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MARCOS S.

MUNHOZ
OAB nº xxxxx
Avenida Jorge Walter, 3126, Centro – 87.303-060
Campo Mourão - PR

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ VARA DO TRABALHO DE


CIANORTE, ESTADO DO PARANÁ.

GETÚLIO VARGAS DE OLIVEIRA, brasileiro, casado, auxiliar de


serviços gerais, portador da cédula de identidade sob o nº 1.234.567-8 SSP/PR,
inscrito no CPF/MF nº 123.456.789-10, PIS sob o nº 123.00000-1, com a CTPS de
nº 12, série 0003/PR, filho de ___, nascido em___, residente e domiciliado na
Avenida Brasil , nº 007, Bairro Jardim América, na cidade de Cianorte - PR, por seu
procurador abaixo assinado – procuração em anexo, com endereço profissional na
Avenida Jorge Walter, nº 3126, Centro, na cidade de Campo Mourão - PR, CEP nº
87303-060, onde recebe avisos e intimações, vem respeitosamente, perante a
presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 840, §1º, e 852-A da
CLT c/c artigo 282 do CPC, propor:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA PELO RITO SUMARÍSSIMO

Em face de CIA DO NORTE, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ sob o nº 11.111.111./0001-11, situada na Rodovia 487, Km 48, na
cidade de Cianorte - PR, CEP nº__, pelos fatos e fundamentos de direito que passa
a expor:
MARCOS S. MUNHOZ
OAB nº xxxxx
Avenida Jorge Walter, 3126, Centro – 87.303-060
Campo Mourão - PR

I. Da Justiça Gratuita

O reclamante é pessoa pobre na forma da Lei – declaração em


anexo - não tendo condições de arcar com as custas do processo sem prejuízo do
seu sustento e de sua família, razão pela qual se requer os benefícios da Justiça
Gratuita, em conformidade com o artigo 790, §3º da CLT e artigo 4º da Lei 1060/50.

II. Da Comissão de Conciliação Prévia

A comissão de conciliação prévia constitui faculdade do obreiro,


sendo desnecessário para o acesso ao Poder Judiciário a submissão do conflito a
referida comissão, nos moldes do artigo 625-D da CLT.

III. Do Contrato de Trabalho

O Reclamante foi admitido pela Reclamada em 05/05/2015 para


exercer a função de auxiliar de serviços gerais, estando sua jornada de trabalho
compreendida no horário das 8hs às 19hs com 1h de intervalo de segunda a sexta-
feira e das 8hs às 12hs nos sábados. Sua remuneração compreendia o valor de R$
1.000,00 (um mil reais).
Exercia suas atividades diárias com exposição direta à fuligem de
cana de açúcar sem receber adicional insalubridade e prestou trabalhos em horas
extra sem nunca ter recebido este valores.
Teve seu contrato de trabalho encerrado sem justa causa em
05/08/2015.

IV. Das Horas Extras

Como anteriormente relatado o Reclamante desempenhava suas


atividades diárias como auxiliar de serviços gerais, sendo que sua jornada de
trabalho era diariamente realizada entre as 8h e 19 horas, com 1 hora de intervalo.
O mesmo também trabalhava os sábados realizando uma jornada de trabalho das
8h às 12 horas. Dessa forma ,o Reclamante de segunda a sexta feira trabalhava 10
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horas por dia, fazendo, portanto, 2 horas extras a cada dia, além de trabalhar aos
sábados, totalizando, portanto, 54 horas semanais.
Nota-se portanto que a jornada de trabalho do Reclamante, de forma
habitual, extrapola o limite máximo de 8 horas diárias e 44 horas, conforme previsto
pelo artigo 7º, inciso XIII, da Constituição Federal, bem como o disposto no artigo 58
da CLT.
Ressalta-se que o Reclamante além de nunca receber nenhum tipo
de hora extra ou adicional pelo excesso de horas laboradas também não gozava de
nenhum plano de compensação de horas.
Tendo em vista que o salario percebido pelo Reclamante
compreendia o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) mensais, temos, portanto, R$
4,54 (quatro reais com cinquenta e quatro centavos) como valor da hora trabalha e
R$ 6,81 (seis reais com oitenta e um centavos) considerando o acréscimo de 50%
nas horas extras realizadas, assim como determina artigo 7º, inciso XVI, da
Constituição Federal.
Como mencionado, o total de horas extras realizados semanalmente
era de 10 horas, somou-se, portanto, durante o contrato de trabalho o total de 135
horas extras não pagas, tendo como valor de cada hora a quantia de R$ 6,81 (seis
reais com oitenta e um centavos), sendo devido então, R$ 919,35 (novecentos e
dezenove reais com trinta e cinco centavos) referentes as horas extras realizadas e
não pagas durante o contrato de trabalho.
Diante do exposto requer reconhecimento do inadimplemento
contratual pelo Reclamado e por consequência que seja realizada o pagamentos
das horas extras devidas.

V. Do Adicional de Insalubridade

O Reclamante, durante toda sua jornada laboral, trabalhava com


exposição à fuligem decorrente da queima do canavial, sem uso de qualquer EPI, o
que por certo acarretava na inalação de resíduos tóxicos.
A queima da cana é um método usado comumente para facilitação
de sua colheita, todavia, a carbonização da matéria orgânica deixa como
consequência resíduos de compostos químicos tóxicos, como é o caso dos
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hidrocarbonetos, que por sua vez encontra-se no rol de agentes nocivos à saúde
conforme disposto no Anexo 13, da NR-15 da Portaria nº 3214/78 do Ministério do
Trabalho.
Com relação à produção destes compostos e sua nocividade
podemos tomar como exemplo a seguinte decisão jurisprudencial:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.


ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. TRABALHADOR RURAL.
EXPOSIÇÃO À FULIGEM DECORRENTE DA QUEIMA DE
CANA-DE-AÇÚCAR. CONTATO COM HIDROCARBONETOS
AROMÁTICOS. A exposição do empregado à fuligem
decorrente da queima da cana-de-açúcar submete o
trabalhador aos hidrocarbonetos aromáticos, que são
considerados agentes cancerígenos e indutores de
insalubridade, hipótese enquadrada no Anexo 13 da NR-15
da Portaria nº 3.214/78 do MTE. Precedentes desta Corte.
Agravo de Instrumento conhecido e provido. RECURSO DE
REVISTA. 1. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
TRABALHADOR RURAL. EXPOSIÇÃO À FULIGEM
DECORRENTE DA QUEIMA DE CANA-DE-AÇÚCAR.
CONTATO COM HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS.
Evidenciada potencial ofensa ao Anexo 13 da NR-15 da
Portaria nº 3.214/78 do TEM, impõe-se o provimento do apelo,
para reformando em parte o V. Acórdão recorrido,
determinar que o adicional de insalubridade e reflexos seja
calculado sobre o grau máximo de 40%, conforme postulado
na exordial. Recurso de Revista conhecido e provido. 2.
HORAS EXTRAS. INTERVALO INTERJORNADA. DANOS
MORAIS. ADICIONAL INSALUBRIDADE. SÚMULA 126/TST.
O Tribunal a quo decidiu a controvérsia com alicerce no
conjunto fático-probatório dos autos, pelo que adotar
entendimento contrário ao formulado demandaria reexame da
matéria, inadmissível nesta via extraordinária, consoante
orientação da Súmula 126/TST. Recurso de Revista não
conhecido no particular. (TST - RR: 7953320125150134 , Data
de Julgamento: 16/09/2015, Data de Publicação: DEJT
18/09/2015)

Com relação a base de calculo do adicional de insalubridade o


artigo 192 da CLT no diz o seguinte:  O exercício de trabalho em condições
insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do
Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por
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cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região,
segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.
Portanto, conforme dispositivo legal e jurisprudência anteriormente
citada, encontramos aparo legal para estando claramente configurada a
insalubridade do caso exposto, que seja considerando para fins de calculo o grau
máximo de 40%.
Desse modo, tendo em vista que o salario mínimo no Estado do
Paraná a partir de maio de 2015 é de R$ 1.070,33 (um mil e setenta reais com trinta
e três centavos), teremos o valor devido mensal de R$ 428,13 (quatrocentos e vinte
e oito reais com treze centavos), cumulando no período de contrato de trabalho um
saldo devido pelo Reclamando ao Reclamante no total de R$ 1.284,40 (um mil
duzentos e oitenta e quatro reais com quarenta centavos).
Diante do todo exposto, o Reclamante faz jus ao recebimento do
adicional de insalubridade no percentual de 40% (quarenta por cento) sobre todos os
salários percebidos, bem como seus reflexos, nos termos do artigo 192 da CLT e
Anexo 13, da NR-15 da Portaria nº 3214/78.

VI. Dos Pedidos

Ante ao exposto requer a procedência da presente com a


condenação da Reclamada nos seguintes pedidos:

a) Requer a condenação do Reclamado ao pagamento das horas


extras no valor de R$ 919,35 (novecentos e dezenove reais com
trinta e cinco centavos) e reflexos referentes as horas extras
realizadas e não pagas durante o contrato de trabalho.
b) A condenação do Reclamado ao pagamento do adicional de
insalubridade em grau máximo, no importe de R$ 1.284,40 (um
mil duzentos e oitenta e quatro reais com quarenta centavos) e
reflexos.
MARCOS S. MUNHOZ
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VII. Dos Requerimentos

 Diante o exposto, requer a Vossa Excelência a PROCEDÊNCIA DA


AÇÃO com a condenação da Reclamada em todos os pedidos formulados;
 Requer os benefícios da justiça gratuita;
 A intimação do Reclamado para que querendo se manifeste dentro do
prazo legal;
 Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em
direito, especialmente pela produção de prova testemunhal e pericial, e, caso
necessário, pela juntada de documentos, e por tudo o mais que se fizer
indispensável à cabal demonstração dos fatos articulados na presente inicial.

Dá à causa o valor de R$ 2.203,75 (dois mil duzentos e três reais com setenta e
cinco centavos).

Termos em que, pede o deferimento.

Campo Mourão/PR, 02 de outubro de 2015.

______________________________________
Advogado
OAB/PR xxxxx
MARCOS S. MUNHOZ
OAB nº xxxxx
Avenida Jorge Walter, 3126, Centro – 87.303-060
Campo Mourão - PR

PROCURAÇÃO

OUTORGANTE: GETÚLIO VARGAS DE OLIVEIRA, brasileiro, casado, auxiliar de


serviços gerais, portador da cédula de identidade sob o nº 1.234.567-8 SSP/PR,
inscrito no CPF/MF nº 123.456.789-10, PIS sob o nº 123.00000-1, com a CTPS de
nº 12, série 0003/PR, filho de ___, nascido em___, residente e domiciliado na
Avenida Brasil , nº 007, Bairro Jardim América, na cidade de Cianorte – PR.

OUTORGANTE(S): MARCOS DA SELIDADE MUNHOZ, advogado devidamente


inscrito na OAB/PR sob nº xxxx, com endereço profissional na Avenida Jorge Walter,
nº 3126, Centro, na cidade de Campo Mourão - PR, CEP nº 87303-060, onde recebe
avisos e intimações.
PODERES: Todos os poderes contidos na cláusula ad judicia et extra, para o fim
especial de representar o(s) outorgante(s) em juízo, em qualquer processo ou ação,
em qualquer instância ou tribunal em que for(em) autor(res), réu(s), opoente(s),
assistente(s) ou de qualquer forma participante(s) de procedimentos, quaisquer que
sejam, podendo requerer as medidas que forem necessárias, preparatórias,
preventivas ou incidentes, variar de ações e intentar outras, usando dos poderes
conferidos, mais os de desistir, transigir, acordar, receber quantias, dar e aceitar
quitação, agravar, apelar, protestar e levantar protestos, penhorar e seqüestrar bens,
promover arrestos, prestar cauções, firmar compromissos, fazer composições
amigáveis e requerer perante entidades públicas, privadas ou associativas, enfim,
requerer o que preciso for para o fiel desempenho das obrigações decorrentes deste
mandato, podendo substabelecê-lo, com ou sem reserva de poderes, e em especial
para propor Reclamatória Trabalhista contra CIA DO NORTE, podendo ainda,
requerer perícias, arrolar testemunhas, interpor recursos, enfim, praticar todos os
atos indispensáveis ao bom e fiel cumprimento deste mandato.

Campo Mourão/PR, 02 de outubro de 2015.

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GETÚLIO VARGAS DE OLIVEIRA
Outorgante
MARCOS S. MUNHOZ
OAB nº xxxxx
Avenida Jorge Walter, 3126, Centro – 87.303-060
Campo Mourão - PR

DECLARAÇÃO DE POBREZA

Eu, GETÚLIO VARGAS DE OLIVEIRA, brasileiro,


casado, auxiliar de serviços gerais, portador da cédula de identidade sob o nº
1.234.567-8 SSP/PR, inscrito no CPF/MF nº 123.456.789-10, PIS sob o nº
123.00000-1, com a CTPS de nº 12, série 0003/PR, filho de ___, nascido em___,
residente e domiciliado na Avenida Brasil , nº 007, Bairro Jardim América, na cidade
de Cianorte – PR, declaro que não posso suportar as despesas processuais
decorrentes desta demanda sem prejuízo do meu próprio sustento e de minha
família, sendo, pois, para fins de concessão do benefício da gratuidade de Justiça,
nos termos da Lei 1.060/50, pobre no sentido legal da acepção.
Declaro, ainda, que tenho conhecimento das sanções
penais que estarei sujeito caso inverídica a declaração prestada, sobretudo a
disciplinada no art. 299 do Código Penal.

Por ser verdade, firmo o presente.

Campo Mourão/PR, 02 de outubro de 2015.

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GETÚLIO VARGAS DE OLIVEIRA

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