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Claudino & Zeferino

Advogados

Registro na OAB/AL nº 398/2014

AO JUÍZO DA 1ª VARA DO TRABALHO DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS/AL

MARIA APARECIDA FERNANDES DA SILVA, já qualificada nos autos do


processo acima epigrafado, vem respeitosamente, perante V.Exa. apresentar

MANIFESTAÇÃO sobre CONTESTAÇÕES E DOCUMENTOS

I. DAS PRELIMINARES
DA JUSTIÇA GRATUITA

Aduz a reclamada que a Reclamante nã o faz jus a concessã o dos benefícios


da justiça gratuita, uma vez que nã o restou preenchidos os requisitos exigidos no art. 14
e seguintes da Lei 5.584/70, ou seja, nã o se encontra o mesmo assistido pelo seu
Sindicato representativo.

Exa., nã o tem razã o a reclamada.

Importante destacar que a Reclamante percebia como salá rio mensal o


valor de R$ 1.302,00 (hum mil, trezentos e dois reais); portanto, que a Reclamante
recebia salário inferior a 40% (quarenta por cento) o limite má ximo dos benefícios
do Regime Geral de Previdência Social.

Infere-se dos documentos acostados a inicial, que a obreira atende as


exigências para concessã o da justiça gratuita.

Deve ser concedido o pedido dos benefícios da assistência judiciária


gratuita, visto ser a reclamante pobre na forma da lei.

DA SUPOSTA INÉPCIA DA INICIAL – NARRAÇÃO DOS FATOS NÃO DECORRE


LOGICAMENTE A CONCLUSÃO.

Aponta a reclamada que os pedidos narrados pelo obreiro nã o levam a


uma conclusã o ló gica, no entanto, como pode ser constatado na peça exordial, todos os
pedidos levam a uma conclusã o ló gica, e estã o todos definidos.
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Portanto, razã o nã o assiste a reclamada.

Assim, nã o há que se falar em inépcia da inicial. Inépcia nã o deve ser


acolhida.

DA SUPOSTA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ

Alega a reclamada que os fatos narrados na peça exordial pela autora


encontram-se eivados de inverdades, de maneira que passou a requerer a condenaçã o
por litigâ ncia de má -fé.

Alega ainda que a reclamante nunca acumulou funçõ es, que nã o limpou
fezes do cachorro da esposa do reclamado que a autora nunca trabalho em feriados.

No entanto, a autora, como dito na exordial, sempre laborou realizando


diversas funçõ es na reclamada, além da prevista no contrato de trabalho, atua no caixa,
na limpeza, atendimento aos clientes no balcã o e via WhatsApp. Importa mencionar que
foi prometido o pagamento de comissõ es e nã o foi cumprido, acresce que o proprietá rio
da reclamada leva seu cachorro para o interior do estabelecimento e pede para que a
reclamante limpe as fezes do animal deixada no local, além disso nã o foi remunerada por
nenhum dos feriados os quais laborou, o que restará demonstrado quando da instruçã o
processual.

Desta maneira, nã o há no que se falar em litigâ ncia de má -fé, uma vez que
os fatos narrados pela autora foi o que de fato aconteceu durante seu período de
trabalho.

DA CORRETA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

A reclamada sustenta que o ô nus da prova incumbe ao reclamante, quanto


ao fato constitutivo do seu direito. Nada mais é que mais uma tentativa da reclamada se
esquivar de suas responsabilidades.

É notó rio que hoje vigora o princípio da aptidã o da prova, a significar que
o ô nus da prova é de quem possui condiçõ es de cumpri-lo.

Nessa linha, a responsabilidade da empresa é clara, pois a inversã o do


ô nus da prova é possível no processo do trabalho por aplicaçã o subsidiá ria do artigo 6º,
VIII do CDC, desde que concomitantemente presentes os elementos da verossimilhança
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das alegaçõ es e da hipossuficiência da parte, e os meios de prova necessá rios estejam na


posse do empregador, detentora de toda documentaçã o.

Assim, o autor reitera a inversão do ônus da prova, devido a sua


hipossuficiência em face do poder econômico da reclamada e por esta se
encontrar em posse de vários os documentos, que comprovam todos os fatos
alegados.

II. DO MÉRITO

DO CONTRATO DE TRABALHO

A reclamada afirma que a autora apenas iniciou seu labor em 11 de agosto


de 2021, no entanto, a reclamada foi admitida na data apontada na peça exordial, qual
seja, 30 de julho de 2021.

Desta maneira, a autora reitera o período de trabalho apontado na peça


inicial.

DA JORNADA DE TRABALHO

Alega a reclamada que a jornada de trabalho da autora de segunda a sexta


era de 08h00 até à s 18h00, com 02h00 de intervalo intrajornada, e aos sá bados de
08h00 até à s 12h00, outra inverdade dita pela reclamada.

O real horá rio da obreira é o apontado na peça exordial, o que restará


comprovado quando da instruçã o processual.

Desta maneira, a autora reitera a jornada de trabalho apresentada na peça


inicial.

DA RESCISÃO INDIRETA

Alega a reclamada que a autora nã o faz jus a rescisã o indireta, uma vez que
esta nã o descumpriu nenhuma clá usula contratual, assim nã o deu causa a rescisã o.

Ocorre que como demonstrado na peça exordial a reclamada descumpriu


com inú meras obrigaçõ es contratuais, notadamente, quanto ao nã o pagamento das
competências de FGTS.
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Importa dizer que vá rias das competências faltantes foram adimplidas


apó s o protocolo do presente processo, como pode ser constatado no extrato de FGTS
apresentado pela pró pria reclamada, ID nº bc4810a e pode ser visto a seguir.

Além disso a reclamante sempre laborou realizando diversas funçõ es,


além da prevista no contrato de trabalho, atuando no caixa, na limpeza, atendimento aos
clientes no balcã o e via WhatsApp, fora prometido o pagamento de comissõ es, o que
nunca ocorreu, ainda, o proprietá rio da reclamada levava seu cachorro para o interior
do estabelecimento e deixava as necessidades do animal para que a autora fizesse a
limpeza, e sempre laborou feriados sem a devida contraprestaçã o.

Desta maneira, resta demonstrado os inú meros descumprimentos das


obrigaçõ es contratuais por parte da reclamada, assim, a autora reitera o pedido de
rescisã o indireta.

DAS VERBAS RESCISÓRIAS


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A reclamada afirma que a autora nã o faz jus as verbas rescisó rias, pois
segundo essa a reclamante abandonou o emprego por livre e espontâ nea vontade.

Ocorre que como bem demonstrado na peça exordial, bem como no tó pico
da rescisã o indireta, a reclamante fora obrigada a ajuizar a presente reclamató ria em
razã o dos descumprimentos de obrigaçõ es contratuais.

Desta maneira faz jus a reclamante ao percebimento das verbas


contratuais e rescisó rias, assim, a obreira reitera o pedido que consta na peça exordial.

DAS DIFERENÇAS DOS FERIADOS EM DOBRO, DA LIBERAÇÃO DO FGTS + 40% E DO


SEGURO DESEMPREGO

A reclamada afirma que a autora nã o faz jus das diferenças dos feriados
em dobro, da liberaçã o do FGTS + 40% e do seguro-desemprego, pois segundo essa a
reclamante abandonou o emprego por livre e espontâ nea vontade.

Ocorre que como bem demonstrado na peça exordial, bem como no tó pico
da rescisã o indireta, a reclamante fora obrigada a ajuizar a presente reclamató ria em
razã o dos descumprimentos de obrigaçõ es contratuais.

Desta maneira faz jus a reclamante ao percebimento das diferenças dos


feriados em dobro, da liberaçã o do FGTS + 40% e do seguro-desemprego, assim, a
obreira reitera o pedido que consta na peça exordial.

DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Sã o devidos os honorá rios advocatícios, em razã o do art. 791-A da CLT,


sã o devidos honorá rios de sucumbência ao advogado.

Nesse sentido, os patronos do Reclamante fazem jus aos Honorá rios


Sucumbenciais no percentual de 15% sobre o valor da liquidaçã o da sentença.

DOS DOCUMENTOS JUNTADOS PELA RECLAMADA

DOS CONTRACHEQUES

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A reclamada apresentou contracheques no quais demonstram o nã o


pagamento das comissõ es previamente acordada entre as partes. Documento
impugnado.

DO AVISO E RECIBO DE FÉRIAS

A reclamada apresentou aviso e recibo de férias, demonstrado que a


reclamante tirou férias, o que de fato ocorreu, e que em nada contribuiu para a presente
reclamató ria. Documento impugnado.

DO EXTRATO DE FGTS

A reclamada apresentou extrato de FGTS da autora, demonstrando o


descumprimento das obrigaçõ es contratuais por parte da empresa ré, uma vez que só
realizou o pagamento das competências de FGTS apó s o ajuizamento da presente
reclamató ria.

DO REGISTRO DE EMPREGADO

A reclamada apresentou registro de empregado, no entanto, a data de


contrataçã o encontrasse incorreta, visto que a contrataçã o se deu em 30 de julho de
2021. Documento impugnado.

DOCUMENTOS IMPUGNADOS, POIS NÃO DEMONSTRAM A REALIDADE DA


JORNADA DE TRABALHO DO RECLAMANTE.

DOS PEDIDOS GENÉRICOS CONSTANTES NA CONTESTAÇÃO

Data máxima venia, as alegaçõ es constantes na defesa sã o genéricas.

DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

A defesa apresentada pela Reclamada é desprovida de fundamentos,


chegando a tecer consideraçõ es de forma genérica. Devendo haver a observaçã o quanto
ao ô nus da prova da reclamada.

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A verdade dos fatos será devidamente comprovada, quando da instruçã o


processual, quando cairã o por terra as alegaçõ es da Reclamada.

Quanto à s demais argumentaçõ es da Reclamada, a reclamante impugna


todas as alegaçõ es constantes na contestaçã o, em especial impugna os cartõ es de ponto,
os quais nã o retratam a realidade da jornada de trabalho do reclamante. Pelo exposto,
protestando provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos,
especialmente, impugna os documentos supra especificados e a defesa da Reclamada,
requerendo, ainda, seja a presente Reclamaçã o julgada totalmente PROCEDENTE na
forma da inicial, tudo por ser de direito e justiça.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Sã o Miguel dos Campos/AL, 30 de junho de 2023.

Jaqueline Claudino da Silva


.OAB/AL 10.042

Natã Zeferino da Silva


.OAB/AL 12.567

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