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Art. 1.545, do Código Civil de 1916: "Os médicos, cirurgiões, farmacêuticos, parteiras e
dentistas são obrigados a satisfazer o dano, sempre que da imprudência, negligência, ou
imperícia, em atos profissionais, resultar morte, inabilitação de servir, ou ferimento."
A responsabilidade civil dos médicos deve ser apreciada a partir de duas perpesectivas
distintas: (a) a prestação de serviços advinda da atuação direta e impessoal do médico na
figura de profissional liberal e; (b) a prestação de serviços médicos oriundos de relações
empresariais de forma empresarial intermediada de modo impessoal e, por vezes, massificada
Assim, embora contratual, a responsabilidade médica é subjetiva e com culpa provada e não
implicando mera presunção; Não decorre de insucesso no tratamento ou diagnóstico, cabendo
ao paciente comprovar a culpa do profissional;
A culpa do médico não precisa ser grave, mas exige certeza; A culpa leve, ainda assim,
enseja indenização
Art. 944 do Código Civil: "A indenização mede-se pela extensão do dano."
Culpa in eligendo;
STJ: “O Tribunal a quo, com base no conjunto fático-probatório dos autos, concluiu pela
negligência dos profissionais médicos, que não acompanharam a paciente até a sua saída do
quadro anestésico, nem sequer lhe prestaram assistência imediata no momento em que sofreu
complicações decorrentes da anestesia”
OBRIGAÇÃO DE RESULTADO
NA ATIVIDADE MÉDICA
A iatrogenia pode ocorrer em três modalidades: (a) lesões são previsíveis; (b) as lesões são
previsíveis, mas curialmente não esperadas; (c) os resultados lesivos decorrem de situações
operacionais do próprio serviço de saúde oferecido.
OBRIGAÇÃO E DEVERES JURÍDICOS NA
ATUAÇÃO MÉDICA
Art. 186 do Código Civil: "Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete
ato ilícito.
Art. 927 do Código Civil: "Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo."
TERMO DE CONSENTIMENTO
INFORMADO
A violação do consentimento prévio do paciente fere diretamente um direito da personalidade
(dignidade da pessoa humana);
O consentimento não poderá jamais ser genérico; O paciente deve ter plena capacidade para
consentir questões que tocam sua integridade física e psíquica;
Deverá ser ponderado alguns fatores: nível de instrução do paciente, linguagem acessível,
capacidade decisória do paciente;
"A CRONOLOGIA POSTA NOS AUTOS DEMONSTRA A RELAÇÃO DE CONFIANÇA DO AUTOR PARA
COM O MÉDICO RÉU E AS DIVERSAS CONSULTAS ANTERIORES À CIRURGIA FORAM
ESCLARECEDORAS PARA QUE O AUTOR SE SUBMETESSE AO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO, NÃO
PODENDO EXIGIR QUE UM PAPEL ASSINADO SUBSTITUA TODA ESSA RELAÇÃO. O
CONSENTIMENTO É UM PROCESSO E NÃO UMA FORMALIDADE. "
APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR NA RESPONSABILIDA MÉDICA
Art. 14, § 4° do CDC: "A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada
mediante a verificação de culpa."
Art. 951 do Código Civil : "O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de
indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência,
imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou
inabilitá-lo para o trabalho."
Aqui, importante destacar que tais considerações não se aplicam aos casos envolvendo
sociedade de médicos, hospitas e postos de saúde públicos;
DO ÔNUS DA PROVA
Carga dinâmica do ônus da prova; Art. 373, inciso ll do CPC: "Ao réu, quanto à existência de
fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.."
Art. 6, inciso Vlll do CDC: "São direitos básicos do consumidor:a facilitação da defesa de seus
direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a
critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências;"
DO ÔNUS DA PROVA
Prazo Prescricional;
Art. 27 do CDC: "Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por
fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do
prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria."
Art. 216, § 3° do Código Civil: "Em três anos: a pretensão de reparação civil;"
Carga dinâmica do ônus da prova; Art. 373, inciso ll do CPC: "Ao réu, quanto à existência de
fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.."
Art. 6, inciso Vlll do CDC: "São direitos básicos do consumidor:a facilitação da defesa de seus
direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a
critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências;"
PERDA DE UMA CHANCE
Conduta Omissiva;
A indenização deve ser pela perda de oportunidade se obter uma vantagem e não pela própria
vantagem; Se perde a chance de cura, mas nunca a continuidade da vida;
RECURSO ESPECIAL Nº 1.291.247 - RJ
RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. PERDA
DE UMA CHANCE. DESCUMPRIMENTO DE CONTRATO
DE COLETA DE CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS DO
CORDÃO UMBILICAL DO RECÉM NASCIDO. NÃO
COMPARECIMENTO AO HOSPITAL. LEGITIMIDADE DA
CRIANÇA PREJUDICADA. DANO EXTRAPATRIMONIAL
CARACTERIZADO.
1. DEMANDA INDENIZATÓRIA MOVIDA CONTRA EMPRESA
ESPECIALIZADA EM COLETA E ARMAZENAGEM DE CÉLULAS TRONCO
EMBRIONÁRIAS, EM FACE DA FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
CARACTERIZADA PELA AUSÊNCIA DE PREPOSTOS NO MOMENTO DO
PARTO.
2. LEGITIMIDADE DO RECÉM NASCIDO, POIS "AS CRIANÇAS, MESMO
DA MAIS TENRA IDADE, FAZEM JUS À PROTEÇÃO IRRESTRITA DOS
DIREITOS DA PERSONALIDADE, ENTRE OS QUAIS SE INCLUI O DIREITO À
INTEGRALIDADE MENTAL, ASSEGURADA A INDENIZAÇÃO PELO DANO
MORAL DECORRENTE DE SUA VIOLAÇÃO" (RESP. 1.037.759/RJ, REL.
MIN. NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, JULGADO EM
23/02/2010, DJE 05/03/2010).
3. A TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE APLICA-SE QUANDO O EVENTO
DANOSO ACARRETA PARA ALGUÉM A FRUSTRAÇÃO DA CHANCE DE OBTER
UM PROVEITO DETERMINADO OU DE EVITAR UMA PERDA.
4. NÃO SE EXIGE A COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO DANO FINAL,
BASTANDO PROVA DA CERTEZA DA CHANCE PERDIDA, POIS ESTA É O
OBJETO DE REPARAÇÃO.
5. CARACTERIZAÇÃO DE DANO EXTRAPATRIMONIAL PARA CRIANÇA QUE
TEM FRUSTRADA A CHANCE DE TER SUAS CÉLULAS EMBRIONÁRIAS
COLHIDAS E ARMAZENADAS PARA, SE FOR PRECISO, NO FUTURO, FAZER
USO EM TRATAMENTO DE SAÚDE.
6. ARBITRAMENTO DE INDENIZAÇÃO PELO DANO EXTRAPATRIMONIAL
SOFRIDO PELA CRIANÇA PREJUDICDA.
7. DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA ACERCA DO TEMA.
"Relembre-se que a teoria da perda de uma chance tem aplicação, quando o evento
danoso acarreta para alguém a perda de uma chance de obter um proveito determinado
ou de evitar uma perda."