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Dolo Dolo
Direito Penal Direito Civil
Culpa Culpa genérica ou culpa estrita
OBRIGAÇÃO DE MEIO OU DE DILIGÊNCIA
“EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. MANDATOS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ÔNUS DA PROVA,
CASO CONCRETO. ALEGAÇÃO DE MÁ CONDUÇÃO NO EXERCÍCIO DO MANDATO CAUSADORA DE DANOS
MORAIS E DA "PERDA DE UMA CHANCE". AUSÊNCIA DE PROVA DO DANO QUE, "IN CASU", NÃO É "IN RE IPSA".
A OBRIGAÇÃO DO ADVOGADO É DE MEIO E NÃO DE RESULTADO. CASO CONCRETO NO QUAL NÃO RESTOU
COMPROVADO QUE A CONDUTA DO RÉU TENHA SIDO CAUSADORA DO DANO, O QUE AFASTA A
POSSIBILIDADE DE RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL. NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. UNÂNIME.” (TJ-RS -
AC: 70049956584)
OBRIGAÇÃO DE RESULTADO OU DE FIM
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. RECURSO MANEJADO SOB A ÉGIDE DO NCPC.
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. RENOVAÇÃO DO PEDIDO NA VIA ESPECIAL. DESNECESSIDADE. AÇÃO
INDENIZATÓRIA. CIRURGIA PLÁSTICA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO.
PROFISSIONAL QUE DEVE AFASTAR SUA CULPA MEDIANTE PROVA DE CAUSAS DE EXCLUDENTE. AGRAVO
REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. Nos termos da jurisprudência mais recente desta Corte, não há mais
necessidade de o recorrente renovar o pedido de concessão do benefício da assistência judiciária
gratuita na interposição do recurso especial se ele já vem litigando sob o pálio da justiça gratuita. 2.
Possuindo a cirurgia estética a natureza de obrigação de resultado cuja responsabilidade do médico é
presumida, cabe a este demonstrar existir alguma excludente de sua responsabilização apta a afastar o
direito ao ressarcimento do paciente. 3. Agravo regimental não provido.” (AgRg no REsp 1468756)
OBRIGAÇÃO DE RESULTADO OU DE FIM
“EMENTA: Apelação cível. Responsabilidade civil. Erro médico. Cirurgia plástica reparadora. Obrigação de
meio. Responsabilidade subjetiva. Não configuração do dever de indenizar. 1. A obrigação decorrente de
procedimento cirúrgico plástico reparador é de meio, sendo atribuída ao médico, portanto, nestes casos,
responsabilidade civil subjetiva, em atenção ao disposto no artigo 14, § 4.o, do Código de Defesa do
Consumidor. 2. Considerando que o procedimento adotado pelo demandado foi correto, e inexistindo
elementos probatórios capazes de corroborar a tese da parte autora de que o serviço não tenha sido
realizado, pelo contrário, tem-se que o demandado não agiu culposamente ao prestar seus serviços
médico-profissionais, afastando-se assim o dever de indenizar” (TJRS, Apelação Cível 70037995644)
OBRIGAÇÃO DE RESULTADO OU DE FIM
“EMENTA: Cirurgia estética e reparadora. Na espécie, trata-se de ação de indenização por danos morais e
materiais ajuizada pela recorrida em desfavor dos recorrentes. É que a recorrida, portadora de hipertrofia
mamária bilateral, foi submetida à cirurgia para redução dos seios – operação realizada no hospital e pelo
médico, ora recorrentes. Ocorre que, após a cirurgia, as mamas ficaram com tamanho desigual, com
grosseiras e visíveis cicatrizes, além de ter havido retração do mamilo direito. O acórdão recorrido deixa
claro que, no caso, o objetivo da cirurgia não era apenas livrar a paciente de incômodos físicos ligados à
postura, mas também de resolver problemas de autoestima relacionados à sua insatisfação com a
aparência. Assim, cinge-se a lide a determinar a extensão da obrigação do médico em cirurgia de
natureza mista – estética e reparadora. Este Superior Tribunal já se manifestou acerca da relação médico-
paciente, concluindo tratar-se de obrigação de meio, e não de resultado, salvo na hipótese de cirurgias
estéticas. No entanto, no caso, trata-se de cirurgia de natureza mista – estética e reparadora – em que a
responsabilidade do médico não pode ser generalizada, devendo ser analisada de forma fracionada,
conforme cada finalidade da intervenção. Numa cirurgia assim, a responsabilidade do médico será de
resultado em relação à parte estética da intervenção e de meio em relação à sua parte reparadora”. (STJ,
REsp 1.097.955/MG)
OBRIGAÇÃO DE GARANTIA
Conceito: “o seu objetivo é uma garantia pessoal, oferecida por força de um instituto contratual,
como ocorre na fiança (caução fidejussória)” (Flávio Tartuce); “consiste na função atribuída ao
devedor de eliminar um risco que pesa sobre o credor ou as suas consequências, propiciando-
lhe maior segurança” (Cristiano Chaves).
Consequência: o garante não assume a totalidade dos riscos relativos à frustação das
expectativas do garante, mas apenas aqueles que resultarem dos eventos abrangidos pelo
acordo. Portanto, não havendo nenhum risco assumido pelo garante, a recusa da prestação
será lícita
OBRIGAÇÃO DE GARANTIA
Judicial: é feita pelo juiz, pois não existe acordo e nem previsão
legal;
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida
da vítima.
OBRIGAÇÃO LÍQUIDA E ILÍQUIDA
Consequência: sendo a obrigação ilíquida, não é possível constituir em mora o devedor, pois
não é certa a quantia devida, sendo contados somente a partir da citação inicial para ação de
cobrança. Além disso, é impossível compensar dívidas.
Obrigação pura: é aquela que não está sujeita a condição, termo ou encargo. Ex: doação
pura, pois apenas existe a intenção de doar.
Obrigação condicional: é aquela que contém cláusula que subordina o seu efeito a um evento
futuro e incerto. Pode ser uma condição suspensiva (se) ou resolutiva (enquanto). Ex: doação
feita ao nascituro.
Obrigação a termo: é aquela que contém cláusula que subordina o seu efeito a um evento
futuro e certo (quando). Ex: locação de casa para o período de férias.
Obrigação modal ou com encargo: é aquela onerada por um encargo, ou seja, um ônus à
pessoa contemplada (para que). Ex: doação com encargo.
É analisada objetivamente
OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA
Principal: “é aquela que independe de qualquer outra para ter existência, validade ou eficácia”
(Flávio Tartuce).
Acessória: “tem sua existência, validade ou eficácia subordinada a outra relação jurídica
obrigacional” (Flávio Tartuce).
Portável (de levar): “convencionado que o pagamento será realizado no domicílio do credor, a
dívida será portável” (Cristiano Chaves). Nesse caso, a entrega da prestação faz parte da
própria relação obrigacional, incidindo o devedor em mora se o pagamento não chegar ao
credor no local por ele indicado.
Dívidas mistas: “estão no meio termo entre as portáveis e quesíveis, pois as partes estipulam um
local de pagamento que demandará o deslocamento de ambos” (Cristiano Chaves).
Complemento doutrinário
OBRIGAÇÃO INSTATÂNEA, DIFERIDA E CONTINUADA
Obrigação instantânea com cumprimento imediato “é aquela cumprida imediatamente após a
sua constituição” (Flávio Tartuce). Em regra, não se pode rever judicialmente por fato
superveniente. Ex: compra e venda à vista.
Obrigação de execução diferida “é aquela cujo cumprimento deverá ocorrer de uma vez só,
no futuro” (Flávio Tartuce). Existe a possibilidade de aplicação da revisão contratual por fato
superveniente. Ex: as partes combinam de entregar o objeto em determinada data futura, assim
como receber o pagamento integral.
Obrigação propter rem, ob rem ou ambulatória “aquela de determinada pessoa, por força de
um direito real, pela relação que a mesma tem com um bem móvel ou imóvel” (Flávio Tartuce).
Ex: IPTU, IPVA, taxa condominial e dano ambiental (jurisprudência do STJ).
Obrigação natural, imperfeita ou incompleta “é aquela em que o credor não pode exigir a
prestação do devedor, já que não há pretensão para tanto” (Flávio Tartuce). Ex: dívidas de
jogos não legalizados e dívidas prescritas.