Código Eleitoral
configura crime eleitoral, a mesma conduta poderá im-
plicar também um ilícito cível eleitoral, inscrito no art.
41-A da Lei n. 9.504/1997, sem que se configure bis in
idem em razão da autonomia das instâncias.
(B) Errada. Não houve revogação tácita, porque o art.
299 do Código Eleitoral se refere a crime eleitoral, ao
passo que a mesma conduta também poderá configurar
ilícito cível eleitoral.
(C) Errada. O partido Delta, conforme disposição do art.
22 da LC n. 64/1990, é um dos legitimados ativos.
(D) Certa. De acordo com a jurisprudência do TSE, no
RHC n. 81, a disciplina do art. 299 do Código Eleitoral
não foi alterada pelo art. 41-A da Lei n. 9.504/1997.
80
Os partidos políticos Beta e Gama iniciaram tratativas
com a finalidade de que o primeiro fosse incorporado
ao segundo. Tempos depois, concluído o acordo entre as
duas agremiações, foi averbada, junto ao Tribunal Supe-
rior Eleitoral, o pedido de incorporação do partido Beta
ao partido Gama.
Após a averbação, a direção executiva de Gama consultou
sua assessoria jurídica a fim de saber acerca do destino
dos recursos do fundo partidário da extinta agremiação.
A assessoria do partido respondeu corretamente que
(A) as cotas do partido Beta, anteriores à averbação de
incorporação junto ao Tribunal Superior Eleitoral,
deverão ser reintegradas ao Fundo Especial de Assis-
tência Financeira aos Partidos Políticos.
(B) o partido Gama tem direito à percepção das cotas
do Fundo Partidário devidas ao partido Beta, anterio-
res à averbação do registro no TSE.
(C) o partido Gama somente tem direito à percepção
das cotas do Fundo Partidário devidas ao partido
Beta após a averbação do registro no TSE.
(D) atendendo ao princípio da autonomia partidária,
Gama somente fará jus às cotas do partido Beta se
houver anuência prévia desse partido.
Letra b.
Assunto abordado: Fundo eleitoral. Incorporação
de partidos.
(A) Errada. As cotas serão repassadas ao partido in-
corporador.
(B) Certa. Conforme o disposto no art. 7º, § 2º, e no art.
29, § 7º, da Lei n. 9.096/1995, o partido político só pas-
sa a ter acesso à cota do fundo partidário, referente ao
partido incorporado, após a averbação da incorporação
pelo TSE, atendidos os requisitos legais e regulamenta-
res. NE: Apesar da ementa retromencionada, o Tribunal,
por unanimidade, entendeu que o partido incorporador
recebe o bônus e o ônus do partido incorporado, fazen-
do jus às cotas do fundo partidário anteriores à averba-
ção do registro no TSE. Res. TSE n. 22.592/2007, rel. Min.
José Delgado.
(C) Errada. Observe a explicação do item “b”. Assim, o
erro da alternativa “c” está em “após a averbação”, uma
vez que, conforme entendimento do TSE, o partido in-
corporador faz jus às cotas do partido incorporado ante-
riores à averbação.
(D) Errada. A afirmação não tem qualquer amparo legal
ou jurisprudencial. Os partidos não dispõem de autono-
mia para definir o destino dos recursos do fundo parti-
dário daqueles partidos que foram incorporados.