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: 1
Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região
Partes:
AUTOR: REGIANE DA SILVA CATARINO
ADVOGADO: ADILSON SANTANA DOS SANTOS
RÉU: HOTEL POUSADA JAGUARIUNA LTDA
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
Fls.: 2
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
em face de HOTEL POUSADA JAGUARIUNA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ
nº10.828.354/0001-82 localizado na Rod. Adhemar Pereira de Barros S/n Km 127 Area Rural, pelas razões
de fato e de direito que seguem.
1. PRELIMINAR
In casu, a reclamante apenas indica os valores dos pedidos pleiteados, posto que a CLT já
com as alterações feitas pela reforma, apenas determina sejam apontados os valores na peça inaugural, não
exigindo sua liquidação neste ponto.
A Reclamante afirma, para os devidos fins de direito e sob as penas da Lei, que não possui
condições técnicas ou financeiras para demandar em Juízo, sendo que neste último caso, declara-se pobre na
acepção jurídica do termo.
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Nestas condições, requer a concessão das benesses da justiça gratuita, nos termos das Leis
nº 7.115/83, 1.060/50, e artigo 98 do CPC, ante a declaração de hipossuficiência (art. 14, Lei 5.584/70) com
requerimento da isenção estabelecida no art. 3º da Lei 1.060/50.
2. DOS FATOS
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O exercicio das muitas atividades, sem a devidos adicionais peculiários, foram aos poucos
desgastando a reclamante e prejudicando sua integridade física, por esse motivo foi compelida pedir a rescisão
contratual.
Sendo certo que jamais recebeu qualquer “Plus” pelas funções desempenhadas
cumulativamente, e tão pouco qualquer valor monetário a título de insalubridade.
A reclamante relata que, nunca se fez substituir, cumprindo com rigor a jornada de trabalho
por todo o período contratual, com percepção de um salário fixo mensal e subordinado diretamente ao
comando da reclamada.
3. DO MÉRITO
Em suma, a verdade dos fatos impera sobre qualquer contrato formal, em havendo conflito
entre o que está escrito e o que ocorre de fato.
O trabalhador acaba se sujeitado a determinadas condições fraudulentas por ser a parte fraca
na relação, sendo obrigado aceitar a imposição do empregador para obter os meios necessários à sua
sobrevivência e de sua família.
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Toda essa diversidade de funções, causaram considerável desgaste físico e emocional que se
estendeu por toda vigência do contrato, sendo que jamais recebeu qualquer “Plus” pelas funções cumuladas.
A esse respeito podemos destacar a lei de Radialista por Analogia, onde está previsto um rol
taxativo de regras em caso de acumulo de funções:
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Diante de fartos argumentos jurídicos que dão guaridas ao adicional por acúmulo/desvio de
função, o órgão judicante não pode deixar de praticar justiça, e restaurar a equidade sob o frágil e equivocado
argumento de que não há amparo legal para o pedido. Ora, o fundamento jurídico é evidente e decorre de uma
exegese sistêmica e adequada dos artigos 422, 884 e 927 do Código Civil, bem como dos arts. 8°, 460 e 468 da
CLT.
Pelo exposto, requer que a reclamada seja condenada ao pagamento do adicional por
acúmulo/desvio de função no percentual de 40% sobre a remuneração do obreiro, com pagamento dos
respectivos reflexos deste adicional em: férias + 1/3, DSR, feriados, horas extras, 13º salário, FGTS + 40%.
Durante todo o período contratual a reclamante laborou em condições insalubres sendo que
nada foi pago nesse sentido. Nesse sentido, houve afronta Constituição Federal art. 7º, inc. XXIII, do mesmo a
CLT, art. 189 c/c art. 192.
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Constituição Federal
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
(...)
As leis trabalhistas também mencionam sobre as operações insalubres, que põem em risco a
saúde do trabalhador, como podemos observar a baixo:
CLT
Com a alta demanda de hospedagens, para manter quartos e banheiros limpos, a reclamante
era exposta ao contato direto com lixo nocivo a sua saúde, contaminado com agentes biológicos capazes de
provocar várias doenças infecto-contagiosas, tendo assim direito nos termos do Anexo 14 da NR-15 do
Ministério do Trabalho e Emprego, à insalubridade em grau máximo.
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(...)
EMENTA:
(grifamos)
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inevitável a inalação.
Os trabalhadores que tenham contato habitual com produtos de limpeza, cuja composição
contenha compostos de hipoclorito (água sanitária, cloro, desengordurante e outros), devem receber o adicional
de insalubridade.
Acórdão – 0000971-62.2013.5.15.0106(RO)
Data publicação: 22/04/2015
Ano do processo: 2013
Órgão Julgador: Segunda Turma
Relator: DAGOBERTO NISHINA DE AZEVEDO
A presença de cloro no ar inalado no ambiente de trabalho em que se ativava a
reclamante no momento que fazia essa transferência. Segue parecer técnico
qualitativo. Conclui-se que a reclamante EXERCEU ATIVIDADE
INSALUBRE DEVIDO AO AGENTE CLORO quando exerceu
atividade de Ajudar Encarregado de acordo com os ditames do Anexo 11 - NR
– 15 – ATIVIDADES DE OPERAÇÕES INSALUBRES – PORTARIA
3.214 DE 1.978. (grifamos)
Pela natureza de suas atividades laborais, no trato diário para manutenção da piscina, a
reclamante era exposta ao contato com agentes químicos, tendo assim direito, nos termos do Anexo 11 -
Agentes Químicos da NR-15 - Atividades e Operações Insalubres, do Ministério do Trabalho e Emprego, à
Insalubridade em grau máximo.
A reclamante trabalhava das 15hs:00 às 23hs:00, sem intervalo para descanso e refeição
por toda vigência contratual, de segunda a segunda com folga as quintas e um domingo por mês, por toda
vigência do contrato.
(...)
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Para tanto, algumas considerações devem ser feitas em virtude da entrada em vigor da
Reforma Trabalhista e de particularidades do caso concreto.
Desta forma, no que tange ao tempo a ser pago, há de ser considerado o período integral,
ante a natureza salarial da verba.
Assim, diante do fato de que a reclamante se ativava por mais de 6 horas por dia e não
usufruía de forma regular de seu horário para descanso e refeição, requer a condenação da reclamada ao
pagamento de 01h00 com adicional de 50% com base na Súmula 437 do TST e art. 7º, inc. XVI, da CF/1988,
em razão do efetivo labor em horas extraordinárias com fundamento no §4º do art. 71 da CLT.
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Diz o art. 15 da lei 8.036/90 que todo empregador deverá depositar até o dia 20 de cada mês
na conta vinculada do empregado a importância correspondente a 8% de sua remuneração devida no mês
anterior.
Diante do exposto, por conta da rescisão sem justa causa do contrato de trabalho, requer o
depósito do FGTS de todo período contratual mais a multa de 40% sobre o valor total, nos termos do § 1º do
art. 18 da lei 8.036/90 c/c art. 7º, I, CF/88 e Súmula 362 do TST.
E ainda, caberá multa do artigo 477, §8º da CLT quando houver atraso no pagamento das
verbas rescisórias (saldo de salário, férias proporcionais + 1/3, 13º proporcional, aviso prévio, multa do FGTS,
férias integrais e/ou vencidas se houver, etc.). Esse atraso pode ser de um dia, trinta dias, ou até hoje. O valor é
sempre correspondente a um salário da reclamante.
5. DO IPCA
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(IPCA-E), do instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E, em março de 2017, apreciou embargos
de declaração no mesmo processo, vindo a sedimentar a seguinte entendimento:
Destarte, nos termos da decisão proferida pelo Pleno do TST, no julgamento do processo
Arglnc-479-60.2011.5.04.0231, a qual subsiste em razão da improcedência da Reclamação 22.012, a correção
deve ser realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E).
É o que se requer.
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A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, que altera dispositivo do CLT, trouxe em seu bojo
modificação severas no tocante ao direito processual do trabalho, e ainda, profundas alterações nas regras dos
honorários de sucumbência.
8. DOS PEDIDOS
Ante ao exposto, ressalta-se que todos os pedidos dessa exordial se referem ao período
imprescrito, ou seja, ao período de 5 anos da data da sua distribuição. Devendo esta ação ser julgada totalmente
procedente, nos seguintes termos:
a) Tendo em vista a incorporação de direitos trabalhistas, requer a aplicação da reforma da CLT apenas quando
esta produzir vantagens ao contrato de emprego, respeitando assim o princípio da progressividade social
insculpido no caput do art. 7º da CF/88; ...............................................Sem valor correspondente;
b) Caso seja a reclamante sucumbente, requer que seja respeitado o princípio constitucional de acesso dos
cidadãos ao Poder Judiciário e o dever do Estado de prestar assistência judiciária integral e gratuita as pessoas
carentes, conforme disposto nos incisos XXXV, LV e LXXIV do artigo 5º da CF/88. Requer também, que seja
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respeitado o direito social do trabalhador à redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de
saúde, higiene e segurança (inciso XXII, art. 7º da Constituição Federal). .............................................Sem
valor correspondente;
A condenação da Reclamada ao pagamento de 01h00 (uma hora), com adicional de 50% com base na Súmula
437 do TST e art. 7º, inc. XVI, da CF/1988 pelo não cumprimento da concessão regular de intervalo
intrajornada de 01h:00, com adicional de 50% em razão do efetivo labor em horas extraordinárias com
fundamento no §4º do art. 71 da CLT em valor não inferior a.................................R$ 921,98;
j) A condenação da reclamada ao pagamento de 15% dos honorários de sucumbência, no valor a ser fixado por
Vossa Excelência:.....................................................................................................R$4.872,25;
l) Requer que a correção deve ser realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E).
m) Desde já querer a reclamante a devida compensação de todos os valores eventualmente já pagos pela
reclamada.
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Requer ainda, com fulcro na Lei 1060/50, e artigo 98 do CPC a concessão do benefício da
Assistência Judiciária gratuita, por ser a Reclamante pessoa pobre na acepção jurídica do termo (declaração de
situação econômica em anexo).
Valor da causa R$ 37.353,93 (trinta e sete mil e trezentos e cinquenta e três reais e
noventa e três centavos), para efeitos de alçada, devendo todas as verbas ser apuradas em liquidação de
sentença.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
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https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/23082123102493500000209543898?instancia=1
Número do documento: 23082123102493500000209543898