Documento 55525a5

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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região
Ação Trabalhista - Rito Sumaríssimo

1000297-58.2024.5.02.0069
Processo Judicial Eletrônico
Data da Autuação: 01/03/2024

Valor da causa: R$ 43.619,00
Partes:
RECLAMANTE: JEFERSON SOUSA DA SILVA
ADVOGADO: FABIO FIGUEIREDO BITETTI
RECLAMADO: CONCEITO ENGENHARIA LTDA
RECLAMADO: LIBERCON ENGENHARIA LTDA
ADVOGADO: RENATO ANTONIO VILLA CUSTODIO
RECLAMADO: DRILLCO TOOLS DO BRASIL COMERCIAL E IMPORTADORA LTDA
RECLAMADO: FUNDESP FUNDACOES ESPECIAIS LTDA
RECLAMADO: EXKALLA CONSTRUTORA, INCORPORADORA E PARTICIPACOES LTDA
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
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FÁBIO FIGUEIREDO BITETTI
ADVOGADO
OAB/SP 320.280
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO ª VARA
DO TRABALHO DE SÃO PAULO – CAPITAL
JEFERSON SOUSA DA SILVA, brasileiro,

convivente, Ajudante de Pedreiro, nascido em 26/11/1998 em Araci BA,
filho de Leonilio José da Silva e Augusta Matos de Sousa, portador da
Cédula de Identidade R.G. 22.026.131-88, C.P.F. 086.888.095-77 CTPS
nº. 085086 - série 00453 - SP/SP, PIS 206.1641.91-7, residente e
domiciliado na Rua Narumi Nakayama, n° 370, Embu das Artes – SP,
CEP: 06816-250 respeitosamente, por seu advogado abaixo-assinado,
vem propor
Ação Trabalhista
Avenida Ipiranga, nº. 1071, 6º. andar, cj. 601/606, República, São Paulo, capital, CEP. 01039-000
Fone: 3227-8998 e-mail: adv.bitetti@gmail.com
Assinado eletronicamente por: FABIO FIGUEIREDO BITETTI - Juntado em: 01/03/2024 14:49:42 - 55525a5
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ADVOGADO
OAB/SP 320.280
contra CONCEITO ENGENHARIA LTDA, nome fantasia: “Conceito 4”

inscrito no CNPJ/MF sob o n° 36.027.900/0001-70, com endereço à
Rua José Felix de Oliveira, n° 359 (Sala 6), Vila Santo Antônio, Cotia –
SP, CEP: 06708-415, subsidiariamente contra LIBERCON
ENGENHARIA LTDA, inscrita no CNPJ sob o n° 04.787.989/0001-86,
com endereço à Avenida das Nações Unidas, n° 11857, Brooklin
Paulista, São Paulo – SP, CEP: 04578,000, DRILLCO TOOLS DO
BRASIL E IMPORTADORA LTDA, inscrita no CNPJ sob o n°
12.241.211/0001-03, com endereço à Avenida Abrahão João Francisco,
4000, Itajaí – SC, CEP: 88.307-302, FUNDESP FUNDAÇÕES
ESPECIAIS LTDA, inscrita no CNPJ sob o n° 49.327.869/0001-34, com
endereço à Rua Silvio Tozzi, 50, Núcleo Micro Industria, Jandira – SP,
CEP: 06602-020, e EXKALLA CONSTRUTORA, INCORPORADORA E
PARTICIPAÇÕES LTDA, inscrita no CNPJ sob o n° 12.925.515/0001-
81, com endereço à Rua Adolfo Bastos, n° 116, Vila Bastos, Santo
André – SP, CEP: 09041-000, pelos motivos de fato e de direito que
passa a expor:
Da Competência Funcional desta Justiça do

Trabalho – Foro Trabalhista Ruy Barbosa
“Ab initio”, esclarece o reclamante que foi

admitido pela 1º reclamado, tendo como último local de prestação de
serviços, obra situada à Rua Largo do Arouche, nº. 231, República, São
Paulo – SP, CEP: 01219-001 e, na conformidade com as Faixas de CEP
abrangidas pelo Fórum Trabalhista da Zona Central (Port. GP 88/2013
e GP 73/2014) – determina a competência funcional deste Juízo para
conhecer, processar e julgar a presente ação, na melhor forma do
direito.
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ADVOGADO
OAB/SP 320.280
Da Objeção Ao Juízo 100% Digital

Resolução Nº 345 De 09/10/2020 Do Cnj
Em 09/10/2020, o CNJ-Conselho Nacional

de Justiça aprovou a Resolução nº 345 que autoriza os Tribunais
brasileiros a adotarem o Juízo 100% Digital.
Dispõe o artigo 3º da Resolução nº 345 de

2020 do CNJ:
Art. 3º - A escolha pelo “Juízo 100%
Digital” é facultativa e será exercida pela parte demandante no
momento da distribuição da ação, podendo a parte demandada
opor-se a essa opção até o momento da contestação.
Logo, o autor manifesta sua

DISCORDÂNCIA quando à adesão ao Juízo 100% Digital, em razão de
sua indisponibilidade de técnica, bem como da dificuldade de acesso ao
sistema tecnológico e impossibilidade técnica para a oitiva de
testemunhas.
Diante do exposto, diante da
facultatividade prevista na Resolução 345, do CNJ, requer-se a
tramitação dos presentes autos de forma presencial, na melhor forma
do direito.
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ADVOGADO
OAB/SP 320.280
Da integração da segunda e terceira

reclamadas no polo passivo da presente ação
/ Da aplicabilidade da Súmula 331, do C. TST e
da OJ. 191, da SDI-1, do C. TST / Da
responsabilidade solidária, sucessivamente
subsidiária aos créditos trabalhistas do autor
1- Justifica-se o chamamento e a
integração da segunda e terceira reclamada, no polo passivo da
presente ação, notadamente que o reclamante no curso de seu
contrato de trabalho com a primeira reclamada laborou em obras da
segunda e terceira reclamadas (contrato de subempreitada), nos
seguintes períodos:
• LIBERCON ENGENHARIA LTDA

• Janeiro de 2021 até junho de 2021
“Galpão comercial”
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ADVOGADO
OAB/SP 320.280
• DRILLCO TOOLS DO BRASIL COMERCIAL E

IMPORTADORA LTDA
• Agosto de 2022 a novembro de 2022.
“Estação Água Branca do metrô”
• FUNDESP FUNDAÇÕES ESPECIAIS LTDA.

• De junho de 2022 até setembro de 2023 - “Lojão do Brás”
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ADVOGADO
OAB/SP 320.280
• EXKALLA CONSTRUTORA, INCORPORADORA E

PARTICIPAÇÕES LTDA
• De novembro de 2023 até fevereiro de 2024 – República
“Prédio residencial”
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ADVOGADO
OAB/SP 320.280
Diante do exposto, requer-se seja a
segunda, terceira, quarta e quinta reclamadas condenadas
solidariamente, sucessivamente subsidiária aos créditos trabalhistas
do reclamante, na melhor forma da Súmula 331, IV, e Orientação
Jurisprudencial 191, da SDI -1, do C. TST.
Do contrato de trabalho
Da admissão / função / Da rescisão
2- O reclamante foi admitido aos serviços

da primeira reclamada no dia 30/09/2020, sendo somente
registrado em 30/11/2020, para exercer as funções de Ajudante de
Pedreiro.
A rescisão contratual se deu em
05/02/2024
Do Período sem registro
2.1 - O reclamante não teve anotado em

CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social, na efetiva data de
sua admissão (30/09/2020), razão pela qual, se vem requerer a
declaração do vínculo de 30/09/2020 a 29/11/2020, com a devida
anotação em CTPS, pela reclamada, sob as penas do artigo 39, da
CLT e artigo 499, do CPC, bem como seja condenada ao pagamento
do 13° salário (2/12), férias + 1/3 (2/12) e FGTS + 40%.
Requer-se a 1ª reclamada seja compelida

a fazer a anotação do contrato de trabalho na CTPS – Carteira de
Trabalho e Previdência Social do autor, sob as penas do artigo 39,
§1º, da CLT e artigo 499, do CPC.
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ADVOGADO
OAB/SP 320.280
2.2 - Ante a conduta omissiva das
reclamadas, impõe-se, como se requer a expedição de Ofícios à DRT -
Delegacia da Receita Federal, INSS, CEF e ao Ministério Público,
para a apuração das irregularidades cometidas pelas reclamadas,
evidenciando, a falta de registro dos seus empregados, como a
sonegação fiscal (CP/artigos 297, II e 337), para a aplicação das
penalidades cabíveis.
Da Remuneração
3- Percebia, como último salário o valor

de R$ 8,99 por hora, acrescido de horas extras no valor de R$
513,79, DSR´s sobre a variável no valor de R$ 514,15, recebendo, em
média, remuneração, na ordem de R$ 2.740,00, por mês.
No curso do contrato de trabalho, o

reclamante teve a seguinte evolução salarial: admitido com o salário
de R$ 7,05, por hora; reajustado em 05/2021 para R$ 7,34, por
hora; reajustado em 06/2021 para R$ 7,59, por hora; reajustado em
05/2022 para R$ 8,16, por hora; reajustado em 06/2021 para R$
8,36 por hora; reajustado em 07/2022 para R$ 8,53 por hora;
reajustado em 05/2023 para R$ 8,92 por hora; reajustado em
07/2023 para R$ 9,99 por hora, salário que recebeu até a rescisão
contratual.
Esclarece o reclamante que o pagamento
dos salários sempre foi por meio de depósito bancário, de titularidade
do recte – inicialmente no Banco Itaú S/A – agência 0845 – conta
corrente 22.702-4 e, posteriormente pelo Nubank - agência 0001 –
conta corrente 9276822-7.
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ADVOGADO
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Da jornada de trabalho
4- No curso do contrato de trabalho, o

reclamante cumpriu, em média, a seguinte jornada de trabalho:
► De segunda à quinta-feira - das 07:00 às 17:00 horas

► Às sextas-feiras – das 07:00 às 16:00 horas
Que devido ao excesso de serviços e,

andamento da obra, em média (03) vezes na semana, não usufruía
de intervalo para refeição e descanso, se alimentando em média
(15/20) minutos.
As horas extras decorrentes de entrada

antecipadas e saídas prorrogadas eram corretamente quitadas pela
recda.
Do intervalo intrajornada
4.1- Que em média (03) vezes na semana

o reclamante não usufruía de intervalo legal para refeição e
descanso, sendo certo que, se alimentava em (15/20) minutos no
próprio canteiro de obras (CLT/artigo 71), o que se vem pleitear o
pagamento de indenização pela supressão do intervalo intrajornada,
com o acréscimo do adicional previsto em Norma Coletiva, por direito
(Lei 13.467/2017)
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ADVOGADO
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Do controle de jornada
4.2- Esclarece o reclamante que a

reclamada sempre manteve o controle escrito de jornada de seus
empregados, inicialmente Folha de Ponto – durante um único mês a
recda. implantou Cartão Mecânico – sendo certo que, as folhas de
ponto, eram anotados pelo encarregado ou líder, razão pela qual,
requer-se sejam pleitear a juntada (mês a mês), para serem exibidos
ao recte. em audiência, para conferencia acerca de sua fidedignidade,
sob as penas dos artigos 396 e 400, do CPC.
Do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de

Serviço
5- Que a 1ª reclamada não efetuou

corretamente os depósitos do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço, eis que, no curso do contrato de trabalho, não procedeu
os depósitos dos seguintes meses: outubro a dezembro/2020; março
a maio/2022 e janeiro/2023, março à dezembro 2023 e janeiro 2024.
Logo, pendentes (18) meses de depósito

em conta vinculada do FGTS, razão pela qual, se vem requerer a
comprovação dos referidos meses, inclusive, com o acréscimo da
multa de 40%, sob pena de execução direta do valor.
Ainda, analisando o extrato Analítico

expedido pela CEF – Caixa Econômica Federal, constata-se que a
reclamada até a presente data não em sua totalidade os depósitos
devidos ao longo do pacto laboral.
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ADVOGADO
OAB/SP 320.280
Ora era de obrigação da reclamada o
recolhimento dos depósitos, o que não foi cumprida pela reclamada,
razão pela qual, há de se reconhecer a incidência de multa do artigo
467, sobre os depósitos faltantes, por se tratar de típica trabalhista,
caso não adimplida até a primeira audiência.
Aliás, nesse sentido segue a

Jurisprudência do C. Tribunal Superior do Trabalho C. Tribunal e
Regional da 2ª Região/SP:
TST - RR - 6400-81.2007.5.05.0014 - Data de publicação: 23/11/2012

ACÓRDÃO
2ª Turma GMJRP - RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE.

MULTA DO ART. 467 DA CLT. INCIDÊNCIA SOBRE A MULTA DE 40% DO FGTS.
A sanção prevista no artigo 467 da CLT não se limita aos salários incontroversos e
não pagos pelo empregador à data do comparecimento à Justiça do Trabalho,
abrangendo, também, as verbas rescisórias igualmente incontroversas. Por outro
lado, é inegável que a multa de 40% do FGTS constitui verba de cunho rescisório.
Portanto, não tendo sido paga no prazo legal, incide a multa prevista no artigo
467 da CLT. Assim, como no caso em tela, a verba rescisória em questão (multa de
40% do FGTS) foi considerada incontroversa e não foi paga na data da primeira
audiência, devendo sobre ela incidir a multa do artigo 467 da CLT.
Recurso de revista conhecido e provido.
TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RECORD 50200720102003 SP 00050-2007-

201-02-00-3 (TRT-2)
Ementa:Aplicação da multa do artigo 467 da CLT sobre o FGTS + 40%. Tendo em

vista que a multa de 40% sobre o FGTS é parcela rescisória típica e verificando-se
que seu inadimplemento restou incontroverso, sobre ela deve incidir o acréscimo
de 50%. Defiro o pagamento da multa do art. 467 da CLT sobre o FGTS + 40%. Do
intervalo - natureza salarial. O intervalo intrajornada, quando não concedido,
tem natureza salarial e deve ser remunerado com o acréscimo idêntico aos das
horas extras e reflexos conforme entendimento do artigo 71, parágrafo 4º da CLT
e da Orientação Jurisprudencial nº 354 da SDI-1 do C. TST. Multas -
responsabilidade subsidiária. A condenação subsidiária do tomador de serviços
abrange todas as verbas devidas pelo devedor principal, inclusive as multas do
artigo 467 e 477 da CLT. Responsabilidade da 2ª reclamada pelas multas do
artigo 467 e 477 da CLT.
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ADVOGADO
OAB/SP 320.280
Dano Moral
Da ausência dos depósitos de FGTS – Fundo do
Garantia por Tempo de Serviço.
5.1- Ab initio, conforme discriminado em

tópico anterior, a reclamada deixou de depositar o valor referente ao
FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO, durante (19)
meses, ao longo do contrato de trabalho da obreira.
D. Magistrado, a ausência de depósitos

de FGTS, implica enriquecimento ilícito da reclamada, em detrimento
da autora, parte hipossuficiente, que jamais poderá ser permitida.
Trata-se de uma garantia do trabalhador

e obrigação do empregador em efetuar corretamente os
recolhimentos, conforme previsão no artigo 7°, III da Constituição
Federal.
Logo, o não recolhimento do mesmo gera
uma lesão ao trabalhador, ensejando a indenização por dano moral.
De outra parte, a redação dada pela

reforma trabalhista, é de perfeita aplicação:
“Art. 223-B. Causa danos de natureza

extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a
esfera moral ou existencial da pessoa física ou
jurídica, as quais são as titulares exclusivas do
direito à reparação.
Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a

liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a
saúde, o lazer e a integridade física são os bens
juridicamente tutelados inerentes à pessoa física.”
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ADVOGADO
OAB/SP 320.280
Diante de conduta lesiva à honra da
reclamante, perfeitamente caracterizado o dano extrapatrimonial
indenizável, não há de se falar, portanto em obrigação da parte
autora de comprovar o efetivo dano moral que lhe causou, tratar-se-
ia de tarefa inalcançável a necessidade de demonstração de
existência de um dano psíquico.
A exposição do empregado a situações

constrangedoras por parte da reclamada, que extrapolou no exercício
do poder diretivo caracteriza abuso de direito do qual resulta em
dano à honra e à integridade psíquica da autora, com violação aos
direitos básicos da personalidade tutelados pela lei.
Em julgamento sobre o tema, tem-se

importante disciplina:
"São invioláveis a honra, a dignidade e a integridade física e psíquica da pessoa, por força de
expressa disposição de lei, garantias que têm destacada importância também no contexto do
pacto laboral, fonte de dignidade do trabalhador. Daí porque a violação a qualquer desses bens
jurídicos, no âmbito do contrato de trabalho, importará a indenização pelos danos dela
decorrentes, tendo em conta que a igualdade preconizada no artigo 5º da Magna Carta deve
ser considerada também na relação de respeito que deve nortear o contrato de trabalho. A
indenização por dano moral sofrido pelo empregado, no âmbito do contrato de trabalho,
pressupõe, portanto, um ato ilícito, consubstanciado em erro de conduta ou abuso de direito,
praticado pelo empregador ou por preposto seu, um prejuízo suportado pelo ofendido, com a
subversão dos seus valores subjetivos da honra, dignidade, intimidade ou imagem, um nexo de
causalidade entre a conduta injurídica do primeiro e o dano experimentado pelo último. (...) O
exercício abusivo do direito e o consequente ato ilícito em questão caracterizam o assédio
contra a dignidade ou integridade psíquica ou física do trabalhador, objetivando a sua exposição
a situações incômodas e humilhantes caracterizadas pela repetição de um comportamento
hostil de um superior hierárquico ou colega, ameaçando o emprego da vítima ou degradando o
seu ambiente de trabalho moral, também denominado mobbing ou bullying, tema que já vem
merecendo destacada importância na sociologia e medicina do trabalho, assim como no meio
jurídico. Essa conduta injurídica vem sendo conceituada, no âmbito do contrato de trabalho,
como a manipulação perversa e insidiosa que atenta sistematicamente". (Relator o Dr. Emerson
José Alves Lage.01245-2005-012-03-00-0-RO TRT3)
Fls.: 15
ADVOGADO
OAB/SP 320.280
O FGTS foi criado para proteger o
trabalhador, com a garantia de que terá uma reserva financeira em
casos de necessidade, como no desemprego involuntário, ou para
facilitar a aquisição de imóvel ou ainda para garantir melhores
condições na velhice ou em caso de doença, como ocorre na hipótese
de aposentadoria.
Diante disso, ao ser depositado na sua
conta de FGTS, o valor passa a integrar o patrimônio do trabalhador.
Tal situação não poderia ter outra interpretação, na medida que com
o falecimento do mesmo o eventual saldo não é restituído à empresa,
mas repassado aos dependentes previdenciários, ou na falta destes,
aos seus sucessores (art. 20, IV da Lei Federal n° 8.036/90).
Há alguns julgados acerca do tema em

debate:
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. AUSÊNCIA DE DEPÓSITOS DO FGTS. A
ausência do recolhimento dos valores do FGTS importa, além de infração ao
contrato de trabalho, em dano moral, motivo pelo qual é imperiosa a condenação
do empregador ao pagamento de indenização compensatória. (TRT-4 - ROT:
00200946920205040021, Data de Julgamento: 08/07/2021, 6ª Turma)
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO DOS

DEPÓSITOS DO FGTS. A absoluta ausência de recolhimento dos depósitos do FGTS
contamina de ilicitude a conduta patronal, a qual afeta o patrimônio imaterial do
empregado, ficando caracterizado o dano moral passível de reparação mediante a
indenização respectiva. (TRT-10 - RO: 00006166520195100111 DF, Data de
Julgamento: 22/04/2020, Data de Publicação: 28/04/2020)
INADIMPLEMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS. AUSÊNCIA DE DEPÓSITOS DO

FGTS CONTRATUAL. DANOS MORAIS. Evidente o constrangimento pessoal e a
angústia suportados pela trabalhadora em decorrência do inadimplemento das
verbas rescisórias, bem como da falta de depósitos do FGTS relativo ao contrato de
trabalho, pois privado dos valores necessários à sua subsistência. Caracterizado o
nexo de causalidade entre o dano e a conduta abusiva da real empregadora.
Sentença mantida. (TRT-4 - ROT: 00206952320195040373, Data de Julgamento:
13/02/2021, 3ª Turma)
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ADVOGADO
OAB/SP 320.280
Portanto, sedo propriedade do

trabalhador, incide a proteção constitucional do direito de
propriedade (art. 5°, XXI, CF).
A omissão da reclamada, em não recolher

corretamente o FGTS caracteriza, dano imaterial, sendo dispensável
de prova de que tal fato causou ao empregado transportes que
excedem o grau de tolerância esperado do homem médio, passível de
indenização da reclamada ao pagamento de indenização valor de R$
10.000,00 (dez mil reais), ou S.M.J outro valor que seja revestido de
razoabilidade e de caráter pedagógico e punitivo à reclamada a coibir
a reincidência.
Das férias
6- No tocante as férias:
► Período aquisitivo 2020/2021 – foram pagas e usufruídas por

(24) dias, com encerramento em 18/01/2023.
► Período aquisitivo de 2021/2022 – não foram pagas pela

reclamada, como não foram usufruídas em descanso pelo autor.
► Período aquisitivo de 2022/2023 – foram pagas e usufruídas

por (18) dias, com encerramento em 03/02/2024.
Logo, requer-se seja a reclamada

condenada ao pagamento das férias do período aquisitivo de
2021/2022, de forma “dobrada” acrescida de 1/3, em primeira
audiência, sob as penas do artigo 467, da CLT.
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ADVOGADO
OAB/SP 320.280
Da rescisão indireta do contrato de trabalho

CLT/ artigo 483 “d”
7- Que a reclamada ao longo do pacto

laboral, incorreu em falta grave (CLT/artigo 483 “d”), conforme
abaixo pormenorizado:
► Não procedeu os recolhimentos dos

depósitos de FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, na
conta vinculada do reclamante (vide, extrato analítico, em anexo),
estando pendente (19) meses de recolhimento;
Cita-se “in verbis”:
► Não concessão de férias do período de

2021/2022, causando prejuízos à saúde física e mental do
trabalhador, além de não cumprindo as normas de saúde, higiene e
segurança do trabalho.
Fls.: 18
ADVOGADO
OAB/SP 320.280
Não há dúvida que tais atos faltosos de

gravidade são suficientes a ensejar a rescisão indireta com fundamento
o artigo 483, “d”, da CLT.
Diante de todo o acima exposto, e

comprovado documentalmente a incúria da reclamada com suas
obrigações legais e contratuais, requer-se seja a declarada a rescisão
indireta do contrato de trabalho, por justa causa patronal, a partir de
05/02/2024, nos termos do art. 483, “d”, da CLT – a reclamada foi
cientificada da presente rescisão, por meio do telegrama, em anexo –
condenado ao pagamento das verbas das verbas rescisórias
decorrentes: aviso prévio (39) dias indenizado; férias prop. 4/12 + 1/3;
13º salário prop. 2/12; saldo salarial (01) dia do mês de janeiro/2024;
multa de 40% sobre os depósitos do FGTS, bem como outros direitos,
objeto da presente demanda.
Requer-se, que seja a reclamada

compelida a entregar as Guias Liberatórias (TRCT-cód. Sj2 e CD), bem
como proceda a “baixa” na CTPS, em primeira audiência, sob pena do
pagamento de multa pecuniária diária, a ser fixada pelo Juízo, por
descumprimento de obrigação de fazer (CLT/artigo 39 e CPC/artigo
499), na melhor forma do direito.
Fls.: 19
ADVOGADO
OAB/SP 320.280
Do Pedido
8- Diante do exposto, não restando

outra alternativa ao reclamante senão comparecer perante esta
Justiça Especializada, para expor e a pleitear o abaixo exposto,
cujos pedidos de faz de forma pormenorizada e individualizada
(um a um), por títulos, por apuração com estimativa, na
conformidade da causa de pedir e adequação à Lei 13.467/2017:
Parte I – Supressão intervalo intrajornada
a- Indenização pela supressão de intervalo intrajornada – itens 4 e 4.1 R$ 5.318,00

SUB-TOTAL (I) R$ 5.318,00
Parte II - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e multa
b- FGTS – comprovação dos (18) meses faltantes – item 5 R$ 3.015,00

c- FGTS – multa do artigo 467, da CLT – item 5 R$ 2.300,00
d- FGTS – Multa de 40% sobre a totalidade dos depósitos – item 5 R$ 2.790,00
e- Indenização por danos morais – item 5 e 5.1 R$ 10.000,00
SUB-TOTAL (II) R$ 18.105,00
Parte III – Das férias – Períodos aquisitivos
f- Férias 2021/2022 § 1/3 – dif. “dobra” – item 6 R$ 5.460,00

SUB-TOTAL (III) R$ 5.330,00
Parte IV – Do período sem registro
g- 13º Salário 2/12 – relativo ao período sem registro – itens 2 e 2.1 R$ 282,00
h- Férias prop. 2/12 + 1/3 – relativo ao período sem registro – itens 2 e 2.1 R$ 376,00
SUB-TOTAL (IV) R$ 658,00
Fls.: 20
ADVOGADO
OAB/SP 320.280
Parte v - Verbas rescisórias
i- Aviso prévio (39) dias indenizado – item 7 R$ 3.117,00

j- Saldo salarial (05) dias de fevereiro de 2024 – item 7 R$ 403,00
k- 13º. Salário prop. 2/12 de 2024 – item 7 R$ 457,00
l- Férias prop. 4/10 + 1/3 – item 7 R$ 1.219,00
m- FGTS + 40 % - sobre as verbas supra de incidência – item 7 R$ 582,00
n- Multa do artigo 477, §8º, da CLT – item 7 R$ 2.740,00
SUB-TOTAL (V) R$ 8.518,00
SUB-TOTAL – soma parte I + II + III + IV + V R$ 37.929,00

o- Honorários advocatícios a serem arbitrados pelo Juízo R$ 5.690,00
CRÉDITO DO RECLAMANTE R$ 43.619,00
Parte VI- Pedidos de natureza declaratória e de obrigação de

fazer
p- Declaração do vínculo empregatício do período de 30/09/2020 À

29/11/2020, com a devida anotação na CTPS, pela primeira recda, sob pena
do arrigo 39, da CLT e artigo 499, do CPC – itens 2 e 2.1
q- Declaração da responsabilidade subsidiária das 2ª, 3ª, 4ª e 5ª reclamadas
aos créditos trabalhistas do autor. – Item 1
r- Juntada de todos os controles de jornada de trabalho, do autor, sob as penas
dos artigos 396 e 400, do CPC – item 4.2
s- Declaração da rescisão indireta a partir do dia 05/02/2024 (CLT/ artigo 483,
“d”, com a condenação das verbas rescisórias decorrentes – item 7
t- Entrega das Guias TRCT – cód. Sj2, para fins de saque dos depósitos
constantes na conta vinculada do FGTS – item 7
u- Entrega das Guias CD – Comunicação Dispensa, para fins de habilitação do
benefício do seguro-desemprego, sob pena de indenização substitutiva, na
forma da Súmula 393, do TST – item 7
v- Baixa na CTPS do reclamante com a data correspondente a projeção do aviso
prévio indenizado, sob as penas do artigo 39, da CLT e aplicação de multa
pecuniária por descumprimento de obrigação de fazer – item 8
w- Concessão dos benefícios da justiça gratuita
x- Expedição de Ofícios ao INSS, DRT, CEF e Ministério Público, para a apuração
das irregularidades praticadas pela reclamada – item 2.2
Fls.: 21
ADVOGADO
OAB/SP 320.280
9- Do Beneplácito da Justiça Gratuita
“Ad cautelan”, em sendo o reclamante

pessoa de poucos recursos financeiros, pede e espera, desde já, lhe
sejam deferidos os benefícios ínsitos nos incisos I a V e § único do artigo
3º, da Lei no 1.060 de 05.01.1950, isentando-lhe, dessa forma, de
eventual condenação em honorários arbitrados e custas fixadas, pois,
trata-se de pessoa pobre na acepção jurídica da lei, conforme
Declaração de Pobreza e demais documentos nos autos comprovando a
sua insuficiência financeira, que vem perante esta Justiça Especializada
buscar cumprimento de direitos trabalhistas inadimplidos, carecedor de
recursos financeiros, não tendo condições de suportar com custas e
honorários advocatícios, sem prejuízo alimentar próprio e de sua família
(ADI 5.766, interposta pela Procuradoria Geral da República). Requer-se
seja deferido integralmente o benefício da Justiça Gratuita, em todos os
efeitos.
10- Dos honorários advocatícios
Com a vigência da Lei 13.467/2017 em

que introduziu o artigo 790, letra “A”, requer-se seja a recda. condenada
ao pagamento dos honorários advocatícios a serem fixados por este
Juízo, em percentual segundo os critérios especificados no artigo supra,
a ser apurado em execução, na melhor forma do direito.
No tocante aos honorários sucumbências

aos pedidos que eventualmente sejam julgados improcedentes,
requer-se o(a) autor(a) a aplicação do entendimento da ADIN 5.766,
do STF, posto que declarou que ao beneficiário da Justiça Gratuita,
não é devido tal condenação, o que é a hipótese do(a) autor(a), nos
presentes autos.
Fls.: 22
ADVOGADO
OAB/SP 320.280
11- Da não limitação na condenação aos
valores apontados na inicial
A nova redação do § 1º do art. 840 da CLT

prevê a obrigatoriedade de "indicação dos valores dos pedidos" que
constarem na petição inicial, sob pena de extinção sem julgamento de
mérito.
Em atendimento à previsão legal acima, o

autor formulou causas de pedir e pedidos com suas respectivas
indicações de valores, porém trata-se de uma estimativa e possuem o
caráter informativo, sendo que não podem vincular o julgador. O
momento oportuno para apuração de tais valores, com exatidão, será na
pertinente liquidação da sentença.
A própria lei trabalhista ainda contempla a

necessidade de liquidação dos títulos deferidos em sentença, pois no
próprio art. 879, § 2º da CLT, permanece a previsão de que a conta
deverá ser elaborada e tornada líquida, ou seja, se a intenção do
legislador fosse que a petição inicial liquidasse os valores das
pretensões, teria revogado a previsão do art. 879, o que não ocorreu,
concluindo-se, portanto, pela perfeita coexistência e harmonização dos
comandos dos artigos 840 e 879 da CLT, com a mera indicação dos
valores estimados das postulações, e a sua posterior liquidação, após o
deferimento das parcelas postuladas.
12- Dos Requerimentos
Por tudo o que nesta peça exordial

consta com base nas razões de fato e de direito nela incertas,
bem como pela análise de todos os documentos que a instruem,
requer o reclamante que se digne V. Exª:
Fls.: 23
ADVOGADO
OAB/SP 320.280
I- De proceder a aceitação, ao
reconhecimento e a homologação, por sentença, de todos os
créditos trabalhistas, incluídos no item 8, desta proemial, letras
“a” “usque” “x”, cujos reais e efetivos valores deverão ser apurados
e atualizados monetariamente em regular execução.
II- De citar as reclamadas na pessoa de
seu representante legal para, no prazo de lei, apresentar a sua
contestação, sob pena de revelia e confissão, e reconhecimento de
plano do pedido.
III- De deferir ao reclamante a
produção de todas as provas admissíveis em direito, notadamente
o depoimento pessoal do representante legal da reclamada ou
preposto, inquirição de testemunhas, perícias, vistorias,
arbitramentos, juntada de novos documentos, se necessários e o
que mais for preciso à comprovação de todo o alegado.
Por derradeiro, requer-se que as

intimações/notificações sejam encaminhadas para o escritório de seu
advogado Dr. Fábio Figueiredo Bitetti, inscrito na OAB/SP 320.280,
com endereço na Av. Ipiranga, nº. 1071, 6º. Andar, cj. 601/606,
República, São Paulo, capital, CEP. 01039-000 – e-mail:
adv.bitetti@gmail.com, na melhor forma de aplicação da Súmula 427,
do C. TST.
Termos em que, dando à presente o
valor estimativo de R$ 43.619,00 (quarenta e três mil, seiscentos e
dezenove reais), requerendo o reclamante que essa r. Vara,
acolhendo esta reclamatória, o que se espera, julgue-a procedente
por sentença, em todos os seus termos e, profira, via de
consequência, a condenação das reclamadas, ao pagamento das
verbas devidas, ainda pendente de apuração em regular execução,
e na forma antes aludida, devidamente acrescidas de juros de
mora, correção monetária na forma da lei, estendendo-se a
decisão condenatória, ainda, ao pagamento de custas, despesas
processuais, honorários advocatícios e demais cominações de estilo.
Fls.: 24
ADVOGADO
OAB/SP 320.280
Termos em que,
Pede deferimento
São Paulo, 01 de março de 2024
Fábio Figueiredo Bitetti

OAB/SP 320.280
https://pje.trt2.jus.br/pjekz/validacao/24030114413136400000337108170?instancia=1
Número do documento: 24030114413136400000337108170

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