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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 16ª

VARA CÍVEL E DE ACIDENTES DE TRABALHO DA COMARCA DA


CAPITAL

Processo no _____________

DAGOBERTO DANTAS DA SILVA, (qualificação), por seu advogado que


esta subscreve, nos autos da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS E MATERIAIS, sob o rito COMUM que promove em face de ST
SERVIÇOS MÉDICOS E HOSPITALARES LTDA., (qualificação), vem
perante Vossa Excelência, não se conformando, data venia, com a
respeitável sentença de folhas ___, apresentar o recurso de APELAÇÃO,
com fundamento nos artigos 1.009 e seguintes do Código de Processo
Civil, para ser encaminhado ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do
Amazonas, nos termos das inclusas razões.

Para tanto, junta à presente o valor das custas referentes ao preparo,


porte de remessa e de retorno, nos termos do artigo 1.007 do Código de
Processo Civil.

Requer, ainda, seja o presente recurso recebido no efeito suspensivo,


nos termos do artigo 1.012 do Código de Processo Civil e regularmente
processado para ser encaminhado ao juízo ad quem.

Termos em que, pede deferimento.

Manaus, data...

Advogado OAB/AM no ______________

RAZÕES DE APELAÇÃO
Apelante: DAGOBERTO DANTAS DA SILVA

Apelada: ST SERVIÇOS MÉDICOS E HOSPITALARES LTDA

Referente: Processo no ______, ação de indenização por danos morais e


materiais, sob o rito comum, que o apelante promove em face da apelada
perante a 16a Vara Cível da Comarca da Capital

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas

Colenda Câmara,

Nobres Julgadores,

I – A EXPOSIÇÃO DO FATO E DO DIREITO

1 – Em (data), o apelante sofreu acidente automobilístico e foi


encaminhado ao Hospital Sara Tudo, mantido pela apelada, para
tratamento.

2 – O hospital mantido pela apelada é notoriamente conhecido pela sua


agilidade e eficiência na prestação de serviços médicos, constantemente
objeto de propaganda nos meios de comunicação, mantendo para tanto
equipe de profissionais médicos empregados.

3 – No entanto, em que pese a cirurgia a que se submeteu ter sido bem


sucedida, o apelante contraiu infecção hospitalar, que o deixou internado
por dois meses.

4 – Em razão disso, o apelante promoveu ação de indenização por danos


morais e materiais em face da apelada, postulando a quantia de R$
________ (_______ _________) a título de danos morais e R$ ________
(_____________) de lucros cessantes pela obstação do exercício de sua
atividade profissional, como representante comercial, durante o tempo de
internação.

5 – Em contestação, a apelada alegou exclusivamente não ter concorrido


com culpa para o dano sofrido pelo apelado.

6 – O digníssimo juízo a quo proferiu a respeitável sentença julgando


improcedente a ação, sob o fundamento de que o apelado não havia
comprovado a culpa dos profissionais que o atenderam, como exige o
artigo 14, § 4o, do Código de Defesa do Consumidor, instituído pela Lei
no 8.078/90.

7 – A respeitável sentença, ora recorrida, proferida pelo digníssimo


magistrado a quo não pode prevalecer, pois violou o artigo 14, caput, do
Código de Defesa do Consumidor, conforme restará demonstrado a
seguir.

II – AS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA

8 – O fundamento da respeitável sentença recorrida está equivocado. O


§ 4o, do artigo 14, do Código de Defesa do Consumidor estabelece que a
responsabilidade pessoal do profissional liberal será apurada mediante a
verificação de sua culpa. Tal motivação não se enquadra no caso em
tela, eis que só é aplicável aos profissionais liberais. Nesse sentido, a
doutrina pondera que:

“Trata-se do fornecimento de serviços por profissionais liberais cuja


responsabilidade será apurada mediante verificação de culpa.
Explica-se a diversidade de tratamento em razão da natureza intuitu
personae dos serviços prestados por profissionais liberais. De fato, os
médicos e advogados – para citarmos alguns dos mais conhecidos pro-
fissionais – são contratados ou constituídos com base na confiança que
inspiram aos respectivos clientes” (GRINOVER, Ada Pellegrini et al.
Código brasileiro de defesa do consumidor comentado pelos autores do
anteprojeto. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001. p. 176).

9 – Com efeito, o digníssimo juízo a quo deveria ter aplicado o artigo 14,
caput, do Código de Defesa do Consumidor, uma vez que a ação foi
proposta em face da pessoa jurídica, e não do profissional liberal, sendo
a responsabilidade objetiva. A referida norma prescreve:

“Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.”

10 – Portanto, a responsabilidade da apelada independe da


comprovação de sua culpa, sendo ela objetiva, não se aplicando a regra
do artigo 14, § 4o, do Código de Defesa do Consumidor, justamente por
tratar-se de pessoa jurídica organizada empresarialmente para prestar
serviços médicos, sendo que seus médicos possuem vínculo
empregatício, com característica relação de subordinação.

III – DO PEDIDO DE NOVA DECISÃO

Diante do exposto, vem requerer a esse Egrégio Tribunal o provimento


do presente recurso de apelação, reformando-se a respeitável sentença,
ora guerreada, para que a apelada seja condenada a ressarcir os danos
morais e materiais suportados pelo apelante, bem como em custas e
honorários advocatícios, na forma do artigo 85 e seu § 11 do Código de
Processo Civil, por ser medida da mais lídima.

JUSTIÇA!

Manaus, data...

Advogado OAB/AM nº ___________

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