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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE BELO HORIZONTE/MG

NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA


HERÁCLITO FONTOURA SOBRAL PINTO

CREDENCIADA PELO MEC


PORTARIA nº 706 de 26 de MAIO de 2000. PUBLICADA NO DOU Nº 103 DE 30 DE MAIO DE 2000.

AO JUÍZO DO 99ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE SALVADOR/BA

Processo nº XXXXXXXXX

AERODUTO, empresa pública de gerenciamento de aeroportos, já qualificada nos autos do


processo acima descrito, por seu advogado que esta subscreve (procuração anexa), na Reclamação
Trabalhista proposta por PAULO XXXXX, inconformada com a respeitável sentença de folhas
XX/XX, vem, tempestiva e respeitosamente á presença de Vossa Excelência, interpor:

RECURSO ORDINÁRIO

Com base no artigo 895, alínea a da CLT, de acordo com as razões em anexo as quais requer que
sejam recebidas e remetidas ao Egrégio Tribunal.

Informa que junta comprovante do recolhimento das custas e depósito recursal no valor máximo.

Nestes termos, pede deferimento.

Cidade, Data e ano.

ADVOGADO
OAB/UF XXX

Av. Francisco Sales, nº 23, Bairro Floresta, Belo Horizonte/MG, CEP 30150-220.
Tel.: (31) 3270-1542 - E-mail: npj.bh@estacio.br
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PORTARIA nº 706 de 26 de MAIO de 2000. PUBLICADA NO DOU Nº 103 DE 30 DE MAIO DE 2000.

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

Origem: 99ª Vara do Trabalho de Salvador/BA

Processo nº XXXXXXXXX

RECORRENTE: AERODUTO

RECORRIDO: PAULO XXXXXX

Egrégio Tribunal de Justiça da Bahia

Colenda Câmara

Eméritos Julgadores

I – DA TEMPESTIVIDADE

Diante do inconformismo da recorrente respectivo a sentença proferida pelo juízo de 1º grau


merece ser reexaminada conforme Art. 895, I da CLT, o prazo para a interposição de recurso
ordinário é de 08 (dias), e tendo o apelante sido intimado da sentença no dia XX/XX/XXXX, o
prazo final para a interposição do mesmo se dará em XX/XX/XXX, sendo, portanto, tempestivo o
presente recurso.

II – DOS FATOS

Paulo XXXXX, trabalhou como auxiliar de serviços gerais na microempresa Tudo Limpo
Ltda. no período de 22/02/2016 a 15/03/2017, atuando na limpeza de parte da pista de um aeroporto
de pequeno porte. Durante todo o contrato, prestou serviços na Aeroduto – Empresa pública de
Gerenciamento de Aeroportos

Ao ser dispensado, recebeu as verbas rescisórias, porém, ajuizou reclamação trabalhista, que
foi distribuída na 99ª Vara do Trabalho de Salvador, em face da empregadora e da tomadora de
serviços, pretendendo adicional de insalubridade por conta do barulho do local de trabalho, bem
como a incidência de correção monetária sobre o valor dos salários, pois, tendo mudado o mês de
competência, deveria haver a correção monetária, dado o momento, na época, de inflação galopante,
contudo, Paulo recebia sempre até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.

No dia da audiência, a empregadora, foi representada pelo seu contador, assistido por
advogado. A Aeroduto, segunda ré, por preposto empregado e advogado. Fora juntada toda a
documentação relacionada à fiscalização do contrato entre as rés, o qual ainda se encontra em vigor.

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PORTARIA nº 706 de 26 de MAIO de 2000. PUBLICADA NO DOU Nº 103 DE 30 DE MAIO DE 2000.

O processo seguiu concluso para sentença, após o Juiz indeferir os requerimentos da


segunda ré. Na sentença foi decretada a revelia e confissão da primeira ré, Tudo Limpo Ltda., por
não estar representada regularmente. Julgou procedentes os pedidos de pagamento de adicional de
insalubridade em grau máximo, bem como de incidência de correção monetária sobre o valor do
salário mensal pago após a “virada do mês”. A segunda ré fora condenada, subsidiariamente, em
todos os pedidos, fundamentando a procedência na revelia e confissão da 1ª ré.

III – PRELIMINARMENTE

É veraz o esforço do reclamante, ora, recorrido, em fazer crer que possui interesse de agir
para propor presente ação em face da recorrente, bem como, o direito de requerer adicional de
insalubridade e correção monetária, não obstante, sua pretensão não é digna de prosperar, vejamos:

Na inicial Paulo requereu adicional de insalubridade por conta do local de trabalho ter muito
barulho. Ao proferir sentença, o MM Juiz, por entender que as provas testemunhal e pericial
comprovariam que o EPI eliminava a insalubridade, indeferiu o pedido da recorrente. Pois bem, a
perícia e as testemunhas são peças fundamentais para o desenrolar do processo. É de suma
importância a prova testemunhal e pericial para que se prove a boa índole da recorrente, pois, esta
restou prejudicada, uma vez que tem a devida prova dos fatos, bem como exames médicos de rotina
realizados nos empregados, inclusive em Paulo, os quais não demonstravam nenhuma alteração de
saúde ao longo de todo o contrato, além dos recibos do recorrido de fornecimento de EPI para
audição.

Nota-se que é necessária a oitiva de testemunhas para comprovação dos fatos, afligindo os
princípios da Constituição Federal, especialmente da ampla defesa e contraditório, conforme art. 5º,
LV.

É indispensável a anulação da respeitável para que se afaste o cerceamento de defesa que foi
imposto à recorrente, havendo que ser a mesma reconhecida, com fulcro no disposto pelos arts. 794
e seguintes da CLT.

IV – DAS RAZÕES DA REFORMA

Além de ter sido indeferido o pedido de provas testemunhal e pericial e serem motivo de
extinção do processo sem resolução do mérito, há ainda, outras razões para a respeitável sentença
ser reformada, pois, a anulação da mesma por inteiro acarretaria em prejuízo ao recorrente.

IV. I – DA REVELIA

No que tange a este tópico, apesar de favorecer a 1ª ré, faz-se necessário citar o fundamento
do juiz a quo ao proceder a revelia e confissão da primeira reclamada por não estar representada
regularmente. Durante a sentença o magistrado não se ateve à Súmula 377 do TST, que alude:

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“Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra


micro ou pequeno empresário, o preposto deve ser necessariamente
empregado do reclamado.”.

Destarte, ao se tratar de microempresa não há obrigação de o preposto ser empregado da


mesma, a Lei Complementar 123/2006 (Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de
Pequeno Porte). Em seu artigo 54, faculta ao empregador de microempresa ou de empresa de
pequeno porte “fazer-se substituir ou representar perante a Justiça do Trabalho por terceiros que
conheçam dos fatos, ainda que não possuam vínculo trabalhista ou societário”.

Logo, a presença do contador da empresa não é impedida durante a audiência trabalhista,


visto que, o artigo 843, § 1º, aduz a faculdade de o empregador fazer-se substituir por qualquer
outro preposto que tenha conhecimento do fato.

IV. II – DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA

O juiz a quo, condenou a recorrente subsidiariamente em todos os pedidos de Paulo, vez


que, a decisão fora proferida afastando o contexto fático da demanda. A Aeroduto, durante todo o
contrato, este ainda vigente, fiscalizou na íntegra o cumprimento integral de tal, a todos os termos
contratuais. Por se tratar de empresa pública, não há que se falar em responsabilidade subsidiária.

Nesta acepção, o artigo 71, § 1º da Lei 8.666/93, aduz sobre a impossibilidade da


administração pública na inadimplência em contratos trabalhistas. Dispondo disto, a Súmula 331, V
do TST, entende a responsabilidade da entidade pública somente quando restar-se comprovada a
falta de fiscalização no cumprimento das obrigações da lei nº 8.666/93, e nas responsabilidades
oriundas do contrato firmado com empresa prestadora de serviço.

Art. 71, § 1º. A inadimplência do contratado, com referência aos


encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à
Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem
poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o
uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.

Destarte, a reforma da sentença faz-se outra vez necessária ao caso, para que se obtenha a
exclusão da responsabilidade subsidiária da recorrente.

IV. III – DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

Dispõe de entendimento da Súmula 80 do TST:

INSALUBRIDADE. A eliminação da insalubridade mediante


fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo órgão
competente do Poder Executivo exclui a percepção do respectivo
adicional.

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Durante todo o contrato, Paulo obteve os devidos EPI’s, de acordo com os recibos assinados
por ele, se o mesmo não fez uso do material, fora por culpa do mesmo.

Diante da Súmula acima, se o fornecimento de EPI’s for correto, exclui o pagamento do


adicional.

Por conseguinte, o MM. Juiz a quo fixou o grau máximo em periculosidade sem ter realizado
perícia no local de trabalho, não examinando o disposto na CLT, no que tange a existência de laudo
técnico elaborado por perito oficial previamente habilitado. Assim, expressa o artigo 192, § 2º da
CLT.

Art. 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da


periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-
ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do
Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.

[...]

§ 2º - Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por


empregado, seja por sindicato em favor de grupo de associados, o juiz
designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver,
requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho.

Ante o exposto, requer que seja reformada a sentença para reverter a condenação ao pagamento do
adicional, uma vez que este não é devido.

IV. IV – DA CORREÇÃO MONETÁRIA

A pedido do reclamante, ora, recorrido, na exordial requereu a incidência de correção


monetária sobre o valor dos salários, dado momento, na época, de inflação galopante. No entanto,
ao sair da empresa, recebeu as verbas rescisórias e sempre recebia seu salário até o quinto dia útil
do mês subsequente ao vencido, em conformidade com o art. 459, § 1º da CLT, até esta data o
empregador está autorizado a efetuar pagamentos de salário sem incorrer em correção monetária.

Logo, a incidência de correção monetária não deverá ser aplicada, diante o entendimento da
Súmula 381 do TST:

CORREÇÃO MONETÁRIA. SALÁRIO. ART. 459 DA CLT. O


pagamento dos salários até o 5º dia útil do mês subsequente ao
vencido não está sujeito à correção monetária. Se essa data limite for
ultrapassada, incidirá o índice da correção monetária do mês
subsequente ao da prestação dos serviços, a partir do dia 1º.

Com respaldo na Súmula 381 do TST e jurisprudência, fica evidente que os pagamentos
estão de acordo com os entendimentos supracitados. Portanto, requer a reforma da sentença para
reversão da condenação.

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V – DOS PEDIDOS

Antes o exposto, requer-se

a) Que o presente recurso ordinário seja conhecido e totalmente provido;

b) Que seja anulada a sentença, tendo em vista o cerceamento de defesa, para que seja realizada
perícia no local de trabalho, concluindo acerca da existência da periculosidade.

c) Seja reformada a sentença de primeiro grau com todos os itens apontados no mérito

d) Seja o advogado da parte recorrida intimado

e) Seja o recorrido condenado ao pagamento dos honorários

Nestes termos, pede deferimento

Cidade, Data e Ano.

ADVOGADO
OAB/UF XXXX

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