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COMARCA DE REDENÇÃO - PA
Nestes termos,
Pede deferimento
Redenção - PA, 14 de novembro de 2022.
Advogado
OAB
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARA
APELAÇÃO CIVIL
Apelante: ANIRA
Apelado: EMERGÊNCIAS SERVIÇOS HOSPITALARES E MÉDICOS LTDA
Colenda Câmara,
Nobres Julgadores
2 – DA TEMPESTIVIDADE
Verifica-se que houve a publicação no dia 31/10/2022. Sendo a juntada neste dia 14/11/2022,
verifica-se a sua tempestividade para a apresentação da contestação em tela, nos moldes a
seguir declinados.
5 – DOS DANOS
Conforme anteriormente explanado, a relação jurídica existente entre a apelante e a
apelada caracteriza-se como prestação de serviços hospitalares, regulada, portanto, pelas
normas do Código de Defesa do Consumidor. Ou seja, no presente caso deve ser aplicado o
art. 14 do supracitado codex, o qual dispõe que a responsabilidade civil do fornecedor de
serviços é objetiva, independe da existência de culpa.
Assim, em se tratando da responsabilidade civil na sua modalidade objetiva, caberá a
lesada comprovar a existência do dano e do nexo de causalidade entre esta e a conduta da
ré. Ao fornecedor de serviços, por sua vez, incumbe provar a ocorrência de alguma das
excludentes de responsabilidade, tais como o caso fortuito e a força maior.
Ora Excelência, em face do dano a apelante. In casu, a recorrente foi ao Hospital, a fim de
submeter-se a uma cirurgia. Ocorre que nos dias subsequentes, nos quais a apelante
recuperava-se da intervenção cirúrgica, contraiu uma infecção hospitalar, motivo pelo qual
ficou internada durante o período de 4 (quatro) meses.
Em primeiro lugar, não há dúvidas Excelência, diante de tais fatos, de que a apelante
sofreu dano moral. Aliás, para o Professor Yussef Said Cahali, dano moral:
"é a privação ou diminuição daqueles bens que têm um valor precípuo na vida
do homem e que são a paz, a tranqüilidade de espírito, a liberdade individual,
a integridade individual, a integridade física, a honra e os demais sagrados
afetos, classificando-se desse modo, em dano que afeta a parte social do
patrimônio moral(honra, reputação, etc.) e dano que molesta a parte afetiva
do patrimônio moral (dor, tristeza, saudade, etc.), dano moral que provoca
direta ou indiretamente dano patrimonial (cicatriz deformante, etc.) e dano
moral puro (dor, tristeza, etc.)" (CAHALI, Yussef Said. Dano Moral, Editora
Revista dos Tribunais, SP, 1998, 2ª edição, p. 20).
Do conceito trazido, tem-se que a apelante sofreu lesão da sua paz, tranqüilidade,
integridade física e individual, uma vez que teve que ficar internada por um longo período
dado à negligência da entidade apelada. A jurisprudência é assente no sentido de que
infecção hospitalar causada por negligência dos hospitais gera o dever destes de indenizar a
lesada pelos danos morais e materiais sofridos. É o que se extrai do seguinte acórdão:
"O hospital responde pelos danos materiais e morais decorrentes de infecção
hospitalar, se não prova, de maneira clara e convincente, a ocorrência de
caso fortuito" (TJSP, AC nº 65.635-4, Rel. Des. Cezar Peluso, j. 23/02/1999).
Assim sendo, não há dúvidas de que a apelante teve de suportar intenso abalo psíquico
devido à conduta da apelada, configurando, portanto, o dever deste de indenizar a apelante
por danos morais.
6 – REQUERIMENTO
Diante do Exposto, requer seja recebido e processado o presente Recurso de Apelação
para que, no mérito, lhe seja dado provimento, com o fito de que seja reformada a respeitável
sentença proferida pelo juiz “a quo”.
Por fim, requer seja procedente o pedido inicial, com inversão do ônus da sucumbencial.
Neste termos,
Pede Deferimento
Redenção - PA, 14 de novembro de 2022.
Advogado
OAB