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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região
Partes:
RECLAMANTE: RODRIGO SILVA BARACHO
ADVOGADO: PEDRO VICTOR FIGUEREDO MENDES
ADVOGADO: DIEGO CARVALHO JORDAO RAMOS
ADVOGADO: JOSUE JORDAO MENDES JUNIOR
RECLAMADO: SOSERVI-SOCIEDADE DE SERVICOS GERAIS LTDA
ADVOGADO: SILVIO EMANUEL VICTOR DA SILVA
ADVOGADO: EDUARDO JORGE AMORIM DO SOUTO
RECLAMADO: GUARARAPES CONFECCOES S/A
ADVOGADO: OSVALDO DE MEIROZ GRILO JÚNIOR
RECLAMADO: SUPERMERCADO NORDESTAO LTDA
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
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Insta salientar que a prestação dos serviços sob a égide das 2ª e 3ª Reclamadas
ficou caracterizada através da pessoalidade e subordinação direta do Reclamante às
ordens das referidas Reclamadas, de modo que o Reclamante obedecia às
determinações de atividades, jornada de trabalho, utilização de refeitório, etc, feitos
pelas tomadoras de mão de obra.
Neste sentido, cabe a Tomadora dos Serviços guardar o dever de eleger com
critério, a empresa de terceirização e, ainda, acompanhar o desenrolar da prestação
dos serviços, verificando a existência ou não de algum tipo de prática lesiva ao
empregado contratado pela empresa eleita para participar da terceirização. Tal dever
afigura-se inerente a essa modalidade de contratação, ficando a empresa de
terceirização, neste aspecto, sujeita ao exame da Tomadora com a qual guarda uma
vinculação jurídica contratual.
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Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal, pelo
artigo 98 do CPC e 790 §4º da CLT, o reclamante requer que sejam deferidos os
benefícios da Justiça Gratuita em seu favor.
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02 vezes no mesmo dia pela mesma suposta (e inexistente) conduta irregular, onde o
Sr. João Paulo atribuiu tais advertências a “vezes passadas em que o Reclamante
chegou atrasado”, o que jamais ocorreu.
Nesse sentido, tem-se que o Reclamante sequer recebeu sua via do TRCT, o
que só veio a ocorrer após inúmeras ligações para o setor de RH da Reclamada
Principal, de modo que o Reclamante somente recebeu o importe de cerca de R$
2.742,82 (dois mil, setecentos e quarenta e dois reais e oitenta e dois centavos), e,
recebendo a informação de que estava sendo descontado R$ 1.167,78 (mil, cento e
sessenta e sete reais e setenta e oito centavos) de suas verbas rescisórias em razão de
um empréstimo consignado que o Reclamante havia feito junto à BV Financeira.
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a) Do Aviso Prévio
b) Do 13º salário
Insta salientar que as verbas fundiárias não foram recolhidas de forma correta,
assim devendo ser recolhidas em conta vinculada do Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço (FGTS) do reclamante, mês a mês, bem como a indenização de 40%
(quarenta por cento) sobre o saldo em conta vinculada.
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Assim sendo, acaso não proceda a liberação das pertinentes guias, garantindo-
se ainda o pagamento da integralidade desta verba, que totaliza o importe de R$
4.088,87 (quatro mil, oitenta e oito reais e oitenta e sete centavos).
d) Do Seguro Desemprego
Pois bem, ocorre que, a BV Financeira segue cobrando até o presente dia os
valores referentes ao empréstimo citado, tendo alegado ao Reclamante que jamais
recebeu o repasse dos valores por parte da Reclamada Principal.
Isto posto requer ao Douto Juízo que determine à Reclamada principal que
junte aos autos a comprovação do repasse da verba descontada, sob pena de arcar
com a restituição dos valores descontados, devidamente corrigidos e acrescidos de
juros.
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Com isso, das atividades desempenhadas pelo autor, verifica-se que o mesmo
findava por laborar em condições insalubres, haja vista o contato com agentes
químicos e biológicos, pelo trabalho em contato com fezes animais e humanas, bem
como demais dejetos, e, pela limpeza de banheiros de altas circulações.
Assim sendo, insta salientar que o item II da Súmula 448 do Colendo TST
aduz que “A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande
circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e
escritórios, enseja o pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo, incidindo o
disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE nº 3.214/78 quanto à coleta e
industrialização de lixo urbano”.
No mais, tais atividades eram realizadas sem utilização dos EPI’s adequados,
consequentemente o Reclamante se manteve com contato permanente com
determinados agentes insalubres previstos na NR 15, jamais tendo recebido o
adicional correspondente, restando, assim, violados os artigos 189, 192 e 200 da
CLT, bem como os incisos XXII e XXIII do art. 7º da Constituição.
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forma esparsa e irregular, não afasta o direito ao adicional pleiteado, como expõe a
Súmula nº 289 do TST.
O Comando do artigo 7º, XII da Carta Magna de 1988, bem como dos artigos
67, “caput” e parágrafo único e 68, “caput” do texto consolidado são normas de
ordem pública, em razão da finalidade ali perseguida de garantir a higidez física e
mental do empregado, de sorte que é do empregador a incumbência de se adaptar à
determinação cogente, o que não ocorreu no presente caso.
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domingos e feriados deverão ser pagos em dobro sem prejuízo à remuneração relativa
ao repouso semanal.
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Nesse sentido, é sabido que, nos termos do Art. 157, I, da CLT, o empregador
deve adotar posturas para evitar constrangimentos e violência no ambiente de
trabalho, pois é sua obrigação cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e
medicina do trabalho.
Importa observar, nesse sentido, que os artigos 186 e 927 do Código Civil
impõe àquele que causar dano a outrem o dever de repará-lo. Também não pode
igualmente ser descartado o fato de que a reclamada tomou essa atitude, por meio de
seus prepostos, com reserva mental ou dolo de aproveitamento, ensejando em um
ambiente de trabalho insalubre e insustentável, causando danos ao Reclamante.
A dignidade humana deve ser respeitada, vez que a subordinação não afasta,
a quem ordena, o dever de respeitar a honra do trabalhador, por mais humilde que
ele seja. Tais princípios não foram, à evidencia, seguidos pela Reclamada durante
todo o pacto laboral havido com o Reclamante. Não há como se duvidar, pois, com
base no relato dos fatos acima descritos, que o Reclamante sofreu dano moral
proveniente da conduta da reclamada durante o pacto laboral.
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De acordo com o art. 477, § 6º, “b”, do texto consolidado, o empregador tem
o prazo de até dez dias após o término do contrato de trabalho, para pagar as verbas
rescisórias, sob pena de pagar multa de um salário previsto no § 8º do mesmo
dispositivo.
Nesse interim, tendo em vista que as verbas rescisórias não foram adimplidas
de forma correta, deve ser condenada a empresa Reclamada a multa do art. 477 da
CLT.
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por
cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da
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Verbas Valor
13° Salário R$ 227,16
FGTS + 40% R$ 4.136,80
Horas extras + Reflexos R$ 2.426,48
Feriado em Dobro + Reflexos R$ 2.497,00
Insalubridade em Grau Máximo + Reflexos R$ 11.553,36
Desconto Indevido no TRCT R$ 1.169,39
Multa do 477 da CLT R$ 1.363,14
Multa do 467 da CLT R$ 698,17
Seguro Desemprego R$ 6.609,09
Dano Moral R$ 68.063,00
Honorários Sucumbenciais R$ 14.811,54
TOTAL R$ 113.555,13
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Número do documento: 24011511342746900000019019896